Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu” (Dn 2.19)
Entenda o Texto Principal:
- em visão de noite. Para a expressão,
compare Isaías 29:7 (“como um sonho, uma visão da noite”), Jó 4:13; Jó 7:14; Jó
20:8; Jó 33:15, Gênesis 46:2. Todas as ameaças feitas pelas nações inimigas a
Jerusalém desaparecerão como quando uma pessoa acorda de um pesadelo.
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é gratuito. Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material,
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RESUMO DA LIÇÃO
O sonho revelado a Daniel mostra o mundo
sobrenatural e que o reino de Deus não tem fim.
Entenda o Resumo da Lição:
- Em
Belém, o ser humano que melhor entendeu quem Deus era e o que ele estava
fazendo, foi uma moça adolescente num estábulo fedorento. Enquanto Maria olhava
na face do bebê, ela viu seu filho, seu Senhor e Sua majestade. Ela não
conseguia tirar seus olhos dele! De alguma forma Maria sabia que estava
segurando Deus. Então é Ele, ela pensou. Ela lembrou das palavras do anjo: “Seu
reino jamais terá fim.” Ele parece qualquer coisa menos um rei. Seu choro,
embora forte e saudável, ainda era o choro penetrante, porém indefeso de um
bebê. Majestade no meio do comum. Santidade na sujeira de estrume de ovelhas e
suor. Divindade entrando no mundo no chão de um estábulo, pelo ventre de uma
adolescente e na presença de um carpinteiro. Deus chegou perto! E Lucas 1:33
diz “Seu reino nunca terá fim!”
*******
“E o reino de Deus será um reino sem fim, e todos os governantes e domínios
o adorarão, obedecerão e servirão eternamente! ' Então, Jesus aproximando-se
deles lhes assegurou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.”
Lucas 1.33
*******
TEXTO BÍBLICO
Daniel 2.1-5
1. E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve
Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu
sono.
– No segundo ano. A
promoção dos quatro hebreus depois de três anos (1.5,18), está de acordo com o
ano da promoção depois do sonho no "segundo ano". um
sonho. No tempo da revelação, Deus falou por meio da interpretação dos
sonhos que ele induzia (cf. v. 29).
2. E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e
os encantadores, e os caldeus, para que declarasse ao rei que tinha sido o seu
sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.
– e os caldeus. Isso pode
ser uma referência a todas as pessoas nativas da Caldeia (1.4; 3.8), ou, como
aqui, a uma classe especial de adivinhos que ensinavam a cultura dos caldeus.
3. E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o
sonho, está perturbado o meu espírito,
– perturbado em conhecer o sonho
– Acordou alarmado, lembrando que alguma coisa solene lhe fora apresentada num
sonho, sem poder recordar a forma em que se vestira. Seus pensamentos sobre a
grandeza sem precedentes à qual seu poder havia alcançado (Daniel 2:29) o fez
ansioso para saber qual deveria ser a questão de tudo isso. Deus atende a esse
desejo da maneira mais calculada para impressioná-lo. [Fausset, aguardando
revisão]
4. E os caldeus disseram ao rei em siríaco: O rei,
vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação,
– em aramaico. Essa língua,
para a qual Daniel repentinamente muda no v. 4b e a preserva até 7.28, era
escrita com um alfabeto semelhante ao hebraico, embora tivesse diferenças
distintas. O aramaico era a língua popular e comum nas áreas babilônia, assíria
e persa, e era a mais usada para as relações internacionais de negócios. A
passagem de Dn 1.1-2.4a e 8.1-12.13 foram escritas em hebraico, possivelmente
porque o foco estava mais diretamente ligado a temas hebraicos. A passagem de
Dn 2.4b—7.28 muda para o aramaico porque o lema está mais centrado nas outras
nações e nas questões que as envolviam mais amplamente.
5. Respondeu o rei e disse aos caldeus. O que foi me
tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis
despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo.
– Uma coisa é certa. De
maneira astuciosa, o rei não contou o seu sonho, embora se lembrasse dele, a
fim de testar seus sábios. Ele estava ansioso por ouvir uma interpretação
direta, sem trapaça.
