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9 de março de 2024

REVISTA JOVENS - Lição 11: A doutrina deve fazer parte do culto

 

TEXTO PRINCIPAL

A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. (Cl 3.16)

Entenda o Texto Principal:

- Habite, ricamente, em vós. "Habitar" quer dizer "morar em" ou "estar em casa" e "ricamente" pode ser traduzido de maneira mais completa por "abundantemente ou extravagantemente rico". A Escritura deve permear cada aspecto da vida do cristão e controlar todo pensamento, palavra e ação (cf. SI 119.11; Mt 13.9; Fp 2.16; 2Tm 2.15). Esse conceito é semelhante a ser cheio do Espírito em Ef 5.18, uma vez que os resultados de cada um são os mesmos. Em Ef 5.18, o poder e a motivação para todos os efeitos é o enchimento do Espírito Santo; aqui, é a palavra que habita ricamente. Essas duas realidades são, na verdade, uma. O Espírito Santo enche a vida controlada pela sua palavra. Isso enfatiza que o enchimento do Espírito não é uma experiência de êxtase ou de emoção, mas um controle constante da vida por meio da obediência à verdade da Palavra de Deus. A palavra de Cristo. É a Escritura; o Espírito Santo inspirou a Escritura, a palavra de revelação que Cristo trouxe ao mundo, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais.

 

RESUMO DA LIÇÃO

A liturgia do culto a Deus deve respeitar e estar de acordo com as Escrituras Sagradas.

Entenda o Resumo da Lição:

- "Liturgia" é uma estrutura padrão para cultos religiosos públicos. A Escritura não delineia nenhuma forma padrão ao culto de adoração para a igreja. Ao mesmo tempo, várias passagens do Novo Testamento nos fornecem ingredientes importantes que devem fazer parte de uma igreja local saudável: Verdadeira comunhão (At 2.44-46); A observância das ordenanças: batismo de crentes e lembrança da Ceia (At 2.41, 42, 46; 1Co 11.23-32); A observância constante da doutrina dos apóstolos, a leitura da Palavra de Deus e o ensino/pregação da Palavra de Deus (At 2.42; 1Tm 4.13-16; 2Tm 4.2); Oração e louvor, com dependência da direção do Espírito Santo (At 2.42,47; 13.1-4; 1Tm 2.1-8; Ef 6.18); Evangelismo e discipulado, com todos os membros da igreja usando seus dons espirituais para servir a Cristo como parte do Corpo de Cristo (Mt 28.18-20; At 1.8; 1Tm 4.5; Ef 4.11-16; Rm 12.3-8).

 

TEXTO BÍBLICO

1 Coríntios 14.26-33

Entenda o Texto Bíblico:

26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça se tudo para edificação.

- 14.26-40 Nessa última seção a respeito das línguas, o foco está em como elas deveriam ser, sistematicamente, limitadas ao uso na igreja de maneira ordenada. Visando à discussão hipotética, é digno de atenção o fato de que, o dom de línguas em nossas reuniões hoje, não segue as ordens claras e reguladoras contidas nesses versículos.

14.26 um tem. Parece que a anarquia e a falta de ordem eram exuberantes nessa congregação (v. 33). O interessante é que nem anciãos nem pastores são mencionados, e os profetas não estavam nem mesmo exercendo o controle (veja vs. 29 ,32,37). Todos estavam participando da maneira como desejassem e "quando" desejavam. salmo. A leitura ou o canto de um salmo do AT. doutrina. Refere-se, possivelmente, a uma doutrina ou tema de interesse especial (v. 33). tem língua. O falar em línguas é uma das práticas que crentes pentecostais acreditam serem atuais com base nas Escrituras. Além da promessa de Jesus em Marcos 16 e da narrativa de Lucas em Atos, temos a carta de Paulo aos Coríntios como base para entender a prática do falar em línguas. revelação. Alguma palavra supostamente vinda de Deus, seja falsa ou genuína. interpretação. Refere-se à mensagem da língua. para edificação. Essa foi a maneira de Paulo colocar um fim à anarquia. A edificação é o objetivo, (cf. vs. 3-5,12,17,26,31) e o caos coríntio não conseguia tornar isso real (cf. ITs 5.11; Rm 15.2-3).

