Pb Francisco Barbosa
TEXTO
PRINCIPAL
“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv 25.11)
Entenda
o Texto Principal:
- A palavra dita em tempo apropriado –
hebraico, falado sobre suas duas rodas; uma palavra movendo-se rapidamente
sobre suas rodas até o fim, dirigida ao locutor que comanda suas palavras com
uma adaptação feliz às circunstâncias e às exigências, como um cocheiro comanda
seus corcéis. Gesenius entende, ‘Uma palavra falada em (de acordo com) seu
devido tempo:’ a revolução do tempo sendo frequentemente comparada a uma roda
giratória. Maurer explica o dual, que o tempo presente é o ponto de viragem
entre dois tempos, o passado e o futuro. O hebraico para ‘sobre’ [ `al (H5921)]
também pode significar de acordo com. é como maçãs de ouro em bandejas de prata
– maçãs de ouro fechadas em engastes de prata; a prata externa sendo figurada
com filigrana aberta através da qual o ouro interno brilha mais notavelmente
por sua ocultação parcial atrás da prata. Gejer toma, literalmente maçãs
douradas, ou marmelos, ou cidras, atraentes aos olhos pela cor, ao nariz pelo
odor, ao paladar pelo sabor, servidos em recipientes de prata elaboradamente
figurada (literalmente, ‘em figuras de prata ‘). [JFU, aguardando revisão]
RESUMO
DA LIÇÃO
A fala acompanhada de mansidão, agradabilidade e temperança revela a
sabedoria que vem do alto.
Entenda
o Resumo da Lição:
- Quando somos afrontados por palavras duras,
tendemos a dar a resposta a altura. É por isso que o sábio nos mostra que não é
a palavra branda que desvia o furor, mas a resposta branda! O provérbio 25.11 compara
a palavra dita no momento certo a maçãs de ouro incrustadas em uma escultura de
prata, valorizando a importância das palavras e a necessidade de pensar antes
de falar.
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EXTO
BÍBLICO
Provérbios 10.11-14; 15.1-4,7,14;
17.27,28.
Provérbios 10
11. A boca do justo é
manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios.
- um manancial – ou “fonte” de bem
para si e para os outros (Jo 7:37-38). Sobre última parte do provérbio, veja
Provérbios 10:6. [Jamieson; Fausset; Brown]
12. O ódio excita
contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
- cobre todas as transgressões – pelo
perdão e paciência.
13. Nos lábios do sábio
se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.
- não tem entendimento – (Provérbios
6:32; Provérbios 7:7).
14. Os sábios escondem
a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição.
- guardam consigo sabedoria – como
tesouros para um bom uso. boca do tolo está perto da perturbação
– a destruição está próxima; os tolos se expõem ao mal por tagarelar.
[Jamieson; Fausset; Brown]
Provérbios 15
1. A resposta branda
desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
- A resposta suave – como óleo que
acalma a dor de uma ferida (Salmos 55:21 ; Isaías 1:6). mas a palavra pesada faz a ira
aumentar – aceso, ‘faça-o subir’, como uma chama atiçada por um fole; a
indicação de raiva sobe até o semblante.
2. A língua dos
sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
- A língua dos sábios faz bom uso da sabedoria
– no tempo oportuno e no lugar apropriado, e com a devida consideração ao
caráter dos ouvintes; tudo sendo ajustado ao equilíbrio do santuário. mas a
boca dos tolos derrama loucura – balbucia isso ao acaso, sem escolha ou
ordem digerida, confusa, copiosamente, com rapidez e continuamente, como uma
fonte borbulhante.
3. Os olhos do Senhor
estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.
- Ele menciona “os maus” primeiro, porque
eles admitem, ou então praticamente negam a providência de Deus (Jeremias
16:17). observando, ou seja, assistindo (compare Provérbios 5:21; Salmo
66:7). [JFU]
4. Uma língua
saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito.
- Ele menciona “o mal” primeiro, porque eles
declaradamente, ou então, praticamente, negam a providência de Deus (Jeremias
16:17).
7. Os lábios dos
sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não fará assim.
