Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” (Tg 3.17)
Entenda o Texto Principal:
- sabedoria... lá do alto. Veja v.
1.1. pura,
Refere-se à integridade espiritual e sinceridade moral. Todo cristão genuíno tem
esse tipo de motivação no coração (SI 24.3-4; 5.17; Mt 5.8; Rm 7.22-23; Hb
12.14). pacífica. Significa "amante da paz" ou "promotor
da paz” (cf. Mt 5.9). indulgente. Essa palavra é difícil
de traduzir, mas o significado mais próximo é um traço de caráter de uma pessoa
sensata e meiga. Ê a pessoa que suporta todos os tipos de maltrato e
dificuldade com uma atitude de humildade amável e paciente, sem nenhum
pensamento de ódio ou vingança (cf. Mt 5.10-11). tratável. O termo
original descrevia uma pessoa disposta a ser ensinada, complacente, fácil de
persuadir e que se submete voluntariamente à disciplina militar ou aos padrões
morais e legais. Para os cristãos, o termo define obediência aos padrões de
Deus (cf. Mt 5.3-5). Plena de misericórdia. O dom de mostrar interesse por
aqueles que sofrem dor e passam por dificuldades, como também a capacidade de
perdoar rapidamente (cf. Mt 5.7; Rm 12,8). imparcial. O termo grego ocorre somente
aqui no NT e indica uma pessoa coerente e decidida que mantém seus compromissos
e suas convicções e não faz distinções injustas.
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RESUMO
DA LIÇÃO
Uma vida de sabedoria tem a
moderação como antídoto contra uma vida insensata.
Entenda o Resumo da Lição:
- A moderação evita extremos, exercita a contenção e está
relacionada ao autocontrole. A moderação é uma coisa boa, mas viver uma vida de
moderação é um desafio. Grande parte da cultura ocidental, especificamente,
está saturada de excesso. A Bíblia nos ensina que o excesso não funciona tão
bem e nos ajuda a entender como e por que devemos viver com moderação.
TEXTO
BÍBLICO
Provérbios 9.1-6, 13-18
1. A sabedoria
já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas.
- sete colunas. O significado do
número sete é de transmitir a suficiência dessa casa em termos de tamanho e
capacidade para um banquete.
2. Já
sacrificou as suas vítimas, misturou o seu vinho e já preparou a sua mesa.
- misturou o seu vinho. Ct 23.29-30. O
vinho era diluído com água na proporção de 1 para 8, a fim de reduzir seu poder
de embriague. Ele também era misturado com especiarias para lhe dar sabor (Ct
8.2). O vinho sem diluição era chamado de bebida forte (cf. 20.1; 31.6; Lv
10.9; Is 28.7; Lc 1.15).
3. Já deu
ordens às suas criadas, já anda convidando desde as alturas da cidade, dizendo.
- O chamado da sabedoria não é secreto, mas público. Veja 1.21.
4. Quem é
simples volte-se para aqui. Aos faltos de entendimento diz.
- Compare com Provérbios 9:16; Provérbios 1:22; Provérbios
6:32; Provérbios 8:5; Salmo 19:7; Salmo 119:130; Mateus 11:25; Tiago 1:14,15; Apocalipse
3:17,18.
5. Vinde, comei
do meu pão e bebei do vinho que tenho misturado.
- Vinde, comei... bebei. Cf. o chamado
de Deus para o banquete (Is 55.1 -3; Lc 14.16-24; Ap 22.17).
6. Deixai os
insensatos, e vivei, e andai pelo caminho do entendimento.
- Abandonem a tolice e vivam (Waltke,
NVI, A21, NVT) – ou então, Abandonem o tolo e vivam (NAA, BKJ, ACF). Compare
com 25-27Provérbios 23:2728Provérbios 4:1415; Provérbios 13:20; Salmo 26:4-6;
Salmo 45:10; Salmo 119:115; Atos 2:40; 2Coríntios 6:17; Apocalipse 18:4. andem
pelo caminho do entendimento (compare com Provérbios 4:11; Provérbios
10:17; Mateus 13:1112Mateus 7:1314; Lucas 13:24).
13. A mulher
louca é alvoroçadora: é néscia e não sabe coisa alguma.
- A festa da loucura é descrita como se fosse oferecida pela
mulher-loucura. Observe o contraste feito com a Sabedoria nos vs. 1-6, e as
semelhanças com a mulher adúltera, em 7.6-23.