27 E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.

- 14.27-28 Esses versículos fornecem regras para o exercício do dom:

1) apenas duas ou três pessoas no culto;

2) falando, apenas, sucessivamente, uma d e cada vez; e

3) somente com um intérprete. Sem essas condições, a pessoa tinha de meditar e orar em silêncio.

28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.

29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.

- 14.29-31 Aqui, temos quatro regras para a pregação dos profetas:

1) somente dois ou três deviam falar;

2) os outros profetas tinham de julgar o que fora dito;

3) se, enquanto um estivesse falando, Deus concedesse a revelação, o que estivesse falando tinha de ceder àquele que ouviu de Deus; e

4) cada profeta tinha de esperar o outro acabar de falar para ter a sua vez.

30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.

32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.

- 14.32 Não apenas os profetas tinham de julgar os outros com discernimento, como também tinham de exercer controle sobre eles próprios. Deus não quer experiências fora do espírito ou fora da mente. Aqueles que recebiam e proclamavam a verdade tinham de ter a mente limpa. Nada havia de bizarro, extático, transcendental ou espantoso em receber e pregar a Palavra de Deus. como acontecia com as experiências demoníacas.

33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.

- 14.33 confusão. Aqui está a chave para todo o capítulo. A igreja em adoração a Deus deveria refletir o caráter e a natureza dele porque ele é um Deus de paz e harmonia, ordem e clareza, não de briga e confusão (Rm 15.33; 2Ts 3.16; Hb 13.20). como em todas as igrejas. Essa frase não pertence ao v. 33, mas ao começo do v. 34, como uma introdução lógica a um princípio universal para as igrejas.

 

INTRODUÇÃO

O culto é essencial na vida de um cristão. É nele que a comunhão é fortalecida, a edificação é possível, as responsabilidades cristãs são cumpridas em parte, o louvor congregacional acontece e a Palavra de Deus é pregada e ensinada. O culto cristão tem as suas normas, pois, pela sua Palavra, Deus orienta o seu povo a adorá-lo e de que forma deve fazê-lo. Mesmo nas diversidades, pessoais e culturais, a ordem do culto deve ser respeitada, principalmente no que se refere à centralidade das Escrituras no culto a Deus.

- Culto é um ato de resposta à ação bondosa de Deus, que nos chamou com finalidade bem clara: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). Por isto, aquele que se relaciona com Deus deve lembrar que o culto a Deus é o fruto natural (no sentido de normal) da comunhão com Jesus Cristo. A Escritura afirma que Deus deseja ser adorado "em espírito e em verdade". Isso significa que a adoração é prestada por pessoas espirituais, aqueles que nasceram de novo mediante a fé em Jesus e que em resposta a graça que receberam, desejam honrar ao Seu Senhor e Salvador. Alem disso, a adoração deve ser feita "em verdade", que significa que devemos adorar ao Senhor da forma como Ele revelou na Sagrada Escritura. Toda forma de adoração que não seja biblicamente revelada pode ser bonita e sincera, mas não cumprirá o santo propósito de agradar a Deus.

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I. A ORDEM NO CULTO

 

1. Liturgia cristã. O vocábulo “liturgia” advém dos termos gregos “leit” (“laós”, povo) e “urgia” (trabalho, ofício) que, conjuntamente, significam “serviço ou trabalho público”. É um termo amplo, mas que no mundo grego passou a ter uma conotação sagrada, indicando um “ofício religioso”. Foi usado, originalmente pelos sacerdotes levíticos no Templo de Jerusalém, e só mais tarde foi aplicado ao contexto do culto cristão. A liturgia cristã deve estar pautada nas Escrituras Sagradas, conduzindo os crentes à adoração. O Dicionário Teológico da CPAD afirma que “a liturgia, em si, não se constitui em culto; é necessário que venha acompanhada de verdadeira disposição espiritual para a adoração ao Senhor. A liturgia é a roupagem e o amor a Deus, a verdadeira substância do culto.” Rito e culto também são termos correlatos, contribuindo para que o culto tenha o padrão bíblico (Rm 12.1,2).

