Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” (Ef 6.2,3)
Entenda o Texto Áureo:
- Aqui a autoridade da lei revelada é adicionada à
lei natural. que é…promessa –
A “promessa” não é feita como o principal motivo para a obediência, mas uma
consequência. O principal motivo é, porque é a vontade de Deus (Deuteronômio
5:16; “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te mandou”); e que
sua peculiaridade, é mostrada por seu acompanhamento “com uma promessa”. primeiro – no decálogo com uma promessa
especial. A promessa no segundo mandamento é geral. Seu dever é mais
expressamente prescrito aos filhos do que aos pais; porque o amor desce ao
invés de ascender (Bengel). Este versículo prova que a lei no Antigo Testamento
não é abolida. [Jamieson; Fausset; Brown] muito
tempo sobre a terra – Em Êxodo 20:12, “por
muito tempo sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá”, que Paulo adapta aos
tempos do Evangelho, tirando a referência local e limitada propriamente aos
judeus em Canaã. Os piedosos são igualmente abençoados em todas as terras, como
os judeus estavam na terra que Deus lhes deu. Essa promessa é sempre cumprida,
literalmente, ou pela substituição de uma bênção maior, a saber, uma espiritual
e eterna (Jó 5:26; Provérbios 10:27). A substância e a essência da lei estão
eternamente em vigor: seus acontecimentos isolados (aplicados ao Israel de
antigamente) são abolidos (Romanos 6:15). [Jamieson; Fausset; Brown]
VERDADE PRÁTICA
Entre desafios e responsabilidades, o
relacionamento entre pais e filhos deve ser de bênçãos e proteção.
Entenda a Verdade Prática:
- Uma família espiritualmente saudável, que vive
debaixo da graça de Deus, caracteriza-se pelo bom relacionamento entre pais e
filhos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salmos
127.3-5; Efésios 6.1-4
Salmos 127
3. Eis que os filhos são
herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.
- Como Ele concedeu a Israel a posse de Canaã Êxodo
15:17; Deuteronômio 4:21), não como um direito hereditário, mas de Sua própria
vontade, de acordo com Sua promessa, assim Ele concede a bênção de inúmeras
crianças. O P.B.V. expressa bem o sentido:”as crianças e o fruto do ventre são
uma herança e um dom que vem do Senhor”. Se o pensamento de recompensa está
incluído em ‘recompensa’, é, de acordo com o espírito de Salmo 127:1-2, como
recompensa pelo temor de Deus (compare com Salmo 128) que as crianças são
dadas, não, como os comentários do Targum, introduzindo a posterior doutrina
judaica do mérito, como recompensa por boas obras. o fruto do ventre. Uma expressão mais geral incluindo as
filhas. Cp. Salmo 132:11; Gênesis 30:2; Deuteronômio 7:13. [Cambridge]
4. Como flechas na mão do valente,
assim são os filhos da mocidade.
- Como
flechas na mão do guerreiro – Elas são o que um pai pode confiar para
se defender em perigo ou para obter ajuda para garantir o sustento para si e
sua família – assim como o guerreiro ou o caçador dependem de suas flechas. assim são os filhos da juventude –
Filhos na juventude; em seu auge e vigor. A comparação de filhos com flechas ou
lanças é comum na poesia árabe. Veja Rosenmuller, Com. in loc. Também
Morgenland, in loc. [Barnes, aguardando revisão]
5. Bem-aventurado o homem que enche
deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos
à porta.
- Bem-aventurado
é o homem – hebraico, A felicidade do homem. Veja as notas no Salmo
1:1. que enche deles seu porta-flechas
– A aljava é um caso em que flechas são carregadas; e como um homem – um
caçador ou guerreiro – se sente seguro quando tem sua aljava cheia de flechas,
o homem é abençoado na proporção do número de seus filhos. Isso está de acordo
com a ideia frequentemente apresentada na Bíblia, e com a promessa muitas vezes
feita lá de uma numerosa posteridade como prova do favor divino. eles não serão envergonhados – Eles
não voltarão desanimados, baixando suas cabeças com vergonha e confusão. Veja
as notas em Jó 6:20. quando falarem
com os inimigos à porta. A palavra hebraica, entretanto, significa
“falar”; e o significado é que eles “falavam” com seus inimigos no local de conflito
– pois uma batalha ocorria frequentemente no portão de uma cidade, pois a posse
de um portão ou a entrada de uma cidade era tão importante para aqueles que
atacaram e para aqueles que os defenderam. A ideia é que eles falariam com
efeito; eles se distinguiriam; eles deixariam sua presença ser conhecida. A
conexão não nos permite entender isso de controvérsia forense, ou de transações
de negócios, embora estas geralmente fossem realizadas nos portões das cidades.
