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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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26 de novembro de 2024

EBD JOVENS | Lição 09: Protegendo a Sua Boca | 4° Trimestre de 2024

Pb Francisco Barbosa 

TEXTO PRINCIPAL

Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv 25.11)

Entenda o Texto Principal:

- A palavra dita em tempo apropriado – hebraico, falado sobre suas duas rodas; uma palavra movendo-se rapidamente sobre suas rodas até o fim, dirigida ao locutor que comanda suas palavras com uma adaptação feliz às circunstâncias e às exigências, como um cocheiro comanda seus corcéis. Gesenius entende, ‘Uma palavra falada em (de acordo com) seu devido tempo:’ a revolução do tempo sendo frequentemente comparada a uma roda giratória. Maurer explica o dual, que o tempo presente é o ponto de viragem entre dois tempos, o passado e o futuro. O hebraico para ‘sobre’ [ `al (H5921)] também pode significar de acordo com. é como maçãs de ouro em bandejas de prata – maçãs de ouro fechadas em engastes de prata; a prata externa sendo figurada com filigrana aberta através da qual o ouro interno brilha mais notavelmente por sua ocultação parcial atrás da prata. Gejer toma, literalmente maçãs douradas, ou marmelos, ou cidras, atraentes aos olhos pela cor, ao nariz pelo odor, ao paladar pelo sabor, servidos em recipientes de prata elaboradamente figurada (literalmente, ‘em figuras de prata ‘). [JFU, aguardando revisão]

 

RESUMO DA LIÇÃO

A fala acompanhada de mansidão, agradabilidade e temperança revela a sabedoria que vem do alto.

Entenda o Resumo da Lição:

- Quando somos afrontados por palavras duras, tendemos a dar a resposta a altura. É por isso que o sábio nos mostra que não é a palavra branda que desvia o furor, mas a resposta branda! O provérbio 25.11 compara a palavra dita no momento certo a maçãs de ouro incrustadas em uma escultura de prata, valorizando a importância das palavras e a necessidade de pensar antes de falar.

 

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EXTO BÍBLICO

Provérbios 10.11-14; 15.1-4,7,14; 17.27,28.

Provérbios 10

11. A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios.

- um manancial – ou “fonte” de bem para si e para os outros (Jo 7:37-38). Sobre última parte do provérbio, veja Provérbios 10:6. [Jamieson; Fausset; Brown]

12. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.

- cobre todas as transgressões – pelo perdão e paciência.

13. Nos lábios do sábio se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.

- não tem entendimento – (Provérbios 6:32; Provérbios 7:7).

14. Os sábios escondem a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição.

- guardam consigo sabedoria – como tesouros para um bom uso. boca do tolo está perto da perturbação – a destruição está próxima; os tolos se expõem ao mal por tagarelar. [Jamieson; Fausset; Brown]

 

Provérbios 15

1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.

- A resposta suave – como óleo que acalma a dor de uma ferida (Salmos 55:21 ; Isaías 1:6). mas a palavra pesada faz a ira aumentar – aceso, ‘faça-o subir’, como uma chama atiçada por um fole; a indicação de raiva sobe até o semblante.

2. A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.

- A língua dos sábios faz bom uso da sabedoria – no tempo oportuno e no lugar apropriado, e com a devida consideração ao caráter dos ouvintes; tudo sendo ajustado ao equilíbrio do santuário. mas a boca dos tolos derrama loucura – balbucia isso ao acaso, sem escolha ou ordem digerida, confusa, copiosamente, com rapidez e continuamente, como uma fonte borbulhante.

3. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.

- Ele menciona “os maus” primeiro, porque eles admitem, ou então praticamente negam a providência de Deus (Jeremias 16:17). observando, ou seja, assistindo (compare Provérbios 5:21; Salmo 66:7). [JFU]

4. Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito.

