TEXTO ÁUREO
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2)
Entenda o Texto Áureo:
- a palavra. Toda a
Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na
Bíblia (2Tm 3.15-16; At 20.27). insta.
A palavra grega tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender (Lc
2.9; At 12.7) ou, sobrevir (Lc 20.1; At 4.1; 6.12; 23.27). Aqui a forma do
verbo sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era
usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda
que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas
para um pregador fiel (Jr 20.9; At 21.11-13; Ef 5.15-16; 1Pe 3.15). quer seja oportuno, quer não. O pregador
fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também
em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não.
Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço
na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de
proclamar a Palavra de Deus. corrige,
repreende. O aspecto negativo da pregação da Palavra (a
"repreensão" e a "correção"; cf. 3.16). A palavra grega
traduzida por “corrige" refere-se à correção da conduta ou da falsa
doutrina com o uso cuidadoso de argumentos bíblicos para ajudar a pessoa a entender
o erro de suas ações. A palavra grega traduzida por “repreende" tem mais a
ver com a correção dos motivos da pessoa ao convencê-la de seu pecado e levá-la
ao arrependimento. exorta... dou
trina, O aspecto positivo da pregação (o "ensino" e a
“educação", cf. 3.16).
VERDADE PRÁTICA
Pregar a
Palavra de Deus é a sublime missão da Igreja. É por intermédio do ministério da
Palavra que vidas são salvas, transformadas e edificadas.
Entenda a Verdade Prática:
- Uma apresentação clara da mensagem do evangelho deve preceder a
verdadeira fé salvadora. A verdadeira fé sempre tem conteúdo — a Palavra
revelada de Deus. A salvação vem para aqueles que ouvem o evangelho e creem nos
seus fatos (Rm 10.17).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 4.1-5
1 CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus
Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
- 4.1 Conjuro-te. Ou
melhor "ordeno-te". O termo grego carrega a ideia de dar uma ordem ou
diretriz obrigatória (cf. 2.14; ITm 1.18; 5.21). perante Deus e Cristo Jesus. A construção gramatical também permite
a tradução "na presença de Deus, e até de Cristo Jesus", que
provavelmente é a melhor interpretação, uma vez que ele está prestes a ser
apresentado como o juiz (cf. Jo 5.22). Todos os que ministram a Palavra de Deus
estão sob o escrutínio onisciente de Cristo (2Co 2.17; Hb 13.17). Cristo... que há de julgar. A construção
gramatical sugere iminência — no sentido de que Cristo está prestes a julgar.
Paulo está enfatizando a responsabilidade única que todos os cristãos, e especialmente
os que ministram a Palavra de Deus, têm para com Cristo como Juiz. O serviço a
Cristo é feito sob o seu olhar vigilante e sabendo que ele, como Juiz,
determinará um dia o valor das obras de cada cristão (1Co 3.12-15; 4.1-5; 2Co 7.10).
Não se trata de um julgamento para condenar, mas para avaliar. Quanto à
salvação, os cristãos já foram julgados e declarados justos — não mais estão
sujeitos à condenação do pecado (Rm 8.1-4). vivos e mortos. Por fim, Cristo julgará todos os homens em três
cenários distintos:
1) o julgamento dos
cristãos após o arrebatamento (1Co 3.12-15; 2Co 5.10);
2) o julgamento das ovelhas
e dos cabritos, ou julgamento das nações, no qual os cristãos serão separados dos
incrédulos (Mt 25.31-33, que determina a entrada no reino milenar; e
3) o julgamento diante
do grande trono branco que se aplica somente aos incrédulos (Ap 20.11-15).
Aqui o apóstolo se refere ao julgamento num sentido geral, incluindo todos
esses elementos. manifestação.
O significado literal da palavra grega traduzida por "manifestação" é
"resplendor" e era usada pelos gregos antigos como referência à
suposta aparição de um deus pagão aos homens. Aqui Paulo está se referindo em
geral à segunda vinda de Cristo, quando ele "há de julgar vivos e
mortos" e estabelecer seu reino milenar e eterno.
2 Que pregues
a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.
- a palavra. Toda a
Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na
Bíblia (2Tm 3.15-16; At 20.27). insta.
