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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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9 de junho de 2024

EBD ADULTOS | Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno | 2° Trimestre de 2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

“Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41)

Entenda o Texto Áureo:

- à esquerda. Os ímpios.

malditos. Ou seja, vocês que se dedicam à destruição, que merecem um castigo eterno, e que estão prestes a entrar nele. “Amaldiçoar” é o oposto de “abençoar”. Implica uma negação de todas as bênçãos do céu, e uma inflição positiva de sofrimentos eternos.

fogo eterno. “Fogo”, aqui, é usado para denotar punição. A imagem é empregada para expressar sofrimento extremo, pois uma morte por queimadura é uma das mais horríveis que podem ser concebidas. A imagem foi tirada, provavelmente, dos fogos acesos no Vale de Hinom. Tem sido perguntado se os ímpios serão queimados em fogo literal, e a impressão comum tem sido que eles serão. Contudo, com respeito a isso, é de se observar:

1.     que a principal verdade que se pretende ensinar não se refere ao modo de sofrer, mas à certeza e intensidade do mesmo.

2.     que o objetivo, portanto, era apresentar uma imagem de sofrimento terrível e pavoroso – uma imagem bem representada pelo fogo.

3.     que esta imagem era bem conhecida dos judeus Isaías 66:24, e portanto expressou a ideia de uma maneira muito forte.

4.     que toda a verdade que Cristo pretendia transmitir parece ser expressa na certeza, intensidade e eternidade do tormento futuro.

5.     que não há afirmação distinta a respeito da modalidade daquele castigo, onde a modalidade foi objeto de discurso.

6.     que qual será o modo de punição é comparativamente para nós um assunto de consequência

preparado para o Diabo. O diabo é o príncipe dos espíritos malignos. Este lugar de punição foi adequado para ele quando se rebelou contra Deus   (Judas 1:6; Apocalipse 12:8-9.

seus anjos. Seus mensageiros, seus servos, ou aqueles anjos que ele desviou do céu devido à sua rebelião, e que ele empregou como seus “mensageiros” para fazer o mal. A palavra pode se estender também a todos os seus seguidores – anjos ou pessoas caídas. Há uma diferença notável entre a maneira como os justos serão tratados e os ímpios. Cristo dirá a um que o reino foi preparado para eles; ao outro, que o fogo não foi preparado para “eles”, mas para outra raça de seres, eles o herdarão porque têm o mesmo caráter “do diabo”, e por isso são adequados para o mesmo lugar – não porque tenha sido originalmente “preparado para eles”. [Barnes]

Comentário Schaff

malditos. “De meu Pai” (Mateus 25:34) é omitido, pois embora a maldição venha de Deus, é por sua própria culpa.

preparado. ‘Desde a fundação do mundo’ não é adicionado, mas para o diabo e seus anjos, preparados para ele como um diabo (sua existência pessoal sendo evidentemente assumida). Todas essas diferenças mostram que Deus é sempre misericordioso e que a punição sobre os ‘malditos’ é justa, que eles vão para o tormento preparado para o diabo e seus anjos, porque se prepararam para isso – Que a palavra eterno significa sem fim, dificilmente admite dúvidas; é usada em Mateus 25:46 da vida dos justos. A palavra fogo pode não ser literal, mas qualquer que seja a punição anterior ao julgamento geral, depois que os corpos dos ímpios, então ressuscitados, participarão dela; e isso não é obscuramente sugerido aqui. [Schaff]

 

 

VERDADE PRÁTICA

O Inferno é um lugar real de dor, agonia e desespero. Sua realidade é um alerta para nós ao longo de nossa jornada.

Entenda a Verdade Prática:

- Essa é a mensagem que devemos declarar a uma cultura mundana, completamente desprovida de qualquer temor real a Deus. Nós não podemos fazer isso de forma fiel ou efetivamente se, desde o princípio, omitimos a dura verdade que a Escritura declara a respeito do “furor da ira do Deus Todo-Poderoso” (Ap 19.15).

