ANO 10|Nr 1.352|2019
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS - 4º Trimestre de 2019
Título: O Governo
divino em mãos humanas - Comentário das lições: Osiel Gomes
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L I Ç Ã O 9
1º DE DEZEMBRO DE 2019
O REINADO DE DAVI
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“E
entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu
reino por amor do seu povo.”(2 Sm 5.12)
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VERDADE PRÁTICA
A glória do reinado de Davi deve-se, antes de tudo, à boa
mão de Deus que estava sobre ele.
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LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
2 Samuel 5.1-12
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INTRODUÇÃO
||O
pujante reinado Davi não foi circunstancial, aleatório ou por causa de
habilidades natas para guerra. No próprio texto bíblico, é dito que suas
vitórias e fortalecimento se originavam em Deus (2 Sm 8.6). Os 33 anos que ele
reinou em Jerusalém e os sete anos e seis meses que reinou em Hebrom revelam um
rei protótipo do Messias que viria. Por isso, Davi é considerado um tipo do
Messias. Isso está confirmado pela profecia de Miqueias (5.2), mencionada pelos
escribas nos dias de Herodes, pelo texto de 2 Samuel 5.2 e pela profecia de
Gênesis 49.10 em relação a Jesus Cristo||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- O texto de Atos 13.36 na versão atualizada traz a seguinte redação:
"Porque, na verdade, tendo Davi
servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para
junto de seus pais e viu corrupção". Paulo faz uma importante
afirmação sobre Davi quando diz que ele viveu para servir. O modelo bíblico de
liderança é aquele centralizado no caráter, ao contrario do que ensinava Maquiavel que era preferível ao rei ser temido do que
ser amado. Elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a coragem, a
virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em relevo. As técnicas
mudam, mas os princípios do caráter não. O sucesso da admirável liderança de
Davi veio dos princípios bíblicos observados por ele. Um dos primeiros passos
para que possamos entender a questão da liderança cristã é adotarmos a
perspectiva correta sobre Deus, Sua Palavra e Sua Obra. O segundo monarca de
Israel foi um ajudador do povo, e não o contrário. O modelo de Jesus para a
liderança é justamente esse: "servir". Servir foi a missão do filho
de Deus (Mt 20.28) e também a de seu ancestral humano, Davi. Há outro fato
sobre Davi registrado no texto de Atos 13.22 que merece a nossa reflexão:
"Achei Davi, filho de Jessé, homem
segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade". Essa frase pode
ser interpretada como 'um homem de sua
própria escolha' ressaltando a escolha soberana da parte de Deus bem como,
à guisa de textos bíblicos tais como 1Sm 2.35; 16.7, entendemos que Davi, o
escolhido do Senhor, 'era segundo o
coração de Deus' no sentido de estar dedicado à sua vontade e aos seus
propósitos. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também para os
outros. A vontade de Deus aparece aqui como "o que se tem determinado e que será feito". Este homem, com
seu coração de servo, realizou aquilo que o Senhor esperava. Davi viveu para o
Eterno e, consequentemente, viveu também para os outros. Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
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I – DAVI É
CONSTITUÍDO REI
||1. Três motivos
para sua escolha. Ninguém é
colocado em uma posição apenas por acaso; tem de haver algum mérito para isso.
Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três
razões. Primeiramente, ele preenchia todas as condições da realeza, o que
prontamente excluía a possibilidade de uma liderança estrangeira (Dt 17.15),
pois era irmão da nação (1 Cr 11.1). O segundo motivo para escolher Davi foi
devido à sua liderança militar (1 Sm 18.16). O terceiro motivo estava pautado
em uma promessa da parte de Deus, de que o trono entregue a Davi seria
levantado tanto sobre Israel quanto sobre Judá (2 Sm 3.10)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º
Dezembro, 2019]
- O rei foi escolhido e provido por Deus (Dt 17.1 S), que ordena todas as
coisas de acordo com o conselho do sua própria vontade (Is 40.14), e não de
acordo com o desejo dos homens (8.5-6; 2Sm 2.8-9). Assim, não é correto afirmar
que por três motivos Davi foi aclamado rei. Então, por que Deus escolheu Davi
para ser rei? Porque viu algo no seu coração. Deus diz a Samuel: “É em Davi que
está o coração que eu procuro”. Aos olhos humanos, saltava essas qualidades
listadas em Davi; Davi lutou em nome do Senhor e para a glória do Senhor, cujo
nome e glória se estenderão até os confins da terra, em todas as nações, Davi
sabia que do SENHOR é a guerra (Dt 31.6; jz 7.18). Davi entendia totalmente a
questão principal, ou seja, ao desafiar o povo do Senhor, os filisteus na
verdade estavam desafiando o Senhor. Parte do reinado de Saul já havia sido transferida
para Davi; a saber, Judá; entretanto, Abner jurou que completaria o processo
ajudando Davi a obter o restante do reinado - desde Dã até Berseba - essa era
uma expressão que representava todo o país (Jz 20.1), ou seja, de Dã, no norte,
até Berseba, no sul.
“Davi tinha algumas qualidades e características que
fizeram com que fosse escolhido por Deus para liderar o Seu povo.
Demonstrava
respeito pela autoridade estabelecida por Deus, pois mesmo quando teve
oportunidade de matar Saul (que era seu inimigo e estava determinado a
matá-lo), não o fez.
Tinha desejo
de aprender e se sujeitava à vontade de Deus;
Era um
verdadeiro adorador e tinha um coração grato;
Possuía uma
fé absoluta em Deus;
Era
responsável;
Tinha um
profundo amor pela Lei de Deus;
Revelava
coragem e valentia, e não tinha medo de enfrentar gigantes e participar em
guerras;
Era um homem
de integridade;
||2. Davi como
pastor e chefe. Na Bíblia, a
figura do pastor de ovelhas serve para descrever os governantes de Israel. Está
escrito que Davi deveria agir como chefe e pastor do rebanho. Na qualidade de
chefe (heb. nagid), ele seria um capitão, príncipe, líder; como pastor (heb.
ro`eh), ele cuidaria, apascentaria; ele se revelaria um amigo especial (do heb
piel). Assim, Deus zelava pelo seu povo (Sl 23; 77.20). Estava claro que para
Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amoroso,
não um déspota ou um tirano. O apóstolo Pedro diz que o pastor deve pastorear o
rebanho sem qualquer exibição de domínio, mas sendo o exemplo do rebanho (1 Pe
5.3). Paulo disse que não queria dominar a fé de ninguém, antes, desejava ser cooperador
da alegria de cada cristão (2 Co 1.24).||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- “Quando lemos a Bíblia, encontramos Davi primeiramente
como pastor. Ele era o mais novo de seus irmãos e não foi incluído no
sacrifício especial organizado por Samuel. No entanto, era ele que Deus havia
escolhido, o homem segundo o coração de Deus, e assim ele foi convocado do
campo onde estava cuidando do rebanho para ser ungido rei. Deus o chamou para
pastorear um rebanho diferente, seu povo de Israel (1Sm 16.1-13; 2Sm 5.2, Sl
78.70-71). O pastorear é uma das ocupações mais antigas. Assim, não é de
surpreender que o cuidado de um pastor e seu relacionamento com seu rebanho
