Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego” (Dn 1.7)
Entenda o Texto Principal:
- nomes. Um fator determinante no processo treinamento babilônio era
a mudança de nome. Isso era feito para ligar os aprendizes aos deuses locais,
em vez de apoiar a antiga lealdade religiosa deles. Daniel significa "Deus
é o meu juiz", mas passou a ser chamado de Beltessazar, que significa
"Bel protege o rei". Hananias significa "O Senhor é
gracioso", mas teve o nome mudado para Sadraque, "Ordem de Aku",
outro deus babilônio. Misael, que quer dizer "Quem é como o Senhor",
recebeu o nome de Mesaque, "Quem é como Aku?". Finalmente, Azarias,
"O Senhor é meu ajudador”, tornou-se Abede-Nego, ou seja, "Servo de
Nego", também chamado de Nebo, deus da vegetação (cf. Is 46.1).
RESUMO DA LIÇÃO
Manter
a identidade cristã em uma cultura hostil é a principal prova de fidelidade ao
Senhor.
Entenda o Resumo da Lição:
- Entender nossa identidade em Cristo é essencial, pois
impacta diretamente nossa vida espiritual, emocional e até mesmo física. Ela
define como interagimos com Deus, com os outros e conosco mesmos. Ela molda
nossas crenças, valores e ações.
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“Nos colégios e faculdades os adolescentes e
jovens são assaltados intelectualmente com todo tipo de cosmovisão não cristã
associada a um relativismo opressor. Se os pais não tiverem a mente engajada na
sua fé e não tiverem argumentos sólidos a favor do teísmo cristão e respostas
boas às perguntas de seus filhos, então estaremos correndo o sério perigo de
perder nossos jovens”
Willian
Lane Craig
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TEXTO BÍBLICO
Daniel 1.2-7
3. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos,
que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da Linhagem real, e dos nobres.
– Aspenaz, chefe de seus eunucos.
“Eunucos” significam os camareiros do rei. da família real. Compare a profecia
a Ezequias: “Eis que vêm dias, em que tudo o que está em tua casa, e tudo o que
teus pais entesouraram até hoje, será levado a Babilônia, sem restar nada,
disse o SENHOR. E de teus filhos que sairão de ti, que haverás gerado, tomarão;
e serão eunucos no palácio do rei da Babilônia.” (2Reis 20:17-18). [JFU].
4. Jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos
de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e
entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do
rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus.
– As qualificações exigidas dos judeus que seriam treinados
nos negócios do estado babilônio incluíam que eles fossem: 1) fisicamente livres
de deficiências ou manchas na pele e ter boa aparência, ou seja, agradáveis à
vista das pessoas; ou; 2) mentalmente aguçados; 3) socialmente equilibrados e
refinados para representar a liderança. A idade dos escolhidos para serem
treinados provavelmente era entre 14 e 17 anos.
5. E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da
porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados
por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei.
– da comida do rei – É comum um rei
oriental entreter, da comida de sua mesa, muitos servos e cativos reais
(Jeremias 52:33-34). O hebraico para “carne” implica iguarias. estar
diante do rei – como cortesãos atendente; não como eunucos. [Fausset,
aguardando revisão] três anos. A promoção dos quatro hebreus depois de três anos
(1.5,18), está de acordo com o ano da promoção depois do sonho no "segundo
ano".
6. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá,
Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
– filhos de Judá – a mais nobre tribo,
sendo aquela a qual a “semente do rei” pertencia (compare Daniel 1:3).
[Fausset, aguardando revisão]
7. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a
saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael,
o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego.
– pôs outros nomes – projetados para
marcar sua nova relação, para que eles pudessem esquecer sua antiga religião e
país (Gênesis 41:45). Mas, como no caso de José (a quem Faraó chamava
Zaphnate-paanéia), também no de Daniel, o nome indicativo de sua relação com
uma corte pagã (“Beltessazar”, isto é, “o príncipe de Bel”), por mais
lisonjeiro que fosse. para ele, não é aquele retido pela Escritura, mas o nome
que marca sua relação com Deus (“Daniel”, Deus meu Juiz, sendo o tema de suas
profecias o julgamento de Deus sobre as potências pagãs do mundo). Hananias,
isto é, “a quem Jeová favoreceu”. Sadraque – de Rak, na Babilônia, “o
Rei”, isto é, “o Sol”; a mesma raiz de “Abrech} (Gênesis 41:43), “Inspirada ou
iluminada pelo deus-sol”. Misael – isto é, “quem é o que Deus
é?” Quem é comparável a Deus? Mesaque – Os babilônios mantiveram a
primeira sílaba de Misael, o nome hebraico; mas para {El}, isto é, Shak
substituído por Deus, ou então Vênus, a deusa do amor e da alegria; foi durante
sua festa que Ciro tomou Babilônia. Azarias – isto é, “a quem Jeová
ajuda”. Abede-Nego – isto é, “servo do fogo resplandecente”. Assim, em
vez de Jeová, esses Seus servos foram dedicados pelos gentios a seus quatro
deuses principais [Heródoto, Clio]; Bel, o chefe-deus, o deus-sol, o deus-terra
e o deus-fogo. Até o final os três jovens foram consignados quando se recusaram
a adorar a imagem de ouro (Daniel 3:12). A versão Chaldee traduz “Lúcifer”, em
Isaías 14:12, Nogea, o mesmo que Nego. Os nomes, assim, no início, são
significativos do aparente triunfo, mas certamente da queda dos poderes pagãos
perante Jeová e Seu povo. [Fausset, aguardando revisão]
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Desde
o início do exílio na Babilônia, os jovens hebreus se depararam com a ameaça de
perderem suas identidades, à medida que poderiam gradualmente assimilar os
valores da nova terra. Esta Lição tem como foco principal o estudo das duas
estratégias empregadas pelos babilônios para minar a identidade piedosa dos
jovens hebreus, a imersão na cultura e língua caldeia, bem como a mudança de
seus nomes. Como veremos, a narrativa bíblica nos oferece valiosas lições sobre
conservar nossa identidade espiritual e nossos princípios, especialmente diante
da doutrinação ideológica presente atualmente na educação secular.
