ANO 11 | Nr 1.367 | 2020
45.973 LEITORES MENSAIS
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS
- 1º Trimestre de 2020
Título: Jesus Cristo —
Filho do Homem, Filho de Deus
Comentarista: Thiago
Brazil
LIÇÃO 5
2 DE FEVEREIRO DE 2020
OS TÍTULOS DE JESUS CRISTO
TEXTO DO DIA
“E toda língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.11).
SÍNTESE
O conhecimento claro e seguro de quem o
Senhor Jesus é, através dos seus vários títulos, tem o poder de trazer a luz à
solução para vários aspectos relevantes da pessoa do Salvador do mundo.
TEXTO BÍBLICO
Filipenses 2.5-11
INTRODUÇÃO
||A vinda do filho
de Deus ao mundo é o clímax de uma série de promessas anunciadas no Antigo
Testamento. Em virtude disto, a Escritura denomina Jesus com um conjunto de
títulos e adjetivos, buscando dessa maneira apresentá-lo da melhor forma
possível àqueles que não tiveram o privilégio de conviver diretamente com o
Salvador. Pensar sobre cada uma das designações de Jesus nos ajudará a
compreender melhor a totalidade da obra do Salvador||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Existem muitos nomes
para o nosso Salvador registrados nas páginas da Escritura. Todos eles são
dados por Deus para nos ensinar a glória e o poder de Jesus como Salvador.
Alguns dos nomes mais importantes que já estudamos: Jesus, Cristo, Senhor,
Filho unigênito de Deus, Filho do homem e Emanuel. Seus muitos outros nomes são
importantes também. Eles enfatizam várias coisas sobre ele. Nomes tais como
rosa de Sarom e lírio dos vales (Ct. 2:1) enfatizam sua beleza como o Salvador.
Nomes como Leão da tribo de Judá (Ap. 5:5) e príncipe dos reis da terra (Ap.
1:5) nos lembram do seu poder de rei. Outros nomes, tais como filho de Davi
(Mt. 1:1), raiz de Davi (Ap. 22:16), Cabeça (Cl. 2:19) e esposo (Mt. 9:15),
mostram-no em sua relação com a igreja, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Vamos pensar maduramente a fé
cristã?
I – FILHO DO HOMEM
||1. O uso e a
origem do conceito do “Filho do Homem” no Antigo Testamento. Numa tradução, “Filho do homem” em Hebraico é “
bem’adam ”. Este detalhe linguístico-etimológico demonstra a associação do
conceito, à princípio, com o caráter adâmico do personagem a quem ela
refere-se. Esta expressão está presente no Antigo Testamento em quase 100
versículos. Há, no entanto, uma característica muito peculiar da presença deste
termo no Antigo Testamento: ele aparece, em noventa por cento dos casos, no
livro de Ezequiel — onde há mais de 90 registros. Em Ezequiel a locução sempre
se refere diretamente à pessoa do profeta. Assim, a expressão, num primeiro
sentido, corresponde a imagem de um legítimo “Filho de Adão”, um “Filho da
Humanidade” ou um humano de verdade||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- A expressão “Filho do
Homem” - literalmente ‘filho de Adão’, denotando um ser humano, uma pessoa; o
plural bnei Adam é utilizado para humanidade. A expressão ocorre no livro de
Ezequiel como o nome particular pelo qual Deus se dirige ao profeta. É como
dizer “descendente de seres humanos” (Sl 8.4). Esse é o uso mais comum dessa
expressão. Mas em Daniel 7.13-14, a pessoa “semelhante a um filho do homem” é
uma referência ao Messias, o Salvador do mundo. Os judeus do tempo de Jesus
esperavam a vinda do Filho do Homem.