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 25.41-46

 

41. Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos,

- malditos. “De eu Pai” (Mateus 25:34) é omitido, pois embora a maldição venha de Deus, é por sua própria culpa. preparado. ‘Desde a fundação do mundo’ não é adicionado, mas para o diabo e seus anjos, preparados para ele como um diabo (sua existência pessoal sendo evidentemente assumida). Todas essas diferenças mostram que Deus é sempre misericordioso e que a punição sobre os ‘malditos’ é justa, que eles vão para o tormento preparado para o diabo e seus anjos, porque se prepararam para isso – Que a palavra eterno significa sem fim, dificilmente admite dúvidas; é usada em Mateus 25:46 da vida dos justos. A palavra fogo pode não ser literal, mas qualquer que seja a punição anterior ao julgamento geral, depois que os corpos dos ímpios, então ressuscitados, participarão dela; e isso não é obscuramente sugerido aqui. [Schaff]

42. porque tive fome, e não me destes de comer, tive sede, e não me destes de beber,

- O Senhor dá o fundamento da sentença, que procede nos mesmos termos da anterior. Os crimes pelos quais essas almas são punidas são os de omissão e negligência; eles falharam em cumprir os deveres mais elementares de caridade e amor fraterno que a consciência e a religião natural impõem; eles viveram vidas totalmente egoístas e inúteis. Se os pecados de omissão são assim punidos, podemos inferir que as transgressões positivas encontrarão uma retribuição ainda mais pesada. [Pulpit, aguardando revisão]

43. sendo estrangeiro, não me recolhestes, estando nu, não me vestistes, e estando enfermo e na prisão, não me visitastes.

44. Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou na, ou enferme, ou na prisão e não te servimos?

- O juiz imediatamente rejeita todos esses fundamentos. Ele não exige nada que qualquer bom homem, cristão ou não, pudesse não ter feito. Como antes, identificando-se com a raça humana, mostra que, ao negligenciar atos de misericórdia e caridade para com os aflitos, eles o desprezavam, o desonravam. [Pulpit, aguardando revisão]

45. Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

- Os homens serão julgados não apenas pelo mal feito, mas pelo bem não feito. [Cambridge, aguardando revisão]

46. E indo estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.

- castigo eterno... vida eterna. A mesma palavra grega é usada nas duas circunstâncias. A punição do ímpio é tão infindável quanto a bênção do justo. Os ímpios não recebem uma segunda chance, nem são aniquilados. A punição do ímpio após a morte é descrita ao longo de toda a Escritura como "fogo eterno" (v. 41); "fogo inextinguível" (3.12); "vergonha e horror eterno" (Dn 12.2); um lugar "onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga" (Mc 9.44-49); um lugar de "tormentos" e "chama" (Lc 16.23-24); "eterna destruição" (2Ts 1.9); um lugar de tormento com "fogo e enxofre" onde "a fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos" (Ap 14.10-11); e um "lago de fogo e enxofre" onde os ímpios são "atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos" (Ap 20.10). Aqui Jesus indica que a punição em si é eterna — não simplesmente a fumaça e as chamas. Os ímpios estão para sempre sujeitos à fúria e à ira cie Deus. Eles conscientemente sofrem vergonha e horror e os ataques de uma consciência que os acusa — juntamente com a fúria irada de uma divindade ofendida — por toda a eternidade. Até mesmo o inferno reconhecerá a perfeita justiça de Deus (SI 76.10); aqueles que estiverem ali saberão que estão sendo punidos justamente e que eles próprios são os únicos culpados (cf. Dt 32.3-5).

 

 

INTRODUÇÃO

O Inferno é um dos assuntos principais do Novo Testamento. O Senhor Jesus ensinou mais a respeito do Inferno que o Céu nas páginas dos Evangelhos. Ele também ensinou mais sobre o Inferno do que o apóstolo Paulo. Por isso, nesta lição, estudaremos a doutrina bíblica do Inferno. Situando a resistência atual de muitos em relação à doutrina, veremos as principais palavras que traduzem “Inferno” e mostraremos que negar essa doutrina bíblica significa negar todo o cristianismo bíblico.

