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11 de novembro de 2019

(ADULTOS) Lição 7: DAVI É UNGIDO REI


ANO 10|Nr 1.348|2019
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 4º Trimestre de 2019
Título: O Governo divino em mãos humanas - Comentário das lições: Osiel Gomes
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L I Ç Ã O  7
17 DE NOVEMBRO DE 2019
DAVI É UNGIDO REI
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TEXTO ÁUREO
“Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá.” (1 Sm 16.13)
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VERDADE PRÁTICA
O propósito da unção é capacitar o obreiro para desempenhar a obra de Deus e, com autoridade, vencer os gigantes.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 16.1-13
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INTRODUÇÃO
||O conceito de unção é do Antigo Testamento; destinava-se a sacerdotes e reis, para que estes exercessem com êxito suas funções e ministérios (Êx 40.13-15;1 Sm 9.16); profetas também eram ocasionalmente ungidos, segundo a determinação divina (1 Rs 19.16). Nesta lição, veremos que a temática da unção de Davi é um clássico bíblico, pois ela trata da capacitação de servos de Deus para desempenhar em funções na obra divina. A unção do rei Davi, por intermédio de Samuel, é uma declaração da escolha divina para cumprir seus propósitos||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- É comum ouvirmos hoje alguns crentes usando como jargão, as palavras unção, ungir, ungido. Apesar de falarem sobre “unção”, poucos sabem exatamente o que significam essas palavras dentro do contexto da Bíblia. O termo vem do Latim unctio, que quer dizer “ato de untar”, que vem de unguere, que é “esfregar”. No Antigo Testamento era comum derramar azeite sobre a cabeça de profetas, reis e sacerdotes com o objetivo de consagrá-la, santificá-la para um serviço especial. “A unção de Deus é a capacitação que Deus dá a todo crente para O servir. A unção de Deus nos santifica, purificando-nos do pecado. A unção é sinal de dedicação a Deus.” (respostas). Davi foi ungido para mostrar que tinha sido escolhido para governar o povo de Israel, obedecendo a Deus (1Sm 16.13). Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
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I – DAVI: O REI UNGIDO
||1. Significado e propósito da unção. No hebraico, há duas palavras para unção − suk e mashah. A palavra suk aponta para a unção com o óleo sobre o corpo ou a cabeça de um convidado (Dt 28.40; Rt 3.3). A palavra grega que corresponde ao hebraico suk é aleipho (Lc 7.38,46), que pode referir-se ao ato de ungir os enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14). Quanto à palavra mashah, a ideia é a de cobrir ou untar. Dela deriva o substantivo mashiah (Messias). A palavra grega chrio se relaciona com mashah, daí o nome “Cristo”. No Antigo Testamento, a palavra preferível para a prática da unção religiosa é mashah: unção de pedra (Gn 31.13); dos sacerdotes (Êx 28.41; 29.7,36), dos reis (1 Sm 9.16), dos profetas (1 Rs 19.16) e de objetos diversos (Êx 30.26-28). Nesse sentido, o ato da unção busca mostrar que a pessoa ou o objeto ungido fora especialmente separado para o serviço de Deus, tornando-se assim, intocável (1 Sm 24.6)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- A lição apresenta dois vocábulos hebraicos assim definidos: Mashah (ungir), aparece no Antigo Testamento 128 vezes significando ungir, ungido e unção. O verbo suk (ungir) aparece 9 vezes, mas a sua unção se refere ao uso cosmético e medicinal com azeite (Rt 3.3; 2Cr 28.15). O verbo hebraico mashah é traduzido para o grego por chriö, e aparece em Lc 4.18; At 4.27; 10.38; 2 Co 1.21; Hb 1.9.

