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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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17 de março de 2024

REVISTA JOVENS: Lição 12: Perseverando na doutrina de Cristo

  

TEXTO PRINCIPAL

Não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2.10).

Entenda o Texto Principal:

- não furtem. Expressão usada como referência à apropriação indevida; toda a fidelidade. Lealdade; ornarem... a doutrina Paulo enfatiza novamente (cf. v. 5) que o propósito supremo de uma vida virtuosa é tornar atrativo o ensino de que Deus salva pecadores.

 

RESUMO DA LIÇÃO

Para herdar a salvação, o crente precisa perseverar na doutrina de Cristo até o fim.

Entenda o Resumo da Lição:

- A fé que salva é aquela que persevera; quem tem a fé que salva são os únicos capazes de perseverar (Mt 10.22; 24.13; Mc 13.13; Hb 3.14; Ap 2.26).

 

TEXTO BÍBLICO

2 João 1-9

Entenda o Texto Bíblico:

1 O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos que têm conhecido a verdade.

- O presbítero. João usa esse título para enfatizar a sua idade avançada, a sua autoridade espiritual sobre as congregações na Ásia Menor e a força do seu testemunho pessoal como testemunha ocular da vida de Jesus e de tudo o que ele ensinou (vs. 4-6). senhora eleita e aos seus filhos. Alguns acreditam que essa expressão seja uma referência metafórica a urna igreja local em particular, enquanto "seus filhos" se refere aos membros da congregação. A interpretação mais natural, no entanto, é que seja uma referência a uma mulher específica e seus filhos (ou seja, descendência) que eram bem conhecidos por João. a quem eu amo na verdade. A base da hospitalidade cristã é a verdade (vs. 1-3). João enfatiza a necessidade da verdade ao repetir o termo "verdade" cinco vozes nos quatro versículos iniciais. A verdade refere-se aos princípios básicos ou fundamentos da fé que João havia discutido em 1 João (crença correta em Jesus, obediência e amor) como também as verdades expressas em 2João (p. ex., vs. 4-6). A verdade é a condição necessária para a unidade e, consequentemente, a base da hospitalidade.

2 Por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco.

- verdade... permanece em nós... conosco estará para sempre. Essa é a verdade cognitiva da Palavra de Deus (cf. Cl 3.16).

3 A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.

- a graça, a misericórdia e a paz... em verdade e amor. A sequência feita por João — da graça para o amor, e, depois, para a paz — marca a ordem da primeira ação de Deus para a satisfação final do homem. Os limites dessa tríade de bênçãos estão dentro da esfera da verdade e do amor.

4 Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos o mandamento do Pai.

- filhos que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos. A conduta da hospitalidade implica obediência à verdade (vs. 5-6). A palavra "andam" refere-se à ação contínua de andar na verdade, ou seja, transformar a obediência à verdade num hábito na vida pessoal.

5 E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.

- mandamento novo... que nos amemos uns aos outros. João liga o mandamento da verdade ao mandamento do amor (cf. 1Jo 2.7-11; 4.7-12). A palavra "amemos" refere-se à pratica do amor como um hábito na vida pessoal. Andar tanto na verdade como no amor define a conduta da hospitalidade.

6 E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que andeis nele.

- E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. João não define o amor como um sentimento ou urna emoção, mas como obediência aos mandamentos de Deus (1Jo 5.2-3). Aqueles que são obedientes à verdade tal como ela está contida nos mandamentos de Deus, os fundamentos da fé (1Jo 2.3-11), são identificados como os que andam em amor. Cf. Jo 14.15,21; 15.10.

7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.

- muitos enganadores. Cf. Mc 13.22-23; ITm 4.1-4; 2Pe 2.1 ss.; 1Jo 4.1. Nos vs. 7-11, João estabelece limites para a hospitalidade cristã. Essa é a parte central do pensamento de João nessa epístola e amplia os dois primeiros pontos. Uma vez que Satanás vem como um anjo de luz (2Co 11.13-15), os cristãos devem permanecer em alerta contra o erro por meio de um conhecimento íntimo da verdade; os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne. A linguagem original dá a entender o hábito de negar a divindade e a humanidade plenas de Cristo. Uma cristologia bíblica defende que a natureza de Jesus Cristo foi tanto totalmente divina como totalmente humana com todas as implicações para o cumprimento dos propósitos de redenção. A essência do erro mais grave nas falsas religiões, heresias e seitas é negar a verdadeira natureza de Jesus Cristo.

