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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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24 de janeiro de 2020

(JOVENS) Lição 4: O QUE CRISTO FEZ POR NÓS


ANO 11 | Nr 1.365 | 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS - 1º Trimestre de 2020
Título: Jesus Cristo — Filho do Homem, Filho de Deus
Comentarista: Thiago Brazil
PLANO DE AULA PREPARADO POR:



LIÇÃO 4
26 DE JANEIRO DE 2020
O QUE CRISTO FEZ POR NÓS


TEXTO DO DIA
“Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pe 2.21).

SÍNTESE
Ninguém poderia fazer o que Jesus, por seu amor, fez por nós. Compreender o valor do sacrifício do Calvário é o primeiro passo para vivermos um Cristianismo autêntico e saudável.

TEXTO BÍBLICO
2 Coríntios 5.14-21

INTRODUÇÃO
||Na lição deste domingo, refletiremos sobre as características e os princípios espirituais que estão presentes na obra vicária de Jesus Cristo. Temos vivido um período muito complexo: uma explosão de igrejas e um crescimento considerável da população evangélica, porém, nunca testemunhamos tantas heresias, escândalos e um tipo de espiritualidade tão decadente como esta que envolve muitos cristãos. Apenas uma reflexão detida sobre a obra sacrifical do Mestre pode dar-nos uma visão correta daquilo que é o Cristianismo||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- Compreender o real motivo, significado e consequências da morte de Cristo é primordial para qualquer cristão que teme ao Senhor e tem as Escrituras Sagradas como regra de fé e prática. No entanto, o assunto que é tão caro para a cristandade, acabou por dividi-la em dois seguimentos contrários. Aquilo que deveria nos unir, separou-nos, com extremismos em ambos os lados. A lição contempla apenas a visão doutrinária da denominação, mas para sermos justos, nesse comentário, me dou o direito de, sempre que possível, expor as duas visões, sem defender uma, pois a própria lição já o faz. Um ensino coerente tem que expor as visões e expor a defesa da sua. Compreender a morte de Cristo, em suma, é compreender o coração do evangelho, de modo que compreender o evangelho de forma correta ou equivocada refletirá severamente em práticas frutíferas ou não na vida de cada cristão, por isso, aconselho a buscar um aprofundamento maior nesse assunto tão importante das Escrituras. Vamos pensar maduramente a fé cristã?

I – A MORTE VICÁRIA
||1. Antes de morrer ele sofreu por mim. Quem nos amaria como Jesus nos amou? Quem, além do nosso bondoso Salvador, seria capaz de enfrentar todo um conjunto de dores e angústia para garantir-nos a salvação? A resposta é única e simples: NINGUÉM! Deve-se, todavia, lembrar de que a morte de Jesus não foi um ato isolado e tomado por uma violenta paixão, isto é, um acontecimento ao acaso e praticado de modo impensado. O Senhor sabia o que estava fazendo (Mt 16.21; Mc 9.12,31). Na verdade, uma de suas preocupações era conscientizar seus amigos para que os mesmos — no momento de sua morte — não perdessem a fé (Mc 14.27-31). Antes da crucificação houve todo um “calvário” de torturas (Jo 19.1-4), violações de direitos (Mt 26.66,67) e traições (Mt 26.14-16). Em vários momentos Jesus é instigado a evitar o sacrifício sob a alegação de que um Deus jamais permitiria que isso acontecesse consigo (Mt 27.40). Na verdade, o que o Diabo tentou a todo custo foi impedir o sacrifício da cruz pois, naquele momento da história, ele já podia deduzir que a crucificação não seria o fracasso de Jesus, antes, lá seria o começo de nossa vitória||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- O diabo tentou impedir e até mesmo matar Jesus, antes mesmo que ele chegasse à cruz (Lc 4.28-30).
-Jesus estava o tempo todo consciente de sua missão e em determinado ponto de seu ministério público, ele passa a dar atenção às instruções particulares que aos discípulos. Os discípulos confessaram sua fé nele como Messias. Desse momento em diante, ele começou a prepará-los para a sua morte. Jesus falou aos discípulos sobre a sua morte algumas vezes, e três desses discípulos também escutaram Jesus discutindo a sua morte com Moisés e Elias na Transfiguração (Lc 9.31).
- A morte de Jesus fazia parte do plano soberano de Deus (At 2.23; 4.27-28): "ao SENHOR agradou moê-lo" (Is 53.10). Cristo veio com o expresso propósito de morrer como expiação pelo pecado (Jo 12.27), Aqueles que se opusessem à sua missão estavam fazendo a obra de Satanás.
- Satanás e os demônios tinham alguma noção de quem era Jesus de fato? Não há dúvida que, tanto Satanás quantos seus demônios sabiam: "E os espíritos imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus" (Mc 3.11). Não houve apenas um momento de embate entre Jesus e os demônios onde estes olharam para Jesus e contemplaram a verdade do seu caráter e da sua identidade. Os demônios declararam sem hesitação a singularidade da natureza de Jesus.

