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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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16 de junho de 2024

EBD JOVENS | Lição 12: A Realidade Bíblica do Evangelho na Cultura | 2° Trimestre de 2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

Dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que seguiam a sua palavra” (1Cr 12.32).

Entenda o Texto Principal:

- Os filhos de Issacar foram também reconhecidos como pessoas que sabiam o que deviam fazer. Eles não conheciam apenas a verdade, mas tiveram a sabedoria de saber como aplicar a verdade para o benefício de toda a nação. Esta característica foi necessária no estabelecimento do reino de Davi. Estes homens permaneceram com Davi para o ajudar na consolidação de uma nação ferida e dividida. Eles reconheceram a escolha de Deus e acrescentaram os seus dons e chamada para ajudar na integração das tribos sob a autoridade de Davi.

 

RESUMO DA LIÇÃO

O Evangelho nos ensina a interagir com a cultura de nossos dias sob a perspectiva da Palavra de Deus.

Entenda o Resumo da Lição:

- O desafio da Igreja consiste em entender correta e teologicamente o que é a cultura, que lugar ocupa no plano de Deus, como funciona e qual é a relação da igreja com a cultura, porque somente assim poderemos entender a nós mesmos e também nossa missão.

 

TEXTO BÍBLICO

Atos 19.11-20.

11. E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias.

milagres extraordinários, estes confirmaram que Paulo era mensageiro de Deus, pois não havia a disponibilidade do NT completo para determinar a verdade de sua mensagem (cf. 2Co 12.12: Hb 2.3-4).

12. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saiam.

lenços e aventais. Os lenços de cabeça e a roupa externa usados por Paulo enquanto fazia tendas. A crença que o poder místico podia ser transmitido era comum no mundo antigo; por exemplo, crer que a sombra de Pedro podia curar (cí. 5.15; Mt 9.21).

13. E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.

judeus, exorcistas ambulantes. Simão, o mágico (8.9-25) e BarJesus (13.6-12) foram outros exemplos de charlatões (cf. Mt 12.27). Em contraste com a autoridade absoluta exercida por Jesus e pelos apóstolos sobre demônios, esses exorcistas procuravam expelir demônios ao tentarem invocar um ser espiritual mais potente — nesse caso, o Senhor Jesus.

14. Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.

judeu... Ceva, sumo sacerdote. Já que não há registro de um sumo sacerdote judeu com esse nome, possivelmente ele assumiu esse título falsamente para impressionar o povo.

15. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?

Jesus... sei quem é Paulo. Reconhecendo que os exorcistas não tinham autoridade sobre ele (diferentemente de Jesus e Paulo), o demônio rejeitou a tentativa deles de o expulsarem da vítima. Isso confirma que o poder de expelir demônios pertencia a Jesus e aos apóstolos, e a ninguém mais. Até mesmo os demônios evidenciam isso.

16. E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles: de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.

E o homem em quem estava o espírito maligno – Marque a linha clara de demarcação aqui entre “o espírito maligno que respondeu e disse” e “o homem em quem o espírito maligno estava”. A realidade de tais posses não poderia ser mais claramente expressa. saltaram sobre eles… para que fugissem… nus e feridos – Isto foi tão aterrador um testemunho de uma só vez contra aqueles impostores profanos e a favor de Paulo e do Mestre que ele pregou, que não nos perguntamos se ele se espalhou para “todos os judeus e Gregos em Éfeso, que o medo caiu sobre eles ”, e que“ o nome do Senhor Jesus foi engrandecido ”. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

17. E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.

E isto se fez conhecido a todos. Foi sem dúvida uma divulgação gradual da história. Podemos ter certeza de que os “filhos de Ceva” pouco falaram sobre isso. que habitavam em Éfeso, tanto a judeus como a gregos. A Versão Autorizada não apresenta “judeus e gregos” como explicação do “todos” anterior, que está no original. Os exorcistas eram abundantes em Éfeso, e o evento seria visto como um aviso. e caiu temor sobre todos eles; e assim foi engrandecido o nome do Senhor Jesus. O “temor” foi o primeiro sentimento e o que mais prevaleceu, pois tocaria todos os que ouvissem a história; a engrandecimento do Senhor Jesus foi o efeito posterior produzido entre aqueles a quem Jesus estava se tornando conhecido e adorado. [Lumby, aguardando revisão]

18. Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos.

muitos que acreditaram vieram e confessaram … seus atos – os ingênuos dos magos, etc., reconhecendo quão vergonhosamente haviam sido iludidos, e quão profundamente eles se permitiram estar implicados em tais práticas. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

19. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.

livros. De palavras mágicas secretas. A queima dos livros provou a autenticidade do arrependimento dos mágicos; havendo destruído esses livros, eles não poderiam voltar às suas práticas com facilidade, cinquenta mil denários. Salário de cinquenta mil dias de um trabalhador comum — extraordinária quantia de dinheiro dada para indicar quanto a prática da mágica encontrava-se disseminada em Éfeso.

20. Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.

a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente. Tinha tanta eficácia e poder nesta cidade perversa. Esse poder deve ter sido poderoso, o que os faria desejar não apenas deixar de praticar a imposição, mas desistir de todas as esperanças de ganhos futuros e destruir suas propriedades. Sobre esta narrativa instrutiva podemos observar:

            (1) Essa religião tem poder para quebrar o domínio dos pecadores sobre meios de vida injustos e desonestos.