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
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INTRODUÇÃO
Você
já teve a experiência de ter um sonho e, na manhã seguinte, não conseguir se
lembrar dele? O capítulo dois do livro de Daniel narra o episódio no qual, algo
semelhante ocorreu com Nabucodonosor, deixando-o atormentado. Porém, como
veremos, não se tratava de um sonho comum. O jovem Daniel foi convocado e, por
revelação divina, deu tanto a descrição quanto a interpretação do sonho,
mostrando o plano de Deus para os governos mundiais. Neste estudo também
aprenderemos com as atitudes de Daniel diante de uma situação de crise.
- No capítulo dois do livro de Daniel, Deus revela, de maneira
maravilhosa, Sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos
megalomaníacos impérios e o estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. Nesse
enredo, a Babilônia é a dona do mundo e Nabucodonozor é o rei de reis. As
glórias da Babilônia atingem seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não
apenas seu sono, mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios
transformam-se em iminente ameaça. Podemos sintetizar esse texto em sete pontos
básicos:
Primeiro: o sonho perturbador do rei (v.1) Nabucodonozor teve um sonho
que lhe tirou o sono. Seu sonho perturbou seu espírito. A palavra “perturbou”
significa golpear. O rei foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e
medo.
Segundo: seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos. Aparentemente
nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonozor. Ele tinha
poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser
questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o
ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu
controle, algo invisível e além deste mundo. Ficou inseguro, inquieto e perturbado.
I. O SONHO PERTURBADOR DO
REI
1. Um
sonho esquecido (2.1-5).
No capítulo dois do livro em estudo, somos apresentados a primeira crise
enfrentada por Daniel, que colocou ele e seus companheiros em perigo, Tudo
começou com um sonho perturbador que assolou Nabucodonosor e o deixou sem
dormir. Para agravar, no dia seguinte o rei não conseguia se lembrar do
conteúdo do sonho. Para nossa cultura, esse tipo de esquecimento é comum, mas
na superstição oriental da época, era considerado um mau presságio, indicando a
ira das divindades. Por essa razão, o rei ficou profundamente angustiado. A
primeira ação do rei foi convocar um grupo diversificado de conselheiros reais,
que incluía magos, astrólogos, feiticeiros, encantadores e caldeus. Esses
indivíduos eram especialistas em varias áreas do conhecimento e da ciência da
época, incluindo previsões políticas, econômicas e sociais. No entanto, para
realizar a tarefa que lhes foi incumbida, eles precisavam de informações mais
detalhadas, pedindo ao rei a descrição do sonho, Para surpresa e temor desses
conselheiros, eles ficaram sabendo que a tarefa não se limitava apenas a
interpretar o significado do sonho, mas também a relatar o próprio sonho. Essa
exigência era incomum e parecia absurda, quase como uma brincadeira cruel,
pois, se não fossem capazes de atendê-la, seriam condenados à morte. Diante
dessa situação, foram forçados a pedir novamente: ‘Conte-nos o sonho e daremos
a sua interpretação” (2.7).
- Nabucodonozor revela sua prepotência até mesmo na hora da perturbação
de espírito. Ele demonstrou isso de três maneiras: exigindo dos homens o que eles
não poderiam oferecer (v. 5,10,11); oferecendo vantagens financeiras e
promoções (v. 6), e determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um
capricho pessoal (v. 5,8,9,12,13). O rei não respeitou a limitação dos sábios. Acusou-os
de esperteza (v. 8), conspiração (v. 9) e determinou o extermínio sumário deles
(v. 12). Esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é
a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe, mais medo
ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova que o poder, a
riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem satisfazem sua alma. Há coisas
que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os
homens mundanos, com sua sabedoria humana, falharam (cf. os magos egípcios na
corte de Faraó, Ex 8.1-19, com José, Cn 4.1 ss.). Os versículos 8-13 mostram o
quanto é impossível para a sabedoria humana interpretar verdadeiramente sonhos
que vêm de Deus (cf. v. 27). Mas Daniel, que se confiou a Deus em oração (v.
18), recebeu a interpretação sobrenatural desses sonhos do próprio Deus (vs. 19
23). Ele, por seu lado, deu os créditos de sua interpretação a Deus em sua
oração (vs. 20-23) e no seu testemunho diante de Nabucodonosor (vs. 23,45). Mas
tarde, o rei também deu a glória a Deus (v. 47).
