Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13)
Entenda o Texto Áureo:
- bendita esperança. Uma
referência geral à segunda vinda de Jesus Cristo, incluindo a ressurreição (cf.
Rm 8.22-23; 1Co 1.5.51-58; Fp 3.20-21; ITs 4.13-18; IJo 3.2-3) e o reino dos santos
com Cristo na glória (2Tm 2.10). manifestação da glória. Cf. 2Tm
1.10. Essa será a nossa salvação da presença do pecado. Deus e Salvador. Uma
referência clara à divindade de Jesus. Cf. 2Pe 1.1.
VERDADE PRÁTICA
A
esperança cristã é a âncora que mantém a alma do crente firme diante dos dissabores
em nossa jornada de fé.
Entenda a Verdade Prática:
- Tito 2.12-13 diz que a graça de Deus nos ensina “para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no
presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança
e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.”
Esta passagem identifica a “bem-aventurada esperança” como a gloriosa aparição
de Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador. Jesus rompendo os céus em glória
para nos buscar é a ‘âncora que mantém a alma do crente firme
diante dos dissabores em nossa jornada de fé’
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 8.18-25
18. Porque para mim tenho por certo que as aflições
deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada.
- glória... revelada em nós. É a espera ansiosa da ressurreição do
corpo (v. 23) e da subsequente imagem completa de Cristo, a qual é a glória
eterna do cristão. Veja Fp 3.20-21; Cl 3.4; 1Jo 3.2.
19. Porque a ardente expectação da criatura espera a
manifestação dos filhos de Deus.
- criação. Inclui tudo do mundo físico, exceto os seres humanos, os
quais ele contrasta com esse termo (vs. 22-23). Toda a criação é personificada
para estar, por assim dizer, ansiando pela transformação da maldição e seus
efeitos, revelação. Lit., "uma exposição" ou "um desvelamento".
Quando Cristo voltar, os filhos de Deus compartilharão de sua glória.
20. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por
sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
- vaidade. Diz respeito à incapacidade de alcançar um objetivo ou
um propósito. Por causa do pecado do ser humano. Deus amaldiçoou todo o universo
físico (Gn 3.17-19), e agora, nenhuma parte da criação cumpre totalmente o
propósito original de Deus.
21. na esperança de que também a mesma criatura será
libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus.
- liberdade. Cf. 2Pe 3.10; Ap 21.4-5. para a liberdade da glória dos filhos de Deus – isto é, a
própria criação deve, em um sentido glorioso, ser entregue a liberdade da
debilidade e decadência na qual os filhos de Deus, quando ressuscitados em
glória, devem participar. [Jamieson; Fausset; Brown]
22. Porque sabemos que toda a criação geme e está
juntamente com dores de parto até agora.
- Se por amor ao homem a terra foi
amaldiçoada, não nos surpreende que ela compartilhe sua recuperação. E, se
assim for, representá-la como simpatizante das misérias do homem, e aguardar
sua completa redenção como o período de sua própria emancipação de sua atual
condição de pecado, é um belo pensamento, e em harmonia com o ensino geral das
Escrituras sobre o assunto. (Veja em 2Pedro 3:13). [Jamieson; Fausset; Brown].
23. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as
primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a
saber, a redenção do nosso corpo.
- primícias do Espírito. Assim como os primeiros frutos a
aparecerem numa árvore dão esperança de uma futura colheita, o fruto que o
Espírito produz em nós agora (Gl 5.22-23) nos dá a esperança de sermos, um dia,
iguais a Cristo. gememos. Com
tristeza pela pecaminosidade que ainda resta (7.24; cf. Sl 38.4,9-10). adoção. O processo iniciado pela
escolha de Deus (Ef 1.5) e que nos incluiu, tornando-nos na verdade, seus
filhos para a salvação (Gl 4.5-7) culminará na nossa glorificação — a plena
realização da nossa herança (veja vs. 29-30). redenção do nosso corpo. Não do corpo físico apenas, mas do
toda a corrupção ainda presente no homem (Rm 6.6,12; 7.5; cf. 1Co 153544; Fp
3.20-21; 2Pe 13-4; 1)0 3.2).
24. Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a
esperança que se vê não é esperança, porque o que alguém vê, como o esperará?
- Pois fomos salvos na esperança – sim, “Pois fomos salvos na
esperança”; ou seja, é mais uma salvação na esperança do que uma posse atual.
Ora, a esperança que se vê não é esperança – pois o verdadeiro significado da
esperança é a expectativa de que algo agora futuro se tornará presente, afinal,
por que alguém ainda espera o que já vê? – a última termina quando a outra vem.
[Jamieson; Fausset; Brown].
25. Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o
esperamos.
- Diante dessa realidade, nossa
atitude apropriada é esperar pacientemente.
INTRODUÇÃO
Desde
quando o crente nasce de novo, ele é convocado a viver uma vida de esperança.
Nesse sentido, a esperança cristã tem o seu fundamento na ressurreição do
Senhor Jesus (1 Pe 1.3,21). É uma obra poderosa de Deus que move a Igreja de
Cristo a trabalhar por causa do seu reino. Assim, a lição desta semana tem o
propósito de expor o ensino da esperança cristã e o quanto ele é importante em
nossa jornada para o céu.
- Esperança; 1. sentimento de quem vê como possível a realização
daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé (tb. us. no pl.). 2.
expectativa, espera, aguardo. 3. Religião - a segunda das três virtudes
teologais, ao lado da fé e da caridade [Representa-se por uma âncora.]. (Definições
de Oxford Languages). Ser cristão é celebrar esperança. Damos a essa
palavra um significado diferente daquele que a maioria das pessoas atribui. Ter
esperança, para o crente, não é torcer para que algo aconteça. É ter certeza
de que algo acontecerá e aguardar por isso. Nossa sociedade é marcada pelo
imediatismo e materialismo. Portanto, é preciso relembrar o que esperamos. Só
assim as tristezas e alegrias da vida presente serão colocadas na perspectiva
certa. Alguns objetariam: “Mas isso não
nos levaria à alienação?”. Pelo contrário! C. S. Lewis escreveu: “Os cristãos que mais trabalharam por este
mundo foram exatamente os que mais pensaram no outro mundo”!
I. PARA ONDE APONTA A ESPERANÇA DO
CRISTÃO?
1. A esperança cristã. De acordo
com o Novo Testamento, a “esperança” é uma expectativa favorável e confiante
que se fundamenta ao que não se vê, ao futuro (Rm 8.24,25). Nesse caso, ela
pode antecipar aquilo que é bom (Tt 1.2; 1 Pe 1.21). Não por acaso, o apóstolo
Paulo escreve que a esperança do cristão foi estabelecida por meio de Cristo, a
“esperança da glória” e a “esperança nossa” (Cl 1.27; 1 Tm 1.1). Portanto, do
ponto de vista bíblico, podemos dizer que a esperança é “a confiança no
cumprimento de uma grande expectativa”.
- Ao contrário da palavra
"esperança" na nossa língua, a palavra do Novo Testamento não contém incerteza.
Ela fala de algo que é certo, mas que ainda não se realizou. O destino final do
cristão é compartilhar de toda a glória de Deus (Rm 8.29-30; Jo 17.22; 2Co
3.18; Fp 3.20-21; 1Jo 3.1-2), e que essa esperança se realizará porque o
próprio Cristo nos assegura disso (ITm 1.1). Sem as promessas claras e certas
da Palavra de Deus, o cristão não teria base para ter esperança (Rm 15.4; SI
119.81,114; Ef 2.12; cf. Jr 14.8).
2. A esperança nas cartas
do apóstolo Paulo.
O assunto da esperança cristã está bem presente nas cartas apostólicas de
Paulo. Nelas, percebemos a esperança na ressurreição dos mortos em Cristo ( At
23.6; 1 Ts 4.13,14); a esperança do cumprimento da promessa (At 26.6,7); a
esperança da justiça (Gl 5.5); a esperança do Evangelho (Cl 1.5); a esperança
do arrebatamento da Igreja (1 Ts 5.8); a esperança da vocação (Ef 1.18); a
esperança da vida eterna (Tt 1.2; 3.7); e, finalmente, a esperança do
aparecimento da glória de Deus e do Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13). Na Primeira
Carta de Paulo aos Coríntios, a esperança aparece como a segunda virtude
mencionada ali (1 Co 13.13).