8 Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado: antes, recebemos o inteiro galardão.

- não perderdes aquilo que lemos realizado com esforço. Embora de modo geral seja prometido aos cristãos que serão recompensados por exercer a hospitalidade (p. ex., Mt 10.41; 25.40; Mc 9.41), a ideia aqui é a da plenitude da recompensa de um cristão por todo o bem que ele fez (veja 1Co 3.10-17; 2Co 5.9-10). A perda dessa recompensa pode ocorrer a qualquer cristão que não distingue a comunhão com base na fidelidade à verdade (Cl 2.18-19; 3.24-25). Essa é uma forte advertência. Toda a recompensa eterna que o cristão obtém por ver Cristo no Espírito de forma pura, ansiosa e eficiente pode ser diminuída por qualquer auxílio ou estímulo aos falsos ensinos.

9 Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, este tem tanto o Pai como o Filho.

- ...a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus. Não ser fiel às doutrinas sãs e fundamentais da fé (uma visão adequada da pessoa e da obra de Cristo, amor e obediência) é a marca de uma pessoa que nunca nasceu de novo (1Jo 2.23; 3.6-1.4.20-21; 5.1-3). A palavra "permanece" expressa a ideia de uma fidelidade constante e adverte que esses fundamentos não estão sujeitos à mudança e nem às últimas tendências ou modismos filosóficos.

 

INTRODUÇÃO

Na lição deste domingo, estudaremos a respeito da doutrina de Jesus Cristo. Ela é a base que sustenta a Igreja e toda a doutrina cristã. Veremos alguns dos principais ensinos de Jesus e a necessidade do crente olhar para si mesmo, vivendo assim em constante vigilância e oração.

- É importante esclarecer que, com base no Resumo da Lição - Para herdar a salvação, o crente precisa perseverar na doutrina de Cristo até o fim, a perseverança não é uma condição para a salvação! A salvação é graça, e alcançada por meio da fé (Ef 2.8), sendo a perseverança uma evidência dela. Na verdade, a perseverança é um dos meios principais pelos quais podemos descobrir quem é crente de verdade. Da forma como está posto o Resumo da Lição, dá a entender que “a salvação é conquistada pela perseverança na doutrina”, o que contraria frontalmente o lema da Reforma “Sola Gratia” e “Sola Fide” e textos bíblicos como Ef 2.8,9 e 10 – “8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós Para herdar a salvação, o crente precisa perseverar na doutrina de Cristo até o fim; é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Veja a Parábola do Semeador (Mt 13.1-23). Nessa parábola, o Mestre deixa mais do que evidente que a fé salvadora permanece e frutifica. Já a fé falsa não faz nem uma coisa nem outra.