14. E assenta-se
à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade.
- se assenta…numa cadeira – ou seja,
num lugar de honra (Waltke). no lugar mais alto da cidade
(compare com Provérbios 9:3).
15. Para chamar
os que passam e seguem direito o seu caminho.
- Compare com 25-27; 25-27Provérbios 23:27-28.
16. Quem é
simples, volte-se para aqui. E aos faltos de entendimento diz.
- Compare com Provérbios 9:4. A mulher tola tem sua casa,
mas não é um lugar majestoso com sete colunas, como a casa da Sabedoria.
Nenhuma criada é enviada para fazer os convites, mas ela mesma se senta à
porta, sua posição tão proeminente quanto a da Sabedoria, falsificando sua voz,
fazendo a mesma oferta para o mesmo grupo de pessoas, os ingênuos. [Barnes,
1870].
17. As águas
roubadas são doces, e o pão comido às ocultas e suave.
- As vezes, os prazeres proibidos parecem mais doces e mais
agradáveis por causa de seu risco e perigo.
18. Mas não
sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do
inferno.
- inferno. Veja 1:12. Como a adúltera,
as palavras lisonjeiras da loucura conduzem à morte (veja 2.18-19; 5.5 7.21-23,26-27).
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar o capítulo 9
que apresenta duas senhoras: a primeira, a sabedoria; a segunda, a loucura. A
qual delas daremos ouvidos?
- A Sabedoria prepara uma grande festa! Os convidados devem
deixar a companhia dos insensatos para entrar na sala do banquete. Os
convidados são convocados a andar pelo caminho do entendimento. O capítulo 9
nos informa que as pessoas estão divididas em dois grandes grupos. Não entre
ricos e pobres, brancos e negros, doutores e analfabetos, religiosos e céticos.
Mas entre perversos e justos, entre sábios e escarnecedores.
Vamos
ao conteúdo? Boa leitura!
I. DUAS SENHORAS: DONA SABEDORIA E DONA
LOUCURA
1. O capítulo 9. Esse
capítulo de Provérbios é a conclusão da primeira seção do livro (Caps. 1 a 9)
que se caracteriza pela apologia da sabedoria. Nestes nove primeiros capítulos
o sábio deseja mostrar o quanto a sabedoria é boa, verdadeira e bela quando
compreendida e aplicada à vida do jovem que dela se alimenta (Pv 9.1). Assim, o
capítulo 9 está dividido em três seções: o convite da senhora sabedoria (vv.1-
6); o interlúdio entre os dois convites (vv.7-12) e o convite da senhora
loucura (vv.13-18). Nesta lição, nos deteremos nas seguintes seções: versículos
1-6 e versículos 13-18.
- Este capítulo que conclui a primeira seção de Provérbios
apresenta as opções da vida nos dois convites contrastantes da sabedoria (v. 1-6)
e da loucura (v. 13-18). Ambas são apresentadas como duas anfitriãs que
oferecem as suas respectivas festas a todos. Os seus convites estão separados
por um interlúdio interessante (v. 7-12). Alguns estudiosos acreditam que esse
interlúdio pertence à seção seguinte de Provérbios e foi colocado aqui por
engano. Moffatt coloca esse trecho no final do capítulo. Kidner, no entanto,
considera a inclusão dele aqui muito significativa. Ele diz: "A sua
posição permite que o capítulo (a seção do livro) culmine com um clímax
arrasador; o seu conteúdo corrige a impressão segundo a qual os homens são
salvos ou se perdem meramente por meio de uma decisão isolada e impulsiva.
Vê-se aqui que a escolha amadurece e se transforma em caráter e assim em destino".
2. A senhora sabedoria. O
capítulo 9 apresenta a sabedoria como uma senhora que, em primeiro lugar,
edificou a sua casa sobre sete colunas, ou seja, uma casa espaçosa, alicerçada
e confortável para receber os que desejam acolhimento em suas dependências
(v.1). Além disso, ela preparou a mesa com comidas apetitosas e bebidas de
aromas agradáveis (v.2). Dessa forma, ela deu ordens às criadas para convidar
todos os que são simples e faltos de entendimento (vv.3.4). É interessante
destacar aqui, que as “criadas” normalmente são apresentadas como os mestres,
os líderes espirituais e os pais que constituem a relação do jovem. Nesse
contexto, a senhora sabedoria conclama todos os jovens: “vinde, comei e bebei”
da sabedoria (v.5). Quem aceita esse convite, abandona a insensatez e caminha
pela trilha do reto entendimento (v.6).