||2. Ele entregou-se completamente. Uma das heresias mais antigas que o Cristianismo precisou enfrentar foi a afirmação de que Jesus não sentia nada enquanto estava no processo de crucificação. Esta era uma tese do gnosticismo; para os adeptos dessa corrente herética, especialmente no evento do Calvário, Jesus não experimentou sofrimento algum, isto é, não sentiu dor física. Ora, se não havia corpo material, não existia sofrimento e sem dor os momentos da crucificação passaram-se sem qualquer incômodo para o Salvador. João é uma forte voz de denúncia contra a heresia gnóstica (1Jo 4.2,3; 2Jo 7). Outra vertente do gnosticismo defendia que a ressurreição de Jesus teria sido apenas espiritual e não corpórea, uma vez que, para esse grupo herético, o corpo era a sede de todos os males e deficiências da humanidade. Essas duas heresias procuram atacar a importância do sacrifício vicário de Jesus, pois, se não houvesse plena identificação de Jesus conosco, nossa salvação não seria possível (Hb 2.18; 1Pe 2.24; 3.18). Por outro lado, como bem já afirmou Paulo, se a ressurreição não fosse uma realidade, não haveria qualquer sentido na fé cristã (1Co 15.13-21) ||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- O Gnosticismo foi um movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica. Acreditam que o corpo físico de Jesus Cristo não era real, mas apenas aparentava ser físico e que o seu espírito descera sobre Ele no seu batismo e o abandonara bem antes de sua crucificação. Esse entendimento equivocado tem como resultado a destruição não só da humanidade de Jesus, mas também da expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas também um verdadeiro homem, fisicamente real, que realmente sofreu e morreu na cruz para que seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável (Hb 2.14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua humanidade completa quanto a Sua divindade completa.
O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas. Segundo, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado, uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado, não da Bíblia, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus.” (gotquestions)
- Em 1Co 15.13-19, Paulo apresenta seis conseqüências desastrosas caso não houvesse ressurreição:
 1) a pregação de Cristo não teria sentido (v. 14);
 2) a fé em Cristo seria inútil (v. 14);
 3) todas as testemunhas e pregadores da ressurreição seriam mentirosos (v. 15);
 4) ninguém seria redimido do pecado (v. 1 7);
 5) todos os cristãos antigos teriam perecido (v. 18); e
 6) o s cristãos seriam as pessoas mais infelizes da terra (v. 19).
- O Filho de Deus nunca foi, por natureza, "carne e sangue", mas adotou essa natureza com o fim de poder prover redenção para a humanidade. Esse é o principal propósito da encarnação: Jesus veio à terra para morrer. Ao morrer, ele pôde vencer a morte em sua ressurreição (Jo 14.19). Ao vencer a morte, ele tornou ineficaz o poder de Satanás contra todos os que são salvos.