||2. O simbolismo da unção. Como um ato ordenado por Deus, a unção passou a simbolizar o derramamento do Espírito do Senhor (1 Sm 10.9; Is 61.1). O termo mashah do Antigo Testamento, que no Novo é chrio, refere-se à unção do Messias que viria (Sl 45.7; Dn 9.24). Assim, o Novo Testamento mostra que essa unção estava sobre Jesus (Lc 4.18). Pedro fez menção dessa unção sobre o Filho de Deus (At 10.38); e Paulo descreveu essa mesma unção sobre os cristãos (2 Co 1.21,22). A unção no Antigo Testamento destinava-se à separação de alguém está relacionada a Cristo, como Filho de Deus e Salvador do Mundo, e aos cristãos, no sentido de dotar-nos de poder para testemunhar as verdades do Evangelho (At 1.8; 1 Jo 2.20,27). A verdadeira unção é ordeira, decente e tem como alvo a glória divina e a expansão do Reino de Deus||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- “Tudo no Antigo Testamento era simbólico e provisório. A caminhada pelo deserto, o tabernáculo, o altar, o animal sacrificado, os sacerdotes. Tudo figurava as realidades definitivas que seriam estabelecidas por Jesus no Novo Testamento, quando, então, envelheceria o Antigo Testamento. A unção com óleo sagrado também era simbólica e provisória. O óleo seria preparado por Moisés, o libertador, e seria derramado sobre os elementos do culto, que também era provisório e simbólico. O tabernáculo e a arca significavam a presença de Deus e o sacerdote era o mediador entre Deus e os homens, santificado para isso. Os textos do Antigo Testamento que fazem referência à preparação e utilização do óleo sagrado da unção são muito definidos. No hebraico são utilizadas as palavras shemen (óleo), qodesh (separado para Deus, sagrado) e mishchah (consagração, unção para consagrar). A utilização dessas expressões aponta claramente para o fato de que a unção com o óleo sagrado significava que objetos, lugares e pessoas estavam sendo especialmente consagrados a Deus, separados em santificação para ele. Não existia qualquer significado de cura ou de atribuição de poder. Só havia este significado quando a unção era realizada com o óleo preparado por Moisés de acordo com a fórmula e critérios estabelecidos por Deus. Quem se utilizasse do óleo de maneira diferente ou para ungir qualquer pessoa era banido do povo de Deus. Há quem diga que o óleo significa a presença do Espírito Santo, no entanto não encontramos tal ensinamento ou afirmativa nas Escrituras.” (ibvb)

||3. A unção sobre Davi. Alguns detalhes importantes cercam 1 Samuel 16.1-13 por ocasião da unção de Davi por Samuel. O autor sagrado destaca o sentimento humano de Samuel, o qual gostava muito de Saul, mas o profeta estava no querer de Deus. Devido a seus pecados, Saul não poderia continuar como rei. Então Deus busca na casa de Jessé, o belemita, neto de Boaz e Rute, um de seus filhos para reinar (Rt 4.17). Conhecendo bem Saul, Samuel tinha consciência de que a missão de ungir um novo rei seria difícil. Por isso, ele foi orientado por Deus a fazer um banquete e um sacrifício naquela região. Como representante de Deus, muitos o temeram, mas Samuel relatou que sua ida era de paz. Os filhos de Jessé passaram diante do profeta, mas nenhum deles foi escolhido, embora Samuel se impressionasse com a postura e aparência dos jovens. Entretanto, um estava ausente, cuidando dos haveres da família. Davi foi ungido em meio aos seus irmãos e, a partir daí, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi, concedendo-lhe sabedoria, poder, orientação, para que pudesse cumprir os propósitos divinos||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- O que nos chama a atenção nesse episódio é a narrativa de 1Sm 16.1: “...me provi”. O rei foi escolhido e provido por Deus (Dt 17.1 S), que ordena todas as coisas de acordo com o conselho do sua própria vontade (Is 40.14), e não de acordo com o desejo dos homens (1Sm 8.5-6; 2Sm 2.8-9). Uma curiosidade: Até o estabelecimento da casa de Deus em Jerusalém (Dt 12.11), os sacrifícios podiam ser feitos em qualquer cidade, por isso a álibi de Samuel: “... vim para sacrificar”. Esta primeira unção de Davi foi diante de sua família/casa e simbolizava o reconhecimento e a ordenação de Deus. As duas unções seguintes (2Sm 2.7; 5.3) serviram para estabelecer Davi como rei publicamente, para o beneficio de Judá e Israel respectivamente. Sua segunda unção seria diante de uma assembleia em sua tribo, Judá; e sua terceira unção seria diante da nação de Israel. A expressão familiar do Antigo Testamento “O Espírito do Senhor se apossou de Davi”, refere-se à capacitação para desempenhar alguma tarefa dada por Deus. A unção de Davi era um símbolo exterior do trabalho interior de Deus. A operação do Espírito Santo nesse caso não era para regenerar, mas para capacitar Davi a desempenhar o seu papel no programa de Deus para Israel.