- Jesus, momentos antes de ser preso pelos soldados romanos, elevou Sua voz aos céus e fez uma das mais lindas orações registradas na Bíblia. Uma oração que ecoa por dois mil anos. Suas doces palavras foram: “Pai, não peço que tirem os meus discípulos do mundo, mas que o Senhor os livres do mal” (Jo 17.15). Quando disse isso, Jesus tinha em mente eu e você. Ele contemplava o mundo que vivemos hoje, onde o pecado tem se multiplicado e as pessoas tem, a cada dia mais, se afastado do seu Criador. Nunca se ouviu falar tanto em desastres, guerras, fome, corrupção, drogas, doenças, lares desfeitos, como se tem ouvido hoje. É um tempo onde viver e criar nossos filhos já não é uma tarefa tão fácil. O mundo nunca foi tão sedutor e apelativo. Mesmo assim, Jesus queria que permanecêssemos aqui. Fomos escolhidos como seus representantes. Temos a missão de “substituí-Lo” enquanto Ele prepara um lugar para nós no céu. Para fazermos isso, Ele nos equipou com um grande e poderoso escudo: A nossa fé. Estamos neste mundo, mas não pertencemos a ele. A Terra não é o nosso lar permanente e nem o nosso destino final. Deus nos colocou aqui com uma missão: sermos Seus embaixadores (2Co 5.20). Representamos o Reino dos céus. Defendemos os interesses do nosso Rei. Não andamos como esse mundo, não pensamos e não falamos como ele. Temos uma mente renovada, uma linguagem diferente. Falamos a linguagem da Fé. Andamos em Fé. Não podemos esquecer a nossa identidade, que está na eternidade e nem a nossa pátria, que é o céu. Viver pela fé é experimentar o sobrenatural de Deus todos os dias, em todos os momentos e, em toda e qualquer situação. É viver sabendo quem nós somos, quem nosso Pai é e quais são os nossos direitos e deveres. Quando andamos em fé, expelimos tudo aquilo que é natural e passamos a trazer tudo o que é divino. Nossos sentimentos, vontades, desejos, não mais nos domina. Somos inteiramente guiados pelo Espírito Santo de Deus. Dito isto, vamos à lição!

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I. DIANTE DE UM MUNDO IMORAL

 

1. A moralidade cristã. Precisamos compreender o significado de “ética” e “moral”. O termo “moral” vem do vocábulo latino mos, do adjetivo moralis, e significa “costume” ou “uso”. A palavra “ética” vem do grego ethica, de etheos, cujo sentido é “aquilo que se relaciona com o caráter”. A ética trata mais do aspecto teórico e estuda a respeito do que é certo, enquanto a moral lida com a prática do que é certo e bom. A ética e a moralidade cristãs são determinadas pela moral do próprio Deus que, à semelhança dEle, são imutáveis. A moralidade cristã diz respeito ao comportamento de acordo com as Escrituras. Ela pode ser considerada também como “absoluto moral” e se relaciona diretamente com o caráter moral de Deus, exigindo santidade, justiça, amor, honestidade e misericórdia. Um exemplo disso é o princípio de que matar é errado, pois o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.27; Êx 20.13). Sendo assim, um mundo pautado na moralidade cristã seria um mundo marcado pelas características divinas, conforme ensinadas na Bíblia Sagrada.

- É indispensável frisar que, quando trataram do comportamento dos cristãos, os apóstolos não apontaram a ética e nem a moral humana, antes invocam a ‘boa consciência’ para fazer recomendações, e os parâmetros evidenciados são superiores a ética e a moral. O apóstolo Paulo recomendou aos cristãos de Filipos que se portassem dignamente conforme o evangelho de Cristo (Fp 1.27; Cl 2.6 -7), ou seja, que todos estivessem firmados em um só espírito (doutrina), como se fossem uma só alma (ânimo), lutando juntos em defesa da fé (doutrina, evangelho). Nesta oportunidade, o apóstolo dos gentios declarou abertamente que foi escolhido como apóstolo para defender a verdade do evangelho, missão que ele cumpriu até descer à sepultura (acabar a carreira), preservando a fé (doutrina) intacta. Na qualidade de ministro do espírito (evangelho), o cristão tem o dever de viver conforme o evangelho de Cristo (2Co 3.6), ou seja, abandonar filosofias, tradições, preceitos e doutrinas de homens (Cl 2.8 e 22), propondo aos ouvintes somente o Cristo, e esse crucificado (1Co 2.2), e permanecer crendo até o fim que Jesus é o Filho de Deus (At 14.22; Cl 1.23).

