ANO 11 | Nr 1.363 | 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS
- 1º Trimestre de 2020
Título: Jesus Cristo —
Filho do Homem, Filho de Deus
Comentarista: Thiago
Brazil
PLANO DE AULA PREPARADO
POR:
LIÇÃO 3
19 DE JANEIRO DE 2020
O MINISTÉRIO DE JESUS
TEXTO DO DIA
“E na veste e na sua coxa tem escrito
este nome: REI DOS REIS, E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).
SÍNTESE
Sendo Senhor do universo, Jesus veio ao
mundo para servir-nos; e fez isso através de um rico e abençoador ministério
que possuía três grandes âmbitos: o profético, o sacerdotal e a realeza.
TEXTO BÍBLICO
Hebreus 5.1-10
INTRODUÇÃO
||Enquanto Jesus
esteve entre nós Ele exerceu um ministério, isto é, um serviço. Ele mesmo
deixou isso bem claro quando declarou que tinha vindo ao mundo para servir às
pessoas e não para ser servido (Mt 20.28). Esse é um princípio fundamental que
devemos levar em consideração ao refletirmos sobre a pessoa bendita do
Salvador. Desde a época de Jesus, e ainda hoje, muitas pessoas acham que ser
ministro, ter um ministério, é possuir um conjunto de regalias que as fazem
melhores que os outros; enquanto que de fato, um ministro é um servo. Jesus
esteve entre nós e serviu-nos como Profeta, Sacerdote e Rei. Ele não teve o
prestígio de um grande profeta, as honrarias de um sumo sacerdote ou as
regalias de um monarca, pelo contrário, assumiu para si apenas um conjunto de
responsabilidades associadas a esses ministérios, para através de sua vida
realizar a ação mais espetacular da história: amar-nos de modo radical||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- O tríplice ofício de
Cristo (“Munus triplex”), o qual ele exerceu tanto em seu estado de humilhação
como no de exaltação, está figurado no Antigo Testamento nos ofícios profético,
sacerdotal e real – ofícios que eram consagrados através de unção (sendo
“ungido” o significado do termo grego “Cristo” e hebraico “Messias”). A Bíblia
ensina textualmente que Jesus exerceu todas essas funções.
- A palavra Ministério
significa de acordo com o dicionário: “1. Execução de uma tarefa, de uma obra;
atividade, trabalho. 2. Ocupação exercida por alguém; cargo, função,
profissão.” Em se tratando do Corpo de Cristo, exercer um ministério implica em
servir. Ao falar sobre o serviço dos cristãos a Cristo e ao próximo, John Stott
lembra que há diferentes tipos de ministério, conforme o dom e a vocação de
cada servo. Cada um pode servir com suas orações, dons, interesses e
capacidades, encorajando ou engajando-se em alguma atividade e respondendo à
chamada de Deus para nos especializarmos de acordo com nossa vocação, conforme
os dons, os interesses e oportunidades (ultimato).
Vamos pensar maduramente a fé cristã?
I – O OFÍCIO DE PROFETA
||1. Em Jesus
cumpriu-se o anúncio profético de Moisés. Em
Deuteronômio 18.15-19 temos o anúncio de um personagem que, num futuro
indeterminado, exercerá o ministério profético com autoridade e poder
semelhantes a Moisés. Milênios após a partida do grande profeta de Israel,
surge no curso da história humana Jesus de Nazaré, aquele que, segundo Atos
7.37, é o cumprimento histórico daquele longínquo anúncio profético. Na
verdade, através da comparação de alguns episódios das vidas de Moisés e Jesus,
podemos perceber que no Salvador cumpre-se muito daquilo que o grande
Legislador de Israel viveu como sombra e metáfora. Se Moisés foi vocacionado
para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito (Êx 3.7-10), Jesus é
aquele que nos livra do poder do império da morte (Hb 2.14); enquanto o filho
de Joquebede fere a rocha e dela jorra água para saciar a sede do povo em sua
jornada pelo deserto (Êx 17.6), Jesus é a própria fonte da água da vida, de
onde brota a salvação de Deus para a humanidade (Jo 4.10-13); Moisés ergue a
serpente no deserto para que, olhando para ela, as multidões sejam salvas da
enorme praga que atinge o povo (Nm 21.4-9), Jesus, contudo, sobe à cruz do
Calvário e através de sua morte traz salvação a todos nós (Jo 3.14-16)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- Em êxodo 18.15-19, o
pronome singular “um profeta... semelhante
a mim” enfatiza o Profeta definitivo que viria. Tanto o Antigo Testamento (Dt
34.10) como o Novo Testamento (At 3.22-23; 7.37) interpretam essa passagem como
uma referência ao Messias vindouro, que, como Moisés, receberia e pregaria
revelação divina e guiaria seu povo (Jo 1.21,25,43-45; 6.14; 7.40). Na verdade,
Jesus foi semelhante a Moisés em vários outros aspectos: Jesus teve a vida
poupada quando criança (Êx 2; Mt 2.13-23); Ele renunciou à corte real (Fp
2.5-8; Hb 11.24-27); teve compaixão do seu povo (Nm 27.17; Mt 9.36); intercedeu
pelo povo (Dt 9.18; Hb 7.25); falou com Deus face a face (Êx 34.29-30; 2Co
3.7); e foi o mediador de uma aliança (Dt 29.1; Hb 8.6-7).