- Uma das mais solenes verdades das Escrituras é que as consequências do pecado não terminam com a morte física. Após a morte, há um julgamento final, e aqueles que morrem em seus pecados passarão a eternidade no inferno. Muito embora esta doutrina seja frequentemente ridicularizada e rejeitada, não podemos ignorar o claro ensinamento das Escrituras: há um lugar para julgamento eterno dos perversos. Não é verdade que Jesus ensinou mais a respeito do Inferno que o Céu. Um pequeno levantamento nos mostra que Jesus tratou mais sobre céu do que de inferno nos evangelhos, vejamos abaixo:

    Mateus: Céu: 33 vezes x Inferno: 9 vezes

    Marcos: Céu: 16 vezes x Inferno: 3 vezes

    Lucas: Céu: 36 vezes x Inferno: 3 vezes

    João: Céu: 17 vezes x Inferno: 0 vezes

    Total: Céu 102 vezes x Inferno – 15 vezes

Desconheço a fonte utilizada pelo autor, mas há um equívoco grave nesta lição. Estes dados deixam clara a preocupação de Jesus em falar sobre o céu, deixando inferno como um assunto de relevância bem menor que o céu. Ainda acredito que o inferno é um assunto bíblico e deve ser tratado em nossas igrejas, esclarecido e ensinado. A especulação irresponsável sobre o inferno tornou a discussão da doutrina consideravelmente mais difícil ao longo dos anos. Quer se trate de descrições vívidas do Inferno de Dante ou de sermões revivalistas de “fogo do inferno e enxofre”, a impressão é muitas vezes dada de que devemos ir além da descrição bíblica para alertar as pessoas para evitar um lugar tão terrível. Falando acerca do castigo eterno, um pregador havia apresentado a boa notícia da mensagem do evangelho: que podemos ser salvos do castigo eterno por meio de Jesus Cristo. Depois um jovem se aproximou dele, dizendo: “Eu gostaria de falar com você. Veja, nós dois temos uma diferença de opinião.” - “Qual é a diferença?”, perguntou o pregador. - “Bem,” o jovem continuou, “você disse que a punição dos pecadores que se recusam a se converter é eterno. Eu não acredito nisso.” - “Se esse é o seu problema, então eu não sou a pessoa com quem você deve falar”, respondeu o pregador. “A diferença de opinião não é principalmente entre nós dois, mas entre você e o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo contrastou a vida eterna e o castigo eterno. Eu só posso aconselhar você a ir para o Senhor Jesus imediatamente e esclarecer o assunto com Ele.”

- Que este subsídio te ajude a ter uma iluminação correta e bíblica do assunto!

 

I. O PENSAMENTO HUMANO A RESPEITO DO INFERNO

 

1. Filósofos e teólogos de mente cauterizada. Os que vivem na incredulidade, dominados pelos poderes das trevas neste mundo, negam prontamente a realidade do Inferno. Filósofos humanistas dizem que a afirmação bíblica da existência do Inferno não é compatível com os valores éticos modernos. Teólogos modernos e pós-modernos negam a inspiração plenária da Bíblia e, por isso, agem para enfraquecer a doutrina bíblica sobre o Inferno, dizendo que se trata de um pensamento pagão que deve ser erradicado da Bíblia. Outros chegam até a admitir que certas pessoas irão para o Inferno, mas por tempo provisório. Porém, durante esse período, serão purificadas e receberão uma segunda chance para entrar no Céu.

- Uma ideia contemporânea a respeito do inferno é a de que ele é apenas uma metáfora que se refere à infelicidade que experimentamos nesta vida. Nas memoráveis palavras de Jean Paul Satre, filósofo existencialista francês, “não há necessidade de enxofre ou grades de tortura. O inferno é a outra pessoa”. Para ele, o inferno era a dor causada pela crueldade dos seres humanos. As pessoas falam de suas experiências devastadoras chamando-as de “infernal”. “Passei por um inferno”, elas dizem. O inferno é visto como o lado sombrio da vida, a tristeza e o sofrimento pelos quais as pessoas passam. Nada disso é verdade. O inferno é um lugar real. Não é uma metáfora nem um símbolo, nem uma descrição de nossa desolação interior ou de nossos sofrimentos presentes, não importando quão angustiantes eles sejam. O inferno não é um estado mental. É um lugar com dimensões espaciais. Na parábola do rico e Lázaro, o rico falou: “Este lugar de tormento” (Lc 16.28), usando a palavra grega normal que significava “lugar”, da qual procede a nossa palavra topografia – a ciência de descrever lugares. A Bíblia nos diz que Judas Iscariotes foi “para o seu próprio lugar” (At 1.25). Não sabemos em que lugar do universo está o inferno; mas ele tem uma localização precisa, em algum lugar. A Bíblia sugere o seu grande distanciamento da vida e da luz de Deus, ao descrevê-lo como “fora” (Mt 8.12; Ap 22.15), “trevas” (Mt 8.12; 22.13; 25.30).

