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4 de novembro de 2024

EBD JOVENS| Lição 06: A Natureza da Sabedoria e o Sentido da Vida |4° Trim/2024

Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

“Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do Senhor.” (Pv 8.35)

Entenda o Texto Principal:

- aquele que me encontra, encontra a vida (compare com Provérbios 1:33; Provérbios 3:13-18; Jo 3:16,36; Jo 14:6; Colossenses 3:3; 1João 5:1112). alcança o favor do SENHOR (compare com Provérbios 12:2). A sabedoria divina produz os mais ricos tesouros, como "lucro", "alongar-se da vida", riquezas", "honra", "caminhos deliciosos", "paz", "vida" e "felicidade" (Veja Pv 3.14-18).

 

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RESUMO DA LIÇÃO

A sabedoria estava em antes e durante a criação. Por isso, quem a encontra acha a vida e o seu propósito.

Entenda o Resumo da Lição:

- De que forma a sabedoria está relacionada à criação? Leia Provérbios 8:22-31. A sabedoria existia antes da criação e tomou parte na criação. A sabedoria está misteriosamente relacionada ao Senhor como Criador. Perceba a intenção do autor sagrado: “se o próprio Deus usou a sabedoria para criar, se ela é o instrumento mais antigo, anterior ao próprio Universo, e foi fundamental para que ele viesse à existência, então muito mais devemos nós usá-la em tudo o que fizermos na vida”.

 

 

TEXTO BÍBLICO

Provérbios 8.22-31

22. O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas,

- O Senhor me possuía. Cf. 3.19-20. A sabedoria personificada reivindica o crédito por tudo o que Deus criou; assim, a sabedoria já existia no início, como Deus já era eternamente. Cristo usou sua eterna sabedoria na criação (Jo 1.1-3; 1Co 1.24,30).

23. Desde a eternidade, fui ungida; desde o princípio, antes do começo da terra.

- Compare com Jo 17:24; 1João 5:11121João 1:12.

24. Antes de haver abismos, fui gerada: e antes ainda de haver fontes carregadas de águas.

- Observe como esses versículos fazem um paralelo com o relato da criação. A terra (v. 23) com o primeiro dia, em Gn 1.1 -5; as águas (v. 24) com o segundo dia, em Gn 1.6-8; e a terra (vs. 25-26) com o terceiro dia, em Gn 1.9-13.

25. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada.

- sete.

26. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo.

- Compare com Jó 15:78; Jó 38:4-11; Salmo 90:2; Salmo 102:25-28; Hebreus 1:10.

27. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo.

- o horizonte sobre a face do abismo. A palavra hebraica traduzida por horizonte indica que a terra é um globo; portanto, o horizonte é circular (cf. Is 40.22). Esse "abismo" que cerca a terra era o mundo oceânico original que cobria a face da terra antes que ela fosse plenamente formada e recebesse vida (cf. Gn 1.2).

28. Quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo.

- quando estabelecia as fontes do abismo (Waltke, NAA, NVI, A21) – ou então, quando fortificava as fontes do abismo (BKJ, ACF). Segundo Waltke (2010), “é uma referência à provisão de água para as profundezas subterrâneas. Foi preciso criá-las [“as fontes”] fortes, de modo a garantir o suprimento constante e abundante de água nas profundezas”.

29. Quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando: quando compunha os fundamentos da terra.

- ao mar o seu limite. Na criação, Deus colocou limites para a água que estava sobre a terra (cf. Gn 1.9; 7.11; 8.2), trazendo à existência faixas de terra que os oceanos não poderiam ultrapassar, fundamentos. Essa expressão indica de modo figurado a estrutura sólida da terra (cf. )ó 38.4; SI 24.2).

30. Então, eu estava com ele e era seu aluno: e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo.

- arquiteto. Como traduzido em Cl 7.1 e Jr 52.1 5, esse termo descreve a sabedoria como competente e experiente no desenvolvimento da criação.

31. Folgando no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.

- minhas delícias. Quando Deus se regozijou pela sua criação (Gn 1.31; Jó 38.7) a sabedoria também se alegrou, principalmente pela criação da raça humana, que era a única dentre a criação física capaz de apreciar a sabedoria e a verdade.