- A esperança pela sua própria
natureza diz respeito ao futuro. Por isso o Apóstolo Paulo nos diz no capitulo
oito e versículos 24,25 de Romanos: “Porque,
em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança: porque
o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com
paciência o esperamos”. Percebemos então que a esperança está intimamente
ligada à confiança a fé (Hb 11.1). O mundo vive hoje uma escassez de esperança,
justamente porque a esperança do mundo tem sido depositada em alicerces que não
podem sustentar esta esperança de forma efetiva.
3. Deus: O autor da nossa
esperança. Essa
esperança é uma consequência do Novo Nascimento em Cristo Jesus, de modo que
esse processo envolve uma obra plenamente sobrenatural, espiritual (1 Pe 1.23).
Por isso, Deus é o autor da nossa esperança, conforme o apóstolo Paulo mostra
em sua carta (Rm 15.13). Logo, por meio dessa viva esperança, estamos prontos
para suportar perseverantemente todos os dissabores ao longo da nossa jornada
ao Céu (Hb 10.32-36). Ora, a nossa fé tem sido provada pela história por meio
das perseguições cruéis e muitos outros desafios que sempre nos testaram.
Entretanto, a Igreja de Cristo nunca sucumbiu a eles, sempre prosperou e
floresceu por causa de uma esperança gloriosa que nunca puderam tirar de nós, a
confiança na vida eterna com Deus (At 20.24).
- O sistema basilar da esperança do
cristão é constituído de três alicerces:
1. Deus e seus atributos
incomunicáveis e comunicáveis;
2. Jesus Cristo e sua obra consumada;
3. A palavra de Deus.
Precisamos lembrar quem Deus é, dos
seus atributos, precisamos trazer a memória que apesar das adversidades da vida
Ele é o Grande EU SOU, e continua no controle de todas as coisas. De igual
forma ao olharmos para Jesus trazendo a memória sua obra consumada na cruz,
somos fortalecidos e nossa esperança é avivada. Outra vez diz Isaías: Uma raiz
em Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios
esperarão. Ora o Deus de esperança voz encha de todo o gozo e paz em crença,
para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo (Rm 15.12,13). Jesus
é a raiz de Jessé, e em sua vida, morte e ressurreição podemos nos alegrar. Por
meio de Cristo fomos reconciliados com Deus, e como seus filhos podemos confiar
que nosso pai supri as nossas necessidades. A Palavra de Deus é o terceiro
alicerce onde você pode fundamentar a sua esperança, nela encontramos conforto
e promessas que jamais passaram. Porque tudo o que dantes foi escrito, para
nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras
tenhamos esperança (Rm 15.4).
II. A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA DA ESPERANÇA
CRISTA
1. A Bíblia
focaliza o futuro. A história da Criação se inicia com Deus. O primeiro
livro da Bíblia, Gênesis, nos revela isso. Infelizmente, ao se desdobrar os
acontecimentos do início de Gênesis, o pecado provocou desarmonia na Criação.
Entretanto, Deus age para que tudo volte a ser perfeito, equilibrado e
harmônico. Isso que o apóstolo Paulo revela a partir da menção que faz à
abrangência cósmica da morte de Jesus Cristo (Ef 1.10). Essa promessa se
originou no Éden, com o descendente da mulher, e se revela hoje por meio de
Cristo como fio condutor das Sagradas Escrituras (Gn 3.15; Ap 12.9).