- Liturgia é Ordem de Culto. A fé cristã possui uma gama de formas distintas de liturgia. Com a Reforma, Lutero derivou dos ritos da missa católica, e adotou formas de oração e de canto. A Igreja calvinista, por exemplo, simplificou a liturgia, mas a anglicana, manteve quase todas as tradições litúrgicas da Igreja Católica. Existem várias manifestações de liturgia, como a liturgia ambrosiana, liturgia de S. João Crisóstomo, liturgia moçárabe, liturgias orientais. Apesar de suas características, o culto pentecostal também possui a sua liturgia, este assunto é importante, pois o culto deve ser evidenciado pela ordem e profundo temor a Deus, pois trata-se de um ato de adoração. É o momento em que, juntos, bendizemos e glorificamos o nome do Senhor Deus. Enfatize que não podemos transformar o culto em um ponto de encontro ou vê-lo simplesmente como parte de nossa vida social. Que em cada culto possamos, pura e unicamente, adorar o Senhor em espírito, e em verdade (Jo 4.24). O próprio significado da palavra “culto”, ou “serviço”, já sugere, em si mesmo, o ato de adoração que, por sua vez, implica na reverência que todos devemos prestar ao Todo-Poderoso (Sl 29.2). Cultuar a Deus significa adorá-lo, exaltá-lo, prestar-lhe a devida reverência (Sl 96.9).

2. Ordem no culto. A respeito do culto, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus diz o seguinte: “Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações dos dons espirituais.” Esse tema é importante e complexo, pois o culto é composto de elementos humanos e espirituais, daí a necessidade de uma ordem pré-estabelecida, com vistas à “decência e ordem” (1 Co 14.40). Isso não é negligenciar e nem desprezar a espiritualidade do culto, pois como afirma o Comentário Bíblico Beacon: “Onde a decência e a ordem não são observadas em cada parte da adoração a Deus, não se pode adorar de uma forma espiritual.” Um culto considerado bem ordenado e que agrada a Deus é aquele que cumpre o seu propósito de adoração, edificação, comunhão, exortação e pregação do Evangelho. A ordem no culto não serve para enrijecê-lo, mas para colocá-lo em direção ao propósito para o qual foi estabelecido.

- O culto ao Senhor deve ter ordem e decência. A leitura da Palavra, cânticos de adoração ao Senhor, orações e as ofertas voluntárias são elementos indispensáveis para a realização do culto racional a Deus. Os modismos e cultos exóticos não podem produzir nada mais que movimentação, pois o avivamento só acontece quando a igreja se volta à Palavra de Deus. “Todo culto cristão— se anglicano ou anabatista, pentecostal ou presbiteriano— é litúrgico, no sentido de que ele é governado por normas, se baseia em uma tradição, inclui rituais corporais e rotinas, e envolve práticas formativas. Por exemplo, embora o culto pentecostal seja muitas vezes considerado a antítese da liturgia, efetivamente ele inclui muitos dos mesmos elementos: o culto carismático é muito encarnado (mãos levantadas em louvor, ajoelhado no altar em oração, imposição de mãos em esperança, etc.); tem uma rotina comum, não escrita (música de “louvor”, seguida de música mais silenciosa de “adoração”, seguido do sermão e depois, muitas vezes, de um “tempo de oração no altar”); e essas práticas de culto pentecostal são profundamente formativas, moldando nossa imaginação ao se relacionar com o mundo de uma forma única. Nesse sentido, mesmo o culto pentecostal é litúrgico”. SMITH, James K. A. Desiring the Kingdom: Worship, Worldview and Cultural Formation. 1 ed. Grand Rapids: Baker Academic, 2009. p 152.

3. Elementos do culto. Ao invés de ser influenciada pelas religiões pagãs de seu tempo, a Igreja Primitiva influenciou e deu novo sentido a algumas práticas cultuais, como afirma o Dicionário Wycliffe: “em alguns exemplos particulares, o que parece mais provável é uma similaridade de terminologias, onde o cristianismo lhes dá um novo teor e significado.” Um culto bíblico tem oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas, testemunho, ofertas e dízimos.

- O culto cristão não é meditação, não é aula, não é seminário. O culto não é apenas do e para o intelecto. Embora o culto envolva a instrução, o ensino, a doutrina, ele será incompleto sem o elemento emocional. O homem é um ser emocional, antes mesmo de ser racional. Se isso é verdade em culturas mais mergulhadas na modernidade, o que dizer então da realidade brasileira? Vivemos numa cultura fortemente marcada pela emoção. Isso não é depreciativo nem exultante, mas é apenas nossa realidade. O culto pentecostal resgatou a importância da emoção. É certo que muitos leitores logo pensarão nos exageros emocionais, mas é importante destacar que o formalismo também é um excesso.