2. Um mundo imoral. Jesus afirmou que “os homens amaram mais as trevas do que a Luz” (Jo 3.19). João afirma o seguinte: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). O apóstolo parece generalizar, mas isso se dá porque ele quer indicar a gravidade e a seriedade do tema. A esse respeito o Comentário Bíblico Matthew Henry afirma que “a humanidade está dividida em dois grandes partidos ou domínios, um que pertence a Deus e um que pertence à maldade ou ao maligno” e sobre os que estão sob o domínio do Maligno, ele afirma que “eles estão unidos pela natureza, diretriz e princípio maligno e estão unidos em uma cabeça.” Há uma cabeça da malignidade e do mundo maligno: e ele tem um controle tão grande aqui que é chamado de “[…] o deus deste século” (2 Co 4-4)- Esse sistema maligno é contrário a Deus, à sua Palavra e ao seu povo. Ele não segue os princípios morais divinos, portanto, é um mundo imoral.

- Segundo João (1Jo 5.19), existem somente dois tipos de pessoas no mundo: os filhos de Deus e os filhos de Satanás; dois tipos de filhos: os filhos de Deus e os filhos de Satanás. Ninguém pode pertencer a ambas as famílias ao mesmo tempo. A pessoa pertence à família de Deus e exibe o caráter divino de justiça ou pertence à família de Satanás e exibe a sua natureza pecaminosa. Uma pessoa pertence a Deus ou ao sistema de maldade do mundo, que é de domínio de Satanás. Uma vez que o mundo inteiro pertence a Satanás, os cristãos devem evitar serem contaminados por ele.

3. O cristão diante de um mundo imoral. João afirma que “muitos enganadores entraram no mundo”, com a principal característica de que “não confessam que Jesus Cristo veio em carne” (2 Jo 7). É neste mesmo mundo que “os nascidos de Deus” estão e são desafiados a vencerem (1 Jo 5.18-20). Diante de tão grande desafio, qual deve ser a postura do cristão em um mundo imoral? O próprio João, em sua Segunda Carta, oferece a resposta à essa questão. Ele afirma que o crente não pode retroceder para que não perca o galardão (v. 8); e não prevaricar, que é o mesmo que não ultrapassar os limites estabelecidos pela doutrina (v. 9). O crente, portanto, ao invés de voltar atrás ou ir além do que as Escrituras estabeleceram, deve perseverar na verdadeira doutrina, com vistas à manutenção da comunhão com Deus, e assim poder enfrentar e vencer o mundo  imoral, resistindo pela Palavra.

- Uma vez que Satanás vem como um anjo de luz (2Co 1 1.13-15), os cristãos devem permanecer em alerta contra o erro por meio de um conhecimento íntimo da verdade, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne. Note que, o alerta envolve inclusive, pseudo-cristãos com seus falsos ensinos! A igreja evangélica tem se esforçado para ser relevante como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-14), mas geralmente tem adotado dois extremos perigosos:

         (1) Tornar-se um gueto, um grupo isolado, somente voltado para os exercícios religiosos, inoperante e irrelevante para a sociedade, uma luz que não brilha;

         (2) Firmar um diálogo aberto com o mundo, tanto empenhando-se em aprender o idioma do mundo que perde sua própria essência. Portanto, é urgente discutir a questão biblicamente a fim de adotarmos uma postura equilibrada, que esclareça os crentes sobre qual é a atitude correta em relação à cultura. Na oração sacerdotal, Jesus intercede por todos os seus, pedindo que não sejam tirados desta realidade criada, mas libertos do mal (Jo 17.14-16). Continuamos aqui na Terra, mesmo tendo, em Cristo, uma nova natureza, porque temos uma missão: ser sal e luz.

 

 

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II. ANDANDO SEGUNDO OS MANDAMENTOS DE JESUS

 

1. Os mandamentos de Jesus. O Sermão do Monte (Mt 5-7) é a mais importante mensagem pregada e ensinada por Jesus. Extenso, profundo e cativante, esse sermão tem sido considerado uma expressão ampliada e aplicada da lei de Deus entregue a Moisés. A conclusão desse sermão (Mt 7) oferece um resumo e uma recapitulação dos princípios do Reino de Deus expostos por Jesus, podendo assim representar a expressão fiel dos mandamentos de Jesus. Eles estão assim dispostos: relacionamentos interpessoais saudáveis: relacionamento saudável com Deus; o caminho da salvação e o da perdição; alerta sobre os falsos profetas e a seriedade do Reino demonstrada na forma com que se dará o dia de acerto de contas. Portanto, aí estão os pontos pelos quais os mandamentos de Jesus são identificados e podem ser bem compreendidos,

