L I Ç Ã O 3
21 de Julho de 2019
A MORDOMIA DA ALMA E DO ESPÍRITO
Texto Áureo
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o
vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Ts 5.23)
Verdade
Prática
Ao lado do corpo, a alma e o espírito devem estar preparados
para a vinda do Senhor Jesus Cristo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Gaiatas 5.16-22,25
INTRODUÇÃO
Para ser mordomo da alma e do espírito, o homem necessita,
antes de tudo, da fé em Deus, da entrega incondicional a Cristo Jesus e da ação
poderosa do Espírito Santo na sua mente, pensamento e maneira de viver diante
do Criador. Para isso é preciso ser "nova criatura" (1 Co 5.17)!
Assim, além de conservar o corpo, precisamos conservar a alma e o espírito. É o
que veremos nesta lição. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Embasado em textos como 1Ts 5.23 e Hb 4.12, entendemos
que o homem é um ser tri-partido. O
termo tricotomia significa “aquilo que é dividido em três” ou “que se divide em
três tomos”. Assim, em relação ao homem, refere-se às três partes do seu ser:
corpo, alma e espírito. Há divergência neste ponto entre alguns teólogos. Há
aqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se
divide em duas partes: corpo e alma/espírito. Os defensores da dicotomia do
homem unem alma e espírito como sendo uma e a mesma coisa. Entretanto,
parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Esse conceito da
tricotomia crê que o homem é uma triunidade composta e inseparável. Só a morte
física é capaz de separar as partes: o corpo de sua parte imaterial. A alma se
expressa por meio do corpo e abriga três faculdades principais: o intelecto, a
vontade e o sentimento. Nos salmos de Davi, observamos o quanto somos
inconstantes. Alguns dias anelamos imensamente pela presença de Deus; outros,
sequer reservamos um instante a sós com Ele. Alegrias e tristezas, abatimento e
vigor, dúvidas e certezas, se intercalam frequentemente. Como Pedro, num
momento caminhamos sobre o mar, em outro quase nos afogamos. Às vezes, no mesmo
dia, alternamos pelo menos três vezes nossos desejos. É impressionante como
nossas prioridades são invertidas em tão curto espaço de tempo, o que era
imprescindível torna-se dispensável. Este elemento tão instável necessita de
que suas faculdades estejam submetidas a Deus, para que nada, nem ninguém nos
possa separar do amor de Deus e permitir que percamos a vida eterna. O espírito
é a parte mais profunda e íntima do ser humano. Scofield comentou nas notas de
sua Bíblia que “sendo o homem espírito é capaz de ter conhecimento de Deus e
comunhão com ele. Sendo alma, tem conhecimento de si próprio. Sendo corpo, tem,
através dos sentidos, conhecimento do mundo”. Nesta lição, estudaremos as
relações do espírito, as suas faculdades e como administrar o próprio espírito
para o cumprimento de suas funções naturais, conforme Deus estabeleceu. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I -
CONCEITUANDO ALMA E ESPÍRITO
1.O significado de
alma. No Antigo Testamento, a palavra "alma" é nephesh. No Novo, o
termo usado é psiquê, que tem o sentido de "alma" e de
"vida", e encontra-se ligado à palavra psíquicos, que significa
"pertencente a esta vida". Ela é "a base das experiências
conscientes", equivalendo, portanto, à própria vida, à personalidade ou à
pessoa mesmo (cf. 2 Co 1.23). Assim, o texto bíblico de Levítico 17.10-15
revela uma diversidade de sentidos para a palavra "alma": A pessoa
física (v.10), a vida de um animal (v.11), a vida de uma pessoa (v.11). Do
ponto de vista teológico, a alma é a sede das emoções e dos sentimentos,
conforme Jesus expressou num contexto de angústia: "A minha alma está
profundamente triste até a morte" (Mc 14.34). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21
julho, 2019]
- “A alma é a identidade
individual de uma pessoa. A alma é também a vida da pessoa. Cada pessoa é uma
alma, com uma personalidade única. Quando Deus deu vida ao homem, ele se tornou
um ser vivente (Gn 2.7). Em hebraico “ser vivente” é “alma vivente”. A alma é a
vida individual de cada pessoa, sua experiência pessoal da vida. A alma define
quem a pessoa é (Sl 103.1). A alma é a parte que sente emoções, raciocina e tem
vontade, interpretando a experiência física do corpo. A alma é a parte não
mecânica da pessoa. A criatividade, a inteligência, as emoções, as decisões –
tudo que torna a vida mais que um conjunto de processos automáticos é função da
alma. A alma é o elo entre o corpo e o espírito. Está ligada à parte física da
vida e à parte que não é física. O espírito é a parte que tem comunhão com Deus
e a alma é a parte que torna essa experiência pessoal, individual. A alma
interpreta e aplica a comunhão com Deus na vida física diária. Da mesma forma,
a interpretação da alma da experiência física pode afetar a comunhão com Deus”.