- Anteriormente vimos a sabedoria personificada como um
pregador profético (1.2033; 8:1-21). Nesta passagem a vemos como uma anfitriã
cortês. Ela construiu uma casa com sete colunas (v. 1). Esta expressão pode
significar simplesmente muitas colunas ou o número de colunas que sustentavam
uma casa grande no Oriente. As interpretações alegóricas da expressão são numerosas.
A sabedoria preparou a sua festa com generosidade. Ela até misturou o seu vinho.
A mistura era o acréscimo de especiarias para tornar o vinho mais saboroso. A
verdadeira festa desse texto é, sem dúvida, uma festa espiritual com o
propósito de ajudar os convidados a tomar a decisão de trilhar o caminho certo
em meio às opções da vida (veja 4:10-19). O convite para a festa é anunciado a
todos — até aos simples e aos faltos de entendimento (v. 4). Edgar Jones diz:
"Os simples são as pessoas não-comprometidas, especialmente jovens que
estão sujeitos a tantas influências e pressões, mas ainda não tomaram decisões
irrevogáveis"." Os faltos de entendimento, literalmente "de
coração", são os que necessitam de força espiritual. A cena antevê a festa
de casamento na parábola de Jesus (Mt 22:2-10). O convite: Vinde, comei [...] e
bebei (5), nos lembra do chamado evangelístico de Isaías 55:1-5 e de João 6.35.
Esta é a hora da decisão. Deixai os insensatos, e vivei (6). Renuncie ao
caminho da loucura e do pecado e escolha o caminho da vida.
3. A senhora loucura. Diferentemente
da senhora sabedoria, a senhora loucura é “alvoroçadora”, isto é, barulhenta e,
ao mesmo, sedutora em estratégias para enlaçar a sua vítima (v.13: 7.11).
Diferentemente da sabedoria, ela é falta de entendimento, não tem bom senso nem
respeito pelas coisas de Deus (v.13). A arma da sua sedução é apresentada de
uma posição de esplendor, pois a senhora loucura se assenta nas alturas da
cidade (v.14). De lá, junto com uma elite formadora de cultura, ela chama os
jovens simples, seduzindo-os, da seguinte forma: “As águas roubadas são doces,
e o pão comido às ocultas é suave” (Pv 9.17). Esse convite não lembra as falas
da Serpente a Eva (Gn 3.4.5)? O capítulo encerra de maneira dramática, dizendo
que onde a senhora loucura está também se encontram os mortos, nas profundezas
do Inferno (v.13). Essa seção, então, mostra que é melhor escolher o caminho de
vida que o caminho da morte.
- Em contraste com o convite para o banquete da vida, temos
agora o convite para a festa da loucura. A mulher louca é alvoroçadora (13;
"barulhenta e sedutora", Moffatt). Ela não sabe coisa alguma, ou
"não tem senso de vergonha" (Moffatt) nos seus esforços de seduzir
os homens. Ela não tem respeito por valores eternos. O seu convite tem sido
comparado ao apelo da serpente no Éden (Gn 3.4). Na expressão águas roubadas
são doces (17; cf. 20.17; Is 5.20), Rylaarsdam vê "um convite ao adultério
(veja 5.15), embora este pecado particular seja simbólico de todo o mal e, de
maneira mais direta, do convite satânico que está em todo lugar desafiando o
chamado de Deus na sabedoria"." Os loucos ou pecadores parecem ter
prazer na vida (17), mas o resultado do seu caminho é morte (18). Dessa forma,
esta seção de Provérbios conclui com um apelo dramático, lembrando-nos de que a
única escolha satisfatória e completamente adequada é escolher o caminho de
Deus. A alternativa é frustrante no final — sempre o caminho da morte.
SUBSÍDIO 1
Professor (a), explique
aos alunos que o capítulo 9 de Provérbios conclui a primeira seção do livro e
apresenta as opções da vida nos dois convites contrastantes da sabedoria (1-6)
e da loucura (13-18). Ambas são apresentadas como duas anfitriãs que oferecem
as suas respectivas festas a todos. Os seus convites estão separados por um
interlúdio interessante (7-12). Alguns estudiosos acreditam que esse interlúdio
pertence à seção seguinte de Provérbios e foi colocado aqui por engano. No
entanto, outros consideram a inclusão dele aqui muito significativa, pois a sua
posição permite que o capítulo (a seção do livro) culmine com um clímax
arrasador (v. 18); seu conteúdo corrige a impressão segundo a qual os homens
são salvos ou se perdem meramente por meio de uma decisão isolada e impulsiva.