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II - DAVI: O REI QUE ERA SERVO
||1. O ungido servindo. A unção de Deus não tira a nossa atitude de servos. Davi, sendo ungido, não abandonou sua posição de servo e fez isso até que chegasse o momento de assumir o trono. Sua atitude de servo foi estratégica, para que Deus o colocasse na corte de Saul, local de onde os planos divinos seriam executados. No relato do encontro de Davi com Saul, deve-se entender que tais acontecimentos não se seguem em ordem cronológica. Todavia, o mais importante é vislumbrar a promessa divina em curso, pois Davi crescia enquanto Saul decrescia||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Ao longo da história de Davi podemos ver Deus agindo para levar a cabo seu plano. Deus usou o mal que havia caído sobre Saul para introduzir Davi na corte do rei e diante dos olhos observadores de Israel. Davi é apresentado pelo autor de 1 Samuel como o mavioso salmista de Israel (2Sm 23.1) antes de apresentá-lo como guerreiro. Davi era um terno músico de excepcional habilidade e reputação. O trabalho humilde e modesto de Davi é enfatizado e ele deu provas dessa humildade e paciência quando retornou fielmente ao seu ofício depois da unção de Samuel. Os santos de Deus, quer seja no Antigo Testamento, quer seja no Novo, são reconhecidos pelos seus frutos (1Sm 2.26; Lc 2.40). A aprovação de Davi por Deus já era reconhecida por certas pessoas de Israel.

||2. O Espírito do Senhor se retira de Saul. O Espírito de Deus se afastou de Saul. Este, por sua vez, passou a ser assombrado por um espírito mau que ali estava por expressa permissão do Senhor. Para acalmar essa profunda melancolia na alma, o servo Davi foi convidado e levado à corte pela graça de Deus e por suas virtudes: tinha boa aparência, talento, capacidade de aprender e compreender as coisas; era bom guerreiro e o Senhor era com Ele (1 Sm 16.18)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Sobressai no texto que, quando a subida de Davi ao trono começou, também teve início a queda lenta e dolorosa de Saul. Sem a presença e capacitação do Espírito Santo de Deus, Saul não era mais, de fato, o rei de Israel (1Sm 15.28), embora sua retirada física do trono, e sua morte, tenham acontecido anos mais tarde. Deus, em sua soberania, permitiu que um espírito maligno atormentasse Saul (Jz 9.23; 1 Rs 22.19-23; Jó 1.6-12) com o propósito de estabelecer o trono de Davi. Esse espírito, um mensageiro de Satanás, deve ser diferenciado do estado emocional perturbado trazido pelo pecado interior, ou das conseqüências danosas de atos pecaminosos dos outros. Esse espírito demoníaco atacou Saul de fora, pois não existe qualquer evidência que comprove que o espírito habitava em Saul. Saul, cuja constituição interior já era propensa a um juízo questionável e temor dos homens, passou a sentir o castigo de Deus na forma de graves ataques de depressão, raiva e delírios, provocados e agravados pelo espírito maligno designado a ele. Existem diversas ocasiões no Novo Testamento em que Deus, como castigo, entregou pessoas aos demônios ou a Satanás (At 5.1-3? 1 C.o 5.1-7; 1 Tin 1.18-20). Ele também usou Satanás e os demônios para fortalecer os santos (jó 1.1—2.6; Mt 4.1 ss.; Lc 22.31-32; 2Co 12.7-11).

