Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27)
Entenda o Texto Áureo:
- Deixo-vos a paz... não... como a dá o mundo. A palavra "paz"
reflete o hebraico "shalom", que se tornou a saudação de Jesus aos
discípulos depois da sua ressurreição (20.19-26). Em nível individual, essa
paz, desconhecida dos descrentes, assegura serenidade em face das grandes
dificuldades (cf. v. 1), dissolve o temor (Fp 4.7) e reina nos corações do povo
de Deus para manter a harmonia (Cl 3.15). A maior realidade dessa paz será
vista no reino messiânico (Nm 6.26; SI 29.11; Is 9.6-7; 52.7; 54.13; 57.19; Ez
37.26; Ag 2.9; cf. At 10.36; Rm 1.7; 5.1; 14.17).
VERDADE
PRÁTICA
A Paz do Senhor Jesus traz quietude e
calma para a nossa alma, principalmente, nos momentos difíceis da vida.
Entenda a Verdade Prática:
- A verdadeira paz não está em
palácios ou nos mais diversos acordos humanos; ela é obtida em Cristo, o
Príncipe da Paz. O conceito cristão de paz, do grego eirēnē e no hebraico shālôn,
ultrapassa o significado secular do termo. A paz de acordo com Nm 6.26 e Ef
2.14 é obtida mediante a bênção divina. Em Números, o “rosto” de Deus é um
hebraísmo que significa “seu favor” e “sua presença”. Por conseguinte, a paz
procede do favor e da presença do Eterno entre o seu povo (Cl 3.15).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Números 6.24-26; Filipenses 4.6,7; 1
Pedro 3.10,11
Números 6
24. O Senhor te abençoe e te guarde;
- abençoe. A bênção do Senhor era descrita como a sua face (ou
seja, a sua presença) resplandecendo sobre o povo (v. 25) e olhando para o povo
(v. 26). Deus irradiava em benevolência sobre Israel e olhava para o povo de maneira
benéfica, guarde. Os resultados da bênção do Senhor foram a preservação de
Israel ("guarde"), sua bondade para com o povo ("tenha
misericórdia", v. 25) e seu pleno bem-estar ("paz", v. 26)
25. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e
tenha misericórdia de ti;
- Faça resplandecer o SENHOR seu rosto. O Targum acrescenta,
“quando ocupado na lei, e revelar a ti seus segredos”. Descrições
antropomórficas de Deus e ousadia da metáfora são características da poesia
hebraica. “Se a luz do sol é doce e agradável de se ver, a luz do o semblante
divino, a luz eterna, é a soma de todos os prazeres”. — Baumgarten. Despojada
de figura, a oração é para que Jeová possa tratar com benevolência Israel, como
é indicado na parte seguinte do paralelismo. e tenha de ti misericórdia. É um mero jogo de imaginação fazer
distinções nítidas entre as bênçãos invocadas nesses versículos. Assim, Lutero
refere a primeira bênção ao bem corpóreo, a segunda à natureza espiritual e à
alma, e a terceira à mesma com o desejo de vitória final sobre a cruz, a morte,
o diabo, o mundo e a carne. [Steele, aguardando revisão]
26. O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a
paz.
- O SENHOR levante a ti seu rosto. Esta frase é usada por Davi
para denotar a libertação dos homens por Jeová de suas aflições. Salmo 4:6;
Salmo 21:6; Salmo 33:18. e ponha em ti
paz. Esta não é uma mera bênção negativa, isenção de agitação e guerra;
mas, como a paz que Cristo deixou como legado aos crentes, inclui todas as
bênçãos de tipo positivo, todo o bem-estar. O Targum acrescenta: “paz no teu
fim. [Steele, aguardando revisão]
Filipenses 4
6. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as
vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e
súplicas, com ação de graças.
- “Não andeis ansiosos” (Mateus 6:25). A ansiedade e a oração são
opostos entre si como o fogo e a água (Bengel). por meio de orações e súplicas – como cada caso requer
(Alford). Oração por bênçãos; o termo geral. Súplica, para evitar o mal; um
termo especial (ver Efésios 6:18). ações
de gratidão – por cada momento, seja de prosperidade ou de aflição
(1Tessalonicenses 5:18; Tiago 5:13). Os filipenses talvez se lembrem do exemplo
de Paulo em Filipos quando estava na prisão (Atos 16:25). A ação de graças dá
profundidade à oração (2Crônicas 20:21), e liberta da ansiedade, ao fazer com
que todos os tratos de Deus sejam importantes para o louvor, não meramente para
a resignação, muito menos para a murmuração. A “paz” é a companheira da “ação
de gratidão” (Filipenses 4:7; Colossenses 3:15). sejam os vossos pedidos conhecidos por Deus – com confiança
filial e sem reservas; não deixando de apresentar nada, por ser muito grande ou
insignificante demais, diante de Deus. Assim como Jacó, ao ter medo de Esaú
(Gênesis 32:9-12); Ezequias com medo de Senaqueribe (2Reis 19:14; Salmo 37:5).