Vé-se aqui que a escolha amadurece e se transforma em caráter. (Adaptado de
Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de Janeiro: CPAD. 2005, p. 379.)
II. A SABEDORIA COMO ANTÍDOTO CONTRA A
INSENSATEZ
1. A sabedoria apela para a mente. O
convite da sabedoria em Provérbios 9 pode ser correlacionado com o que o
apóstolo Paulo escreveu em Filipenses: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há algum louvor, nisso pensai” (Fp
4.8). Sim, atender de maneira prática aos apelos da sabedoria divina passa,
como vimos em lições anteriores, pela faculdade do pensamento dominada pela
Palavra de Deus, com as coisas do alto. Assim sendo, o convite da sabedoria é
usar de maneira proposital a faculdade intelectual, de maneira que “levemos
cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2 Co 10.5 – NAA).
- Nos versículos 7-9, o autor trata do problema de lidar com
aqueles que rejeitam o caminho da sabedoria, isto é, o caminho de Deus. Só
porque alguém corre o risco de tomar afronta para si (7; "abuso",
RSV), não está livre da obrigação de repreender o seu próximo por causa das
transgressões deste. Este texto reconhece de forma realista as reações dos
maus. O sábio, no entanto, aprecia a correção (9). Os que temem o Senhor são
ensináveis (10). O conceito da responsabilidade individual é sublinhado no
versículo 12. Kidner comenta: "Talvez essa seja a expressão mais forte de
individualismo na Bíblia". Expressões semelhantes dessa verdade podem ser
encontradas em Deuteronômio 24.16; Jeremias 31.30; Ezequiel 18.4. O caráter é o
resultado das escolhas pessoais de um homem, e ele precisa assumir
responsabilidade completa por seu destino final. Esta verdade é adequadamente
colocada entre os dois convites deste capítulo. De igual forma, Paulo convida
os cristãos a encher suas mentes com tudo o que é verdadeiro (Fp 4.8). Tudo o
que é verdadeiro se encontra em Deus (2Tm 2.25), em Cristo (Ef20.21), no
Espírito Santo (Jo 16.13) e na Palavra de Deus (Jo 17.17). Respeitável é um termo grego significa "digno de respeito".
Os cristãos devem meditar cm tudo aquilo que é digno de respeito e adoração, ou
seja, o sagrado em oposição ao profano, justo. Diz respeito ao que: é certo. O
cristão tem de pensar em harmonia corri o padrão divino de Deus de santidade,
puro. O que é moralmente limpo e imaculado, amável. O termo grego quer dizer
"agradável" ou "afável". Por inferência, os cristãos devem
concentrar-se no que é bom e agradável, boa fama. O que é altamente respeitado
ou de boa intenção. Refere-se ao que é, em geral, bem conceituado no mundo, como
a bondade, a cortesia e ao respeito pelos outros..
2. A sabedoria apela para o fazer o
bem. Pensando no que é eterno, santo e elevado, do ponto de vista
espiritual, essa realidade celestial, por intermédio do Espírito Santo, afeta
os nossos sentidos, desperta em nós o amor por Deus e, por isso, pelo próximo,
e podemos colocar em prática o que pensamos (Fp 4.8). A sabedoria do alto é um
chamado a fazer de maneira virtuosa o que pensamos. Em todo o momento, o ensino
do Novo Testamento é um chamado a colocar em prática o que pensamos de acordo
com o que aprendemos com Jesus e sua Palavra (Tg 1.22; cf. Mt 7.24.25).
- O apelo final da sabedoria é formulado em forma de um
convite para uma festa, aberta a todos, em termos que lembram a parábola de
Jesus (Lc 14:16-24). No livro de Provérbios, a sabedoria é, com frequência,
personificada como uma dama digna (ver pv 1.20-33; 3.16-18; 4.3-6;
8.1-21,32-36; 9.1-6). Em Pro. 9.1-6, ela aparece como uma construtora e dona de
casa, preparando um banquete para aqueles a quem faltava a sabedoria. Tiago 1.22
nos conclama à pratica da Sabedoria: Tornai-vos...
praticantes. O fato de Tiago chamar os cristãos professos a ser
"praticantes", e não somente a praticar, enfatiza que todos os
aspectos da personalidade do cristão deveriam ser caracterizados dessa maneira
(Mt 7.21-28). Enganando-vos, literalmente é "contar
mal". Essa palavra era usada na matemática para se referir a um erro de
cálculo. Os cristãos professos que se contentam apenas em ouvir a Palavra estão
cometendo um sério erro de cálculo cm sua vida espiritual.