- Ele menciona “o mal” primeiro, porque eles declaradamente, ou então, praticamente, negam a providência de Deus (Jeremias 16:17).

7. Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não fará assim.

- Os lábios dos sábios derramam conhecimento – como boa semente, onde quer que possam, assídua e vigilantemente aproveitando-se de todas as oportunidades para levar outros a conhecer o Senhor. mas o coração dos tolos não age assim. Seu “coração” é defeituoso e, portanto, seus lábios não podem falar corretamente. Maurer traduz ‘(espalha) não o que é CERTO’ [ lo ‘ (H3808) aguçado (H3651)]. O Chaldaic e o Vulgate suportam a versão em inglês. Se seus lábios falam conhecimento às vezes, é hipócrita, pois o coração interior está vazio do verdadeiro conhecimento. Quando a nascente está seca, como os canais podem fluir com as águas da vida? “Os lábios do sábio espalham o conhecimento” que ele primeiro entesourou “no coração”. Cada cláusula deve ser preenchida com a outra; eles se complementam mutuamente.

14. O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.

- O coração prudente buscará o conhecimento. “O coração”, porque tal pessoa não o busca superficialmente e casualmente, mas com todo o coração. mas a boca dos tolos se alimentará de loucura. “A boca” [ piy (H6310)], assim o diz o texto massorético, acrescentando, entretanto, que em algumas cópias é “o semblante” – literalmente, semblantes [pªgeey]. “Alimenta-se de tolice” (vaidade, prazeres mundanos, conversa fiada, pouco caridosa e inútil, etc.) como seu bocado mais doce; se delicia com isso.

 

Provérbios 17

27. Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito.

- O texto hebraico, Kethibh, diz, [wªqar de qar (H7119)) ser frio] ‘e um homem de entendimento é de espírito frio:’ não é fácil irromper em paixão, ou se gabar, ou balbuciar palavras, mas ‘poupador suas palavras.’ A versão em inglês é a leitura alternativa hebraica [yªqar, para honrar].

28. Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio.

- Isso confirma Provérbios 17:27. Assim, a objeção é atendida: Se eu não retribuir o dano com palavras ou golpes, serei considerado um tolo. Não, você deve ser estimado por Deus, pelos anjos e pelos santos, sábios.

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o que a Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de usarmos a nossa boca. O que dizemos para outra pessoa diz muito do que nós somos, por isso que a Bíblia dá muita importância à forma que devemos falar com o outro. Sim, há grande ensinamento bíblico que visa nos ensinar a como proceder com a nossa língua. Por meio dela podemos abençoar e edificar a vida dos que se encontram ao nosso redor, mas também podemos trazer prejuízos irreparáveis, inclusive, a nós mesmos. Que Deus nos dê sabedoria para falarmos em seu nome.

- "Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo" - Oscar Wilde; Essa frase do escritor, poeta e dramaturgo irlandês, Oscar Wilde, serve de pano de fundo para todo o conteúdo a seguir. A Palavra de Deus, a Bíblia, nos dá alguns enfoques a respeito da questão do "falar", justamente pela enorme influência que, tanto o falar quanto o ouvir, pode produzir – vida ou morte. Lembremos que, quando o homem se corrompeu pós-dilúvio, para por fim à saga pecaminosa daquela geração, Deus interveio na fala (Babel). Lembremos também, que a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17). Às vezes nos descuidamos e dizemos algo que não devia. A língua pode ser venenosa. Não é fácil controlar a língua, mas devemos nos esforçar. Quando você aprende a tomar cuidado com suas palavras, você ganha grande domínio próprio. As palavras têm uma tendência a se descontrolarem, como um fogo. Se você não tomar cuidado com sua língua, suas conversas podem rapidamente se tornar perigosas e causar muitos danos. A tentação para pecar com as palavras é grande, por isso, na dúvida, fique calado e ore.