[JFU, 1866]
7. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
- a paz de Deus – ou seja, a paz que Deus dá a toda alma que
descansa sobre Ele em oração. É a paz — o sentido de unidade no sentido mais
amplo — a “paz na terra” proclamada no nascimento de nosso Senhor, deixada como
Seu último legado aos Seus discípulos, e pronunciada no Seu primeiro retorno a
eles da sepultura (Lucas 2:14; João 14:27). Por isso, inclui paz com Deus, paz
com os homens, paz consigo mesmo. Ela mantém — isto é, vigia de maneira que
“não cochila nem dorme” — os corações
e…mentes (ou, mais propriamente, a alma e os pensamentos nelas
formados), guardando toda a nossa ação espiritual, tanto na sua origem como nos
seus desenvolvimentos. É em Cristo Jesus, pois “ele é a nossa paz” (Efésios
2:14), assim como “dos dois povos fez um” e “reconciliou todos com Deus”. [Ellicott,
1905]
1 Pedro 3
10. Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons,
refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;
- quer amar. No grego, “deseja amar”. Aquele que ama a vida
(presente e eterna), e deseja continuar a fazê-lo, não envolvendo-se em
problemas que farão desta vida um fardo, e levá-lo a perder a vida eterna.
Pedro confirma sua exortação em 1Pedro 3:9, pelo Salmo 34:12-16. refreie. Em outras palavras, “pare
de falar mal”; insinuando que nossa inclinação natural e costume é falar mal.
“Os homens geralmente pensam que ficariam expostos à maldade dos seus inimigos
se não reivindicassem os seus direitos com firmeza. Mas o Espírito promete uma
vida de bem-aventurança a ninguém menos do que àqueles que são mansos e
pacientes em relação aos males” (Calvino). do mal…engano. Primeiro ele adverte contra os pecados da
língua, fala maldosa, e enganadora, língua dobre; depois, contra os atos de
injúria ao próximo. [JFU, 1866]
11. aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e
siga-a.
- Nos manuscritos mais antigos, grego:
“Além disso (além de suas palavras, em atos), afaste-se”. siga-a – perseguir como uma coisa
difícil de alcançar, e que foge deste mundo problemático. [Jamieson; Fausset;
Brown]
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INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus é identificado na profecia de Isaías
como o “Príncipe da Paz”. De seu principado deriva a paz de que todo ser humano
precisa. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da promessa de paz que
está presente na Palavra de Deus. Veremos como a paz é representada no plano de
Deus, bem como é apresentada na perspectiva do mundo e, principalmente, a paz
que Jesus prometeu para cada um de seus seguidores.
- A paz é um elemento sempre discutido
como prioritário e urgente nos principais fóruns do mundo. Todavia, o que mais
se vê é a ausência da paz entre as nações, entre famílias, e até mesmo entre as
pessoas. Tudo isso é resultado da falta da verdadeira paz interior, que só pode
ser alcançada na verdadeira fonte. Muitos vivem com o coração cheio de
conflitos, perturbados por toda sorte de ansiedade, por não terem ainda
experimentado em sua dimensão mais profunda essa paz que vem de Deus. Mas ainda
hoje você pode alcançá-la, pois trata-se de uma promessa divina.
PALAVRA-CHAVE: Paz
- Ausência de conflitos e perturbações
na vida espiritual, moral e social, adquirida através da comunhão com o
Espírito Santo.
I. A PAZ NO PLANO DE DEUS
1. O significado de paz. No dicionário, encontramos os seguintes sinônimos
para a palavra “paz”: “tranquilidade”, “repouso”, “silêncio”, “sossego”. No
Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido
de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representando tudo
o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é
“eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude
e repouso (Fp 4.6).
- Os dicionários definem paz como
ausência de guerra, tranquilidade pública ou mesmo como sossego da alma. O
vocábulo paz vem do hebraico, shālôn,
cujo sentido, vai além do conceito comum de paz acima abordado e abrange
inteireza, harmonia, completude. Os discípulos necessitavam de ouvir essa
promessa de paz da boca do próprio Jesus (v.27). Eles enfrentariam o momento
mais dramático de suas vidas na crucificação de seu Mestre. Isso abalaria todas
as suas esperanças messiânicas reunidas ao longo dos últimos três anos. Eles
estavam perturbados e atemorizados, como mostrou o Senhor em suas palavras
confortadoras (Mt 26.31; Jo 16.32; 18.15-27; Lc 24.17-21). O intuito do Mestre
era de que eles compreendessem a necessidade da cruz como parte indispensável
do plano de Deus (v.30; Lc 24.26,46; Sl 22.1-18).