||3. Deus levanta autoridades. Davi esteve muito tempo com Saul, mas em momento algum relatou a unção de Samuel sobre sua vida; ou tentou aproveitar-se da vulnerabilidade do rei para matá-lo e assumir o reinado; antes, participou de lutas em seu favor. Só no momento certo é que foi aclamado rei. É Deus que levanta e dá a autoridade. Deus pode levar crentes a grandes postos. Entretanto, é preciso aprender a servir, ter atitude de servo, pois foi esse o exemplo que Jesus nos deixou: servir a todos (Mc 10.45; Fp 2.7)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- É interessante notar que Saul amou Davi por suas habilidades, porém mais tarde passou a invejá-lo e odiá-lo, pois sabia que o Senhor o abençoara (1Sm 18.29). Nesse ínterim, Davi foi nomeado seu escudeiro, e provavelmente tenha sido mais um dos jovens designados para os quartéis de Saul. As obrigações de Davi dividiam-se entre as suas obrigações no quartel de Saul como um de muitos escudeiros (1Sm 16.21) e a sua tarefa de apascentar as ovelhas de seu pai em Belém. Sem dúvida, Davi aprendeu lições importantes quanto ao peso da responsabilidade durante essa época, lições que mais tarde poria em prática no governo de Israel. Na loucura de Saul em buscar matar a Davi, muitos intercessores se levantaram e o defenderam, como Aimeleque que respondeu defendendo o caráter de Davi como leal a Saul. Davi reconheceu que o próprio Senhor havia colocado Saul à frente do reino. Por conseqüência, o julgamento e o afastamento de Saul teriam que ser deixados a cargo do Senhor. Se Davi fosse um rebelde perverso contra o governo de Saul, como este havia dito (1Sm 22.8,13), ele teria matado Saul quando teve a oportunidade. O fato de Davi haver apenas cortado a orla do manto de Saul, quando este estava inerte em suas mãos, era prova que Davi não era seu inimigo. Mais tarde, o reinado de Davi em Jerusalém foi marcado pela lealdade à sua aliança com Jônatas (2Sm 9.1).
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III - DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO
||1. O gigante Golias. Depois de ungido, Davi tem diante de si um grande desafio, o qual foi temido por todo Israel: lutar contra Golias. Tendo este aproximadamente três metros de altura, era um sobrevivente da raça dos gigantes anaquins, um remanescente que se refugiou em Gaza, Asdode, na ocasião da execução feita por Josué, das montanhas de Judá (Js 11.21,22). Esse gigante tinha uma couraça feita de metal em escama que lhe guardava todo o corpo; todas as armas de defesa desse guerreiro eram de bronze e as de ataque, de ferro. O desafio de Golias era que fosse separado apenas um homem para decidir o conflito − esse tipo de luta era comum. O silêncio de Saul e a apatia do povo eram resultado do afastamento do Espírito Santo de Deus||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Golias (em hebraico, גָּלְיָת = “passagem, mudança, exílio, transmigração”). Existem na Bíblia referências a alguns personagens muito estranhos, muito misteriosos - os gigantes. Os nomes com que eram designados - Nefilins, Refaíns, Emins, Anaquins, Enaquins, Zanzumins, Zuzis, são todos adjetivos, significando: "poderosos", "fortes", "valentes", "guerreiros", etc., porém com um significado particular, próprio deles, os GIGANTES. Encontramos outros relatos de homens de estatura extraordinária: havia Ogue, rei de Basã, um dos refains, cujo esquife tinha nove côvados (4 m) de comprimento e quatro côvados (1,8 m) de largura. (Dt 3.11). Além de Golias, havia outros homens de Refaim, de tamanho extraordinário, entre os quais estava Isbi-Benobe, cuja lança era de 300 siclos de cobre (3,4 kg) (2Sm 21.16); Safe ou Sipai (2Sm 21.18; 1Cr 20.4); Lami, irmão de Golias, "cuja haste de lança era como o cilindro dos tecelões" (1Cr 20.5); e um homem de tamanho extraordinário, cujos dedos das mãos e dos pés eram aos seis, no total de 24 (2Sa 21.20). Os espias sem fé relataram aos israelitas que em Canaã viram "os nefilins, os filhos de Anaque, que são dos nefilins; de modo que ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos olhos deles". (Nm 13.33). Estes homens de estatura extraordinária, chamados de filhos de Anaque (provavelmente significando "Pescoço-comprido [quer dizer, de estatura alta]"), não eram realmente nefilins, conforme relatado, mas eram apenas homens extraordinariamente altos, porque os nefilins, conforme relato de Genesis (Gn 6.4), pereceram no Dilúvio. Alem disso, a expressão "ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos" é típica do hebraico, que usa muitas hipérboles, ou seja, expressões exageradíssimas.