- Os lábios dos sábios derramam conhecimento
– como boa semente, onde quer que possam, assídua e vigilantemente
aproveitando-se de todas as oportunidades para levar outros a conhecer o
Senhor. mas o coração dos tolos não age assim. Seu “coração” é
defeituoso e, portanto, seus lábios não podem falar corretamente. Maurer traduz
‘(espalha) não o que é CERTO’ [ lo ‘ (H3808) aguçado (H3651)]. O Chaldaic e o
Vulgate suportam a versão em inglês. Se seus lábios falam conhecimento às
vezes, é hipócrita, pois o coração interior está vazio do verdadeiro
conhecimento. Quando a nascente está seca, como os canais podem fluir com as
águas da vida? “Os lábios do sábio espalham o conhecimento” que ele primeiro
entesourou “no coração”. Cada cláusula deve ser preenchida com a outra; eles se
complementam mutuamente.
14. O coração sábio
buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.
- O coração prudente buscará o conhecimento.
“O coração”, porque tal pessoa não o busca superficialmente e casualmente, mas
com todo o coração. mas a boca dos tolos se alimentará de loucura. “A boca” [ piy
(H6310)], assim o diz o texto massorético, acrescentando, entretanto, que em
algumas cópias é “o semblante” – literalmente, semblantes [pªgeey].
“Alimenta-se de tolice” (vaidade, prazeres mundanos, conversa fiada, pouco
caridosa e inútil, etc.) como seu bocado mais doce; se delicia com isso.
Provérbios 17
27. Retém as suas
palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso
espírito.
- O texto hebraico, Kethibh, diz, [wªqar de
qar (H7119)) ser frio] ‘e um homem de entendimento é de espírito frio:’ não é
fácil irromper em paixão, ou se gabar, ou balbuciar palavras, mas ‘poupador
suas palavras.’ A versão em inglês é a leitura alternativa hebraica [yªqar,
para honrar].
28. Até o tolo, quando
se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio.
- Isso confirma Provérbios 17:27. Assim, a
objeção é atendida: Se eu não retribuir o dano com palavras ou golpes, serei
considerado um tolo. Não, você deve ser estimado por Deus, pelos anjos e pelos
santos, sábios.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o que a
Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de usarmos a nossa boca. O que
dizemos para outra pessoa diz muito do que nós somos, por isso que a Bíblia dá
muita importância à forma que devemos falar com o outro. Sim, há grande
ensinamento bíblico que visa nos ensinar a como proceder com a nossa língua.
Por meio dela podemos abençoar e edificar a vida dos que se encontram ao nosso
redor, mas também podemos trazer prejuízos irreparáveis, inclusive, a nós
mesmos. Que Deus nos dê sabedoria para falarmos em seu nome.
- "Se
soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas,
haveria muito mais silêncio neste mundo" - Oscar Wilde; Essa frase do escritor,
poeta e dramaturgo irlandês, Oscar Wilde, serve de pano de fundo para todo o
conteúdo a seguir. A Palavra de Deus, a Bíblia, nos dá alguns enfoques a
respeito da questão do "falar", justamente pela enorme influência
que, tanto o falar quanto o ouvir, pode produzir – vida ou morte. Lembremos
que, quando o homem se corrompeu pós-dilúvio, para por fim à saga pecaminosa
daquela geração, Deus interveio na fala (Babel). Lembremos também, que a fé vem
pelo ouvir (Rm 10.17). Às vezes nos descuidamos e dizemos algo que não devia. A
língua pode ser venenosa. Não é fácil controlar a língua, mas devemos nos
esforçar. Quando você aprende a tomar cuidado com suas palavras, você ganha
grande domínio próprio. As palavras têm uma tendência a se descontrolarem, como
um fogo. Se você não tomar cuidado com sua língua, suas conversas podem
rapidamente se tornar perigosas e causar muitos danos. A tentação para pecar
com as palavras é grande, por isso, na dúvida, fique calado e ore.
