Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
”Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.” (Jr 29.7)
Entenda o Texto Principal:
- buscai a paz da cidade para
onde eu vos levei, e orai por ela ao SENHOR (Esdras 6:10; Romanos 13:1;
1Timóteo 2:2). Não apenas suportem o jugo babilônico pacientemente, mas orem
por seus senhores, isto é, enquanto durar o cativeiro. O bom momento de Deus
viria quando eles orassem pela queda da Babilônia (Jeremias 51:35; Salmo
137:8). Eles não deveriam evitar esse tempo. A religião verdadeira ensina
submissão paciente, não sedição, mesmo que o príncipe seja descrente. Em todos
os estados da vida, não deixemos de lado o conforto que podemos ter, porque não
temos tudo o que teríamos. Existe aqui uma antecipação do amor do evangelho
para com os inimigos (Mateus 5:44). [Jamieson; Fausset; Brown]
RESUMO DA LIÇÃO
O
crente fiel pode habitar na Babilônia, mas a cultura da Babilônia não pode ter
domínio sobre ele.
Entenda o Resumo da Lição:
- Daniel exerceu grande integridade e, ao fazê-lo, recebeu o
respeito e o afeto dos poderosos governantes que ele servia. No entanto, sua
honestidade e lealdade para com seus mestres nunca o levaram a comprometer sua
fé no único Deus verdadeiro. Em vez de ser um obstáculo ao seu sucesso, a
contínua devoção de Daniel a Deus trouxe-lhe a admiração dos incrédulos em seu
círculo. Ao transmitir suas interpretações, ele foi rápido em dar a Deus o
crédito por sua capacidade de fazê-lo (Daniel 2.28).
TEXTO BÍBLICO
Daniel 1.1-3
1. No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de
Judá, veio Nabucodonosor, rei de babilônia, a Jerusalém, e a sitiou,
– No terceiro ano. 606-605 a.C. Esse
era o terceiro ano de acordo com a datação dos babilônios, que não contava o
ano em que o rei ascendia o trono, mas começava com o ano seguinte. Assim, o
"terceiro ano" está em harmonia com o mesmo ano rotulado como o
"quarto" pelo sistema judaico de datação (cf. Jr 46.2}. Jeoaquim.
Filho de Josias, que reinava (609-597 a.C.) quando Nabucodonosor saqueou
Jerusalém pela primeira vez. Nabucodonosor. Filho de
Nabopolassar, que governava a Babilônia (c. 605-562 a.C.).
2. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei
de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a
terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro
do seu deus.
– Sinar. Outro nome para a Babilônia,
seu deus. Bel ou Marduque (o mesmo que Merodaque). A religião babilônia
reconhecia também outros deuses (cf. 1.17). Conquistar as deidades de outras
nações era crido provar a superioridade do deus do vencedor.
3. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos,
que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres.
– Aspenaz, chefe de seus eunucos.
“Eunucos” significam os camareiros do rei. da família real. Compare a profecia
a Ezequias: “Eis que vêm dias, em que tudo o que está em tua casa, e tudo o que
teus pais entesouraram até hoje, será levado a Babilônia, sem restar nada,
disse o SENHOR. E de teus filhos que sairão de ti, que haverás gerado, tomarão;
e serão eunucos no palácio do rei da Babilônia.” (2Reis 20:17-18). [JFU].
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Ao
chegarem a Babilônia, os jovens hebreus se depararam com um mundo novo e uma
cultura completamente distinta de sua terra natal, A civilização babilônica,
desenvolvida na região da Mesopotâmia, destacava-se em diversas áreas, ficando
famosa por ter estabelecido a primeira legislação escrita, conhecida como
“Código de Hamurabi”. No entanto, era dominada pelo paganismo e pela
imoralidade, por isso é um símbolo bíblico de um sistema reprovável diante de
Deus. Dentro desse ambiente, repleto de desafios culturais e morais, como
Daniel e seus amigos deveriam viver? A presente lição nos permitirá compreender
que a maneira como eles encaravam a cidade, mantendo-se fiéis aos princípios
que aprenderam em Judá, desempenhou um papel fundamental na construção de um
testemunho sólido ao longo de sua jornada no exílio.
- A integridade de Daniel como um
homem de Deus lhe rendeu favor no mundo secular, mas ele se recusou a
comprometer sua fé em Deus. Mesmo sob a intimidação de reis e governantes,
Daniel permaneceu firme em seu compromisso com Deus. Daniel também nos ensina
que, independentemente de com quem estejamos lidando, ou de sua posição social,
devemos tratá-los com compaixão. Veja como ele estava preocupado enquanto transmitia
a interpretação do segundo sonho de Nabucodonosor (Dn 4.19). Como cristãos,
somos chamados a obedecer aos governantes e autoridades que Deus estabeleceu,
tratando-os com respeito e compaixão; no entanto, como vemos no exemplo de
Daniel, obedecer à lei de Deus deve sempre preceder a obediência aos homens (Rm
13.1–7; At 5.29). Como resultado de sua devoção, Daniel achou graça diante dos
homens e de Deus (Dn 9.20-23). Observe também nesses versículos o que o anjo
Gabriel disse a Daniel sobre a rapidez com que a resposta à sua oração foi
enviada. Isso nos mostra como o Senhor está pronto para ouvir as orações de Seu
povo. A força de Daniel se encontrava em sua devoção à oração e é uma lição
para todos nós. Não é só nos maus momentos, mas no dia-a-dia que precisamos ir
a Deus em oração.