 

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos uma seção de Provérbios considerada o coração do livro. Ela apresenta a sabedoria em primeira pessoa, mostrando que ela estava antes e durante o processo criativo de Deus, gerada e ungida pelo Criador. Essa sabedoria quando está presente em nós, traz sentido e segurança para o caminho. Por isso, quando a encontramos, na verdade, achamos a vida e o seu sentido (Pv 8.35).

- Atualmente, para a maioria dos cristãos, o livro de Provérbios se parece muito com uma versão cristã de uma coluna de aconselhamentos. “O que devo fazer nesta situação, ou com esta emoção?”. Isso não é errado, afinal, toda a Escritura é útil para a instrução na justiça (2Tm 3.16). Embora Provérbios certamente nos forneça sabedoria sobre a vida cotidiana, a igreja primitiva o lia como um livro sobre a própria Sabedoria—o Senhor Jesus. Isso se aplica especialmente a Provérbios 8:22–31, um dos textos mais importantes para como a igreja primitiva entendia Jesus. Nessa passagem, a sabedoria está misteriosamente relacionada ao Senhor como Criador. Esse poema tem muitas palavras em comum com o relato da criação, segundo Gênesis 1 e 2, e reflete até mesmo sua estrutura literária, organizada em torno dos três elementos básicos: o céu, a água e a Terra. A intenção desse paralelo é enfatizar a credencial primária da sabedoria: se o próprio Deus usou a sabedoria para criar, se ela é o instrumento mais antigo, anterior ao próprio Universo, e foi fundamental para que ele viesse à existência, então muito mais devemos nós usá-la em tudo o que fizermos na vida.” Há também uma forte ênfase na origem divina da sabedoria. A primeira expressão do poema é ‘o Senhor’ (Yahweh), e é dito que Ele criou [ou ‘possuía’] (essa é a segunda expressão) a sabedoria. A palavra hebraica qanah (traduzida como ‘possuía’ na ARA) tem a conotação de ‘gerar’, e não de ‘criar’ (ver Dt 32:6; Gn 4:1).

            Vamos ao conteúdo? Boa leitura!

 

I. DEUS: A FONTE GERADORA DE SABEDORIA

1. A importância de Provérbios 8.22-31. A seção bíblica de Provérbios 8.22-31 é considerada pelos estudiosos como a mais importante do livro. Diferentemente de outras seções do livro de Provérbios, em que advertências a respeito da família, da castidade sexual, do cuidado com o coração eram enfatizadas, esta seção traz uma descrição bela da origem da sabedoria. A seção também mostra como que a sabedoria, apresenta suas orientações que revelam segurança no percurso da jornada. Importante destacar que a seção se encontra na primeira pessoa. Veja como o texto é introduzido: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas” (Pv 8.22). A sabedoria fala em Provérbios.

- Esta passagem não é uma referência direta a nenhuma pessoa. A expressão poética freqüentemente toma a forma de uma idéia abstrata e a ela se refere como se falasse de uma pessoa. Isso é chamado de personificação. A sabedoria aqui referida não é uma referência a Jesus. Antes, é a personificação da virtude ou do caráter da sabedoria com o propósito de causar ênfase e impacto. Entretanto, como Jesus é a perfeita sabedoria de Deus, é o único que personificou e exemplificou com perfeição a sabedoria abordada em Provérbios – pois ele é “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:3). Extraído do livro MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas Howe.

2. A sabedoria gerada e criada por Deus. Esta seção nos mostra que o próprio Deus gerou a sabedoria. Por isso, é muito interessante meditarmos na expressão ‘me possui” que aparece no versículo 22. Ela aparece no texto hebraico como ‘quanar’ que, ao longo do texto de Provérbios, carrega o sentido de “comprar”, ‘adquirir’ ou ‘possuir’. Os estudiosos, porém, concordam que a palavra no versículo 22 e ambígua e, por isso, ela tem muitas formas de tradução, Contudo, há uma convergência para reconhecer que ela tem a ver com a ideia de que a sabedoria existia antes da criação de Deus, Expressões como “desde a eternidade, fui ungida”; “antes de haver abismos, fui gerada”; “ele ainda não havia feito a terra” (vv.23-26) convergem bem para esse sentido, Antes mesmo de existir o mundo visível a sabedoria estava com Deus.