I. A BOCA DO SÁBIO
E A BOCA DO TOLO
1. O modo de falar
do sábio e do falto de entendimento. O capítulo 10 de Provérbios traz um
contraste entre o sábio e o tolo. Os versículos 11 a 14 apresentam o contraste
mais específico entre o modo sábio de falar e o tolo. Por exemplo, enquanto o
tolo apresenta um discurso indisciplinado, terreno e contencioso, o sábio
apresenta um discurso disciplinado, celestial que promove vida (Pv 10.11). Por
isso, é próprio do sábio tolerar as difamações e perdoar o que lhe fazem mal
(Pv. 10.12), mas o falto de entendimento não perdoa, muito pelo contrário, se
inflama e produz palavras torpes, que incendeiam o ambiente e levam à confusão
(Pv 10.13.14).
- Jesus disse que a boca fala do que o coração
está cheio. A língua reflete o coração. Ela externaliza o que é interno. Põe
para fora o que está por dentro. A língua nos coloca pelo avesso, mostra nossas
entranhas e escancara os segredos do nosso coração. A língua pode ser remédio
ou veneno; pode dar vida ou matar; pode construir pontes ou cavar abismos. Pode
ser fonte de vida ou armadilha de morte. O sábio Salomão diz que a boca do
justo é manancial de vida. O justo fala a verdade em amor. Sua palavra é boa e
traz edificação. E oportuna e transmite graça aos que ouvem. D a boca do justo
jorram aos borbotões louvores a Deus e encorajamento ao próximo. A boca do
justo é como uma árvore frutífera que alimenta e deleita. É como um manancial
cujo fluxo leva vida por onde passa. Porém, na boca dos perversos mora a
violência. N a boca dos perversos, há blasfêmias contra Deus e insultos contra
o próximo. A língua dos perversos semeia contendas, promove intrigas, instiga
inimizades e produz morte. A língua dos perversos é um poço de impureza, um
esgoto nauseabundo de sujidades e um campo minado de violência. Devemos pedir a
Deus um novo coração, para que nossos lábios sejam um manancial de vida, e não
uma armadilha de morte.
2. O que os lábios
falam e o coração busca? O capítulo 15 de Provérbios, especificamente dos
versículos 1 a 20, mostra como é a língua do sábio. Em primeiro lugar, a
palavra branda proveniente dos lábios do sábio desviará o furor (v.1). Essa
palavra revela um espírito humilde, mais terno, por isso a linguagem do sábio
sempre é adornada de sabedoria, ponderação e bom senso, enquanto a língua do
tolo é cheia de ira e insensatez (v.2). Dessa forma os olhos do Senhor
contemplam tanto os maus e bons, principalmente a forma como usamos a linguagem
(v.3). Então, sabedores de que Deus os contempla, os sábios derramam o
conhecimento por meio da linguagem, pois o seu coração busca sinceramente a
sabedoria; e diferentemente do sábio, o tolo derrama tolices, tortuosidades por
meio de sua linguagem, pois seu coração é completamente indiferente à busca do
que faz bem à alma e eleva o pensamento (vv.7.14).
- O nosso maior problema não é com nossas
ações, mas com nossas reações. Podemos conviver em paz com uma pessoa a vida
toda, desde que ela nos respeite. Porém, quando essa pessoa nos provoca com uma
pergunta insolente, perdemos o controle e a compostura e tendemos a dar uma
resposta à altura. E por isso que o sábio nos mostra que não é a palavra branda
que desvia o furor, mas a resposta branda. Isso é mais do que ação; é reação.
Mesmo diante de uma ação provocante, a pessoa tem uma reação branda. E como
colocar água na fervura e acalmar os ânimos. Em outras palavras, Provérbios —
Manual de sabedoria para a vida é ter uma reação transcendental. O oposto disso
é a palavra dura e deselegante. Essa palavra, em vez de jogar água na fervura,
coloca mais lenha na fogueira. Em vez de abrandar o coração, provoca ira. A escolha
é nossa: podemos ser pacificadores ou provocadores de contendas. Podemos
dominar nossas ações e reações ou ferir as pessoas com nossa língua e nossas
atitudes. Neste mundo em ebulição, o caminho mais sensato é jogar água na
fervura. Diante das tensões da vida e da complexidade dos relacionamentos, o
melhor caminho é ter palavras doces e respostas brandas.