- No combate que teve contra Davi, usava uma cota de malha que pesava 5000 ciclos (57 kg). Como Davi era um rapaz ainda, provavelmente só a cota de malha de Golias já atingia seu peso. Mas Davi ainda tinha que lutar com um gigante que carregava um grande escudo para proteção e uma lança, cuja ponta metálica pesava 600 ciclos (6, kg). Sua haste foi descrita na Bíblia como "cilindro dos tecelãos". Pouco depois de Davi ter sido ungido por Samuel, os filisteus ajuntaram-se em Socó para uma guerra contra Israel, e então acamparam em Efes-Damim. Golias desafiava Israel em alta voz para apresentarem um homem que lutasse com ele em combate individual, o resultado determinaria qual o exército que se tornaria servo do outro. Seu desafio durou 40 dias. Mas no exército israelita não havia soldado com coragem suficiente de enfrentar Golias com seus quase 3 metros de altura, ainda mais sendo este um soldado mercenário treinado e muito bem armado. Quando Davi soube do que estava acontecendo ficou indignado e aceitou o desafio do filisteu. A tentativa de Saul em colocar sua armadura em Davi não teve êxito, porque como citado, era apenas um rapaz. Davi foi apenas com a funda e algumas pedras lisas que pegou em um rio próximo ao encontro de Golias. Invocando o nome de seus deuses para o mal contra Davi, Golias riu-se dele, perguntando se era por acaso um cão para que viesse a ele com cordas, referindo-se à funda que Davi usava. Davi respondeu: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com dardo, mas eu chego a ti com o nome do Deus dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel, de quem escarneceste.” As armas de Davi eram da parte de seu Deus e isso dava-lhe confiança da vitória. Apressando-se, Davi pegou uma pedra e atirou com a funda e ela penetrou a testa de Golias. Não deve ter lhe matado instantaneamente porque a Bíblia diz que quando Golias caiu com a face por terra, Davi apressou-se, pegou a espada de Golias e entregou-lhe a morte 'definitivamente' cortando sua cabeça.Quando viram seu campeão morto, os filisteus fugiram, mas foram perseguidos e dizimados até sua cidade.