O significado é que eles honrariam a família e gratificariam o coração dos
pais, por seu valor em defender sua cidade e casa, ou em atacar as cidades dos
inimigos de seu país. O salmo destina-se a inculcar a lição de dependência de
Deus para o sucesso em tudo. [Barnes, aguardando revisão]
Efésios 6
1. Vós, filhos, sede obedientes a
vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
- sede
obedientes – uma expressão mais forte do que a utilizada às esposas,
“submissão” ou “estar sujeito” (Efésios 5:21). A obediência é mais irracional e
implícita; submissão é a sujeição voluntária de um inferior no sentido da ordem
àquele que tem o direito de comandar. no
Senhor – Pais e filhos, sendo cristãos “no Senhor”, expressa a essência
na qual a obediência deve ocorrer e o motivo da obediência. Em Colossenses
3:20, é: “Filhos, obedeçam seus pais em todas as coisas”. Esta expressão, “no
Senhor”, sugere a limitação devida da obediência requerida (Atos 5:29; compare,
por outro lado, o abuso, Marcos 7:11-13). porque isso é justo – Mesmo pela lei natural, devemos prestar
obediência àqueles de quem recebemos a vida. [Jamieson; Fausset; Brown]
2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
- Aqui
a autoridade da lei revelada é adicionada à lei natural. que é…promessa – A “promessa” não é
feita como o principal motivo para a obediência, mas uma consequência. O
principal motivo é, porque é a vontade de Deus (Deuteronômio 5:16; “Honra a teu
pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te mandou”); e que sua peculiaridade, é
mostrada por seu acompanhamento “com uma promessa”. primeiro – no decálogo com uma promessa especial. A promessa no
segundo mandamento é geral. Seu dever é mais expressamente prescrito aos filhos
do que aos pais; porque o amor desce ao invés de ascender (Bengel). Este
versículo prova que a lei no Antigo Testamento não é abolida. [Jamieson;
Fausset; Brown]
3. para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
- muito tempo sobre a terra – Em Êxodo
20:12, “por muito tempo sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá”, que Paulo
adapta aos tempos do Evangelho, tirando a referência local e limitada
propriamente aos judeus em Canaã. Os piedosos são igualmente abençoados em
todas as terras, como os judeus estavam na terra que Deus lhes deu. Essa
promessa é sempre cumprida, literalmente, ou pela substituição de uma bênção
maior, a saber, uma espiritual e eterna (Jó 5:26; Provérbios 10:27). A
substância e a essência da lei estão eternamente em vigor: seus acontecimentos
isolados (aplicados ao Israel de antigamente) são abolidos (Romanos 6:15).
[Jamieson; Fausset; Brown]
4. E vós, pais, não provoqueis a ira a
vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
- Pais
– incluindo mães; os pais são especificados como sendo as fontes da autoridade
doméstica. Os pais são mais propensos à cólera em relação aos filhos do que às
mães, cuja culpa é ser excessivamente tolerante. não provoqueis – não irritar, por ordens humilhantes,
desaprovação irracional e intemperança (Alford). Colossenses 3:21, “para que
não desanimem”. disciplina –
ou seja, educação por castigo no ato, quando necessário (Jó 5:17; Hebreus
12:7). correção – treinamento
por palavras (Deuteronômio 6:7; “catequese”, Provérbios 22:6), seja de
encorajamento, ou exemplo, ou repreensão, conforme for necessário (Trench). Em
contraste 1Samuel 3:13. do Senhor
– como o Senhor aprova, e pelo Seu Espírito dita. [Jamieson; Fausset; Brown]
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INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito
das promessas de Deus voltadas ao relacionamento entre pais e filhos. Vivemos
em um contexto desafiador na criação de filhos. Mais desafiador ainda é o
relacionamento entre pais e filhos. Contudo, a Palavra de Deus nos supre com
preciosos ensinamentos em que pais e filhos podem desfrutar de uma relação de
confiança e proteção na família, no lugar em que podemos usufruir das bênçãos
de Deus. As promessas de Deus podem se cumprir no relacionamento
entre pais e filhos.
- O relacionamento entre pais e filhos é uma área da
convivência familiar em que a família cristã deve cultivar o respeito, a honra
e a consideração. Essa dimensão da vida familiar é amplamente considerada na
Bíblia. São muitos os textos bíblicos que tratam dessa questão,
responsabilizando tanto os pais quanto os filhos. Por exemplo: Êxodo 20.12;
Deuteronômio 6; Provérbios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7; 22.6; 23.22; Efésios 6.1-4;
Colossenses 3.20,21. Sobre os pais, pesa a responsabilidade de instruir os
filhos com palavras e exemplos pautados nos mandamentos do Senhor, demonstrando
o seu amor, inclusive, através da disciplina. Eles são orientados a educar seus
filhos no caminho em que devem andar, criando-os na disciplina e na admoestação
do Senhor. Quanto aos filhos, são exortados a amar, respeitar, obedecer e a
honrar os pais. Devem guardar no coração os ensinos recebidos, seguindo os bons
exemplos dos pais. Devem ampará-los na velhice. Um dos sinais da manifestação
da graça de Deus, por meio de Cristo, segundo o profeta Malaquias, é a
conversão do coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais (Ml
4.6).