- É importante frisar o
uso tipológico de Nm 21.4-9 em Jo 3.14-15, quando Moisés em obediência à ordem
divina ergue uma serpente de bronze. Nesse episódio, a pessoa acometida pela
peçonha abrasadora tinha que fixar seu olhar na serpente de bronze, um ato
definitivo da vontade, se quisesse ser curada e viver. 3.14 assim importa que o
Filho do Homem seja levantado. Aqui claramente se vê uma predição sublimar da
morte de Jesus na cruz. No relato do texto joanino, Jesus referiu-se à história
de Nm 21.5-9, onde o povo de Israel, quando olhava para a serpente levantada
por Moisés, era curado. A importância dessa ilustração ou analogia está no "levantado".
Assim como Moisés levantou a serpente na haste para que todos os que olhassem
para ela vivessem fisicamente, assim aqueles que olham para Cristo, que foi
"levantado" na cruz, viverão espiritual e eternamente!
||2. O profetismo de
Jesus. Temos em Jesus de
Nazaré um típico discurso profético, o qual pode ser distinguido por três
características fundamentais: uma fala que amplifica o clamor das camadas mais
sofridas da população (Mt 11.5; Lc 4.18). É bem verdade que há vários sermões
de Jesus transbordantes de amor e misericórdia, todavia, não podemos esquecer que
Ele também, por ter um ministério profético, em muitos momentos utilizou-se de
uma retórica revestida de um forte senso de justiça. Foi assim que Ele
posicionou-se contra escribas e fariseus (Mt 23) e também com relação às
pessoas que se acomodavam numa espiritualidade morta e sem comprometimento com
o reino (Jo 6.48-69). Por fim, o profetismo de Jesus manifesta-se através da
natureza proclamativa do ministério. Não foi apenas para tratar de problemas de
sua época que o Mestre veio ao mundo, mas também, como profeta, para anunciar
antecipadamente a conclusão da história da humanidade e assim assegurar-nos que
seremos mais do que vencedores (Mt 24). É assim que deve viver um profeta:
ardorosamente trabalhando para construir uma realidade melhor no presente —
através de uma sistemática denúncia do pecado —, e ao mesmo tempo consciente
daquilo que ocorrerá no futuro||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- Note que a grande
função do profeta era anunciar as palavras de Deus aos homens. O profeta não
falava de si mesmo, mas transmitia a Palavra de Deus, a qual precisaria ter
recebido de Deus anteriormente. O profeta comunicava a vontade de Deus ao povo
por meio de admoestações, exortações, promessas ou ameaças. Jesus é o profeta
por excelência. Como Profeta, ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus.
- Note, ainda, que este
ofício de Cristo nos é apresentado desde Gênesis, onde vemos Cristo como Profeta
na Palavra criadora do Pai (Gn 1.3; cf. Jo 1.1-4; Cl 1.16) e o Anjo do Senhor
que traz a revelação da vontade e da aliança de Deus (Gn 16.7; 31.11-13; cf. 2
Co 1.20). Assim, também, na conclusão da Revelação Especial de Deus à
humanidade, as Escrituras, lemos em Apocalipse o ofício profético de Jesus na
testemunha fiel (Ap 1.5) que traz revelação, a qual Deus lhe deu para mostrar
aos seus servos o que em breve há de acontecer (Ap 1.1) e que é digna de abrir
os sete selos da revelação do juízo de Deus (Ap 6.1).
- É Importante, ainda,
notar que o Novo Testamento afirma que todos os profetas do Antigo Testamento
eram movidos pelo Espírito de Cristo, isso aponta para o caráter profético de
Jesus dando aos profetas a revelação, conforme Pedro nos esclarece em 1Pe
1.10,11, onde claramente entendemos que os profetas puderam antever as coisas
futuras porque o Espírito de Cristo estava neles e lhes concedia a revelação.