- Em Gênesis 3.15, como parte da
maldição sobre a serpente, Deus introduz uma promessa de salvação para a
humanidade. Através da inimizade entre a serpente e sua “semente” e a mulher e
sua “semente”, Deus determina um fim para o cativeiro do pecado
recém-inaugurado. O texto de Gênesis 3.15 pode ser considerado a mais antiga
promessa de Deus ao homem caído. Depois do pecado e antes de qualquer outra
providência histórica, o Senhor Deus prometeu ao homem e à mulher que o seu
resgate viria do seu Descendente. Nós sabemos o desenrolar da providência
histórica de Deus e que aquela promessa se referia a Jesus Cristo. Por isso é
chamada essa profecia de “O Proto- Evangelho”, por ser a primeira de todas as
profecias sobre Jesus. Podemos chamá-la de “a mãe de todas as profecias
messiânicas”. No final da história deste mundo, Deus reunirá os cristãos no
reino milenar, chamado em Efésios 1.10 de "dispensação da plenitude dos tempos", que significa o final da
História (Ap 20.1-6). Depois disso, Deus reunirá todas as coisas com ele mesmo
na eternidade e o novo céu e a nova terra serão criados (Ap 21,1ss.). O novo
universo será totalmente unificado sob Cristo (cf. 1Co 15.27-28; Fp 2.10-11).
2. A esperança no porvir
traz consolo e alegria ao crente. A doutrina das últimas coisas, denominada de
Escatologia, estuda as coisas futuras. Muitos vivem com medo do futuro, do que
pode acontecer com eles, mas os cristãos se consolam e se alegram no que a
Bíblia diz a respeito do futuro (Rm 15.4). Nesse aspecto, o que a Palavra de
Deus diz a respeito do que nos aguarda na eternidade com Cristo é glorioso e
incomparável, em que as aflições do tempo presente não podem ser comparadas com
a glória a ser revelada em nós (Rm 8.18). Assim, a Bíblia é um livro de
profecia que produz alegria e consolo ao coração do crente. Nela, encontramos
um Deus soberano, que governa as nossas vidas e age em favor de seu povo.
- Romanos 15.4 diz que tudo... outrora, foi escrito, numa
afirmativa de que o Antigo Testamento foi revelado de maneira divina, para o nosso ensino foi escrito.
Embora os cristãos vivam debaixo da nova aliança e não estejam debaixo da
antiga aliança, a lei moral de Deus não mudou e toda a Escritura é para
benefício espiritual (1Co 10.6,10-11; 2Pe 1.20-21). A descrição de Paulo dos
benefícios da Escritura certamente inclui o Novo Testamento, mas fala, em especial,
a respeito "das sagradas letras" — ou o Antigo Testamento (2Tm
3.15-17). O versículo continua dizendo que a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos
esperança. Paciência refere-se à tolerância, a habilidade de permanecer
debaixo de um grande peso ou pressão sem sucumbir (15.5; Cl 1.22-23; 2Ts 1.4;
Ap 14.12); Consolação, literalmente "encorajamento". A Palavra de
Deus não apenas informa os cristãos sobre corno resistir, mas também os
encoraja no processo; Todos estes sofrimentos culminam em esperança. Ao contrário da palavra portuguesa
"esperança", aqui não traz a ideia de incerteza, mas fala de algo que
é certo, que apenas aguarda o momento exato para realizar-se, e essa esperança
se realizará porque o próprio Cristo nos assegura disso (1Tm 1.1). Sem as
promessas claras e certas da Palavra de Deus, o cristão não teria base para ter
esperança (Rm 15.4; SI 119.81,114; Ef 2.12; cf. Jr 14.8).
3. Por que uma doutrina
da esperança?
A razão de termos uma doutrina da esperança é porque confiamos na promessa da
ressurreição dos que morreram em Cristo, da transformação dos que estiverem
vivos por ocasião de sua volta (1 Ts 4.13-18). Trata-se de uma promessa
gloriosa para reinar com Cristo. Como ainda não alcançamos essa promessa,
vivemos na esperança de que brevemente tudo se cumpra, pois quem fez a promessa
é fiel para cumprir (Hb 10.23).