PALAVRA-CHAVE: Pais
e Filhos
I. O RELACIONAMENTO BÍBLICO ENTRE PAIS E FILHOS
1. Pais e filhos. A Leitura Bíblica em Classe nos apresenta o texto bíblico do Salmo
127 em que os filhos são apresentados como “herança do Senhor” e “galardão” (Sl
127.3). O Salmo ainda diz que eles são como “flechas na mão do valente”, ou
seja, são úteis e importantes para a sociedade e, por isso, eles eram
importantes também para os pais diante da sociedade (Sl 127.4). Por causa
desses filhos, os pais se sentem realizados e felizes (Sl 127.5). Dessa forma,
os filhos são vistos como herança, como galardão para os pais. Assim sendo,
está sob a responsabilidade dos pais a educação deles, a formação espiritual, o
cultivo da fé, para que a herança do Senhor seja preservada nestes tempos
difíceis.
- O assunto do salmo é reconhecidamente diferente de
um típico salmo de peregrino. Barnes explica essa diferença com base na
preocupação do salmo com o estabelecimento do povo em Jerusalém depois do seu
retorno do exílio, reconstruindo suas casas e restabelecendo suas vidas."
Taylor acredita que esse salmo se refira mais diretamente à literatura
sapiencial: "Os escritores sapienciais se preocupam em ensinar alguns dos
princípios e a prática da observância de aspectos que trarão maiores dividendos
de felicidade para esta vida. Seu ponto de vista é secular em vez de
sacerdotal. Eles se dirigiam mais para os leigos do que para os cultos. Nosso
salmo, nesse sentido, não é nenhuma exceção [...] A presença do salmo na
coletânea peregrina provavelmente ocorre por causa do toque humano e do frescor
e beleza da expressão literária que esse salmo tem em comum com outros do seu
grupo"."Os filhos são herança
do SENHOR (3) tem sido traduzido como: "Os filhos são uma dádiva do
Eterno, e as crianças são uma bênção dele" (Moffatt). Os filhos da
mocidade são particularmente valiosos (4), filhos nascidos enquanto o pai ainda
é relativamente jovem. Eles serão a sua força quando estiver velho, como
flechas na mão do valente, uma defesa contra os seus inimigos. Alguns
interpretam falarem com os seus inimigos à porta (5) como indicando uma defesa
contra acusações falsas no tribunal, visto que a porta da cidade era o lugar
onde os anciãos se reuniam para julgar as disputas. A NVI traduz essa expressão
da seguinte maneira: "Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no
tribunal". Outros interpretam essa expressão como a necessidade de
defender a cidade contra inimigos que estão atacando, visto que os ataques
normalmente ocorriam diante da porta de entrada da cidade. "Ele não
precisa temer em enfrentar um bando hostil" (Moffatt). Independentemente
da situação, os filhos numerosos de um homem eram considerados sua força e
segurança, uma fonte de satisfação e alegria.
2. Um mandamento com promessa para os
filhos. Para os filhos, que são herança do
Senhor para os seus pais, e conforme vemos na Leitura Bíblica em Classe, há uma
promessa divina mediante a obediência de um mandamento. O apóstolo Paulo ensina
que os filhos devem obedecer aos seus pais para que as suas vidas estejam bem
e, consequentemente, vivam tempo longo sobre a terra (Ef 6.1-3). Essa promessa
remonta o quinto mandamento de Deus, proferido por Moisés no deserto
(Êx 20.12). Esse mandamento tem o mesmo significado do ensino proferido pelo
apóstolo Paulo. Assim, estamos diante de uma promessa condicional dirigida aos
filhos. Sim, há bênçãos para os filhos na medida em que eles honram os seus
pais em vida.
- Uma segunda dimensão da estrutura doméstica recebe
a atenção de Paulo, qual seja, a relação entre pais e filhos. Quando há amor
genuíno em casa, prevalece a base adequada da vida saudável para todos os
membros da família. Não obstante, os deveres recaem sobre cada membro. Ao
incluir estes poucos versículos, Paulo dignifica o lugar da criança no lar e na
comunidade cristã. Tal preocupação não era a atitude do mundo antigo. O
sistema romano dava ao pai poder absoluto sobre os filhos. Ele tinha o direito
de castigá-los conforme sua ira depravadamente ditasse, vendê-los à escravidão
se achasse que eles estavam dando muitas despesas ou lhe fossem inúteis, ou,
sob certas condições, matá-los. Este poder do pai sobre os filhos predominava
por toda a vida. A vida infantil não tinha valor, conforme revela uma carta
datada do ano 1 a.C., escrita por Hilário, um soldado romano de Alexandria,
Egito, para sua esposa, Alis. Ele ordena à esposa grávida que deixe a criança
viver se for menino, mas que a lance ao desterro se for menina.' Deixar as
crianças para que se arranjem como puderem era prática comum naqueles dias.
Quando Jesus chamou as criancinhas para si, ele estava falando contra essa
desvalorização da vida humana jovem (Mt 19.14). Paulo se coloca ao lado de
Jesus quando vê o valor infinito de cada criança, fato apoiado pela descrição
cuidadosa das responsabilidades mútuas entre filhos e pais. Paulo encarrega:
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais (1). Martin observa que
"obediência é termo mais forte que sujeição, estipulada como dever da
esposa"." A palavra geralmente traduzida por "obedecer"
(hupakouo) é verbo composto derivado da palavra "ouvir" (akouo).