- Identidade é aquilo que nós
somos, é única coisa que não pode ser comparada. Identidade é como somos
reconhecidos. Cada pessoa possui uma identidade, um nome, um jeito de ser, de
se portar, uma aparência. Nós podemos encontrar pessoas parecidas conosco em
algum aspecto, mas ninguém é igual, todo ser humano é único, uma pessoa única,
com características singulares. O nosso nome fala muito sobre a nossa
identidade, embora em nossa cultura isso não signifique muita coisa, os pais
pouco de importam com os significados dos nomes (você já procurou saber o
significado do seu nome?). Ainda assim, podemos encontrar nomes como
“Vitor/Vitória”, apontando para algum momento especial da vida. Antigamente, os
pais davam nomes aos seus filhos de acordo com a situação que estavam vivendo
ou reverenciando o Deus que serviam. Os judeus são muito ávidos quanto a isso,
e sempre dão nomes aos seus filhos que exaltem ao Deus de Israel. Por isso, o
caso dos amigos de Daniel e do próprio Daniel: - Daniel, que significa: Deus é
meu juiz! – Hananias, que significa: O Senhor é gracioso! – Mizael, que
significa: Quem é o que Deus é? – Azarias, que significa: O Senhor me ajudou!.
Não somente os nomes, mas a educação nos caminhos da fé preservaram aqueles
jovens em terras estranhas. A identidade deles era tão forte, que a história
diz que eles foram lançados na fornalha de fogo, mas foi ali, que eles viveram
uma experiência sobrenatural do Deus da sua identidade, e a história diz que
eles saíram ilesos.
I. HEBREUS NA “UNIVERSIDADE” DA
BABILÔNIA
1. Na universidade da
Babilônia. O rei ordenou a Aspenaz, oficial da corte, que os jovens
recém-chegados deveriam ser instruídos sobre a cultura e a língua dos caldeus,
ao longo de três anos. Não era mera generosidade. Esse método fazia parte da
estratégia de Nabucodonosor de incorporar os povos conquistados ao seu serviço
real. Concluído o curso de imersão eles também teriam emprego garantido, se
aprovados no teste final. Isso parecia uma grande oportunidade para Daniel e
seus amigos crescerem acadêmica e profissionalmente no novo mundo. Após terem
sido selecionados pelo “vestibular” babilônico, demonstrando conhecimento
suficiente, os quatro jovens estavam sendo matriculados na “Universidade da
Babilônia”, onde seriam treinados na nova cultura e nos seus costumes. Segundo
os padrões da época, o programa de estudos era abrangente, envolvendo todas as
letras e sabedoria (v.17). Teriam aulas de matemática, ciência, astronomia,
navegação, política, história, geografia e religião, certamente.
- Na Babilônia, Daniel e seus
três companheiros foram reeducados na língua e na cultura dos caldeus (Dn 1.4).
Eles, porém, jamais renunciaram o seu temor a Deus, que é o princípio de toda a
sabedoria (Pv 1.7). As ideias promovidas pela Babilônia não abalaram Daniel.
Assim como os estudantes de hoje, Daniel e seus amigos encontraram muitos
conceitos hostis à sua fé, ao estudar a literatura dos caldeus: astrologia,
adivinhação, mitologias imorais. Jovens longe de casa enfrentam tentações. Se
cruzar a linha e violar alguns princípios ensinados pelos pais, quem vai saber?
Imagine, então, jovens levados de uma maneira violenta para uma terra estranha.
Eles nem sabiam se os pais ainda estavam vivos. Poderiam até duvidar o poder do
Deus que serviam, pois ele não protegeu seu povo dos ataques da Babilônia. E
agora o imperador mandou que eles fossem preparados para servir no governo
dele. Seria grande coisa se submeter às ordens deste rei poderoso? Daniel
percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo rei traria
contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem proibidos para os
judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este jovem reagiu?
Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha controle da situação
e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha controle da situação, nem
do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade de supervisionar os jovens
em treinamento. Mas ele tinha controle de si, e tomou a sua própria decisão.
“Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe
permitisse não contaminar-se” (v. 1.8). Deus abençoou esta decisão de Daniel, e
o chefe permitiu que ele e os seus companheiros fizessem uma experiência,
comendo comidas mais simples durante dez dias. Deus estava com eles, e o chefe
viu que progrediram mais do que os jovens que comiam os alimentos do rei. http://www.estudosdabiblia.net/d174.htm.
Certamente Deus honrará qualquer decisão como esta que venha glorificar Seu
santo Nome.
2. O ensino caldeu. Os caldeus
possuíam um padrão de ensino desenvolvido. Foram pioneiros nos estudos da
astronomia e responsáveis pelo avanço da matemática. Eles também dominavam a
escrita cuneiforme, usada para registrar leis, negócios e eventos históricos,
Por outro lado, o ensino caldeu era impregnado de astrologia e misticismo,
formando os seus magos, encantadores e feiticeiros (Dn 2.2). Desse modo, ao
serem introduzidos na educação daquele povo, os jovens hebreus estavam
adentrando a um mundo totalmente diferente. Corriam o risco de aculturação,
isto é, a perda da cultura e das crenças hebraicas, por meio da assimilação e
acomodação a cultura dos caldeus, isso fazia parte do plano de Nabucodonosor.
Porém, os jovens traziam em suas mentes e corações os ensinamentos que haviam
recebido em Jerusalém. Não recusaram o plano de estudos, pois estavam
preparados em termos espirituais, morais e no conhecimento das Escrituras para
rejeitarem a doutrinação babilônica.
- Nem tudo era ruim nesse projeto.
O avançado povo caldeu, sem querer, acabou por aperfeiçoar aqueles judeus no
que havia de melhor em questões educacionais. Nem tudo o que há no mundo é ruim
e deve ser desprestigiado. Como na Babilônia, precisamos saber nos conduzir em
meio ao mundo secularizado sem manchar nossa fé e conduta e pessoal. O ambiente
acadêmico, secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, o
jovem crente fica exposto a ideias e teorias que se chocam frontalmente com a
sua fé; Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm
mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais,
científicas, evoluídas; não demora muito e alguns valores e crenças parecem
agora menos convincentes e, naturalmente, o cristão se sentirá pouco à vontade
para expressá-los. Vejamos o exemplo de Daniel, que enfrentou esta mesma
situação no ambiente Babilônico: as forças ocultas não eram compatíveis com o
Espírito de Deus. Crentes que andam segundo o Espírito descobrirão, assim como
os hebreus descobriram, que, em toda matéria de sabedoria e de inteligência,
eles são dez vezes mais doutos do que aqueles que buscam à parte de Deus.
3. Discernimento diante da estratégia
inimiga. Nabucodonosor era um conquistador violento, mas não era um bárbaro em
termos de conhecimento, Ele tinha consciência da importância da formação
cultural como estratégia velada de reeducação e ressignificação das ideias na
mente dos exilados, especialmente dos jovens, Afinal, o inimigo é astuto, e
procura trabalhar na mentalidade das pessoas desde tenra idade, sem usar
métodos violentos, mas pedagógicos, Esse mesmo modo de operação se repete hoje,
quando os inimigos de Deus tentam deturpar os valores das crianças,
adolescentes e jovens. Assim como Daniel e seus amigos, é preciso ter uma mente
protegida pela Palavra do Senhor e um coração sábio (Sl 119. 12,12) para
aprender o que for util, e rejeitar todo conhecimento humano que perverte a
verdade de Deus.
- “Arqueólogos revelam que os
quatro jovens devem ter estudado por exemplo: língua caldeia, textos
cuneiformes em caldeu e acádio, uma vasta gama de resumos sobre religião,
magia, astrologia e ciências, além de falarem e escreverem em aramaico.
Aproveite para mostrar aos alunos que quando o nosso compromisso com Deus é
forte, isso não significa necessariamente que seremos corrompidos por uma
educação pagã, numa sociedade pagã” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor
da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, p.513). Com muita sabedoria entenderam que a
pressão social mina a lealdade ao reino de Deus de forma muito mais rápida e
eficaz do que qualquer ladainha ideológica de um professor. Essa é uma das
razões pelas quais Daniel e seus amigos optaram por não comer das finas
iguarias do rei nem beber seu vinho (Dn 1.8). Embora fizessem parte da sala de
aula do rei, não fariam parte do seu banquete. A formação de Daniel nas escolas
dos sábios, na Babilônia (Dn 1.4) foi para caber-lhe para prestação de serviço
para o império. Ele foi distinguido durante este período de sua piedade e
observância daquilo que a Lei Mosaica requeria (1.8-16), e conquistou a estima
e a confiança dos que estavam com ele. No fim dos seus três anos de formação e
disciplina na escola real, Daniel foi distinguido pela sua proficiência na
"sabedoria", e foi trazido para a vida pública. Por 70 anos ele
influenciou o reino. O ambiente universitário é constituído de pessoas
imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e
contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação
familiar ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais
indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso
assentimento às suas posições anti-religiosas, mas do nosso testemunho
coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o
significado maior de suas vidas. Como Daniel, podemos influenciar o meio
acadêmico e para isso mesmo, Deus tem colocado os seus no Campus!
