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3 de julho de 2019

(ADULTOS) Lição 1: O QUE É A MORDOMIA CRISTÃ



Revista Lições Bíblicas Professor 3º Tr. de 2019
Tempo, Bens e Talentos: Sendo Mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato

Lição 1
7 de Julho de 2019
O QUE É A MORDOMIA CRISTÃ

Texto Áureo
E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim.” (Lc 12.42,43)

Verdade Prática
Deus nos confiou a mordomia dos bens materiais e espirituais; por isso, sejamos vigilantes e zelosos, porque, em breve, Ele nos chamará a prestar contas de tudo quanto recebemos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 12.42-48
42 E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?
43 Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim.
44 Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá.
45 Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se,
46 virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis.
47 E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites.
48 Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos a Mordomia Cristã. Ela prioriza os bens espirituais e materiais que o Criador nos delegou. Nesta lição, denominamos “bens espirituais” os recursos e os meios confiados por Deus à Igreja. Quanto aos “bens materiais”, são estes os recursos naturais e sociais que desfrutamos no mundo. Assim, veremos que o Pai levantou a Igreja para cuidar dos seus interesses na Terra. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- Como introdução ao conteúdo deste 3º trimestre, o comentarista entendeu por bem, introduzir o assunto comentando sobre a Mordomia Cristã, dividindo esta, em duas partes: a mordomia dos do que ele chamou de ‘bens espirituais’ e a mordomia dos bens materiais. Mordomo, ísh al bayth, em hebraico, e epítropos ou oikonómos, em grego, é o mesmo que ecônomo, administrador. Mordomo é a pessoa a quem é confiado tudo quanto seu senhor possui, para ser guardado, cuidado ou desenvolvido. Essas palavras ocorrem em Gn 43.16,19; 44.1; 1Rs 16.9 (AT) e em Lc 8.3; Mt 20.8; e Gl 4,2 (NT), e noutros lugares da Bíblia. Julgamos este assunto de interesse da Igreja, sobretudo, nesse momento de ‘desacreditamento’ quanto à administração financeira na Igreja, bem como nossa responsabilidade e dever, como cristãos e membros do Corpo de Cristo, administrarmos os bens que temos recebido do SENHOR, sejam eles espirituais, sejam materiais, para a glória dEle e manifestação do Seu Nome ao Mundo. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I – CONCEITOS DE MORDOMIA*

1. Mordomo. A palavra vem do latim, major domu, e significa “o criado maior da casa”, “administrador dos bens de uma casa”, “ecônomo” (Dicionário Aurélio) Na Bíblia, a função aparece diversas vezes como “encarregado administrativo dos bens de um grande proprietário de terras”. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento essa função corresponde à de um administrador. Portanto, nós somos mordomos de Deus e, à luz do Novo Testamento, os líderes espirituais têm maior responsabilidade perante o Senhor da Igreja (Lc 12.48). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- A Definição do termo diz respeito àquele que é incumbido da direção da casa, o administrador. Ele não é dono, mas o dono da casa lhe confia tudo o que tem para ser cuidado e desenvolvido: terras, dinheiro, jóias, esposa, filhos, alimentação da família e administração de suas riquezas. Quando o mordomo se sente dono dos bens do seu senhor, ele trai o seu senhor. Quando o mordomo deixa de cuidar com zelo e fidelidade dos bens do seu senhor, ele torna-se infiel. O grau de punição é proporcional à medida que o comportamento infiel foi proposital. Observe que de modo algum a ignorância pode ser usada como desculpa (v. 48). A variação no grau de punição é claramente ensinada em Mt 10.15; 11.22,24; Mc 6.11; Hb 10.29.