Portanto, há em sua formação a ideia de "escutar" ou
"atender", e daí "obedecer". Muita desobediência é o
resultado da má vontade dos filhos em ouvir as instruções recebidas e as razões
para essas instruções. A paráfrase de Moule é sugestiva: "com o ouvido
atento da atenção firme".27 Os filhos têm a obrigação moral, na medida em
que a concebem, de manter abertas as linhas de comunicação entre eles e os
pais, estando prontos para ouvir e obedecer. No Senhor é paralelo de
expressões já encontradas (Ef 4.1,17; 5.22) e define a esfera na qual a
obediência deve ocorrer. Salmond diz que é "uma obediência cristã
satisfeita na comunhão com Cristo".' Pelo que deduzimos, Paulo está
tratando de uma situação na qual todos são cristãos, sem especificar qual deve
ser a atitude quando as ordens parentais forem contrárias à lei de Cristo. Há
duas sanções para esta determinação. A primeira é que Paulo diz que a
obediência é justa (dikaios). No vocabulário paulino, esta palavra significa
justificado. O apóstolo não está afirmando que a obediência é meramente
adequada e correta, mas que "é agradável ao Senhor" (Cl 3.20). O
significado de justa é reforçado pela citação do quinto mandamento. Os justos
vivem segundo as leis de Deus. Os filhos que fossem justos em sua relação com
os pais deveriam cumprir esta lei em particular. A segunda sanção,
estreitamente relacionada com o apelo anterior, é a declaração de Paulo de que
a obediência honra os pais. O apóstolo cita Êxodo 20.12 e Deuteronômio 5.16:
Honra a teu pai e a tua mãe (2). Salmond comenta: "A obediência é o dever;
a honra é a disposição da qual nasce a obediência".' Não basta a prontidão
em obedecer; tem de haver a obediência efetiva para que apareça a honra aos
pais. O texto também enfatiza o fato de que este é o primeiro mandamento com
promessa (2). De que modo este é o primeiro (prote) mandamento que tem uma
promessa? Esta questão tem gerado certas dificuldades, porque o segundo dos Dez
Mandamentos também tem uma promessa (Êx 20:4-6). A melhor explicação é que aqui
Paulo usa primeiro no sentido de "primeiro em importância" para os
filhos." Paulo combina elementos de Êxodo 20.12 e Deuteronômio 5.16 para
ao expor a dupla promessa. A ideia de prosperidade — para que te vá bem — é
tirada de Deuteronômio; ao passo que vida longa — e vivas muito tempo sobre a
terra — acha-se em Êxodo. Esta promessa deve ser descartada como resquício da
fé israelita, ou tem pertinência para hoje? Será que podemos tomar por certo
que a prosperidade e a longevidade são os benefícios devidos por nossa
obediência? Hoje em dia o cristianismo é oferecido no balcão de ofertas, e o uso
que tem sido feito dele é revoltante para a igreja cristã. Mas não devemos
perder de vista a declaração bíblica de recompensas. Como escreve Theodore
Wedel: "Há recompensas que vêm para os não-crentes — recompensas não
materiais, se as analisarmos corretamente, mas não menos reais humanamente
falando".' Hodge insiste que esta é "revelação de um propósito geral
de Deus, e mostra qual será o curso habitual da providência divina".'
Contudo, isso pode não ser efetivado em todas as pessoas. "A promessa
geral cumpre-se para indivíduos, na medida em que `ela sirva para a glória de
Deus, e para o bem deles' "."
3. Mandamentos e bênçãos para os
pais. Se por um lado os filhos devem
honrar os pais, estes não devem “provocar a ira dos filhos” (Ef 6.4). É verdade
que não é fácil criar filhos. Os desafios são muitos e os pais precisam
desenvolver a paciência e o cuidado para lidar com eles. Contudo, a parceria em
amor e a disciplina aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e
filhos crescerão juntos na fé em Cristo. Por isso, os filhos são bênçãos para
os pais, e estes para os filhos: “A tua mulher será como a videira frutífera
aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua
mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sl 128.3,4).
Assim, valorizemos a nossa família como um presente de Deus e, ao mesmo tempo,
instruamos os nossos filhos para que andem no caminho do temor do Senhor de
modo que dele não se desvie (Pv 9.10; 22.6).
