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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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24 de março de 2024

REVISTA ADULTOS: Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja

 TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)

Entenda o Texto Áureo:

- A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual o Espírito Santo os capacitou. Esse acontecimento alterou dramaticamente a história mundial, e a mensagem do evangelho finalmente chegou a todas as partes da terra (Mt 28.19-20). recebereis poder. Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres. Em breve eles receberiam a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4; 1Co 6.19-20; Ef 3.16,20). testemunhas. Pessoas que contam a verdade sobre Jesus Cristo (Jo 14.26; 1Pe 3.15). A palavra grega significa “pessoa que dá a vida pela sua fé", pois esse foi o preço comumente pago pelo testemunho. Judeia. A região na qual Jerusalém se localizava. Samaria. A região imediatamente ao norte da Judeia.

 

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão.

Entenda a Verdade Prática:

- O poder que capacita a igreja não vem da terra, emana do céu; não procede dos homens, provém do Espírito Santo. A igreja não pode cumprir a grande comissão sem o poder do Espírito. Sem poder, a igreja não está apta para viver, para pregar nem para morrer. Não há cristianismo sem poder. O evangelho é o poder de Deus. O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder. O Espírito Santo é a fonte do poder. A suprema grandeza do poder de Deus está à disposição da igreja. O mesmo poder que esteve sobre Jesus, está sobre a igreja. O mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos, capacita a igreja para viver vitoriosamente!

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 13.1-4

 

1. Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

- O cap. 13 assinala uma mudança importante em Atos. Os primeiros 12 capítulos centram-se em Pedro; os demais capítulos giram em torno de Paulo. Com Pedro, a ênfase está na igreja judaica em Jerusalém e na Judeia; com Paulo, o foco ó a igreja gentílica dispersa pelo mundo romano, que começou na igreja de Antioquia. profetas. Eles desempenhavam papel importante na igreja apostólica (1Co 12.28; Ef 2.20). Eram pregadores da Palavra de Deus e eram os responsáveis, nos primeiros anos, pela igreja na função de instruir congregações locais. Em algumas ocasiões, receberam nova revelação de natureza prática (Cl 11.28; 21.10).

2. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

- servindo. Provém de um termo grego que na Escritura descreve serviço sacerdotal. Servir na liderança da igreja é um ato de culto a Deus e consiste no oferecimento de sacrifícios espirituais a Deus, incluindo oração, supervisão do rebanho, pregação e ensino da Palavra. jejuando. O jejum muitas vezes está ligado com oração fervorosa e vigilante (Ne 1.4; SI 35.13; Dn 9.3; Mt 17.21; Lc 2.37} e inclui a perda de desejo por alimento ou abstenção voluntária de alimento para concentrar-se em questões espirituais (Mt 6.16 17).

3. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

- impondo sobre eles as mãos. No AT, ofertantes de sacrifícios colocavam suas mãos sobre o animal como expressão de identificação (Lv 8.14,18,22; Hb 6.2). Mas no sentido simbólico, significava a afirmação, o apoio e a identificação com uma pessoa e seu ministério (1Tm 4.14; 5.22; 2Tm 1.6; cf. Nm 27.23).

4. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

- Selêucia. Essa cidade servia de porto para Antioquia, a 25 km de distância da desembocadura do rio Orontes. Saulo e Barnabé decidiram começar sua ação missionária ali porque esse era o lugar de residência de Barnabé, que ficava apenas a dois dias de viagem de Antioquia e contava com grande população de judeus.

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição focaremos nossa atenção no poder do Espírito Santo na missão da Igreja de Cristo. Aqui, mostraremos que o povo de Deus não pode prescindir do revestimento do poder pentecostal para obter êxito na sua missão na Terra. Assim, que a ação do Espírito Santo, e a contemporaneidade de seus dons na Igreja, não se trata de uma mera opção, mas de algo imprescindível, a sua maior necessidade. Sem o Espírito Santo, a igreja local não anda nem cumpre sua vocação.