3. É possível
controlar a língua. Provérbios 17.27.28 nos mostra o valor de uma fala ponderada,
disciplinada e cuidadosa. Saber calar, principalmente no presente século, é uma
das disciplinas mais importantes para quem busca desenvolver um espírito manso,
suave e pacífico (Mt 5.9). Por isso, o sábio expressa o seguinte: “retém as
suas palavras” (v.27). Assim, faz parte da linguagem de uma pessoa de bom
entendimento fazer uso da língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois
isso está relacionado com um espírito precioso (v.27). E a prática de calar é
tão “poderosa” que até o tolo sai por sábio se assim o fizer (v.28). Saber usar
a linguagem de maneira adequada é um ato de sabedoria (Tg 3.3-5).
- Quem controla sua língua domina todo o seu
corpo. Quem domina seus próprios impulsos é mais forte do que quem conquista
uma cidade. Dominar a si mesmo é tarefa mais árdua do que dominar os outros.
Quem fala sem refletir revela estultícia. Quem fala muito erra muito, mas até o
tolo, quando se cala, é tido por sábio. Quem retém suas palavras possui o
conhecimento, mas quem tem língua solta tropeça em suas próprias palavras. Se o
silêncio é a voz eloquente do conhecimento, o espírito sereno é a bandeira
desfraldada da inteligência. Um indivíduo destemperado emocionalmente pode até
ser um poço de cultura, mas sempre será tido como estulto. Pode até ter razão,
mas sempre perderá sua causa. Uma pessoa que fuzila os outros com palavras venenosas
e os agride com ações violentas demonstra sua falta de inteligência. Nessa
sociedade tão sobrecarregada, em que as pessoas vivem com os nervos à flor da
pele, estressadas com o trânsito congestionado e com as filas imensas nos
bancos, o domínio próprio está se tornando uma virtude em extinção. Precisamos
vigiar a porta dos nossos lábios e acalmar o ímpeto do nosso espírito para não
sermos taxados de ignorantes e insensatos.
PENSE! O modo de falar do sábio é ponderado, disciplinado e educado.
PONTO IMPORTANTE! O modo de falar do tolo é incendiário, destrutivo e
espalhafatoso.
SUBSÍDIO 1
Professor(a), explique aos alunos que Salomão tinha muito a dizer a
respeito do que dizemos. Na verdade, língua, boca, lábios e palavras aparecem
aproximadamente 150 vezes no livro de Provérbios. Em média, uma referência à
fala aparece cinco vezes em cada um dos trinta e um capítulos. Isso me parece
um assunto mencionado que frequentemente exige uma atenção adicional no exame
do livro de Provérbios. Você pode reconhecer que esta é uma cópia contrastiva:
ela menciona “os sábios em contraste com os “tolos”. Curiosamente, os dois
tipos de pessoas se revelam aos outros pela maneira como usam suas línguas.
Você e eu percebemos, naturalmente, que o problema não está na boca, mas no
coração da pessoa, lá no fundo de nós. Jesus ensinou, “o homem bom do bom
tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu
coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca” (Lc
6.45). Da mesma maneira como um balde extrai água de um poço, também a língua
mergulha e extrai o que quer que esteja enchendo o coração. Se a fonte está
limpa, isso é o que a língua transmite. Se está contaminada, a língua evidenciará
isso.”
(Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013. p. 83.)
II. A LINGUAGEM DE
UMA PESSOA TOLA
1. O que a
linguagem revela? Os textos que meditamos (Pv 10; 15; 17) no tópico anterior fazem um
claro contraste entre a linguagem do sábio e a do tolo. A Palavra de Deus nos
mostra que a linguagem que expressamos revela o que se encontra dentro, no
interior, isto é, revela o que estamos pensando, sentindo e desejando (Mc
7.20-23). Esse fato pode ser constatado na discussão a respeito das funções de
uma língua em que “a comunicação do pensamento” se revela como uma função
básica. Logo, quando uma pessoa é insensata, ela se revela por meio da
linguagem, quer nas manifestações verbais quer nas não verbais.
- Quem controla sua língua domina todo o seu
corpo. Quem domina seus próprios impulsos é mais forte do que quem conquista
uma cidade. Dominar a si mesmo é tarefa mais árdua do que dominar os outros.