||2. Davi, ungido e cheio de fé. Davi continuava sua missão de servo: ele não ficava permanentemente na casa de Saul, mas sempre voltava para a casa de seu pai, ficando a cuidar das ovelhas. Davi era jovem e não estava pronto para a guerra − isso aos olhos dos homens. Mas Deus usou essa impossibilidade, para fazer a apresentação do futuro rei de Israel, o seu escolhido. O pai de Davi envia-o ao acampamento para dar provisão aos seus irmãos e, ali, ele viu a afronta do gigante, que já vinha desafiando o povo de Deus há 40 dias. Mesmo com sua proposta, Saul não encontrou alguém que estivesse pronto a enfrentá-lo. Davi perguntou para alguém o que seria dado àquele que matasse o filisteu e tirasse a afronta de sobre Israel, o qual relatou os prêmios: grandes riquezas, a filha do rei como esposa e isenção de impostos (1 Sm 17.25-27). Quando chamado por Saul, Davi contou suas experiências em lutar contra o urso e o leão, para proteger o rebanho de seu pai, e da mesma forma ele protegeria o rebanho do Deus vivo das ameaças de Golias. Quem é ungido e confia no poder Deus não teme o inimigo, por mais feroz que este se apresente, antes, entra na batalha confiante, sabendo que podemos vencer (2 Co 1.10; 2 Tm 4.17,18)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Davi ainda muito jovem, colocou-se como o campeão dos israelitas para enfrentar o blasfemo Gigante filisteu, homem acostumado às batalhas, vestido com toda sua armadura (I Sm. 17.5-7), tal disposição heróica e louca de Davi, causou espanto ao guerreiro filisteu. Golias tomou tal atitude como um insulto. Sem perca de tempo, Davi confiante n’Aquele que o vocacionara para liderar a nação judaica, pela força do Ruach YAWEH, adestrado com sua arma, a funda, abateu o sanguinário Golias (1 Sm.17.49,50). Que irônico! Que vitória! Um jovem pastor e sua funda ganhando uma batalha para o seu exército! A missão estaria cumprida quando a cabeça do oponente estivesse separada do corpo sem vida (1 Sm. 17.50-24). Vitorioso, o jovem Davi recebe do rei Saul a filha como esposa e passa a fazer parte da família real, e ironicamente, torna-se amigo leal do príncipe herdeiro, Jônatas. Desta luta aparentemente desigual tiramos algumas lições:
1) enfrentar gigantes é uma experiência intimidadora - lemos com entusiasmo o relato bíblico sobre a vitória de Davi, mas, no dia-a-dia, lutar contra os gigantes não é uma tarefa fácil;
2) pelejar é uma experiência solitária - ninguém mais pode assumir o posto para o qual fomos chamados, cada um de nós precisa enfrentar os “Golias” que se apresentam contra nós;
3) confiar em Deus é uma necessidade - a menos que depositemos nossa fé em Deus, não conseguiremos ir muito longe, ficaremos aterrorizados pelo tamanho dos “gigantes” e
4) vencer traz conseqüências memoráveis - as vitórias do passado devem nos impulsionar para olhar com maior bravura para o futuro.
||3. As armas do garoto. Davi atribui a vitória que obteve sobre o urso e o leão não à sua habilidade, mas a Deus. Sendo assim, sua base para lutar contra Golias é a fé em Deus. Saul tentou preparar humanamente Davi para a guerra, pondo nele as suas armas, sem sucesso. O garoto as deixou de lado, e tomou seu cajado, sua funda e cinco pedras. O cajado era usado para ajudar na caminhada e enxotar os cães ferozes; a funda era usada por pastores e, para quem soubesse fazer bom uso, ela se tornava uma arma perigosa, como no caso dos benjaminitas (Jz 20.16). Davi lançou a pedra com sua funda, acertando o gigante, que caiu atordoado. Prontamente Davi toma dele a espada e lhe corta a cabeça. O garoto venceu essa batalha porque confiou em Deus e dependeu exclusivamente da armadura divina, e não das armas de Saul, que são uma referência aos recursos apenas humanos. O cristão que deseja ser vitorioso contra as forças de Satanás precisa se revestir da armadura de Deus (Ef 6.13-17))||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Davi possuía uma fé sincera no Deus do Israel e Saul sabia que o Senhor estava com Davi (1Sm 17.37). Os instrumentos do pastor provaram ser armas apropriadas também para o pastor de Israel. Um dos valentes de Davi em batalha, Benaia, filho de Joiada, também matou um egípcio de grande estatura (2Sm 23.20-21) com um cajado igual ao que Davi levou para enfrentar Golias. Interessante notar que, ao ver aquele jovem franzino, ruivo e de aparência fraca, sem perceber, Golias profere uma afirmação de verdadeira ironia sobre ele mesmo (1Sm 17.43). Do mesmo modo que um cão selvagem pode ser uma ameaça ao rebanho e deve ser caçado e morto, assim deveria ser com Golias. Golias foi para lutar em seu próprio nome; Davi foi para lutar em nome do Senhor de todos os exércitos (1Sm 17.45). Nós estamos em guerra - sê-me somente filho valente e guerreia as guerras do SENHOR. (1 Sm.18.17). O crente enfrenta incircuncisos com os quais precisa lutar e deve vencer. Na verdade, cada um de nós, na vocação para a qual fomos chamados, enfrentamos nossos próprios gigantes: o mundo, a carne e o diabo (Ef. 2.1-3). Para derrubá-los e corta-lhes a cabeça, é preciso estar preparado, munido não com a armadura de Saul, mas com aquela provida por Deus (Ef. 6.10,11).