2. A impotência humana. Ao perceber que os peritos estavam tentando ganhar tempo,
Nabucodonosor reafirma sua sentença, ameaçando-os com a pena de morte. Os
caldeus, líderes da classe sacerdotal, reconhecem sua própria incapacidade de
atender ao pedido, pois se tratava de algo extremamente difícil, senão
impossível. Eles afirmam que nenhum ser humano comum seria capaz de realizar
tal feito, e que nenhum rei, por mais poderoso que fosse, havia feito uma
exigência tão extraordinária. Eles não acreditavam naquele tipo de revelação. Embora
fossem peritos em diversas áreas do conhecimento, possuíam uma visão
eminentemente naturalista. Precisavam de dados compreensíveis à mente humana,
para que pudessem interpretar o sonho. Apesar de acreditarem que os seus deuses
tinham esse poder, não achavam que eles pudessem comunicá-lo aos homens (2.11).
- A sabedoria dos sábios deste mundo é limitada; O rei mandou chamar os
sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua
interpretação ao rei. Esses sábios eram os magos, possuidores de conhecimentos
dos mistérios sagrados e das ciências ocultas, encantadores, astrólogos (se
dedicavam a contemplar o céu e buscar sinais nas estrelas com o propósito de
predizer o futuro). Eram feiticeiros, usavam a magia, invocando o nome de
espíritos malignos. Os caldeus eram uma casta sacerdotal de homens sábios. A
resposta desses sábios acerca da incapacidade deles era baseada em vários
argumentos, conforme os versículos 10 e 11:
1) Não há mortal sobre a
terra que possa revelar o que o rei exige;
2) Era um assunto sem
precedentes na história da humanidade;
3) O pedido do rei era
extremamente difícil;
4) A solução do problema
era supra-humano.
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente (v. 11). Eles reconhecem
que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do Deus pessoal,
presente entre Seu povo (Is 57.15).
3. Daniel, é chamado. Inflamado de raiva, Nabucodonosor dá ordens para executar
todos os sábios do reino. Nesse momento, Daniel e seus companheiros, embora não
ocupassem posições de destaque, estão entre aqueles que podem ser condenados à
morte (2.13). Imagine-se na situação desses jovens. Diante de uma crise
iminente em que suas vidas estão em perigo, o que passaria por suas mentes? Uma
coisa é certa: eles não entraram em pânico! Mesmo cientes do risco, eles não
permitiram que o medo exagerado e paralisante os dominassem.
- Esses acontecimentos ocorreram, provavelmente, na mesma época em que
Daniel estava terminando seu treinamento para ser um dos seguros na Babilônia.
Ele e alguns outros jovens judeus foram obrigados a passar por um curso
especial de preparação para esta função. Uma vez que o nome dele se encontra na
lista das sabedorias, os servos do rei vieram com ordens para matá-lo. Quando
chegou, Daniel referiu o motivo, sabendo que não havia nenhum crime. Os servos
do rei explicaram o caso, e Daniel pediu um tempo para poder responder ao
pedido do rei. Ele e seus companheiros judeus oraram a Deus, pedindo a
revelação do sonho. Deus atendeu ao pedido deles, e revelou o sonho de Daniel.
Os falsos profetas não receberam ajuda dos falsos deuses que adoravam, mas
Daniel recebeu a ajuda do Deus verdadeiro que ele servia. Ele pediu uma
oportunidade para falar com o rei. Quando Daniel entrou na presença de
Nabucodonosor, ele era bem humilde. Explicou que a resposta não veio dele, e
que nenhum homem seria capaz de revelar e interpretar o sonho por poderes
próprios. Somente o Deus no céu, o único verdadeiro Deus, poderia revelar essas
coisas aos homens. Aqui Daniel frisou a mensagem principal de seu livro.
Independente dos feitos e das estatísticas dos homens, há um soberano Deus.
Nenhum homem pode se esconder dele, e nenhuma criatura tem direito de se
exaltar diante do Senhor. Como Nabucodonosor exatamente desta mensagem! Como nós
precisamos da mesma coisa! O rei sonhou com uma grande estátua de quatro partes
principais. A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de prata e o ventre e os
quadris, de bronze. As pernas de ferro se apoiam em pés feitos de uma mistura
de ferro e barro. De repente, uma grande pedra, cortada sem ninguém tocar nela,
esmagou os pés da estátua, e então esmagou o resto da imagem. O que restou da
estátua foi levado pelo vento, mas a pedra se tornou em uma montanha que encheu
a terra toda.