Quem fala sem refletir revela estultícia. Quem fala muito erra muito, mas até o
tolo, quando se cala, é tido por sábio. Quem retém suas palavras possui o
conhecimento, mas quem tem língua solta tropeça em suas próprias palavras. Se o
silêncio é a voz eloquente do conhecimento, o espírito sereno é a bandeira
desfraldada da inteligência. Um indivíduo destemperado emocionalmente pode até
ser um poço de cultura, mas sempre será tido como estulto. Pode até ter razão,
mas sempre perderá sua causa. Uma pessoa que fuzila os outros com palavras venenosas
e os agride com ações violentas demonstra sua falta de inteligência. Nessa
sociedade tão sobrecarregada, em que as pessoas vivem com os nervos à flor da
pele, estressadas com o trânsito congestionado e com as filas imensas nos
bancos, o domínio próprio está se tornando uma virtude em extinção. Precisamos
vigiar a porta dos nossos lábios e acalmar o ímpeto do nosso espírito para não
sermos taxados de ignorantes e insensatos.
2. A língua do
tolo. Os textos que estudamos revelam a linguagem do tolo como palavras que
no lugar de construir, destroem; no lugar de estimular a mansidão, estimula a
ira; no lugar de trazer a paz, produz violência; no lugar de estimular a
prudência e a sensatez, estimula a insensatez e uma ação desgovernada. Por
isso, na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha mortal“,
ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8). Ora, a língua tem uma
capacidade imensa de causar mal às pessoas. Por isso, cabe aos que buscam a
sabedoria do alto terem plena consciência do mal que se pode causar aos outros
por meio do mau uso da fala.
- A língua pode ser usada para grandes
coisas, por outro lado, o mal uso da língua é comparado com o fogo e o veneno
que podem destruir tudo. Tiago apresenta isso de forma severa. Assim como uma
pequena faísca que não dura uma fração de segundo, assim é uma pequena palavra
mal empregada para causar uma grande discussão. Muitas de nossas brigas e
divisões surgem de problemas de comunicação, que não são inocentes, são fruto
de corações que não levam a Deus em consideração na hora de responder a uma
injustiça ou ofensa. Essa pequena língua pode, quando não submissa à sabedoria
de Deus, destruir amizades, casamentos, igrejas e civilizações. Foi por meio da
fala da serpente que nossos primeiros pais caíram, Deus não nos fez para falarmos
como a serpente que tem uma língua dividida, enganosa, mas com uma língua
inteiriça para que nossas palavras fossem integras assim como o caráter dele.
Porém por conta do pecado rejeitamos a Sabedoria do Alto e vivemos pela
terrena, carnal e demoníaca (Tg 3.15). Enquanto não levarmos o uso de nossas
palavras à sério, como parte de nossa devoção e santificação continuaremos
desagradando a Deus e promovendo o fogo e o veneno no mundo, e se não houver
arrependimento, essa língua irá conosco para o inferno (Tg 3.6).
3. O que acontece
quando nos comunicamos insensatamente? Quando comunicamos algo, nos
dirigimos a alguém ou comunicamos a respeito de alguém. Isso significa que o
outro está diante de nossa fala. Comunicamos para alguém que está diante de
nós. Por isso que o nosso Senhor disse que quem chamasse um irmão de “louco”,
como um ato proveniente da cólera ou da ira, seria preso no juízo (Mt 5.22).
Isso porque, por meio da palavra, podemos entristecer ou ferir a outra pessoa;
por meio da palavra, podemos criar um ambiente pesado, obscuro e intragável:
por meio da palavra, pessoas podem adoecer, fragilizar-se. Entretanto, por meio
da palavra tudo isso pode ocorrer de maneira oposta, começando por viver em
seriedade o que o apóstolo Paulo aconselha em sua carta: “A vossa palavra seja
sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder
a cada um” (Cl 4.6).
- A comunicação é completa quando o outro
compreende. O problema é que não sabemos como o ouvinte está recebendo aquilo
que é dito. Também é importante notar que, se sua boca tem sido um vulcão do
qual só sai fogo e enxofre (veneno) você provavelmente não experimentou a
salvação. Porque Jesus nos ensinou que a boca fala do que está cheio o coração.