II. DA RELATIVIZAÇÃO DE VALORES A
DESCONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES
1. A relativização da verdade. Caso assimilassem o padrão moral da
religião dos caldeus, os jovens hebreus estavam a aceitar a relativização da
verdade, Afinal, o relativismo pode se propagar tanto pela imposição, quanto
pela destruição sutil dos referenciais éticos na cultura. Nos dias atuais, a
primeira forma ocorre quando se procura legalizar concepções politicamente
corretas, pela proibição de discursos, limitação do acesso à informação e
outros mecanismos que restringem a liberdade de crença e de expressão. Por essa
razão, em muitos lugares do mundo, cristãos enfrentam resistência na pregação
do Evangelho. Em diversos países, a defesa de convicções e valores morais que
decorrem diretamente da fé é considerada crime. O relativismo, por mais
antagônico que seja, não tolera a defesa de qualquer absoluto, nem mesmo na
esfera da religião. Na presente Era tudo se dilui e é adaptável, segundo os
sociólogos essa época pode ser chamada de “modernidade líquida”.
- “Com a
ascensão da supremacia da cidade da Babilônia, Marduque, o patrono da cidade,
tornou-se a principal divindade do panteão babilônico. Uma festa de ano novo
chamada de festa de ‘akitu’ era realizada anualmente em sua honra, na qual uma
batalha simulada entre o rei e o dragão das profundezas era encenada
repetidamente para comemorar a primitiva vitória de Marduque sobre o caos. O
propósito da festa era anunciar o ano novo com um ritual para assegurar paz, a
prosperidade e a felicidade por todo o ano. Outras divindades adoradas pelos
babilônicos eram Anu, deus do céu; Enlil, deus do vento e da terra. Ea, deus do
submundo — juntos, eles formavam uma tríade de divindades. Outra tríade
importante era Sin, o deus-sol de Ur, e Harã, os primeiros abrigos da família
de Abraão; Samas, a divindade do sol; e Istar, deusa do amor e da guerra,
equivalente à Astarte dos fenícios, Astarote mencionada na Bíblia, e Afrodite
dos gregos. Outras divindades significativas foram Nabu, o deus da escrita e
Nergal (irmão de Marduque), o deus da guerra e da fome. Os deuses da Babilônia
eram, em sua origem, personificações das várias forças da natureza. A religião
babilônica era, dessa forma, uma adoração à natureza em todas as suas partes,
prestando homenagem a seres super-humanos que eram ao mesmo tempo amigáveis e
hostis, com frequência representados por formas humanas, animais” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.213,1697). “Daniel
resolveu desde o início não se contaminar. Não abriria mão de suas convicções,
mesmo se tivesse de pagar com a vida por isso. Note-se que Daniel não tinha
agora a presença dos seus pais para orientá-lo nas suas decisões; mas seu amor
a Deus e à sua lei achava-se de tal modo arraigados nele desde a infância, que
ele somente desejava servir ao Senhor de todo coração. Aqueles que resolvem
permanecer fiéis a Deus, enfrentando a tentação, receberão forças para
permanecerem firmes por amor ao Senhor. Por outro lado, aqueles que antes não
tomam a decisão de permanecer fiéis a Deus e à sua Palavra, terão dificuldade
para resistir ao pecado ou evitar conformar-se com os caminhos do mundo"
(Lv 19.29; 21.7,14; Dt 22.2)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
p.1244).
2. Desconstruir identidades. A segunda forma de disseminação do
relativismo é sutil. Ela se dá pela desconstrução dos referenciais que levam a
perda da identidade, o que e identidade? É aquilo que define e dá significado
às nossas vidas. Nós, cristãos, por exemplo, temos uma identidade bíblica, que
expressa nossa origem, crenças essenciais e a ética que professamos. Isso nos
caracteriza e nos distingue. Foi o caminho da desconstrução que a Babilônia
adotou com os jovens hebreus, ao trocar os seus nomes (Dn 1.7). Ao fazer isso,
Aspenaz, em consideração ao rei e seus deuses pagãos, intencionava fazer uma
lavagem cerebral em Daniel e seus companheiros.