(RESPOSTAS)
2. A origem da
alma. A alma está unida ao espírito, e, por isso, é humanamente impossível
separá-los. Só a Palavra de Deus pode fazê-lo (Hb 4.12). Assim, tanto a alma
quanto o espírito constituem a parte imaterial do ser humano. Em relação à
origem da alma, há pelo menos três teorias que tentam explicá-la: a teoria da
preexistência, do criacionismo e da participação.
2.1. Teoria da
preexistência. Segundo essa teoria, as almas existem nas diversas esferas
do mundo espiritual e entram no corpo gerado, num processo denominado
"reencarnação". O objetivo desse processo é levar a pessoa a sofrer
pelos "pecados cometidos em pretensas existências anteriores". Esse é
um dos pontos fundamentais do Espiritismo. Entretanto, não há fundamento
bíblico para essa teoria. A Bíblia revela que o "pecado original"
passou a todos os homens (Rm 5.12) e que vigora até os dias atuais, pois “não
há homem que não peque" (Ec 7.20). Porém, o sangue de Cristo purifica o
pecador (1 3o 1.7), quando este se arrepende, confessa o seu pecado e o deixa
(Pv 28.13).
2.2. Criacionismo.
Segundo
esta teoria, baseada no pensamento filosófico grego, Deus dedica-se à criação
de almas diariamente, para que habitem nos corpos que forem sendo concebidos. É
um ponto de vista que carece de fundamentos bíblicos.
2.5. Teoria
participativa. A teoria expressa que Deus dá a vida a toda pessoa gerada de
acordo com as leis da reprodução biológica geradas por Ele. Assim, homem e mulher
geram um novo ser com a cooperação divina (At 17.28; Hb 1.3). É uma visão que
tem base na Bíblia e que está harmonizada com a Palavra a Deus: "Fala o
SENHOR, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do
homem dentro dele" (Zc 12.1b). Todavia, como Deus age na criação de cada
alma e espírito dentro do ser humano é um dos muitos mistérios da fé pela qual
devemos curvar-nos humildemente diante de sua magnitude. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21
julho, 2019]
- “Três teorias disputaram a opinião da igreja desde os primeiros séculos do
cristianismo, com respeito à origem da alma:
PRE-EXISTENCIALISMO: - Orígenes (séc. III)
foi seu principal expoente. Esta teoria ensina que as almas dos homens tiveram
uma existência anterior à criação dos próprios homens. Alguns acontecimentos
nesse período pré-temporal determinaram a condição em que atualmente se
encontram essas almas. Houve uma espécie de queda pré-temporal. Orígenes
considerou que a existência material presente no homem, com todas as suas
desigualdades e irregularidades físicas e morais, é um castigo pelos pecados
cometidos em uma existência anterior. O pecado, portanto, teve entrada no mundo
dos homens num estado pré-temporal, e isso fez com que o homem já entrasse no
mundo numa condição de pecado.
Objeções:
a) É uma teoria
sem base escriturística. Algumas de suas formas refletem uma base filosófica
pagã que aceita um dualismo, matéria-espírito, tornando um castigo para a alma
o fato dela ser unida ao corpo.
b) Faz com que
o corpo seja meramente acidental. A princípio, a alma existia sem o corpo. O
homem estava completo sem o corpo. Isto apaga a distinção entre o homem e os
anjos.
c) Destrói a
unidade da raça humana, porque aceita que as almas individuais existiram muito
tempo antes de entrarem na vida presente. Não constituem uma raça.
d) Não tem
apoio na consciência humana. O homem não tem uma consciência de uma existência
prévia, ou que o corpo seja uma espécie de prisão para a alma.
TRADUCIANISMO (ou PROPAGAÇÃO)
Segundo o
traducianismo, as almas dos homens se propagam juntamente com os corpos,
mediante uma geração ordinária, transmitida dos pais aos filhos. Entre os
Reformados, há alguns que defendem a ideia traducianista. W.G.T. Shedd é o
principal expoente dessa corrente.
a) Argumentos a
favor do Traducianismo
Os traducianistas
apresentam vários argumentos em favor de sua teoria:
A Escritura
parece favorecer a apresentação do traducianismo
A Bíblia ensina
que o homem é uma espécie, e a ideia de espécie implica numa propagação da
totalidade do indivíduo, e não de uma parte apenas, ou seja, o corpo, como
ensina o criacionismo.
Gn 1.26, 27;
5.2 ensinam que o homem e mulher são denominados homem. A palavra Adão não
denota simplesmente o nome de um homem, mas da espécie. Quando Deus criou Adão,
ele não criou o indivíduo, mas a espécie.
A criação da
alma de Eva esteve incluída na de Adão, pois dele ela foi formada (2 Co 11.8;
Gn 2.21-23). A mulher num todo, e não somente o seu corpo, foi derivada de
Adão. Alma e corpo são propagados. Deus criou a natureza humana em Adão, e depois
essa natureza humana foi transformada em milhões de indivíduos por propagação
sexual. A criação do Adão (natureza humana) foi terminada e completada no sexto
dia. Após isso, há somente a propagação da raça.