            (2) que aqueles que se envolveram em uma prática não cristã e desonrosa a abandonarão quando se tornarem cristãos.

            (3) que sua aversão ao seu caminho anterior será e deve ser expressa tão publicamente quanto a ofensa.

            (4) que a prática do mal será abandonada a qualquer sacrifício, por maior que seja. A questão será: o que é certo; não o que vai custar. A propriedade, na visão de um homem convertido, não é nada quando comparada com uma boa consciência.

            (5) esta conduta daqueles que usaram artes curiosas nos mostra o que deve ser feito por aqueles que estiveram envolvidos em qualquer caminho maléfico da vida e que depois são convertidos. Se o que fizeram quando foram convertidos estava certo – e quem pode duvidar disso? – isso estabelece um grande princípio sobre o qual os jovens convertidos devem agir. [Barnes, aguardando revisão]

 

- OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)

- Caso deseje, poderá baixar o MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Quando se fala a respeito do Evangelho e o seu alcance, é preciso que se observe as transformações que ele gera nas culturas aonde chega. Na história da humanidade, percebe-se que muitos países passaram por grandes transformações sociais positivas quando o Evangelho chegou em suas terras: famílias foram valorizadas, as mulheres respeitadas, crianças educadas, e pessoas tiveram um rumo em suas vidas. Nesta lição, veremos a importância que o Evangelho tem para a cultura de nossos dias, independentemente do lugar em que ele se encontre.

- A lição não vai tratar de Cultura definida como popular, que indica status, ou nível educacional. Cultura aqui está para aquela definida antropologicamente, que é mais científica do que romântica, que não julga atribuindo valores, e que é algo que envolve toda nossa vida, relacionamentos, pressupostos e produtos. É algo dinâmico (não estático) e que biblicamente não é para ser o guia dos discípulos de Jesus. Ainda que, não tenhamos uma ordem direta para mudarmos culturas, onde o Evangelho chega, influencia com a “cultura do Reino”, e, lógico, muda aspectos culturais conflitantes com o novo modo de vida. Mas como vencer as barreiras culturais ao anúncio e como evitar as múltiplas possibilidades de ser mal entendido? A resposta não é nem distante e nem de difícil compreensão. Deus mesmo nos deu a resposta e nos deixou o modelo: a encarnação. Deus se fez carne e osso em Jesus. Por meio deste camponês da Palestina que falava a linguagem popular do “povão”, mas que falou e agiu com autoridade, Deus nos deixou valiosa lição. Ele deseja nos alcançar dentro das nossas culturas, de modo que podemos compreender. E assim seus emissários também anunciam e demonstram as boas-novas, no máximo possível, dentro dos diversos meios de comunicação que existem nas milhares de culturas do mundo inteiro.

 

I. A IMPORTÂNCIA DA CULTURA

 

1. O que é cultura. O termo cultura é amplo. Ele engloba assuntos como arte, o conhecimento científico, a língua e as tradições de um povo. Todo grupo social tem sua própria cultura. A comida, a forma de se vestir, de trabalhar, de falar e a maneira como interage com o ambiente e entre si são componentes da cultura. Em geral, ela é repassada dos mais velhos para os mais novos no lar, no trabalho, na escola, por meio da literatura, da música e outras manifestações sociais. As formas de aquisição da cultura são variadas, e se ela não for preservada, será esquecida. Por isso, Deus orientou o povo de Israel a ensinar aos seus filhos a sua lei para que eles não a esquecessem (Dt 6.6-9). A cultura e a língua de um povo podem sofrer modificações com o passar do tempo. Tomemos como exemplo a nossa língua. Ela recebeu e recebe termos em inglês e de outras línguas que são incorporados ao nosso vocabulário e usados, geralmente, pelas gerações mais novas.

- Cultura - 1. complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins. (Definições de Oxford Languages · Saiba mais). “Cultura é um termo com sentido amplo que pode indicar tanto a produção artística quanto o modo de vida, o conjunto de saberes, a religião e outras expressões de um povo”. https://brasilescola.uol.com.br/cultura. "Cultura é um termo bastante explorado pela Antropologia, ciência que surgiu na mesma época em que a Sociologia e visa a analisar as sociedades humanas a partir de sua produção cultural, indo das mais elementares formas de organização social até as mais complexas. O sentido de cultura é amplo. O que nos interessa aqui é saber que a cultura corresponde a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou um determinado grupo artístico (literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante." Veja mais sobre "Cultura" em: https://brasilescola.uol.com.br/cultura.

- O conceito de cultura (...) denota um padrão historicamente transmitido de significados incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em forma simbólica por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e atitudes sobre a vida (Clifford Geertz. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, citado em Carson, p. 14).