2. A Paz na bênção sacerdotal. Os versículos 24-26 de Números 6 expressam a bênção
sacerdotal sobre os filhos de Israel. Entre a bênção de proteção, benevolência
e de misericórdia, encontra-se a bênção de paz (v.26). O sentido de paz que a
palavra hebraica shalom carrega é de completude, satisfação e plena felicidade.
Trata-se de uma bênção em que a ansiedade, a tensão e a contenda não teriam vez
entre os filhos de Israel. A paz, em Números 6, revela um estado de plena
satisfação em Deus a qual o povo judeu poderá desfrutar na sua peregrinação
pelo deserto e ao entrar na Terra Prometida.
- Em Números 6.26.27 encontramos
inseridas as palavras aprazíveis da bênção conhecida por "Bênção
Sacerdotal". Esta era a fórmula que os sacerdotes tinham de usar para
abençoar um povo consagrado e santificado (Dt 21.5). Esforços em determinar a
origem desta bênção, datando-a em período muito posterior, não se mostraram
convincentes. E não há razões aceitáveis para acreditar que estas palavras
rituais não foram usadas anteriormente (cf. Lv 9.22), ou que não foram
formalizadas neste momento da história hebraica. Em todo caso, a Bênção
Sacerdotal foi extensivamente utilizada na adoração judaica ao longo dos
séculos e, pelo menos em parte, foi empregada nos círculos cristãos. Este é o
ser total de Deus que se põe em ação pela salvação do seu povo. O resultado é
paz; o tipo de paz que vem, não pela disciplina da mente humana, mas pela
presença do Espírito Santo de paz (Jo 14.26,27). É mais que mera ausência de
discórdia, pois expressa o bem-estar e segurança positivos daquele cuja mente
está fixa em Deus. A paz é um dos aspectos do fruto do Espírito (ver Gálatas
5.22, 23). A paz consiste na ausência de discórdia, e também no consolo do amor.
É segurança, mas também é a bênção eterna da harmonia com Deus. Há paz na
retidão. Há paz no ministério do Espirito, o qual cultiva em nós o Seu amor. Jesus
é o Príncipe da Paz (ver Isaías 9.6). No hebraico, paz é a familiar palavra
shalom. A raiz dessa palavra significa “término”, “cumprimento", indicando
que a pessoa que goza de paz entrou em um estado de “integridade” e “unidade”,
em uma condição e em um lugar onde impera a harmonia. Quando duas partes
acordavam, ambas entravam em um estado de harmonia e contentamento. O pagamento
de um voto (Salmo 50.14) produz a paz. Nas formas adjetivadas da palavra, estão
contidas as ideias de “perfeição” e de “algo terminado”. Prosperidade é um
termo correlato, porquanto ela nos confere paz diante das necessidades.
Ademais, na paz há segurança. A paz de Deus é uma provisão de pacto. O povo que
entrou em pacto com Deus habita em Sua paz.
3. A Paz do Senhor. O Texto Áureo traz consigo a Paz do Senhor Jesus,
em que nos lembra uma das principais características do Messias: “o Príncipe da
Paz” (Is 9.6). Essa paz do Senhor Jesus é assunto do apóstolo Paulo em
Filipenses, quando ele exorta a igreja a não ficar inquieta pelos últimos
acontecimentos, pois a paz de Deus nos fortalece e protege o nosso coração e
sentimentos em Cristo, o nosso Senhor (Fp 4.6,7). O apóstolo Pedro também
reflete o mesmo ensino de Jesus no sentido de levar a vida numa perspectiva de
paz, refreando a língua para não entrar em contendas e mentiras, apartando-se
do mal, buscando a paz com os outros (1 Pe 3.10,11). Dessa forma, como a paz
reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.