I. A CHEGADA DE DANIEL E SEUS AMIGOS NA
BABILÔNIA
1. Deportados para
uma terra estranha. Os judeus foram deportados para o exílio babilônio em três
levas (605, 597 e 586 a.C). No primeiro grupo estavam alguns israelitas de
origem nobre. Usando uma estratégia comum na antiguidade, o objetivo de
Nabucodonosor era treiná-los para ocuparem posições importantes e servirem ao
reino dos conquistadores. Dentre os requisitos, esses rapazes deveriam ser “sem
nenhum defeito, de boa aparência, sábios, instruídos, versados no conhecimento
e que fossem competentes para servirem no palácio real” (Dn 1.4). Em outras
palavras, eles haviam de ser fisicamente saudáveis, esteticamente bonitos e
intelectualmente inteligentes, e também dotados de cultura geral e de sabedoria
prática para a vida no palácio. Que lista de qualidades!
- Depois que Nabucodonosor, rei
da Babilônia, sitiou Jerusalém, ele escolheu homens nobres da família real de
Israel que eram bonitos e mostravam aptidão para aprender a fim de serem
treinados nos caminhos dos babilônios. Após o seu treinamento de três anos,
eles seriam colocados a serviço do rei (Daniel 1:1-6). Daniel, cujo nome
significa "Deus é meu juiz", e seus três compatriotas da Judeia foram
escolhidos e receberam novos nomes. Daniel tornou-se "Beltessazar",
enquanto Hananias, Misael e Azarias se tornaram "Sadraque",
"Mesaque" e "Abede-Nego". Os babilônios provavelmente lhes
deram novos nomes que estavam completamente dissociados de suas raízes
hebraicas para agilizar a assimilação da cultura babilônica por parte de Daniel
e seus amigos. As qualificações exigidas dos judeus que seriam treinados nos
negócios do estado babilônio incluíam que eles fossem: 1) fisicamente livres de
deficiências ou manchas na pele e ter boa aparência, ou seja, agradáveis à
vista das pessoas; ou; 2) mentalmente aguçados; 3) socialmente equilibrados e
refinados para representar a liderança. A idade dos escolhidos para serem
treinados provavelmente era entre 14 e 17 anos.
2. Jovem Daniel e seus companheiros. Daniel fazia parte
desse grupo, juntamente com Hananias, Misael e Azarias. Daniel descendia de uma
família da aristocracia, talvez até mesmo pertencesse à linhagem real de Judá.
Nessa época, tinha provavelmente entre quatorze e dezoito anos de idade. Você
pode imaginar o que se passava na cabeça desses jovens? Eles estavam cheios de
virtudes e sonhos, com grandes expectativas sobre o futuro em Jerusalém, e
agora foram arrancados abruptamente da comodidade do lar. De uma hora para
outra suas vidas mudaram de percurso. Ainda que fossem piedosos e tementes a
Deus, tiveram de enfrentar o sofrimento e a vergonha de serem levados como
escravos de um rei ambicioso e cruel. A terra natal havia sido devastada, os
muros derrubados, o Templo destruído, amigos e familiares assassinados por
ocasião da invasão (2 Cr 36.6-20; Lm 5). Todavia, não deixaram se abater pelas
circunstâncias da sua vida, pois sabiam que tudo decorria da benevolência de
Deus.