- Nos capítulos 5, 6 e 7 do livro de Mateus, vemos Jesus, subindo um monte, assim como fez Moisés, e ali, sintetizou como vivem aqueles que O seguem. E o contraponto de Jesus, o Deus Encarnado, pregando no monte, em relação a Moisés subindo no monte para receber os mandamentos, não é algo misterioso, é bem explícito na verdade. Ele diz “Não pensem que vim abolir a lei de Moisés” (Mt 5.17) e logo em seguida “Vocês ouviram o que foi dito a seus antepassados” (Mt 5.21), se referindo à lei recebida por Moisés. Quando Jesus diz que não veio abolir a Lei de Moisés, mas cumpri-la, isso é mais profundo do que simplesmente dizer que Ele cumpriu os 613 mandamentos encontrados na Torá; Ele cumpriu o que era exigido para que fôssemos reconciliados com Seu Pai, para que fôssemos novamente um… um com nós mesmos, não mais fragmentados, e um com Ele. Deste modo, pode-se dizer que a ética cristã tem por base o decálogo, no que concerne ao seu aspecto espiritual e moral. A ética dos dez mandamentos dá suporte à ética cristã, de modo marcante e aperfeiçoado por Cristo. No Sermão do Monte, tendo o decálogo como máxima da Lei, Jesus trouxe uma nova maneira de cumprir a Lei, valorizando o interior, muito mais do que o exterior. Tal entendimento é fundamental para a consistência e solidez da ética cristã.

2. Mandamentos santificadores. Jesus foi Mestre por excelência, ao ponto de até os servidores dos fariseus reconhecerem a sua sabedoria (Jo 7.46), Jesus ensinou por palavras (Mt 7.29), por meio dos sinais que operou na presença dos discípulos, ensinando princípios eternos, e até ao orar, o Mestre compartilhou ensinamentos, como se vê na chamada “Oração Sacerdotal” (Jo 17). Jesus pediu ao Pai para que os discípulos fossem santificados “na palavra”, pois ela “é verdade”. A referência à Palavra de Deus tem relação direta com a verdade eterna da doutrina que Jesus ensinou, e em toda esta oração é possível identificar os aspectos fundamentais destes seus mandamentos: o verdadeiro conhecimento de Deus e a glorificação do Filho; a preservação do crente pela palavra da verdade e o compromisso dele diante de uma sociedade imoral Portanto, os mandamentos de Jesus preservam o crente em um mundo male capacita-o a viver os propósitos divinos.

- No Sermão do Monte, Jesus aprofundou o cumprimento do decálogo, formulando uma obediência mais exigente dos Dez Mandamentos. Ele fundamenta tal obediência numa atitude consciente, que brota do interior do ser, e não do cumprimento legalista de atos exteriores. Deus prometeu isto a Ezequiel: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Para o nosso Deus Triúno, o mais importante é o que se passa dentro do coração dos homens, no íntimo de seu ser.

3. Os benefícios dos mandamentos de Jesus. Jesus afirmou que aqueles que fazem o que Ele ordena são seus amigos (Jo 15.14). Diante do desafio colocado ao colegiado apostólico, Pedro perguntou a Jesus qual seria o ganho deles por deixarem tudo para segui-lo, ao que Jesus respondeu “cem vezes tanto, já neste tempo” e, ainda acrescentou que “no século vindouro a vida eterna” (Mc 10.30). Sendo assim, o crente que ouve e cumpre os mandamentos de Jesus tem a garantia de bênçãos nesta vida e na eternidade (Jo 5.24). O crente que cumpre os mandamentos de Deus recebe bênçãos incontáveis, como por exemplo: não é enganado pelas falsas doutrinas e nem pelo espírito do Anticristo; está pronto a perseverar até o fim, não perde o galardão que recebeu do Senhor e mantém a comunhão com o Pai e com o Filho.