- O propósito do poder do Espírito é capacitar a igreja a testemunhar. A igreja precisa de poder e poder para que? Poder para tirar os olhos da especulação escatológica para fixá-los na obra missionária (At 1.4-8). Poder para perdoar, uma vez que a inimizade entre judeus e samaritanos só poderia ser vencida pelo poder do Espírito. Poder para levar a mensagem da salvação para fora dos limites de Israel, chegando a todas as etnias da terra. Poder para morrer. A palavra “testemunha” é a tradução do vocábulo grego martyria, de onde procede a palavra “mártir”. É o poder do Espírito Santo que capacita a igreja a enfrentar o ódio do mundo e a carranca do diabo. É o poder do Espírito Santo que deu coragem aos apóstolos para enfrentar as prisões e os açoites em Jerusalém. É o poder do Espírito Santo que revestiu de força os cristãos para suportar a amarga perseguição promovida pelos imperadores romanos. É o poder do Espírito Santo que capacitou os cristãos a enfrentarem o martírio. Milhares de cristãos foram crucificados, queimados vivos e jogados às feras sem negar a sua fé. Ninguém consegue deter os passos de uma igreja cheia do Espírito Santo. Nenhuma força na terra nem mesmo no inferno pode intimidar uma igreja revestida com o poder do Espírito Santo. Hernandes Dias Lopes em: https://www.hernandesdiaslopes.com.br/uma-igreja-revestida-de-poder.

 

PALAVRA-CHAVE: REVESTIMENTO

- Esse revestimento de poder é chamado também por Jesus de “Promessa do Pai” (Lc 24.49).

 

I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS

 

1. Um ensino revelado nos escritos de Lucas. Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos escritos pelo evangelista Lucas, revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da primeira igreja como uma necessidade imperiosa. Nesse sentido, o evangelista mostra que sem a ação do Espírito no ministério de Jesus e na vida da igreja, os cristãos não estariam qualificados para ser testemunhas do Senhor. Essa promessa estava associada ao revestimento do poder do Espírito, conforme descrito nas palavras de Jesus como o “poder do alto” (Lc 24.49).

- O evangelho de Lucas conta-nos a história de Jesus com a ativa participação do Espírito Santo. É uma das características marcantes na obra de Lucas, a presença do Espírito Santo. Tanto o Evangelho quanto Atos estão repletos de notícias sobre sua ação. No primeiro tratado – o Evangelho que leva seu nome, Lucas relata a atuação do Espírito Santo no ministério de Jesus e no segundo - Atos dos Apóstolos, ele mostra a forma como o Espírito Santo usou os discípulos na continuidade da obra do Senhor. Os livros Lucas-Atos contam a história de Jesus, o nascimento, a morte, a ressurreição, passando pelo início da Igreja, sua capacitação e expansão. Como isso, temos uma visão panorâmica da sequência dos eventos. Em Atos, Lucas dá ênfase à vinda do Espírito Santo (At 2), cumprindo assim a profecia de Joel e as palavras de Jesus quando disse que iria enviar um outro Consolador, o foco também foi no poder que o Espírito Santo oferece na vida do crente (At 4.1-11; 4.24-31 6.10; 7.55-56; 16.6-7), bem como os atos do Espírito Santo (At 9.10-12; 10.14-21; 10.44-46; 11.22-24; 13.1-3), e também a Igreja Pentecostal, uma igreja que via milagres, profecias, dons de línguas, batismo com Espírito Santo, ressurreição de mortos, curas, visões, discernimento de espíritos, evangelização, missões de forma geral.

2. O enchimento do Espírito como experiência necessária. O Senhor Jesus só começou o seu ministério depois de ser cheio do Espírito Santo (Lc 3.21,22). Nosso Senhor fez a obra de Deus e a fez no poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18,19) e dependeu dEle para exercer o ministério (Lc 5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a igreja só deveria iniciar o trabalho missionário quando fosse revestida desse mesmo poder. Por isso, podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção.

- O Batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder dado pelo Espírito Santo de Deus para que haja um testemunho da pessoa de Jesus Cristo. Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, é definido como “[…] uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas […] (At 2.4).” De acordo com John W. Wyckoff, em Teologia Sistemática: “Dentre as expressões análogas, parece que os pentecostais preferem “batismo no Espírito Santo”. Semelhante preferência talvez se deva ao fato de a linguagem derivar-se das declarações do próprio Jesus, ou à profundeza do conteúdo dessa linguagem metafórica específica. Ou seja: a analogia em vista é o batismo em água. Conforme nota J. R. Williams: “o batismo em água significa literalmente ser imergido na água, colocado embaixo dela, ou até mesmo ficar ensopado nela.” Com efeito, ser batizado no Espírito Santo é ficar totalmente envolvido no Espírito Dinâmico do Deus vivo, e nEle saturado. Stanley M. Horton (1916–2014) disse que “cada termo ressalta algum aspecto da experiência pentecostal, e nenhum termo individual consegue ressaltar todos os aspectos daquela experiência”. Essa experiência foi notória na Igreja em Atos, tanto na igreja de origem judaica quanto na de origem grega. Foi debaixo de uma experiência pentecostal que a Igreja do Senhor começou e, pelo relato de Lucas em Atos 19, chegou a ser acompanhada de profecias. O Senhor estava visitando seu povo e trazendo a Era do Espírito com a certeza de que seres humanos seriam a habitação do Deus vivo.