- E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e
os vossos sentimentos em Cristo Jesus (Fp 4.7). A ação de graças e a paz
estão juntas (cf. Cl 3.15). Mesmo que o crente não obtenha tudo que pede, a paz
de Deus guarda o coração, que é onde está a vontade. Não é o coração que guarda
a paz de Deus. O termo guardará é metáfora militar. A paz de Deus manterá
guarda nos crentes filipenses, mesmo que Filipos esteja guardada por uma
guarnição romana. Esta paz protetora "ultrapassa a compreensão
humana" (CH; cf. BAB), ou é superior a toda antecipação ansiosa (cf. Is
26.3; Jo 14.27)." A expressão em Cristo Jesus (que foi traduzida
literalmente) sugere que o crente não pode ser guardado fora de Cristo. O
caminho da paz não é ficar ansioso (v. 6); isso não significa ser negligente,
mas livre das tensões que tão facilmente se transformam em desconfiança, e significa
levar todos os pedidos a Deus, pela oração (proseuchê, oração marcada pela
devoção) e súplicas (deêsis, oração nos seus detalhes pessoais), e com ações de
graças, pois a apreciação pelas misericórdias passadas conduz à confiança nas
futuras. A própria vida de oração de Paulo mencionada em 1:3-5 é um excelente
exemplo aqui. A fortaleza da paz é garantida pela paz de Deus, que ele nos dá e
que excede todo o entendimento, transcendendo a nossa capacidade mental de
compreender e apreciar as coisas (v. 7). Isso guardará (phroureõ, montar
guarda, proteger) o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus, como se eles
estivessem na morada da paz. A disciplina da paz flui naturalmente da ideia da
fortaleza. Finalmente, com relação a toda a ocupação da mente vem o lembrete de
que não se preserva a paz interior por meio do nutrimento dos pensamentos com o
que é prejudicial, tudo o que for verdadeiro [...] nobre (digno de respeito)
[...] correto [...] puro [...] amável (agradável) [...] de boa fama (de boa
reputação) e, no sentido mais amplo, tudo em que houver algo de excelente
(moralmente) ou digno de louvor, isso e somente isso é adequado para a mente
dos filipenses (v. 8). Mentes disciplinadas vão encontrar o caminho da vida
diária, exposto no ensino e na prática do próprio Paulo, e nesse caminho vão
experimentar a realidade da presença de Deus, de quem procede toda a paz.
Assim, tanto a primeira quanto a segunda seções desse capítulo concluem com a
maravilha da companhia divina.
SINÓPSE I
Se a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter
essa paz com outras pessoas.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“O ESPÍRITO E O MUNDO
[...] Jesus deixa a paz aos discípulos. Como isto
se encaixa com o que vem antes, e qual é o significado de que vem antes, e qual
é o significado de ‘paz’? O Espírito vem pelo nome de Jesus (v. 26), ou seja,
através da obra redentora de Jesus. ‘Paz’, neste contexto, refere-se ao que
Paulo chama ‘justificação’ e ‘reconciliação’. Quer dizer, por causa da obra de
Jesus, as pessoas estão numa nova relação com Deus. Tal relação é tornada real
quando a pessoa crê em Jesus. Esta nova relação é expressa simultaneamente de
duas maneiras. Por um lado, a pessoa tem uma nova posição diante de Deus por
causa da obra de Jesus. Jesus está no céu com o Pai, declarando que Ele fez a
paz com Deus para as pessoas pecadoras. (Note que esta é a parte advocatícia do
Consolador, mas no céu). Por outro lado, o Espírito traz essa paz ao crente. É
quando a reconciliação e a justificação tornam-se pessoais. (Note que esta é a
outra parte advocatícia do Consolador, que afirma e assegura ao crente que este
tem uma posição boa com o Pai no céu. [...] Esta ideia de paz está embutida na
ideia de shalom (a palavra hebraica que significa ‘paz’), que tem longa
história e está carregada de rico significado. Esta ideia havia juntado o
significado do tempo do fim associado com o Messias. O termo shalom significava
a presença da salvação de Deus, da inteireza de mente, corpo e alma, com
pessoas que estão em relações certas com as outras. Na aparição da ressurreição
em Jo 20.19-23, Jesus fala a paz para os discípulos covardes. Lá, como aqui,
Ele os consola no meio de um tempo muito aterrorizante. Assim, pela segunda vez
(cf. Jo 14.1) Ele diz: ‘Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize’ (v.
27b)” (Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento. Vol. 1. Mateus — Atos.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 583).
II. A PAZ ILUSÓRIA DO MUNDO
1. Uma paz enganosa. Muitos buscam a paz nos vícios, em substâncias
tanto ilegais quanto legalizadas, nos jogos, nas baladas, em falsas religiões.
Ao longo da história, as pessoas procuram sempre preencher uma lacuna em suas
vidas com aquilo que não tem a capacidade de preenchê-las. Outras entendem que
a paz é meramente a ausência de guerra, de dificuldades e problemas. A Bíblia
revela que a paz do mundo é enganosa porque não tem como fundamento o que é
eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano (Jo
14.27). O que Jesus oferece advém da eternidade e, por isso, preenche todas as
nossas necessidades independente das circunstâncias que vivemos (Jo 7.38). A
paz do Senhor Jesus não é enganosa, mas verdadeira e sublime.