 

I. A BOCA DO SÁBIO E A BOCA DO TOLO

1. O modo de falar do sábio e do falto de entendimento. O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo. Os versículos 11 a 14 apresentam o contraste mais específico entre o modo sábio de falar e o tolo. Por exemplo, enquanto o tolo apresenta um discurso indisciplinado, terreno e contencioso, o sábio apresenta um discurso disciplinado, celestial que promove vida (Pv 10.11). Por isso, é próprio do sábio tolerar as difamações e perdoar o que lhe fazem mal (Pv. 10.12), mas o falto de entendimento não perdoa, muito pelo contrário, se inflama e produz palavras torpes, que incendeiam o ambiente e levam à confusão (Pv 10.13.14).

- Jesus disse que a boca fala do que o coração está cheio. A língua reflete o coração. Ela externaliza o que é interno. Põe para fora o que está por dentro. A língua nos coloca pelo avesso, mostra nossas entranhas e escancara os segredos do nosso coração. A língua pode ser remédio ou veneno; pode dar vida ou matar; pode construir pontes ou cavar abismos. Pode ser fonte de vida ou armadilha de morte. O sábio Salomão diz que a boca do justo é manancial de vida. O justo fala a verdade em amor. Sua palavra é boa e traz edificação. E oportuna e transmite graça aos que ouvem. D a boca do justo jorram aos borbotões louvores a Deus e encorajamento ao próximo. A boca do justo é como uma árvore frutífera que alimenta e deleita. É como um manancial cujo fluxo leva vida por onde passa. Porém, na boca dos perversos mora a violência. N a boca dos perversos, há blasfêmias contra Deus e insultos contra o próximo. A língua dos perversos semeia contendas, promove intrigas, instiga inimizades e produz morte. A língua dos perversos é um poço de impureza, um esgoto nauseabundo de sujidades e um campo minado de violência. Devemos pedir a Deus um novo coração, para que nossos lábios sejam um manancial de vida, e não uma armadilha de morte.

2. O que os lábios falam e o coração busca? O capítulo 15 de Provérbios, especificamente dos versículos 1 a 20, mostra como é a língua do sábio. Em primeiro lugar, a palavra branda proveniente dos lábios do sábio desviará o furor (v.1). Essa palavra revela um espírito humilde, mais terno, por isso a linguagem do sábio sempre é adornada de sabedoria, ponderação e bom senso, enquanto a língua do tolo é cheia de ira e insensatez (v.2). Dessa forma os olhos do Senhor contemplam tanto os maus e bons, principalmente a forma como usamos a linguagem (v.3). Então, sabedores de que Deus os contempla, os sábios derramam o conhecimento por meio da linguagem, pois o seu coração busca sinceramente a sabedoria; e diferentemente do sábio, o tolo derrama tolices, tortuosidades por meio de sua linguagem, pois seu coração é completamente indiferente à busca do que faz bem à alma e eleva o pensamento (vv.7.14).

- O nosso maior problema não é com nossas ações, mas com nossas reações. Podemos conviver em paz com uma pessoa a vida toda, desde que ela nos respeite. Porém, quando essa pessoa nos provoca com uma pergunta insolente, perdemos o controle e a compostura e tendemos a dar uma resposta à altura. E por isso que o sábio nos mostra que não é a palavra branda que desvia o furor, mas a resposta branda. Isso é mais do que ação; é reação. Mesmo diante de uma ação provocante, a pessoa tem uma reação branda. E como colocar água na fervura e acalmar os ânimos. Em outras palavras, Provérbios — Manual de sabedoria para a vida é ter uma reação transcendental. O oposto disso é a palavra dura e deselegante. Essa palavra, em vez de jogar água na fervura, coloca mais lenha na fogueira. Em vez de abrandar o coração, provoca ira. A escolha é nossa: podemos ser pacificadores ou provocadores de contendas. Podemos dominar nossas ações e reações ou ferir as pessoas com nossa língua e nossas atitudes. Neste mundo em ebulição, o caminho mais sensato é jogar água na fervura. Diante das tensões da vida e da complexidade dos relacionamentos, o melhor caminho é ter palavras doces e respostas brandas.