- O Rev Franklin Ferreira escreve
em seu artigo “O Jovem Cristão e Seus Estudos” o seguinte: “O dilema do
estudante: uns dividem a fé em compartimentos estanques, um destinado à fé
(vista como o lado "espiritual" da vida), outro aos estudos (o lado
"secular" da vida). Alguns descartam simplesmente a fé cristã. Outros
não têm coragem de afirmar sua fé em Cristo, pois ainda não conseguiram
descobrir uma forma de explicar esta relevância. - A melhor opção é a do estudante
que se dedica às diversas disciplinas com uma mente aberta à sabedoria
originada na Palavra de Deus”. Nossos aspirantes à academia devem ser
instruídos no sentido de que receberão ataques à mente e ao estudo, porque fé e
razão são vistas como antagônicas (Rm 10.2). A fé e a razão não se opõem.
Aceitamos como verdade os fatos do Evangelho, para depois buscar compreendê-los
(Rm 10.8-17). A Universidade de hoje não lembra mais que Harvard, uma das mais
prestigiadas universidades do mundo, exigia que os seus estudantes fossem
capazes não apenas de ler as Escrituras, mas também "de interpretá-las
corretamente". Este é o exemplo de Esdras (Ed 7.6,10) e de Paulo e Timóteo
(1Tm 4.13-16; 2Tm 4.13). Somente um alicerce sólido garantirá a firmeza não só
para o período de formação, mas também para toda a vida.
3. Novos nomes, a mesma identidade. Naquele tempo os nomes pessoais tinham
imenso valor e significado, especialmente para os judeus, que o entendiam como
uma expressão da personalidade e do propósito de vida de alguém. Seus nomes
foram mudados para que a Babilônia pudesse apagar de seus corações e mentes
suas origens. Pretendiam substituir o Deus verdadeiro pelos deuses do
paganismo, com o propósito de mudar seus referenciais e identidades. O próprio
nome de Nabucodonosor era uma referência às divindades pagãs. Na língua
acadiana Nobu-Kudurri-Usur significava “Nabu e o meu protetor”. Com isso,
Daniel que significa “Deus é meu juiz”: deram-lhe o nome Beltessazar, “Bel
protege o rei”. Hananias “Deus é gracioso”: chamaram-lhe de Sadraque,
“Iluminado pelo sol”. Misael significa “Quem é como Deus?”; foi chamado de
Mesaque, “Aquele que pertence a deusa Sesaque”. Azarias significa “Deus ajuda”,
deram-lhe o nome de Abede-Nego, “Servo do deus Nego”. Embora não pudessem
impedir tal mudança, isso não fez a menor diferença em suas vidas. A forma como
passaram a ser chamados não entrou em seus corações. Os novos nomes sociais não
mudaram suas verdadeiras identidades e muito menos aboliram a centralidade de
Deus.
- O rei Nabucodonosor, da
Babilônia, decidiu levar os melhores e mais inteligentes da nação cativa de
Judá e usá-los para promover sua nação. Diferentemente de Assuero, no livro de
Ester, que capturou as mulheres para o prazer pessoal, Nabucodonosor escolheu
os melhores rapazes para aperfeiçoar a sua nação. Até aqui, está um espetáculo,
não é mesmo? O problema começa com a tentativa de aculturação e mudança de
religião, impostas. “Que tipo de caráter esse rei tinha? Mais tarde em seu
reinado, ele demonstra sua absoluta crueldade ao matar os filhos do rei de Judá
diante dos olhos do pai deles — então os olhos do pai foram arrancados para que
esse horror fosse a última coisa que ele visse. Nabucodonosor permite que outro
homem seja morto lentamente em uma fogueira. Esse rei era especialista em
tortura; sua imaginação cruel alimentava suas más ações. E a palavra de
Nabucodonosor era lei. Entretanto Daniel e seus três amigos enfrentaram esse
teste moral sabendo que tinham de cumprir as exigências do rei ou arriscarem-se
a morrer torturados.” Ray Stedman (Aventurando-se pela Bíblia, Publicações
Pão Diário, 2019, p.425)
III. ENSINOS PARA HOJE
1. Fidelidade nas escolas e universidades. O fato dos jovens hebreus terem
passado pela faculdade babilônica e saído de lá formados e aprovados com louvor
(Dn 1.17-20), mantendo a integridade e fidelidade ao Senhor, tem muito a nos
inspirar hoje. Sobretudo, eles souberam proteger seus valores contra o ensino
da época. Atualmente, a educação secular encontra-se igualmente carregada de
ideologias nocivas, que procuram suplantar a educação clássica e os valores
cristãos. Valendo-se de pensadores socialistas, agnósticos, ateus e alinhados a
ideologias anticristãs, muitos professores fazem uso de um ensino relativista.
Muitos centros educacionais são locais hostis aos cristãos, em virtude do
ambiente e do conteúdo ensinado. Não raro, os crentes são pressionados a
abandonar suas “crenças ultrapassadas”, aceitar a “ciência” e deixar as coisas
da fé para trás, ou confiná-la ao ambiente privado. Isso decorre do
Secularismo. O exemplo de Daniel e seus amigos nos mostra que é possível
enfrentar esse ambiente, estando previamente preparados para responder sobre a
razão da nossa esperança (1Pe 3.15).