- A maior parte das pessoas que
habitavam o reino de Judá achava-se tão corrompida que Deus não teve outra
alternativa senão corrigi-la, levando-a para o cativeiro. Evidentemente nem
todos se corromperam. Havia uma minoria que não se rebelou contra Deus. A
Bíblia narra a história de quatro jovens tementes a Deus: Daniel, Hananias,
Misael e Azarias. A despeito do colapso de seu próprio país, eles guardaram
puro o seu caminho numa terra pagã. A partir do estudo dos textos sagrados
disponíveis, os jovens descendentes da tribo de Judá aprenderam a distinguir
entre o único Deus verdadeiro de Israel e os falsos deuses de Babilônia. Eles
conheciam a importância de serem fiéis e honestos em todas as suas ações. Eles
foram educados dentro dos padrões judaicos. Deus ordenou que os pais judeus
ensinassem diligentemente a Sua Palavra aos seus filhos (ver Deuteronômio
6:6-7). O jovem Daniel e seus amigos resguardaram as suas vidas através do
estudo da Palavra de Deus. Eles não tiveram acesso à boa parte daquilo que hoje
conhecemos como Bíblia. Ainda não haviam sido escritos todos os livros do
Antigo Testamento, bem como nenhum dos livros do Novo Testamento. Eles foram
capazes de fazer separação entre alimentos próprios e impróprios ao consumo
humano, baseando-se em Levítico 11 e Deuteronômio 14. Eles conheciam a
importância das orientações de Deus sobre o perigo de beber vinho e bebidas
fortes. Com certeza eles sabiam da dramática experiência de Nadabe e Abiú e os
conselhos de Deus revelados em Levítico 10:9-11. As muitas experiências
vitoriosas vividas por aqueles quatro jovens em Babilônia ficaram registradas
nos anais da história. Daniel e seus companheiros transformaram-se em fiéis
testemunhas do Deus de Israel longe de sua terra natal.
3. O sofrimento do justo. A história de
Daniel e seus amigos nos faz recordar que os justos podem passar por provações.
O sofrimento é uma parte comum da experiência humana e não poupa aqueles que
temem ao Senhor (Ec 9.2), No Novo Testamento, Paulo e Tiago expressam essa
verdade (Rm 5.3,4: Tg 12,3). Foi com fundamento nesse tipo de entendimento que
Daniel e seus amigos não ousaram reclamar de Deus. Não buscaram vingança ou
retaliação, mas procuraram ser canal de bênção onde se encontravam. Embora
novos, tinham a mente madura o suficiente para não adotarem uma postura de
amargura e vitimismo.
- Os responsáveis de Judá tinham
sido avisados pelos profetas, mostrando que o caminho da obediência seria o
caminho do seu livramento, mas a desobediência seria castigada – Daniel não era
diretamente culpado, mas nele se cumpriu a Palavra de Deus – “visitarei a
maldade dos pais nos filhos”. Os babilônios tinham como hábito procurar jovens
talentosos e treiná-los para serem homens experientes na corte imperial. Dentre
os cativos, o jovem Daniel era um nobre, descendente do reino de Judá. Desde os
primeiros dias de seu exílio, a Palavra de Deus diz que Daniel era instruído em
toda a sabedoria, douto em ciência e versado no conhecimento (ver Daniel 1:4).
Torna-se evidente, que ele já recebera considerável grau de instrução, como
aluno judeu, no reino de Judá. Um dos aspectos marcantes do povo de Deus era a
sua notável devoção à educação. A Palavra de Deus menciona especificamente que
ele se tornara versado na língua e cultura dos caldeus. Durante três anos ele e
seus três amigos deveriam receber provisões reais e educação, de modo que
pudessem ser preparados a fim de servirem no governo de Nabucodonosor (ver
Daniel 1:5). Eles foram educados na filosofia babilônica e aprenderam sobre o
intelectualismo dessa cultura e sua religião. Porém, os sábios conselhos e instruções
de seus pais, não foram esquecidos. Daniel resolveu agradar a Deus e Deus
resolveu abençoar a vida de Daniel. De acordo com as palavras de nosso Senhor
Jesus Cristo (ver Mateus 24:15), Daniel foi um profeta de Deus. Dwight L. Moody
(1837-1899) declarou: “Não sei coisa
alguma dos sábios que moravam em Babilônia, mas sei que o mais digno dos homens
da Babilônia passou a ser Daniel, depois da sua chegada”. As informações
relatadas na Bíblia sugerem que Daniel teria passado o resto da sua vida
naquela mesma região. Ele passou por várias provações e permaneceu em posições
importantes até o fim do império babilônico, que caiu aos medo-persas em 539
a.C. Daniel, então velho, ainda serviu por alguns anos no governo do novo
império. Foi neste período que ele se mostrou fiel na sua provação mais
conhecida, sobrevivendo uma noite na cova dos leões.
II. A IMPONENTE BABILÔNIA
1. A capital imponente. Babilônia, localizada às margens do rio Eufrates,
era uma cidade-estado rica e servia como um importante centro comercial entre o
Oriente e o Ocidente. Os jovens possivelmente ficaram admirados com a sua
grandiosidade, a maior da época, distante cerca de 1500 quilômetros de
Jerusalém. Era uma metrópole impressionante, conhecida por sua suntuosa
arquitetura. A cidade era cercada por uma forte e extensa muralha com milhares
de torres. A sua cultura, como a atual, era orientada a imagens e a estética. A
cidade se fazia conhecer por seus luxuosos palácios reais e obras de arte,
pátios e jardins, dentre os quais os jardins suspensos, assim reconhecidos como
uma das sete maravilhas do Mundo Antigo. Era fácil alguém ser seduzido por seu
luxo e opulência, como ocorre com a mídia hodierna.