- Nestes versos, a Sabedoria descreve a si mesma como alguém a quem o Senhor “possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas” (v. 22), que nasceu “antes de haver abismos, . . . antes ainda de haver fontes carregadas de águas” (v. 24) e “antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros” (v. 25), “ainda [o Senhor] não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo” (v. 26). Embora tenha havido muitas discussões exegéticas sobre estes versículos na igreja primitiva, quase todos concordam que a Sabedoria é uma representação figurativa de Deus, o Filho. Isto porque outros textos bíblicos identificam Jesus como Sabedoria de Deus, sendo o mais importante 1 Coríntios 1.24, onde Paulo diz que Cristo é “poder de Deus e sabedoria de Deus”(cf. Ap 3.14; Pv 8.22,25). Resumindo, se Jesus é a Sabedoria de Deus, então Provérbios 8 deve ser uma referência a Jesus, uma vez que se refere à sabedoria de Deus. A Sabedoria de Deus Vem de Deus Pai - Sabedoria de Deus—Deus, o Filho—vem de Deus, o Pai. Mais especificamente, isto significa que o Filho nasceu do Pai (Pv 8.25)—ou, usando a terminologia técnica do Credo de Nicéia, o Filho foi gerado pelo Pai antes dos séculos. Isto não significa (e teólogos como Atanásio e Basílio de Cesareia eram claros nisso) que o Filho foi criado no tempo. Pelo contrário, significa que distinguimos a pessoa do Pai da pessoa do Filho por meio de suas relações eternas de origem. O Pai é eternamente não-gerado, enquanto o Filho é eternamente gerado do Pai. Quando dizemos “eternamente”, queremos dizer que não há início ou fim. Crucialmente, em Provérbios 8, “eu nasci” ocorre na eternidade (ou seja, “antes dos outeiros”, v. 25). Quando dizemos que o Filho foi gerado, queremos dizer que a essência divina do Filho é exatamente como a do Pai, e é comunicada pelo Pai. Colocando de outra maneira, podemos dizer que o Filho é a imagem do Pai, a exata representação do seu ser (Hb 1.1-3). E se isso é verdadeiro sobre o Filho, também é verdadeiro sobre o Filho enquanto Sabedoria. A Sabedoria divina revela o Pai, porque a Sabedoria divina é o Filho, a imagem do Pai, gerada por Ele.

3. A sabedoria e o processo de criação. Os versículos 27-29 retratam a sabedoria atuando no processo da criação. Eles mostram que, enquanto Deus criava os céus (v.27), passava sobre e fortificava as faces do abismo (vv. 27,28), quando cuidava do mar e estabelecia os fundamentos da terra (v.29): a sabedoria estava com Deus durante todo o processo criativo. Entretanto, o versículo mostra que a própria sabedoria estava como uma aluna de Deus, folgando e participando de sua criação (vv. 30,31). Toda essa descrição da sabedoria tem uma referência com o Evangelho de João: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3). Não por acaso, ao longo da História, a igreja sempre viu a sabedoria descrita aqui como um tipo de Cristo, Nosso Senhor, por excelência, e a sabedoria encarnada como luz que ilumina os homens (Jo 1.4,5).

- Em Provérbios 8, a Sabedoria está presente com Deus no ato da criação; “eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; regozijando-me no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens” (Pv 8.30-31). Em sua eterna divindade, o Deus Filho (ou seja, a Sabedoria) é o mestre de obras ao lado do Pai, o arquiteto da criação. E em sua encarnação, o Filho é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15; cf. Hb 1.1-3). Portar a imagem de Deus é o grande propósito da humanidade e, consequentemente, da criação. A criação aponta para o seu ápice, a humanidade, e o modelo da humanidade enquanto imago Dei é Jesus, a imagem de Deus. Simplificando: Jesus, a encarnação da Sabedoria, é o modelo da criação, pois a criação é ordenada segundo a imagem de Deus, ou seja, Jesus.