fosse uma metáfora comum, no antigo Oriente Próximo, para a liderança de
pessoas, especialmente a realeza. Além disso, vários deuses das nações eram
ocasionalmente mencionados como pastores. Na Bíblia, os líderes civis e
religiosos são chamados de pastores, e as imagens estão ligadas à realeza (por exemplo,
1Rs 22.17), especialmente com Davi. Deus é chamado de pastor (por exemplo: Gn
48.15; Sl 23.1; 80.1), e elementos da vida de um pastor ocorrem várias vezes
para descrever a atividade de Deus (por exemplo: Sl 31.3; Is 40.11; Mq 7.14). Mesmo
depois de deixar as pastagens Davi continuou, em sua vida, a desempenhar a
função de pastor. Muito do que ele aprendeu conduzindo ovelhas ele aplicou como
líder de homens. É famosa a forma como ele apelou para suas façanhas em guardar
o rebanho, e em como ele dependia de Deus, para demonstrar sua capacidade de
lutar contra Golias (1Sm 17. 34-37). As experiências de Davi como pastor também
são vistas na forma de suas poesias, fornecendo imagens ricas para muitos de
seus mais queridos salmos, incluindo o Salmo 23. Davi conhecia o constante
cuidado necessário para ser um bom pastor e o aplicou como uma rica metáfora
para o constante cuidado de Deus por ele no Salmo 23.” (voltemosaoevangelho)
||3. Entrando em
aliança com o povo. Ninguém
consegue fazer alguma coisa sozinho. Tendo qualidades de bom guerreiro e de bom
líder, Davi não poderia governar sem o povo, portanto precisava fazer aliança
com todos para ter um reino bem fortalecido. Observe que a aliança que ele
firma tem características pastorais, não monárquicas; por isso, foi ungido rei
sobre Israel e todos prometeram lealdade ao novo rei (2 Sm 8.10-18; 2 Rs 11.17;
1 Cr 11.3)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- Davi governou o seu reino de maneira justa, e no futuro o
"Messias" irá governar de maneira semelhante (Is 9.7; Jr 23.3; 33.15).
Ao testemunhar as bênçãos de Deus em sua vida, Davi reconheceu o papel do
Senhor no estabelecimento do seu reinado. Davi se comprometeu formalmente a
cumprir certas obrigações perante os israelitas, inclusive fazer cumprir seus
direitos e responsabilidades, tanto de uns para com os outros como para com o
Senhor (2Rs 1-1.17). Independentemente da excelência dessa aliança, ela não
acabou com o sentimento básico de uma identidade separada sentida por Israel e Judá
como a sedição de Seba (2Sm 20.1) e a dissolução do reino unido sob Roboão (1Rs
12.16) demonstrariam mais tarde.
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II - A
CONSOLIDAÇÃO DO REINO DE DAVI
||1. A edificação
de Jerusalém. Tão logo é
ungido rei, Davi se lança ao trabalho. O primeiro intento é tornar sua capital
forte e bela. Sua corte e família tornaram-se grandes e notáveis (2 Sm 3.2,5;
5.13-16). Davi trouxe grandes mudanças ao povo israelita. Quanto a Jerusalém,
ele a considerava algo particularmente seu, pois fora conquistada sob a sua
liderança. Nesse caso, ela era vista como um espólio próprio. Davi entra logo
em luta contra os filisteus para expulsá-los. Sendo ele um líder bem preparado,
conhecedor das táticas dos seus opositores, busca a orientação divina e parte
para a batalha, ferindo por duas vezes os filisteus. Com a presença de Deus na
vida, Davi consegue derrotar seus inimigos e controlar suas fronteiras,
mantendo-os sob seu poder||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- Na Bíblia, Jerusalém é citada mais do que qualquer outra (de Gn 14.18 a
Ap 21.10). A cidade ficava no território de Benjamim, perto da fronteira norte
de Judá e era muito bem fortificada por causa de sua altitude e dos vales profundos
que a cercavam, que a tornavam naturalmente defensável em três lados.