“No Antigo Testamento, um profeta era alguém chamado por Deus para cumprir
uma tarefa ou várias tarefas, especialmente a de entregar uma mensagem Dele. A
grande característica da mensagem do profeta eram as palavras: “Assim diz o
Senhor”. Deus chamou homens comuns, como você e eu, com personalidades
diferentes, em situações bem diferentes, para fazer e dizer coisas diferentes. A
seguir veja alguns termos usados para se referir a um profeta.
1. Homem
piedoso Às vezes o
termo profeta se refere a pessoas piedosas que gozam de um relacionamento
íntimo com Deus. Parece que esse é o uso do termo em Gênesis 20.7 em relação a
Abraão.
2. Homem de
Deus Muitas vezes
os profetas eram chamados “homem de Deus”, como em Deuteronômio 33.1 e 1Reis
13. O uso desse termo enfatiza a diferença de caráter entre o profeta e as
demais pessoas. Isso se vê na maneira que a mulher sunamita falou do profeta
Eliseu: “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus” (2Rs
4.9).
3. Um orador
a quem foi confiada uma missão Notamos que quando Deus chamou Moisés para ser o instrumento divino na
libertação do Seu povo, Arão foi designado profeta – em outras palavras, o seu
porta-voz – “Vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será
teu profeta” (Êx 7.1).
4. Vidente e
profeta se tornam termos sinônimos No início havia uma distinção entre vidente e profeta, mas mais tarde eram
termos sinônimos, como o autor do livro histórico de Samuel enfatiza –
“Antigamente, em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter
com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente” (1Sm
9.9).
5.
Instrumento da comunicação Divina Embora Deus tenha falado “muitas vezes, e de muitas maneiras… pelos
profetas”, foi sempre o mesmo Deus que falou. Por causa disso notamos uma
unidade no ministério e nas mensagens dos profetas. A grande responsabilidade
de qualquer profeta era lutar para viver uma vida digna do seu ofício, com o
objetivo de transmitir a mensagem divina para que o povo de Israel pudesse
viver um relacionamento correto com seu Deus.
Note: Deve-se observar que no termo profeta não
há nada que implique previsão de acontecimentos futuros. Um profeta pode
predizer, ou não, o futuro segundo a mensagem que Deus lhe der. Um profeta é
aquele que fala da parte de Deus ao homem.” (Quem eram os profetas? Disponível em: ultimato)
||3. A urgente
necessidade de resgate do discurso profético de Jesus. A crise generalizada que se alastrou em nossa
sociedade necessita de uma resposta à altura. Plataformas ou projetos humanos
não serão capazes de solucionar a origem desta tensão moral e espiritual que
vivemos; somente se retornarmos ao discurso originário do Cristianismo, aquele
que tão bem caracteriza Jesus como Profeta (Lc 24.19), poderemos ter esperança
de dias melhores. Enquanto a Igreja estiver mais comprometida com os benefícios
e interesses terrenos do que com a manifestação do Reino de Deus nesta geração,
não seremos capazes de refletir o caráter profético do ministério de Cristo em
nós. A Igreja é do Senhor Jesus, e por isso ela tem uma vocação profética que
jamais pode ser renunciada, à custa de tornarmo-nos coniventes e cúmplices de
todo o pecado estrutural que procura instalar-se em nossa sociedade (Ap 3.16)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- Aqui sugiro que seja
feita uma distinção entre a Igreja Militante e a Igreja Triunfante. A Igreja do
Senhor Jesus propriamente dita é a Triunfante, não quer dizer que a Igreja
Militante não pertença a Ele, mas que ela está composta de Trigo e Joio... A
Igreja verdadeira, o Corpo de Cristo, os crentes fiéis, estes sim são
comprometidos com os negócios do Reino em detrimento das coisas materiais.
Aqueles que pregam o céu na terra esquecendo-se que o Reino não é deste mundo, não são membros da Igreja Triunfante, a
menos que se arrependam e confessem o Evangelho verdadeiro!
- Também é importante
frisar aqui que, como os profetas do Antigo Testamento tinham uma preocupação
ética e social, como também o próprio Cristo em seu ministério terreno
demonstrou a mesma preocupação, é papel dos crentes hoje, agir como os profetas
que sempre denunciavam as injustiças e violências cometidas contra o povo,
demonstrando grande preocupação com o bem-estar social, a Igreja deve manter
viva essa chama (Dt 24.19-22; Lv 19.9-18; Am 2.6-8; 5.11).