||3. Assim como Ele fez, façamos nós também. Em 1 Pedro 2.19-25 encontramos uma das mais contundentes afirmações do Novo Testamento sobre o imperativo de nossa identificação com Jesus e sua opção por sofrer pela justiça. Há em nossa sociedade contemporânea — de modo especial na brasileira — um anseio coletivo por justiça; esperamos que as instituições cumpram seu papel social, que os governos empenhem-se no serviço da população, e que as leis e julgamentos espelhem o desejo de um mundo melhor. Infelizmente, não é isso que constatamos. A visão que opera neste tempo está morta e enterrada em uma estrutura maligna (1Jo 5.19). Por causa disso, muitos justos e santos padecem em virtude de procedimentos imorais, mas respaldados pela lei. Diante desse quadro desanimador, o que fazer? Render-se à lógica do mundo e revidar injustiças? Não, jamais! Devemos encarar nossa chamada martírica, isto é, nossa simultânea vocação de testemunhas e mártires, e desta forma manifestar Cristo o tempo todo nesse mundo, e se necessário, sacrificarmo-nos — assim como Jesus — pela justiça, verdade e bondade. O sacrifício de Jesus é único e insuperável, e nossa doação deve ser contínua e resignada||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- Cristo é o modelo que os cristãos devem seguir no sofrimento com perfeita paciência. Sua morte foi eficaz, primeiramente, como uma expiação pelo pecado (2Co 5.21), mas foi também exemplar, como um modelo de resistência em meio ao sofrimento injusto. Ele foi o exemplo perfeito de resistência paciente em meio ao sofrimento injusto porque era livre de pecado.
- Cristo não somente sofreu como o modelo do cristão, mas, muito mais importante, como o substituto do cristão. Carregar os pecados era ser punido por eles (Nm 14.33; Ez 18.20). Cristo sofreu o castigo e a condenação no lugar dos cristãos, satisfazendo, assim, a um Deus santo (2Co 5.21; Cl 3.13). Essa importante doutrina da expiação substitutiva é a essência do evangelho. A verdadeira expiação, suficiente para os pecados de todo o mundo, eficaz para os que crêem (Lv 16.17; 23.27-30; Jo 3.16; 2Co 5.19; 1Tm 2.6; 4.10;Tt 2.11; Hb 2.9; 1 Jo 2.2; 4.9-10).

II - A EXPIAÇÃO
||1. A expiação e a salvação. O ato expiatório define-se como a atitude realizada com a finalidade de “tirar de sobre alguém ou de si” a culpa que lhe é atribuída. Segundo a lógica social do povo de Israel, não bastava a alguém que cometeu um delito a restituição e/ou restauração proporcional do dano causado ao seu próximo (Êx 22.1-15); era necessário também um sacrifício expiatório diante do Senhor para retirar-lhe o peso de condenação que havia em virtude de seu pecado (Lv 6.1-7). Essa característica da sociedade judaica demonstra-nos com clareza que, em última instância, toda injustiça contra o próximo também é um pecado contra o próprio Deus (Sl 140.8-13). Cerimonialmente, o Antigo Testamento é repleto de referências a esse tipo de ato, inclusive com a instituição de uma festividade específica na qual se celebrava a “desculpabilização” de todo o povo — o Dia da Expiação (Lv 23.26-32). Como bem anunciou João Batista (Jo 1.29), o sacrifício de Jesus é um ato expiatório em nosso favor, isto é, na cruz — que era nossa — o Salvador substitui-nos e assim retirou toda a condenação que havia contra nós. Em Cristo Jesus, somos salvos da condenação eterna. A expiação é o ato de materialização da graça de Deus em nosso favor||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- Em palavras bem mitigadas, expiação é uma reconciliação de partes alienadas entre si; é a restauração de um relacionamento rompido. A expiação é realizada por ressarcir os danos, apagando-se os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas. As Escrituras revelam a graça e a misericórdia de Deus, que, pessoalmente, providencia a expiação que o pecado torna necessária. A maravilhosa graça de Deus é o enfoque da fé bíblica; do Gênesis ao Apocalipse, a graça brilha com glória maravilhosa.
- Em João 1.29, o uso do singular "pecado" em conjunção com “do mundo" indica que o sacrifício de Jesus pelo pecado alcança potencialmente todos os seres humanos, sem distinção (1Jo 2.2). João deixa claro, porém, que o resultado eficaz é somente para aqueles que recebem Cristo (vs. 11-12), tem-se obrigatoriamente que entender assim, se não cairemos no Universalismo.