2. O ensino do Universalismo. Outro argumento muito frequente atualmente é o falso ensino de que, no final das contas, todas as pessoas irão para o Céu. Por exemplo, não haveria diferença no destino de um assassino frio e cruel para um crente que buscou ter uma vida santa, fugindo do pecado. A ideia central do Universalismo é a de que todos somos filhos de Deus e, como Ele é um Ser de amor, não pode condenar o ser humano a uma punição eterna.

- Universalismo é a crença no fato de que todos serão salvos. Há várias pessoas hoje em dia que defendem o ponto de vista da “Salvação Universal” - a ideia de que todos os homens eventualmente irão para o Céu com o Senhor. Talvez seja o pensamento de homens e mulheres vivendo uma vida de tormento no inferno que faz com que alguns rejeitem o ensinamento das Escrituras nesta questão. Para alguns é a sua ênfase exacerbada no amor e na compaixão de Cristo que os levam a acreditar que Deus terá misericórdia de toda alma vivente. Mas as Escrituras ensinam que alguns homens irão passar a eternidade no inferno, enquanto outros irão passar a eternidade no Paraíso com o Senhor.

3. O alerta apostólico. Esses falsos ensinos revelam a fraude que muitos intelectuais cristãos cometem a respeito do cristianismo bíblico. O que eles fazem é transformar a verdade de Deus em mentira, negar integralmente o ensinamento bíblico a respeito da realidade bíblica do Inferno como se encontra claramente exposto no Novo Testamento. Não por acaso, o apóstolo Paulo escreveu a respeito desses falsos ensinadores: eles teriam aparência de piedade, mas negariam sua eficácia (2 Tm 3.5; cf. Mt 7.15); resistiriam à verdade (2 Tm 3.8; cf. Êx 7.11); apostatariam da fé e dariam ouvido a doutrina de demônios, tendo suas consciências cauterizadas (1 Tm 4.1). Atualmente, estamos testemunhando de maneira vivida todos os alertas apostólicos quanto aos falsos ensinos e ensinadores dos últimos dias.

- Alguns fatos bíblicos sobre falsos ensinadores:

1. Jesus alertou acerca de falsos ensinadores (Mt 7.15-17).

2. Paulo alertou acerca de falsos ensinadores (At 20.29-30; 2Tm 3.13; 2Tm 4.3-4).

3. Pedro alertou acerca de falsos ensinadores e disse que muitos os seguiriam (2Pe 2.1-2).

4. João alertou acerca de falsos ensinadores (1Jo 2.18-20).

5. Judas alertou acerca de falsos ensinadores (Jd 3-4).

Sobre isso, ainda é importante se dizer que, um conceito errado, uma frase dúbia ou uma ideia descontextualizada, também configuram um falso ensino! Aqui mesmo nesta revista e em particular nesta lição, o autor afirmou que Jesus ensinou mais sobre o Inferno do que sobre o Céu, o que facilmente se comprova ser um equívoco! Também é comentado no tópico 3 que as pessoas que forem lançadas no Inferno passarão a eternidade totalmente separadas de Deus, na presença do Diabo e seus demônios, o que também não é verdadeiro, isso porque Deus é Onipresente! O fato bíblico de Deus estar presente no Inferno soa estranho para aqueles de nós acostumados com a definição de inferno como “separação de Deus”, e o céu como um lugar para aqueles que têm um “relacionamento pessoal com Deus”. Mas as Escrituras não utilizam estes termos. Muito pelo contrário: se lermos a Bíblia com atenção, concluímos que todo mundo, cada criatura feita à imagem de Deus, têm uma relação pessoal com ele. Portanto, após a queda, Deus se relaciona com suas criaturas, ou como juiz ou como pai. E Deus, que está presente em todos os lugares em todos os momentos, estará sempre presente no inferno como juiz. Outro erro, ainda que oculto, quando o autor afirma que os sentenciados ao inferno estarão na presença de Satanás. Não estarão na presença, como que Satanás estivesse entronizado lá, mas sim na companhia dele e de seus anjos igualmente sentenciados à Ira Eterna!