3. É possível controlar a língua. Provérbios 17.27.28 nos mostra o valor de uma fala ponderada, disciplinada e cuidadosa. Saber calar, principalmente no presente século, é uma das disciplinas mais importantes para quem busca desenvolver um espírito manso, suave e pacífico (Mt 5.9). Por isso, o sábio expressa o seguinte: “retém as suas palavras” (v.27). Assim, faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso está relacionado com um espírito precioso (v.27). E a prática de calar é tão “poderosa” que até o tolo sai por sábio se assim o fizer (v.28). Saber usar a linguagem de maneira adequada é um ato de sabedoria (Tg 3.3-5).

- Quem controla sua língua domina todo o seu corpo. Quem domina seus próprios impulsos é mais forte do que quem conquista uma cidade. Dominar a si mesmo é tarefa mais árdua do que dominar os outros. Quem fala sem refletir revela estultícia. Quem fala muito erra muito, mas até o tolo, quando se cala, é tido por sábio. Quem retém suas palavras possui o conhecimento, mas quem tem língua solta tropeça em suas próprias palavras. Se o silêncio é a voz eloquente do conhecimento, o espírito sereno é a bandeira desfraldada da inteligência. Um indivíduo destemperado emocionalmente pode até ser um poço de cultura, mas sempre será tido como estulto. Pode até ter razão, mas sempre perderá sua causa. Uma pessoa que fuzila os outros com palavras venenosas e os agride com ações violentas demonstra sua falta de inteligência. Nessa sociedade tão sobrecarregada, em que as pessoas vivem com os nervos à flor da pele, estressadas com o trânsito congestionado e com as filas imensas nos bancos, o domínio próprio está se tornando uma virtude em extinção. Precisamos vigiar a porta dos nossos lábios e acalmar o ímpeto do nosso espírito para não sermos taxados de ignorantes e insensatos.

 

PENSE! O modo de falar do sábio é ponderado, disciplinado e educado.

PONTO IMPORTANTE! O modo de falar do tolo é incendiário, destrutivo e espalhafatoso.

SUBSÍDIO 1

Professor(a), explique aos alunos que Salomão tinha muito a dizer a respeito do que dizemos. Na verdade, língua, boca, lábios e palavras aparecem aproximadamente 150 vezes no livro de Provérbios. Em média, uma referência à fala aparece cinco vezes em cada um dos trinta e um capítulos. Isso me parece um assunto mencionado que frequentemente exige uma atenção adicional no exame do livro de Provérbios. Você pode reconhecer que esta é uma cópia contrastiva: ela menciona “os sábios em contraste com os “tolos”. Curiosamente, os dois tipos de pessoas se revelam aos outros pela maneira como usam suas línguas. Você e eu percebemos, naturalmente, que o problema não está na boca, mas no coração da pessoa, lá no fundo de nós. Jesus ensinou, “o homem bom do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca” (Lc 6.45). Da mesma maneira como um balde extrai água de um poço, também a língua mergulha e extrai o que quer que esteja enchendo o coração. Se a fonte está limpa, isso é o que a língua transmite. Se está contaminada, a língua evidenciará isso.”

(Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 83.)

 

II. A LINGUAGEM DE UMA PESSOA TOLA

1. O que a linguagem revela? Os textos que meditamos (Pv 10; 15; 17) no tópico anterior fazem um claro contraste entre a linguagem do sábio e a do tolo. A Palavra de Deus nos mostra que a linguagem que expressamos revela o que se encontra dentro, no interior, isto é, revela o que estamos pensando, sentindo e desejando (Mc 7.20-23). Esse fato pode ser constatado na discussão a respeito das funções de uma língua em que “a comunicação do pensamento” se revela como uma função básica. Logo, quando uma pessoa é insensata, ela se revela por meio da linguagem, quer nas manifestações verbais quer nas não verbais.