 

 

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II. A DIVERSIDADE DO CULTO

 

1. O culto. O termo culto tem sido definido a partir da palavra grega latreia e leitorgia, indicando o vocábulo adoratio, ou adoração, prática vital no culto cristão. Adorar é reverenciar, prostrar-se, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar a majestade divina. Portanto, o culto leva o crente a reconhecer a grandeza e a santidade de Deus, assim como a sua própria pequenez e necessidade de perdão e santificação. Cultuar tem relação com adorar a Deus. Essas duas ações correspondem ao serviço em favor do Senhor e de sua Igreja. Isso levou Paulo a convocar os irmãos de Roma a que entregasse o corpo em “sacrifício” e renovassem mente (que equivale à totalidade do homem) como um “culto racional” a Deus (Rm 12.1). Culto é entrega. É uma forma de consagrar tudo a Deus como reconhecimento de sua grandeza e graça.

- A essência do culto a Deus é a adoração. O ato de adorar a Deus constrange-nos a submetermo-nos incondicionalmente à sua vontade (Mt 6.10) e a nos humilharmos até ao pó diante de sua presença (Gn 18.27). A mulher pecadora, que ungiu a Jesus com fino unguento, “beijava-lhe os pés” em santa adoração (Lc 7.38). Se adorar é um ato de rendição, gratidão e exaltação ao Deus que nos criou (Sl 95.6), cheguemo-nos, pois, diante do Todo-Poderoso com temor e tremor, reconhecendo-lhe o senhorio sobre nossas vidas. Se todo culto é um ato de adoração, nem todo ato de adoração é necessariamente um culto. Os judeus dos tempos de Isaías e Miqueias não sabiam fazer tal distinção, por isso o Senhor repreendeu-os energicamente (Is 1.11; Mq 6.3-8). Aliás, até mesmo nossas atividades profissionais têm de ser realizadas como atos de sincera adoração ao Senhor (Ef 6.5-9). O que isto significa? A vida do crente deve ser um contínuo ato de adoração e louvor a Deus (Sl 146.1).

2. Diversidade no culto. O culto dá ao crente a oportunidade de servir ao Senhor, como forma de adoração. Mas, como isso pode ser feito? Em Eclesiastes 9.10 está escrito: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças […] Aquele que deseja agradar a Deus e servi-lo, deve fazê-lo por meio do que tem de melhor, e é aqui que a diversidade cumpre o seu papel de adoração, pois, cada um pode servir ao Senhor com o que é capaz de fazer. Paulo fala sobre a “diversidade de dons, de mistérios e de operações”, ao normatizar o uso dos dons espirituais, enfatizando que só há um Deus que opera soberanamente em favor do mesmo propósito (1 Co 12.1-11). Em outra ocasião, ele ensina sobre diferentes ministérios, dados pelo mesmo Senhor e com o mesmo objetivo de preparar os crentes para edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Portanto, a diversidade deve ser vista como um recurso precioso, que deve ser bem administrado no culto, para que cada um. na sua individualidade, adore ao Senhor e sirva à igreja, inclusive com os dons espirituais, com o propósito de honrar a Deus e edificar o Corpo de Cristo.

- Paulo apresenta a liturgia ideal para o culto cristão: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 12.26). Embora a igreja em Corinto fosse autenticamente pentecostal, o seu culto deveria primar pela boa condução: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.40). O culto deve ser racional e consciente, conforme exige a Palavra de Deus (Rm 12.1). Caso contrário, ou cairá no formalismo, ou em algo desordenado e sem forma. Queremos deixar bem claro que a liturgia realmente bíblica jamais impedirá a manifestação do poder de Deus, batismos com o Espírito Santo, curas divinas, milagres e, principalmente, salvação de almas. Vejamos, a seguirmos elementos que, de acordo com Paulo, devem compor o verdadeiro culto cristão:

a) Leitura da Palavra. No Antigo Testamento, a leitura e a dissertação das Sagradas Escrituras tinham um sentido especial no serviço de adoração a Deus (Ed 8.1-12). Na Igreja Primitiva, quando o Novo Testamento ainda não havia sido escrito, os crentes utilizavam as Escrituras do Antigo Testamento em suas reuniões (At 2.42; 17.11). Por conseguinte, o verdadeiro culto de adoração a Deus não pode ficar sem o ensino ou a pregação bíblica. A sua igreja ouve regularmente a leitura da Palavra de Deus? O culto sem a leitura e a explanação das Sagradas Escrituras é incompleto.