||2. Um amor que não tem limites ou sobre a expiação ilimitada. Um dos pontos centrais de nossa soteriologia é a defesa de que o sacrifício expiatório de Jesus tem amplitude universal; dito de outra forma, a defesa da expiação ilimitada implica a crença de que, através da morte de Jesus na cruz do Calvário, a humanidade inteira ganhou a oportunidade de reconciliar-se com Deus (2Co 5.19). Cristo não se sacrificou apenas por alguns, mas por toda a humanidade (1Tm 2.4). Um dos títulos pelos quais Jesus é chamado na Escritura é de “Salvador do mundo” (Jo 4.42). Aquilo que era impossível de ser recebido por qualquer indivíduo (Mc 10.23-27), uma vez que estávamos afastados de Deus em virtude de nossas transgressões e ofensas (Cl 2.13), é graciosamente oferecido a nós por Jesus Cristo. O que o Mestre realizou é tão inacreditável que chega a nos constranger, impulsiona-nos a tomar uma atitude, tamanho é o seu amor por nós (2Co 5.14,15). Por esta ação do Salvador torna-se mais evidente ainda a culpabilidade daqueles que rejeitam o valor da expiação (Hb 5.9; Mc 16.16), não restando a esses nada a mais que uma terrível expectativa de condenação e morte (Hb 10.26,27)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- Existem duas formas de compreender a extensão da aplicabilidade da Expiação: Expiação limitada e expiação ilimitada - duas interpretações que tentam responder a pergunta sobre por quem Cristo morreu. Uma que limita sua eficácia apenas aos eleitos, ou seja o preço foi pago apenas por estes, embora seu valor seja suficiente para todo homem que tenha existido debaixo do sol – “A Expiação limitada ou particular é uma doutrina do Calvinismo que diz que Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade.” (wikipedia). Uma segunda forma, e esta defendida pela lição, diz que a o alcance da expiação é toda a humanidade, tornando possível a salvação para todos que se achegarem com fé à cruz de Cristo. A expiação ilimitada é a interpretação comum dentro da soteriologia arminiana. Mas também é verdade que muitos calvinistas adotam essa interpretação, especialmente os chamados “calvinistas de quatro prontos”. Já a expiação limitada, de forma geral, é a posição característica dentro da soteriologia calvinista. Explicando de forma muito concisa a expiação ilimitada, ou expiação universal, defende que Cristo morreu por todas as pessoas do mundo. Porém, esse sacrifício só se torna eficaz para aqueles que respondem com fé e arrependimento.
- “Um dos textos mais utilizados para defender esse ponto é 1 João 2:2. Nesse texto o apóstolo escreve que Cristo “é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente os nossos, mas também pelos de todo o mundo”. Aqui vale observar que nem todos os que adotam a expiação ilimitada defendem a ideia de que Cristo morreu por cada indivíduo em particular. Segundo eles, isso resultaria numa ideia universalista. Então eles defendem que Cristo morreu por todos os homens em geral. Nesse caso, seu sacrifício foi potencialmente em favor de toda a humanidade, mas apenas torna-se particular para aqueles que escolherem aceitar seu sacrifício. Muitas vezes esse entendimento leva ao erro da teoria governamental acerca da expiação, ao invés da teoria da substituição.” (estiloadoracao).

||3. Os efeitos práticos da expiação. A compreensão plena da expiação de Jesus em nosso favor concede-nos a capacidade de autoavaliarmo-nos melhor. Não há em nós mérito algum com relação a obra da salvação, tudo vem do amor e benevolência de Cristo (Ef 2.8). Por isso, todas as vezes que nosso inconformado coração quiser murmurar diante de Deus por não ter alguma coisa que muito tenha desejado, devemos lembrar que aquilo que era necessário para nossa felicidade já temos recebido de Cristo, a salvação (Lc 10.20), o resto é efêmero, transitório e passageiro (Mc 4.19). Toda a humanidade havia se extraviado em virtude do pecado (Rm 3.23), porém, a expiação de Jesus é exatamente para toda a humanidade pecadora (1Tm 1.15). Na perspectiva da salvação, somos todos iguais, pois sendo universalmente não merecedores, o Mestre sacrificou-se pelo mundo inteiro||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- “O Senhor e Salvador Jesus Cristo — sem nenhuma dúvida — provou a morte por todos os pecadores, ímpios e inimigos de Deus (1 Tm 2.4-6; 1 Jo 2.1,2). Ou seja, o Senhor deu a sua preciosa vida por mim e por você, prezado leitor, para que mediante a fé e o arrependimento recebamos pela graça a maior dádiva que o ser humano pode receber: a certeza da vida eterna (Jo 3.16; Rm 10.9,10). Ele não é o Salvador de um grupo de eleitos. Ele é o Salvador do mundo (Jo 4.42; 1 Jo 4.14). Glória ao Cordeiro de Deus!” (Ciro Sanches Zibordi)
- Dado termos recebido o maior de todos os milagres, em Mateus 6.33, Jesus disse que devemos buscar “o Reino de Deus e a sua justiça”. Tudo o resto depois seria acrescentado. Não precisamos ficar preocupados com outras coisas porque Deus está no controle e cuida de nós. A vontade de Deus deve ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. Quando buscamos o Reino de Deus acima de tudo, Deus cuida de nossas outras necessidades. Nada é mais importante que o Reino de Deus.