A palavra grega tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender (Lc
2.9; At 12.7) ou, sobrevir (Lc 20.1; At 4.1; 6.12;23.27). Aqui a forma do verbo
sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era usada
como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda que
estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas
para um pregador fiel (Jr 20.9; At 21.11-13; Ef 5.15-16; 1Pe 3.15). quer seja oportuno, quer não. O pregador
fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também
em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não.
Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço
na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de
proclamar a Palavra de Deus. corrige,
repreende. O aspecto negativo da pregação da Palavra (a
"repreensão" e a "correção"; cf. 3.16). A palavra grega
traduzida por “corrige" refere-se à correção da conduta ou da falsa
doutrina com o uso cuidadoso de argumentos bíblicos para ajudar a pessoa a entender
o erro de suas ações. A palavra grega traduzida por “repreende" tem mais a
ver com a correção dos motivos da pessoa ao convencê-la de seu pecado e levá-la
ao arrependimento. exorta... dou
trina, O aspecto positivo da pregação (o "ensino" e a
“educação", cf. 3.16).
3 Porque virá tempo
em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
- 4.3 não suportarão.
Refere-se a manter-se firme em meio à adversidade e pode ser traduzido por
"tolerar". Paulo adverte Timóteo aqui, dizendo que, nos tempos perigosos
dessa era, muitas pessoas se tornariam intolerantes para com a pregação
confrontante e exigente da Palavra de Deus (1Tm 1.9-10). a sã doutrina. Veja em 1.13; ITm
4.6; Tt 2.1. as suas próprias cobiças...
coceira nos ouvidos. Os crentes nominais e pretensamente cristãos na
igreja seguem seus próprios desejos e cercam-se de pregadores que lhes oferecem
as bênçãos de Deus à parte do perdão divino da salvação divina à parte do
arrependimento por parte deles. Sentem coceira para serem entretidos com
ensinos que irão produzir sensações agradáveis e fazê-los se sentirem bem com
relação a si mesmos. Seu objetivo é que os homens preguem "segundo as suas
próprias cobiças". Sob essas condições, os ouvintes vão ditar o que lhes
deve ser pregado, em vez de ser Deus quem dita isso por meio de sua Palavra..
4 E desviarão
os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
- 4 .4 fábulas.
Referem-se às falsas ideologias, perspectivas e filosofias apresentadas em
várias formas que se opõem à sã doutrina (1Tm 1.4; 4.7; cf. T t 1.14; 2Pe
1.16).
5 Mas tu, sê
sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério.
- 4.5 um evangelista.
Usada somente outras duas vezes no NT (At 21.8 ; Ef 4.11), essa palavra sempre
se refere a um ofício específico do ministério cujo objetivo é pregar o evangelho
aos não cristãos. Com base em Ef 4.11, supor que todas igrejas teriam
mestres-pastores e evangelistas é algo fundamental, contudo, o verbo
relacionado, "pregar o evangelho", e o substantivo relacionado,
"evangelho", são usados no NT não somente com relação aos
evangelistas, mas também ao chamado de todo cristão, especialmente de
pregadores e mestres, de proclamar o evangelho. Paulo não chamou Timóteo para
exercer o ofício de um evangelista, mas para fazer o "trabalho de um
evangelista".
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos a importância da pregação bíblica, denominada também como “Ministério
da Palavra”. Nesse aspecto, para refletir a glória de Deus, a pregação precisa
manter o propósito para a qual foi estabelecida: revelar Deus e educar a
igreja. Por isso, podemos afirmar que o Ministério é importante, pois assim a
igreja é edificada e moldada pelos valores do Reino. Uma igreja em que a
Palavra de Deus não tem primazia, tanto na ação evangelística quanto na
discipuladora, é uma igreja fraca. Portanto, a natureza da pregação precisa ser
bíblica e cristocêntrica. Em outras palavras, deve possuir sólidos fundamentos.