SUBSÍDIO
1
‘Os consultores babilônios de Nabucodonosor não acreditavam que
houvesse algo corno revelação, Seus deuses não se comunicavam com os seres
humanos, sua epistemologia era naturalista, Seus pontos de vista não eram
diferentes em essência dos pontos de vista dos estudiosos que pensam que Daniel
não poderia ter escrito seu livro no século VI a.C., porque ele não poderia ter
tido acesso a informações sobre acontecimentos que ainda não haviam ocorrido,
Esses estudiosos não acreditavam na categoria da revelação, O seu universo é o
universo dos naturalistas ou possivelmente até dos materialistas: um sistema
fechado de causa e efeito não perturbado pelo sobrenatural, Sua epistemologia é
a epistemologia do iluminismo,’ (LENNOX John, Contra a Correnteza: A inspiração
de Daniel para uma Época de Relativismo, Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p, 111).
II. A CONDUTA DE DANIEL E A
INTERPRETAÇÃO DO SONHO
1. As atitudes de Daniel. Ao tomar conhecimento da sentença, Daniel adota algumas medidas para
lidar com a situação. Em primeiro lugar, ele busca compreender melhor o que
estava acontecendo, usando sabedoria e bom senso ao conversar com Arioque, o
oficial do rei (2.14,15). Em segundo lugar, ele vai ao rei e solicita mais
tempo (2.16). Nem sempre as questões se resolvem rapidamente, e nem sempre Deus
age de imediato. Além disso, o fato de o pedido ter sido aceito demonstra que
Daniel era uma pessoa de palavra e não estava simplesmente adiando o problema.
Em terceiro lugar, ele compartilha a situação com seus amigos (2.17,18). Isso
destaca a importância de termos amigos não apenas para momentos de diversão,
mas também para intercessão e apoio mútuo. Em quarto lugar, eles oram pedindo misericórdia.
Os jovens estudantes pedem a intervenção divina. Você pode entender a
importância desse ato? Em vez de desespero, eles se voltam para o Senhor,
reconhecendo que somente Ele é capaz de salvá-los. A oração do justo pode muito
em seus efeitos (Tg 5.16).
- Daniel toma três atitudes importantes na solução daquele intrincado
problema:
1. ele vai ao rei e pede
tempo (v.16). Daniel tem iniciativa e ousadia. Ele não foge, não se esconde,
nem tenta enrolar o rei. Ele reconhece sua limitação, mas demonstra confiança
na intervenção divina;
2. Daniel vai aos amigos
e pede oração (v. 17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os
filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da
Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos
reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de termos
um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto
agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas
na hora da crise;
3. Daniel vai a Deus e
pede misericórdia (v. 18). Ele ora ao Deus do céu. O nosso Deus está acima do
céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam.
Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o Deus criador dos
astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus pedindo misericórdia.
A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
2. Deus atende à oração. Como resposta a oração dos jovens, Deus revela o mistério a Daniel em
uma visão durante a noite. A seguir, testemunhamos as nobres características
desse jovem exemplar em sua conduta:
a) Gratidão: A primeira atitude de Daniel e
expressar sua gratidão ao Senhor, reconhecendo e exaltando sua soberania e
bondade (2.20,23)
b) Bondade: Ao comunicar a revelação ao oficial
encarregado, Daniel intercede pela vida de todos os sábios da Babilônia (2.24),
Ele demonstra generosidade e não age de forma egoísta ou traiçoeira, mesmo em
relação aos incrédulos, Como crentes, não devemos retribuir o mal com mal (1 Pe
3.9: Rm 12,17).
c) Humildade: Diante do rei, Daniel faz questão de
enfatizar que há um Deus nos céus que é capaz de revelar todos os segredos. Ele
não se vangloria nem busca se mostrar superior: pelo contrário, atribui todo o
mérito a Deus, a fim de que o rei possa compreender o significado do sonho (2.30).
- O profeta Daniel foi ter com o
rei e lhe pediu um tempo para que pudesse revelar o sonho e sua interpretação.
Depois, Daniel foi para casa, e, junto de seus companheiros, orou a Deus
pedindo misericórdia para que o mistério fosse resolvido. Numa visão à noite,
Deus revelou a Daniel o conteúdo e a interpretação do sonho de Nabucodonosor, e
este foi ter com o rei e lhe contou o que Deus havia revelado. Daniel vai a
Deus e pede misericórdia (v. 18). Ele ora ao Deus do céu. Daniel exalta a Deus
por vários motivos especiais. Ele bendiz a Deus, porque Ele conjuga poder e
sabedoria (v. 20). Nabucodonozor tinha poder, mas não sabedoria. Sabedoria é a
capacidade de tomar a decisão certa, e poder, a capacidade de torná-la efetiva.
Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor do tempo (v. 21). O Deus criador é o
Deus da providência. Ele muda o tempo e as estações do ano. Ele faz vir a chuva
e o sol, o dia e a noite. Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor da
história (v. 21). As rédeas da história estão nas mãos de Deus, não nas mãos dos
poderosos deste mundo Daniel disse para Nabucodonozor que seu sucesso político foi
ação de Deus e não mérito próprio (v. 37,38). Deus é quem remove reis e os
estabelece. Ele levanta reinos e abate reinos. A história está nas mãos de
Deus. Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor dos mistérios (v. 22). Deus
sabe tudo e tudo vê. Tudo o que o homem tem e sabe vem de Deus. Daniel, com
essa postura, está desbancando o fatalismo da religião babilônica.
3. A interpretação e a
recompensa. Daniel compartilha a descrição
do sonho do rei, que envolvia uma estátua assustadora, A estátua tinha uma
cabeça de ouro puro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze,
pernas de ferro e pés feitos de uma mistura de ferro e barro, Subitamente, uma
pedra aparece, sem a ajuda de mãos humanas, e atinge os pés da estátua, fazendo
com que ela se despedace completamente. A pedra se transforma em uma grande
montanha que preenche toda a terra. Cada parte da estátua representa um reino
diferente, revelando o plano de Deus na história. O reino de Nabucodonosor,
representado pela cabeça de ouro, será sucedido por três outros reinos
mundiais. Por fim, a pedra que destrói a estátua simboliza o reino de Deus, que
é eterno e jamais terá fim (2.44), Após a explicação, o rei reconhece a
veracidade da revelação. Diz que o Deus dos jovens hebreus e o Deus dos deuses
e o Senhor dos reis (2.47). Além de presentear Daniel, o pôs como governador de
toda a província da Babilônia e chefe de todos os sábios da Babilônia. Os
servos de Deus podem alcançar posições de destaque na sociedade pela excelência
de seus trabalhos e obediência à vontade do Senhor.
- É importante ressaltar que na
interpretação do sonho de Nabuconodozor, Daniel exalta a Deus, não a si mesmo (v.
27,28,30). Ele não chama a atenção para si como fez Arioque (v. 25). Ele coloca
os holofotes em Deus. Ele acentua o contraste entre a impotência humana e a onipotência
divina. Ele destaca a supremacia do Deus vivo sobre as divindades da Babilônia.
Daniel também revela que o sonho do rei é profético, não histórico (v. 28,29).
O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história da humanidade. Por
intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o
futuro está em Suas próprias mãos.
SUBSÍDIO 2
“O secularismo Segundo o Dicionário Teológico (CPAD) o secularismo é
a doutrina que ignora os princípios espirituais na condução dos negócios
humanos. Para o secularista, o homem, e somente o homem, é a medida de todas as
coisas. Quando a família se seculariza, os valores espirituais, bíblicos são
desprezados e os valores humanos e materiais são exaltados. Como cristãos não
podemos nos conformar com o pecado, a iniquidade e a corrupção que destrói a
vida familiar. Precisamos ser santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe
1.15,16). Muitas famílias estão sendo influenciadas, pela mídia, a viverem um
estilo de vida materialista e hedonista. Não podemos jamais nos esquecer que
precisamos ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5,13,14). Como sal
precisamos ter uma vida familiar de tal forma, que os que nos veem, ou nos
ouvem, sintam a nossa família fazer diferença marcante no ambiente em que nos
situamos. Como luz, precisamos, com nosso testemunho, contribuir para dissipar
as trevas do pecado em nossa volta.’ RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã no
Século XXI; Protegendo seu Lar dos Ataques do inimigo. Lições Bíblicas Adultos.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013.)
III. A REVELAÇÃO DE DEUS EM TEMPOS DE
SECULARISMO
1. A infalibilidade da
Palavra de Deus. Um dos
ensinamentos deste episódio é que a Palavra de Deus não falha. Estamos diante
de uma das mais notáveis profecias que se cumpriu na história, numa referência
aos impérios que vieram logo depois do império Babilônico, império Medo-Persa,
império Grego e império Romano. Muitos anos depois (cap, 7), o próprio Daniel
terá uma visão que irá retratar as mesmas realidades históricas desta
revelação, conforme estudaremos detalhadamente na décima lição. Até mesmo os
críticos da Bíblia têm dificuldades para explicar como isso ocorreu, afinal, é
algo sobrenatural. Daniel não fez previsão e calculou probabilidades a partir
de dados conhecidos, E[e ouviu a voz de Deus.