III - O VALOR DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
||1. Uma dívida que ninguém mais poderia pagar. Nossa condição de Queda era algo impossível de ser superado por nós mesmos. Dito de outra forma, não havia — nem há — nada que pudéssemos fazer para alterar nosso estado de filhos da ira (Ef 2.3). O rumo natural de nossa existência, contaminada pelos efeitos da Queda, nos conduziria a uma eternidade de condenação (Jo 3.18). A possibilidade de algum tipo de sacrifício substitutivo estava bem distante da realidade, uma vez que todos estávamos encerrados debaixo da prática contumaz do pecado (Sl 51.5) e, por consequência, destinados à condenação (Rm 3.23). Com a chegada de Jesus, a prática de sacrifício de animais em substituição ao pecado das pessoas (Lv 16), encontrada no Antigo Testamento, foi substituída (Mt 9.13). E que dívida era essa que tínhamos para com Deus? Devemos nossa existência ao Criador, e depois da Queda da humanidade, tornamo-nos merecedores da punição eterna imediatamente, mas, por muito ter compaixão de nós, o Eterno concedeu-nos permissão para continuarmos vivendo, mas consciente da manutenção de uma dívida que precisava ser paga. Cristo Jesus é o perfeito sacrifício que quita o preço de nossa condenação e apresenta-nos a possibilidade real de vivermos salvos (Mt 18.23-35)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- É bom esclarecer que na Bíblia, morte tem o sentido de separação: morte física – separação do corpo/alma/espírito; morte espiritual – separação de Deus por toda a eternidade. Isto posto, Gênesis 3.9 diz que por causa do pecado, o homem tornou-se mortal. Embora não morresse no momento em que comeu (por causa da misericórdia de Deus), ele foi transformado imediatamente e ficou sujeito a todo tipo de sofrimentos e misérias da vida, à morte e aos sofrimentos eternos do inferno.
- A morte de Jesus na cruz foi o sacrifício perfeito por nossos pecados. Lembremos que a cruz representa a maldição do pecado. Deuteronômio 21.22,23 diz que quem fosse pendurado em um madeiro estava debaixo de maldição. Somente os piores criminosos eram pendurados em uma cruz, ou um madeiro.
A cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício
• Ele deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da vida, deu a sua vida.
I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?
1. A morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais
• Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz.
• Quem levou Jesus à cruz, então?
a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz
• V. 5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”.
• V. 8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
• V. 12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”.
• O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado.
• Na cruz ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre ele, pois era o nosso substituto.
b) O Pai o levou à cruz
• V. 6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
• V. 10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
• V. 4b – “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
• Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta critou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.
c) Jesus voluntariamente foi à cruz
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermiasdes e as nossas dores levou sobre si”.
• V. 10 – “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
• V. 11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”.
• O apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós” (hernandesdiaslopes)