 

II. COMO A PALAVRA INFERNO APARECE NA BÍBLIA

 

1. No Antigo Testamento. A primeira palavra a ser destacada no Antigo Testamento é Sheol, “mundo inferior dos mortos”, “sepultura”, “inferno”, “cova”. Ela traz a ideia do AT para “morada dos mortos”, “lugar que não tem retorno”. Essa palavra aparece 65 vezes no AT: sepultura, lugar para onde os mortos iam (Jó 17.13; SI 16.10; Is 38.10); os fiéis seriam resgatados desse lugar (Sl 16.9-11; 49.15); os ímpios não seriam resgatados de lá (Jó 21.13; 24.19; SI 9.17; 55.15). No ΑΤ, ο ensino sobre o destino das pessoas se concentrava mais para o lugar onde os corpos das pessoas iam, não para o destino da alma após a morte. Não há, portanto, um texto claro no AT a respeito da divisão do Sheol entre um lugar de castigo e outro de bênçãos. Assim, o Antigo Testamento aponta para o Novo. Neste Testamento a doutrina do destino eterno das pessoas após a morte é bem clara. Contudo, de modo geral, a palavra hebraica Sheol também é descrita como lugar de castigo (Jó 24.19).

- Embora o Antigo Testamento não entre em muita profundidade sobre com o que a vida após a morte será parecida, há umas poucas passagens que claramente ensinam a vida eterna para os justos e o castigo eterno para os ímpios. Examinaremos brevemente as passagens concernentes ao castigo do pecado por Deus. Há duas principais visões sobre o significado da palavra “Sheol”. Um é que ela sempre se refere à sepultura – o lugar do corpo na morte – e não faz referência à morada do espírito de uma pessoa após a morte. A visão predominante é que ele é algo que se refere ao lugar onde o corpo está, e algumas vezes se refere ao “mundo subterrâneo para o qual todos vão na morte” (Peterson, p. 36). Ainda, ele fala em termos vagos da vida futura. Essa palavra usada no Antigo Testamento expressou o local onde foram lançados os espíritos daqueles que mantiveram-se infiéis ao Senhor Deus, sem arrependimento e sem Seu Divino perdão. Tal local é o conhecido INFERNO propriamente dito, um local onde a vida da pessoa (afinal cada não somos apenas carne mas sim espírito primeiramente), segue seu curso em tormento eterno e também a caminho da eterna separação do Criador no dia do Juízo. Nesse local está acesa a ira de Deus pois desprezaram Seu infinito amor Redentor (Dt 32.22), um local onde existem apenas a essência da vida não carnal, as almas de cada indivíduo não remido (Sl 86.13). Um local onde o Senhor ainda vê os que ali estão e tem conhecimento do que se passa lá (Sl 139.8), um lugar que está abaixo dos céus (Pv 15.24), além de tudo é um local que nunca farta-se de receber almas (Pv 27.20).

2. No Novo Testamento. Três palavras gregas que aparecem no Novo Testamento foram traduzidas pela palavra “Inferno”: hades (traduz a hebraica Sheol); tártaro, geena. A palavra hades significa “lugar de castigo” (Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23); também pode se referir ao estado de morte que o ser humano experimentará no fim da vida (Mt 16.18; At 2.27,31; Ap 1.18). A palavra tártaro traz a ideia de um abismo mais profundo que a sepultura, a habitação dos ímpios mortos em que eles sofrem punição pelas suas obras más. Os anjos caídos estão presos neste lugar (2 Pe 2.4). A palavra geena, que aparece 12 vezes no Novo Testamento, significa “castigo eterno”. É uma palavra que deriva de termos hebraicos atrelados ao Vale de Hinom, ao lado sul e leste de Jerusalém. Neste lugar, os adoradores de Moloque sacrificavam bebês pelo fogo (2 Rs 16.3; 21.6). Não por acaso, o profeta Jeremias se refere ao Vale de Hinom como de julgamento (Jr 7.32; 19.6). No tempo do NT era um lugar em que se queimava o lixo da cidade. Essa palavra recebeu todo o simbolismo de “castigo eterno”, “fogo eterno” e “julgamento final” (Mt 23.33; 25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.