- A universidade é uma das instituições sociais mais
importantes e cobiçadas do mundo. Ela é a entidade que articula o ensino, a
pesquisa e a extensão nos níveis mais elevados da política educacional de um
país, com o objetivo de formar, de maneira sistemática e organizada, os
profissionais, técnicos e intelectuais de que as sociedades necessitam. WANDERLEY,
Luiz Eduardo W. O que é universidade. Brasiliense, São Paulo, 1983, p. 11.
A universidade é o sonho não somente da juventude mas também de qualquer adulto
que, por qualquer outro motivo, não teve a oportunidade de frequentar um centro
moderno do saber, de produção e disseminação do conhecimento em suas diversas
áreas.
- “Embora o ambiente universitário seja de fato
desafiador para um jovem cristão, não creio que evitá-lo seja a saída. Primeiro
porque evitar a Universidade não significa ficar livre de desafios espirituais.
Esse não é o único ambiente desafiador com o qual nos deparamos ao longo de
nossa vida. O mal contaminou o mundo por inteiro, e impõe desafios em suas mais
variadas partes. Além disso, a Universidade pode ser um instrumento de preparo
para o serviço a Deus. Um dos propósitos pelos quais Deus nos criou foi conhecer
o mundo e desenvolvê-lo para a sua glória. No mundo contemporâneo, altamente
especializado, a Universidade funciona, regularmente, como um importante
ambiente de treinamento em ferramentas necessárias para o cumprimento deste
propósito divino. Outra razão pela qual creio que evitar a Universidade não é a
saída, é que ela pode ser campo de atuação missionária. Embora vivamos em um
mundo contaminado pelo pecado, sabemos que Deus tem um projeto de restauração
de dimensões cósmicas. Nós somos anunciadores desse projeto, e não há lugares
onde esse anuncio não deva ser ouvido. Finalmente, existem exemplos de pessoas
que enfrentaram ambientes de oposição à fé cristã, sem cederem ao risco de
negociar a sua fé. Cometendo um anacronismo propositado, podemos nos lembrar de
Daniel e seus amigos. Eles receberam “bolsa integral na Universidade da
Babilônia”, foram submetidos a um ensino cujo conteúdo era contrário à fé que
professavam, mas mantiveram intocadas a sua identidade. Por essas razões,
evitar a Universidade não parece ser a saída. Obviamente, há um momento
adequado para o ingresso na Universidade. E não se trata de estabelecer uma
ocasião única para todos os jovens [relacionada à faixa etária por exemplo],
mas de se considerar a maturidade e preparo de cada um” https://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/02/o-jovem-cristao-e-universidade/.
2. Retendo o que é bom. Nem tudo aquilo que os jovens hebreus aprenderam
era negativo e ofensivo à fé em Jeová. Durante os três anos de estudo, como
vimos, eles foram instruídos em diversas áreas do conhecimento humano. Grande
parte desse conteúdo era importante, pois lhes proporcionava habilidades e
competências intelectuais. O próprio registro bíblico enaltece, ao final do
período, a aquisição de conhecimento e a inteligência de Daniel em todas as
letras e sabedoria (Dn 1.17). Este fato é um forte indicativo de que podemos aproveitar
o conhecimento e a sabedoria não tipicamente religiosa, desde que não contrarie
a verdade de Deus, Daniel não demonizou toda a cultura da Babilônia e o ensino
dos caldeus. Com muita sabedoria, comparou aquilo que os seus professores
ensinavam, com o que havia aprendido de seus pais e líderes de Judá. Ele usou
um filtro para aproveitar o que era bom e rejeitar o que era nocivo (1 Ts
5.21). De idêntica maneira, o jovem cristão pode, e deve valorizar o estudo
secular, pois além de proporcionar conhecimento, serve para a formação
profissional e para o mercado de trabalho, área na qual o crente pode ser usado
por Deus e fazer a diferença. O segredo é submeter tudo ao crivo das Sagradas
Escrituras (2 Co 10.5; At 17.11)
- “Quais são os desafios, afinal? Quando
fazemos essa pergunta, geralmente esperamos que a resposta discorra sobre as
principais ideologias anticristãs presentes no pensamento universitário. Isso,
porque temos a ideia de que os desafios do jovem cristão na universidade são
exclusivamente intelectuais, e tudo o que ele precisa para enfrenta-los é de
uma mente perspicaz. Certamente, o universitário cristão encontra desafios
intelectuais, mas nem todos são desta natureza. Há desafios de natureza
variada, os mais fundamentais são de natureza espiritual. Geralmente, quando um
jovem universitário abandona a fé, não o faz por ter sido convencido da
racionalidade de uma determinada ideologia, mas por ter encontrado nela,
correspondência com o modo de vida que já desejava ter. Por isso, o maior