Além disso, possuía uma reserva de água abundante, a fonte de Giom, além de
ficar perto das rotas comerciais. A cidade havia sido conquistada anteriormente
por Judá (Jz 1.8), mas nem Judá nem Benjamim tinham tido sucesso em desalojar
permanentemente os habitantes jebuseus (Jz 1.21). Ao tomar Jerusalém, Davi
conseguiu eliminar essa cunha estrangeira entre as tribos do norte e as tribos
do sul e estabelecer a sua capital. Tanto a cidade de Belém, o local de nascimento
de Davi (Lc 2.4), como Jerusalém, o local do governo de Davi, receberam o
título de ‘Cidade de Davi’.
||2. As reformas
religiosas. O capítulo 6 de
2 Samuel trata da ação de Davi em busca da Arca para Jerusalém. O sentimento
que o envolve revela grande respeito pelas coisas de Deus, enquanto o rei Saul
era insensível para com o sacerdócio. Dentre outras coisas, Davi valorizava
tudo aquilo que estava relacionado às ordenanças divinas. Ele respeitava o
sacerdócio, a Arca, e procurava preservar toda essa herança espiritual,
inclusive elevá-la. É bom levar em consideração que Davi não tencionava apenas
fazer de Jerusalém uma capital religiosa para manter o povo leal a si; não se
tratava de estratégia política. Davi era um homem que amava as coisas de Deus.
Nas cerimônias religiosas, ele se entregava para adorar ao Senhor, o que por
vezes, para alguns, causava escândalo, como o foi para Mical (2 Sm 6.20). Mas
procedia assim porque desejava exaltar o seu Deus||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º
Dezembro, 2019]
- A arca não havia apenas sido roubada e profanada pelos filisteus (1Sm
5-6), mas quando foi revolvida, Saul se recusou a seguir a orientação de Deus
quanto ela. A Escritura registra uma única ocasião em que Saul buscou a arca do
Senhor depois do seu retorno: 1Sm 14.18. Uma das diferenças básicas entre Davi
e Saul é que este não demonstrava muita preocupação com o culto ao Senhor e com
os ministros do culto, enquanto aquele comprova um zelo especial pela adoração
a Deus (Leia os capítulos 6 e 7 de 2 Samuel). Não se pode governar, reinar ou
fazer qualquer outra coisa com êxito se há negligência no culto a Deus. Quando Saul
lembrou-se de levantar um altar a Deus, já estava todo complicado por causa de
suas transgressões às ordens do Senhor. Não esqueçamos esse fato, pois o Eterno
considera primeiramente, e antes de qualquer coisa, a obediência (1 Sm 15.22).
Davi foi coroado rei de todo o Israel pelos próprios anciãos do povo que
reconheceram a unção real sobre sua vida, que zelava pela adoração a Deus acima
de tudo. Veja como age um homem que tem seu coração voltado para Deus: Davi,
mediante a sua aliança com Hirão e a ajuda deste (1Cr 18.1), pôde construir um palácio
para si e casas separadas para as suas esposas e seus filhos. Enquanto a arca
permaneceu perto de Jerusalém, na casa de Obede-Edom, durante três meses (1Cr 13.13-14),
Davi construiu um novo tabernáculo em Jerusalém a fim do cumprir a palavra do
Senhor em Deuteronômio 12.5-7 de uma habitação permanente para esta. Depois deste
intervalo de três meses, Davi seguiu as orientações mosaicas para movimentar a
arca (Nm 4.1-49; Dt 10.8; 18.5). Essas orientações tinham sido violadas quando
a arca foi transportada de Quiriate-Jearim até Obede-Edom, tendo custado a vida
de Uzá (1Cr 13.6-11).
- Quanto ao fato de Davi vir à frente do cortejo, dançando despido das
vestes reais, demonstra que os hebreus, como outros povos antigos e modernos,
possuíam suas maneiras físicas de expressar a alegria religiosa enquanto
louvavam à Deus. O desprezo de Mical por Davi é explicado pelo seu comentário
sarcástico no versículo 20; Ela considerou a dança alegre e desenfreada de Davi
como conduta inadequada com a dignidade e seriedade de um rei, pois o expunha
de muitas maneiras.
||3. A suprema
aliança davídica. Quem profetizou
sobre a aliança davídica foi Natã. Assim como Deus falara que abençoaria a
família de Abraão, não seria diferente com Davi; ele e sua família teriam um
grande nome (2 Sm 7.1-15). Podemos ver que três coisas importantes iriam
caracterizar a aliança davídica:
a) a firmeza da sua família na terra;
b) seus sucessores teriam a presença de Deus; e
c) uma dinastia eterna (2 Sm 7.11-16)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º
Dezembro, 2019]
- 2 Samuel 7.1-17, assim como 1Cr 17.1-15, registram o estabelecimento da
aliança davídica, a promessa incondicional do Senhor a Davi e sua posteridade.