- O cristão possui a maravilhosa
esperança de que, após esta vida, ele desfrutará de uma gloriosa e eterna
existência na presença de Deus. A “bem-aventurada esperança”, então, é a alegre
certeza de que Deus estenderá Seus benefícios a nós e que Jesus Cristo
retornará. Estamos esperando por este evento agora. Jesus disse que Ele
voltaria (Jo 14.3), os anjos disseram que Ele voltaria (At 1.11), e as
epístolas dizem que Ele voltaria. Jesus poderia voltar a qualquer momento para
Sua igreja, o que inclui todos os crentes em Cristo desde o dia de Pentecostes
em Atos 2 em diante. Este evento é chamado de arrebatamento, o qual será
anunciado pela voz do arcanjo e pelo toque da trombeta de Deus. Os corpos
daqueles que morreram serão ressuscitados para serem unidos às suas almas, e
então os corpos dos crentes que ainda vivem na terra serão transformados em um
corpo como o da ressurreição do Senhor. Os crentes que ressuscitaram dos mortos
e os crentes que vivem na volta de Cristo encontrarão o Senhor nos ares e serão
levados para o céu (cf. 1 Tessalonicenses 4.13-18). Isso acontecerá em um
piscar de olhos (1 Co 15.52).
III. A ESPERANÇA CRISTĂ COMO ÂNCORA DA
ALMA
1. Nossa
esperança como âncora. Podemos descrever a âncora como uma pesada peça de
ferro presa a uma corrente grossa e lançada ao fundo do mar com o propósito de
manter um navio parado (At 27.29). O escritor aos Hebreus descreve a esperança
cristã como uma “âncora da alma segura e firme” durante a jornada com Cristo
(Hb 6.18,19). Ela representa tudo o que sustenta e estabiliza a alma do crente
em tempos de incertezas.
- “para
que através de duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta,
pudéssemos ter uma poderosa consolação, nós, que procuramos refúgio na
esperança colocada diante de nós. Esperança essa que temos como âncora da alma,
segura e firme, e que penetra até o interior do véu;” (Hb 6.18,19). A
esperança é um dos temas de Hebreus. Também é o resultado de estudos do Antigo Testamento
(Rm 15.4). A esperança no cumprimento das promessas de salvação de Deus é a
"âncora da alma" (v. 19) que mantém seguro o cristão durante os
momentos de tribulação e confusão. Nossa esperança é personificada pelo próprio
Cristo, que entrou na presença de Deus no Santo dos Santos celestial em nosso
favor (Hb 4.14). É impossível que Deus
minta – Sua incapacidade de negar a Si mesmo é uma prova, não de
fraqueza, mas de força incomparável. Essa afirmativa de Hebreus é a própria
âncora da nossa esperança! Por isso, buscamos
refúgio – como se estivesse em um naufrágio; ou, como um fugindo para
uma das seis cidades de refúgio. O próprio Senhor Jesus é a esperança colocada
diante de nós! Esperança é encontrada representada em moedas por uma âncora segura e firme – seguro em
relação a nós; firme em si mesmo. Não é uma âncora tal que não impeça a
embarcação de atirar, ou uma âncora insalubre ou leve demais. 6.18 duas coisas
imutáveis. São a promessa de Deus e o seu juramento. O termo grego traduzido por
“imutáveis" era usado
como referência a um testamento legal, que não podia ser alterado por ninguém,
a não ser por seu autor, corremos para o refúgio. Na Septuaginta, a palavra
grega é usada como referência a cidades de refúgio que Deus proveu para aqueles
que buscavam proteção dos vingadores de um homicídio acidental (Nm 35.9-34; Dt
19.1-13; Is 20.1-9; cf. At 14.3-6).
2. Por que a esperança do
crente é a melhor?
Essa esperança que traz certeza a alma do salvo não pode ser comparada com
esperança dos ímpios. O apóstolo Paulo afirma que, sem Cristo, não há esperança
para o ser humano (Ef 2.12). Dessa forma, trata-se de uma esperança. Por
consequência, há diversas esperanças presentes na cultura humana. Por exemplo,
há religiões que expressam sua esperança em uma história cíclica, como no
Hinduísmo, em que a vida é vista de acordo com o ciclo de nascimento, morte e
reencarnação; outros povos buscam pautar a sua esperança em astrologia,
quiromancia, dentre várias práticas pagãs que a Bíblia proíbe; na política,
muitos fundamentam suas esperanças em ações revolucionárias que não passam de
ilusão. Em síntese, podemos dizer que toda esperança fora de Cristo é vazia,
sem sentido, já a esperança em Cristo é segura, consoladora e com propósito (Cl
1.27).