desafio do jovem cristão na Universidade é cuidar do coração. E isso inclui,
por exemplo: Não ceder ao orgulho. A Universidade é o ambiente do conhecimento,
e, lidar adequadamente com o conhecimento não é fácil. A Bíblia afirma, com
todas as letras, que o saber ensoberbece (1 Coríntios 8.1). Quando começamos a
conhecer determinados aspectos do mundo e da vida com maior profundidade, temos
a tendência de nos sentir suficientemente capazes para funcionar como a medida
de nossas decisões. Então os pais, a Bíblia, a igreja, e tudo o mais que se
apresente como fonte de direção e conselho são deixados de lado e substituídos
pelo “eu sei”. Vencer o medo da exposição. A Universidade é o ambiente do
“conhecimento científico”. Embora a ciência moderna tenha tido berço cristão, e
não haja qualquer contradição necessária entre fé e ciência, é inegável que nos
últimos anos a ciência tem se desenvolvido mormente a partir de uma cosmovisão
materialista. Consequentemente, cosmovisões que tem em alta conta a dimensão
espiritual, como é o caso do cristianismo, muitas vezes são relegadas a uma
condição de inferioridade, e tratadas de modo pejorativo. Frequentemente, os
jovens cristãos são tentados a ceder em seu compromisso religioso, pelo medo da
exposição. Aprender a lidar com a Liberdade. Finalmente, a Universidade é o
ambiente da “liberdade”. Isso não seria um problema, não fosse o fato de que a
ideia de liberdade defendida pelo discurso universitário é a de ampla autonomia
ou total independência, envolvendo o questionamento e superação de toda norma
ou autoridade. O que torna esse terceiro ponto algo ainda mais desafiador é o
fato de que a defesa desse tipo de liberdade não se reduz ao discurso, mas se
encarna na vida cotidiana de boa parte dos universitários, que abre espaço para
uma espécie de curtição irresponsável e sem limites, da qual a prática da
sexualidade livre e o uso de drogas legais e ilegais são alguns exemplos.
Muitos jovens cristãos se perdem nessa circunstância, pela dificuldade de
equacionar a liberdade desfrutada com o avançar da idade e, muitas vezes, a
saída de casa, com essa atmosfera de autonomia estimulada pelo ambiente
universitário”. https://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/02/o-jovem-cristao-e-universidade/.
3. Mantendo a identidade em tempos pós-modernos. Tal como fez Aspenaz, o
mundo procura meios de mudar a identidade do cristão. Em tempos pós-modernos,
onde falta firmeza e consistência moral e espiritual, existe uma estratégia
diabólica de perda de sentido e significado. O espírito desta época procura
seduzir os crentes da desnecessidade de uma identidade própria, dada por Deus,
tratando isso como algo ultrapassado. O mundo fala em “abrir” a mente,
“flexibilizar” as convicções e “desconstruir” as tradições arcaicas. Em cada
área da vida se percebe a estratégia de “mudança de nomes”. A ideologia de
gênero procura destruir a identidade sexual. O sincretismo busca acabar com a
identidade religiosa. O relativismo se propõe a desfazer a identidade moral.
Como nunca, a forma de proceder dos jovens hebreus serve como modelo de bravura
e resistência aos ímpetos de destruição identitária. Podem até mudar o nosso
nome, mas não conseguem mudar quem somos: cristãos, aqueles que creem e vivem
em Cristo (At 11.26).
- Quando orou pelo seu povo na famosa
oração sacerdotal, Jesus pediu ao Pai: não peço que os tires do mundo, mas sim
que os guardes do mal (Jo 17.15). Esse pedido de Jesus revela que seu desejo
geral para o nosso engajamento cultural – o que inclui a vida universitária – é
que permaneçamos no mundo, sem, contudo, permitir-nos ser dirigidos por ele. O
fato de ser um pedido dirigido a Deus revela também que a manutenção de nossa
fé e vida espiritual depende primariamente dele. Isso não significa, contudo,
que não tenhamos nada para fazer. As sugestões a seguir, que trazem diferentes
exigências a pais e filhos, podem ser úteis no enfrentamento dos desafios da
vida universitária. Não deixe para a última hora. Quando se preocupam com os
desafios espirituais da vida universitária, muitas famílias o fazem apenas a
partir do momento em que o ensino superior se aproxima. De fato, muitas
decisões somente precisarão esperar a proximidade do momento, mas
definitivamente, a formação espiritual não é uma delas. É de cedo que
princípios fundamentais como a humildade, a coragem, e o apreço pela autoridade
são sedimentados. Inclua a comunidade no planejamento. Quando ingressam na
Universidade – o que muitas vezes inclui mudança de cidade – muitos jovens
cristãos se preocupam com tudo, menos com o engajamento numa comunidade de fé.