- Pode-se afirmar que o Novo Testamento foi resumido por Jesus na ordenança por ele dada: “Sede perfeito como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5.48). Tal ordenança nos faz recordar o velho mandamento da Lei: “Sede santos, por que eu, YHWH vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). A santidade exigida deveria ser modelada sobre o fogo purificador de Deus, no qual a presença do mal não pode subsistir. Jesus não destruiu este ideal. Ele o completou. “Sede perfeito como Deus é perfeito” revela uma ordem muito elevada. Jesus é o exemplo a ser seguido já que Ele foi perfeito como seu Pai. Este é o desafio desta ordenança. Seguir a Jesus. E seguir a Cristo não é ir à caça de um ideal, mas compartilhar dos resultados de uma realização. Cristo não requer de ninguém que vá aonde ele mesmo não tenha ido, ou fazer alguma coisa que ele mesmo não tenha feito.

 

III. OLHANDO POR NÓS MESMOS

 

1. Olhai por vós mesmos. A expressão usada por João, “olhai por vós mesmos” em 2 João 8, é praticamente uma repetição das palavras de Jesus aos seus discípulos em Marcos 13, no qual há advertências em pontos específicos, como o cuidado com o engano doutrinário e a atenção e vigilância. Em Mateus 26.41 estão registradas as palavras de Jesus para que Pedro, Tiago e João vigiassem e orassem, como uma clara advertência sobre as terríveis consequências que o pecado poderia lhes causar. Vigilância e oração são duas práticas vitais ao crente que deseja vencer a si mesmo, o pecado, o mundo e o Diabo, e isso implica olhar para si mesmo, na intenção de identificar possíveis inclinações do coração para o mal, e assim poder buscar auxílio em Deus. A falta de vigilância levou Pedro a negar Jesus por três vezes (Mt 26.31- 35,69-75). O crente deve vigiar e orar como práticas de cuidar de si mesmo.

- Jesus nos disse para vigiar e orar porque nossa carne é fraca e enfrentamos muitas tentações. Quando vigiamos e oramos, ficamos mais fortes para resistir à tentação. Todos enfrentamos uma luta entre a carne e o espírito (Gl 5.16-17). Nosso espírito quer as coisas de Deus e se alegra com a justiça e o bem. Mas nossa carne (nossa natureza humana, que ainda é influenciada pelo pecado e suas consequências) ainda sofre tentações e se inclina para o mal. Vigiar também implica estar atento à voz de Deus. Quando lemos a Bíblia e nos reunimos com a igreja, nossa atenção se centra mais nas coisas de Deus. Através da Bíblia aprendemos a vigiar e a vencer a tentação, vivendo para Deus.

2. Cuidados pessoais. Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que ele redobrasse a atenção no cuidado próprio, evitando assim a própria perdição enquanto trabalhava em salvar os outros (1 Tm 4.16). Paulo aconselhou Timóteo ao exercício pessoal na piedade, ou seja, boas práticas espirituais e ao cuidado da doutrina (1 Tm 4.7). Em um mundo imoral e perigoso, o crente deve ter os cuidados acima expostos, além de outros, especialmente no que se refere à escolha das companhias e da natureza das conversas pessoais, pois como afirma o apóstolo Paulo: “Não vos enganeis; as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Portanto, intencionalmente, dedique-se a boas práticas e a boas companhias, e sob o poder do Espírito Santo, vença o mundo.

- As más companhias corrompem os bons costumes – um ditado comum, formando um verso em Menandro, o poeta cômico, que provavelmente tirou de Eurípides (Sócrates, História Eclesiástica). “Más companhias” refere-se as relações com aqueles que negam a ressurreição. A noção destes parece ter sido que a ressurreição é meramente espiritual, que o pecado reina somente no corpo, e será deixado para trás quando a alma o deixar o corpo, se, de fato, a alma sobreviver à morte. O Comentário de Archibald Robertson nesse texto de 1Co 15.33, diz: “Não erreis [μ πλανσθε] (1 Coríntios 6:9), nolite seduci (Vulgata); ou melhor, Parem de ser enganados por esses princípios epicuristas: 1Coríntios 6:9; Gálatas 6:7; Tiago 1:16, onde veja a nota de Hort. Ele talvez queira insinuar que alguns deles foram cativados por essa doutrina sedutora, mas imoral. A citação que segue confirma isso.