- Paz é algo tão importante e
necessário, que sem ela a vida perde o seu sentido. É um desejo comum a todas
as pessoas, especialmente nesses dias tão agitados e turbulentos que temos
enfrentado. Mas, o que é paz? Paz é mais do que simplesmente a ausência de
guerras. “Paz” é a palavra correta para caracterizar o relacionamento
harmonioso do homem com Deus, consigo e com o semelhante. O desejo de paz é
comum a todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares. É uma
necessidade inerente ao ser humano. Vários são os fatores que se somam para
perturbar e roubar a paz. Mas, com certeza, a rebelião do homem contra Deus,
pela desobediência – desde o Éden – é a principal causa da falta de paz: “o
pendor da carne é inimizade contra Deus.” (Rm 6.6,7). O mundo de hoje é um
mundo sem paz. Todos têm clamado por paz. No anseio de experimentar a paz,
muitos se entregam a buscas vãs e, em casos extremos, à própria morte. Tais
pessoas são comparadas pelo profeta ao “mar agitado, que não se pode aquietar.”
(Is 57.20). A Paz encontrada no mundo não cumpre o papel de satisfazer o homem,
porque a verdadeira paz é uma experiência possível somente em Deus. Segundo o
profeta Isaías, o Senhor é o autor da paz: “criei
a paz, paz para os que estão longe e para os que estão perto, diz o Senhor.”
(Is 57.19).
2. A “paz” das obras da carne. A Carta aos Gálatas apresenta uma lista das “obras
da carne” que, muitas vezes, expressa a ilusão de uma falsa paz na vida das
pessoas, e muitas confundem o prazer e os deleites da vida com a paz (Gl
5.19-21). Na verdade, é uma satisfação que ocorre por meio dos sentidos e,
logo, se volta ao estágio de necessidade anterior. Assim, quem vive na prática
das Obras da Carne imagina que desfruta de uma pretensa paz e, como
consequência, pensa que vive uma vida feliz. Ledo engano! É impossível
desfrutar da verdadeira paz que o Senhor Jesus oferece quando se viva na
prática do pecado. Quem vive assim está se enganando, atendendo à vontade do
Mundo, da Carne e do Diabo (Ef 2.3).
- Em Ef 2.1-3, Paulo está tratando
sobre a velha vida de pecado; ele distingue pelo menos cinco características da
vida que outrora seus leitores levavam longe de Deus. - A primeira, era uma
vida de morte espiritual; eles estavam mortos em ofensas e pecados (1).' A
morte espiritual é "a morte de pecado"," que é o estado de
separação de Deus ocasionado por ofensas e pecados. Que o digam Adão e Eva (Gn
3.23)! Sem sombra de dúvida, devemos entender que Paulo não está apenas dizendo
que o homem sem Deus está "sujeito à morte ou sob sentença de morte; ele
está realmente morto, porque está sob o controle de uma natureza
pecadora"." As palavras análogas ofensa (paraptoma) e pecado
(hamartiai) enfatizam a total natureza dessa morte. Ofensa alude "aos
desejos da carne, notórios, evidentes e repulsivos", ao passo que pecado
designa mais especificamente "os desejos da mente, os pecados de
pensamento e idéias, de propósito e inclinação".'
- A segunda característica dos
pecadores é que eles andam segundo o curso deste mundo (2). A palavra grega
para curso é aion, que significa literalmente "era". No sentido em
que é empregada aqui, a palavra não carrega um sentido cronológico, porém, mais
propriamente, "o caráter espiritual dos tempos". Este povo andava
(conduzia a vida) em conformidade com os pensamentos e interesses deste
presente mundo mau e transitório (cf. Rm 12.2; 1 Co 7.31; Gl 1.4). Um fragmento
palestino-siríaco do século VI traz a palavra kanona, que pode ser traduzida
por "regras ou cânones de operação". Os homens espiritualmente mortos
abandonam as normas e caminhos de Deus pelas normas e caminhos deste mundo.
- Terceira, estas pessoas andavam
segundo o príncipe das potestades do ar (2). Este mundo tem um deus, o diabo.