Muitos deles supõem que podem manter a fé sem o culto e a comunhão. Isso é um
grande equívoco. É no contexto da liturgia que nossos hábitos espirituais são
formados e fortalecidos, e no contexto da vida comunitária que somos
encorajados e corrigidos. Repense o objetivo. Comumente, o jovem cristão
ingressa na Universidade pensando defensivamente, como se seu objetivo fosse
simplesmente sobreviver ao ambiente hostil que terá pela frente. Suspeito que o
resultado desse pensamento é a passividade, que costuma ser, em tudo,
prejudicial. Ao invés de pensar apenas em sobreviver à Universidade, o jovem
cristão deveria pensar em servir a Deus nela. Suspeito que imbuído desse
objetivo ele tenderia a uma postura mais ativa, que lhe traria maiores
benefícios espirituais. Treine a mente. Como dito anteriormente, os desafios
que o jovem cristão enfrenta no ambiente universitário não são apenas intelectuais,
mas também o são. Muitos deles sucumbem aos desafios relacionados a essa
dimensão, por terem nutrido uma experiência religiosa anti-intelectualista,
muito voltada para a dimensão afetiva. Mas como afirma o título do livro de
John Stott: crer é também pensar. Então, treine a mente. De forma resumida isso
implica, primeiramente, conhecer a Bíblia, e cultivar uma maneira bíblica de
entender o mundo e a vida. É importante lembrar, que o conhecimento bíblico
necessário para o enfrentamento bem-sucedido de um ambiente hostil não é,
meramente, o conhecimento racional, mas o vivencial. O evangelho é o poder de
Deus. Logo, o conhecimento do Evangelho não é apenas algo do qual nos
apoderamos; mas algo que se apodera de nós. E nós contribuímos para que isso aconteça
na medida em que confiamos e nos submetemos a ele. Como poderá o jovem guardar
puro o seu caminho? Observando-o segundo a Tua Palavra (Salmo 119.9). Depois,
treinar a mente significa conhecer as ideologias anticristãs mais comuns no
ambiente universitário, relacionando-as à visão de mundo cristã. Essas são
apenas algumas sugestões. Certamente, há muito mais a fazer, enquanto
descansamos em Deus, confiando que dele depende a preservação de nossa fé, a
saúde de nossa vida espiritual, e as condições para viver neste mundo mau de
maneira que nosso próximo e o próprio mundo sejam abençoados e Ele
glorificado”. ”. https://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/02/o-jovem-cristao-e-universidade/.
CONCLUSÃO
Como
vimos, as escolhas e determinação de Daniel e seus amigos nos instigam a manter
nossa identidade espiritual e nossos princípios, mesmo quando enfrentamos
desafios que ameaçam desviar-nos do caminho da verdade. É preciso resistir
sabiamente, pois sabemos em quem temos crido (2 Tm 1.12).
- O século atual é uma feira de
cosmovisões muito maior do que foi a Babilônia dos tempos de Daniel. A
hegemonia cultural da qual a fé cristã desfrutou, alguns séculos atrás,
afundou, arrastada pela âncora da implausibilidade em um mar de pluralidade. A
cultura judaico-cristã moldou o pensamento e o modo de viver do ocidente por
muitos séculos. Mas sem conversão não há mudança de mente! Para a mente
secular, o cristianismo é somente um dos inúmeros caminhos existentes. Hoje, em
uma mesma classe da universidade, encontraremos ateus militantes, muçulmanos,
marxistas culturais, deístas libertários, budistas ocidentalizados e
evangélicos não praticantes. Neste contexto, os jovens cristãos são bombardeados
por cosmovisões concorrentes a todo momento. A cada clique na internet, a cada
série na TV, a cada aula na faculdade, eles estão em guerra espiritual e intelectual.
Como experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em meio à pressão
deste século? Como dar razão da esperança cristã diante de tantas vozes
discordantes? Nossas lideranças, em todos os níveis, devem buscar equipar os
jovens cristãos a defenderem e testemunharem sua fé. Nossos jovens devem ser
desafiados a não se conformar com este século, mas transformar-se pela
renovação da mente! Lembre-se: não é apenas a universidade que nos desafia, mas
o mundo em que vivemos.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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HORA DA REVISÃO
1.
Por que se considera que os caldeus possuíam um ensino desenvolvido?
Eles foram pioneiros nos estudos da
astronomia e responsáveis pelo avanço da matemática. Eles também dominavam a
escrita cuneiforme, usada para registrar leis, negócios e eventos históricos.
2. Durante os estudos na Babilônia, os jovens
corriam qual risco?
Corriam o risco de aculturação, isto é, a
perda da cultura e das crenças hebraicas, por meio da assimilação e acomodação
a cultura dos caldeus.
3.
O que é Identidade?
É aquilo que define e dá significado às
nossas vidas.
4.
Por que os nomes dos jovens hebreus foram mudados?
Pretendiam substituir o Deus verdadeiro
pelos deuses do paganismo, com o propósito de mudar seus referenciais e
identidades
5.
Qual o significado original do nome Daniel e qual o sentido do nome que lhe
deram?
Daniel significa ‘Deus é meu juiz’; deram-lhe o nome Beltessazar, ‘Bel protege o rei’