- Chamo sua atenção
para a afirmativa do comentarista: “poderemos ter
esperança de dias melhores” – é importante que se diga que esta sociedade sem Deus não tem
esperança de melhora e ainda não se degenerou de vez por causa da presença da
Igreja que, como sal e luz, ainda conserva um pouco de temor, e a Igreja não
pode esperar melhora aqui, ainda mais considerando que, aquele que deseja viver
piedosamente, encontrará oposição. Como escreve John Stott: “O mundo, sem dúvida, perseguirá a igreja
(10-12); apesar disso, a igreja é chamada para servir a este mundo que a
persegue (13-16). “Vossa única vingança”, expressou Rudolf Stier, “deve ser o
amor e a verdade contra o ódio e as mentiras”. Por mais incrível que pareça,
Jesus referiu-se àquele punhado de camponeses palestinos, chamando-os de sal da
terra e luz do mundo, por causa do alcance que sua influência teria. Também é
notável providencia divina que, neste mais judaico dos quatro Evangelhos, haja
uma tal alusão a toda a terra, ao poder benéfico de alcance mundial dos
discípulos de Cristo.”
(ultimato)
II - O OFÍCIO DE
SACERDOTE
||1. O perfeito
sacerdote. Há, na Carta aos
Hebreus, uma série de argumentações demonstrando que Jesus é o grande ministro
de Deus em favor de nossas vidas. O mais fabuloso de pensar sobre aspecto
sacerdotal do ministério de Jesus é que Ele não estava institucionalmente
ligado a este ofício religioso em sua época. Não servia no Templo, pois não era
da família de Levi; não tinha o prestígio nem a glória humana que acompanhavam
os membros da casta sacerdotal daquele momento histórico. Como bem explica o
escritor aos Hebreus, essa condição incomum de Jesus estava ligada ao tipo de
tradição sacerdotal que Ele representava: a de Melquisedeque, e não a levítica
(Hb 5.6,10; 6.20). Enquanto esta última ratificava a lei, apontando para nossas
falhas e iminente condenação, a primeira anuncia a graça, sempre ressaltando o
amor e misericórdia que nos acompanha. Os inúmeros sacerdotes que se
substituíram ao longo da tradição de Israel, preservando dogmas e liturgias do
culto, foram incapazes de prover a salvação que Jesus trouxe-nos — de uma só
vez, em um só ato — mesmo sem merecermos (Hb 2.17; 7.23-27)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- “Além do ofício profético, Cristo exerce o ofício
de Sacerdote. O Seu sacerdócio é segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.17) e,
portanto, indestrutível (Hb 7.16); estável e perfeito (Hb 7.18-19); eterno (Hb
7.24); e perpétuo, não deixando nenhum espaço, ou não tendo nenhuma necessidade
por outros sacerdotes (Hb 7.24-25). Na execução do Seu ofício sacerdotal,
Cristo é o Sacerdote, o sacrifício, e o altar. Ele é o nosso Sacerdote, em
ambas as Suas naturezas (Hb 5.6). Ele foi o sacrifício, principalmente em Sua
natureza humana; as Escrituras atribuem o Seu sacrifício primariamente ao Seu
corpo (Cl 1.22; Hb 13.12; 1Pd 2.24) e sangue (Cl 1.20). Contudo, este
sacrifício se tornou eficaz por causa da natureza divina de Cristo, como o
próprio Filho de Deus (At 20.28; Rm 8.3) – o que é corretamente compreendido de
acordo com a ideia do altar (Hb 9.14; 13.10,12,15). A função do altar é a de
santificar a oferta, garantindo-lhe uma dignidade além de si mesma (Mt 23.17).
Nisto é demonstrada a razão pela qual Cristo, como Sacerdote, teve que ser
tanto Deus quanto homem: se Ele não fosse homem, Ele não poderia ter feito
expiação pelo homem; se Ele não fosse Deus, o sacrifício não teria sido
suficiente”. (os-puritanos)
-Como já sabido e dito
no subtópico, a função sacerdotal foi instituída no Antigo Testamento e o
sacerdote possuía as seguintes características:
a. era constituído por
Deus (Hb 5.4);
b. era tomado entre os
homens para ser o seu representante perante Deus (Hb 5.1);
c. oferecia sacrifícios
para o perdão dos pecados.