2. Mordomia. A palavra significa “cargo ou ofício do mordomo; mordomado”. Sua origem está no termo grego oikonomia e, por isso, a encontramos em alguns textos do Novo Testamento, como na “Parábola do mordomo infiel” (Lc 16.2-4). Na Bíblia, mordomia diz respeito a todo serviço que o crente realiza para Deus e o seu comportamento diante do Pai e dos homens. É a administração dos bens espirituais e materiais, tanto no aspecto individual quanto no coletivo do ser humano. Assim, nossas faculdades espirituais, emocionais e físicas são o objeto da Mordomia Cristã. Por isso, esta mordomia está ligada ao ensino da Palavra de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- Orlando S. Boyer define Mordomo, “do grego oikonómos, como Administrador dos bens de uma casa ou de um estabelecimento alheio”. (Pequena Enciclopédia Bíblica), e Millard J. Erickson define Mordomia como “o manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo”. (Conciso Dicionário de Teologia Cristã – Millard J. Erickson). Assim, entendemos Mordomia como o ato de Administrar, e isso fica claro no texto bíblico de Lucas 16.2. Mordomo é a pessoa encarregada da administração de uma casa (do grego oikos); é o administrador (Gn 39.4-8; Lc 12.42). Nesse sentido também encontramos o termo Despenseiro - Pessoa encarregada da Despensa (Gn 43.16);
- O cristão como administrador dos seus Dons (1 Pe 4.10);
- O obreiro como responsável por cuidar das coisas de Deus (1 Co 4.1; Tt 1.7).
- “Mordomia bíblica”- diz Dillard – “é o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação de nosso cargo de depositários da vida e dos bens e a administração dos mesmos, de acordo com a vontade de Deus”. (DILLARD, J.E. Mordomia Bíblica. Rio de Janeiro: Juerp, s/d). Exemplos bíblicos de mordomos são Eliezer (Gn 24.2) e José (Gn 39.4,5). Mordomo fiel de Deus é todo aquele ou aquela que reconhece o domínio do Senhor sobre todas as coisas – o mundo, a vida, os talentos, os bens, as oportunidades, os demais valores – e seu papel de administrador responsável e diligente, sabendo que um dia há de prestar-Lhe contas de tudo.

II – A MORDOMIA ESPIRITUAL DO CRISTÃO

1. A mordomia do amor cristão. A mordomia cristã deve dar grande valor à prática do amor. Certa vez, um fariseu resolveu testar Jesus quanto à sua visão sobre os mandamentos da lei de Moisés. Ele conhecia bem os dez mandamentos. Abordando Jesus, indagou-lhe: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?” (Mt 22.36). E Jesus respondeu-lhe de maneira sábia, serena, e consistente: [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- Qual é o principal de todos os mandamentos? Os rabis haviam determinado que havia 613 mandamentos contidos no Pentateuco, um para cada letra dos Dez Mandamentos. Dos 613 mandamentos, 248 eram vistos com o afirmativos e 365 com o negativos. Essas leis também eram divididas em duas categorias, as pesadas e as mais leves, sendo que as leis pesadas eram mais obrigatórias que as leves. Os escribas e rabis, porém, não conseguiam concordar sobre quais eram as pesadas e quais eram as leves. Essa abordagem da lei levou os fariseus a pensar que Jesus havia criado a sua própria teoria. Desse modo os fariseus fizeram essa pergunta em particular para levar Jesus a incriminar a si mesmo ao revelar suas crenças não ortodoxas e unilaterais. Tirado de Dt 10.12; 30.6, Jesus usou a própria Palavra de Deus do Pentateuco para responder à pergunta, indicando a natureza ortodoxa de sua teologia: Jesus levou a pergunta dos fariseus um passo adiante ao identificar o segundo maior mandamento, porque ele era fundamental para uma compreensão da tarefa de amar como um todo. Esse mandamento, também dos livros de Moisés (Lv 1 9.18 1) e da mesma natureza o caráter do primeiro. O amor genuíno por Deus é seguido em importância por um genuíno amor pelas pessoas (Lc 10.29-37).
    1.1. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (22.37). Nosso Senhor não aceita dominar apenas uma parte do nosso coração; Ele o requer por completo. Quanto a isso, Ele nunca fez concessões: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30).
    1.2. “De toda a tua alma e de todo o teu pensamento” (v.37). Aqui, o Senhor Jesus enfatizou que, além de todo o coração, o primeiro mandamento exige toda a alma e todo o pensamento de uma pessoa. Essa é a base bíblico-doutrinária para dizer que a Mordomia Cristã valoriza a interiorioridade do crente. Logo, absolutamente tudo no interior do cristão – coração, alma e pensamento – deve estar voltado para Deus, que é o centro de todas as coisas.
     1.3. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (22.38). O segundo mandamento enfatiza que, na medida em que amamos a Deus de todo coração, alma e pensamento, devemos amar o próximo como a nós mesmos. Tal mandamento é relevante para a nossa mordomia, pois no mundo atual, sem qualquer ranço pessimista, pode-se ver que o desamor é a tônica entre pessoas, famílias, países e, até mesmo, entre alguns que se dizem cristãos.
   1.4. Quem é o próximo? Esta foi a grande pergunta feita por Jesus após contar a parábola do Bom Samaritano ao doutor da lei (Lc 10.30-37). O nosso próximo é um familiar: esposo, esposa, pai e filho, irmão, primo, sobrinho, etc. É o nosso irmão em Cristo, o nosso vizinho, o professor, o colega de trabalho, o carente ou o socialmente excluído. Assim, o mandamento revela o objeto da nossa mordomia de amor: fazer o bem ao próximo de forma concreta, com obras que revelam a nossa fé (Tg 2.14-17). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- A passagem de Marcos 12.30 acrescenta "força". A citação é de Dt 6.5, parte do shemá (termo hebraico para "ouve" — Dt 6.4). Esse texto diz "coração... alma... força". Alguns manuscritos da Septuaginta acrescentam "mente". O uso dos vários termos não tem o propósito de delinear faculdades humanas distintas, mas enfatizar a plenitude do tipo de amor a que se é chamado. Também, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, é uma citação de Lv 19.18, ao contrário de algumas interpretações contemporâneas, não é um mandamento para amar a si mesmo. Em vez disso, ele contém, em diferentes palavras, exatamente a mesma ideia da Regra de Ouro. Leva os crentes a medirem seu amor pelos outros pelo que eles querem para si mesmos. Falando sobre ‘quem é o próximo do homem’, Jesus inverte a pergunta original do intérprete da Lei (v. 29). O escriba achava que deveria ser iniciativa dos outros mostrarem-se próximos dele. A resposta de Jesus deixa claro que cada um tem a responsabilidade de ser um próximo, especialmente daqueles que estão em necessidade. Quem é o meu próximo? A opinião prevalecente entre os escribas e fariseus era que os próximos de urna pessoa eram apenas os justos. De acordo com eles, os ímpios — incluindo classes de pecadores (como os coletores de impostos e as prostitutas), gentios e especialmente os samaritanos — deveriam ser odiados porque eram inimigos de Deus. Eles citavam o SI 139.21-22 para justificar essa posição. Como essa passagem sugere, odiar o mal é o corolário natural de amar a justiça. Mas o "ódio" verdadeiramente justo de uma pessoa pelos pecadores não é uma inimizade malévola. É uma aversão justa a tudo o que é vil e corrupto — não uma aversão malévola pessoal às pessoas. O ódio piedoso é marcado por um pesar de coração quanto à condição do pecador. Como Jesus ensinou aqui e em outros lugares (6.27-36; Mt 5.44-48), também é temperado por um amor genuíno. Os fariseus haviam elevado a hostilidade para com os ímpios ao status de virtude, de fato anulando o segundo grande mandamento. A resposta de Jesus a esse intérprete da lei demoliu a desculpa farisaica para se odiar os inimigos.