Embora não seja chamada de aliança aqui, mas somente em 2Sm 23.5. Essa promessa
é de vital importância para o entendimento da promessa irrevogável de Deus em
que um rei da linhagem de Davi governará para sempre. É estimado que mais de 40
passagens bíblicas individuais estejam diretamente relacionadas a esses
versículos (SI 89; 110; 132); portanto, essa passagem é de especial importância
no Antigo Testamento. Seu cumprimento definitivo acontecerá na segunda vinda de
Cristo, quando ele estabelecer o reino do milênio na terra (Ez 37; Zc 14; Ap
19). Essa é a quarta das cinco alianças irrevogáveis e incondicionais feitas
por Deus. As primeiras três são:
1) A aliança noaica (Gn 9.8-17);
2) A aliança abraâmica (Gn
15.12-21) e
3) a aliança levítica ou
sacerdotal (Nm 3.1-18; 18.1-20; 25.10-13).
A nova aliança, que realmente proveu a redenção, foi revelada mais tarde por
intermédio de Jeremias (Jr 31.31-34) e foi cumprida pela morte e ressurreição
de Jesus Cristo (Mt 26.28) - “tua casa...
teu reino... teu trono” (2Sm 7.16) - esses 3 termos foram cumpridos em
Jesus (Lc 1.32b-33).
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III - A GRANDEZA
POLÍTICA DO REINADO DE DAVI
||1. As
realizações militares. Nas Escrituras,
há registros das diversas ações militares de Davi (2 Sm 8.1-14). Muitos
denominam esse texto de “o Davi que ataca”. Note que a tônica dos versículos é
sobre os verbos “feriu”, “sujeitou”, “matou”, “tomou”. Sua ação começa com o
desbaratamento dos filisteus, mas vai se alastrando até fazer fronteira com
outros povos, já nos limites de Israel. A lista de povos vencidos inclui:
filisteus, moabitas, sírios, edomitas. Não demorou para que importantes
possessões gentílicas estivessem sob o controle de Davi. Como é maravilhoso ter
um líder cujo coração e força são dominados pelo Senhor! Deus deseja levantar
líderes segundo o seu coração!||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- 2Sm 8.1 -14 esboçam a expansão do reino de Davi sob a mão do Senhor – “e o Senhor dava vitórias a Davi, por onde
quer que ia” (v.6 e 14). Os maiores inimigos de Israel foram todos
derrotados à medida que o reino de Davi foi se expandindo ao norte, sul, leste
e oeste (1Cr 18.1-13). É interessante notar que essas conquistas ocorreram antes
do acontecimento narrados no capítulo 7. “Um
dos pontos fortes de Davi era sua convicção de que a ajuda e a direção de Deus
eram absolutamente essenciais para o sucesso na batalha. Por isso, sua prática
regular era consultar ao Senhor. Para cumprirmos o propósito de Deus para nossa
vida também devemos buscar a direção de Deus, por meio da oração e do Espírito
Santo que em nós habita (Rm 8.1-17). Era preocupação de Davi retirar de Israel
toda idolatria, tudo o que não fosse da aceitação de Deus. Era preciso destruir
os inimigos, os povos pagãos deveriam ser extinguidos do meio de Israel e as
Terras dadas pelo Senhor a Israel deveriam ser possuídas e levadas a serem
santificadas a Deus” (Lição 07 - A Expansão do Reino - Lições Bíblicas Jovens e
Adultos - 4º trimestre de 2009; Davi - As vitórias e as derrotas de um homem de
Deus)
||2. As
administrações de Davi. Foram muitas as
mudanças realizadas por Davi, que o fizeram destacar-se no campo militar,
político, administrativo e religioso. Lendo o capítulo 8.15-18 e 20.23-26,
observamos como Davi fez importantes mudanças na área administrativa. No
comando de suas tropas, estava à frente Joabe; havia uma guarda real, um
superintendente da corveia, que lidava com os estrangeiros. No campo religioso,
Davi tinha dois sacerdotes: Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17); um cronista, um
escrivão (1 Cr 24.3), os quais eram responsáveis pelos registros e documentos
do Estado, dentre outras nuanças administrativas. Esse corpo administrativo não
era autônomo; todos agiam com a permissão do rei e, por ele, eram
supervisionados; cada setor só poderia agir ou fazer algo com a anuência dele.