3. A vida cristã é um caminho de
sabedoria. O Novo Testamento nos ensina que a vida
cristã é um caminho de pensar e de fazer o bem. Por isso é um caminho de
sabedoria, mas uma sabedoria que vem do alto (Tg 3.17). Assim sendo, o jovem
cristão não é chamado para viver meramente de acordo com os seus sentidos ou
instintos. Não! O jovem cristão é convidado, por meio de uma vida sob a direção
do Espírito Santo, a ponderar as suas escolhas à luz da Palavra de Deus, de
modo que ele se encontre em fidelidade com Cristo e sua causa. Por isso,
diferentemente de um caminho de insensatez, a vida cristã é um caminho de
sabedoria, moderação e temperança.
- O temor do SENHOR é
o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência. Porque por mim
se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão. Se és sábio,
para ti mesmo o és; se és escarnecedor, tu só o suportarás (Pv 9.10-12).
Temer ao Senhor não é ter medo de Deus, mas demonstrar a ele reverência. A
motivação para um lhe obedecer a seu pai deve ser o respeito e o amor a ele,
mais do que o medo de ser castigado. O temor ao Senhor é a síntese do livro de
Provérbios. Aqui está a gênese da toda a sabedoria e também a sua própria
essência. O temor ao Senhor é o grande freio moral que nos protege das
propostas sedutoras do enriquecimento ilícito e nos blinda da sedução perigosa
das aventuras sexuais. O temor ao Senhor nos afasta dos caminhos escorregadios
e firma os nossos passos nas veredas da justiça. O temor ao Senhor nos desvia
de companhias erradas e de lugares errados. Temer a Deus é conhecê-lo,
honrá-lo, obedecer-lhe. Temer a Deus é colocar os pés na estrada da santidade e
beber das torrentes da felicidade. Quando tememos a Deus, nossos dias são dilatados
na terra e somos poupados de muitas aflições.
SUBSÍDIO 2
Professor (a), converse
com os alunos explicando que o capítulo 9 de Provérbios nos mostra que é melhor
escolher o caminho de vida que o caminho da morte. Diga que todo o Livro de
Deus é como um sinal de advertência à porta de uma caverna escura e profunda,
chamada “Imoralidade”. Muitos entram nela, mas ninguém sai de lá incólume. Assim,
em letras grandes e vermelhas, as Escrituras advertem: “Perigo! Não entre!” Por
todas as gerações, no entanto, esses avisos antigos foram ignorados com grande
custo pelas as pessoas que sofreram as terríveis consequências da tolice.
Enfatize que atender de maneira prática aos apelos da sabedoria divina passa
pela faculdade do pensamento dominado pela Palavra de Deus. Assim sendo, o
convite da sabedoria é usar de maneira proposital a faculdade intelectual, de
maneira que levamos cativo todo pensamento à obediência a Cristo (2 Co 10.5 –
NAA).” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013, p. 26.)
III. A LOUCURA COMO COMPORTAMENTO
DESVAIRADO
1. A senhora loucura apela aos
sentidos. Diferentemente da senhora sabedoria, a
senhora loucura apela para uma vida baseada apenas nos sentidos, nos instintos
mais baixos do ser humano. Podemos perceber isso nos escritos de Tiago, em que
ele descreve a loucura, ou melhor, a insensatez como “sabedoria terrena, animal
e diabólica” (Tg 3.15). Terrena e animal são expressões que revelam a agitação
dos sentidos. Por isso, quem tem um estilo de vida baseado apenas no que sente,
buscará a felicidade puramente por meio dos sentidos que expressam o prazer.
Viver a vida levando em conta apenas os sentidos, do ponto de vista bíblico, é
viver de maneira louca, alvoroçadora e insensata (Pv 9.13).