3. O enchimento do Espírito como uma experiência concreta. Se por um lado Lucas apresenta o Espírito Santo como uma necessidade na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o enchimento do Espírito ocorre como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse sentido, o Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo, não subjetivo. Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32). Havia manifestações físicas que se tornavam reais para quem as tinha e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras, quem recebeu sabia que havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se sobressaía sobre os demais – o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).

- Quando se trata deste assunto, os pentecostais creem que a experiência que os discípulos tiveram em Atos 2 está disponível em nossos dias. Tal proposição pode ser comprovada nos milhares de relatos de pessoas que foram cheias do Espírito e falaram em línguas. Em uma vertente contrária, há pessoas imaginando que o revestimento de poder que foi relatado em Atos está fora de alcance da experiência cristã de nossos dias. Tal entendimento acontece por força de uma visão mais voltada a um intelectualismo de cunho pós-moderno, que vê a experiência pessoal como algo subjetivo, de pouco valor. O curioso é que esse tipo de negação existe para a experiência pentecostal, mas não para outras experiências relacionadas à vida cristã. Na prática, um pensamento teológico que rejeita a experiência do batismo no Espírito Santo como um evento real para os nossos dias puramente o faz por um prisma racionalista, que rejeita a experiência por entender que ela é subjetiva, ou seja, cada pessoa tem a sua e, por isso, não tem valor. Com o respaldo da Palavra de Deus, tendo em vista, porém, que o próprio Jesus disse que “estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas […]” (Mc 16.17), cremos que o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas são, sem dúvida, experiências de Deus para os nossos dias, e sim, é subjetiva, pois é dada a cada indivíduo sem distinção.

 

II. O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

 

1. Capacitando as testemunhas. No Livro de Atos, é possível perceber o ensino da capacitação do Espírito Santo sob diferentes perspectivas. Primeiramente, o Espírito capacitando líderes para o desempenho da obra de Deus (At 433). Nesse sentido, vemos o apóstolo Pedro sendo “cheio do Espírito Santo” quando foi confrontado pelos sacerdotes (At 4.8); o apóstolo Paulo quando é cheio do Espírito Santo para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9). Depois, vemos também que não eram só os que faziam parte do colégio apostólico que eram cheios do Espírito. Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se observa em Lucas é que o revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17).

- O propósito do batismo no Espirito é conceder ao crente poder para testemunhar de Jesus; “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8). O propósito central é a capacitação do Espírito para o serviço divino, concedendo ao cristão o poder para uma vida santa e serviço eficaz, e a pureza ou a santificação simbolizada pelas línguas de fogo - “E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé.” (At 15.8,9). O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20). Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19). Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9). O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22). O mesmo Espírito eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus vivo (Hb 9.14). Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8). O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.

2. Pessoas simples capacitadas pelo Espírito. Vemos isso claramente quando Ananias, até então, um ilustre desconhecido, é convocado por Deus para impor as mãos naquele que seria o maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11). Assim também Estevão e Filipe, que haviam sido escolhidos para “servirem às mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo.

- O objetivo principal de todas as operações do Espírito Santo na vida do crente, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18). A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presença constante do Espírito em suas vidas. O sucesso da Igreja como do crente particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo. É Ele quem trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento, é Ele quem concede intrepidez para testemunhar de Cristo e capacitação para fazermos a obra de Deus.

3. Capacitando a igreja. No contexto literário e doutrinário de Lucas, a igreja do Novo Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético de todos os crentes (At 2.17). Nesse sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é apenas individual, como mostrado nesta lição, mas também de toda a igreja descrita em Atos. Assim, essa comunidade de crentes, capacitada pelo Espírito Santo, ganhava a confiança e a admiração das pessoas ao seu redor (At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos estava associado ao testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo Espírito Santo (At 9.31).