- “A expressão "filho do homem" é encontrada muitas vezes, tanto no
Velho como no Novo Testamento. Originalmente, foi usada como sinônimo de
"homem". Isaías 51:12 diz:
"Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o
homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Veja,
também, Jó 16:21; 25:6; 35:8; Salmos 8:4; 80:17; 144:3; Isaías 56:2). No livro
de Ezequiel, escrito no sexto século a.C., a frase foi uma maneira que Deus,
muitas vezes, identificou o profeta Ezequiel (2:1,3,6 e muitos outros
versículos em Ezequiel). A expressão aparece duas vezes no livro de Daniel, com
dois sentidos diferentes. Em Daniel 8:17, o profeta é chamado de "filho do
homem". Mas, em 7:13, desce do céu (numa visão) "um como o Filho do
Homem" que recebeu do Ancião de Dias autoridade para reinar para
sempre. Nesta visão profética, a frase
claramente se refere a Cristo.” (estudosdabiblia)
||2. A
autorreferenciação de Jesus como “Filho do Homem”. Este é um dos títulos mais recorrentes do Novo
Testamento — aparecendo mais de 80 vezes. Com raras exceções, o título que
Jesus atribui a si mesmo nos três Evangelhos sinóticos é sempre “Filho do
Homem”. No Novo Testamento, além da expressão também carregar uma possível
conotação apocalíptica (Ap 1.13; 14.14), é relevante o fato dela não estar
presente na vasta literatura de Paulo. O termo pode ser entendido como uma
autorreferência de Jesus a sua humanidade e um esforço de esclarecer sua
vocação espiritual, e não política (Mc 9.31; Lc 12.40), especialmente como uma
possível indicação do cumprimento profético de Gênesis 3.15. Porque Jesus
optaria por atribuir a si mesmo, tantas vezes, este título em específico? São
várias as possibilidades de respostas, dentre algumas: Por sua conotação de
humildade e simplicidade; em momento algum do Evangelho vemos Jesus exigindo
para si mesmo, com arrogância, tratamento por meio de títulos. Ao contrário, o
Salvador sempre portou-se como um de nós; e como bem fala o escritor aos
Hebreus, Ele não se envergonha de chamar-nos de seus irmãos (Hb 2.11) ||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Jesus usava o título
“Filho do Homem” quando falava sobre sua missão e sua autoridade divina. Ele
provavelmente se chamava de Filho do Homem por dois motivos:
1. Para dizer que era humano – mesmo sendo
Deus e tendo muito poder, Jesus era tão humano como nós; ele nos entende e pode
nos ajudar a vencer o pecado
2. Para se identificar como o Messias – Jesus
citava o profeta Daniel; ele podia estar se identificando com a pessoa da visão
de Daniel, indicando que ele era o Messias tão aguardado
-“Chegando ao Novo Testamento, "filho do homem" é usado quase
exclusivamente para falar sobre Jesus. O próprio Cristo utilizou esta expressão
(segundo os quatro relatos do evangelho) para se identificar inúmeras vezes
(Mateus 8:6; 9:20; etc.). Assim, ele enfatiza sua própria humanidade, o fato
que ele se fez carne e habitou entre homens (João 1:14). Mas esta descrição
jamais é usada para sugerir que Jesus era mero homem. Sem dúvida, o uso no Novo
Testamento elabora o tema introduzido em Daniel 7:13. O "Filho do
Homem" não é alguém que surge da terra (como a erva de Isaías 51:12). Ele
veio nas nuvens do céu (Daniel 7:13, compare Mateus 20:28; Lucas 19:10; João
3:13). Contra as doutrinas humanas que sugerem que Jesus era um homem
glorificado, a Bíblia ensina que ele é Deus que se humilhou. Em João 6:62 ele
diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde
primeiro estava?" Paulo confirma a mesma coisa em Filipenses 2:5-8. Assim,
o Filho do Homem mostrou sua autoridade na terra (Marcos 2:10,28). Depois de
sua morte e ressurreição, ele afirmou que tinha recebido toda autoridade
(Mateus 20:28; veja Lucas 22:69). Como Daniel o viu descendo nas nuvens, Jesus
prometeu vir nas nuvens em julgamento (Marcos 13:26; 14:62; etc.). Algum tempo
depois da ascensão de Jesus, Estevão foi privilegiado em ver "o Filho do
Homem, em pé à destra de Deus" (Atos 7:56). Vamos obedecer ao Filho do
Homem, que tem toda autoridade.” (estudosdabiblia)
“O título que Jesus com maior freqüência usou quando falando de Si mesmo, e
que, portanto, parece ter sido Seu título favorito, foi “Filho do Homem”. Esse
título muito discutido, não importa o que possa significar, certamente foi