- Quem controla sua língua domina todo o seu corpo. Quem domina seus próprios impulsos é mais forte do que quem conquista uma cidade. Dominar a si mesmo é tarefa mais árdua do que dominar os outros. Quem fala sem refletir revela estultícia. Quem fala muito erra muito, mas até o tolo, quando se cala, é tido por sábio. Quem retém suas palavras possui o conhecimento, mas quem tem língua solta tropeça em suas próprias palavras. Se o silêncio é a voz eloquente do conhecimento, o espírito sereno é a bandeira desfraldada da inteligência. Um indivíduo destemperado emocionalmente pode até ser um poço de cultura, mas sempre será tido como estulto. Pode até ter razão, mas sempre perderá sua causa. Uma pessoa que fuzila os outros com palavras venenosas e os agride com ações violentas demonstra sua falta de inteligência. Nessa sociedade tão sobrecarregada, em que as pessoas vivem com os nervos à flor da pele, estressadas com o trânsito congestionado e com as filas imensas nos bancos, o domínio próprio está se tornando uma virtude em extinção. Precisamos vigiar a porta dos nossos lábios e acalmar o ímpeto do nosso espírito para não sermos taxados de ignorantes e insensatos.

2. A língua do tolo. Os textos que estudamos revelam a linguagem do tolo como palavras que no lugar de construir, destroem; no lugar de estimular a mansidão, estimula a ira; no lugar de trazer a paz, produz violência; no lugar de estimular a prudência e a sensatez, estimula a insensatez e uma ação desgovernada. Por isso, na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha mortal“, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8). Ora, a língua tem uma capacidade imensa de causar mal às pessoas. Por isso, cabe aos que buscam a sabedoria do alto terem plena consciência do mal que se pode causar aos outros por meio do mau uso da fala.

- A língua pode ser usada para grandes coisas, por outro lado, o mal uso da língua é comparado com o fogo e o veneno que podem destruir tudo. Tiago apresenta isso de forma severa. Assim como uma pequena faísca que não dura uma fração de segundo, assim é uma pequena palavra mal empregada para causar uma grande discussão. Muitas de nossas brigas e divisões surgem de problemas de comunicação, que não são inocentes, são fruto de corações que não levam a Deus em consideração na hora de responder a uma injustiça ou ofensa. Essa pequena língua pode, quando não submissa à sabedoria de Deus, destruir amizades, casamentos, igrejas e civilizações. Foi por meio da fala da serpente que nossos primeiros pais caíram, Deus não nos fez para falarmos como a serpente que tem uma língua dividida, enganosa, mas com uma língua inteiriça para que nossas palavras fossem integras assim como o caráter dele. Porém por conta do pecado rejeitamos a Sabedoria do Alto e vivemos pela terrena, carnal e demoníaca (Tg 3.15). Enquanto não levarmos o uso de nossas palavras à sério, como parte de nossa devoção e santificação continuaremos desagradando a Deus e promovendo o fogo e o veneno no mundo, e se não houver arrependimento, essa língua irá conosco para o inferno (Tg 3.6).

3. O que acontece quando nos comunicamos insensatamente? Quando comunicamos algo, nos dirigimos a alguém ou comunicamos a respeito de alguém. Isso significa que o outro está diante de nossa fala. Comunicamos para alguém que está diante de nós. Por isso que o nosso Senhor disse que quem chamasse um irmão de “louco”, como um ato proveniente da cólera ou da ira, seria preso no juízo (Mt 5.22). Isso porque, por meio da palavra, podemos entristecer ou ferir a outra pessoa; por meio da palavra, podemos criar um ambiente pesado, obscuro e intragável: por meio da palavra, pessoas podem adoecer, fragilizar-se. Entretanto, por meio da palavra tudo isso pode ocorrer de maneira oposta, começando por viver em seriedade o que o apóstolo Paulo aconselha em sua carta: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6).