- “[...] qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal”(Mc 10.43). A verdadeira grandeza não é questão de liderança, de autoridade, nem de grandes realizações pessoais (Mc 10.42), mas, sim, uma atitude do coração, de sinceramente viver para Deus e para o próximo. Devemos nos dedicar a Deus de tal modo que nos identifiquemos com sua vontade e propósitos na terra, sem desejarmos honrarias, posições de destaque ou recompensas materiais. Cumprir a vontade de Deus, levar os outros à salvação em Cristo, e agradar-lhe são as recompensas dos que são realmente grandes (ver Lc 22.24-30, nota sobre a grandeza). A Bíblia de Estudo Pentecostal em nota de roda-pé comentando o texto de Lc 22.27, diz: “No tocante àqueles que são escolhidos para dirigir a igreja (1 Tm 3.1-7), Cristo diz que devem dirigi-la como servos, ajudando as pessoas sob sua orientação a cumprirem a vontade de Deus para suas vidas. Nunca devem abusar da sua posição, nem traí-la por motivo de fama, poder, riquezas ou privilégios especiais”. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD. 2ª impressão,1996, Rio de Janeiro; Adaptado da nota do texto de Lc 22.27.

 

III. O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1. O envio missionário. O capítulo 13 do livro de Atos dos apóstolos narra o envio dos primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do Espírito Santo no envio missionário. Nesse texto, Lucas menciona que havia alguns profetas na igreja que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa observação do autor sagrado fosse para explicar como se deu a participação do Espírito Santo no comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária. Lucas mostra que, por intermédio dos dons do Espírito, os dois obreiros foram separados para uma grande obra de maneira clara e audível. O foco do evangelista é que o Espírito Santo é a fonte geradora de missões, pois Ele é quem vocaciona e envia (At 13.2).

- O ponto de partida da primeira viagem de Paulo foi Antioquia da Síria (a moderna Antakya, na Turquia. Atualmente um sítio arqueológico). A cidade de Antioquia da Síria estava a cerca de 500 quilômetros de Jerusalém e gozava de posição estratégica favorável para missões. Localizava-se na divisa entre os dois mundos culturais da época – o grego e o semita. Não deve ser confundida com a Antioquia da Pisídia de Atos 13.14. Era a terceira cidade do Império Romano, vindo depois de Roma e Alexandria. Passou a ser a capital da província romana da Síria, em 64 a.C., quando Pompeu a conquistou. Antioquia ocupa um importante lugar na história do cristianismo. Foi onde Paulo pregou o seu primeiro sermão (numa sinagoga), e foi também onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de Cristãos (At 11.26). Essa Igreja começou no anonimato. Os fundadores da igreja de Antioquia eram de Chipre e de Cirene: “Os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus” (v.20). Até então o evangelho era pregado só aos judeus (v.19). Talvez a experiência de Pedro na casa de Cornélio tivesse chegado ao conhecimento deles, e começaram a pregar também aos gentios (v.20). O resultado foi extraordinário! Esses gregos creram no Senhor Jesus e o número deles crescia a cada dia (v.21). Nascia a igreja dos gentios. A ordem profética “até aos confins da terra”, de Jesus, caminhava rapidamente para o seu cumprimento (At 1.8). A igreja de Antioquia da Siria tinha grande ‘fome’ por missões. Essa igreja entendeu que missões é a razão da sua existência. Ela, uma filha de Jerusalém e da perseguição, tornou-se a mãe de tantas outras igrejas, como resultado do seu esforço de enviar e suportar tantos missionários. Enquanto eles estavam servindo (adorando) ao Senhor, e jejuando, o Espírito Santo disse, “Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.2-3). Assim, Antioquia da Siria torna-se a base para os missionários, em substituição a Jerusalém.

2. A estratégia missionária. Em um mundo multicultural, a questão da estratégia missionária deve ser levada em conta. Não somente enviar, mas quem enviar, quando enviar e como enviar. Por exemplo, Paulo e Barnabé poderiam ter adotado a estratégia errada na obra missionária quando intentaram pregar na Ásia e Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7). Foi o Espírito Santo que decidiu quem deveria ouvir o Evangelho naquela circunstância (At 16.9). Ponderamos aqui que, muitas vezes, é possível que agências missionárias e igrejas adotem uma estratégia errada no envio de missionários. Não basta só o desejo de fazer missões, mas é preciso buscar a orientação do Espírito Santo a respeito de como isso deve ser feito.