designado para chamar atenção ao fato que Ele possuía humanidade real. Ele é o
homem representativo. Podemos apontar para Ele e dizer: Existe uma humanidade
real. Nele a natureza humana é vista com sua perfeição, funcionando como foi
pretendida quando deixou as mãos do Criador. Ele é o ideal segundo o qual todos
os outros deveriam padronizar suas vidas. E visto que Ele possuía assim a
natureza humana sem Sua própria Pessoa, Ele está vitalmente relacionado com
todos os outros membros da raça humana e, por divino apontamento, é capaz de
agir como o representante deles diante de Deus.” (Loraine
Boettner)
||3. O paradigma de
Jesus para nossas autoavaliações. Jesus
não incomodou-se em ser reconhecido a partir da sua humanidade, mesmo sabendo
de todas as limitações que tal condição lhe acarretava. Por que nós deveríamos
dar crédito a qualquer tipo de movimento religioso, evangélico ou não, que
defende — aberta ou dissimuladamente — uma divinização da humanidade? Deste
modo, é necessário denunciarmos e/ou abandonarmos todo modelo de falso
Cristianismo que procura endeusar pessoas, inflacionando seus egos e
entorpecendo suas autopercepções. Quanto mais próximos de Deus, mais humanos nos
reconheceremos (Lc 5.8), e isto nunca será prejudicial, antes, será um ótimo
antídoto contra todo tipo de soberba e insensatez||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Jesus é Filho de Deus
e Filho do Homem. Aqui na terra, ele foi o Homem perfeito. Ele passou por tudo
que nós passamos na vida mas não cometeu pecado (Hb 2.16-18). Jesus foi o
exemplo de verdadeira humanidade, segundo o plano original de Deus. Jesus é a
ligação entre o homem e Deus. Só ele pode nos unir a Deus, porque só ele é
totalmente Deus e totalmente homem ao mesmo tempo.
- Após a pesca
milagrosa, Pedro imediatamente percebeu que estava na presença daquele que era
santo e que estava exercendo o seu poder divino, e foi tomado de vergonha pelo
seu próprio pecado!
II – FILHO DE
DAVI
||1. A realeza de
Jesus. Este é o título
que se refere diretamente à realeza de Jesus. É assim que Mateus apresenta-nos
Jesus, logo na primeira frase do seu Evangelho (Mt 1.1). A associação do Mestre
da Galileia com o rei Davi concede-lhe o status de personagem que cumpre
importantes promessas do Altíssimo feitas ao grande rei de Israel (1Rs 8.25;
2Rs 8.19; 2Cr 21.7; Is 9.7; Jr 33.17). Há um forte caráter messiânico nesse
título, uma vez que — num tempo de opressão e controle do Império Romano —
somente um legítimo descendente da casa de Davi poderia trazer esperança de
cumprimento das profecias sobre a libertação dos filhos de Israel de toda e
qualquer opressão. É a partir deste título, inclusive, que a fraudulenta
acusação dos líderes religiosos contra Jesus ganha algum tipo de fundamento (Lc
23.2), pois em momento algum dos Evangelhos — senão na crucificação — vemos o
título de “Rei dos Judeus” associado ao Mestre, porém, ao ser chamado filho de
Davi, este outro título ficava implícito. Ao contrário da designação “Filho do
Homem”, Jesus nunca se denomina como “Filho de Davi”. São basicamente três os
episódios no Novo Testamento nos quais o Senhor é nomeado com esse título: A
cura da filha da mulher cananeia (Mt 15.22), a cura de Bartimeu (Mc 10.47) e na
estrada triunfal em Jerusalém (Mt 21.9-15). Analisemos então,
pormenorizadamente, estes três episódios para que possamos mensurar a
importância deste título de Jesus||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Dezessete versículos
do Novo Testamento descrevem Jesus como o "filho de Davi". Filho de
Davi é um título messiânico usado como tal apenas nos Evangelhos sinópticos. Jesus
era chamado filho de Davi porque era descendente de Davi e herdeiro da promessa
de Davi. Jesus era filho de Deus mas ele se tornou homem. Como homem, ele era
descendente do rei Davi (Rm 1.3-4). O Antigo Testamento profetizou que o
Messias seria da linhagem de Davi (2Sm 7.12-13; SI 89.3-4,19,24; Is 11.1-5; Jr
23.5-6). Tanto Maria, a mãe de Jesus (Lc 2.23,31), quanto José, o seu pai legal
(Mt 1.6,16; Lc 1.27), eram descendentes de Davi. João faz da crença de que
Cristo veio em carne um teste crucial de ortodoxia (1Jo 4.2-3). Por ser
plenamente humano, bem como plenamente Deus, ele pôde servir como substituto do
ser humano (Jo 1.29; 2Co 5.21) e como um sumo sacerdote compassivo (Hb
4.15-16).