Se é só isso que sai de você é só isso que você tem e é. Se sua boca ainda que
imperfeita tem sido como um freio, manancial, uma arvore frutífera ou um leme
você provavelmente2 é cristão, se apesar de suas imperfeições você tem buscado
estar aos pés de Jesus e receber dele a sabedoria, amor, consolo, repreensão, o
Espírito Santo, o arrependimento, então é isso que você terá para entregar aos
outros, é isso que você é, um instrumento dele, uma fonte que pertence a ele. A
solução para nossa língua ser transformada não é amarrar uma fitinha no pulso
para não falar mais palavrão, não é ficar em silencio, mas encher nosso coração
de Deus, pois quando somos cheios dele é dele que nossa boca falará, é o
perfume dele que os outros sentirão.
PENSE! O que o tolo expressa em palavras?
PONTO IMPORTANTE! O tolo expressa em palavras o que domina o seu
pensamento, sentimentos e desejos.
SUBSÍDIO 2
“A verborragia é o costume de falar demais, dizendo pouco. As pessoas
que são verborrágicas normalmente se sentem impelidas a comentar sobre toda e
qualquer coisa, seja porque temem o silêncio ou porque crêem sinceramente, que
uma conversa sem sentido é melhor que nenhuma. Assim, essas pessoas enchem o
abençoado silêncio com conversas vazias. Interrompem sem hesitação. Falam
primeiro e pensam depois… se é que pensam! E. com tudo o que falam, não ouvem.
Há alguns anos, descobri que é praticamente impossível aprender alguma coisa
enquanto estou falando. Isso, sem dúvida, é verdade, para qualquer pessoa.
Assim, em vez de encher um vazio conversacional com uma tagarelice
desnecessária, use o tempo que você tiver com os outros para ouvir bem, para
entender mais a respeito deles. Faça perguntas que peçam respostas abertas, até
encontrar um tema que os motive. Muito frequentemente, a conversa terá uma
reviravolta significativa quando as pessoas descreverem o seu campo de
interesse e explicarem por que o consideram emocionante e estimulante. À medida
que permitirem a sua entrada no mundo delas, você terá a oportunidade de
aprender e adquirir conhecimento de algum campo do conhecimento e experiência
dessa pessoa. Depois de algum tempo, não terá meramente conversado: você terá
se conectado. Esperamos que o exame que estamos fazendo a respeito da língua
encoraje você a exercer mais controle sobre esse poderoso músculo de sua boca.”
(Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD,
2013. p. 83.)
III. PROTEGENDO A
LINGUAGEM DE UMA PESSOA SÁBIA
1. A fala do sábio. A nossa sociedade
é marcada por pessoas que falam de maneira descompromissada. Falam uma coisa e
fazem outra. Pensam uma coisa e sentem outra; ou seja, estão completamente
desajustadas, desorganizadas. Uma das características da sabedoria cristã que
encontramos nos capítulos de Provérbios em estudo é que a fala do cristão deve
ser plenamente coerente com o que pensa e faz (Pv 10.11; 15.4; 17.27). Nosso
Senhor era assim, pois o que ensinava poderia ser constatado em sua ação (Mt
7.29). Assim, o que dá autoridade a uma pessoa sábia não é apenas o seu
discurso, mas se a ação está em pleno acordo com o que diz. É a Palavra
virtuosa, conjugada com uma ação virtuosa, que fará do crente uma pessoa sábia.
O jovem sábio será testado e provado nas suas ações com o que diz (Tg 2.18).
- As pessoas estão divididas em dois grandes
grupos. Não entre ricos e pobres, brancos e negros, doutores e analfabetos,
religiosos e céticos. Mas entre perversos e justos, entre sábios e
escarnecedores. O sábio é humilde para acolher uma exortação e reconhecer seus
erros. O sábio não estadeia justiça própria; ao contrário, anseia ardentemente
crescer em graça e sabedoria. Quanto mais você ensina ao sábio, mais sabedoria
ele adquire, mais prudente ele se torna e mais amor ele demonstra. Ensinar ao
justo é o mesmo que semear em boa terra. A vida do justo é um campo fértil, no
qual brota a semente da verdade e crescem os frutos da justiça.