b) Cânticos na adoração. Uma das formas mais expressivas da adoração cristã é manifestada através de hinos e cânticos (Ef 5.18-21). Infelizmente, essa área da liturgia cristã muito tem sofrido com a proliferação de músicas que, sublimando o homem, minimizam o Senhor. Por outro lado, glorificamos a Deus porque nosso hinário oficial, a Harpa Cristã, tem como o seu primeiro compromisso exaltar o Senhor além de cantar as doutrinas da Bíblia Sagrada.

c) As orações e as ofertas voluntárias. Os crentes na Igreja Primitiva, por não disporem de templos, oravam nas casas. Os de Jerusalém oravam também no Santo Templo (At 3.1; 4.23,24; 12.12). Além da oração, eles adoravam a Deus com a entrega voluntária de dízimos e ofertas (1 Co 16.2; 2 Co 9.7; Fp 4.18). A oração e a intercessão jamais devem ausentar-se do culto pentecostal.

3. Unidade na diversidade. O texto de Apocalipse 7.9-11 é uma referência a um culto universal que em breve ocorrerá, no qual todos os redimidos se prostrarão diante de Cristo para adorá-lo e reverenciá-lo. Deus constituiu a humanidade com características diversas, e em uma análise mais restrita, em certa medida, isso se reflete no culto, quer seja nos diferentes dons que o Senhor dá aos crentes, ou mesmo na forma com que cada um adora a Deus. No entanto, os diferentes dons e as diferentes personalidades não justificam a falta de reverência e a desordem que podem comprometer a adoração ao Senhor e a edificação do Corpo de Cristo.

- O maior interessado na unidade da Igreja é o próprio Senhor Jesus. Mas todos nós temos a obrigação de nos esforçarmos para superarmos toda e qualquer questão que venha comprometer a unidade da Igreja. O Espírito Santo pode nos ajudar neste propósito, desde que não impeçamos a Sua ação entre nós. A união entre os crentes é quase sem emendas. Deus, em Cristo anulou a ruptura entre judeus e gregos, entre homem e mulher, bem como entre os demais filhos de Deus. Jesus derrubou todas as barreiras que nos dividiam e nos tornou um só povo, comprado e irmanado pelo precioso sangue de Jesus. Toda a fratura que o pecado nos impôs foi curada por aquele de quem toma o nome toda a família de Deus (Ef 3.15). A forma como adoramos também segue um padrão estabelecido pelo próprio Deus!

 

III. A EXPOSIÇÃO DAS ESCRITURAS NO CULTO

 

1. Expondo as Escrituras. A exposição fiel das Escrituras atinge o coração dos crentes (Lc 24.32) e converte o perdido, pois, a pregação do Evangelho é o instrumento pelo qual Deus decidiu salvar os que creem (1 Co 1.21). Portanto, a exposição da Palavra de Deus deve ser central no culto cristão. Na obra o Pastor Pentecostal (CPAD), o autor mostra que a igreja deve buscar se parecer com a Igreja Primitiva, principalmente na valorização da pregação da Palavra de Deus, como se lê: “A Igreja Primitiva pregou a Palavra e foi através desse ato que Deus fez com que a Igreja crescesse. Nós também devemos fazer o mesmo.” A exposição fiel das Escrituras deve ser central no culto genuinamente cristão.

- O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz (Sermão - Discurso cristão falado no púlpito). Nós pentecostais brasileiros não estamos habituados ao termo “Sermão”, menos ainda à melhor forma de Sermão para a pregação: o expositivo. Estamos mais acostumados a uma espécie de “Sermão Temático”, aquele cuja divisão das ideias é extraída do tema, sua forma ou estrutura resulta das palavras ou ideias contidas no assunto. É o tipo de sermão mais usado por ser o de mais fácil divisão e mais fácil de ser preparado, talvez aqui esteja a razão da sua onipresença em nossos púlpitos! Assim, fica evidente que nós ainda estamos muito aquém de uma exposição bíblica eficaz e frutífera, quando abrimos mão do Sermão Expositivo, aquele que se ocupa principalmente da exegese ou exposição completa de um texto, frases ou palavra das Escrituras. A pregação expositiva seria a forma mais autêntica da pregação e segue a prática dos grandes pregadores do passado, como: Santo Agostinho, Lutero, Calvino,etc.