- “Filho de Davi era o Messias, o Salvador aguardado pelos judeus. De acordo
com as promessas que Deus fez ao longo do Velho Testamento, os judeus sabiam
que o Salvador do mundo seria:
1.
Judeu – Deus prometeu a Abraão, antepassado de todos os judeus, que por
meio de sua descendência todos os povos da terra seriam abençoados; essa
promessa foi passada para seu filho Isaque e seu neto Jacó – Gênesis 12:2-3
2. Da
tribo de Judá – Jacó profetizou que a tribo de Judá reinaria sobre todas as
outras tribos de Israel – Gênesis 49:10
3. Da
família de Davi – Deus prometeu a Davi que sua descendência reinaria para
sempre – Salmos 89:3-4”
(respostas)
||2. O poder de cura
do Filho de Davi. A mulher
estrangeira e o deficiente visual clamarem por cura, chamando Jesus de “Filho
de Davi”, é um indício de que até as pessoas mais simples e desprestigiadas
socialmente tinham plena consciência da magnitude e grandeza de Jesus nos dias
de seu ministério. Diferente de César, que percorria seus territórios rodeado
de pompa e glamour, o Filho de Davi, verdadeiro e único herdeiro de um trono
eterno, caminhava pelos mais inexpressivos rincões, levando consigo saúde e
esperança (Lc 1.32,33). Em nada Jesus diminuiu-se por dar atenção a pessoas
marginalizadas, indivíduos que não eram — em virtude das condições biossociais
— respeitados naquela comunidade. Um rei acolhendo o clamor de uma mãe
estrangeira e o pedido insistente de um doente marginalizado é uma prova
inconteste de que não são coroas, súditos ou tronos que indicam a realeza de
alguém, e sim, o conjunto de ações, uma postura ética, um coração de rei. E
tudo isto Jesus tinha. Estes dois milagres de Jesus demonstram uma verdade
inquestionável: poder de trazer a morte e a dor qualquer déspota enlouquecido
tem, contudo, autoridade sobre demônios e enfermidade — isto é, poder de dar
vida — somente Jesus, o “Filho de Davi”, tem||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Jesus Cristo é
designado nos evangelhos como sendo o Messias prometido no Antigo Testamento,
que viria da descendência de Davi. Jesus, assim como Davi, era Rei, com a
diferença de que o reinado de Jesus não terá fim, pois Ele é o Rei dos reis e o
Senhor dos senhores. O cego Bartimeu “enxergou” o que muitos não quiseram
enxergar: “e, ouvindo que era Jesus, o
Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (Mc
10. 47). Esse título que Jesus recebe, ligando-o ao rei Davi por meio da
descendência, é muito importante, pois deixa claro que as promessas de Deus de
que daria ao seu povo um rei vindo de Davi foram claramente cumpridas em Jesus
Cristo!
||3. O anúncio do
rei em sua entrada triunfal. A imagem de
Mateus 21.9 é um momento único nos Evangelho: Jesus adentra Jerusalém aclamado
pelo povo não apenas como profeta, mas também como real herdeiro do trono. O
clamor da multidão, provavelmente inspirado nos Salmos 20.9 e 118.26, descreve
a chegada de uma autoridade na cidade. Era assim que os colonizados por Roma
deveriam proceder quando da visita oficial de um senador ou mesmo do imperador.