2. A mordomia da fé cristã. A palavra fé (gr. pistis; lat. fides) traz a ideia de confiança que depositamos em todas providências de Deus. Mas a melhor definição de fé foi enunciada pelo autor da Epístola aos Hebreus, ao descrevê-la com profunda inspiração divina: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Aqui, há três características essenciais à fé: (1) Ela é o fundamento ou base para a confiança em Deus; (2) Ela envolve a esperança ou expectativa segura do que se espera da parte de Deus; (3) Ela é “a prova das coisas que não se veem”, mas são esperadas por uma convicção antecipada. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- A definição de fé dada por Hebreus 11.1 traz o termo ‘certeza’, derivado da mesma palavra grega traduzida por "expressão exata" em Hb 1.3 e "confiança" em Hb 3.14. A fé aqui descrita inclui a convicção mais sólida possível, a segurança presente dada por Deus acerca de uma realidade futura, convicção de fatos que se não veem. A verdadeira fé não está baseada em evidências empíricas, mas na segurança divina, e é uma dádiva de Deus (Ef 2.8). No Novo Testamento há uma ligação entre fé e ver, mas, apesar disso, o autor de Hebreus descreve a fé como a convicção de coisas não vistas. Sob esse aspecto, fé é depositar a confiança exclusivamente em Deus, independentemente das circunstâncias. É abraçar as promessas de Deus, confiar em sua Palavra e permanecer fiel a Cristo. A fé verdadeira não apenas confia, mas também tem certeza. Ela tem certeza absoluta de coisas que se esperam. O crente que possui a genuína fé foi convencido de que as coisas que ele não pode ver são reais. A fé verdadeira não duvida da veracidade dos acontecimentos passados narrados na Palavra de Deus. Também não duvida dos acontecimentos futuros que ocorrerão segundo as suas promessas.