Em 2 Coríntios 4.4, Paulo menciona "o deus deste século"; em
contrapartida, em 1 Timóteo 1.17, ele louva "ao Rei dos séculos". O
diabo exerce autoridade no reino do ar. De acordo com Bruce, isto quer dizer
que "ele é o líder das 'hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais', que nos informa Efésios 6.12".51 Os leitores de Paulo se
curvavam antigamente ao deus transitório deste mundo e, assim, suas recompensas
eram tão temporárias quanto o seu deus. Mas Cristo os libertou do diabo e suas
legiões. O termo espírito refere-se aos poderes do mal, e indica a disposição
interior de desobediência que fica ativa no coração dos homens quando estão
sujeitos ao Maligno. Como observa Foulkes, os homens são
"energizados" por Deus (20) ou pelas forças do mal; se for pelo mal,
eles são corretamente "chamados filhos da desobediência".' Quarta,
eles, e Paulo também, viviam nos desejos da nossa carne (3). Neste momento,
Paulo é constrangido a admitir que ele, embora um judeu, estava entre os
"filhos da desobediência" antes de encontrar-se com Jesus. Nos
desejos da nossa carne define "o domínio ou elemento no qual suas vidas foram
gastas"." A vida era mantida dentro dos limites dos apetites e
impulsos próprios da natureza humana caída ou dela provinha. Estes efésios se
entregavam aos desejos (epithumia, "desejos ardentes") da carne
(sarx, "natureza humana sob dominação do pecado"). Eles estavam
fazendo ("satisfazendo", BJ, NVI) a vontade (thelema,
"vontades", BJ, NVI) da carne e dos pensamentos. Este texto expõe
duas fontes do mal: 1)A natureza caída do homem em geral, e 2)"o
laboratório dos pensamentos, impressões, imaginações, volições pervertidos do
homem em particular"."
- Quarta característica, estas pessoas
sem Deus eram por natureza filhos da ira (3). No estado pré-cristão, sem a
ajuda do Espírito de Deus, os leitores, e Paulo também, estavam por natureza
(congenitamente) entregues ao pecado. Uma lei do pecado os controlava e, assim,
caíam sob a ira de Deus. A expressão filhos da ira não quer dizer "por
nascermos bebês". O fato de todo homem da raça adâmica nascer pecador está
reconhecido na expressão por natureza. Filhos da ira, aqui, significa
simplesmente "objetos da ira". Como declara Purkiser enfaticamente, a
ira de Deus "não é uma reação da sensibilidade e vontade divina, as quais
podem ser mudadas ou alteradas. É o antagonismo infalível e incessante de Deus
ao pecado, que permanecerá enquanto Deus for Deus".
3. Uma falsa paz. Ensinando à igreja em Tessalônica, a respeito do
Dia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois que, quando disserem: Há paz e
segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3). Aqui, somos
lembrados de uma falsa paz que haverá na Grande Tribulação. Uma paz
superficial, frágil e apenas aparente. Quem se compromete com a falsa paz não
saberá discernir os tempos de oposição tanto no presente quanto no futuro. Mas
com Jesus, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.
- Pois que, quando (o mundo, os incrédulos) disserem: Há paz e segurança (3; cf.
Mt 24:37-39; 25.5) são palavras que lembram Jeremias 6.14. Temos esta tradução:
"Enquanto eles estiverem falando de
paz e segurança" (NEB). A ideia é de falsa segurança, possivelmente
quanto a sentimentos e circunstâncias, ou seja, na esfera interior e exterior.
Essa paz que será proposta pelo iníquo no período da Tribulação, já é algo
desejado pelas nações e buscado por alguns líderes mundiais. Podemos ver
movimentos para se construir essa paz mundial. Quando consumada a aparente paz,
ela durará pouco tempo, pois, quando se abrir o segundo selo, aquela paz será
removida da terra (Ap. 6:3-4), então virão matança, fome e morte. Segundo o
profeta Isaías, “para os perversos, diz o
Senhor, não há paz.” (Is 57.21). A paz é um estado de espírito decorrente
do acerto da vida com Deus. Não basta apenas desejar a paz e pedi-la. Mais do
que isso, é preciso acertar a vida com Deus.
SINÓPSE II
Com Jesus Cristo, o nosso Senhor, desfrutamos de
uma paz verdadeira e duradoura.
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III. A PAZ QUE JESUS PROMETEU
1. O Príncipe da Paz. O Profeta Isaías teve a revelação divina das
características do Messias prometido a Israel e ao mundo. Uma de suas
principais características é ser “O Príncipe da Paz” (Is 9.6,7). A vinda do
Messias trará uma paz que o mundo não conheceu. Os Evangelhos apresentam o
Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”. Seus discípulos
podem desfrutar hoje dessa paz que só Ele pode dar. Seu principado assegura-nos
a verdadeira paz (Jo 14.27), que deve nos acompanhar, como seguidores de
Jesus, onde colocarmos os nossos pés (Mt 10.12,13).
- O texto bíblico de Romanos 5.1
declara: “justificados, pois, mediante a
fé, temos paz com Deus, poro meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” No Salmo
34.14, o salmista aconselha: “Procura a
paz, e empenha-te por alcançá-la”.
Esse empenho em alcançar a paz implica no acerto da vida perante o
Senhor, pois, no mesmo versículo o salmista antes recomenda: “Aparta-te do mal e pratica o que é bom...”