No entanto, quem entrava na cidade era o Salvador, o prometido de Israel, o
Filho de Davi. Apenas Mateus, o escritor cuja influência da tradição judaica é
mais forte, registra o título atribuído a Jesus, enquanto que os demais
evangelistas destacam a realeza do Mestre, sem contudo, associá-la a sua origem
davídica (Mc 11.9,10; Lc 19.37,38; Jo 12.13). Como sabemos, pelo menos parte da
multidão que celebrou a chegada do Rei dos reis, em uma semana, seria
manipulada para pedir a crucificação do Salvador. Desta repentina mudança de
comportamento fica um indício: se a mentira e maldade dos religiosos induziram
a multidão ao erro, a espontaneidade do povo levou-o à adoração. Por isso, menos protocolos
religiosos, mais liberdade para a adoração||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Jesus foi o
cumprimento da profecia da descendência de Davi (2Sm 7.14-16). Jesus era o
Messias prometido, o que significa que Ele era da descendência de Davi. Quando
a população clamou ‘Bendito o que vem’, expressou uma citação exata do Salmo
118.26, juntamente com o título messiânico "Filho de Davi", deixando claro que a multidão
estava reconhecendo a afirmação messiânica de Cristo.
“Jesus foi intitulado de "Senhor, Filho de Davi" várias vezes por
pessoas que, pela fé, buscavam perdão ou cura. A mulher cuja filha estava sendo
atormentada por um demônio (Mateus 15:22), os dois homens cegos à beira do caminho
(Mateus 20:30) e o cego Bartimeu (Marcos 10:47) todos clamaram ao filho de Davi
por ajuda. Os títulos de honra que deram-lhe declaravam a sua fé nEle. Chamá-lo
de "Senhor" expressava um sentimento da divindade, domínio e poder de
Jesus, e ao chamá-lo"Filho de Davi", eles estavam professando que Ele
era o Messias. Os fariseus também compreenderam o significado das pessoas
chamando Jesus de "filho de Davi". Entretanto, ao contrário daqueles
que clamaram em fé, eles estavam tão cegos pelo seu próprio orgulho e falta de
compreensão das Escrituras que não podiam ver o que os mendigos cegos podiam
ver - que aqui estava o Messias pelo qual haviam esperado por toda a vida. Os
fariseus odiavam Jesus porque Ele não lhes dava a honra que achavam que
mereciam. Então, quando ouviram o povo saudando Jesus como o Salvador, ficaram
enfurecidos (Mateus 21:15) e planejaram matá-lo (Lucas 19:47). Jesus ainda
confundiu os escribas e fariseus ao pedir-lhes que explicasse o significado
deste título. Como é que o Messias podia ser o filho de Davi quando o próprio
Davi se referiu a Ele como "meu Senhor" (Marcos 12:35-37)?
Naturalmente, os professores da lei não podiam responder à pergunta. Jesus
assim expôs a ineptidão dos líderes judeus como professores e sua ignorância
quanto ao que o Antigo Testamento ensinava sobre a verdadeira natureza do
Messias, alienando-os ainda mais Dele. Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus
e o único meio de salvação para o mundo (Atos 4:12), é também o filho de Davi,
tanto no sentido físico quanto no sentido espiritual.” (gotquestions)
- Referente à afirmativa do comentarista
“Desta repentina mudança de
comportamento fica um indício: se a mentira e maldade dos religiosos induziram
a multidão ao erro, a espontaneidade do povo levou-o à adoração. Por isso,
menos protocolos religiosos, mais liberdade para a adoração”, não é fácil entender a ligação com o
proposto no subtópico. Qual a ligação entre o reconhecimento daquela multidão
que aclamou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém, reconhecendo-o como o
Messias prometido nas Escrituras, com aquela turba convulsiva que gritava ‘crucifica-o’?