- Por volta de 1900 a.C., um novo
processo de invasão territorial dizimou a dominação dos sumérios e acádios na
região mesopotâmica. Dessa vez, os amoritas, povo oriundo da região sul do
deserto árabe, fundaram uma nova civilização que tinha a Babilônia como sua
cidade principal. Somente no século XVIII o rei babilônico Hamurábi conseguiu
pacificar a região e instituir o Primeiro Império Babilônico. A Babilônia era
uma cidade muito antiga e próspera, situada no atual Iraque. Era um poderoso
centro comercial e cultural e se tornou na capital de um império. O imperador
babilônico Nabucodonosor invadiu o reino de Judá, que ficou debaixo de seu
poder. Quando Judá se rebelou, Nabucodonosor atacou o país novamente, destruiu
Jerusalém de deportou o povo para a Babilônia (2 Reis 25:8-11).
2. A ostentação da cidade. Toda a exuberância das obras arquitetônicas era
uma forma de representar o poder do império, Nabucodonosor queria ostentar sua
força e riqueza por meio de coisas materiais e de suas realizações, relembrando
a fundação original da cidade (Gn 11.1-9). Os descendentes de Noé pretendiam
construir uma cidade com uma torre tão alta que alcançaria o céu, usando
tijolos e betume, uma espécie de piche. Além de não terem consultado ao Senhor,
o propósito era a fama e a falsa sensação de segurança sem Deus. Os homens
usaram toda inteligência que possuíam e a engenharia da época para construir um
edifício simplesmente para a sua própria glória. Deus, porém, não se agradou do
empreendimento e, por isso, confundiu as línguas e os espalhou pela terra,
dando à cidade o nome de Babel.
- O nome de Babel (hebraico) [(em
babilônio: Bâbili, "porta de Deus"]está relacionado à palavra
hebraica que significa "confundir". A partir do relato de Gn 11.1-9,
Israel compreendeu não somente como tantas nações, povos e línguas chegaram à existência,
mas também as origens rebeldes do seu inimigo arquetípico, a Babilônia.
Localizada na região da Mesopotâmia, no atual território do Iraque, a Babilônia
floresceu ao longo de vários períodos, deixando sua marca indelével na história
da humanidade. Acredita-se que sua fundação remonte ao terceiro milênio a.C.,
durante o período conhecido como Dinastia Amorita. A cidade começou como um
centro comercial e agrícola, situada às margens do rio Eufrates.
3. Uma cultura pagã. Os babilônios atribuíam grande importância a sua
religião. Acreditavam que os deuses governavam todos os aspectos da vida, desde
os assuntos cotidianos até os eventos cósmicos. Marduque, o seu principal deus,
era considerado o patrono da Babilônia. Uma das principais portas da cidade era
dedicada a lshtar, a deusa da fertilidade, do amor e da guerra, Havia um templo
dedicado ao seu culto. A Bíblia apresenta Babilônia por meio de suas
características de idolatria e prostituição espiritual. (Na 3.4 Is 23.15, Jr
2.20). A atmosfera da cidade era impregnada pelo paganismo e politeísmo.
- Durante os períodos imperiais,
os babilônios estabeleceram um culto unificado em todo o império, no qual o
deus Marduk (padroeiro da Babilônia) se impunha sobre o resto dos deuses (cujo
culto, além disso, se mantinha nas cidades conquistadas). Os babilônios usaram
três armas para aculturar os jovens judeus capturados: a alimentação; a
educação, e a mudança de nomes: Daniel (“Deus é meu juiz”) tornou-se Belsazar
(“Bel protege sua vida”), Ananias (“Yahweh tem sido misericordioso”) tornou-se
Sadraque ( “no comando de Aku”, a deusa Lua), Misael (“Quem é como Deus?”) foi
alterado para Mesaque (“Quem é que Aku?”) e Azarias (“o Senhor ajuda”) foi
chamado Abednego (derivado de “servo de Nebo”, um dos principais deuses da
Babilônia).
III. A CULTURA E O ESPÍRITO DA
BABILÔNIA
1. Símbolo de oposição aos valores divinos. Biblicamente, Babilônia é
tanto um lugar geográfico, quanto a representação de um sistema reprovável
diante de Deus e seus valores espirituais e morais (Ap 14.8, 17.1,2, 18.2,3).
Ainda hoje, o espírito e a cultura da Babilônia permeiam a sociedade, simbolizando
rebelião e ideologias mundanas que confrontam a verdade divina. Ela é uma
metáfora para a idolatria, paganismo e toda falsidade religiosa, bem como
símbolo da degeneração moral, inversão de valores, depravação e materialismo
presentes nos sistemas político, cultural, midiático e econômico.