- A comunicação é completa quando o outro compreende. O problema é que não sabemos como o ouvinte está recebendo aquilo que é dito. Também é importante notar que, se sua boca tem sido um vulcão do qual só sai fogo e enxofre (veneno) você provavelmente não experimentou a salvação. Porque Jesus nos ensinou que a boca fala do que está cheio o coração. Se é só isso que sai de você é só isso que você tem e é. Se sua boca ainda que imperfeita tem sido como um freio, manancial, uma arvore frutífera ou um leme você provavelmente2 é cristão, se apesar de suas imperfeições você tem buscado estar aos pés de Jesus e receber dele a sabedoria, amor, consolo, repreensão, o Espírito Santo, o arrependimento, então é isso que você terá para entregar aos outros, é isso que você é, um instrumento dele, uma fonte que pertence a ele. A solução para nossa língua ser transformada não é amarrar uma fitinha no pulso para não falar mais palavrão, não é ficar em silencio, mas encher nosso coração de Deus, pois quando somos cheios dele é dele que nossa boca falará, é o perfume dele que os outros sentirão.

 

PENSE! O que o tolo expressa em palavras?

PONTO IMPORTANTE! O tolo expressa em palavras o que domina o seu pensamento, sentimentos e desejos.

SUBSÍDIO 2

“A verborragia é o costume de falar demais, dizendo pouco. As pessoas que são verborrágicas normalmente se sentem impelidas a comentar sobre toda e qualquer coisa, seja porque temem o silêncio ou porque crêem sinceramente, que uma conversa sem sentido é melhor que nenhuma. Assim, essas pessoas enchem o abençoado silêncio com conversas vazias. Interrompem sem hesitação. Falam primeiro e pensam depois… se é que pensam! E. com tudo o que falam, não ouvem. Há alguns anos, descobri que é praticamente impossível aprender alguma coisa enquanto estou falando. Isso, sem dúvida, é verdade, para qualquer pessoa. Assim, em vez de encher um vazio conversacional com uma tagarelice desnecessária, use o tempo que você tiver com os outros para ouvir bem, para entender mais a respeito deles. Faça perguntas que peçam respostas abertas, até encontrar um tema que os motive. Muito frequentemente, a conversa terá uma reviravolta significativa quando as pessoas descreverem o seu campo de interesse e explicarem por que o consideram emocionante e estimulante. À medida que permitirem a sua entrada no mundo delas, você terá a oportunidade de aprender e adquirir conhecimento de algum campo do conhecimento e experiência dessa pessoa. Depois de algum tempo, não terá meramente conversado: você terá se conectado. Esperamos que o exame que estamos fazendo a respeito da língua encoraje você a exercer mais controle sobre esse poderoso músculo de sua boca.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 83.)

 

III. PROTEGENDO A LINGUAGEM DE UMA PESSOA SÁBIA

1. A fala do sábio. A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada. Falam uma coisa e fazem outra. Pensam uma coisa e sentem outra; ou seja, estão completamente desajustadas, desorganizadas. Uma das características da sabedoria cristã que encontramos nos capítulos de Provérbios em estudo é que a fala do cristão deve ser plenamente coerente com o que pensa e faz (Pv 10.11; 15.4; 17.27). Nosso Senhor era assim, pois o que ensinava poderia ser constatado em sua ação (Mt 7.29). Assim, o que dá autoridade a uma pessoa sábia não é apenas o seu discurso, mas se a ação está em pleno acordo com o que diz. É a Palavra virtuosa, conjugada com uma ação virtuosa, que fará do crente uma pessoa sábia. O jovem sábio será testado e provado nas suas ações com o que diz (Tg 2.18).