2. A relação entre
falar e ouvir no sábio. Em Tiago está escrito: “Sabeis isto, meus amados
irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para
se irar” (Tg 1.19). Uma das características de uma pessoa sábia é saber ouvir.
Esse ouvir não se trata de uma escuta passiva, apenas por “educação”, mas uma
escuta ativa, presente e consciente. Antes de falar, precisamos ouvir para
interpretar corretamente o que nos estão comunicando. Numa época de distração
como a nossa, muitos falam sem ouvir. Quando falamos sem ouvir, há ruídos na
comunicação. Assim, corremos o risco de ser interpretados de maneira
equivocada. Os desentendimentos nascem da má vontade de muitos ouvirem para
compreenderem. É preciso humildade para isso. Dessa forma, a pessoa sábia está
sempre pronta para ouvir e entender, é só falar depois de ter plena certeza de
que entendeu. Ouvir e falar é um movimento indispensável para a boa
comunicação.
- Quem fala muito, erra muito. Até o tolo
quando se cala é tido por sábio. A Palavra de Deus é categórica: Todo homem
seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tg 1.19).
Pessoas que falam para depois pensar, que falam sem refletir e que falam mais
do que o necessário muito transgridem. Devemos falar a verdade em amor. A verdade
é o conteúdo, e o amor é a forma. A verdade sem o amor agride; o amor sem a
verdade engana. Só devemos falar o que é bom e oportuno. Só devemos abrir a
boca se for para transmitir graça aos que ouvem. O tolo fala muito e pensa
pouco; fala muito e comunica pouco; fala muito e acerta pouco. O prudente,
porém, modera os lábios e amplia sua influência. Fala pouco e reflete muito;
fala pouco e comunica muito; fala pouco e abençoa muito. Devemos ser cautelosos
em nossa fala, pois a vida e a morte estão no poder da língua. Podemos dar vida
ou matar um relacionamento dependendo de como nos comunicamos. A comunicação é
o oxigênio que nutre nossos relacionamentos. Nossa língua, portanto, precisa
ser fonte de vida, e não cova de morte; precisa ser medicina, e não veneno;
precisa ser bálsamo que consola, e não fogo que destrói.
3. A fala e o agir
do sábio. É possível que nosso discurso esteja correto, seja santo, justo e bem,
mas isso não basta. Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é
preciso vivê-lo (Mt 23.1-3). Aqui, está o nosso grande desafio para agir de
maneira sábia: Dizer o que é santo, justo e bom e, ao mesmo tempo, praticar o
que é santo, justo e bom. Nessa perspectiva, somos chamados pela Palavra de
Deus para apresentar uma fala que glorifique o Senhor, e que seja plenamente
coerente com o que cremos e fazemos. Portanto, cuidemos de falar agradavelmente
(Cl 4.6), com mansidão e temperança (1 Pe 3.15), de maneira que nossas ações revelam
a nossa temperança, agradabilidade e mansidão em Cristo.
- Prata
escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale muito pouco
(Pv 10.20). As palavras de um justo são mais preciosas do que os metais mais
nobres. A língua do justo é prata escolhida: tem beleza e valor. Quando o justo
fala, as pessoas são edificadas, consoladas e encorajadas. Quando o justo abre
a boca, uma torrente de sabedoria jorra de seus lábios. Suas palavras são
medicina para o corpo e bálsamo para a alma. A língua do justo é como a luz que
aponta a direção, é como o sal que dá sabor, é como o perfume que inebria todos
com sua fragrância. Quem ouve o justo não anda em trevas, mas na luz; não
caminha por trilhas incertas, mas segue por caminho seguro; não cruza os
desertos tórridos e inóspitos, mas atravessa os campos férteis da prosperidade.
Quem acolhe as palavras do justo segue o caminho perfeito de Deus e é
sustentado pelo braço onipotente de Deus, até chegar à cidade de Deus, para
reinar com o Filho de Deus. Se a língua do justo tem palavras tão belas e
preciosas, o coração do perverso, do qual fluem suas próprias palavras, vale
muito pouco, pois é poço de perdição, laboratório de engano, usina de mentiras,
território no qual domina a maldade. E tempo de avaliarmos o valor das nossas
palavras.