Davi procurou montar um setor administrativo que o pudesse auxiliar no seu
reinado. O sucesso de um obreiro depende de oração, pregação, ensino, mas
também de saber administrar com eficiência as coisas de Deus; para isso são
chamados (Tt 1.5). Paulo diz que dois tipos de obreiro precisam ser bem
remunerados: os que se afadigam na Palavra e os que administram bem (1 Tm 5.17)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º
Dezembro, 2019]
- Davi governou o seu reino de maneira justa, e não poderia ser de outra
forma, já que ele é um tipo do
Messias que viria; No futuro o "Messias" irá governar de maneira semelhante
{Is 9.7; Jr 23.3; 33.15). Joabe era o Capitão do exército de Davi, era seu
‘ministro da Defesa’ e ‘Comandante das Forças Armadas’ do reino; Josafá era o cronista,
o responsável por manter os registros do Estado e era possivelmente o
mensageiro real (1 Rs 4.3). Zadoque, filho de Aitube, era um sacerdote levita
descendente de Arão por meio de Eleazar (1 Cr 6.3-8.50-53) que, junto com a sua
casa, foi o cumprimento do oráculo do homem de Deus em 1Sm 2.35. Mais tarde,
ele se tornou o único sumo sacerdote do reino de Salomão, cumprindo a promessa
de Deus a Fineias (Nm 25.10-13). Abiatar foi sacerdote de Davi junto com
Zadoque, traçava sua linhagem de Eli {1Rs 2.27) até Itamar (1Cr 24.3). Com a
remoção de Abiatar (1Rs 2.26-27), a maldição de Deus sobre Eli foi concluída
(1Sm 2.33), e a promessa de Deus a Fineias, da linhagem de Eleazar, foi
cumprida (Nm 25.10-13; 1Sm 2.35). Seraías servia como escrivão oficial de Davi.
Benaia serviu como comandante da guarda pessoal de Davi. No reinado de Salomão
ele foi elevado ao posto de Comandante do Exército (1Rs 2.34-35; 4.4), depois
de ter matado Joabe. comandante de Davi. Esta guarda real era um grupo formado
por mercenários (1Sm 30.14). Embora o texto hebraico fizesse referência aos
filhos de Davi como sacerdotes, a Septuaginta refere-se a eles como "príncipes
da corte". Esta última interpretação é sustentada por 1Cr 18.17, que se
refere aos filhos de Davi como "primeiros ao lado do rei", eram
então, os ministros do rei.
||3. O culto
público. Davi fez
consideráveis mudanças no culto público. Os sacerdotes eram Zadoque e Aimeleque
(2 Sm 8.17). Crê-se que Abiatar já estivesse aposentado (2 Sm 15.24).