2. Louvores que pregam as Escrituras. Desde os primeiros dias da igreja até hoje, a pregação é o método mais comum e usado para a proclamação das Escrituras. Entretanto, há outras formas pelas quais essa verdade pode ser compartilhada, como pelo recurso dos hinos a serem cantados durante os cultos, já que por eles a doutrina bíblica pode ser bem fixada na mente e no coração dos presentes. Reafirmamos a importância da Harpa Cristã que, conforme consta no Dicionário do Movimento Pentecostal ela é o “hinário oficial de nossas igrejas”, que surgiu “em virtude das peculiaridades históricas e doutrinárias”, e “os pioneiros sentiram a necessidade de um hinário que também enfocasse as verdades pentecostais.” Há outros hinos que também cumprem este propósito, mas para nós, a Harpa Cristã cumpre esse papel com segurança, justamente porque nela constam as bases doutrinárias de nossa confissão.

- A música pode, às vezes, nos comover pela beleza da melodia, mas esse sentimento, por si só, não é adoração. A música deve ter verdades bíblicas contidas em suas linhas para que seja um recurso legítimo e fomente a verdadeira adoração. A música:

-    expressa nossa relação com Deus (Hb 13.15);

-    deve caracterizar nossa comunhão com os irmãos e contribuir como veículo de proclamação da verdade de Deus (Ef 5.19; Cl 3.16). Cristocentrismo e antropocentrismo, são duas expressões comuns entre os cristãos. E, quando o assunto é louvor cristocêntrico e antropocêntrico, são temas que normalmente são tratados nos cultos de doutrinas, que provavelmente você já deve de ter ouvido na sua igreja. O significado de antropocentrismo é “humano”, e kentron, que quer dizer “centro”. Para quem não sabe, o antropocentrismo é uma doutrina filosófica que considera a humanidade como o “centro do mundo”. Ou seja, relevando a importância do homem em comparação com as demais coisas que compõem o Universo. Por conseguinte, Cristocentrismo é “Jesus como o centro”. Louvores cristocêntricos são aqueles que tem Jesus como o tema central, sua mensagem, seus atos e suas promessas para aqueles que confiam nEle. Enquanto o hino antropocêntrico, são canções que colocam o homem, suas ações, anseios, desejos e ambições como centro do louvor. Embora alguns hinos antropocêntricos sejam bonitos, os verdadeiros adoradores de Cristo, os crentes, não devem cantar, pois são músicas que colocam o ser humano no centro do hino, usando o universo ao seu redor, incluindo Pai, Filho e Espírito Santo, Anjos e a Igreja como atores que trabalham em prol de seus objetivos. O triunfalismo e o antropocentrismo têm reinado nas letras. São comuns expressões surradas, como: "Você é mais que vencedor", "Deus vai operar em sua vida", "Sua vida vai mudar", "Você vai conquistar suas vitórias", "Hoje você será abençoado" etc. Pegue os cadernos de hinos dos grupos musicais de sua igreja e você verificará inúmeras letras com enfoque no homem e no seu bem-estar. O enfoque comercial da musicalidade pentecostal tem gerado inúmeras distorções, principalmente no foco das músicas. Muitos músicos cantam o que a massa consumidora quer ouvir. Uma análise crítica das letras mostra que são raras as músicas que estão voltadas para letras de exaltação e adoração a Deus. Muitas letras que ainda citam Deus ou alguma passagem bíblica estão na verdade destacando aspectos de um Abençoador dos homens, uma sutil forma de antropocentrismo.

3. Pregando as Escrituras. Até aqui a ênfase tem sido sobre o dever de anunciaras Escrituras. Contudo, é preciso destacar o conteúdo a ser anunciado no culto prestado a Deus. Não basta saber o que fazer, é preciso saber como fazer. Jesus ordenou que os seus discípulos pregassem o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Observe que o Mestre não só ordenou que pregassem, mas também orientou qual a mensagem que deveriam pregar. Quando a igreja deixa de ser fiel na entrega da mensagem genuinamente bíblica, ela, inevitavelmente, pregará mensagens contrárias à verdade de Deus, e isso é prejudicial à sua saúde espiritual. Portanto, a Igreja de Cristo deve expor as Escrituras em seus cultos, permanecendo fiel, certa de que será recompensada.