- A
palavra infalível significa "incapaz de erro". Se algo é infalível,
ele nunca está errado e é, portanto, absolutamente confiável. Da mesma forma, a
palavra inerrante, também aplicada à Escritura, significa "livre de
erro". Simplificando, a Bíblia nunca falha. A Bíblia afirma ser infalível
em 2 Pedro 1.19: “Assim, temos ainda mais
firme a palavra dos profetas.” Pedro continua com uma descrição de como a
Escritura passou a existir: "Antes
de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação
pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens
falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.20-21).
O capítulo 2 de Daniel atesta-nos a infalibilidade da Palavra de Deus. Tudo o
que Deus falou, cumpriu-se literalmente. O império da Babilônia foi sucedido
por três outros impérios. Foi nos dias do império romano que um outro Reino foi
estabelecido, um Reino que está sempre crescendo e nunca terminará. Foi nos
dias do império romano que uma pedra, sem origem, veio a este mundo, o Reino de
Cristo, e esse Reino durará para sempre.
2. O secularismo racionalista. Este episódio coloca em discussão, no mundo atual, a existência de um
tipo de revelação além da razão humana. O processo de secularização iniciado a
partir do iluminismo procurou afastar a religião da esfera pública, no seu
cerne está o secularismo, uma ideologia que parte da descrença na revelação
divina de verdades aos seres humanos, restando somente os elementos fornecidos
pela razão. Essa é a perspectiva adotada por ateus e céticos que insistem em
desprezar a fé, sob o entendimento de que o universo é um sistema fechado de
causa e efeito, sem espaço para o sobrenatural, Somos levados a entender que os
consultores do rei tinham essa mesma linha de pensamento, Apesar de religiosos,
não acreditavam em uma revelação divina plena. Suas divindades não se comunicavam
com os seres humanos. Nossa época parece presenciar algo semelhante.
- Em nosso
tempo as pessoas têm vivido para o mundo e seguindo os padrões do mundo. Essa
maneira de viver, essa visão de mundo, recebe o nome de secularismo.
[Secularismo é um…] modo de vida e de pensamento que é seguido sem referência a
Deus ou à religião. A raiz latina saeculum referia-se a uma geração ou a uma
era. “Secular” veio a significar “pertencente a esta era, mundana”. Em termos
gerais, o secularismo envolver uma afirmação das realidades imanentes deste
mundo, lado a lado com uma negação ou exclusão das realidades transcendentes do
outro mundo. É uma cosmovisão e um estilo de vida que se inclina para o profano
mais do que para o sagrado, o natural mais do que o sobrenatural. O secularismo
é uma abordagem não religiosa da vida individual e social. Temos visto o
colapso de estruturas tradicionais, principalmente a família e a igreja. A
ciência tem influenciado cada vez mais o pensamento contemporâneo, causando
também uma busca desenfreada por aquilo que a tecnologia oferece ao homem.
Valores morais têm sido substituídos por desejos imorais, que cada vez mais são
vistos pela sociedade em geral como coisas “naturais”. Essa inclinação para o
profano, em vez do sagrado, tem contaminado a igreja de um modo cada vez mais
abrangente, enfraquecendo aquela que deve transmitir a mensagem da verdade. A
própria verdade, de acordo com a cosmovisão secular, é relativa. O baluarte da
verdade (1Tm 3.15) tem sido mortalmente afetado pela corrosão de um modo de
vida e cosmovisão distantes de Deus. Vivemos “tempos difíceis” (2Tm 3.1). Nesta
lição veremos alguns aspectos da secularização que têm atingido a igreja de
modo mais agudo e a resposta bíblica contra essa maneira de viver e pensar.