- Jovens longe de casa enfrentam
tentações. Se cruzar a linha e violar alguns princípios ensinados pelos pais,
quem vai saber? Imagine, então, jovens levados de uma maneira violenta para uma
terra estranha. Eles nem sabiam se os pais ainda estavam vivos. Poderiam até
duvidar o poder do Deus que serviam, pois ele não protegeu seu povo dos ataques
da Babilônia. E agora o imperador mandou que eles fossem preparados para servir
no governo dele. Seria grande coisa se submeter às ordens deste rei poderoso?
Daniel percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo rei
traria contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem proibidos
para os judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este jovem
reagiu? Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha controle da
situação e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha controle da
situação, nem do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade de
supervisionar os jovens em treinamento. Mas ele tinha controle de si, e tomou a
sua própria decisão. “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as
finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos
eunucos que lhe permitisse não contaminar-se” (1:8). Deus abençoou esta decisão
de Daniel, e o chefe permitiu que ele e os seus companheiros fizessem uma
experiência, comendo comidas mais simples durante dez dias. Deus estava com
eles, e o chefe viu que progrediram mais do que os jovens que comiam os
alimentos do rei. O resultado foi favorável, mas a decisão de Daniel não foi
condicionada no resultado. Ele decidiu fazer a coisa certa antes de falar com o
chefe. Mesmo se este tivesse recusado o pedido do jovem, Daniel já tinha tomado
a decisão. Será que nós temos a mesma convicção? Nós enfrentamos situações em
que temos que insistir em fazer a coisa certa, ou ceder às pressões de outros,
até de pessoas que exercem autoridade sobre nós. Um superior no trabalho pode
exigir que mintamos para um cliente, para um fornecedor, ou para o próprio
governo. Se insistirmos em fazer a coisa certa e falar somente a verdade,
poderemos sofrer consequências, talvez até perdendo o emprego. E não temos
garantia de intervenção divina, como aconteceu com Daniel. O que faremos?
Resolveremos, firmemente, não nos contaminar? Uma vez que Daniel tomou uma
atitude, Deus o usou para revelar algumas das suas mensagens mais importantes
da época. Ele revelou e explicou sonhos do rei Nabucodonosor, frisando um ponto
central da mensagem divina para todas as épocas – Deus exerce sua autoridade
sobre todos os reis. Ele olhou para um tempo, séculos depois, quando Deus
estabeleceria “um reino que não será jamais destruído” (2:44), e disse que este
reino “será um reino eterno” (7:14,27). Em outra ocasião, ele disse que o rei
Nabucodonosor seria humilhado “até que aprendas que o Altíssimo tem domínio
sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (4:32). Décadas depois, Daniel
avisou um descendente do mesmo rei do castigo iminente, porque ele não se
humilhou diante do Senhor (5:22-30). Ele transmitiu várias outras profecias
importantes, mostrando o domínio total do Senhor.
2. A relativização da verdade. A principal característica da cultura da
Babilônia, com todos os seus reflexos, e a destruição da noção de uma verdade
absoluta. Essa foi uma das táticas de Nabucodonosor, conforme sua religiosidade
e visão de mundo. John Lennox, na obra Contra a Correnteza (CPAD), cita o fato
de o monarca ter levado os utensílios do Templo em Jerusalém para a casa do
tesouro das suas divindades na Babilônia (Dn 1.2). Para os hebreus os objetos
de ouro possuíam enorme valor espiritual feitos por adesão que amavam a Deus, representavam
uma relação do povo com o Senhor, e apontavam para a sua santidade e glória.
Contudo, ao serem transportados para a Babilônia, tais utensílios passaram a
representar somente uma conquista de guerra, da mesma forma que qualquer outro
artefato, Os símbolos projetados para indicar o único e verdadeiro Deus, o
Criador do céu e da terra, foram postos no mesmo nÍvel.de símbolos de culto de
outros deuses. Assim como Nabucodonosor estava rebaixando os valores e
referenciais divinos absolutos, a sociedade pós-moderna tem transformado os
tesouros espirituais em coisas sem valor divino, dentro do mercado religioso.
- Os anos passaram. A Babilônia
caiu à Medo-Pérsia. Daniel ficou velho. Mas, ainda tinha lugar nos planos de
Deus e no governo do novo império. Ele se destacou entre pessoas influentes e
se tornou um dos homens mais poderosos na Medo-Pérsia. Homens invejosos
procuraram meios para destruir Daniel. Perceberam que o único ponto vulnerável
era a fé deste homem de Deus, e acharam uma maneira de usar a sua fé para
derrubá-lo. Convenceram o rei a proibir que petições fossem feitas a qualquer
homem ou deus, a não ser ao próprio rei, durante 30 dias. Dá para imaginar
algumas pessoas – até supostos cristãos – achando uma maneira de aceitar o
decreto do governo: “Deus vai compreender”; “Precisamos primeiro passar por
esta crise e, depois, poderemos servir a Deus melhor”; “Nada diz que precisamos
orar abertamente; podemos praticar a nossa fé em segredo”; etc. Daniel, agora
provavelmente com uns 80 anos de idade, não estava preocupado com
auto-proteção, pois vivia para exaltar o nome de Deus. Ele recusou negar a
glória ao verdadeiro Rei dos reis. Continuou orando abertamente como antes. Os
inimigos de Daniel aproveitaram o momento e obrigaram o rei a aplicar a lei.