- A desobediência dos filhos pode acabar com a paz
do lar cristão, mas, por outro lado, a insensibilidade e aspereza parentais
podem ser igualmente devastadoras. Paulo tem uma palavra para os pais e mães,
representados aqui pelo pai, a quem é dada a responsabilidade de dirigir e
disciplinar a família. O dever do pai é duplo. Primeiramente, há a
responsabilidade negativa: Não provoqueis a ira a vossos filhos. O verbo é
parorgizo, e ocorre somente nas epístolas paulinas (Rm 10.19; Ef 4.26). Aqui
significa "irritar" ou "exasperar" (cf. BAB, BV, NTLH,
NVI). Paulo exorta os pais a não "excitarem as paixões ruins dos filhos
por severidade, injustiça, parcialidade ou exercício irracional de
autoridade".' Disciplina em casa é absolutamente necessária, mas, muitas
regras e regulamentos, junto com a inevitável importunação que tal situação
cria, acabam causando justa rebelião. Phillips expressa o ponto sucintamente:
"Pais, não exagerem na correção de seus filhos nem lhes dificultem a
obediência ao mandamento" (CH). Em segundo lugar, há a responsabilidade
positiva: Criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. As duas palavras
doutrina (paideia) e admoestação (nouthesia) podem ser traduzidas por
"castigo físico" e "repreensão". Esta tradução daria a
impressão que Paulo estaria promovendo a punição e a correção oral. A
explicação mais racional é que paideia é educação no sentido mais amplo,
"o processo de instrução", como geralmente é usado na literatura
grega. Contudo, mesmo neste sentido, a ação disciplinar não está fora de
cogitação. Admoestação (Nouthesia) é simplesmente "instrução" (AEC)
ou "ensino" (CH). O uso do verbo "educar" (ektrepho) com
"sustentar" (thalpo) na construção paralela, em 5.29, apóia esta
tradução mais positiva destas palavras. A tarefa do pai é se envolver num
programa sério e carinhoso de treinar os filhos em todas as áreas da vida para
proporcionar-lhes crescimento pessoal, social e espiritual. Toda disciplina e
instrução devem ser feitas na mente e espírito do Senhor. Foulkes comenta: "A
doutrina e admoestação do Senhor é aquilo que o Senhor coloca na vida de uma
criança, se os pais cumprirem sua tarefa de ensiná-la e treiná-la em Sua
Palavra.'
SINÓPSE
I
Os filhos são “herança do Senhor” e
“galardão” (Sl 127.3), logo os pais precisam cuidar deles com sabedoria e
temor.
AUXÍLIO
BÍBLICO
“Sem ignorar as alegrias, recompensas
e aqueles momentos super especiais que os filhos proporcionam, é importante
reconhecer que as tarefas diárias dessa função podem ser um trabalho pesado!
Lavar pilhas de roupas; passar; dobrar; limpar; comprar; cozinhar; transportar;
ser um juiz, técnico, encorajador, conselheiro, policial; continuar sendo
diplomático, amável, misericordioso, animado, responsável, equilibrado e são
(!) — todos os dias, realidades incessantemente repetitivas, como todas estas
(e há mais!) podem fazer com que os pais de hoje se sintam presos e esgotados.
Ser pai e mãe não é algo que “simplesmente acontece” depois que você tem um
filho. É um absurdo pensar que depois do nascimento de um filho você,
automaticamente, é um bom pai e uma boa mãe, da mesma maneira como pensar que
ter um piano automaticamente faz de você um bom músico. Há uma enorme quantidade
de trabalho na criação dos filhos, muito mais do que a maioria das pessoas
jamais saberá. Entre os dizeres eloquentes das Escrituras, há um tratado
extraordinário sobre o papel dos pais. Ele é, ao mesmo tempo, profundo e
prático, cheio de sábios conselhos e forte encorajamento. Deus valoriza os pais
que dão ao seu lar, aos seus filhos, a prioridade que ele merece” (Adaptado de
SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. 13.ed. Rio de Janeiro: 2023, p. 229).
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II. O CUIDADO DOS PAIS COM OS FILHOS
1. Cultivando o ensino da Palavra de
Deus. Vimos que os filhos têm
responsabilidade para com os pais, conforme os textos bíblicos estudados.
Todavia sabemos que os pais também têm responsabilidades com os filhos. Nesse
aspecto, uma dessas maiores responsabilidades é a de cultivar o ensino da
Palavra de Deus na família. Isso é a base para a formação espiritual, moral,
emocional e social dos nossos filhos (Dt 6. 4-9; 11.18,19). Além desse ensino
ser cultivado no lar, cabe aos pais o incentivo e o estímulo de levar os filhos
à igreja local, encorajando-os a participar das reuniões de cultos e estudos
bíblicos, como a Escola Dominical e o culto de ensino da Palavra (Mc
10.13-16). Quando isso acontece, a igreja passa a ser a extensão do lar e este,
a extensão da igreja local. Lembremos do que o salmista escreveu: “Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” (Sl 122.1). Assim, os nossos
filhos terão o ambiente adequado para experimentar as promessas de Deus.
- Os conflitos e as dificuldades entre os pais e
seus filhos adultos não são questões entre os cristãos apenas. A revista Time
produziu uma matéria de capa sobre o fenômeno social dos twixters, um termo que
se refere a adultos que ainda moram na casa dos pais e que permanecem na
transição entre a infância e a vida adulta. Em muitos sentidos, eles se parecem
mais com crianças grandes no que se refere à administração de responsabilidades
maduras. No filme Armações do amor, Matthew McConaughey retrata um típico
twixter, um preguiçoso de trinta e poucos anos que finalmente leva seus pais ao
desespero. Determinados a se livrar desse estorvo, eles contratam um
especialista para arquitetar circunstâncias que eles esperam induzir o filho a
sair de casa. Embora as coisas não tenham funcionado exatamente da maneira como
haviam planejado, o filho finalmente sai de casa e o filme termina com os pais
cantando alegremente: “Hit the Road, Jack”. A comunidade cristã está
enfrentando seus próprios desafios em relação a isso, pois muitos jovens adultos,
criados em lares cristãos, estão decidindo abandonar a fé. Uma pesquisa
realizada pelo Grupo Barna divulgou que cerca de seis a cada dez jovens na
faixa dos 20 anos que eram envolvidos com a igreja na adolescência deixaram de
participar ativamente das atividades cristãs. Nos últimos anos, a primeira
geração de crianças que fizeram ensino domiciliar está se formando e se
tornando adulta, mas muitas delas não conseguiram atingir as altas expectativas
de seus pais. Não por serem filhos que deixaram de sair de casa; é que deixaram
de abraçar a fé de sua família.