2. A cultura do Antigo Testamento. O ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito tinha a cultura voltada em boa parte para a criação de animais e o cultivo e colheita de grãos. A família era responsável pela educação dos filhos e pela passagem das tradições familiares e nacionais, e por iniciá-los na fé que caracterizava o povo de Deus e o seu concerto com o Eterno. No aspecto do trabalho, havia casos em que a escravidão era corrente, mas também havia empregados remunerados, pessoas livres que trabalhavam e recebiam salários. Em seus primórdios, os hebreus foram vítimas de uma cultura de escravidão, mas pelo poder de Deus saíram para uma cultura de liberdade na terra que Deus prometeu que daria a Abraão. Na cultura israelita, a família era patriarcal, e os pais, para evitar dificuldades de relacionamentos, tinham participação muito ativa na escolha dos cônjuges para seus filhos. Observe que Abraão fez seu servo, o mais velho de sua casa, jurar que não tomaria mulher das filhas dos cananeus para seu filho Isaque (Gn 24.1-4). Seu filho deveria se casar com alguém da sua parentela. A fé era passada dos pais para os filhos, e a participação nos cultos fortalecia a tradição entre as gerações. As nações mantinham relações comerciais umas com as outras e possuíam exércitos para se defender, ou contratavam de outras nações para auxiliar nas guerras que eram travadas.

- Várias civilizações se levantaram no Oriente, séculos antes da origem dos hebreus, deixando elementos permanentes da sua cultura na vida dos povos subsequentes. Os hebreus tiveram a sua origem no meio de sociedades desenvolvidas, e herdaram elementos da cultura dos povos contemporâneos. Em todas as épocas da sua história o povo de Israel participou da cultura dos vizinhos e até dos conquistadores. Com a exceção do período de Davi a Salomão, os israelitas eram relativamente fracos entre as nações poderosas nos períodos sucessivos da sua história. A origem de Israel como povo teve seu berço na Mesopotâmia, e herdou muito daquela cultura até ser moldada pela Lei entregue a Moisés. Antes da Lei, a cultura deveria ser aquela mesma de Ur dos Caldeus, terra natal de Abraão, que habitou depois em Padã-Harã, Canaã, Egito... Os Patriarcas peregrinaram em Canaã, Jacó esteve 14 anos em Padã-Harã e depois em Gosen no Egito; Israel foi cativo no Egito por 400 anos; na Babilônia 80 anos. Os reinos de Judá e Israel foram vassalos de impérios quase toda a sua história. O que não faltou na história do povo de Deus foi cultura! As nações antigas haviam desenvolvido as suas culturas, com a produção de uma vasta literatura. Tinham progredido além do animismo, e outras formas primitivas da religião, ufanando-se dos sistemas elaborados de seu culto politeísta. Foi neste ambiente de politeísmo, e não de animismo, que a religião de Israel teve a sua origem. Sob a orientação de Moisés, como profeta de Yahweh, a fé de Israel representa um rompimento definitivo com o politeísmo, e não um desenvolvimento que resultou finalmente no monoteísmo dos profetas. E o que preservou Israel da influência destas culturas todas? A Palavra de Deus! Esta fé, distintivamente bíblica, nas promessas do amor eterno do Senhor do concerto, não resultou de opiniões que os profetas formularam. Ao contrário, os israelitas creram em Deus, como resultado das experiências que os ligaram com o Senhor. Esta origem singular da fé de Israel distingue a religião do Antigo Testamento de todas as outras, e apresenta os fatos fundamentais da sua teologia. Para os escritores bíblicos a religião pertencia à vida inteira, e relacionava-se com todas as suas experiências. Deus não ficava isolado do homem e dos seus problemas. Era participante com o homem no drama da vida. Os autores do Velho Testamento reconheceram a mão de Deus em toda a sua história, e tentaram descobrir e entender o propósito divino nas atividades do Senhor. A libertação dos israelitas do poder do Egito, o êxodo, e a formação da vida nacional ficaram firmemente estabelecidos nas suas tradições. Guardavam a Páscoa como memorial de sua libertação. As suas doutrinas teológicas nasceram das suas comunicações com o Senhor, e nestas experiências religiosas era Deus que tomava a iniciativa.

3. A cultura do Novo Testamento. A cultura dominante era a romana entre os países em que o Evangelho chegou inicialmente. Os romanos dominavam militar e administrativamente o mundo conhecido. Sua perspectiva era que o império proporcionaria segurança nas relações entre os países, impondo uma paz obrigatória. Eles costumavam preservar a religião dos povos dominados, desde que estes concordassem em prestar culto também a César. Os gregos foram dominados pelos romanos, mas a sua cultura, quanto aos aspectos filosóficos, e a língua grega, foram absorvidos pelos dominadores. O Novo Testamento foi escrito em grego, herança cultural que perdurou por séculos. Os hebreus nos dias de Jesus estavam sob o domínio romano, contudo, tinham liberdade de realizar seus cultos e pagavam tributos a César.