Daniel foi lançado numa cova cheia de leões famintos. Deus salvou este homem de
fé, e o rei mandou matar os inimigos que tentaram derrubá-lo. A fé de Daniel na
velhice foi o resultado natural de sua determinação de manter a sua pureza na
juventude. Teria sido mais fácil se submeter às ordens do rei no começo da sua
carreira e ceder ao decreto de outro rei 70 anos depois. Mas a mesma convicção
que guiou os passos do jovem firmou os pés do velho servo do Senhor. Daniel não
vacilou, porque acreditou no mesmo Deus que conduziria o apóstolo Paulo 600
anos depois, quando este discípulo encarava sua própria morte como mártir e
disse: “porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para
guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1:12).
3. A religião que conduz à imortalidade. As falsas religiões, ao
perverterem a verdade, são capazes de destruir valores, conduzindo seus adeptos
ou seguidores a um estilo de vida depravado. Essa verdade levou o apóstolo
Pedro a advertir os cristãos sobre os perigos dos falsos ensinamentos baseados
em heresias de perdição, pois levam a imoralidade e a outros desvios de conduta
(2 Pe 2.13,14). Atualmente, é possível perceber a volta do paganismo em novas
roupagens, mais modernas e “descoladas “, ganhando espaço em filmes, séries,
desenhos e jogos. É preciso cuidado com o conteúdo que você consome, pois as
nuances desses falsos deuses antigos continuam presentes no mundo de hoje!
- A história de Daniel serve para corrigir várias noções
erradas que ainda confundem muitas pessoas hoje. Considere alguns exemplos:
(1) Noção errada:
Precisa achar o segredo do sucesso. Quantos livros são vendidos todo
ano prometendo revelar algum segredo do sucesso? Até nas questões espirituais,
sempre há pessoas procurando algum conhecimento oculto, seja no
neo-gnosticismo, maçonaria ou diversas outras filosofias erradas. Nós
precisamos entender o que Daniel compreendeu. A chave ao sucesso verdadeiro não
é oculta. Deus se manifesta na sua criação e na sua palavra, e a pessoa que não
enxerga o Senhor é insensata e sem desculpa (Romanos 1:17-25; Salmo 14:1). Não
temos tempo para perder na busca de coisas escondidas. Nós, mais do que Daniel,
temos acesso à revelação de Deus para saber como andar e como chegar ao destino
eterno na presença do Senhor (1 Coríntios 2:6-16). Hoje, a verdade é escondida
somente das pessoas que não a buscam e não a amam, pessoas que não têm corações
dispostos a aceitarem a vontade de Deus (Lucas 8:9-15; Mateus 7:7-8).
(2) Noção errada: Há
poder no pensamento positivo. Muitos, inclusive vários líderes
religiosos, divulgam a idéia do poder do pensamento positivo, da importância de
fé por si. Para estas pessoas, o poder está no ato de acreditar, independente
do objeto desta fé. Não seja enganado com estas filosofias falsas. Daniel não
venceu somente porque ele teve pensamentos positivos. Ele venceu porque ele
acreditou em Deus. Hoje, a nossa fé precisa ser fundamentada em Jesus.
“Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1
João 5:5). Não é suficiente crer, precisamos crer em Jesus e manter a comunhão
com ele: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho
de Deus não tem a vida” (1 João 5:12).
(3) Noção errada: A
verdade é relativa. Uma das mais perigosas tendências das últimas décadas é a
idéia que a verdade é relativa, determinada pela situação. Esta filosofia e
idéias relacionadas como o pluralismo (a idéia que várias “verdades”
contraditórias são igualmente válidas) deturpam a revelação divina da verdade
absoluta. Daniel não procurava uma verdade diferente em cada circunstância,
pois ele tinha uma fé sólida na palavra de Deus. Jesus não considerava a
verdade uma coisa para ser descoberta ou construída conforme as circunstâncias
humanas. Sem equívoco, ele afirmou que a palavra de Deus é a verdade (João
17:17). Para chegar a Deus, precisamos rejeitar o pluralismo e buscar o único
caminho certo: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
IV – VIVENDO E TESTEMUNHANDO NA
BABILÔNIA
1.Uma cidade para se
testemunhar. Por
qual razão Daniel e seus amigos adotaram uma postura de serviço e
responsabilidade dentro de uma cidade estrangeira? Porque eles viveram dentro
da Babilônia, mas não deixaram a Babilônia viver dentro deles! Aqueles moços
conheciam as admoestações do Senhor por meio de Jeremias, sobre como os judeus
deveriam viver na terra para onde seriam transportados (Jr 29.5-7). Eles
deveriam constituir família, multiplicarem-se e buscar a paz e a prosperidade
da cidade. Deus estava dizendo que enquanto estivessem exilados teriam uma vida
normal e produtiva. Foram instruídos a dar bom testemunho e a contribuírem para
o bem de toda a sociedade, não somente do seu próprio povo.