- Jesus Cristo, nosso
sumo sacerdote também foi constituído por Deus (Hb 3.1,2) e encarnou-se para
representar o homem perante o Senhor (Hb 2.17). Porém, diferentemente dos
sacerdotes do Antigo Testamento, Cristo ofereceu-se a si próprio como
sacrifício para o perdão dos pecados (Hb 9.11-15). Também contrariamente aos
sacerdotes do Antigo Testamento, que ofereciam sacrifícios continuamente, Jesus
Cristo ofereceu sacrifício somente uma vez pelos pecados do seu povo (Hb 9.28;
10.12).Pelo fato de Jesus Cristo ter-se oferecido como sacrifício no lugar de
pecadores, ele satisfez a justiça de Deus e os reconciliou com ele (Hb
10.19-22). Além de oferecer-se como sacrifício agradável a Deus no lugar de seu
povo a fim de salvá-lo, Jesus Cristo, como sacerdote, também intercede por ele
(Rm 8.34). Em Gênesis, Cristo é como Sacerdote: o sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque (Gn 14.17-20; Hb 7.17, 22,
24-25), o descendente mediador das bênçãos para todas as famílias da terra (Gn 12.1-3,
7; 13.15; 24.7; Gl 3.1-16) e o substituto provido por Deus para ser sacrificado
no lugar da descendência de Abraão (Gn 22.13-14; Jo 3.17 e Hb 2.16); E em
Apocalipse, ele é como Sacerdote: o Cordeiro que foi morto (Ap 5.11) e que, por
meio de seu sangue, liberta (Ap 1.5) e compra para Deus gente de toda tribo,
língua, povo e nação (Ap 5.9).
- Neste ponto faço
citação da Pergunta 25 do BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER: “Como Cristo exerce as funções de sacerdote? Resposta:
Cristo exerce as funções de sacerdote por ter oferecido a si mesmo uma vez, em
sacrifício, para satisfazer a justiça divina e reconciliar-nos com Deus, e por
fazer contínua intercessão por nós”.
||2. Ele foi
ofertante e oferta. O amor de Jesus
por nós revela-se no fato de seu compromisso radical conosco. O nosso Senhor
não teve apenas um sentimento vazio de simpatia pela humanidade, antes, Ele
dispôs-se a ser para nós e por nós tudo aquilo que seria necessário para nossa
salvação. A grande verdade, como simbolicamente testemunhará João no
Apocalipse, é que havia uma obra a ser feita que nenhum ser em todo o universo
e em todas as esferas de existência era capaz de realizar pelos filhos e filhas
de Adão (Ap 5.4). Porém Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
(Jo 1.29), morreu e ressuscitou para assegurar-nos tamanho privilégio. Desta
forma está bem claro que Cristo não era apenas o único digno de oferecer a Deus
o sacrifício vicário por nossas vidas, como Ele era também o único sacrifício
aceitável (Ef 5.2). Ou seja, não fosse Jesus sacrificando-se como perfeito
sacrifício, nós estaríamos fatalmente condenados ao inferno. Este é o perfeito
amor de Deus por nós, capaz de entregar-se integralmente por cada um de seus
filhos; por isso, não há nada menos que temos a fazer, senão, correspondermos
ao fantástico amor do Salvador vivendo para a glória e honra do nome do Senhor
eternamente (1Pe 2.5)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- “Jesus, como sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque, ofereceu um sacrifício pleno, cujo conteúdo tinha valor e mérito
suficientes para perdoar os pecados dos maiorais entre os povos e os maiorais
entre os pecadores. Sabemos que o sumo sacerdote tinha de oferecer primeiro
sacrifícios por si mesmo, para depois aceitar o sacrifício do príncipe ou do
plebeu. Em Jesus, porém, não é necessária esta exigência, porque ele era
sacerdote sem defeito, sem pecado. Portanto, o seu sacrifício tinha poder
bastante para cobrir o maior pecado do maior pecador. Uma das graças da
religião cristã é sua gloriosa provisão para ricos e pobres. Não há distinção.
Um sacrifício só para todos” (MESQUITA, Antônio Neves de. Op. cit. pág. 71.).
||3. A Igreja de
Cristo, uma comunidade sacerdotal. Em
inúmeros momentos nas Escrituras, somos informados dessa maravilhosa verdade:
aqueles que seguem o Cristo são/serão reis e sacerdotes do bom Deus (1Pe
2.5,9). Por isso, devemos fazer de nossa existência um grande movimento de
oferta e sacrifícios a Deus. Assim como nosso Mestre viveu como ofertante e
oferta, para estabelecer nossa salvação, nossa vocação é para uma vida de
eterna gratidão. Paulo em alguns momentos de seu ministério expôs publicamente
sua compreensão de que a vida de um cristão nada mais é que um sacrifício de
adoração e louvor, sendo o próprio cristão — assim como foi o Cristo —
ofertante e oferta (Rm 15.16; Fp 2.17; 2Tm 4.6)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- É importante que se
diga que um dos pilares da Reforma Protestante foi justamente o dogma do sacerdócio
universal dos crentes, também chamado de sacerdócio universal ou comum.