 

PENSE! Deus revela sua sabedoria na criação.

PONTO IMPORTANTE! A igreja, ao longo da história, viu a sabedoria como um tipo de Cristo.

 

SUBSÍDIO 1

Professor(a), ‘o capítulo 7 de Provérbios é um retrato repulsivo da sedução e do pecado. No capítulo 8, que estudaremos nesta lição, o conceito hebraico de sabedoria alcança o zênite da sua expressão no Antigo Testamento. Este capítulo não é uma série de discursos acerca da beleza da vida em família, nem mesmo em louvor a castidade, mas um apelo ao jovem estudante para que se dedique de forma zelosa e infatigável a busca da sabedoria que oferece as orientações mais seguras para a vida.” (Adaptado de Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p 376.)

 

II. O PRIVILÉGIO QUE A SABEDORIA TRAZ

1. A beleza de saber. O capítulo 8 de Provérbios mostra a natureza divina da sabedoria e o quanto torna-se um privilégio adquiri-la. Infelizmente, não são todos que a possuem. Tiago, o irmão do Senhor, disse que podemos adquiri-la pedindo a Deus (Tg 1.5 ). Por isso, é muito importante ponderarmos que a espécie humana e a único da criação que tem a capacidade de saber, conhecer, Nenhum outro ser terreno pode ter o conhecimento da realidade, nem o mineral, nem o vegetal, nem o animal irracional, Por isso, sobre nós pesa o privilégio e a responsabilidade de saber as coisas. Somos os únicos que podemos compreender o início e o fim da vida, os acertos e os erros de nossas escolhas e, a partir da criação, perceber a existência do Criador que ordena todas as coisas (Rm 1.20), Só o ser humano tem esse privilégio.

- A Sabedoria não apenas fala, mas apela às pessoas. Aquele que veio para dar vida às pessoas clama aos seus ouvidos. Ninguém fica longe do alcance dessa voz. Os simples devem entender a prudência, para não entrarem por caminhos escorregadios, não caírem em ciladas mortais e não descerem à cova da morte. Na caminhada da vida, há vales escuros, pântanos lodacentos, pinguelas estreitas, mares revoltos, rochas submersas, ameaças perigosas. A prudência nos dá discernimento. A prudência nos livra de colocar nossos pés nessa estrada da morte. Os néscios são convocados a entenderem a sabedoria. A olharem para a vida com os olhos de Deus. A tomarem decisões pautadas pelos princípios de Deus, e não pelas conveniências humanas. A Sabedoria precisa ser ouvida e obedecida. Ela fala coisas excelentes. Os lábios da Sabedoria só proferem coisas retas. Bem-aventurados aqueles que a escutam, a atendem e seguem sua direção. Jesus é a Sabedoria divina que clama aos nossos ouvidos e nos convida a viver de forma maiúscula e abundante.

2. A beleza de aplicar a sabedoria à realidade. A sabedoria não é só conhecimento, ela tem a ver com a aplicação de uma compreensão à situação concreta. Todo o livro de Provérbios é um convite ao leitor para aplicar os conselhos às situações concretas da vida. É exatamente o que ensinou o Senhor Jesus, o maior sábio por excelência, a respeito de ouvir, compreender e aplicar: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha” (Mt 7.24.25). Assim sendo, o valor da sabedoria se encontra em sua aplicação para solucionar ou se prevenir de uma situação concreta da vida. Suas orientações trazem segurança para a vida, por isso somos assemelhados à fortaleza de uma rocha que não se abala.

- A Sabedoria não apenas proclama a verdade, mas também abomina a impiedade. As palavras de sua boca não apenas são justas, mas também nelas não se encontra nada torto nem perverso. Todas as suas palavras são retas para aqueles cujo entendimento foi iluminado pelo Espírito de Deus, e são justas para aqueles que inclinaram os ouvidos ao conhecimento. Os loucos, os néscios e os escarnecedores ouvem as palavras da Sabedoria, mas as desprezam. Escutam os conselhos de Deus, mas os repudiam. Recebem o apelo urgente e veemente dos céus, mas tapam os ouvidos da alma para seguirem, rebeldemente, seu caminho de morte. Uns escutam a voz de Deus e são quebrantados; outros a escutam e ficam ainda mais endurecidos. O mesmo sol que amolece a cera endurece o barro. A mesma mensagem que salva uns condena outros.