- Em Efésios 2.12, os gentios não
tinham "esperança" porque não haviam recebido nenhuma promessa divina.
Não havia esperança! Sem promessa, sem esperança! Não há dúvidas de que o
homem, mesmo sem Deus, guarda uma certa esperança. Mas não há como se comparar
a esperança natural, mundana e comum a todos os homens, com a esperança do
crente, firmada na fé, uma das virtudes mais importantes para a vida cristã. Para
nós, esperança é a crença de que coisas boas podem acontecer, mesmo em momentos
difíceis e desfavoráveis. Nesse contexto, a esperança é um sentimento ainda
mais forte, pois está ligada à fé em Deus e na sua vontade. 1 Coríntios 13.13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e
o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”.
3. Mantendo firme a
esperança. A
luz do Novo Testamento, afirmamos que a Segunda Vinda de Cristo é o grande
motivo para o crente permanecer firme e manter sua esperança, de modo que isso
requer uma vida de pureza para desfrutar da promessa de ser como Jesus é (1 Jo
3.2,3). Naqueles dias, os discípulos de Cristo entendiam que a sua vinda seria
de maneira iminente, isto é, poderia acontecer a qualquer momento (Mt 25.1-13).
Semelhantemente, devemos estar em prontidão, aguardando o dia em que o nosso
Senhor arrebatará a sua Igreja. Não sabemos o dia nem a hora que o Senhor virá,
mas a nossa parte é manter a nossa esperança viva e firme (Lc 18.8).
- Tudo que o Evangelho exige é arrependimento
e fé. Somente isso. Nada mais. Sei que a maioria de meus leitores ficarão
chocados com essa afirmativa... e talvez me perguntem: “mas e a obediência?” - Isso não é o que o Evangelho exige. Mas
sim o que ele produz. Se o Evangelho
fosse exigir obediência de nós, isso significaria que poderíamos ser
obedientes, mesmo sem a pessoa e a obra de Cristo, e Jesus teria morrido por
nada. O Evangelho produz obediência em nós. Uma obediência contente em nós. E
de novo: se confundirmos as coisas uma com a outra, entraremos em legalismo, em
moralismo e obras de justiça, e é quando as Boas Novas deixam de ser boas novas
e se tornam um fardo pesado. A obediência aos mandamentos de Deus constitui uma
das três provas de comunhão genuína. A primeira epístola de João apresenta duas
provas exteriores que demonstram a salvação: a doutrina e os princípios
morais. A prova doutrinária consiste em confessar uma visão correta de
Cristo e do pecado (veja 1.1-4; 1.5—2.2), enquanto a prova moral consiste em
obediência e amor (veja também os vs. 7-11). Enquanto a certeza subjetiva de
salvação vem por meio do testemunho interior do Espirilo Santo (5.10; Rm
8.14-16; 2Co 1.12), a prova da obediência constitui a certeza objetiva de que a
pessoa é realmente salva. A obediência é a prova exterior e visível de salvação
(Tg 2.14-25; 2Pe 2.5-11). O fato de não obedecerem aos mandamentos de Deus de
maneira objetiva demonstra que os falsos mestres não eram salvos (Lc 6.46). Aqueles
que são verdadeiramente iluminados e conhecem a Deus são obedientes à sua
Palavra. Aina em 1 João 2, os versículos 3-4, sabemos... guardamos, a repetição dessas palavras enfatiza que
quem genuinamente nasceu de novo mostra que tem o hábito de ser obediente. A
obediência resulta em certeza de salvação (cf. Et 2.2; 1Pe 1.14). A vida de
obediência de Jesus é o modelo para o cristão. Aqueles que se dizem cristãos
devem viver como ele viveu (cf. Jo 6.38), uma vez que possuem a presença e o
poder do seu Espírito. Assim, concluo afirmando que, “de modo que
isso requer uma vida de pureza para desfrutar da promessa de ser como Jesus é”, o crente não é obediente para manter firme a