- HADES- Uma palavra de mesmo significado que a anterior, porém em outro idioma, o Grego agora, foi usada no Novo Testamento em várias situações.  Primeiro verificamos que as portas do conhecido INFERNO não prevalecem contra a Igreja de Jesus (Mt 16.18), agora não podemos deixar de comentar a passagem mais explicativa sobre para onde seguem as almas daqueles que não reconheceram seu estado de pecador e arrependeram-se com o perdão e aceitação do Filho de Deus, Jesus Cristo, e Seu sacrifício vicário pelos pecados da humanidade (Lc 16.23), a morte sem salvação leva ao inferno na fase da tribulação o inferno receberá milhões de pessoas (Ap 6.8), já que vemos que a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo então concluímos que inferno e lago de fogo não são o mesmo lugar (Ap 20.13-15)!!!

- GEHENNA – Esta palavra Grega tem sua derivação de duas palavras sendo “GE” que significa um abismo, e “HINNOM” significando então um local conhecido como o vale ou abismo de Hinnom, situado ao lado sul e leste de Jerusalém e no tempo do Antigo Testamento era o lugar onde sacrificavam crianças recém nascidas no fogo ao falso deus Moloque (2Rs 16.3 e 21.6) e onde o ímpio rei Manassés queimou seus filhos (2Cr 33.6), esse lugar era de aflição morte e fogo, um local de tormento muito grande. Mais tarde foi chamado de “Geena” o lugar onde em Jerusalém jogavam e queimavam o lixo, o depósito de lixo com mau cheiro, fumaça e odores de putrefação que encontra-se fora das cidades. Jesus mencionou tratar-se do lugar onde o fogo não se apaga e o verme e bicho nunca morrem (Mc 9.43-44). Jesus indicou que esse lugar é diferente, Ele mostrou a grande diferença dos demais locais citados quando deixou claro que esse lugar onde há penalidade para almas e corpos (Mt 10.28; 18.9; Lc 12.5). O local de condenação para os que rejeitaram a Justiça de Jesus Cristo em Seu sacrifício (Mt 23.33).

- TARTAROO- Foi usada apenas uma única vez no texto de 2 Pedro 2.4 um local de confinamento de anjos caídos (demônios), mas não todos eles, e sim apenas alguns deles, a razão disso não trataremos nesse estudo. Mas essa palavra foi usada na mitologia pagã grega para definir onde os deuses eram punidos e foi usada no livro apócrifo de Enoque (2.20) para referir aos anjos caídos também.

 

 

III. A DOUTRINA BÍBLICA DO INFERNO

 

1. O conceito bíblico de Inferno. À luz de Mateus 25.41, o Inferno é um lugar real. O Deus justo e bom jamais faria um lugar como esse para o ser humano criado à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas, sim, para o Diabo e seus anjos que se rebelaram contra Ele (2 Pe 2.4; Jd 12.6; Ap 12.7). Entretanto, quando o ser humano despreza a Deus e sua Palavra, colocando-se sob o governo do deus deste século, o Diabo, será também sentenciado e destinado ao mesmo lugar que Satanás e seus demônios foram (2 Co 4. 4).