2. Prioridades na vida familiar. Segundo a Palavra de Deus, para cuidar da igreja é preciso que o
obreiro cuide bem de sua família (1 Tm 3.2,4,12; Tt 1.5,6). Embora os textos
bíblicos que falem sobre esse assunto tenham como público-alvo os candidatos ao
ministério, é evidente que Deus espera que todos os pais cristãos tenham o
devido cuidado e atenção com a sua família. Por isso, se pudéssemos estabelecer
uma hierarquia de prioridades na vida do cristão, faríamos assim: 1) o cônjuge;
2) os filhos; 3) a igreja local. Assim, quando a nossa família está bem
cuidada, consequentemente, teremos uma igreja bem assistida.
- Que governe
bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
(Ef 3.4). Como ressalta E. K. Simpson: "O ideal do celibato sacerdotal é
tão totalmente estranho ao modelo primitivo, que se toma por certo que o
candidato ao ministério já seja casado de idade madura. A disciplina paterna
relaxada o desqualifica imediatamente para a posição de liderança na
igreja".4 Esta é a versão que Phillips fez do versículo 4: "Deve ter
a devida autoridade em sua própria casa e ser capaz de controlar e exigir o
respeito de seus filhos" (CH). Temos de admitir que, entre todos os
padrões, este é um dos mais difíceis que Paulo estabeleceu. Mas como é
importante! Muitos ministros têm tido sua utilidade limitada ou mesmo destruída
por não exercerem a disciplina parental. É fácil ficarmos tão envolvidos em
salvar os filhos dos outros que acabamos deixando os nossos próprios filhos
escapulir de nosso controle. Chega o momento em que os filhos crescem e têm de
assumir a direção da própria vida. Nessa hora, ninguém estará com eles ao
tomarem decisões que julgarem acertadas. Mas a disciplina firme, cheia de amor
e regada com oração durante os anos formativos da vida de nossas crianças é
seguramente o poderoso fator determinante que possuirão quando tiverem de
decidir sozinho o curso que seguirão na vida. Há, portanto, força convincente
no fato de Paulo insistir no dever que o ministro tem de controlar a própria
casa. E ninguém pode contradizer a verdade básica que está entre parênteses no
versículo 5: Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá
cuidado da igreja de Deus?
3. Disciplina e estímulos aos filhos. Como vimos, os pais têm a responsabilidade, dada por Deus, de
disciplinar seus filhos. Contudo, como também mencionamos anteriormente, a
disciplina dos pais, aplicada aos filhos, deve ser equilibrada e baseada no
amor. É preciso disciplinar pelo ensino e pelo próprio exemplo dos pais (Jo
13.15) para gerar obediência, honra e responsabilidade nos filhos (Cl 3.20; Êx
20.12; Lm 3.27). Se por um lado deve ocorrer a disciplina, por outro, deve
ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de carinho e afeto pelos filhos para
que haja a devida confiança e segurança no relacionamento familiar.
- Como melhor disciplinar os filhos pode ser uma
tarefa difícil de aprender, mas é de importância crucial. Alguns afirmam que a
disciplina física (castigo corporal) como a palmada seja o único método que a
Bíblia apoie. Outros insistem que "castigos" e outras punições que
não envolvam a disciplina física são muito mais eficazes. O que diz a Bíblia? A
Bíblia ensina que a disciplina física é adequada, benéfica e necessária. Não
entenda mal - não estamos de modo algum defendendo o abuso infantil. Uma
criança nunca deve ser disciplinada fisicamente a ponto de causar-lhe dano
físico. De acordo com a Bíblia, entretanto, a disciplina física, de forma
apropriada e controlada, é algo bom e contribui para o bem-estar e correto
treinamento da criança. Na verdade, muitas Escrituras promovem a disciplina
física. “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara,
nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do
inferno” (Provérbios 23:13,14; ver também 13:24; 22:15; 20:30). Há também
outros versículos que apoiam a correção física (Provérbios 13:24, 22:15,
20:30). A Bíblia fortemente enfatiza a importância da disciplina; é algo de que
todos precisamos para que sejamos pessoas produtivas, e é muito mais fácil se aprendido
quando somos mais jovens. Crianças que não recebem disciplina muitas vezes
crescem rebeldes, não têm respeito à autoridade e como resultado não estão
dispostas a prontamente obedecer e seguir a Deus. O próprio Deus usa a
disciplina para nos corrigir e conduzir ao caminho certo e para encorajar o
arrependimento por nossos atos errados (Salmos 94:12; Provérbios 1:7, 6:23,
12:1, 13:1, 15:5; Isaías 38:16; Hebreus 12:9). A fim de aplicar a disciplina de
forma correta e de acordo com os princípios bíblicos, os pais devem estar
familiarizados com o que a Bíblia diz sobre a disciplina. O livro de Provérbios
contém sabedoria abundante em relação à educação dos filhos, tais como: "A
vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha
a sua mãe" (Provérbios 29:15). Este versículo descreve as consequências de
não disciplinar uma criança - os pais passam vergonha. Naturalmente, a
disciplina deve ter como objetivo o bem da criança e nunca deve ser usado para
justificar o abuso e maus-tratos infantis. Nunca deve ser usado para
descarregar raiva ou frustração. A disciplina é usada para corrigir e treinar
as pessoas a seguir no caminho certo. "E, na verdade, toda a correção, ao
presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto
pacífico de justiça nos exercitados por ela" (Hebreus 12:11). A disciplina
de Deus é amorosa, assim como deve ser entre o pai e seu filho. A disciplina
física nunca deve ser usada para causar danos ou dores físicas permanentes. A
punição física deve ser sempre seguida imediatamente por confortar a criança
com a garantia de que ele/ela é amada. Esses momentos são perfeitos para
ensiná-la que Deus nos disciplina porque nos ama e que, como pais, fazemos o
mesmo pelos nossos filhos.