3. A fé como patrimônio espiritual. A fé cristã é o depósito espiritual acumulado durante toda vida do crente. É o nosso patrimônio espiritual, de valor e virtudes inestimáveis. Essa fé que o crente foi estimulado a guardar para não perder a “coroa” (Ap 3.11). Ao escrever ao jovem discípulo, Timóteo, e já próximo da morte, o apóstolo Paulo disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Querido irmão, prezada irmã, guarde sua fé! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- Houve uma confusão aqui entre fé e doutrina. Em Apocalipse 4.11, está se falando em conservar-se fiel à sã doutrina Além de estarem comprometidos com a Palavra de Deus, os cristãos devem evitar todo ensino falso; Essa é a preocupação de Paulo em 2Tm 4.7,8. Paulo denunciou esse tipo de erro como "fábulas" (mythos, da qual deriva a palavra "mitos") "profanas" (mundanas; o oposto do que é "santo"), que convém somente a "velhas caducas" (um epíteto comum que indica algo adequado apenas para pessoas sem instrução e nem sofisticação filosófica). Para tanto, exorta: “Exercita-te... na piedade” (a atitude e a reposta adequadas a Deus) é o pré-requisito do qual flui todo ministério eficaz. "Exercita-te" é um termo do atletismo que descreve o treinamento rigoroso e sacrificado a que se submete um atleta. A autodisciplina espiritual é o caminho que conduz à vida piedosa (cf. 1 Co 9.24-27). Assim, fazendo essa comparação, Paulo afirma que o exercício físico é limitado tanto em alcance como em duração; afeta somente o corpo físico durante esta vida terrena; contrariamente, a piedade ‘para tudo é proveitosa’. Tanto no tempo como na eternidade.

III – A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS

1. O cristão e as finanças. Na mordomia dos bens materiais, o cristão deve trabalhar honestamente para garantir sua sobrevivência financeira. Desde o Gênesis, após a Queda, o homem emprega esforços, com “o suor” de seu rosto (Gn 3.19), para obter os bens de que necessita. Isso é feito de maneira constante (1 Ts 4.11). Nesse aspecto, a preguiça é um pecado intolerável diante de Deus. Assim, Ele exorta ao preguiçoso que aprenda com as formigas, pois estas trabalham no verão para garantir o mantimento no inverno (Pv 6.6,9; 10.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- “A Bíblia diz que trabalhar é bom e necessário mas, por causa do pecado, tornou-se difícil e árduo. Quando Deus criou Adão e Eva, mandou que eles tomassem conta da terra e dos animais (Gênesis 1:28). Esse trabalho era bom e agradável mas, quando pecaram, a terra ficou amaldiçoada e o trabalho tornou-se duro (Gênesis 3:17-19)” (RESPOSTAS.COM). Em Gênesis 3.17-18, vemos o relato de como e por que Deus amaldiçoou a terra: “maldita é a terra por tua causa” Deus amaldiçoou o objeto do trabalho do homem e fê-lo relutantemente, ainda que ricamente, obter o seu alimento por meio do trabalho árduo. Tem sido assim desde então, com muita fadiga e suor, corremos atrás do nosso sustento. Não é o trabalho o objeto da maldição, mas o resultado do trabalho que está sob este édito, trabalho sempre houve, mesmo antes da queda; Na queda do homem, a natureza sofre junto com a humanidade, compartilhando assim as conseqüências da queda. As Escrituras descrevem esta maldição em três maneiras:
a) O sustento será obtido com fadiga v 17. - Assim como a mulher terá seus filhos com dor, o homem haverá de comer o fruto da Terra por meio de trabalho penoso. Antes da queda, o trabalho de Adão no jardim era prazeroso e agradável, mas de agora em diante, seu trabalho, bem como o dos seus descendentes será seguido de cansaço e tribulação.
b) A Terra produzirá cardos e abrolhos v 18. - O cultivo da terra seria mais difícil do que antes. Cardos e abrolhos aqui significam: plantas indesejáveis, desastres naturais, enchentes, insetos, secas e doenças. A natureza foi subvertida com o pecado do homem. (Rm 8:20-21).
c) No suor do rosto comerás v 19. - O trabalho árduo se tornaria a porção do homem. A vida não seria fácil. No pós-queda, foi acrescida a dor e sofrimento em virtude do pecado. E do pecado também sai a preguiça, e contra esta, diversas advertências bíblicas. Interessante notar que, o Sábio adverte em Provérbios contra a preguiça, apropriadamente após a discussão sobre ser a garantia da dívida de alguém (fiador), já que normalmente são os preguiçosos que precisam de garantias. Utilizando a figura das formigas, exorta o preguiçoso. A formiga é um exemplo de produção, diligência e planejamento (vs. 7,8) e serve de censura para o preguiçoso (pessoa ociosa que não tem autocontrole). A Sabedoria manda o preguiçoso aprender com a formiga (Pv 10.4,26; 12.24; 13.4; 15.19; 19.15; 20.4; 26:14-16).