||4. O contraste entre Davi e Golias. Humanamente, era impossível Davi vencer Golias, visto que este era um gigante, e Davi, um jovem comum; mas todo o diferencial estava na unção que Davi recebera e a fé que tinha em Deus. Paulo disse que o cristão anda por fé, não por vista (2 Co 5.7). Enquanto todos temem o desafio do gigante, Davi responde com segurança por confiar no Senhor. Ele não entraria nesse combate com os ideais de Golias, que buscava manter sua fama de grande guerreiro, um campeão de batalhas; pelo contrário, todas as vezes que era necessário lutar, Davi procurava saber a orientação do Senhor, pois ele não guerreava suas guerras, mas sim as de Deus (1 Sm 22.10; 23.2,4.10; 30.8; 2Sm 2.1), pois seu propósito era exaltar o nome do Altíssimo. Nossas batalhas não devem ser pela busca de nossa glória, honra ou destaque pessoal, mas pela glória de Deus (Rm 11.36)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Davi lutou em nome do Senhor e para a glória do Senhor, cujo nome e glória se estenderão até os confins da terra, em todas as nações (Js 4.24; 2Sm 22.50; SI 2). Davi entendia totalmente a questão principal, ou seja, ao desafiar o povo do Senhor, os filisteus na verdade estavam desafiando o Senhor. No campo de batalha, diante do inimigo, ‘Davi... correu’, livre de armadura ou temor e animado pela fé em Deus, ao encontro de Golias e o venceu cortando-lhe... a cabeça (1Sm 17.51). Davi cumpriu a promessa feita a Golias no verso 46a. Mais tarde, os filisteus fariam o mesmo com a cabeça de Saul (1Sm 31.9). A exclamação de Davi que havia um Deus em Israel (v. 46) foi comprovada diante dos filisteus, que não desconheciam a ira do Senhor (1Sm 5—7). Sabiamente, eles fugiram aterrorizados, mas não honraram os termos propostos por Golias caso perdessem (17.6-9).

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CONCLUSÃO
||Deus procura homens e mulheres para entregar-lhes grandes responsabilidades. Ele não conta somente com a posição física, social, intelectual de alguém, mas para sua condição espiritual, por isso Ele olha o coração do ser humano, e não somente o exterior. Foi dentre os filhos de Jessé que Deus serviu-se de um servo, segundo o seu coração (1 Sm 13.14). Deus unge e separa pessoas humildes para sua obra, que estejam prontas para viver pela fé e que não temam enfrentar o inimigo||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Novembro, 2019]
- Em vez de Saul Deus escolheria um homem com o coração segundo o seu, ou seja, alguém que tivesse vontade de obedecer a Deus. Paulo cita a passagem de 1Sm 13.14 “um homem que lhe agrada” em Atos 13.22 a respeito de Davi. Deus escolheu Davi porque olha para o coração e não para a aparência física (1Sm 16.7). Davi foi o mais famoso rei de Israel e descrito em 1 Samuel 13.14 como um homem segundo o coração de Deus. Em Davi uma virtude se sobressai: possuía uma fé absoluta em Deus.
Deus unge e separa pessoas humildes para sua obra” - humildade é a qualidade de quem age com simplicidade, uma característica das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades sem arrogância, prepotência ou soberba. Não temos méritos próprios, nem justiça própria, logo, não cabe em nós sentimento algum voltado para o orgulho ou merecimento.
Na Assembléia de Deus tu estejas
Humilde aos pés do Senhor:
Santidade convém à Igreja,
P'ra gozarmos celeste amor” (144 HC)

Pb Francisco Barbosa