- A mulher adúltera e a loucura têm a mesma face. Vestem-se
com a mesma desonra. Habitam debaixo do mesmo teto e dormem na mesma cama. A loucura
também é personificada como uma meretriz. Desavergonhadamente, ela convida os
simples para sua festa. Ela torna seu convite tão geralmente conhecido como faz
a Sabedoria (compare vers. 14-15 com os vers. 3-4). Mas, enquanto que a
Sabedoria oferece um verdadeiro banquete, preparado por ela mesma (5), a
Loucura oferece uma pobre refeição, furtada, ilícita e clandestina (17), e seus
hóspedes se encaminham para sua morte (18). A mulher louca (13); literalmente,
"uma mulher de desatino". Em lugar de simples, ler
"simplicidade". O desatino é a própria simplicidade em sua pior
forma, sem qualquer senso moral. Quanto a não sabe cousa alguma (13) parece
melhor seguir o prof. D. Winton Thomas (Journal of Theological Studies New
Series, vol. 4, 1953, pág. 23 e segs.) e traduzir "e está sempre
desassossegada". Ver 5.6. No vers. 18, inferno é, seol, ou
"sepultura". Podemos notar que os convites, tanto da Sabedoria como
da Loucura, são dirigidos aos simples e ignorantes (Pv 4.16). Os sábios, embora
possam ainda crescer em Sabedoria (8-9), e os escarnecedores (7) não necessitam
de convite.
2. Comportamento pecaminoso x moderação
cristã. Viver um estilo de vida baseado nos instintos, na maioria
das vezes pode até ser hipnotizante. Na verdade, o comportamento pecaminoso
parece mais convidativo e agradável do que o estilo de vida cristão. O problema
é que, enquanto se vive desavisadamente por meio dos sentidos, em busca do
prazer, a pessoa não desenvolve a consciência dos danos que vão se avolumando
ao longo do tempo. A ilusão de que é mais fácil viver pecaminosamente, logo
será desfeita quando “desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa. e caiu, e foi grande a sua queda” (Mt 7.27: cf. Pv 9.18).
- A mulher sedutora posta-se em frente à sua casa, fazendo
dessa Geografia uma armadilha de morte para quem passa. Ela convida os incautos
a entrar. Ela convida os faltos de entendimento a comer e beber em sua mesa. Ela
faz apologia do pecado e exalta o adultério. Diz que as águas roubadas são doces
e que o pão comido às ocultas é agradável. Oh, mentira perversa! Oh, engano
fatal! Aquilo que é roubado na calada da noite vem à tona em plena luz do dia.
O pão que se come às ocultas torna-se escândalo público. Cair na lábia da
mulher apaixonada pelo pecado é cair numa cova de morte. Atender ao convite
dessa mulher é rumar para as profundezas do inferno. O adultério é uma
tragédia. Somente os loucos, que querem se destruir, entram por esse caminho. O
adultério pode parecer prazeroso. As aventuras sexuais podem parecer uma
conquista desta sociedade permissiva. Porém, esse é um caminho de morte. É um
atalho rápido para as profundezas do inferno. Os adúlteros não herdarão o reino
de Deus. Somente os puros de coração verão Deus, pois sem santicação ninguém
verá o Senhor.
3. A vida moderada é proteção para a
alma. O livro de Provérbios faz um apelo, tal qual o mesmo que
nosso Senhor fez no Sermão do Monte (Mt 7.24-27), ao jovem cristão para que
construa a sua vida sob uma premissa verdadeira, elevada e segura. Por isso, na
fé cristã, a vida de moderação é uma das mais importantes virtudes que devemos
desenvolver em nosso trajeto com Cristo. Assim sendo, é sabedoria preferir no lugar
da sujeira, a pureza; no lugar da confusão, a paz; no lugar do desvario, a
moderação; no lugar da falta de trato com as pessoas, ser bem tratável; no
lugar da cólera, a misericórdia; no lugar dos maus frutos, os bons frutos; no
lugar da hipocrisia, a autenticidade cristã (Tg 3.17). Uma das consequências de
uma vida de moderação cristã é a verdadeira felicidade.
- Esses capítulos deixam claro que a "vil mulher"
(ou "mulher estrangeira") apela para os apetites do jovem. Ela
diz-lhe que ele pode usar seu corpo como quiser e não sofrerá por causa disso.