- Alexandre, o Grande, assumiu o controle de Israel em 332 a.C. e impôs o estilo de vida grego à nação judaica, ele “helenizou” a Terra Santa. Propagou a cultura grega, fundou cidades gregas, construiu edifícios gregos, introduziu a moeda grega e difundiu a língua grega. Embora Alexandre permitisse que os judeus vivessem de acordo com sua lei ancestral, o modo de vida grego tornou-se a maior ameaça à manutenção de uma identidade judaica distinta. O general romano Pompeu, o Grande, assumiu o controle de Israel em 63 a.C. A nação teve que se submeter a Roma pagando impostos, assim como fizeram sob o domínio assírio, babilônico, medo-persa, grego, ptolomaico e selêucida. No entanto, Pompeu instalou um governante asmoneu, Hircano II, para governar a Judéia e a Iduméia como sumo sacerdote, e também concedeu um nível de liberdade aos judeus. Mas Hircano II era apenas um rei cliente (ou, talvez melhor, um rei fantoche) de Roma. Uma política romana monolítica em relação aos judeus não existia no primeiro século. Alguns imperadores foram mais bem dispostos do que outros, ao conceder ao povo judeu privilégios mais fundamentais, como isenção de impostos, isenção militar e liberdade de religião. Na verdade, o judaísmo era considerado uma religio licita (religião permitida), mesmo que os judeus fossem monoteístas e intolerantes com outras religiões. No entanto, muitos imperadores romanos desprezavam a intolerância religiosa judaica, especialmente quando se tratava da adoração dos deuses do estado romano. Isso fez com que os judeus se tornassem alvos de suspeita, ódio e perseguição. E seu desejo sincero de um messias para libertá-los do “exílio” não ajudou, como determinam os vários motins e revoltas ao longo do primeiro século que estão registrados em Atos 5:36-37; 21:38 e pelo historiador judeu Josefo. Esses eventos apenas aumentaram as suspeitas dos judeus e limitaram seu poder político.

- Foi nesse caldo político que o Rei dos reis encarnou! No tempo denominado “Plenitude dos Tempos”. Plenitude dos tempos significa basicamente o momento apropriado de acordo com o decreto de Deus para que Sua vontade seja cumprida. Isso quer dizer que a plenitude dos tempos é quando as estações precedentes estabelecidas por Deus se completam, ou seja, é o “tempo certo”. Então a plenitude dos tempos marca o cumprimento de um período. Há dois textos bíblicos no Novo Testamento que trazem a expressão “plenitude dos tempos”. O primeiro está na Epístola aos Gálatas 4.3-5, o segundo está na Carta aos Efésios 1.7-10. No original, a expressão “plenitude dos tempos” não é idêntica nas duas passagens, mas é semelhante. Nas duas passagens a palavra “plenitude” traduz o grego pleroma que significa “aquilo que é preenchido”. No sentido de tempo, essa palavra denota “consumação”, “cumprimento”, “realização”. Então a diferença entre as duas passagens está no termo traduzido pela palavra “tempo”. No texto de Gálatas a palavra “tempo” traduz o grego chronos que é usado geralmente para indicar o sentido quantitativo e sequencial do tempo, isto é, o tempo “cronológico”. Já no texto de Efésios a palavra “tempo” traduz o termo grego kairos que geralmente é aplicado para indicar o sentido qualitativo do tempo enfatizando “o momento”. Em qualquer dos Testamentos, podemos ver Deus, o Senhor da história, dominando as culturas, fazendo convergir todo o aparato sócio-cultural para o aparecimento do Seu Filho!

 

 

II. O EVANGELHO E A CIÊNCIA

1. A ciência nos tempos antigos. Os homens não eram ignorantes, e as grandes construções que ultrapassaram séculos, como as pirâmides do Egito, e grandes obras literárias são amostras de que eles sabiam como aplicar a matemática e usar a escrita de uma forma que perdurou. Os conhecimentos a respeito de engenharia, medicina e educação não surgiram no século XXI. O Templo de Salomão foi construído em sete anos (1Rs 6.38) e durou 410 anos, quando Nabucodonosor o destruiu. Por mais que em nossos dias tenhamos aperfeiçoado os processos, essas melhorias ocorreram com base em algo que já existia. Deus, portanto, dotou os homens com inteligência para que fizessem grandes feitos.

- Em tempos pré-históricos, conselhos e conhecimento eram passados de geração em geração em uma tradição oral. O desenvolvimento da escrita permitiu que o conhecimento fosse armazenado e comunicado através das gerações com muito mais fidelidade. Combinado com o desenvolvimento da agricultura, que permitiu um aumento na reserva de comida, isso tornou possível que as civilizações antigas se desenvolvessem, porque foi possível dedicar mais tempo a outras tarefas que não fossem a sobrevivência [https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_ci%C3%AAncia.] Desde o seu início na Suméria (no atual Iraque) por volta de 3500 a.C., as pessoas da Mesopotâmia desenvolveram a Matemática e a Astronomia. Com finalidades práticas, essas duas áreas tinham objetivos de verificar inundações, desenvolver e planejar a construção de estruturas importantes com pirâmides e templos, resolver questões de irrigação e drenagem. Também é dessa época a invenção do calendário de 365 dias, com doze meses de 30 dias cada, adicionando-se mais cinco, foi umas das primeiras contribuições dos egípcios. Na Babilônia, a Astronomia foi quem deu o primeiro salto no desenvolvimento científico da época. Houve também pelos egípcios o desenvolvimento de um sistema numérico decimal, e de operações como multiplicação, adição e subtração, além do conhecimento de frações com o número 1. Calculavam também áreas de figuras como o retângulo, o triangulo e o círculo e o volume de alguns sólidos.