- Paulo em Romanos 10.14-17, corretamente observa que tudo remonta à
pregação do evangelho, e os pregadores devem ser enviados – tanto por Deus
quanto pela comunidade cristã em geral. E
como ouvirão, se não houver quem pregue? É concebível que Deus pudesse ter
escolhido qualquer meio para a vinda da mensagem de salvação, como mensageiros
angelicais ou trabalhar diretamente sem um pregador humano. No entanto, a
maneira “normal” de Deus de trazer pessoas a Jesus Cristo é por meio da
pregação do evangelho, sobretudo, uma pregação cristocêntrica! Toda pregação
fiel é cristocêntrica. Em 1 Coríntios 2.2 Paulo escreveu: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado”. O apóstolo Paulo apresentava Cristo em todas as suas
pregações. Ele não forçava nem adulterava o texto para pregar Cristo, mas o
fazia porque o Senhor é encontrado, direta ou indiretamente, em toda a bíblica.
O centro das Escrituras é Cristo e seu sacrifício. Todo o desenvolvimento da
revelação se deu mediante este cerne, Jesus.
PALAVRA-CHAVE:
PREGAÇÃO
- A fé em Cristo é o resultado de ouvir a palavra e a doutrina de Deus
pregadas. Ninguém pode ser salvo à parte da obra de Cristo e, consequentemente,
também é impossível que alguém creia em Cristo para a salvação sem ouvir a
verdade de Sua santa, inerrante e infalível Palavra! Por isso, “não se envergonhe do evangelho, porque é o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” (Rm 1.16)
I. MINISTÉRIO
DA PALAVRA E SEU PROPÓSITO
1. A
pregação como Proclamação. O propósito mais sublime do Ministério da Palavra
está no fato de ele revelar Deus às pessoas. Frequentemente as Escrituras se
referem a esse aspecto da pregação como sendo uma “proclamação”. O verbo grego
keryssô, traduzido como “proclamar”, é usado nesse sentido em vários textos do
Novo Testamento (Mt 3.1; 4.23; Lc 4.18; At 8.5; Rm 10.8). Nesse aspecto, a
pregação tem o propósito de revelar Deus às pessoas (1 Co 1.21). Esse fato por si
só mostra a grandiosidade da pregação: trazer o conhecimento de Deus.
- A pregação é um testemunho pessoal com o
objetivo de comunicar fé e convicção. Deus, de maneira sábia,
estabeleceu que os homens não poderiam vir a conhecê-lo por meio da sabedoria humana.
Isso exaltaria o ser humano, de modo que Deus planejou salvar os pecadores
impotentes por meio da pregação de uma mensagem tão simples que os "sábios
do mundo" a consideraram loucura (Rm 1.18-23). Deus se revela a humanidade
de duas formas: Geral e Especial. A revelação geral se refere às verdades
gerais que podemos aprender sobre Deus através da natureza. A revelação
especial se refere às verdades mais específicas que podemos aprender sobre Deus
através do supernatural. Em relação à revelação geral, Salmos 19.1-4 declara: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma
noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e
deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua
voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.” De acordo com essa
passagem, a existência e o poder de Deus podem ser vistos claramente através da
observação do universo. A ordem, detalhes e maravilha da criação falam da
existência de um Criador poderoso e glorioso. A revelação especial é como Deus
escolheu Se revelar através de meios milagrosos. Ela inclui aparições físicas
de Deus, sonhos, visões, a Palavra escrita de Deus e mais importante – Jesus
Cristo. A Bíblia registra Deus aparecendo de forma física várias vezes (alguns
exemplos: Gn 3.8; 18.1; Êx 3.1-4; 34.5-7). A Bíblia registra Deus falando a
pessoas através de sonhos (Gn 28.12; 37.5; 1Rs 3.5; Dn 2) e visões (Gn 15.1; Ez
8.3-4; Dn 7; 2Co 12.1-7). Uma parte importante da revelação de Deus é a Sua
Palavra, a Bíblia, a qual também é uma forma de revelação especial. Deus de
forma milagrosa guiou os autores das Escrituras a registrarem corretamente a
Sua mensagem à humanidade, ao mesmo tempo usando os seus estilos e
personalidades. A palavra de Deus é viva e ativa (Hb 4.12). A Palavra de Deus é
inspirada, útil e suficiente (2Tm 3.16-17). Deus determinou que a verdade sobre
Si mesmo seria registrada na forma escrita porque sabia da imperfeição e falta
de confiabilidade da tradição oral. Ele também sabia que os sonhos e visões dos
homens poderiam ser mal interpretados e as lembranças desses sonhos
distorcidas. Deus decidiu revelar através da Bíblia tudo que a humanidade
precisava saber sobre Ele, o que Ele quer e o que tem feito por nós. Ele também
tem prometido sustentá-la e preservá-la por todos os tempos. Diante disso,
percebemos que a revelação especial é indispensável para a salvação. Por quê? Porque
a revelação especial fornece o conhecimento necessário para a salvação. Na
revelação especial todas as coisas necessárias para a salvação estão claras. Na
revelação especial, tudo que alguém precisa saber para ser um cristão, viver
como cristão e crescer como cristão está claro. Louvamos ao Senhor Deus por sua
revelação especial.