- É importante esclarecer que o Inferno não é um lugar geográfico, com posição e localização definida. Não tem endereço fixo, CNPJ ou CEP! A Escritura não nos diz a localização geológica ou cosmológica do inferno; ela se limita a afirmar que o inferno é um lugar literal de tormento real, mas não sabemos onde se encontra. O inferno pode ter uma localização física no universo, ou pode ser em uma “dimensão” completamente diferente. Qualquer que seja o caso, a localização do inferno é muito menos importante do que a necessidade de evitar ir lá. Em última análise, o inferno não se trata do fogo em si, mas de Deus. Seja qual for a natureza exata dos castigos físicos, o verdadeiro terror que espera os que não se arrependem é o próprio Deus e a sua presença inevitável para sempre, com o seu rosto virado contra eles. Paulo fala de serem “banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” em 2Ts 1.9. Ao mesmo tempo, somos informados em Ap 14.10 que ”se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro”. Na minha opinião, a melhor maneira de se reconciliar estes versículos é compreender que o julgamento consiste em ser excluído da presença de Deus como fonte de toda bem-aventurança, contudo não do senhorio onipresente de Deus.

2. O que ensina a doutrina? A realidade do Inferno é um ensino integralmente bíblico (Mt 10.28; 23.33; Mc 9.43; Lc 12.5), descrito como um lugar de tristeza, vergonha, dor e extrema agonia. Isso porque o ser humano irá para o Inferno de maneira integral: corpo e alma. Assim, de acordo com o vasto ensino do Novo Testamento, todas as pessoas que desprezam Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas passarão a eternidade totalmente separadas de Deus, na presença do Diabo e seus demônios (Mt 25.41).

- No Novo Testamento temos uma definição especialmente para o Dia do Senhor, o dia do Juízo Final, onde sem dúvida haverá o destino final e cabal de todos aqueles que recusaram o Deus Criador, Santo e Justo, Misericordioso, está recusa lançará todos os condenados no Lago de Fogo. A expressão Lago de Fogo aparece cinco vezes no Novo Testamento e todas elas em Apocalipse (19.20; 20.14-15; 21.8). Então, conforme indicam as Escrituras, esse local será a morada ETERNA de todos que já morreram sem Cristo, pois lemos que a morte e o inferno serão jogados no Lago de Fogo (Ap 20.14), porém sabemos que segundo Apocalipse 19.20 o anticristo e seu falso profeta serão lançados vivos no Lago de Fogo, e aqui já podemos saber que trata-se de local final de morada dos ímpios, e que lá viverão com seus corpos e almas para toda eternidade. A Palavra de Deus nos ensina que esse local é a segunda morte, isto é, aqui temos sem dúvida a separação eterna da face de amor de Deus. A colocação do autor todas as pessoas que desprezam Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas passarão a eternidade totalmente separadas de Deus, na presença do Diabo e seus demônios (Mt 25.41). merece uma explicação: “separadas de Deus” não implica dizer que Deus não estará presente ali, senão, estaremos limitando a Sua Onipresença. Entendo essa afirmativa do autor como “separadas do amor de Deus”. O inferno não será governado por Satanás, tampouco ele e seus asseclas atormentarão os homens ali lançados; eles serão também atormentados. Entendo o enunciado “na presença do Diabo” como “na companhia do Diabo”. Se for assim, o enunciado estará correto. Se não, pode ser um falso ensino, por limitar a Onipresença de Deus e por dar uma posição de autoridade ao Adversário.

3. O castigo será eterno. Diversas passagens do Novo Testamento denotam a realidade do Inferno como lugar de castigo eterno: fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.43,48); fornalha acesa (Mt 13.42,50); trevas (Mt 8.12; 22.13); fogo eterno (Mt 25.41); Lago de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15). Então, o castigo eterno se configura como uma penalidade aos que se rebelaram contra Deus e sua Palavra. Por isso, esse castigo tem relação direta com o pecado. Todos os pecadores que não se arrependeram de seus pecados serão lançados no Lago de Fogo, o Inferno, logo após o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15). Contudo, precisamos observar algo importante. A ida do ser humano para o Inferno não é uma iniciativa primária de Deus, mas um fruto da escolha do ser humano em viver deliberadamente em rebelião contra o Altíssimo. O ensino bíblico é claro e simples: os que rejeitaram a Cristo receberão o castigo eterno (Mt 25.46); os que escolheram a Cristo receberão a vida eterna (Jo 5.26). Portanto, a escolha de ir para o Céu ou para o Inferno, se passarmos a eternidade com Cristo ou sem Ele, é pessoal.