2. A ciência em nossos dias. Com o advento do movimento chamado Iluminismo, surgiu o método científico, que trouxe regras para serem usadas nas pesquisas e nas ciências. Com o método científico, estabeleceram-se mecanismos para que as experiências científicas pudessem ser testadas repetidamente e se chegassem aos mesmos resultados. Ocorre que muitos cientistas se valeram do uso desse método para dizerem que tudo o que existe é matéria, que Deus não existe, que milagres não são possíveis e que se uma experiência não puder ser explicada pela ciência, ela não pode ser aceita como válida. Na tentativa de separar a fé da ciência, tais cientistas se esquecem de que grandes universidades foram fundadas por cristãos. Harvard tem como lema: “a verdade para Cristo e para a Igreja”, pois, foi fundada por servos de Deus, mostrando que o Evangelho não é contrário à verdadeira ciência.

- Galileu Galilei (1564 — 1642) é o fundador da ciência moderna e o teórico do método científico e da autonomia da pesquisa científica. O método científico de Galileu está contido especialmente em duas obras: “O ensaiador”, que dedicou a seu admirador e amigo o papa Urbano VIII, publicado em 1623. E, nos “Discursos e demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências”, de 1638. A física de Aristóteles tem um sentido diferente do que entendemos ser física. Nós temos o sentido dado por Galileu, isto é, entendida quantitativamente que pode ser mensurável e traduzida em leis matemáticas. Enquanto, para Aristóteles a física é qualitativa e teórica. A ideia central do método científico moderno de Galileu pode ser resumida nessa passagem de sua obra: "A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto." A partir de Galileu, a ciência não busca mais a essência ou a substância das coisas, mas sim a função. A pergunta não é mais “o que é?”; mas “como é?”. Nas universidades medievais o estudo da natureza tinha uma abordagem diferente da de Aristóteles: a ciência ainda era mais especulativa do que experimental, mas já havia a união entre teoria e prática mesmo que não fosse algo comum. Entretanto, com Galileu tem-se o método claro, objetivo é explícito: para a ciência dar resultados é necessário geometrizar a natureza. A Revolução Científica estabeleceu a ciência como a origem de todo o crescimento do conhecimento. Durante o século XIX, a prática da ciência se tornou profissional e institucionalizada em modos que continuaram a ser usados no século XX. A história da ciência é marcada por uma cadeia de avanços na tecnologia e no conhecimento que sempre complementaram um ao outro. Inovações tecnológicas trouxeram novas descobertas e levam a ainda outras descobertas por inspirar novas possibilidades e aproximações em questões científicas antigas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_ci%C3%AAncia.

3. A ciência e a Bíblia. Um dos maiores problemas para algumas pessoas é conciliar a ciência com as Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus não é um livro de curiosidades, nem tem por objetivo se colocar como um manual científico. Ela não depende da validação da ciência humana ou do método científico para ser o Livro de Deus. A Bíblia diz que Deus criou o homem a partir do pó da terra, que existe a ressurreição e que os milagres são possíveis e existem, coisas que muitos cientistas insistem em dizer que são fatos impossíveis. Reconhecemos que o método científico tem seus méritos para direcionar a pesquisa científica e que o respeito a ele resulta em critérios que norteiam os grandes avanços que nos conduziram até aqui, mas também entendemos que a ciência não tem resposta para todas as coisas, pois ela é limitada. Muitas descobertas e invenções científicas com o passar do tempo foram descontinuadas, pressupostos foram contraditados, e tratamentos médicos, substituídos. Por estar em constante mudança, a ciência não pode ser tida como um validador para a fé cristã. Isso não significa que ela e a Bíblia não possuam pontos de concordância, e sim que a Palavra de Deus não tem por objetivo ser validada pela ciência para produzir seus efeitos na vida de uma pessoa. A ciência não explica a salvação de um pecador, ou o poder que a oração de um justo tem diante de Deus. O método científico segue regras cujos pressupostos podem mudar descobertas ou postulados científicos tidos por definitivos há décadas. A Palavra de Deus, por sua vez, não muda (1Pe 1.25).

- Muitos dos que rejeitam a fé cristã o fazem porque acreditam que a Bíblia contradiz a ciência. Mas, se existe conflito e contradição reais, depende de como se define a Bíblia e a ciência. Se a Bíblia é definida como “um livro de contos de fadas e superstições” e a ciência é definida como “fatos comprovados”, bem, obviamente, vamos ter conflito e os dois serão incompatíveis como fontes de verdade. Se a Bíblia é entendida como a Palavra de Deus e a ciência é entendida como uma metodologia necessariamente materialista que exclui a própria possibilidade de Deus, então sim, haverá um conflito. Eu proponho, entretanto, que essas não são as melhores definições iniciais e que, se pensarmos mais cuidadosamente sobre a Bíblia e a ciência, veremos que elas não estão necessariamente em conflito.

Os cristãos entendem que Deus é o Criador de todas as coisas no céu e na terra. Os cristãos também acreditam que Deus revelou certas verdades sobre si mesmo através de suas obras criadas (Rm 1.20). Teólogos o chamam de revelação geral. Deus também se revelou em sua Palavra. Nós falamos disso como revelação especial. Um ponto importante a se ter em mente é que, tanto em relação à revelação geral quanto em relação à revelação especial, Deus é o Revelador. Porque Deus é infalível, não há possibilidade de conflito ou contradição entre sua revelação geral e sua revelação especial. Deus é a única fonte infalível de ambos.