- O Espírito Santo é a 3ª Pessoa da Trindade, assim possui os mesmos atributos das outras duas pessoas, como “personalidade”. Muitas pessoas pensam que o Espírito Santo é uma mera força intocável, ou apenas uma misteriosa influência que ninguém define. Essa opinião está bem longe da verdade, pois o Espírito Santo é uma pessoa, a Terceira Pessoa da Trindade (Jo 14.1,9,17; Mt 3.13-17). Ter personalidade implica na qualidade ou fato de ser uma pessoa. Quanto ao Espírito Santo, isto é um fato descrito na Bíblia, tanto quanto a personalidade do Pai e do Filho. As igrejas primitivas o conheciam como uma pessoa Divina, que poderia ser seguida (At 13.2), e com quem poderiam ter comunhão (2Co 13.13; 1Jo 5.7). Pode se dizer que a personalidade existe quando se encontram em uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda, auto-consciência e auto-determinação. Quando um ser possui atributos, propriedades e qualidades de personalidade, então esta se pode atribuir a esse Ser inquestionavelmente. Características pessoais são atribuídas ao Espírito Santo. Por características não nos referimos a mãos, pés ou olhos, pois essas coisas denotam corporeidade, mas, antes, qualidades como: conhecimento, sentimento e vontade, que indicam personalidade. Uma forma corpórea não se faz necessário para que haja personalidade. Entretanto, encontramos os três seguintes atributos numa personalidade:

a. Intelecto — habilidade para pensar (Rm 8 27; I Co 2:10,11 13; 12:8).

b. Sensibilidade — habilidade para sentir (Is 63.10, Rm 15.30; Ef. 4.30).

c. Volição — habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11).

Em Atos 13.1-3 começam as viagens missionárias de Saulo que, daqui em diante, será chamado Paulo. (Saulo era o nome grego derivado do hebraico Saul. Paulo era o seu nome Romano. Ele tinha dupla cidadania, judeu romano). Paulo e Barnabé estão servindo ao Senhor na cidade de Antioquia da Síria. Ambos faziam parte do grupo de profetas e mestres. Saulo (Paulo) e Barnabé são separados pelo Espírito Santo para a obra missionária. Podemos notar aqui, duas condições para ser separado ou escolhido por Deus para a obra missionária:

1. (Atos 13:2) A pessoa deve estar SERVINDO o Senhor. Isto significa que o enfoque desses homens era o Senhor. A prova de quem serve o Senhor é SERVIR A IGREJA. Eles serviam como profetas e mestres na igreja. Não eram preguiçosos e alheios. Eram homens fiéis a Deus e dedicados na igreja, tinham um MINISTÉRIO.

2. (Atos 13:2) A pessoa tem que ter CERTEZA DE SEU CHAMADO. (1Cor.7.17,20,23,24; 2Tm. 1.6-11) É óbvio que o jejum (abstenção de comida) e oração, sempre estão ligados e tendo como base um propósito.

 

CONCLUSÃO

Encerramos esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz toda a diferença no cumprimento da vocação missionária da Igreja. Sem a ação do Espírito Santo, a igreja local está desabilitada para cumprir sua missão. O Espírito Santo é a força-motriz do Corpo de Cristo em sua dimensão local. Sem o Espírito Santo, a igreja não vai a lugar algum.

- O pré-requisito para o cumprimento da tarefa missionária é o poder do Espírito Santo (At 1.8). Precisamos de um poder sobrenatural para lutar contra um inimigo sobrenatural. Com a vinda do Espírito, a Igreja compreendeu as palavras de Jesus:  em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Jo 14.12). No discurso que contém esse versículo, o Espírito Santo é central (Jo 14.16), e os discípulos devem esperá-lo. Ele não é apenas o autor, mas também o realizador de missões. Com sua vinda sobre os primeiros discípulos houve o sinal sobrenatural de “línguas”, que indicava claramente que o Evangelho deveria ser pregado a todas as raças e nações. Podemos dizer que o Espírito garante o sucesso missionário no mundo.

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos revelam?

Revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da primeira igreja como uma necessidade imperiosa.

2. O que podemos afirmar de acordo com o contexto literário de Lucas?

Podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção.

3. De acordo com a lição, o que a doutrina pentecostal clássica afirma em relação às línguas?

Afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no Espírito Santo.

4. De acordo com a lição, por que não havia separação entre líderes e membros na questão da capacitação do Espírito Santo?

Porque pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se observa em Lucas é que o revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17). Fica patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo.

5. O que chama atenção na narrativa de Atos 13?

O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do Espírito Santo no envio missionário.