“No Novo Testamento, o conceito de sacerdócio tem dois aspectos: (a) Jesus
Cristo é o grande sumo sacerdote: todas as funções do sacerdócio da antiga
dispensação concentram-se nele, e são por ele transformadas. Ele é o único
mediador entre Deus e os seres humanos (1 Tm 2.5). Ele é o representante de
Deus junto aos homens e o representante dos homens junto a Deus. Ele é, ao
mesmo tempo, o sacerdote e o sacrifício. A Carta aos Hebreus expõe claramente a
superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico e apresenta o
caráter definitivo e totalmente eficaz do seu auto-sacrifício sobre a cruz (Hb
2.17; 3.1; 4.14s; 5.10; 6.20; 7:24-27; 9:12,26; 10.12). A literatura joanina
também fala repetidamente do sacerdócio de Cristo, como em João 1.29. (b) Todos
os crentes partilham desse sacerdócio: isso se expressa principalmente nas
áreas da adoração, serviço e testemunho. 1 Pedro 2.5: “Também vós mesmos, como
pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo,
a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio
de Jesus Cristo”. 1 Pedro 2.9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real,
nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. O
Apocalipse destaca o aspecto governamental desse sacerdócio: “Àquele que nos
ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino,
sacerdotes para o seu Deus e Pai…” (1.5-6); “Digno és de tomar o livro e de
abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus
os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os
constituíste reino e sacerdotes” (5.9-10).” (mackenzie).
- Os sacerdotes do Antigo
Testamento e os cristãos-sacerdotes do Novo Testamento têm muitas
características em comum:
- o
sacerdócio é um privilégio dos eleitos (Êx 28.1; Jo 1 5.16);
- os
sacerdotes são purificados dos pecados (Lv 8.6-36; Tt 2.14);
- os
sacerdotes são revestidos para o serviço (1Pe 5.5; Êx 28.42; Lv 8.7ss.; SI
132.9,16);
- os
sacerdotes são ungidos para o serviço (Lv 8.12,30; 1Jo 2.20,27);
- os
sacerdotes são preparados para o serviço (Lv 8.33; 9.4,23; Cl 1.16; 1Tm 3.6);
- os
sacerdotes são ordenados para uma vida de obediência (1Pd 2.4; Lv 10.1);
- os
sacerdotes devem honrar a Palavra de Deus (1Pd 2.2; Ml 2.7);
- os
sacerdotes devem andar com Deus (Ml 2.6; Gl 5.16,25);
- os
sacerdotes devem influenciar os pecadores (Ml 2.6; Gl 6.1);
- os
sacerdotes devem ser mensageiros de Deus (Ml 2.7; Mt 28.19-20).
- No entanto, o maior
privilégio de um sacerdote é o fato de que ele tem acesso a Deus a fim de
oferecer sacrifícios espirituais - obras que são feitas para honrar a Deus por
causa de Cristo sob a direção do Espírito Santo e a orientação da Palavra de
Deus.
-
Nossos sacrifícios devem incluir:
-
oferecer toda a energia do corpo a Deus (Rm 12.1-2);
-
louvar a Deus (Hb 13.15);
-
fazer o bem (Hb 13.16);
-
compartilhar os próprios recursos (Hb 13.16);
-
levar as pessoas a Cristo (Rm 15.16);
-
sacrificar os próprios desejos pelo bem de outros (Ef 5.2); e
-
orar (Ap 8.3).