Também não há conflito entre o que ele revelou na Bíblia (revelação especial) e o que é realmente verdadeiro em relação às suas obras criadas. Se Deus criou algo de uma certa maneira, e se Deus é autoconsistente e sempre verdadeiro, sua revelação especial não dirá nada que contradiga a verdade real sobre as suas obras criadas. Se é verdade, por exemplo, que Deus criou a terra como uma esfera, então a sua revelação especial não irá e não poderá contradizer isso. Portanto, se há uma linguagem na Bíblia que parece descrever a terra como um disco achatado, o problema está em nossa interpretação.

Quando um conflito surge, é sempre o resultado da má interpretação humana sobre as obras criadas por Deus, daquilo que ele revelou através de suas obras criadas, daquilo que ele revelou através de sua Palavra, ou alguma combinação delas. Em outras palavras, um conflito pode ser o resultado de uma teoria científica incorreta sobre algum aspecto das obras criadas por Deus. Um conflito também pode ser o resultado de uma interpretação incorreta da revelação especial de Deus. E um conflito pode ser o resultado de interpretações errôneas de ambas. O problema sempre recai sobre os intérpretes humanos caídos e falíveis (cientistas e teólogos), não sobre Deus.

Os seres humanos são falíveis. Vários fatores, incluindo a ignorância e o pecado, significam que podemos e cometemos erros. Aqueles que observam e tentam entender o mundo criado podem e cometeram erros. Hipóteses e teorias científicas são falíveis. Eles podem estar enganados. Aqueles que estudam e buscam entender a Bíblia também podem e cometeram erros. Existem interpretações conflitantes de muitos textos bíblicos e sistemas teológicos conflitantes, porque os intérpretes das Escrituras são falíveis. Interpretações e teorias exegéticas e teológicas podem ser confundidas.

Ciência e Escritura são completamente compatíveis, desde que se entenda que a ciência é o estudo cuidadoso das obras de criação de Deus. A ciência corre o risco de ser incompatível com a Escritura apenas quando as filosofias metafísicas naturalistas e materialistas são importadas para a definição de ciência. O conflito que parece existir hoje é em grande parte devido a tais suposições filosóficas por parte de muitos incrédulos. Ironicamente, essas suposições filosóficas não podem ser provadas por meio de qualquer observação empírica.

Porque o mundo criado é do jeito que Deus criou, tanto os crentes como os incrédulos podem e fizeram observações verdadeiras sobre ele. É claro que os incrédulos sempre escondem quaisquer observações verdadeiras que fazem dentro de uma estrutura filosófica antibíblica, mas as observações, até onde vão, podem ser verdadeiras. Como João Calvino notou, os incrédulos podem conhecer as verdades sobre as “coisas terrenas”, embora no que diz respeito às “coisas celestiais”, eles são “cegos como as toupeiras” (Institutas 2.2.12-21). Os crentes não têm nada a temer em relação à ciência, entendida como o estudo das obras criadas por Deus. As obras das mãos de Deus são surpreendentes e maravilhosas, e os cristãos podem se alegrar e louvar ao seu Criador toda vez que algo verdadeiro sobre essas obras é descoberto, independentemente de quem fez a descoberta. O problema não é a ciência em si; o problema são as falsas filosofias disfarçadas de ciência que devem ser rejeitadas. Tradução: William Teixeira. Revisão: Camila Rebeca Teixeira. Original: Are the Bible and Science Compatible?

4. A arte e a Bíblia. Uma das manifestações culturais mais impressionantes é a arte. Muitas poesias eram acompanhadas de músicas em Israel, e assim os salmos eram cantados. Esculturas não eram aceitas entre os hebreus, pois por mais que se mostrassem uma forma de arte, eram representações da idolatria, algo que Deus sempre condenou. Ele mesmo proibiu os hebreus de tentarem simbolizá-lo por meio de gravuras ou esculturas (Êx 20.4-6). O Templo edificado pelo rei Salomão era uma obra de arte, pois Deus tem prazer naquilo que é belo, e a própria santidade de Deus é qualificada como bela (Sl 96.6). Entretanto, nenhuma arte que induza à idolatria, à sensualidade ou a qualquer outra forma de pecado deveria ser incentivada ou consumida entre o povo de Deus.