A paz não é uma conquista humana, é fruto do Espírito. É algo experimentado em
sua plenitude somente por aqueles que confiam no Senhor e nos quais o Espírito
de Deus age livremente. No capítulo 36.3 de seu livro, o profeta Isaías afirma:
“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz
aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.” Para os seus
discípulos, e para todos os que nele crêem, Jesus deixou um duplo legado. Estas
são aspirações muito discutidas na atualidade — paz, Deixo-vos a paz, e liberdade em relação ao medo, Não se
turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14.27). Esta paz não é a mera
ausência de problemas. Ela "significa tudo o que contribui para o nosso
mais elevado bem"." É uma paz da conquista que é "manifestada em
uma união intacta com o Pai, mantida em luta constante com o mundo, na
perseguição, na humilhação, e na morte para a glória de Deus"." Será
que esta paz dinâmica vem somente para aqueles que possuem o Espírito Santo?
Quimby observa que a vinda do Espírito "é como uma transfusão de sangue
para uma vida corajosa. Jesus partiu para que o Fortalecedor pudesse
vir"."
2. Uma promessa redentora. Em Gênesis, a paz foi transtornada por causa da
estratégia do Diabo que iludiu o primeiro casal, fazendo-o desobedecer à ordem
de Deus (Gn 3.1-7). Nesse contexto, Deus prometeu redimir o ser humano por meio
da “semente da mulher” (Gn 3.15). Essa promessa se cumpriu em Cristo,
reconciliando-nos e estabelecendo a nossa paz com Deus (Rm 5.1). Ao mesmo
tempo, a parede da separação foi derrubada e toda inimizade entre judeus e
gentios foi desfeita, de modo que de ambos os povos Ele fez um, a Igreja (Ef
2.14,15). Por isso, no Novo Testamento há várias referências que nos mostram
que a paz de Cristo está ao alcance de todos que nEle creem. Essa paz estará
conosco (Fp 4.9), dominará os nossos corações (Cl 3.15) e, como pessoas
pacíficas, desfrutaremos de verdadeira felicidade (Mt 5.9).
- Em João 14, Jesus se dirige aos seus
discípulos com uma poderosa mensagem de esperança: “Que o coração de vocês não fique angustiado; vocês creem em Deus,
creiam também em mim”. Aqui está o fundamento do cuidado de Jesus para com
seus filhos. Jesus é Deus, Jesus é transcendente, e ele atravessa os portões da
morte e prepara o melhor para seus filhos, levando-os para morar eternamente
com ele. Por isso, podemos dizer: aconteça o que acontecer, nossa eternidade
está garantida em Cristo Jesus. Isso garante um estado de paz verdadeira,
fundamentada na pessoa de Cristo. ote que Jesus disse que a paz que Ele deixou
não é a mesma que o mundo oferece. Logo, podemos concluir que a paz de Jesus é
diferente, distinta daquela que o mundo ou as coisas que nele há oferecem. Mas
qual a diferença entre a paz de Jesus e a do mundo? O mundo oferece um
sentimento de paz. Sentimento este que é advindo de uma situação, geralmente,
apenas quando tudo vai bem. Quando se está empregado, quando se ganha uma
promoção, quando se conquista algo muito desejado. Enfim, a paz do mundo surge
apenas quando os sonhos e desejos são realizados. Essa paz é efêmera,
circunstancial. É uma paz condicional, ela está presente somente nos bons
momentos, na alegria, nas realizações do homem. E, quando as coisas não
acontecem de acordo com a vontade da pessoa, quando não são favoráveis,
contrárias aos anseios do coração, o sentimento de paz bate asas, vai embora,
porque ele só se mantém se tudo estiver bem. Quando os sonhos e desejos são
frustrados, contrariados, surge, então, a perturbação, a tristeza, o desânimo,
a depressão, a murmuração. Completamente diferente do sentimento de paz mundano
é a paz de Jesus Cristo. Ela opera em todos os tempos, tanto os bons quanto os
maus. Quando há abundância ou escassez, emprego ou desemprego, saúde ou
enfermidade, a paz permanece em todos os estados. Mas isso só é possível àquele
que recebe o Jesus da paz. Se você o tem, a paz dele alcançará o seu coração, e
nada nem ninguém poderá tirá-la de você. Jesus não nos outorgou um sentimento
de paz, mas Ele nos deu a sua paz.
3. Uma promessa que excede todo o entendimento. A paz que excede todo o entendimento nos acalma
diante das inquietações da vida (Fp 4.6). Essa paz acalmará o nosso coração,
nos fortalecerá para resistir às intempéries diante de nós, assim como
aconteceu com o apóstolo Pedro que, mesmo preso numa cadeia típica do primeiro
século, dormia um sono profundo e sereno (At 12.5-7). Esse episódio está de
pleno acordo com o que o Senhor Jesus prometeu: “Tenho-vos dito isso,
para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu
venci o mundo” (Jo 16.33). Mesmo diante de aflições e lutas, podemos confiar no
Senhor e experimentar a paz que só Ele pode nos dar. Portanto, confiemos nas
promessas de Jesus, bem como em sua providência!