||2. Sobre uma visão do apocalipse. Um dos momentos bíblicos que melhor expressão essa nossa situação espiritual desesperada e necessitada de salvação é descrito através da epifania de João, logo em uma das cenas iniciais do Apocalipse. Em Apocalipse 5.1-5, o arrebatado João chora muito diante do doloroso fato de não haver ninguém, nenhum ser, que pudesse abrir o livro selado. E por que não se podia abrir o livro? Porque não havia dignidade suficiente em nenhum ser em todo o Cosmos que lhe conferisse a autoridade para desatar os selos. É neste paradoxal momento que o Cordeiro de Deus, ressuscitado como Leão da Tribo de Judá, manifesta-se se revelando digno e capaz de abrir o livro. Essa narrativa demonstra-se muito rica de significados quando percebemos que — de uma só vez — ela reporta-se ao futuro e ao passado. Essa é, na verdade, uma das possíveis chaves-de-leitura para todo o Apocalipse: Só pode vislumbrar o futuro quem tem clareza sobre o passado. Somente seremos capazes de compreender a magnitude do ato vicário de Jesus se formos igualmente competentes em nossa percepção da fragilidade humana, na autoavaliação de nossa condição pecadora (Rm 7.24)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- “Epifania(do grego: Ἐπιφάνεια, : "a aparição; um fenômeno miraculoso") é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza (este é o uso em língua inglesa, principalmente, como na expressão I just had an epiphany, o que indica que ocorreu um pensamento, naquele instante, que foi considerado único e inspirador, de uma natureza quase sobrenatural). Epifania também possui o significado de manifestação ou aparição divina.” (teologiasistematica)
- Um cristão percebe a sua própria pecaminosidade na proporção direta a como ele vê a santidade de Deus e a perfeição de sua lei.

||3. Aquela cruz era minha. O caráter vicário, isto é, substitutivo do sacrifício de Jesus, é algo incomparável. Como bem argumenta Paulo em Romanos 5.7,8, oferecer-se para salvar a vida de pessoas boas, que amamos e que nos amam, é algo compreensível e dentro de uma lógica relacional. O que Jesus fez, no entanto, foi muito mais radical que isso; Ele demonstrou seu amor por nós sem exigir nada em troca, sem esperar retribuição alguma, por uma simples questão: o que nós poderíamos dar como retribuição à altura do sacrifício de Cristo? De fato nada (Mt 18.25)! E isto por dois motivos básicos: primeiro por que nenhum ato que possamos realizar, coisa alguma que exista em nós mesmos, são capazes de servir como “moeda de retribuição” pelo que o Senhor fez por nós. E em segundo lugar, por que o ato de Jesus foi todo construído a partir do amor, e esse amor do Salvador é um amor sacrificial (Jo 10.15-17). Na cruz, Cristo destruiu toda autoridade do maligno sobre nós (Cl 2.14); estávamos mortos e fomos vivificados (Ef 2.5). A nossa cruz Ele carregou, a nossa dor Ele sofreu, a nossa vitória eterna Ele alcançou (Is 53.1-11)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- O termos vicário vem do latim “vicarius” e significa “o que faz às vezes de outro” ou “o que substitui outra coisa ou pessoa”; de onde vem o termo vigário = o que substitui. A morte vicária significa morte substitutiva, pois Jesus morreu, derramando o seu sangue, em nosso lugar. Os apóstolos entenderam o significado teológico da morte de Jesus. O apóstolo Paulo ensinava que Cristo morreu em nosso lugar (1 Co 15.3; Cl 2.20), e, que Deus propôs o sangue de seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm 3.25). Esse era também o ensino dos demais apóstolos (1 Pe 3.18; 1 Jo 2.1,2). A morte vicária de Cristo satisfez as exigências da Lei quanto à morte pelo pecado. Cristo suportou em nosso lugar a total penalidade que deveríamos pagar. Sua morte vicária, totalmente em favor dos outros, significa que Ele sofreu, não meramente para nosso benefício ou vantagem, mas no nosso lugar. A morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele tomou o nosso lugar. A morte vicária de Jesus não foi um mero incidente histórico, pois já havia sido predita no jardim do Éden (Gn 3.15). Portanto, não se tratava apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício vivo e perfeito, como oblação pelos nossos pecados, recebido por Deus como propiciação pelas nossas ofensas (Rm 3.25).


CONCLUSÃO
||Somente a manipulação das trevas no coração da humanidade pode fazer as pessoas não reconhecerem que não apenas o sacrifício do calvário é único, assim como o próprio Cristo Jesus é inigualável. Viva a salvação!||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 4, 26 Janeiro, 2020]
- A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas. Jesus morreu por toda a humanidade, a fim de expiar, diante de Deus, todos os nossos pecados. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Então, curvemo-nos diante da cruz para recebermos o perdão de Cristo e adoremos aquEle que morreu e ressuscitou para dar-nos a vida eterna.
Pb Francisco Barbosa