- Nas artes o monoteísmo hebraico influenciou todas as realizações culturais dos hebreus. Deve-se destacar a arquitetura, especialmente a construção de Templos, muralhas e fortificações. A maior realização arquitetônica foi o Templo de Jerusalém. A arte é mencionada pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 31. Deus ordena a Moisés que construa uma tenda para a arca da aliança e designa vários artesãos, escolhidos por Ele, para fazer "desenhos artísticos" que embelezarão a tenda. Deus diz “... dei habilidade a todos os homens hábeis”. Neste texto aprendemos duas coisas sobre o que Deus pensa da arte: Ele gosta e é a fonte dela. Deus quer que os seres humanos criem coisas bonitas, e essa capacidade de fazer isso vem dEle. Mais tarde, em 1 Reis 6, vemos Salomão criando um templo para o Senhor. No versículo 4, “molduras artísticas” foram feitas para a casa. Isso reforça o fato de que Deus deseja a beleza e gosta de estar cercado por ela. Se Salomão não achasse que Deus era glorificado pela beleza, ele nunca teria se dado ao trabalho de criar molduras “artísticas”. Novamente, em Cantares de Salomão, a beleza da noiva é comparada à “obra das mãos de um artífice” (Cânticos de Salomão 7:1). Deus é o criador; Ele é o artista cujas mãos criam beleza. Segue-se que qualquer beleza que criamos está glorificando a Deus, nosso criador. Dito isto, é importante definir a beleza. A arte que é criada para chocar ou horrorizar, ou glorificar ou provocar o pecado (violência, luxúria, ganância) não pode ser chamada de “bela”. Ainda é “arte”, mas não arte que glorifica a Deus. Usando Êxodo 31:3 como guia, a arte que glorifica a Deus deve exibir “destreza, habilidade e plena capacidade artística.” A arte que modela a obra de Deus será criativa, inteligente e bem elaborada. Terá valor. Deus não colocará no coração de um artista o desejo de fazer coisas que provocarão reações pecaminosas nos outros (Marcos 9:42). Ele não levará uma pessoa a criar o que contradiz a Sua natureza. Os artesãos que criam ídolos podem ser habilidosos (Isaías 40:19), mas estão usando sua habilidade para perverter a glória de Deus, não para honrá-la. Isso não significa que toda a arte deva ser como a Capela Sistina, no entanto, ou que só possa retratar assuntos bíblicos como Jesus na cruz ou os discípulos em um barco. Deus resplandece “desde Sião, perfeita em beleza” (Salmo 50:2), e Sua santidade é bela (1 Crônicas 16:29 e Salmo 29:2). Ao criar arte que glorifica a Deus, o objetivo do artista deve ser elevar a alma do homem para o céu e iluminar de novas maneiras a beleza multifacetada da santidade, poder e graça de Deus. Existem literalmente milhões de maneiras pelas quais os artistas podem retratar a glória de Deus. A criatividade e a habilidade que Deus colocou nos corações, cabeças e mãos dos artistas os guiarão para criar arte que nos ajudará a transcender a feiúra e a poluição deste mundo. Seja qual for o seu meio – tinta, lápis, tecidos, mármore, metal, teatro, música, etc. – os artistas compartilham uma missão comum e são uma parte especial e valiosa do reino de Deus. https://www.gotquestions.org/Portugues/Biblia-arte.html.

 

III. UMA CULTURA TRANSFORMADA PELO EVANGELHO

 

1. Um Evangelho transformador. É notório que o Evangelho tem realizado grandes e profundas mudanças na cultura à nossa volta. Todos aqueles que tiveram um encontro com Jesus, nunca mais foram os mesmos. Tomemos como exemplo Zaqueu, Nicodemos, Paulo etc.

- O poder do Evangelho é o “poder de Deus” em nossas vidas! É o poder das Boas Novas de Jesus Cristo! Sem o poder do evangelho, somos apenas religiosos e não experimentamos a verdadeira TRANSFORMAÇÃO de vida! O poder do Evangelho transforma. Este é o desejo de Deus para nossas vidas. O evangelho desafia a todos e transforma a todos. Mas Deus, a princípio, vem “ao nosso lado”, onde vivemos e onde aprendemos a conviver com os outros. Não exige que nos convertamos a uma suposta cultura divina. Mas uma vez chamados somos chamados a outra tarefa, a de transformar as nossas maneiras de viver, a nossa cultura, para a honra e glória dele. Perceba que, não somos chamados pelo Evangelho para mudar culturas! Mas uma vez nascidos de novo, devemos viver a cultura do Reino, que em muito, se distancia de qualquer cultura humana, por mais sofisticada que seja.

2. Na família. Um dos ambientes onde a fé cristã tem demonstrado o poder de Deus é na família. O Evangelho torna os pais mais responsáveis na criação dos filhos, e os cônjuges mais conscientes no tocante ao amor e respeito. Os filhos criados no temor do Senhor têm a consciência da vida eterna, e que precisam respeitar seus pais para também agradarem a Deus.

- "Os que confiam no Senhor serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre" (Sl 125.1). A certeza que Deus está no controle de todas as coisas é fruto de um coração crente, temente a Deus, limpo de toda espécie de sujeira emocional e maligna. Enquanto base de toda comunidade, o modelo familiar determina a configuração de uma sociedade. Qualquer transformação social passa e resulta, portanto, de uma transformação na própria família e reflete o modelo gerado de família transformada. A família é o lugar primário da educação dos filhos. Os pais são ordenados por Deus para educar seus filhos (Dt 6.4-7). Em Israel, as crianças Judias eram ensinadas em casa até os 8 anos e, entre 8 e 13 anos, recebiam instrução direta de levitas e sacerdotes (2Cr 17.7-9; Gl 4.1,2). A educação não cabia ao Estado e sim à família e aos líderes espirituais (Gn 18.19; Pv 22.6; Sl 78.5; Dn 1.4). O lar consistia na principal fonte de conhecimento e influência na formação do caráter e visão de mundo dos filhos, bem como o lugar de aplicação da disciplina e da correção (Ef 6.4), enquanto as autoridades espirituais eram responsáveis pelo ensino das leis de Deus. A família tem um papel chave e decisivo em toda Nação. Cabe a ela formar crianças que contribuirão para a economia e o crescimento do país; cabe a ela educar a próxima geração de líderes da Nação; cabe a ela oferecer cuidado e provisão para seus idosos. Quão forte e coesa será uma geração aplicada à cultura do Reino!