Historicamente, pode-se entender que, no aspecto religioso, as cerimônias
desenvolveram-se com a família sacerdotal de Arão. Davi faz tais mudança,
porque tinha interesse pelo culto; ele o faz com todo cuidado, amor e
reverência, tendo sempre como objetivo a maior glória de Deus. Veja o relato
completo das realizações litúrgicas de Davi em 1 Crônicas 23.1-30. A
organização do culto é algo que deve ser pensado com todo cuidado, pois os que
o fazem de qualquer jeito, por vontade própria, sem a prescrição das normas
divinas, poderão sofrer consequências da parte de Deus. Foi o que aconteceu com
Nadabe e Abiú, que, querendo fazer culto por conta própria, foram fulminados
pelo fogo do Senhor (Lv 10.1,2)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- Davi trouxe a Arca para Jerusalém, estando ainda, o tabernáculo em Gibeon
(ou Gabaon; ou Gibeão), com o intuito de reunir tanto a Arca quanto o
Tabernáculo em um único templo na novisssíma capital do reino e em breve, o
centro cultual de Israel. Não coube a Davi a honra de construir uma casa para o
Senhor, e nesse intervalo, Israel contou com dois lugares de adoração e dois
sumo-sacerdotes, um em Gibeon e outro na capital (1Cr 15.11). O cronista toma
em consideração essa situação e justifica dizendo que a Tenda do Deserto tinha
ficado erguida lá (21.29; 2Cr 1.3), em consequencia, ele reparte o efetivo
levitico entre o santuário de Gibeon e o novo santuário da Arca, em Jerusalém. O
traslado foi marcado pela beleza ritual, pela separação (santificação) de um
efetivo de 862 sacerdotes e levitas. Davi revigora nesse ato o que a nação
esqueceu ou desprezou. É com Davi que observamos os primeiros passos rumo ao
retorno da verdadeira adoração a Jeová. A liturgia judaica era complexa e
inflexível. O que é liturgia? A história do termo começa com uma palavra
composta: ‘Leitourgia’ de ‘ergón’ (obra) e ‘leitos’ (adjetivo derivado de
‘leos’ ou ‘laos’ - povo). Este termo significava ou indicava nas democracias
gregas (segundo o grego clássico e helênico): ‘a prestação de um serviço por
parte dos cidadãos de classe média no benefício da coletividade’. A Septuaginta
emprega o termo ‘leitourgía’ e seus derivados para designar o serviço do templo
por parte dos sacerdotes e levitas, enquanto que os termos correspondentes em
hebraico são usados também para serviços que não sejam de culto. Segundo um
enfoque puramente semântico, literalmente pode significar festa, celebração, e
ainda culto (Latreia). No Antigo Testamento, o equivalente para liturgia é
festa (‘Hag’: dança e ‘Saret’: serviço) e ‘Aboda’ (obra, serviço) que também se
usa para atos litúrgicos. Na maioria dos casos a liturgia se interpreta como
“forma de culto” e é obvio que a forma em si não assegura a realidade
espiritual do culto, mas a falta de forma tampouco. A forma deveria servir como
ajuda aos fiéis na adoração a Deus. De forma geral, quando pensamos em nossa
relação com o culto, fazemo-lo em termos de receber, de obter algo. Mas da
perspectiva da liturgia, o culto tem muito mais a ver com dar e oferecer do que
com receber ou obter. Liturgia é o que podemos oferecer a Deus no culto
aceitável, genuinamente autêntico e que expressa nossa submissão, dependência e
serviço a Ele.
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CONCLUSÃO
||O
reinado de Davi, e de seu filho, Salomão, ficou conhecido como a era de ouro de
Israel. Mas na verdade, o rei Davi sabia que a fonte verdadeira de toda a
grandeza do reino vinha de Deus: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para
que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das
tuas mãos to damos” (1 Cr 29.14)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- Davi responde à oferta fenomenal registrada em 1 Crônicas 29.6-9 expressando
sacrifícios surpreendentes de riqueza com louvores em que ele reconhece que
todas as coisas pertencem a Deus e dele vêm. Ele concluiu que Deus é tudo e que
o homem é nada, como está no Sl 8. Essa oração magnífica de agradecimento dá a
Deus todo o crédito, até mesmo pela generosidade do povo.
Pb Francisco Barbosa