SINÓPSE
II
Os pais também têm responsabilidades
com os filhos. Uma das maiores responsabilidades deles para com os seus filhos
é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.
AUXÍLIO
BÍBLICO
“A ordem do Senhor aos israelitas era
para que estes priorizassem a educação. Os pais tinham a responsabilidade de
contar, ensinar os filhos a respeito dos atos do Senhor em favor do povo, e a
história de Israel (Sl 78.5). Assim os filhos, mediante o testemunho dos pais,
conheceriam a Deus e aprenderiam a temê-lo (Dt 4.9,10). No livro de Josué lemos
a respeito do memorial erguido com doze pedras retiradas do rio Jordão (Js
4.20-24). […] Em o Novo Testamento, as sinagogas também eram um centro de
instrução onde os meninos judeus aprendiam a respeito da Lei. Mesmo havendo
essas “escolas” a educação no lar era prioritária. Jesus, como menino judeu,
provavelmente participou do ensino nas sinagogas, pois seus pais cumpriam os
rituais judaicos (Lc 2.21-24,39-42). Em sua pré-adolescência, Jesus já sabia de
cor a Torá, chegando a confundir os doutores no Templo (Lc 2.46,47). Em o Novo
Testamento vemos que a educação começava no lar, passava pela sinagoga, e se
fortalecia no Templo.
[…] Na atualidade, a Escola Dominical é a maior e a mais acessível agência de
ensino religioso das igrejas evangélicas. Ela auxilia no ensino e compreensão
das Sagradas Escrituras. Porém, a Escola Dominical não pode ser a única
responsável pelo ensino bíblico, pois ela é uma parceira, auxiliadora (Ef
6.1-4)” (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2013, p. 94).
III. BÊNÇÃOS, PAIS E FILHOS
1. Bênçãos para posteridade. Há promessas na Bíblia que trazem consigo bênçãos espirituais de
Deus para os filhos. Em Isaías, vemos uma promessa do derramamento do Espírito,
bem como as bênçãos de Deus, sobre a posteridade de Israel (Is
44.3,4). Em Joel, “vossos filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28). Em
Atos dos Apóstolos, apóstolo Pedro diz que “a promessa diz respeito a vós, a
vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, o nosso
Senhor, chamar” (At 2.39). Nesse sentido, há a promessa de uma vida imersa no
Espírito Santo para os nossos filhos. Há promessas de bênçãos espirituais sem
medidas para que os nossos filhos desfrutem da presença de Deus. É uma promessa
divina, mediante o Espírito, para os nossos filhos! Portanto, ore para que seu
filho, sua filha, receba o Batismo no Espírito Santo! É uma promessa divina
para a vida deles.
- A bênção de um lar feliz acompanha até mesmo as
gerações seguintes (Êx 20.6; Dt 7.9). A melhor herança legada aos que virão
depois de nós, até que Jesus venha, não são primeiramente as riquezas
materiais. Mas o exemplo de fidelidade a Deus, à família, segundo os padrões
bíblicos e a nossa invicta fé no Senhor Jesus. O que mais a nossa igreja e a
nossa vizinhança precisa é de famílias que pratiquem o cristianismo bíblico e
que demonstrem em sua comunidade o modelo de lar que o Senhor almeja para
todos.
2. Família: Lugar onde os filhos
devem ser abençoados. A nossa família deve ser o
ambiente em que os nossos filhos tenham experiências com Deus, vivam as suas
promessas e estabeleçam uma vida de compromisso com o Senhor Jesus. Dessa
forma, ajudaremos muito os nossos filhos se a nossa família cultivar o culto
doméstico, promovendo a oração, o louvor e a leitura da Palavra de Deus em
nosso lar. Que em nossa família, os nossos filhos tenham a liberdade de
expressarem suas lutas e dificuldades para que se tornem temas de nossa
intercessão no lar (Dt 6.6-9). A nossa família deve ser o lugar onde nossos
filhos sejam abençoados.