- Ezequiel, um profeta do sexto
século a.C., citou o nome do seu contemporâneo, Daniel, como um grande exemplo
de justiça, uma “lenda viva” entre os cativos de Israel (Ezequiel 14:12-20).
2.600 anos depois, Daniel continua como modelo de fé e determinação para
geração após geração. Vamos considerar alguns momentos importantes na vida
deste servo do Senhor. Daniel é o exemplo de um jovem fiel vivendo numa
sociedade corrompida e sem Deus, cuja mente poderia ter sido deturpada. A
história registra que Daniel decidiu em seu coração fazer a vontade de Deus. O
vocábulo “coração” é muitas vezes utilizado na Bíblia e tem um significado
muito especial: é o lugar do intelecto e da emoção, o centro do processo do
pensamento. O sábio Salomão escreveu a esse respeito o seguinte: “Sobre tudo o
que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da
vida.” Provérbios 4:23.
Os babilônios puderam mudar o
nome de Daniel, mas não a sua lealdade a Deus. O assunto de comer da mesa do
rei envolvia sua relação com Deus. “Daniel, porém, propôs no seu coração não se
contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia;
portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.”
Daniel 1:8. Ele pediu ao chefe dos eunucos que servisse a ele e aos seus três
companheiros apenas legumes a comer e água a beber, durante o período de dez
dias (ver Daniel 1:12). Para permanecer fiel a Deus, ele devia viver e comer de
maneira simples. Ele sabia que se bebesse do vinho do rei e comesse a comida do
rei, ele não poderia se manter leal a Deus e não estaria apto para enfrentar as
grandes provas na Babilônia. À primeira vista, este problema sobre comer e
beber parece bem insignificante. Daniel 1 e Gênesis 3 ilustram o fato de que
Satanás normalmente se empenha para nos alcançar através dos sentidos: audição,
visão, olfato, tato e paladar. A vida cristã bem sucedida depende de guardarmos
os nossos sentidos. Deus se comunica conosco e nos alcança pelas células
nervosas do cérebro, e se essas células nervosas são influenciadas pelo que
comemos e bebemos, que dever mais importante pode haver do que o de preservar o
corpo na melhor condição possível?
Dos alimentos cárneos não nos é
dito por que isto contaminaria Daniel. Talvez fosse carne que tivesse sido
sacrificada aos ídolos e comê-la seria um problema de consciência (ver I
Coríntios 10:28); ou talvez fosse uma comida proibida, considerada imunda (ver
Levítico 11), ou carne que tivesse sido sangrada inadequadamente (ver Levítico
17:13-14).
E quanto ao vinho que o rei
bebia? Deus declarou expressamente que o Seu povo não deveria nem olhar para o
vinho, quando este se mostra vermelho. Deus nunca autorizou o Seu povo a tomar
qualquer substância intoxicante que prejudicasse a mente (ver Provérbios
23:29-32; 20:1; Isaías 28:7).
2. Testemunhando no
mundo. Enquanto
lugar geográfico, Babilônia é uma cidade que representa a vida do cristão na
sociedade. Vivemos em um mundo caído, dominado pelo pecado. Ainda assim, somos
chamados a ter uma presença santa, fiel e abençoadora, A igreja eleita do
Senhor também está na Babilônia (1Pe 5.13), sem se deixar ser dominada por ela.
Afinal, embora o discípulo de Cristo tenha a cidadania celestial (Fp 3.2),
vivemos como forasteiros nesta terra (1 Pe 2.11). Faz parte da responsabilidade
do cristão zelar pelo desenvolvimento social, como sal da terra e Luz do mundo
(Mt 5.13), e mordomos de Deus (Gn 1.26), pois Cristo é soberano sobre toda a
criação (Cl.1.15-19: 1Co 1.26).
- O exemplo destes jovens para
nós são as suas características registradas na Bíbli:
Integridade
e poder do Espírito Santo (1.6-8): Daniel teve um firme propósito de não se
contaminar. Sem dúvida isso foi a base de sustentação da sua vida. Deus
primeiro fez uma obra nele, para depois realizar algo através dele.