E o que dizer sobre menos protocolos
religiosos, mais liberdade para a adoração? Para adorar corretamente, como Deus exige que se faça,
é necessário ensino. “A verdadeira
adoração de Deus se distingue pelos seguintes critérios: primeiro, vem do
coração resgatado que foi justificado diante de Deus pela fé e que está
confiando no Senhor Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Como se pode
adorar o Deus do céu, se o seu pecado não tem sido tratado? Nunca pode ser
aceitável uma adoração que proceda de um coração ainda não regenerado, onde
Satanás, o próprio eu e o mundo tenham a maior influência (2 Timóteo 2:26, 1 João
2:15). Qualquer adoração, a menos a que seja de um coração "lavado",
é vã”. (gotquestions).
O homem foi criado para adorar, no entanto, o pecado desfigurou esse objetivo.
A adoração é a coisa mais natural para o homem, mas até sermos restaurados a
Deus através do sacrifício do Seu Filho amado, toda a nossa adoração é apenas
uma coisa vã. É como "fogo estranho" diante do altar (Lv 10.1). Por
essa razão, CUIDADO com a tal liberdade para a
adoração! A igreja de
todos os tempos e de todas as tradições corre sempre o mesmo perigo daquela
tuba que em duas situações comportaram-se de maneiras distintas. É possível que
nos acostumemos à fé. É possível que reduzamos nossa vida cristã a experiências
emocionais, ao formalismo religioso, ao ativismo e etc.
III - MESSIAS
||1.
Messias-Cristo-Ungido. Sem dúvida alguma,
o título mais importante de Jesus era “Messias” / “Cristo” / “Ungido” (é
importante lembrar que estas três palavras tem o mesmo significado, sendo
apenas de idiomas diferentes, respectivamente, hebraico, grego e português). Em
momentos marcantes do Evangelho Ele é reconhecido como Cristo; já como Ungido,
temos a referência de Atos 4.26. É, porém, como o Cristo que os escritores do
Novo Testamento mais se referem a Jesus de Nazaré. O uso do termo justifica-se
pela centralidade da obra redentora do Senhor, isto é, falar de Jesus Cristo é
apresentar ao mundo o plano da salvação. O Novo Testamento começa (Mt 1.1) e
conclui (Ap 22.21) com a referência de Jesus como o Cristo. A ideia da “unção”
está, no Antigo Testamento, diretamente associada a realização de uma missão
especial (Sl 105.15) e específica (consagração de reis — 1Sm 10.1; 16.1; 1Rs
1.39; de sacerdotes — Lv 8.12; e profetas — 1Rs 19.16)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- A primeira coisa que
precisamos saber é que o nome Cristo
não é do mesmo tipo que Jesus. Jesus é o nome pessoal do Salvador, mas Cristo é um título.
- A segunda coisa que é
preciso saber é que Cristo significa “ungido” (Messias significa o mesmo, e é o
equivalente veterotestamentário do nome Cristo). Ele se refere ao fato que
Jesus foi especificamente apontado e ordenado por Deus para fazer a obra do
reino de Deus. Ele foi publicamente ungido com o Espírito no tempo de seu
batismo (Mt 3.16), assim como predito em Isaías 61.1-3, onde sua obra como o
ungido é descrita também.
||2. Tu és o Cristo!
Num dos momentos mais emblemáticos do
Evangelho, o Mestre faz uma pergunta aos seus discípulos acerca da compreensão
de sua identidade por parte da comunidade daquela época (Mt 16.13). Os seus
amigos apresentam-lhe o diagnóstico de que a multidão não possui ainda uma
percepção límpida de quem Jesus é, de um modo geral, confundem-no com uma
figura do profetismo do Antigo Testamento. Depois desta problemática
constatação, Jesus direciona a mesma pergunta para seus apóstolos. A resposta
de Pedro é simplesmente uma das afirmações centrais da história do
Cristianismo: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mt 16.16), numa
ressonância da imagem do Deus que age na história da humanidade, muito presente
em momentos decisivos da história de Israel (Js 3.10; 1Sm 17.36; 2Rs 19.16; Os
1.10,11). Pedro também enaltece de forma pública Jesus como o Cristo. A
resposta do apóstolo é tão categórica que o próprio Jesus afirma que ela não
pode ser fruto de uma elaboração humana, antes, produto da revelação divina (Mt
16.17)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- As declarações messiânicas
de Cristo sempre foram alusões sutis a profecias do Antigo Testamento, combinadas
com atos miraculosos que substanciavam essas declarações. Nunca antes ele
revelara de maneira tão explícita a Pedro e aos apóstolos a plenitude de sua
identidade como fez em Mt 16.16. Foi o próprio Deus Pai quem abriu os olhos de
Pedro para o pleno significado dessas declarações e revelou a ele quem Jesus
era de fato. Em outras palavras, Deus abriu o coração de Pedro para esse
conhecimento mais profundo de Cristo pela fé. Pedro não estava simplesmente
expressando uma opinião acadêmica sobre a identidade de Cristo; essa foi uma
confissão da fé pessoal de Pedro, possibilitada por um coração divinamente
regenerado.