As más companhias corrompem os bons costumes [φθείρουσιν θη χρηστ μιλίαι κακαί]. Não se sabe se Menandro adotou um provérbio popular ou se o ditado passou de Thais para uso popular. Paulo pode ter obtido o ditado de qualquer uma das fontes, mas a forma “χρηστά” (para a leitura “χρησθʼ tem pouco crédito) aponta para o provérbio em vez da peça. O ditado é especialmente verdadeiro na vida cristã, e os amigos e conhecidos dos cristãos coríntios eram principalmente pagãos; 1Coríntios 7:12, 8:10, 10:27; 2Coríntios 6:14-16. Nem “μιλίαι” nem θη” são encontrados em outro lugar do Novo Testamento. O primeiro combina os significados de “conversas” e “companhias”, colloquia (Vulgata), commercia (Beza), Septuaginta de Provérbios 7:21; Sabedoria 8:18. Não podemos inferir deste trecho, combinado com Atos 17:28 e Tito 1:12, que Paulo estava bem familiarizado com os escritores clássicos; suas citações podem ter sido populares. Orígenes (Hom. xxxi. in Luc.) diz que Paulo empresta palavras até dos pagãos para santificá-las” [Robertson, 1911].

3. Vencendo o mundo. Depois de discorrer sobre a urgente e permanente necessidade de vigilância e oração, além dos cuidados pessoais que o crente deve ter, aqui se apresenta a forma pela qual ele pode enfrentar e vencer o mundo, efetivamente. Destaca-se a necessidade de conhecer os desafios impostos por este tempo, além de uma vida dedicada ao preparo espiritual, bíblico e intelectual, com vistas a responder adequadamente às indagações mais comuns na atualidade (1 Pe 3.15). Considere as palavras de Charles Colson e Nancy Pearcey, na obra “O Cristão na Cultura de Hoje”‘, eles afirmam que, depois de considerar a realidade do mundo em nossos dias, o cristão deve abraçar “a verdade de Deus, entendendo a ordem física e moral que Ele criou, defendendo amorosamente essa verdade diante de seus vizinhos, e tendo a coragem de demonstrá-la em os caminhos da vida.” Portanto, vigiem, orem e cuidem de sua vida espiritual, pois assim poderás enfrentar e vencer este mundo imoral, mantendo-se firme na verdadeira e pura doutrina da Palavra de Deus.

- Para ajudar a entender os perigos do mundanismo, é necessário defini-lo e chamar a atenção para seus ardis e sutilezas, demonstrando como a piedade e santidade são o antídoto para esse mal letal. É necessário oferecer uma resposta bíblica a esse problema, meditando e respondendo biblicamente:

1) O que é o mundanismo e como vencê-lo por meio da fé em Jesus Cristo;

2) A piedade: Uma resposta abrangente ao problema do mundanismo;

3) Santidade: um antídoto ao mundanismo;

4) Jovens vencendo o mundo;

Este exercício pessoal de busca por resposta aos ardis seculares deve ser feita e compreendida por todos os cristãos - principalmente aqueles que estão em posição de liderança frente à igreja!

 

CONCLUSÃO

Aprendemos que o mundo se encontra perdido na imoralidade, contrariando os padrões divinos, expostos e ensinados nas Escrituras. É neste mundo, nessas condições, que o crente é desafiado a se manter fiel a Deus, enfrentando e vencendo as propostas e os enganos deste sistema contrário aos princípios divinos. Esta lição reafirma a necessidade de o crente “olhar para si mesmo”, isto é, estar vigilante e em oração, conforme advertido pelo próprio Jesus, pois somente assim é que o mundo poderá ser vencido.