- Ensina-nos a Bíblia que o nosso Deus
“não é de confusão; e, sim, de paz.” (I Co 14.33). A partir disso, somos
chamados não apenas a viver em paz, mas, também, a promover a paz. Conforme o
ensino de Jesus, no Sermão da Montanha, todo cristão é chamado a ser um
pacificador. Muitas vezes, o ambiente onde vivemos torna-se lugar de confusão,
inimizades e divisão. Evidentemente, não podemos de forma alguma conviver com
essa incoerência na vida cristã, pois, segundo a Bíblia, “é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.”
(Tg 3.18). A experiência da paz impulsiona o cristão a promover a paz entre
aqueles com quem convive. A experiência pessoal da paz e sua promoção são
sinais de maturidade espiritual. Consideremos a exortação apostólica registrada
em II Coríntios 13.11: “Aperfeiçoai-vos,
consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz, e o Deus de paz estará
convosco.”
SINÓPSE III
A paz que excede todo o entendimento é uma paz que
nos acalma diante das inquietações da vida.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A RESTAURAÇÃO DA PAZ
“[...] Experimentar a paz com Deus exige que
estejamos unidos a Cristo pela fé. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus
Cristo. Esta ‘crença’ é mais do que apenas uma concordância ou aceitação
intelectual. É uma confiança ativa pela qual uma pessoa aceita o sacrifício de
Cristo pelos pecados e entrega o controle de sua vida à liderança de Cristo. Uma
pessoa que responde a Cristo dessa forma é perdoada e justificada (isto é,
torna-se reta diante de Deus) através da fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16).
Junto com a fé, devemos seguir as diretrizes de Deus e obedecer aos seus
mandamentos, a fim de vivermos em paz (Lv 26.3, 6). Os profetas do Antigo
Testamento declaram frequentemente que não há paz real para os ímpios (Is
57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16). A fim de que possamos experimentar
continuamente a paz de Deus, ele nos deu o Espírito Santo, que desenvolve o seu
caráter e os seus propósitos em nós, o que envolve a paz de Deus (Gl 5.22; cf.
Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do Espírito, devemos orar pela paz (Sl 122.6, 7;
Jr 29.7; Fp 4.7, nota), deixando que a paz dirija nossos corações (Cl 3.15),
desejando e buscando a paz (Sl 34.14; Jr 29.7; 2 Tm 2.22; 1 Pe 3.11) e fazendo
o melhor que pudermos para vivermos em paz com os outros (Rm 12.18; 2 Co 13.11;
1 Ts 5.13; Hb 12.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de
Janeiro: CPAD, 2022, p. 1288).
CONCLUSÃO
Vimos que a paz de Deus tem a ver com bem-estar,
repouso e quietude, mesmo nas horas de grandes tormentos. Contrastamos essa
perspectiva de paz com a do mundo que compreende que a paz é a mera ausência de
guerra ou se resume a períodos limitados de prazeres. Aprendemos que a Paz de
Deus é uma virtude profunda, elevada e eterna. Não se trata de algo passageiro,
mas de um estado permanente, que independe das circunstâncias. É a paz que
Jesus prometeu.
- As pessoas vivem freneticamente na
sociedade hodierna: trânsito obstruído... trens atrasados... pane no sistema...
computadores desconfigurados. Muitos aguardam ansiosamente o final de semana
para obter um pouco de tranquilidade. Na esperança de encontrar a paz, uns se
retiram para o campo, outros trancam-se no conforto de suas casas. Porém, a paz
que Cristo oferece não é aquela que se obtém no hálito fresco das montanhas e
no gorjear matinal das aves. A paz de Cristo é perene. Ela subsiste mesmo
quando o homem moderno está na selva de pedra. Essa paz não é calada pelo
crepitar das vicissitudes. Ela não é apenas um sentimento, mas uma bendita e
divina pessoa: Cristo é a nossa paz! (Ef 2.14).
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO
O CONTEÚDO
1. Escreva a respeito do
conceito de paz.
No Antigo Testamento, encontramos a palavra
“shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde,
prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No
Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado
semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).
2. O que a paz em Números
6 revela?
A paz, em Números 6, revela um estado de plena
satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação pelo
deserto.
3. Por que podemos dizer
que a paz que o mundo oferece é enganosa?
A paz do mundo é enganosa porque não tem como
fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e
puramente humano.
4. Como os Evangelhos
apresentam o Senhor Jesus?
Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso
Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.
5. De acordo com a lição,
o que é a paz que excede todo o entendimento?
A paz que excede o todo entendimento é uma paz que
nos acalma diante das inquietações da vida.