Perseguição
(6.6-9): Por inveja Daniel foi perseguido terrivelmente, porque o rei queria
estabelecê-lo acima de todos. Armaram ciladas na tentativa de achar alguma
coisa errada na vida dele, mas não conseguiram, porque Daniel era
irrepreensível e orava três vezes ao dia. Então aproveitaram para forçar ao rei
a fazer um decreto que obrigava as pessoas por espaço de 30 dias não fazer
pedido que não fosse ao rei. Os desobedientes seriam lançados na cova dos
leões. A lei foi estabelecida e como Daniel continuou buscando a Deus em
oração, foi jogado na cova dos leões famintos. Daniel preferiu morrer a deixar
a comunhão com o Senhor.
Proteção
(6.19-23): A cova dos leões foi transformada na cova de Daniel, porque Deus
fechou a boca dos leões. Deus é o escudo do seu povo e socorro bem presente na
angústia. O inimigo toca no homem de Deus somente com a permissão do Senhor e
mesmo assim com um propósito.
Submissão
(6.21): Quando o rei chamou Daniel pela manhã, não foi advertido nem atacado
por Daniel, mas pelo contrário, foi abençoado por ele. Daniel respondeu:
"Ó rei vive eternamente!" Era uma forma de abençoar as autoridades e
Daniel fez isso, porque era submisso as autoridades constituídas e um
abençoador.
Inimigos
envergonhados (6.24): Foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel
e foram lançados na cova dos leões, ele, seus filhos e suas mulheres; e ainda
não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles e lhes
esmigalharam todos os ossos.
Geração
abençoada (6.26-27): O rei fez um decreto e todas as nações da terra foram
abençoadas por Deus.
Prosperidade
(6.28): Daniel prosperou no reinado de Dario. Todo homem de Deus prospera em
todas as áreas da vida, porque sua vida é dirigida pelo Senhor que o guia e
orienta pelos caminhos que deve andar.
Todos nós, cecessitamos ser um
homem/mulher/jovem de Deus. O Senhor nos criou para isso. Ele tem um grande
propósito na vida de cada servo Seu!
CONCLUSÃO
Os
jovens hebreus tinham conhecimento da maneira como deveriam se portar no
exílio. Em vez de buscar rebelião e vingança contra os captores, eles deveriam
viver normalmente na cidade, buscando a sua paz e prosperidade. Como aqueles
jovens, vivemos exilados em um mundo, que embora tenha sido criado por Deus,
está sujeito aos efeitos do pecado. Assim como Daniel e seus amigos, somos
chamados a viver neste mundo, dando testemunho do nosso compromisso com
princípios sólidos, mesmo quando confrontados com dilemas morais e pressões
externas.
- Não havia dúvida na mente de
Daniel e de seus companheiros. A lealdade a Deus foi mais importante do que a
lealdade ao rei. A fidelidade deles estava sendo provada, e o assunto era a
obediência a Deus ou ao homem. Tomando-se como base o fiel testemunho desses
quatro jovens, o povo de Deus no tempo do fim também não vai hesitar a fazer
suas escolhas entre o certo e o errado.
Quando os dez dias se
completaram, eles eram os melhores dentre todos os demais jovens (ver Daniel
1:15-20). Eles tinham a mente clara e o corpo saudável. Eles desempenharam o
papel de persuasivas testemunhas de Deus. Neste episódio, de forma clara e
inegável, quando os obstáculos foram removidos, a fidelidade para com Deus
compensou tanto que todos puderam ver os resultados da sua fidelidade. Diz a
Palavra de Deus que “a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a
inteligência em todas as letras e em toda a sabedoria; e Daniel era entendido
em todas as visões e todos os sonhos. ...e em toda matéria de sabedoria e
discernimento, a respeito da qual lhes perguntou o rei, este os achou dez vezes
mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu
reino.” Daniel 1:17 e 20. Individualmente temos escolhas a fazer. Existe uma
eternidade aguardando para aqueles que são fiéis a Deus, uma vida inteiramente
nova onde o pecado, a morte, o sofrimento e a perda não existirão. Vale a pena
ser fiel a Deus.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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HORA DA REVISÃO
1.
Como era a cidade da Babilônia nos tempos de Daniel,?
A cidade era cercada por uma forte e
extensa muralha em milhares de torres. Também se fazia conhecer por seus
luxuosos palácios reais e obras de arte, pátios e jardins, dentre os quais os
jardins suspensos, assim reconhecidos como umas das sete maravilhas do mundo
antigo.
2.
Qual a origem bíblica da Babilônia?
A Torre de Babel. (Gn 11.1-9)
3.
Biblicamente, quais as duas formas de definir a Babilônia?
Babilônia é tanto um lugar geográfico
quanto a representação de um sistema reprovável diante de Deus e seus valores
espirituais e morais
4.
Qual o nome da divindade que era considerada patrono da cidade da Babilônia.
Marduque
5.
Quais admoestações Deus deu a Jeremias sobre como os judeus deveriam viver na
terra para onde seriam transportados?
Eles deveriam constituir família, multiplicarem-se
e buscar a paz e prosperidade da cidade (Jr 29.5-7).