2. O caso
emblemático de Lídia (At 16.14). Enquanto Lídia ouvia a pregação feita por
Paulo, o Senhor abriu-lhe o coração. A pregação foi o instrumento que Deus usou
para se revelar àquela mulher e o resultado disso foi a sua conversão. Deus é
glorificado na revelação de sua Palavra. Esse fato é destacado por Paulo na sua
Carta aos Romanos: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus” (Rm 10.17). Assim, devemos nos conscientizar de que a pregação da Palavra
de Deus é mais do que uma simples exposição de ideias, mais do que um discurso
inflamado; ela é o canal pelo qual Deus se revela ao coração endurecido.
- O texto de
At 16.14 mostra que a inclinação do coração para a verdade não se origina na
vontade do homem. A primeira disposição para se voltar para o Evangelho é uma
obra da graça. Observe aqui o lugar designado para “dar atenção” ou “atenção” à
verdade – aquela espécie de atenção que consiste em ter toda a mente absorta
com ela, e em apreendê-la e beber nela, em seu caráter vital e salvador. É
importante ressaltar que a fé verdadeira vem de ouvir da Palavra de Deus (Rm
10.17). Paulo Anglada citando Peter Y. De Jong nos lembra que embora tenhamos
uma concepção elevada da pregação, a fé dos reformadores não atribui à palavra
pregada eficácia automática, mecânica ou mágica e nem a associa primordialmente
às habilidades e capacidades pessoais do pregador. Segundo a teologia da
Reforma, a eficácia da pregação depende fundamentalmente da operação do
Espírito Santo e da responsabilidade humana do pregador e dos ouvintes. A
eficácia da pregação depende fundamentalmente da obra do Espírito, que ocorre
em três momentos: na preparação do sermão, na entrega da mensagem e na recepção
da mensagem quando pregada.
3. A
pregação como instrução. As pessoas
que foram alcançadas pela proclamação da Palavra precisam crescer e amadurecer
no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas. É significativo
o fato de que o ministério de Jesus tenha o ensino como um dos fundamentos: “E
percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas” (Mt 4.23). No
sermão do Monte, Jesus também “ensinava” seus discípulos (Mt 5.2). Assim também
o apóstolo Paulo gastou grande parte de seu tempo ensinando os crentes (At
18.11). Paulo chegou mesmo a exigir de alguém que tivesse pretensão ministerial
que fosse “apto para ensinar” (1 Tm 3.2). Tudo isso mostra a importância do
ministério do ensino e a responsabilidade de quem o exerce.
- É interessante ressaltar que a Bíblia ensina que
todos os crentes devem instruir uns aos outros. Em Romanos 15.14, Paulo
escreve: “E certo estou, meus irmãos,
sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de
todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros”.
Semelhantemente, ele exorta os colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria” (3.16). Todo crente é
chamado para que “fale cada um a verdade
com o seu próximo” (Ef 4.25), e ainda: “exortai-vos
mutuamente cada dia” (Hb 3.13). Isso não significa que todos são chamados a
exercer o cargo de presbítero ou diácono. Deus reservou esses ofícios para os
homens que atendam às qualificações bíblicas (At 6.3; 1Tm 2.12; 3.1-13; Tt
1.5-9). Mas isso significa que, em qualquer situação que nos encontremos,
devemos instruir uns aos outros de acordo com as verdades da Escritura.