3. A beleza de estar consciente a respeito do propósito das coisas. Além de conhecer e aplicar a sabedoria, um dos grandes privilégios que ela nos proporciona é a consciência a respeito do propósito das coisas. Apenas o ser humano tem a capacidade dotada por Deus para isso. Infelizmente, como resultado do pecado, perdemos muito a capacidade de compreender o nosso propósito (Gn 3.4-12). Não menos ruim, há quem diga que não há propósito na vida do ser humano. Essas frases fazem parte do vocabulário de quem gosta de brincar de desconstruir o outro. Geralmente, quem faz isso já se encontra desconstruído por dentro. A sabedoria da Fé Cristã zela sempre pela construção positiva do sentido na vida das pessoas, pois olhando para Deus e observando a natureza, conforme narrado em Provérbios 8, há um propósito muito claro na criação. Ora, a vida no mundo só é possível porque cada ser vivo está agindo segundo o seu propósito, a sua função. Entretanto, só o ser humano pode ter consciência disso. A propósito, qual é o sentido da sua vida?

- O ser humano corre sofregamente atrás de prata, ouro, joias e riquezas. Investe seu tempo, usa sua energia, devota sua inteligência e emprega seus talentos para amealhar riquezas. Muitos chegam a alcançar sucesso nessa empreitada, porém deixam para trás os destroços de sua busca insaciável. Há aqueles que destroem o casamento e a família para atingirem o topo da pirâmide social. Acumulam bens, mas perdem a família. Ajuntam tesouros, mas perdem a alma. A Sabedoria divina nos adverte: o ensino é melhor do que a prata; o conhecimento é melhor do que o ouro escolhido; a sabedoria é melhor do que joias; e nada neste mundo, nem as riquezas nem os prazeres, pode ser comparado à sabedoria. O néscio ajunta tesouros julgando que essa riqueza lhe dará felicidade e segurança. Porém, esses tesouros acabam se transformando no combustível de sua própria destruição. Quando alguém busca conhecimento e sabedoria em vez de correr atrás de prata, ouro e joias, encontra segurança, felicidade e riqueza.

 

PENSE! A sabedoria começa com conhecer.

PONTO IMPORTANTE! Conhecimento aplicado à situação concreta é a sabedoria.

 

SUBSÍDIO 2

Professor(a), converse com os alunos falando a respeito dos privilégios que a sabedoria traz Diga que para alcançá-la, assim como os seus benefícios, precisamos conhecer a Palavra de Deus. Conhecer também significa memorizar. Então, “enfatize a importância de memorizar a Palavra de Deus e fale sobre como fazer isso nos beneficia, de maneira prática. A memorização, no entanto, é apenas uma de muitas maneiras de interagir com as Escrituras. Em primeiro lugar, podemos ouvir as Escrituras. Este é o método mais simples, e menos difícil de aprender os preceitos e princípios da Bíblia. Em segundo lugar, podemos ler as Escrituras. Ouvir pode se tornar um encontro passivo com a Bíblia, mas a leitura requer um envolvimento mais pessoal – um maior investimento de energia do que simplesmente ouvir instruções sobre as Escrituras. (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD. 2013. p. 66.)

 

 

III. CONSCIENTIZANDO-SE DO SENTIDO DA VIDA

1. É sábio compreender o sentido da vida. Ainda no capítulo 8, o sábio escreve: “Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do Senhor” (Pv 8.35). Quem acha a sabedoria, acha o sentido da vida, seu propósito a ser desenvolvido no mundo. Por isso, de acordo com o Novo Testamento, Jesus é o sentido da vida do cristão. Sim. Ele é o centro de onde tudo é ordenado (Fp 3.14). Ele é o ápice da nossa vida e o centro da nossa existência. É a partir dEle que tudo fará sentido na vida do cristão. Isso é sabedoria! É a partir de Jesus que nossa vocação, família e ministério fazem todo sentido.