No entanto, Provérbios 5:1-14 deixa claro que o pecado sexual tem resultados
trágicos tanto para o corpo como para a alma. Nesses dias de imoralidade
flagrante (em filmes, televisão, música, propaganda, etc.), é importante que as
pessoas, jovens e idosas, mantenham o coração e a mente puros. O temor ao
Senhor nos afasta dos caminhos escorregadios e firma os nossos passos nas
veredas da justiça. O temor ao Senhor nos desvia de companhias erradas e de
lugares errados. Temer a Deus é conhecê-lo, honrá-lo, obedecer-lhe. Temer a
Deus é colocar os pés na estrada da santidade e beber das torrentes da
felicidade. Quando tememos a Deus, nossos dias são dilatados na terra e somos
poupados de muitas aflições.
SUBSIDIO 3
Professor (a), inicie o
tópico fazendo a seguinte pergunta: “Para o que a ‘senhora loucura’ apela?”
Incentive a participação dos alunos. Ouça as respostas e diga que ela apela aos
sentidos. Explique que, diferentemente da ‘senhora sabedoria’, a senhora loucura
apela para uma vida baseada apenas nos sentidos, nos instintos mais baixos do
ser humano. Fale que aqueles que são guiados pela ‘senhora loucura’ vão receber
as repreensões do Senhor no seu devido tempo. Explique que essas repreensões
nem sempre se limitam às Escrituras, embora elas sejam o principal instrumento
de comunicação de Deus. No entanto, Ele usará quaisquer meios que sejam
necessários para conseguir a nossa atenção, quando estivermos seguindo na
direção errada. Em outras ocasiões, as repreensões virão verbalmente, daqueles
que se importam conosco, incluindo pais, amigos, colegas, um professor…
qualquer pessoa. Precisamos considerar as repreensões do Senhor e jamais
ignorá-las, pois aqueles que o ignoram revelam a sua insensatez”. (Adaptado de SWINDOLL,
Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 68.)
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CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que a senhora sabedoria simboliza a vida
com Cristo em que a moderação é uma virtude a ser buscada e vivida; e que a
senhora loucura simboliza a vida insensata, baseada apenas nos apelos dos
sentidos para uma vida desregrada e descompromissada com os valores do Reino de
Deus. Busquemos, portanto, a vida moderada, em que a sabedoria, que vem do
alto, se manifeste a todos os que estão ao nosso redor.
- O Espírito de Deus continua a chamar pelo tempo que as
pessoas escutarem. Mas os pecadores ensurdecem para a Palavra do Senhor
quando se recusam a obedecer. "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais o vosso coração" (Hb 3:7ss). Você conhece a verdadeira
sabedoria quando conhece Jesus Cristo (1 Co 1:24,30) e recebe, por meio da
Palavra dele, sabedoria para a vida diária. Nesses três capítulos, Salomão
exorta os jovens (repete seis vezes a expressão "Filho meu") a
agarrar-se à sabedoria divina por causa das bênçãos que ela trará para a vida
deles. Claro que essa instrução aplica-se a qualquer pessoa que a escute e lhe
obedeça.
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
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Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp: 8398730-1186
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HORA DA REVISÃO
1.
Explique a estrutura do capítulo 9 de Provérbios.
O capítulo 9 está
dividido em três seções: o convite da senhora sabedoria (vv.1-6); o interlúdio
entre os dois convites (vv.7-12) e o convite da senhora loucura (vv.13-18).
2.
Quais são as duas senhoras que aparecem no capítulo 9?
A senhora sabedoria e a
senhora loucura.
3.
Como podemos correlacionar o capítulo 9 de Provérbios com o ensino do apóstolo
Paulo em Filipenses?
Podemos relacionar de
maneira prática aos apelos da sabedoria divina, pois passa, pela faculdade do
pensamento dominada pela Palavra de Deus, com as coisas do alto. Assim sendo, o
convite da sabedoria é usar de maneira proposital a faculdade intelectual.
4.
Segundo a lição, para o que o jovem cristão é convidado?
O jovem cristão é
convidado, por meio de uma vida sob a direção do Espírito Santo, a ponderar as
suas escolhas à luz da Palavra de Deus, de modo que ele se encontre em
fidelidade com Cristo e sua causa.
5.
Que apelo o Livro de Provérbios faz para o jovem cristão?
O Livro de Provérbios faz
um apelo, tal qual o mesmo que nosso Senhor fez no Sermão do Monte, (Mt
7.24-27) ao jovem cristão para que construa a sua vida sob uma premissa
verdadeira, elevada e segura.