II. O
MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA IMPORTÂNCIA
1. A
edificação da igreja. A Palavra tem a importante função de edificar a
igreja. Essa edificação vem pelo confronto que o Espírito Santo traz pelo
ministério da Palavra, que exorta e consola. Às vezes isso pode vir em um tom
de elogio (1 Co 11.2) ou em uma forte repreensão (1 Co 11.17). O termo grego
paraklésis, traduzido como “exortar” e “consolar”, significa um “chamado para
“ajudar” e “encorajar”. Ele ocorre com muita frequência no Novo Testamento,
sendo a maioria das vezes no contexto da igreja. Assim, vemos Paulo solicitando
a Timóteo que persistisse em ler, ensinar a Palavra e “exortar” (1 Tm 4.13) e
Lucas destacando que a igreja andava na “consolação do Espírito Santo” (At
9.31). Em ambos os textos se pressupõe o ministério da Palavra como instrumento
de exortação e edificação.
- Para conseguir bons resultados, aquele que está
com esta responsabilidade na Igreja local não pode vaguear em temas extra
bíblicos, mas se concentrar em duas situações chaves: Primeiro deve ser
Cristocêntrico. A falta de observância deste elemento, é que está a falir
muitos púlpitos da atualidade, levando muitos a se chamarem discípulos só
porque frequentam igrejas, mas não porque seguem efetivamente a Cristo. Isso
explica porque hoje temos muitos “homens e mulheres de Deus”, mas poucos servos
genuínos e poucos verdadeiros discípulos. O verdadeiro discipulado, produz
seguidores que “trazem no seu corpo as
marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17). Segunda linha de responsabilidades daquele
que foi chamado para o Ministério da Palavra: Redarguir, repreender, exortar.
Redarguir: Esta palavra segundo o
dicionário universal significa replicar, retorquir. É trabalho do pastor,
refutar e expor todo erro ou qualquer forma de desvio pessoal ou coletivo através
do padrão de conduta estabelecido por Deus, garantindo a salvaguarda de todos
fundamentos bíblicos como única regra de fé e conduta. O Espírito Santo é que
faz primeiramente esta obra. Ele somente nos usa como instrumentos do discurso
ao mesmo tempo que ele lida com o coração do Homem, convencendo do pecado, da
justiça e do Juízo.
Repreender: Esta palavra segundo o
dicionário universal significa admoestar, censurar. É também trabalho dele
garantir que a vida dos crentes esteja de acordo com os princípios vertidos por
Deus conforme nos foram entregues pelos profetas e apóstolos, a fim de que eles
caiam em si e se arrependam.
Exortar: Esta palavra segundo o
dicionário universal significa animar, encorajar com palavras, persuadir. Esta
função tem como objetivo animar os discípulos a continuarem na forma de
doutrina que receberam, não se deixando demover facilmente da pura doutrina,
levados em redor por todo vento de doutrinas e filosofias vãs. (2Ts 2.1,2).
Também entra aqui a função do Ensino; Combinado com
a ministração da Palavra para redarguir, repreender e exortar, está o ensino.
Esmero para que através do ensino, levar os discípulos `a maturidade cristã. A
pregação vai fortalecer a fé de alguns e despertá-la em outros para crerem no
Senhor Jesus, mas só o ensino pode aperfeiçoar os santos.
2.
Formação de valores. A pregação é importante instrumento para
formação de uma consciência cristã. A guerra cultural travada nos últimos anos
contra a fé cristã mostrou a necessidade de a igreja firmar cada vez mais os
seus valores. Isso, contudo, só pode acontecer de forma eficaz por meio da formação
de uma consciência cristã fundamentalmente bíblica. Isso significa que a igreja
precisa mostrar, de forma bem didática, sua forma de pensar, crer e agir, ou
seja, é preciso definir sua cosmovisão, isto é, sua visão de mundo. Uma visão
que seja diferente à da cultura secular. Esta, por sua vez, sempre se mostrou
hostil ao povo de Deus. Do contrário, não seremos capazes de resistir a
inversão de valores por ela disseminada.