III - O OFÍCIO DE
REI
||1. Ah! Jesus é
rei. Os sábios do
Oriente, seguindo os rastros de uma investigação científica, vieram em busca
daquEle que seria o rei dos Judeus (Mt 2.2). O povo, entusiasmado não apenas
com o discurso de Jesus, mas também com suas obras — ao mesmo tempo —
maravilhosas e graciosas, estava decidido em tomá-lo a força e proclamar-lhe
rei dos judeus (Jo 6.15). Como forma de uma perversa ironia e parte do
cumprimento dos ritos legais para a execução de um preso em Roma, Jesus foi
crucificado com uma placa indicativa de seu crime: ser rei dos judeus (Jo
19.19). A realeza de Jesus é uma herança da promessa do Senhor a Davi — numa
perspectiva étnico-histórica com relação a Israel — (Lc 1.32), mas também
proveniente de sua natureza que, uma vez sendo divino-humana, não poderia
deixar revelar sua glória e majestade (1Tm 6.15,16). Mas como alguém pode ser
rei sem ter criados bajulando-lhe, um palácio suntuoso e uma coroa cravejada de
pedras preciosas? Sendo Jesus, o rei que veio para servir; que trocou o trono
humano pela cruz (Hb 12.2), o ouro da coroa por espinhos (Jo 19.2) e a arrogância
do poder pelo amor do serviço (Jo 15.13). Não há rei como nosso Deus!||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- Desde toda a
eternidade, Cristo é rei supremo sobre todas as coisas, mas isso diz mais
respeito a seus atributos de soberania. É importante salientar que, quando
falamos no ofício real de Cristo, estamos nos referindo ao governo que ele
exerce a partir de sua obra na cruz. Embora Cristo seja rei desde sempre,
depois da sua morte e ressurreição, ele foi mais uma vez coroado, agora como
aquele que tem em suas mãos o destino do mundo para efeitos redentores.
Evidentemente, trata-se de um reino espiritual.
- João descreve essa
cerimônia de coroação de Jesus nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse, quando Jesus,
descrito por um lado como um Cordeiro (Ap 5.6) e por outro como o Leão da Tribo
de Judá (Ap 5.5), toma o livro da mão direita do que está assentado no Trono
(Ap 5.7), e começa a abrir esse livro que contém os acontecimentos que consumam
o plano redentor de Deus para o mundo. Os efeitos dessa coroação levaram Jesus
a dizer: “Toda autoridade me foi dada nos
céus e na terra” (Mt 28.18). “Aquele
que desceu do céu, se fez homem, padeceu a mais terrível das mortes, agora
voltou a seu lugar de glória e assumiu um posto ainda maior de autoridade”
(1Tm 3.16).
- Paulo narra toda essa
trajetória de Jesus na sua carta aos Filipenses, numa passagem que bem poderia
ser um cântico dos primeiros cristãos:
“Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo
se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus
Pai” (Fp 2.6-11).
- Cristo exerce o
ofício de rei, sujeitando-nos a si mesmo, governando-nos e protegendo-nos,
reprimindo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.
• Governa sua igreja por meio da palavra
e do Espírito.
• Seu reinado é seguro e eterno.
Também iremos, sujeitos
a Deus, participar no governo do universo, pois com ele reinaremos eternamente (Ap
22.5). Jesus diz : “ao vencedor,
dar-lhe-ei sentar comigo no meu trono, assim como também eu venci me sentei com meu Pai no mesmo”(Ap 3.21)
o nosso reino não é daqui! Seu governo é a garantia de que a redenção
finalmente se consumará, e de que sua morte não foi em vão!
||2. A acusação
mentirosa. Os inimigos de
Jesus não tinham como acusá-lo em nada (Mt 26.59,60). Ele foi impecável em
todas as suas ações, cerimoniais, sociais e morais; desta forma eles tiveram de
criar uma mentira para que fosse realizada uma acusação formal contra Jesus no
sinédrio e diante de Pilatos e Herodes. Enquanto no sinédrio a falsa denúncia
dizia respeito a um descabido pecado de blasfêmia (Mt 26.65), para com o
governo do Império Romano a incriminação era de incitação à sonegação de
impostos e de tentativa de usurpação do trono (Lc 23.2). É nesse contexto que o
Salvador deixa muito claro a Pilatos que não foi para lutar por um trono
terrestre que Ele veio, antes, foi simplesmente para cumprir a soberana vontade
do Pai, e depois de ter feito tudo, retornar ao seu lugar de honra no universo
(Lc 1.33). A infundada acusação produz a oportunidade do próprio Jesus, diante
das duas maiores autoridades políticas da região, manifestar a chegada do Reino
de Deus. As falsas acusações não puderam roubar a majestade de Cristo, pois esta
condição não estava associada a um trono ou coroa humanos, e sim, vontade de
Deus (Jo 12.13)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- “Houve seis partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal
religioso e três estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante
de Anás, o antigo sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio.
Nestes julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por
ter alegado ser o Filho de Deus, o Messias. Os julgamentos diante das
autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau
os líderes judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de
suas próprias leis. De acordo com a própria lei judaica, houve várias
ilegalidades envolvidas nestes julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser
realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2)
Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver,
mas Jesus foi condenado por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era
necessário que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser
executada, porém, apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser
crucificado. (4) Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas
mesmo assim projetaram a execução de Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser
realizado à noite, mas este julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O
acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada.