2. O cristão e as riquezas. Deus não demoniza a riqueza nem diviniza a pobreza. Mas o cristão não deve recorrer aos meios ou práticas ilícitas de ganhar dinheiro, como o bingo, a rifa, as loterias e outras formas “fáceis” de buscar riquezas (Pv 28.20).  A Bíblia mostra que a avareza é a idolatria ao dinheiro, ou seja, uma compulsão para enriquecer a qualquer custo. É uma escravidão ao vil metal. Sobre isso as Escrituras também asseveram: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10). E Jesus ensinou: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15). E também ratificou: “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam” (Mt 6.20). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- “A visão cristã da riqueza deve ser derivada das Escrituras. Muitas vezes no Antigo Testamento Deus deu riquezas ao Seu povo. Salomão foi prometido riquezas e tornou-se o mais rico de todos os reis da terra (1 Reis 3:11-13; 2 Crônicas 9:22); Davi disse em 1 Crônicas 29:12: "Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força." Abraão (Gênesis 17-20), Jacó (Gênesis 30-31), José (Gênesis 41), o rei Josafá (2 Crônicas 17:5) e muitos outros foram abençoados por Deus com riqueza. No entanto, os judeus eram um povo escolhido com promessas e recompensas terrenas. Eles receberam uma terra e todas as riquezas nela contidas. No Novo Testamento, há um padrão diferente. A igreja nunca foi dada uma terra ou a promessa de riquezas. Efésios 1:3 nos diz: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo." Cristo falou em Mateus 13:22 sobre a semente da Palavra de Deus caindo entre os espinhos e "a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera." Esta é a primeira referência às riquezas terrenas no Novo Testamento. Claramente, essa não é uma imagem positiva. Em Marcos 10:23, "Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!" Não era impossível - pois todas as coisas são possíveis para Deus – mas sim "difícil". Em Lucas 16:13, Jesus falou sobre "mammon" (a palavra aramaica para "riquezas"): "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (mammon)." Mais uma vez, as palavras de Jesus apresentam a riqueza como uma influência negativa sobre a espiritualidade e como um obstáculo que pode nos afastar de Deus.” (GOTQUESTIONS.ORG). As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado. No contexto cristão, o mesmo Deus que fez o espiritual é o mesmo que fez o material. Nos ensinos de Cristo, não há um dualismo entre matéria e espírito! Todavia, as coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as materiais, que são apenas temporais (Lc 10.41). Na perspectiva cristã, portanto, as dimensões material e espiritual devem coexistir. Assim como servimos a Deus com o nosso espírito, nossa dimensão espiritual, devemos também servir com o nosso corpo (1 Co 6.19,20; 1 Ts 5.23), nossa dimensão material. Dessa forma, quem se tornou participante dos valores espirituais deve também servir com seus bens materiais (Rm 15.27; Lc 8.3). Aqui, o dinheiro, como valor material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo. “Não ajunte riquezas terrenas” - Jesus recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam celestiais e eternos (Lc 16.1 -9).