- Em nosso tempo as pessoas têm vivido para o mundo
e seguindo os padrões do mundo. Essa maneira de viver, essa visão de mundo,
recebe o nome de secularismo. A seguir há uma definição um pouco mais
abrangente de secularismo. Secularismo é um modo de vida e de pensamento que é
seguido sem referência a Deus ou à religião. A raiz latina saeculum referia-se
a uma geração ou a uma era. “Secular” veio a significar “pertencente a esta
era, mundana”. Em termos gerais, o secularismo envolver uma afirmação das
realidades imanentes deste mundo, lado a lado com uma negação ou exclusão das
realidades transcendentes do outro mundo. É uma cosmovisão e um estilo de vida
que se inclina para o profano mais do que para o sagrado, o natural mais do que
o sobrenatural. O secularismo é uma abordagem não religiosa da vida individual
e social. Os valores adotados pelo mundo secular incluem riqueza, poder,
prazer, vingança, fama, vaidade e status. Essas são as coisas mais importantes
para as pessoas que não percebem poder ou propósito além de si mesmas. Os
valores seculares promovem ciúmes, ressentimentos e conflitos entre as pessoas
de acordo com os propósitos de Satanás (Jo 8.44, At 5.3, Rm 16.17-20, 2Co 4.4,
Ef 2.1-3, 4.25-32, 2Tm 2.22-26, 1Jo 3.8-10). Os valores cristãos, originados
nas Escrituras, são frequentemente o oposto dos valores mundanos: bondade e respeito
por todas as pessoas, em vez de poder; humildade em vez de status; honestidade
e generosidade em vez de riqueza; autocontrole em vez de autoindulgência;
perdão em vez de vingança. Os valores cristãos promovem paz e boa vontade entre
as pessoas, de acordo com os propósitos de Deus. Nunca alcançaremos a perfeição
nesta vida, mas as pessoas que se esforçam para obedecer a Deus frequentemente
encontram um sentimento de alegria e paz que nenhuma recompensa do mundo pode
igualar!
3.
Resistindo diante de uma cultura sem Deus.
Jesus
censurou seus discípulos, chamando-os de “geração perversa” porque os viu
agindo com incredulidade (Mt 17.17)- A influência de uma cultura sem Deus havia
atingido negativamente os que andavam com Jesus. Por sua vez, no Pentecostes,
Pedro também exortou seus ouvintes a salvarem-se daquela “geração perversa” (At
2.40). Assim também Paulo escreveu que Demas, um amigo de Ministério, havia
amado aquela presente era e o abandonou (2 Tm 4.10). Esse mesmo apóstolo
exortou os crentes de Roma a não se conformarem com aquela presente era (Rm
12.2). Nas duas últimas referências, a palavra grega aion, traduzida como “era”
ou “século”, é uma referência clara a uma cultura sem Deus.
- Temos visto o colapso de estruturas tradicionais,
principalmente a família e a igreja. A ciência tem influenciado cada vez mais o
pensamento contemporâneo, causando também uma busca desenfreada por aquilo que
a tecnologia oferece ao homem. Valores morais têm sido substituídos por desejos
imorais, que cada vez mais são vistos pela sociedade em geral como coisas
“naturais”. Essa inclinação para o profano, em vez do sagrado, tem contaminado
a igreja de um modo cada vez mais abrangente, enfraquecendo aquela que deve
transmitir a mensagem da verdade. A própria verdade, de acordo com a cosmovisão
secular, é relativa. O baluarte da verdade (1Tm 3.15) tem sido mortalmente
afetado pela corrosão de um modo de vida e cosmovisão distantes de Deus.
Vivemos “tempos difíceis” (2Tm 3.1). É
muito triste constatar a realidade de que um grande número de cristãos, têm se
secularizado, têm dado enorme valor às coisas do mundo, em detrimento das
coisas de Deus. Jesus, em sua oração sacerdotal, pediu ao Pai que não fôssemos
retirados do mundo, mas que fôssemos libertos do mal (Jo 17.15). Isso porque
temos a missão de ser sal e luz para este mundo (Mt 5.13-16). Se temos a mente
de Cristo, devemos seguir o que o apóstolo Paulo disse aos colossenses:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá
do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do
alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2). Nós morremos em Cristo para
viver para ele. O Senhor nos concede vida, e vida em abundância (Jo 10.10).