(7) Não deviam ter feito perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi
perguntado se era o Cristo. Os julgamentos perante as autoridades romanas
começaram com Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações
apresentadas contra Ele eram muito diferentes das acusações nos julgamentos
religiosos. Ele foi acusado de incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a
pagar os seus impostos, e afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma
razão para matar Jesus, por isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes
permitiu a ridicularização de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade
política, enviou-o de volta a Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último
julgamento, enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter
Jesus flagelado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39
chicotadas. Em um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o
prisioneiro Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões
pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao
seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de
Jesus representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente
na história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por
crucificação” (gotquestions.)
||3. O Kyrios que
foi trocado pelo César. A facção
político-religiosa que controlava o judaísmo no primeiro século revelou o ápice
de sua ignorância espiritual ao rejeitar publicamente Jesus como Senhor —
Kyrios — e declarar César como seu rei (Jo 19.15). É evidente que a afirmação
de Pilatos não tinha um caráter político, afinal de contas ele era o
representante oficial do imperador naquela província, e sim, uma conotação
espiritual. Entretanto, era exatamente essa concepção de Jesus como o SENHOR,
rei-messias dos judeus, que os líderes religiosos queriam rejeitar (At 4.25-28).
Ainda hoje muitas pessoas preferem negar a realeza de Jesus e submeter-se aos
poderes mundanos. Não estamos falando de desobediência civil, mas da
necessidade de reconhecimento do senhorio de Cristo. As autoridades políticas
têm sua relevância e papel de destaque na sociedade (1Pe 2.17), contudo, nunca
poderão substituir o que Jesus é para nós; por isso, sejamos sóbrios e
piedosos, reconhecendo que a esperança de dias melhores não virá de nenhum
projeto de poder humano, mas sempre das mãos do Salvador (1Pe 1.3). Não sejamos
como os judeus, não troquemos Cristo por César, isto é, a glória excelsa do
Filho pelos holofotes da ilusão dos poderes mundanos (Lc 23.2). ||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- “Kyrios aplicado a Jesus implica em máxima conotação de autoridade: neste
caso, expressa caráter exaltado e o faz igual a Deus (Mc 12.36,37).
- Devemos
nos lembrar que "Cristo" é um título, e não sobrenome. Seu
significado é ungido, e traduz para o grego o título Messias, vindo do Hebraico
(Hebraico מְשִׁיחֶ = mashiach; Grego Χριστός = Christos). Já
"César" é um sobrenome pertencente a Júlio, o Júlio César. Seu filho
adotivo, Otaviano, o adotou como que se dizendo filho de Júlio. Mais tarde
tornando-se o César Augusto (Augusto = digno de adoração) e seus sucessores
começaram a repetir o ato de adotar o nome, para se dizer filiado ou
continuação de Otaviano. Assim, o sobrenome passou a ser título, ou
sobrenome-título. Jesus era chamado de "Jesus, o Cristo". Ou seja,
"Jesus, o Ungido". Os cristãos, contudo, transformam seu título em
sobrenome . Jesus Cristo, em oposição a Júlio César, César Augusto, Tibério
César, ou qualquer outro que se sinta no direito de se intitular
"César". Então, existe um "Nero Cesar", os cristãos
confessam um Jesus Cristo. Existe um
Kyrios (Senhor) que é outro título do César. Augusto é reconhecido como Deus e
Senhor (Theós kai Kyrios). Contudo, Paulo afirma: Só existe um Deus (Theos) -
negando a divindade do imperador e os deuses de Roma; Um só Senhor (Kyrios) -
negando o senhorio do imperador” (reinoutopico)
- Neste mundo não há
esperança de vivermos dias melhores, mas como o mesmo texto citado (1Pe 1.3)
diz, nossa viva esperança está numa eternidade com Cristo na glória..
CONCLUSÃO
||O tríplice
ministério de Jesus garantiu-nos o direito a uma perfeita salvação. Tendo
aprendido com o Senhor, sejamos seus imitadores nesta geração||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 19 Janeiro, 2020]
- Em seus três ofícios,
Jesus age como mediador entre Deus e os seres humanos: Como profeta ele
representa Deus para com o homem, como sacerdote, ele representa o homem na presença
de Deus e como Rei, ele exerce domínio e restabelece o domínio original do
homem.
Pb Francisco Barbosa