3. O cristão e a contribuição para a igreja. Na igreja local há várias maneiras pelas quais o cristão pode e deve contribuir para a expansão e manutenção da Obra do Senhor. Essa contribuição deve ser feita através dos dízimos e das ofertas voluntárias (cf. Ml 3.8-12). Jesus reiterou a necessidade da contribuição com os dízimos, repreendendo a hipocrisia dos fariseus (Mt 23.23), pois há inúmeras necessidades da igreja que requerem as contribuições dos fiéis. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- Como já bem definido acima, Mordomo é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não lhe pertencem, mas ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu legítimo dono. Jesus contou a parábola do administrador, ou mordomo infiel, para mostrar esse fato (Lc 16.1-13). O entendimento entre os intérpretes da Bíblia é que essa parábola tem um fim escatológico. Assim como os filhos deste mundo são perspicazes e astutos no que diz respeito ao uso de suas riquezas, assim também os filhos do Reino devem ser sábios na aplicação de seus bens. O ensino da parábola é que o melhor investimento é usar os recursos materiais adquiridos na propagação do Reino de Deus e, dessa forma, ganhar amigos para a vida eterna (Lc 16.9). Referente à prática do dízimo, encontramos na internet uma enxurrada de comentários contrários a essa prática sadia. Não perca seu tempo lendo essas baboseiras que nada mais são do que uma busca por desculpa a fim de esconder o egoísmo e a avareza de quem as escreveu. Isso por que, a prática do dízimo antecede à lei, sendo um princípio espiritual presente entre o povo de Deus desde os tempos mais remotos (Gn 14.20; 28.22); Entenda que a Lei veio para regular essa prática (Lv 27.32) e não entregar o dízimo é transgredir a lei, e a transgressão da lei constitui-se em pecado (1Jo 3.4). A fidelidade na mordomia dos bens, a entrega fiel dos dízimos e das ofertas, é um ensino claro em toda a Bíblia (Ne 13.11,12; Pv 3.9,10; Ml 3.8-10; Mt 23.23; Hb 7.8). “Muitas igrejas querem adotar os princípios estabelecidos pelo apóstolo Paulo no levantamento da coleta para os pobres da Judéia como substituto para o dízimo. Isso é um equívoco. O texto de 2 Coríntios 8 e 9 trata de uma oferta específica, para uma causa específica. Paulo jamais teve o propósito de que essas orientações fossem um substituto para a prática do dízimo. Há igrejas na Europa e na América do Norte que estabelecem uma cota para cada família para cumprir o orçamento da igreja. Então, por serem endinheirados, reduzem essa contribuição a 5% ou 3% do rendimento. Tem a igreja competência para mudar um preceito divino? Mil vezes não! Importa-nos obedecer a Deus do que aos homens. Permaneçamos fiéis às Escrituras. Sejamos fiéis dizimistas!” (Rev Hernandes Dias Lopes)

CONCLUSÃO

Somos mordomos dos bens espirituais e materiais concedidos por Deus à sua Igreja. Se realizarmos nossa mordomia para a glória de Deus, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Usemos os recursos que Deus nos concedeu como verdadeiros mordomos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo o que temos vem do Senhor! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]
- A doutrina da mordomia funda-se na santidade, na justiça, na soberania e no amor de Deus. É a santidade que nos impulsiona a buscarmos ser santos, “em toda a maneira de viver”, e no administrar os bane imateriais e materiais que Ele nos confiou.”Ser santo é modo cristão de viver diariamente, e isso é mordomia cristã”. O cristão, justificado por Deus em Cristo, há de buscar uma vida de justiça, de retidão, de modo a cumprir o que Jesus determinou: “Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33) e: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. (Mt 22.21). É em santo amor que Deus to amor criou e sustenta o universo; Deus em santo amor nos remiu, em Cristo. E, portanto, somos ao mesmo tempo “resultado e objeto do amor de Deus. Nisto reside o mais alto significado da mordomia cristã: reconhecer e projetar o amor de Deus no modo de viver”. (FALCÃO Sobrinho. João. Teologia da Mordomia Cristã. Rio de Janeiro: CBB/Juerp, s/d., p. 53.) Assim, radicada na santidade, na justiça, na soberania e no amor de Deus, a mordomia deve marcar nova vida em relação a Deus, na medida em que reconhecemos que tudo a Ele pertence, que de tudo havemos de prestar-Lhe contas, inclusive de nossa própria vida. Portanto, compreendamos a natureza da mordomia e sua importância bíblica e teológica, e cuidemos de praticá-la em todas as áreas de nossa vida.

Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb 6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JULHO de 2019

PARA REFLETIR

A respeito de “O que é a Mordomia Cristã”, responda:
O que diz respeito à mordomia na Bíblia?
Na Bíblia, Mordomia diz respeito a todo serviço que o crente realiza para Deus e o seu comportamento diante do Pai e dos homens.
Na mordomia do amor cristão a quem devemos amar?
Amar a Deus e ao próximo.
Na mordomia da fé cristã, o que significa “fé”?
A palavra fé (gr. pisteuõ; lat. fides) traz a ideia de confiança que depositamos em todas as providências de Deus.
Na mordomia dos bens materiais, como o cristão deve trabalhar?
Na mordomia dos bens materiais, o cristão deve trabalhar honestamente para garantir sua sobrevivência financeira.
Como deve ser a contribuição do cristão à igreja local?
Essa contribuição deve ser feita através dos dízimos e das ofertas voluntárias (cf. Ml 3.8-12). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 1, 7 julho, 2019]