- Cremos no castigo eterno, que aqueles que não se arrependem do pecado e crêem em Jesus Cristo para salvação, sofrerão tormento eterno no lugar chamado Inferno. Por que cremos em algo tão terrível?

(1) A Bíblia ensina claramente isso. Mateus 25.46 diz: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. Apocalipse 14.11 diz: “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite…”.

(2) A justiça de Deus demanda tal coisa. Todos os homens estão num estado de rebelião contra Deus, como é evidente a partir disso: que a vasta maioria deles não se importa com Ele ou com a Sua Palavra. Nada menos que o castigo é a justa retribuição para tal pecado contra o Altíssimo Deus, Aquele que nos criou.

(3) Mediante uma negação do castigo eterno, afirmar-se por implicação que a cruz e a morte de Jesus Cristo não têm nenhum efeito, visto que não há nada do que os pecadores precisam ser salvos, nem qualquer necessidade de salvá-los se não estiverem no caminho para o Inferno. Sem Inferno, portanto, o mandamento do Evangelho para se arrepender ou perecer não é mais verdadeiro, nem existe qualquer necessidade ou urgência de se arrepender e crer no Evangelho. Talvez você seja um daqueles que não crêem no Inferno, nem em Jesus Cristo.

A Bíblia fala do Inferno, então, não para apavorá-lo, mas para alertá-lo (2Co 5.11), e mostrar-lhe o porquê você precisa crer nEle.

 

 

CONCLUSÃO

À luz da Bíblia, a possibilidade de passar a eternidade num contexto de dor e sofrimento é real. Por isso, essa realidade deve valorizar mais a tão grande salvação que Deus providenciou para as nossas vidas e, por isso, devemos estar firmes em Jesus durante a nossa jornada de fé, pois sem Cristo, o ser humano passará a eternidade longe de Deus.

- O que você pensa do ensino da Bíblia sobre esse assunto? Você crê no que Deus diz em Sua Palavra sobre aquele terrível lugar chamado Inferno? Se não, por favor, considere que suas crenças colocam-no no perigo de ir parar lá! Negar o Inferno ou o castigo eterno é negar o ensino claro da Bíblia. Negar o claro ensino da Bíblia é ser um mentiroso (1Jo 2.22), e nenhum mentiroso entrará no reino do céu (Ap 21.27). O diabo tenta persuadir as pessoas de que um Deus de amor não pode lançar pessoas no inferno pela eternidade. Mas não sejamos enganados! Deus declara inequivocamente em Sua Palavra que há glória eterna e há condenação eterna. Tanto um quanto o outro existirão eternamente. Deus, portanto, nos convida a vir a Jesus Cristo com nossos pecados para obter perdão e vida eterna. O sofrimento e morte do Filho de Deus na cruz foram necessários para expiar nossa culpa. Visto que Deus é santo, nossos pecados são horríveis aos Seus olhos!

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Explique pelo menos um argumento apresentado na lição que nega o ensino bíblico sobre o Inferno.

Teólogos modernos e pós-modernos negam a inspiração plenária da Bíblia e, por isso, agem para enfraquecer a doutrina bíblica sobre o Inferno, dizendo que se trata de um pensamento pagão que deve ser erradicado da Bíblia.

2. O que os falsos ensinadores afirmam ao distorcerem as verdades do cristianismo bíblico?

O que eles fazem é transformar a verdade de Deus em mentira, negar integralmente o ensinamento bíblico a respeito da realidade bíblica do Inferno como se encontra claramente exposto no Novo Testamento.

3. Qual palavra do Novo Testamento traz o simbolismo de “castigo eterno”, “fogo eterno” e “julgamento final”?

A palavra geena recebeu todo o simbolismo de “castigo eterno”, “fogo eterno” e “julgamento final” (Mt 23.33; 25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.

4. Cite ao menos três expressões que descrevem o Inferno.

Fornalha acesa (Mt 13.42,50); fogo eterno (Mt 25.41); Lago de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15).

5. De quem é a iniciativa primária do destino do ser humano ao Inferno?

A ida do ser humano para o Inferno não é uma iniciativa primária de Deus, mas um fruto da escolha do ser humano em viver deliberadamente em rebelião contra o Altíssimo.