||3. Quem é Jesus
para nós hoje? Em que parte da
história estaríamos hoje se a pergunta fosse feita a nós? Seríamos como a
multidão que, ávida por bênçãos e benefícios, via o Senhor apenas como mais um
profeta que realizava atos poderosos, ou teríamos a sensibilidade de Pedro e
reconheceríamos Jesus como o Cristo? Infelizmente, em muitos lugares, Jesus não
passa de alguém equivalente a um remédio para dores de cabeça, a quem
recorremos em momentos específicos. Já em outras comunidades Jesus é um trunfo na
manga, alguém através de quem demonstra-se poder e glória pessoais. Passa
longe, em muitas igrejas, a percepção de Jesus como o Cristo. Na verdade, se
Jesus for “apenas” o Cristo, a estratégia de marketing midiático não funciona.
Falar da cruz, da necessidade de confissão de pecados e arrependimento não dá
“ibope”, por isso, em muitos lugares, Jesus é apenas uma marca, quase uma
palavra mágica. Precisamos voltar à essência do Evangelho, e concentrarmo-nos
em pregar a Jesus Cristo, e este como o crucificado (1Co 2.2)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- O povo Judeu esperava
ansioso o surgimento de um Salvador, que era chamado por eles de o Messias que
haveria de vir. Hoje, falta ensinamento sobre a pessoa de Jesus. Precisamos
compreender quem é Jesus de fato. Interessante é que, a mesma pergunta que
Jesus fez aos discípulos em Mateus 16.16, é repetida - Quem dizem os homens que
eu sou?
- “Confessar
que Jesus é Cristo não é meramente pronunciar o nome, mas dizer que ele é o
nosso supremo Profeta e Mestre, nosso único Sumo Sacerdote, e nosso Rei eterno.
É um reconhecimento de que seremos ensinados por ele somente, governados por
ele somente, e abençoados por ele somente. Não é de se admirar, então, que
ninguém pode dizer que Jesus é o Cristo, senão mediante um dom recebido dos
céus. Que Jesus é Cristo significa, também, que ele é o único que pode
sustentar esses ofícios e realizar a obra que pertence a eles. Não precisamos
de nenhum homem para nos ensinar (1 João 2:27). Não precisamos de nenhum outro
sacerdote ou sacrifício! Não reconhecemos nenhum outro Rei, pois ele é o Rei
dos reis e Senhor dos senhores. Ele é único!” (O
Nome Cristo - Rev. Ronald Hanko)
CONCLUSÃO
||Jesus é tão
maravilhoso que definir quem Ele é em uma só palavra ou expressão é impossível,
por isso, aprendamos mais e mais sobre quem é o nosso Salvador e como devemos
chamá-lo. A indagação paulina ainda tem total razão de ser entre nós, em nossos
dias (Rm 10.13,14). O verdadeiro Evangelho somente será anunciado às nações de
modo eficaz, quando aqueles que pregam tiverem plena consciência de quem o
Senhor Jesus Cristo é||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 2 Fevereiro, 2020]
- Não há questão mais
importante do que a que Jesus fez a seus discípulos. A resposta correta para
essa pergunta é, em alguns aspectos, simples o bastante para salvar uma
criança, mas também complexa o bastante para manter os teólogos ocupados por
toda a eternidade. Se a vida eterna é conhecer a Jesus Cristo (Jo 17.3), então
não podemos nos dar ao luxo de sermos ignorantes sobre aquele que é “o mais
distinguido entre dez mil” (Ct 5.10).
Pb Francisco Barbosa