PENSE! Que as nossas palavras sejam sempre temperadas com sal!
PONTO IMPORTANTE! Que as nossas palavras revelam um caráter agradável,
manso e temperado.
SUBSIDIO 3
“Como declara Tiago 3.2: ‘Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se
alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também
refrear todo o corpo’. Em outras palavras, uma língua controlada é a marca da
maturidade. Diante disso, são poucos os que podem ser verdadeiramente chamados
de ‘maduros’ e sábios. Aprender como usar as palavras de maneira construtiva,
em vez de permitir que a nossa língua crie o caos em nossas comunidades e
relacionamentos, é um desafio contínuo. Felizmente, a língua pode se tornar um
maravilhoso instrumento de graça, paz, amor e gentileza. Vamos nos concentrar
no uso positivo das palavras, permitindo que os ditados de Salomão acrescentem
um pouco de azeite à engrenagem diária de uma língua descontrolada.”
(Adaptado de SWINDOLL. Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013. p. 83.)
PROFESSOR(A), “mesmo o propósito da salvação trazida por Jesus inclui a
santificação daqueles que são salvos pelo evangelho. Jesus não somente se
santificou para exercer seu ministério neste mundo, mas igualmente nos mostrou
o roteiro pelo qual a santificação ocorreria nas nossas vidas: por meio da sua
Palavra e pela presença do Espírito Santo em nós” (COELHO, Alexandre. O Padrão
Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas
Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024).
CONCLUSÃO
Na lição desta semana, estudaremos a respeito da proteção à boca. Vimos
que a boca fala do que o coração está cheio. Os que se mostram tolos, sua
linguagem também se apresenta ao público de maneira insensata, desgovernada e
insensível. Os que buscam a sabedoria do alto, devem ter o cuidado com a sua
língua, buscando sempre glorificar o Senhor em tudo. A maneira que falamos
revela o que pensamos, sentimos e desejamos.
- Quando Jesus disse: “a boca fala do que está cheio o coração”, Ele quis dizer que
palavras e ações pecaminosas consistentes são indicativas de um coração
pecaminoso. Em vez de sempre dar às pessoas “o benefício da dúvida”, faríamos
bem em reconhecer o “fruto” que observamos e responder de acordo. Ser um
“inspetor de frutas” não significa que nos consideramos sem pecado; significa
que somos realistas sobre em quem confiar e quem permitimos que exerça
influência sobre nós e sobre as pessoas pelas quais somos responsáveis. Os lábios do justo apascentam a muitos, mas,
por falta de senso, morrem os tolos (Pv 10.21). Há muitas bombas que têm um
grande poder de destruição. No entanto, a bomba mais poderosa não é a atômica
nem a de hidrogênio, mas a bomba das ideias, e as ideias são veiculadas pela
língua. E tempo de avaliarmos o valor das nossas palavras. Elas são prata ou
escória? São belas e atraentes ou feias e repugnantes? Têm valor como a prata
escolhida ou valem tão pouco quanto o coração do perverso?
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp: 8398730-1186
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HORA DA REVISÃO
1. O que o capítulo
10 de Provérbios traz?
O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo.
2. O que faz parte da
linguagem de uma pessoa de bom entendimento?
Faz parte da linguagem de uma pessoa de bom entendimento fazer uso da
língua no tempo certo, no ambiente adequado, pois isso faz parte de um espírito
precioso (v.27).
3. Como a língua é
apresentada em Tiago?
Na Carta de Tiago, a língua é apresentada como cheia de “peçonha
mortal”, ou seja, de veneno, malícia e perversidade (Tg 3.8).
4. Segundo a lição,
como a nossa sociedade é marcada?
A nossa sociedade é marcada por pessoas que falam de maneira
descompromissada.
5. Por que não basta
somente um discurso santo, justo e bom?
Nosso Senhor mostrou que não basta fazer o discurso, mas é preciso
vivê-lo (Mt 23.1-3).