esperança, e desfrutar da promessa de ser como Jesus é, não pagamos um preço –
não é por méritos! A nossa esperança (elpis) implica numa expectativa segura,
ou a espera paciente de algo que é divinamente concedido! Já foi consumado! Não
obedeço para obter, obedeço por que já tenho a garantia, isso é importante, não
misture as coisas para não acabar por anular a obra de Jesus na cruz. Não é uma
recompensa por termos sido fiéis. Nossa esperança em Deus é evidenciada pelo
que Ele fez no passado, que Ele continua a fazer em nossa vida agora e o que
promete fazer no futuro. No contexto de 1 Pedro 3.15, o uso da palavra
esperança por Pedro pode representar a fé cristã como um todo ou pode se
referir mais especificamente à esperança que nos é dada por meio da salvação –
uma esperança que inclui vários elementos:
- Primeiro, por causa de Cristo, temos
a esperança de que nossos pecados foram perdoados (Ef 4.32);
- Segundo, foi-nos dada a vida eterna (Jo
3.16; Rm 6.21-23), e
- Terceiro, temos a promessa do céu (Jo
14.1-3; 1Co 2.9).
Embora existam muitas outras promessas
que temos em Cristo, as três acima resumem alguns elementos essenciais do que
nossa esperança em Cristo oferece, a esperança que somos chamados a defender.
CONCLUSÃO
Lutas,
dissabores, provações, morte, dentre outras coisas, o salvo em Cristo poderá
enfrentar tudo isso firmado na esperança verdadeira que é Cristo Jesus, nosso
Senhor. Assim, seguiremos a nossa jornada sem temor e sem perder a fé. A
história testemunhou que o Cristianismo cresceu e prosperou porque os cristãos
entenderam que essa vida é provisória, sendo apenas uma parte de um todo muito
maior: a eternidade com Cristo. Portanto, mantenhamos firme a confissão da
nossa esperança, pois o que prometeu é fiel (Hb 10.23).
- A esperança do crente é uma das
principais virtudes da vida cristã. Ela é a certeza de que Deus está presente
em todas as situações e que Ele tem o domínio de todas as circunstâncias. Dessa
forma, essa esperança é baseada na ressurreição de Jesus e em sua volta para
levar os salvos à vida eterna. A esperança do crente é uma luz que ilumina e
fortalece, permitindo enfrentar as dificuldades com coragem e perseverança.
Além disso, ela é uma esperança ativa, que se manifesta em boas obras e em um
estilo de vida cristão. Que possamos todos viver com essa esperança em nossos
corações, confiantes na promessa de Deus para a nossa vida.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com a lição, e do ponto de vista
bíblico, o que é esperança?
Do ponto de vista bíblico, podemos dizer
que a esperança é “a confiança no cumprimento de uma grande expectativa”.
2.
Diante da viva esperança, para que estamos prontos?
Estamos prontos para suportar
perseverantemente todos os dissabores ao longo da nossa jornada ao Céu (Hb
10.32-36).
3.
Que tipo de livro a Bíblia é?
A Bíblia é um livro de profecia que produz
alegria e consolo ao coração do crente. Nela, encontramos um Deus soberano, que
governa as nossas vidas e age em favor de seu povo.
4. Por que temos uma doutrina da esperança?
A razão de termos uma doutrina da
esperança é porque confiamos na promessa da ressurreição dos que morreram em
Cristo, da transformação dos que estiverem vivos por ocasião de sua volta (1 Ts
4.13-18).
5.
À luz do Novo Testamento, o que podemos afirmar quanto à esperança cristã?
À luz do Novo Testamento, afirmamos que a
Segunda Vinda de Cristo é o grande motivo para o crente permanecer firme e
manter sua esperança, de modo que isso requer uma vida de pureza para desfrutar
da promessa de ser como Jesus é (1 Jo 3.2,3).