Precisamos abandonar os atrativos seculares para desfrutar das maravilhosas
riquezas que temos em Cristo Jesus.
III. O
MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA FUNDAMENTAÇÃO
1. Deve
ser cristocêntrico.
Bíblia diz que “descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (At
8.5). A pregação precisa ser cristocêntrica. Cristo é o centro da Bíblia (Lc
24.27), o centro da mensagem dos profetas: “indagando que tempo ou que ocasião
de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente
testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes
havia de seguir” (1 Pe 1.11). Assim, o alvo da pregação é revelar Cristo.
Apoio, por exemplo, era conhecido por sua eloquência e capacidade de mostrar
que o Cristo prometido nas Escrituras hebraicas era Jesus de Nazaré: “Porque
com grande veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas
Escrituras que Jesus era o Cristo” (At 18.28). Dizendo isso, precisamos
destacar que a forma e os métodos usados para a exposição das Escrituras são
importantes. Contudo, o mais importante é a revelação do seu conteúdo, Cristo
Jesus.
- “Atualmente
há uma profusão de pregadores, os quais apresentam todo tipo de mensagens. Há
pregações centralizadas no próprio pregador, nas necessidades emocionais e
materiais dos ouvintes, nos interesses da denominação a que pertence o
pregador, etc. Geralmente, tais pregações são desprovidas de respaldo bíblico,
sendo tendenciosas e perniciosas. O texto bíblico de Atos 4.1 a 22 faz
referência à prisão de dois pregadores da era apostólica: Pedro e João. Eles
foram presos pelas autoridades judaicas por causa da proclamação e das obras
que realizavam. A igreja é portadora de uma mensagem que precisa ser pregada a
tempo e fora de tempo. E, para não incorrer nos erros de tantos pregadores que
por aí estão, é necessário considerar o ensino bíblico acerca da mensagem a ser
pregada. A mensagem tem de ser, necessariamente, cristocêntrica. Lucas afirma
que os apóstolos, “todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de
ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo.” (At 5.42). Na primeira Carta aos
Coríntios, Paulo fala sobre o conteúdo de sua pregação, dizendo: “Nós pregamos
a Cristo crucificado.” (I Co 1.23). A proclamação apostólica era
inconfundivelmente cristocêntrica. Paulo considera anátema, isto é, maldito, aquele
que prega outro evangelho que vá além do puro e autêntico evangelho de Cristo
(Gl 1.1-9). Sendo assim, a igreja deve zelar pela qualidade do evangelho
anunciado, pois, hoje, é grande a tentação de falsificar a mensagem para que
ela se torne mais atraente. O que ocorre, muitas vezes, não é evangelização,
mas uma jogada de marketing religioso, visando vantagens financeiras. O
conteúdo da nossa mensagem tem de ser a Pessoa de Cristo. Conforme o versículo
12, Pedro e João disseram: “nenhum outro nome foi dado entre os homens pelo
qual importa que sejamos salvos.” O evangelho que devemos pregar aponta a única
possibilidade estabelecida por Deus para que o homem seja liberto dos seus
pecados e da condenação, alcançando a salvação: Jesus. Atualmente, muitas pregações
prometem às pessoas a felicidade com base apenas em bênçãos materiais. Tais
mensagens não colocam o arrependimento de pecados e a rendição a Cristo como
fatores decisivos para o encontro da felicidade. Aqueles que se deixam iludir
por essas pregações deturpadas, muitas vezes se perdem num emaranhado de ideias
e práticas antibíblicas, sem descobrir que “há um só Deus e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em
resgate por todos.” (I Tm 2.5,6). Não podemos e nem precisamos adulterar a
nossa pregação, pois a mensagem cristocêntrica é suficiente. Pedro e João foram
presos por causa da pregação do evangelho. As autoridades lhes ordenaram que
não mais pregassem. Porém, com firmeza e determinação, eles responderam:
“Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus;
pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (vv.19,20).
Com base no testemunho deles, concluímos que não podemos nos omitir na tarefa
de fazer conhecido o Nome de Cristo. Essa tarefa é inevitável e intransferível,
pois, para esse propósito fomos feitos discípulos, fomos vocacionados e
comissionados. Como afirma o apóstolo Pedro, “vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.” (I Pe 2.9)” Rev. Eneziel Peixoto Andrade. Disponível em: https://ipbguacui.org.br/2016/06/19/a-pregacao-cristocentrica/.