A palavra-chave para este tema é “permanecer” - Jo 8.31-32. “E agora permanece a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior deles é o amor.” Agradamos a Deus permanecendo nas coisas adequadas. Para agradar a Deus, devemos permanecer naquilo que é apropriado.

- “1 João 5.4–5 diz: “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. Por “vencer o mundo”, João não está dizendo conquistar as pessoas deste mundo, ganhando batalhas de poder acima de nossos colegas, ou dominando o próximo. Nem estaria João dizendo que nos retiramos do mundo, como os monges ou as pessoas Amish (grupo religioso anabatista) tendem a fazer, estabelecendo suas próprias comunidades. O cristão é chamado a lutar neste mundo, ainda que não seja deste mundo. Fugir do mundo seria como o soldado evitar ser ferido, fugindo do campo de batalha. A fuga não é vitória. Vencer também não quer dizer santificar tudo do mundo por Cristo. Algumas partes do mundo poderão ser redimidas por Cristo, mas as atividades pecaminosas não podem ser santificadas. Para João, vencer significa lutar pela fé contra o fluxo deste mundo presente e mau. Quer dizer subir acima do pensamento desse mundo e seus costumes pecaminosos. Significa perseverar na liberdade em Cristo, longe da escravidão mundana. Significa lutar por aliança com Deus e não com o mundo. Quer dizer encontrar a liberdade somente em Cristo e no seu serviço, de modo que cantemos com o salmista: Sou, ó Senhor, teu servo, atado, mas livre, filho de tua serva, cujas correntes tu quebraste. Redimido pela graça, renderei como sinal de minha gratidão, meu constante louvor a ti. Significa ser levantado acima das circunstâncias deste mundo, para que, como Paulo, aprendamos a viver contentes em toda situação em que nos encontramos, sabedores de que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Significa ancorar nossa vida em Cristo e nas coisas eternas, em vez de neste mundo e nas coisas temporais — viver por Cristo, acima das ameaças e subornos e piadas do mundo. Significa seguir o Senhor como Calebe (Nm 14.24) no meio de gente que só faz reclamações. Significa permanecer em paz quando amigos ou colegas de trabalho nos desprezam por servirmos ao Senhor. Vencer o mundo pela fé significa viver uma vida de negar a si mesmo. Uma vida de autonegação, muitas vezes, significa que morreremos muitas mortes agora, enquanto servimos a Deus neste mundo. Vencer o mundo pela fé significa suportar pacientemente todas as perseguições que o mundo lança contra nós. Spurgeon advertiu: “Vença o mundo suportando pacientemente toda a perseguição que vier em seu caminho. Não fique zangado; não desanime. A zombaria não quebra os ossos; se por acaso tiver algum osso quebrado por amor de Cristo, este será o osso mais honrado de todo seu corpo”. “Nós cristãos devemos considerar como grande alegria o sermos perseguidos por amor de Cristo”. Texto extraído e adaptado do livro: Lutando contra Satanás, págs. 133 a 135, escrito por Joel R. Beeke. Editora Fiel.

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

 

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HORA DA REVISÃO

1. Qual o significado do termo “ética”?

A palavra ética vem do grego ethica, de etheos, cujo sentido é “aquilo que se relaciona com o caráter”.

2. Segundo a lição, qual deve ser a postura do crente diante do mundo?

Ele não pode retroceder para que não se perca o galardão (v. 8); não prevaricar, que é o mesmo que não ultrapassar os limites estabelecidos pela doutrina (v. g).

3. Qual a mais importante mensagem ensinada e pregada por Jesus?

O Sermão do Monte (Mt 5-7) é a mais importante mensagem pregada e ensinada por Jesus.

4. Cite uma das bênçãos advindas do crente cumprir os mandamentos de Jesus.

Ser amigo de Jesus.

5. Quais são, segundo a lição, as práticas vitais para o crente que deseja vencer o mundo?

Destaca-se a necessidade de conhecer os desafios impostos por este tempo, além de uma vida dedicada ao preparo espiritual, bíblico e intelectual, com vistas a responder adequadamente às indagações mais comuns na atualidade (1 Pe 3.15).