- Aqui está a conclusão desafiadora do sermão. E agora (32) — à luz de tudo que o pregador disse — os pupilos precisam tomar a sua decisão. Não estão tomando decisões acerca de uma questão casual. As consequências finais são afirmadas novamente. Gran­des bênçãos estão reservadas para aqueles que respeitam as palavras da sabedoria (32, 34-35). Grande tragédia resultará da negligência delas. Todos os que me aborrecem amam a morte (36) — a morte espiritual (cf. Dt 11:26-28; 30:19-20).

2. A vocação na vida. Descobrir a vocação da vida é um desafio bem complexo. Nem todos conseguem responder assertivamente o que deseja ser profissionalmente ou que tipo de vocação deseja desenvolver na obra de Deus. Descobrir essa vocação é muito importante para tomar as demais decisões ao longo da vida. Descobrir a nossa vocação tem a ver com o conhecimento pessoal a respeito das habilidades naturais, senso de autorrealização no que faz e, principalmente, para os cristãos, o que Deus quer soberanamente que façamos. Isso pode ser constatado na vida do apóstolo Paulo que tinha plena convicção da sua vocação apostólica ao expressar que “pregar o Evangelho” era uma obrigação imposta a ele (1 Co 9.16). Não era uma obrigação humana, mas uma imposição que vinha do alto. Essa é a grande diferença da descoberta vocacional de um cristão, pois trata-se de um senso de dever imposto diretamente do alto.

- A juventude precisa descobrir sua vocação de vida, o sentido pelo qual o jovem estuda, trabalha e faz suas escolhas profissionais. Isso vai além do imediato, mas envolve decisões permanentes. A vocação de deus é pessoal, intransferível e incontestável. Pessoal, pois ele chama pessoas e não coisas; gente e não instituições, e ao chamar Deus lança no coração de seus filhos uma profunda convicção de propósito – a busca por estar no lugar certo, na hora certa e fazendo o que ele deseja de nós a cada dia. Intransferível, pois o propósito de Deus é único e personalizado. A vocação não é um projeto, mas um estilo de vida. Não se baseia em uma lista de tarefas, mas em um relacionamento único, pessoal e intransferível com o Pai. Incontestável, pois a voz de Deus é clara. Ao chamar ele produz em nossos corações profunda convicção e, quando fora do seu propósito, incômodo. Sua palavra é comparada a “muitas águas” (Ap 1.15) e ao “trovão” (Is 33.3). Ele sempre se faz ouvir. Quando Deus chama somos tomados pelo desejo de segui-Lo –  e tudo o mais só ganha sentido neste caminho.

3. O Espírito Santo gerando motivação. É importante perceber, claramente por meio da Palavra de Deus, que não estamos sozinhos para descobrir a nossa vocação. Em Êxodo 31. Deus encheu a Bezalel com o seu Espírito, juntamente com Aoliabe, de sabedoria, entendimento e ciência para fazer trabalhos artísticos para o Tabernáculo (Êx 31.1-11). Em Atos, lemos que o Espírito Santo separou mestres e profetas, incumbindo-os de uma tarefa transcultural no sentido de proclamar o Evangelho às nações (At 13.1-3). Sim, por intermédio do Espírito Santo, a sabedoria divina continua a produzir poder criativo. Nós, somos os instrumentos pelos quais a sabedoria fluirá no poder do Espírito Santo para produzir algo que glorifique a Deus e supra uma necessidade do próximo. Assim, em Cristo, estaremos realizados quando descobrirmos o que viemos fazer no mundo para glorificar a Deus e servir o próximo. Tudo o que fazemos, direta ou indiretamente, afetará o outro. Por isso, nenhum dom ou vocação pode ser desassociada da virtude maior: o amor (1 Co 13.1-3). Quando isso acontece é porque a sabedoria divina se manifestou.