2. Deve
ser bíblico.
Vivemos em um tempo em que a pregação em muitos espaços virou um modismo.
Parece que temos “pregadores” em demasia, mas o que se passa por pregação na
maioria das vezes não o é. Na verdade são mensagens de autoajuda com um verniz
de pregação. Esse tipo de mensagem é atraente porque amacia o ego e geralmente
consegue muitos seguidores nas redes sociais para quem se vale dessa técnica.
Contudo, não são pregações de verdade porque não há nelas uma exposição de um
conteúdo bíblico. A ênfase está na performance, forma ou modo de se exibir a
temática a ser abordada. O objetivo quase sempre é financeiro (Fp 3.19; 1 Tm
6.9). A doutrina do pecado, o apelo por uma vida separada do mundo e dedicada a
Deus são esquecidos (2 Co 6.17). Essa modalidade de pregação opõe-se ao
verdadeiro Evangelho de Cristo. É uma mensagem sem cruz (Gl 6.14-16). Na
verdade, esse tipo de pregação glorifica os homens que são amantes de si mesmos
(2 Tm 3.1-5).
- Pregação é essencial para os cristãos, essencial
na igreja, essencial para a adoração, essencial no culto cristão. Mas o que
temos visto hoje é uma pregação de autoajuda. As pregações de autoajuda não se
fundamentam nas Escrituras e seu conteúdo deriva dos pensamentos de seus
proponentes. Sendo assim, o que despejam sob seu público ludibriado não é “útil para o ensino, para a repreensão, para
a correção e para a educação na justiça” (2Tm 3.16). Para que serve, então,
esse tipo de pregação? Muito simples: serve para criar pessoas mimadas, rasas e
idólatras. Quando se esvazia a pregação da Palavra da Verdade, os mortos seguem
em suas sepulturas, entregues aos seus desejos egoístas e a toda espécie de
imundícia. Ao se esvaziar a pregação do alimento sólido, que é a Palavra de
Deus, os desnutridos seguem definhando e permanecerão dessa forma, cadavéricos,
errantes, assim como são seus pregadores, a quem Judas chama de “nuvens sem água impelidas pelos ventos;
arvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas,
desarraigadas” (Jd 12).
CONCLUSÃO
Após a
exposição desta lição, constatamos que a igreja precisa manter-se fiel ao
ministério da Palavra. Isso só pode ser feito por meio de uma pregação
genuinamente bíblica que reflita os valores do Reino de Deus. Para isso, não há
atalhos. Numa cultura cada vez mais hostil à fé cristã, a igreja necessita
proclamar as verdades do Reino por meio da poderosa pregação da Palavra de
Deus.
- O Espírito Santo usa nossas palavras, mas é o
trabalho dele e não o nosso que produz efeito no íntimo oculto da vontade humana.
Paulo escreveu: “Deus… resplandeceu em
nosso coração para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de
Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.6, 7). A glória da pregação é que
Deus realiza sua vontade por intermédio dela, mas somos sempre humilhados e
ocasionalmente confortados com o conhecimento de que ele age além das nossas
limitações humanas.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Em que fato o propósito mais
sublime da Igreja está amparado?
O
propósito mais sublime do Ministério da Palavra está no fato de ele revelar
Deus às pessoas.
2. O que as pessoas, que foram
alcançadas pelo Evangelho, precisam fazer?
As
pessoas que foram alcançadas pela proclamação da Palavra precisam crescer e
amadurecer no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.
3. Qual é a função da Palavra na
igreja?
A
Palavra tem a importante função de edificar a igreja. Essa edificação vem pelo
confronto que o Espírito Santo traz pelo ministério da Palavra, que exorta e
consola.
4. O que a igreja precisa mostrar de
forma bem didática?
O que
significa que a igreja precisa mostrar, de forma bem didática, sua forma de
pensar, crer e agir, ou seja, é preciso definir sua cosmovisão, isto é, sua
visão de mundo.
5. De acordo com a lição, qual é o
alvo da pregação?
O alvo
da pregação é revelar Cristo.