- As pessoas estão divididas em dois grandes grupos. Não entre ricos e pobres, brancos e negros, doutores e analfabetos, religiosos e céticos. Mas entre perversos e justos, entre sábios e escarnecedores. O sábio é humilde para acolher uma exortação e reconhecer seus erros. O sábio não estadeia justiça própria; ao contrário, anseia ardentemente crescer em graça e sabedoria. Quanto mais você ensina ao sábio, mais sabedoria ele adquire, mais prudente ele se torna e mais amor ele demonstra. Ensinar ao justo é o mesmo que semear em boa terra. A vida do justo é um campo fértil, no qual brota a semente da verdade e crescem os frutos da justiça.

2. A relação entre falar e ouvir no sábio. Em Tiago está escrito: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Uma das características de uma pessoa sábia é saber ouvir. Esse ouvir não se trata de uma escuta passiva, apenas por “educação”, mas uma escuta ativa, presente e consciente. Antes de falar, precisamos ouvir para interpretar corretamente o que nos estão comunicando. Numa época de distração como a nossa, muitos falam sem ouvir. Quando falamos sem ouvir, há ruídos na comunicação. Assim, corremos o risco de ser interpretados de maneira equivocada. Os desentendimentos nascem da má vontade de muitos ouvirem para compreenderem. É preciso humildade para isso. Dessa forma, a pessoa sábia está sempre pronta para ouvir e entender, é só falar depois de ter plena certeza de que entendeu. Ouvir e falar é um movimento indispensável para a boa comunicação.

- Quem fala muito, erra muito. Até o tolo quando se cala é tido por sábio. A Palavra de Deus é categórica: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tg 1.19). Pessoas que falam para depois pensar, que falam sem refletir e que falam mais do que o necessário muito transgridem. Devemos falar a verdade em amor. A verdade é o conteúdo, e o amor é a forma. A verdade sem o amor agride; o amor sem a verdade engana. Só devemos falar o que é bom e oportuno. Só devemos abrir a boca se for para transmitir graça aos que ouvem. O tolo fala muito e pensa pouco; fala muito e comunica pouco; fala muito e acerta pouco. O prudente, porém, modera os lábios e amplia sua influência. Fala pouco e reflete muito; fala pouco e comunica muito; fala pouco e abençoa muito. Devemos ser cautelosos em nossa fala, pois a vida e a morte estão no poder da língua. Podemos dar vida ou matar um relacionamento dependendo de como nos comunicamos. A comunicação é o oxigênio que nutre nossos relacionamentos. Nossa língua, portanto, precisa ser fonte de vida, e não cova de morte; precisa ser medicina, e não veneno; precisa ser bálsamo que consola, e não fogo que destrói.

3. A fala e o agir do sábio. É possível que nosso discurso esteja correto, seja santo, justo e bem, mas isso não basta. Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso vivê-lo (Mt 23.1-3). Aqui, está o nosso grande desafio para agir de maneira sábia: Dizer o que é santo, justo e bom e, ao mesmo tempo, praticar o que é santo, justo e bom. Nessa perspectiva, somos chamados pela Palavra de Deus para apresentar uma fala que glorifique o Senhor, e que seja plenamente coerente com o que cremos e fazemos. Portanto, cuidemos de falar agradavelmente (Cl 4.6), com mansidão e temperança (1 Pe 3.15), de maneira que nossas ações revelam a nossa temperança, agradabilidade e mansidão em Cristo.

- Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale muito pouco (Pv 10.20). As palavras de um justo são mais preciosas do que os metais mais nobres. A língua do justo é prata escolhida: tem beleza e valor. Quando o justo fala, as pessoas são edificadas, consoladas e encorajadas. Quando o justo abre a boca, uma torrente de sabedoria jorra de seus lábios. Suas palavras são medicina para o corpo e bálsamo para a alma. A língua do justo é como a luz que aponta a direção, é como o sal que dá sabor, é como o perfume que inebria todos com sua fragrância. Quem ouve o justo não anda em trevas, mas na luz; não caminha por trilhas incertas, mas segue por caminho seguro; não cruza os desertos tórridos e inóspitos, mas atravessa os campos férteis da prosperidade. Quem acolhe as palavras do justo segue o caminho perfeito de Deus e é sustentado pelo braço onipotente de Deus, até chegar à cidade de Deus, para reinar com o Filho de Deus. Se a língua do justo tem palavras tão belas e preciosas, o coração do perverso, do qual fluem suas próprias palavras, vale muito pouco, pois é poço de perdição, laboratório de engano, usina de mentiras, território no qual domina a maldade. E tempo de avaliarmos o valor das nossas palavras.

 

PENSE! Que as nossas palavras sejam sempre temperadas com sal!

PONTO IMPORTANTE! Que as nossas palavras revelam um caráter agradável, manso e temperado.

SUBSIDIO 3

“Como declara Tiago 3.2: ‘Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo’. Em outras palavras, uma língua controlada é a marca da maturidade. Diante disso, são poucos os que podem ser verdadeiramente chamados de ‘maduros’ e sábios. Aprender como usar as palavras de maneira construtiva, em vez de permitir que a nossa língua crie o caos em nossas comunidades e relacionamentos, é um desafio contínuo. Felizmente, a língua pode se tornar um maravilhoso instrumento de graça, paz, amor e gentileza. Vamos nos concentrar no uso positivo das palavras, permitindo que os ditados de Salomão acrescentem um pouco de azeite à engrenagem diária de uma língua descontrolada.”

(Adaptado de SWINDOLL. Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 83.)

PROFESSOR(A), “mesmo o propósito da salvação trazida por Jesus inclui a santificação daqueles que são salvos pelo evangelho. Jesus não somente se santificou para exercer seu ministério neste mundo, mas igualmente nos mostrou o roteiro pelo qual a santificação ocorreria nas nossas vidas: por meio da sua Palavra e pela presença do Espírito Santo em nós” (COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024).

 

CONCLUSÃO

Na lição desta semana, estudaremos a respeito da proteção à boca. Vimos que a boca fala do que o coração está cheio. Os que se mostram tolos, sua linguagem também se apresenta ao público de maneira insensata, desgovernada e insensível. Os que buscam a sabedoria do alto, devem ter o cuidado com a sua língua, buscando sempre glorificar o Senhor em tudo. A maneira que falamos revela o que pensamos, sentimos e desejamos.

- Quando Jesus disse: “a boca fala do que está cheio o coração”, Ele quis dizer que palavras e ações pecaminosas consistentes são indicativas de um coração pecaminoso. Em vez de sempre dar às pessoas “o benefício da dúvida”, faríamos bem em reconhecer o “fruto” que observamos e responder de acordo. Ser um “inspetor de frutas” não significa que nos consideramos sem pecado; significa que somos realistas sobre em quem confiar e quem permitimos que exerça influência sobre nós e sobre as pessoas pelas quais somos responsáveis. Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos (Pv 10.21). Há muitas bombas que têm um grande poder de destruição. No entanto, a bomba mais poderosa não é a atômica nem a de hidrogênio, mas a bomba das ideias, e as ideias são veiculadas pela língua. E tempo de avaliarmos o valor das nossas palavras. Elas são prata ou escória? São belas e atraentes ou feias e repugnantes? Têm valor como a prata escolhida ou valem tão pouco quanto o coração do perverso?

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?

WhatsApp: 8398730-1186

 

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HORA DA REVISÃO

1. O que o capítulo 10 de Provérbios traz?

O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo.

2. O que faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento?

Faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso faz parte de um espírito precioso (v.27).

3. Como a língua é apresentada em Tiago?

Na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha mortal”, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8).

4. Segundo a lição, como a nossa sociedade é marcada?

A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada.

5. Por que não basta somente um discurso santo, justo e bom?

Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso vivê-lo (Mt 23.1-3).