3. Na sociedade. A sociedade é abençoada pelo Evangelho e seus efeitos na vida de quem recebe a Jesus. Não são poucos os testemunhos de pessoas, antes iracundas, que tiveram seu comportamento mudado pelo Espírito Santo e se tornaram amáveis até com os seus opositores. Vale lembrar que a Escola Dominical nasceu como uma iniciativa do jornalista Robert Raikes, que percebendo que as crianças ociosas cometiam delitos na Inglaterra, resolveu levá-las para a igreja e ensiná-las nas Sagradas Escrituras e outras disciplinas. Essa iniciativa social e espiritual trouxe frutos ao Reino Unido.

- Não resta dúvidas que uma sociedade sob influência do Evangelho será abençoada. O mundo ocidental desenvolveu-se sob a égide da cultura judaico-cristã, sob influência das Escrituras. Se temos uma sociedade desenvolvida hoje, livre, democrática, se temos uma ciência hoje livre, se temos artes e cultura firmadas no belo, é graças a essa influência que, hoje, encontra desafios e resistência. Visto que o pecado não contaminou apenas o corpo, mas o ser humano integralmente, isto é, espírito, alma e corpo, logo todas as nossas realizações trazem a contaminação do pecado, fazendo-se urgentemente necessária uma redenção da nossa cultura, por meio de Cristo, o único que pode reconciliar-nos com o Criador, donde emana todo dom perfeito e toda boa dádiva (2Co 5.19; Tg 1.17). O povo de Deus deve resplandecer como luzeiro neste mundo (Fp 2.15), proclamando vigorosamente o evangelho de poder para transformação da sociedade e redenção da cultura. A graça de Deus que é capacitadora e salvadora, é também santificadora. Ela nos educa a renunciar a impiedade e as concupiscências mundanas, para que vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piedosamente (Tt 2.12). A Reforma Protestante impactou tão fortemente a humanidade que a impressa recém-inventada de Iohannes Gutemberg mal podia dar conta de tantas bíblias que eram produzidas para um povo agora faminto por ler a Palavra em sua língua nativa (visto que até então as bíblias estavam acorrentadas nos púlpitos católicos, trancafiadas nos monastérios e detidas na língua latina). E o que dizer do grande impacto social que o movimento de Escola Dominical do jornalista episcopal Robert Raikes causou na Inglaterra do século 18, que caminhava para o mesmo banho de sangue que se derramou sobre a França da Revolução Industrial? Em apenas 4 anos de existência, mais de 250 mil crianças estavam matriculadas em todo país, sendo alfabetizadas e ainda instruídas na Bíblia sagrada – não é isto uma maravilhosa influência da cultura que glorifica a Deus? O que dizer da nova cultura estabelecida no estado norte-americano da Geórgia, quando John Wesley passou por ali? Diz Orlando Boyer, em seu clássico best-seller Heróis da Fé, que “uma sala de baile ficou quase inteiramente abandonada, enquanto a igreja se enchia de pessoas que oravam e eram salvasOrlando Boyer. Heróis da Fé, CPAD, p. 53.. E que maravilhoso relato é dado de George Whitefield, amigo de Wesley: “Alcançou indivíduos das mais diversas classes, idades e tipos de conduta. A embriaguez foi abandonada por aqueles que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injustiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado foram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pediram perdãoIbid. p. 67. Este é o maravilhoso poder transformador do evangelho!

 

CONCLUSÃO

O Evangelho produz mudanças significativas na cultura de um povo. A Palavra de Deus nos mostra que o pensamento do ser humano foi afetado pelo pecado, e que por isso, o homem tende a deixar Deus de fora da ciência, por receio de que as respostas que tanto procura sobre o passado, ou para o avanço que desejam fazer no futuro, o obrigue a aceitar a existência do Todo-Poderoso e do seu poder.

- Muita coisa da cultura secular, nós compartilhamos, desde que seja conveniente; assim como os descrentes compartilham muito daquilo que nós cristãos produzimos. Quantos não já leram ou assistiram as adaptações para o cinema de As Crônicas de Nárnia, sem saber que o autor desta obra renomada foi um dos maiores pensadores cristãos do século passado, o crítico literário britânico C.S. Lewis? Ou, para dar um exemplo mais popular, quantos não tem sido abençoados, mesmo que descrentes, através de livros devocionais ou programas televisivos produzidos pelos cristãos? Mas podemos e devemos ir mais longe. Mais que fruição, devemos levar transformação ao mundo em nossa volta, pelo poder do maravilhoso evangelho do qual somos ministros!

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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HORA DA REVISÃO

1. O que engloba o termo “cultura”?

O termo cultura é amplo. Ele engloba assuntos como a “sabedoria” popular, a arte, o conhecimento científico, a língua e as tradições de um povo.

2. Segundo a lição, como era a cultura do Antigo Testamento?

O ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito tinha a cultura voltada em boa parte para a criação de animais e o cultivo e colheita de grãos.

3. Qual era a cultura dominante no Novo Testamento?

A cultura dominante era a romana entre os países em que o Evangelho chegou inicialmente.

4. Qual a língua em que o Novo Testamento foi escrito?

Foi escrito no grego.

5. Qual o lema da universidade de Harvard? O que ele mostra?

Harvard tem como lema “A verdade para Cristo e para a Igreja”, pois foi fundada por servos de Deus, mostrando que o Evangelho não é contrário à ciência.