- Ao criar a primeira família, Deus constituiu, nos
limites do Jardim do Éden, o seu espaço de habitação (Gn 2.7-15), o lar em que
os primeiros cônjuges viveriam um para o outro, teriam filhos e juntos
desfrutariam de tudo quanto Deus lhes preparara. Era um lugar de bênçãos que
cumpriria as verdadeiras funções do lar, como descrito na introdução. Esse foi
e continua sendo o propósito de Deus para a família. Esses desígnios foram
frustrados por aquele primeiro casal ter dado ouvidos à voz maliciosa e
enganosa da serpente ao invés de obedecer a Deus. Expulsos do Jardim do Éden,
Adão e Eva enfrentaram consequências gravíssimas para todos, em razão da
incredulidade, da inveja, da porfia e do ódio serem também agora
características da raça humana (Gn 4.1-8).
3. Pais que protegem seus filhos. Os pais devem garantir um ambiente na família em que os filhos se
sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento, ou seja, quer na infância,
na adolescência ou na juventude. Nossas crianças devem ser protegidas física,
emocional e espiritualmente (Mt 19.14). Nossos adolescentes devem achar guarida
em nosso lar para expressarem as suas demandas a fim de que direcionemos a
nossa atenção para elas (Lc 2.41-49). Nossos jovens devem encontrar em nós
palavras sábias, de ânimo, que os instruam diante de suas lutas e tribulações.
É tempo de nossa família ser um lugar em que a vida de nossos filhos seja
protegida dos ataques do Maligno (Ef 6.10-13). Quando isso acontece, a proteção
torna-se uma bênção de Deus para eles.
- Embora o pecado tenha trazido essas desastrosas consequências
sobre a família, a promessa de um lar feliz continua sendo o propósito de Deus
para o homem, enquanto na terra (Pv 3.33; Sl 128). Deus quer que os casais
tenham vida harmoniosa, que amem um ao outro, pois foram criados para o amor
mútuo (Gn 2.24), e façam do seu lar um centro de adoração ao Senhor em que os
filhos cresçam num ambiente verdadeiramente cristão. Esse ideal é visto no
modelo de casa que Deus ordenou às famílias de Israel (Dt 22.8). Ela deveria
dispor de um parapeito no terraço para evitar a queda e consequentemente a
morte de alguém. Era uma medida preventiva com o propósito de resguardar a vida
das pessoas que estivessem na casa. Esta rica lição aponta para a função do lar
em seu papel social, moral e espiritual. Isso implica que a boa formação de
qualquer pessoa, em todos os aspectos, começa em lares bem estruturados na
Palavra de Deus e que tenham "parapeitos" bem construídos (Pv 24.3;
Jr 22.13).
SINOPSE
III
Há promessas na Bíblia que trazem
consigo bênçãos espirituais de Deus para os filhos.
CONCLUSÃO
A vontade do Altíssimo é que suas
bênçãos celestiais estejam sobre a nossa casa, sobre a nossa família e sobre o
nosso relacionamento com os nossos filhos. É verdade que não é fácil formar os
nossos filhos, mas também é verdade que não estamos sozinhos nessa difícil
tarefa. Busquemos em Deus a sabedoria que nos falta para saber disciplinar de
maneira equilibrada e, ao mesmo tempo, abraçá-los quando mais precisarem. Deus
é zeloso pela nossa família.
- A família é um sonho de Deus, um projeto perfeito
que reflete seu amor pela humanidade. No mundo atual, muitos valores familiares
foram dissolvidos, tornando as relações mais difíceis e fazendo com que muitos
dos filhos Deus estejam inseridos em famílias disfuncionais, desestruturadas e
cheias de conflitos. Um pai piedoso ou mãe piedosa têm influência espiritual
profunda sobre as crianças na família. O líder familiar define o rumo para a
família de várias maneiras, inclusive espiritualmente. Nós devemos sinceramente
esperar, orar e nos dedicar à salvação de nossas famílias. Há muitas vezes
quando o Deus de Abraão também se torna o Deus de Sara, e então de Isaque e
então de Jacó. Como Charles Spurgeon disse: "Embora a graça não seja algo encontrado no sangue, e a regeneração não
seja de sangue e nem de nascimento, muito frequentemente... Deus, por meio de
um membro da família, atrai o resto a si mesmo. Ele chama um indivíduo e então
usa-o como uma espécie de chamariz espiritual para trazer o resto da família
para a rede do evangelho."
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o
mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como os filhos são qualificados no
Salmo 127?
Os filhos são apresentados como
“herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3).
2. O que pode promover um ambiente em
que pais e filhos cresçam juntos na fé em Cristo?
A parceria em amor e a disciplina
aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e filhos crescerão
juntos na fé em Cristo.
3. Qual é uma das principais responsabilidades
dos pais com os filhos?
Uma das maiores responsabilidades é a
de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.
4. Se por um lado deve ocorrer a
disciplina, por outro deve ocorrer o quê?
Se por um lado deve ocorrer a
disciplina; por outro, deve ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de
carinho e afeto pelos filhos para que haja a devida confiança e segurança no
relacionamento familiar.
5. Na família, o que os pais devem
garantir para os seus filhos?
Os pais devem garantir um ambiente na
família em que os filhos se sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento,
ou seja, quer na infância, na adolescência ou na juventude.