- A Sabedoria é uma pessoa que se relaciona. É o próprio Deus que se fez carne e habita entre nós. É o Emanuel. Ele ama aqueles que o amam e se deixa encontrar por aqueles que o buscam. Aqueles que se relacionam com ele colhem frutos abençoadores. Seus frutos são riqueza e honra, bens duráveis e justiça. Seu fruto é melhor do que o ouro, do que o ouro reinado. Seu rendimento é melhor do que a prata escolhida. A riqueza honesta é uma dádiva de Deus. É ele quem fortalece nossas mãos para adquirirmos riquezas. Riquezas e glórias vêm de suas mãos. A honra também é uma dádiva de Deus, pois é ele quem exalta. É Deus quem apanha o pobre e necessitado e o faz assentar-se entre príncipes. Os bens deste mundo são perecíveis, mas os bens concedidos por Deus são duráveis. Deus nos reveste de sua justiça, e Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a nossa justiça. Os que buscam ouro e prata descobrem que esses tesouros não são permanentes nem satisfazem. As riquezas deste mundo não podem dar segurança nem promover a verdadeira felicidade. Aqueles, porém, que conhecem a verdadeira Sabedoria e são governados por ela desfrutam agora de segurança e paz e gozarão a plena felicidade por toda a eternidade.

 

PENSE! Compreender o sentido da vida e correlacioná-lo à nossa vocação é a sabedoria.

PONTO IMPORTANTE! O Espírito Santo pode nos iluminar, separar, vocacionar e enviar

 

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CONCLUSÃO

Qual é o sentido da sua vida? Talvez, você demore alguns meses, ou até mesmo alguns anos, para responder assertivamente. Mas você tem um propósito dado por Deus para viver. Por isso, busque a sabedoria em Deus para estar consciente do propósito da sua vida. Então, todas as escolhas que você fizer, seja do ponto de vista afetivo, seja do ponto de vista profissional e ministerial devem ser coerentes com o propósito consciente da sua vida em Deus.

- A Sabedoria se apresenta, nesses versículos, como um transeunte que caminha pelas veredas da justiça. Seu trajeto circunscreve-se ao reduto do juízo. Ela não faz desvios. Não entra em lugares tenebrosos. Não se afasta da luz. A Sabedoria trafega pelas veredas do juízo com um propósito elevado. Seu desiderato é dotar de bens os que a amam e lhes encher os tesouros. Diferentemente da mulher adúltera que ca à espreita nas esquinas ensombrecidas para apanhar em sua rede os incautos, a Sabedoria anda sobranceira pelo caminho da justiça para estender seus benefícios, distribuir bênçãos e cumular de tesouros aqueles que a amam. Amar a Sabedoria é o propósito da vida. A Sabedoria é o próprio Deus encarnado. Jesus é a nossa Sabedoria. Jesus não apenas anda no caminho da justiça, mas ele mesmo é o caminho. Ele não apenas dota de bens aqueles que o amam, mas ele mesmo é o nosso maior bem. Ele não apenas concede os melhores tesouros da terra, mas também presenteia aqueles que o amam com os mais excelentes tesouros do céu. Você tem andado de mãos dadas com a Sabedoria? É governado por ela? Tem recebido seus dons excelentes? Ela é seu prazer e sua recompensa?

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. Como a seção bíblica de Provérbios 8.22-31 é considerada?

A seção bíblica de Provérbios 8.22- 31 é considerada pelos estudiosos como a mais importante do livro.

2. Qual referência pode ser feita em relação a Provérbios 8.22-31?

Toda essa descrição da sabedoria tem uma referência com o evangelho de João: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (Jo 11-3)

3. O que nos destaca entre os outros seres da Criação?

Somos os únicos que podemos compreender o início e o fim da vida, os acertos e os erros de nossas escolhas e, a partir da criação, perceber a existência do Criador que ordena todas as coisas (Rm 120). Só o ser humano tem esse privilégio.

4. Qual é o valor da sabedoria?

O valor da sabedoria se encontra em sua aplicação para solucionar ou se prevenir em uma situação concreta da vida.

5. Segundo a lição, como estaremos plenamente realizados?

Em Cristo, estaremos realizados quando descobrirmos o que viemos fazer no mundo para glorificar a Deus e servir o próximo.