- A mensagem deve expor e esclarecer um texto bíblico numa linguagem contemporânea e para a realidade do mundo de hoje. Segundo Klaus Douglass, a mensagem tem sete funções:

-    explicar e esclarecer verdades profundas da fé;

-    dar orientações sobre como devemos viver e agir como cristãos;

-    edificar a igreja;

-    levar pessoas à fé;

-    fortalecer a fé;

-    consolar e animar os que estão em dificuldades;

-    tirar pessoas da sua inércia.

A esta suficiência das Escrituras no culto cristão os reformadores chamaram de princípio regulador do culto, que não deve se preocupar com coisas sem importância. Na adoração coletiva, a pregação da Palavra é essencial. Em nosso texto-base lemos que as atividades da igreja do Novo Testamento eram centralizadas “na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações”. Em seu livro Entre dois mundos, John Stott afirmou: “A Palavra e a adoração pertencem indissoluvelmente uma à outra. Toda a adoração é uma resposta inteligente e amável à revelação de Deus, porque é a adoração do seu nome. Portanto, a adoração aceitável é impossível sem a pregação. Pregar é tornar conhecido o nome de Deus, e adorar é louvar o nome do Senhor sobre o qual fomos informados. Ao invés de ser uma intrusão alienígena à adoração, o ler e o pregar a Palavra são realmente indispensáveis à adoração.”

 

CONCLUSÃO

Esta lição discorreu sobre o culto cristão genuinamente pentecostal, ressaltando o seu padrão bíblico. A ordem do culto não visa “engessá-lo”, mas norteá-lo. para que os seus objetivos de adoração e edificação sejam alcançados. Por isso, aprendemos a respeito da importância da ordem no culto, a diversidade e a exposição das Escrituras.

- Essencialmente, na Bíblia, culto é serviço, algo que fazemos para outros. Primeiramente, o culto cristão é um ato divino. Respondemos ao favor de Deus concedido a nós, Seus filhos. Ele veio ao nosso encontro, chamou-nos, aceitou-nos, deu-nos o Seu perdão e nos trouxe à Sua presença. À medida que, corretamente motivados, servimos o nosso próximo, estamos servindo a Deus. Nós, que em resposta à ação bondosa de Deus amamos a Cristo e cremos na suficiência da Sua Palavra, não podemos moldar nossa adoração aos estilos e preferências de um mundo escravo do pecado e de suas paixões. Nosso objetivo principal deve ser adorar em espírito e em verdade. Para isto, as Escrituras precisam regular o nosso culto, a nossa adoração. Tudo em nossos cultos deve conduzir o adorador a um conhecimento mais profundo de Deus. Como afirma Augustus Nicodemos Lopes, “é importante reconhecer… que o Espírito age principalmente a favor dos interesses de Cristo, visando glorificá-Lo e exaltá-Lo. Esse princípio aplica-se também ao culto cristão. Esse princípio litúrgico precisa ser resgatado: o culto é voltado para Deus. É teocêntrico – e nisso, cristocêntrico, não antropocêntrico. Nada mais deve ocupar o lugar de Cristo no culto.”

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

Militar da Reserva

Graduado em Gestão Pública

Seminário Martin Bucer - Teologia

Pós-Graduação em Teologia Bíblica e Exegética do Novo Testamento - Faculdade Cidade Viva

Pastor na Igreja de Cristo no Brasil, em Campina Grande-PB (@ic3irmãs)

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HORA DA REVISÃO

1. Qual o significado do termo “liturgia”?

O vocábulo “liturgia” advém dos termos gregos “leit” (laós, povo) e “urgia’ (trabalho, oficio) que, conjuntamente, significa “serviço ou trabalho público”.

2. O que o Dicionário Teológico afirma a respeito da liturgia?

Afirma que “a liturgia, em si, não se constitui em culto: é necessário que venha acompanhada de verdadeira disposição espiritual para a adoração ao Senhor. A liturgia é a roupagem e o amor a Deus, a verdadeira substância do culto.

3. O que é adoração pública?

Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo.

4. O que é adorar?

Adorar é reverenciar, prostrar-se, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar a majestade divina.

5. Qual o lugar da exposição das Escrituras Sagradas no culto?

A exposição fiel das Escrituras deve ser central no culto genuinamente cristão.