3. A revelação e o
sobrenatural. Antes de tudo, acreditamos em um
Deus que se revela, e revela seus planos ao homem, seja de forma geral (Sl 19)
ou especial (Hb 1.1-3), incluindo sonhos e visões (ls 1.1; 6,7; Ez 1.23; Ap
1.1). O favor de Deus sobre a vida do profeta mostra que a fé bíblica sabe
conciliar a revelação sobrenatural com a razão, Como observou John Lennox,
“Quando Deus revelou o assunto a Daniel, não suspendeu o uso da razão por parte
do jovem. Daniel teve de usar a razão para entender as palavras que Deus lhe
disse e formular a sua resposta a Nabucodonosor”, que por sua vez precisou usar
a razão para ver que a interpretação fazia sentido, Sem abrir mão da revelação,
o crente faz uso de uma racionalidade concedida por Deus (Rm 12.1; 1 Pe 2.2),
que opera em um nível além da compreensão humana, E uma racionalidade que não
negligencia o sobrenatural, pois tem a certeza de que Deus está agindo no seu
próprio mundo criado.
- Aprendemos
por intermédio desse texto que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas
prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus
desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e
Ele a levará a um fim glorioso, a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre
os reinos do mundo. Revelação “é algo desvendado, trazido à luz, que havia
ficado anteriormente oculto ou encoberto à visão”. Deus tem se revelado de
vários modos em diferentes tempos (Hb 1.1) ao fazer uma revelação sobrenatural
de si mesmo e de seus propósitos e planos, que sob a direção de seu Espírito
tem sido entregue por escrito. As Escrituras não são meramente o “registro” da
revelação; elas são a própria revelação em forma escrita, de forma acurada para
a preservação e propagação da verdade. Isto confere ao assunto do pregador ou
profeta de Deus o senso de que tudo o que ele afirma será verdadeiro, sejam
fatos, doutrinas ou princípios morais. São verdadeiramente, verdades
infalíveis. É sobre esta proposição que se assenta a fé cristã. Em suma, existe
um Deus pessoal, Todo-Poderoso, bom, que se comunicou com o homem dentro da
História, revelando-se a si mesmo e os seus propósitos. Esta revelação foi
registrada de forma verbal e infalível dentro das Escrituras Sagradas. Nela
está desvendada a pessoa e a obra de Deus.
CONCLUSÃO
O
mesmo Deus que graciosamente revelou a Daniel o sonho do rei e a sua
interpretação, é o mesmo Deus que continua a revelar-se em nossos dias. Assim
como Ele mostrou sua sabedoria e poder na vida de Daniel e ainda hoje demonstra
sua presença e cuidado por meio de suas revelações. Podemos buscar a Deus em
oração, meditar em sua Palavra e estar atentos à sua voz sussurrada em nosso
coração.
- O
capítulo dois de Daniel enseja-nos algumas implicações de grande importância para
a vida cristã: em primeiro lugar, atesta-nos a infalibilidade da Palavra de
Deus. Tudo o que Deus falou, cumpriu-se literalmente. O império da Babilônia foi
sucedido por três outros impérios. Foi nos dias do império romano que um outro
Reino foi estabelecido, um Reino que está sempre crescendo e nunca terminará. Foi
nos dias do império romano que uma pedra, sem origem, veio a este mundo, o
Reino de Cristo, e esse Reino durará para sempre. Em segundo lugar, aprendemos
por intermédio desse texto que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas
prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus
desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e
Ele a levará a um fim glorioso, a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre
os reinos do mundo. Em terceiro lugar, depreendemos desse sonho de Nabucodonozor
que o Reino de Cristo triunfará. Os poderosos deste mundo, os reis e os
déspotas, não têm as rédeas nas mãos. Os grandes impérios já caíram. Outros
ainda cairão. Só o Reino de Cristo triunfará. Não precisamos ter medo quanto ao
futuro da causa de Cristo. Ele já determinou o fim: sua vitória gloriosa!
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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HORA DA REVISÃO
1.
Para a superstição oriental, da época, o que significava esquecer um sonho?
Era considerado um mau presságio,
indicando a ira das divindades.
2.
Qual foi a primeira ação do rei diante do sonho?
Convocar um grupo diversificado de
conselheiros reais, que incluía magos, astrólogos, feiticeiros, encantadores e
caldeus.
3.
Qual foi a primeira atitude de Daniel diante da situação?
Ele buscou compreender melhor o que
estava acontecendo, usando sabedoria e bom senso ao conversar com Arioque, o
oficial do rei (2,14,5)
4.
Como era a estátua do sonho?
A estátua tinha uma cabeça de ouro
puro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze, pernas de ferro e
pés feitos de uma mistura de ferro e barro.
5. O que é o
Secularismo?
Ideologia que parte da descrença na
revelação divina de verdades aos seres humanos, restando somente os elementos
fornecidos pela razão