Gn 2.2 diz que
Deus cessou o trabalho da criação depois de haver feito o homem. Deus soprou
somente uma vez nas narinas do homem, e depois o tornou fecundo para a
propagação da espécie (Gn 1.28; 2.7). Observe o uso da palavra carne quando
denota natureza humana (corpo e alma), e não apenas corpo (Jo 3.6; 1.14; Rm
1.3).
Estes textos
parecem favorecer a posição traducianista, isto é, eles ensinam que o indivíduo
é propagado como um todo (consistindo de corpo e alma), e não somente em parte
como ensina o criacionismo.
Pelas leis
naturais da vida vegetal e animal
O crescimento
nesses remos não é por um crescente de criação imediata, mas por meio de
derivação natural de novos indivíduos procedentes de um tronco paterno
(observe-se o Sl 104.30).
As leis
genéticas favorecem o Traducianismo
A herança das
peculiaridades mentais e tendências familiares são notáveis, traços físicos e
mentais que não são explicáveis nem pela educação, nem pelo exemplo.
O Traducianismo
oferece mais base para explicar a depravação moral e espiritual porque este
assunto é mais um assunto da alma do que do corpo.
Para justificar
seus argumentos, os traducianistas se juntam ao realismo para explicar o pecado
original.
b) Objeções ao
Traducianismo
Contra o
traducianismo há varias objeções:
Ele é contrario
à doutrina filosófica da simplicidade da alma.
A alma é uma
substancia espiritual pura que não admite divisão. A propagação da alma
implicaria na divisão da alma, já que a criança recebe a sua alma dos pais. O
problema maior é: de quem procede a alma da criança? da mãe ou do pai? Ou ela vem
de ambos? Se é assim, não seria uma alma composta?
A fim de evitar
essa dificuldade supramencionada, os traducianistas têm que recorrer a uma
dessas três teorias a serem mencionadas: Primeiro, que a alma da criança tem
uma existência prévia, uma espécie de pré-existencialismo. Segundo, que a alma
está potencialmente presente no sêmen do homem ou da mulher, ou em ambos, e
isso é materialismo. Terceiro, que a alma é produzida, isto é, ela é criada de
algum modo, pelos pais, e isto os torna, de algum modo, criadores.
Os
traducianistas dizem que, após a criação original, Deus somente obra
mediatamente.
Após os seis
dias da criação, Sua obra criadora cessou, por isso Deus não pode mais criar
almas. Mas a pergunta a ser levantada é esta: Onde fica, então, a regeneração,
que não é efetuada através de causas secundarias? Ela é uma nova criação!
Geralmente o
traducianismo se une ao realismo para explicar o pecado da raça, isto é, a
culpa do homem.
Fazendo isso, o
traducianismo afirma a unidade numérica da substância de todas as almas
humanas, o que é uma posição insustentável. Além disso, o traducianismo falha
em explicar a culpa individual de cada homem nos outros pecados de Adão, e nos
pecados dos outros antepassados.
O traducianismo
tem dificuldades insuperáveis na Cristologia.
Se em Adão a
natureza pecou como um todo, e que o pecado foi de cada parte da natureza,
então, a conclusão é que a natureza humana de Cristo foi também pecaminosa e
culpada, pois ela fazia parte da raça criada numericamente uma e a mesma em
Adão.
3) CRIACIONISMO
Esta teoria
considera que cada alma é uma criação imediata de Deus, possuindo sua origem
num ato criativo direto de Deus, no qual o tempo não pode ser precisamente
determinado.
Supostamente, a
alma é criada pura, pois Deus não poderia tê-la criado impura, e ela é unida a
um corpo depravado. Não deve ser crido que a alma é criada separadamente do
corpo e que ela se torna poluída em contato com o corpo, o que tornaria o
pecado algo simplesmente físico. Deve ser crido que a alma é criada pura, mas
que Deus imputa a culpa de Adão a ela e, então, se torna corrupta também. A
alma, que é produto de um ato criador direto de Deus, já está pré-formada na
vida psíquica do feto.
a) Argumentos a
favor do Criacionismo
Ele é mais
consistente com as apresentações dominantes da Escritura que o traducianismo.
O relato
original da criação assinala uma distinção clara entre a criação do corpo e da
alma. O corpo foi tomado da terra e a alma vem diretamente de Deus. Em toda a
Bíblia, esta distinção se conserva, onde a alma e o corpo não são somente
substâncias diferentes, mas têm origens diferentes (veja Ec 12.7; Is 42.5; Zc
12.1; Hb 12.9; Nm 16.22). Sobre o texto de Hebreus, Delitzsch, um notável traducianista,
disse: “Dificilmente pode se encontrar um texto que dê prova mais clássica a
favor do criacionismo!” O criacionismo é muito mais consistente com a natureza
da alma humana do que o traducianismo. A natureza individual da alma humana é
perfeitamente reconhecida pelo criacionismo. A teoria traducianista, por sua
vez, implica numa separação e divisão da essência da alma.
Evita os
tropeços do traducianismo na Cristologia, e faz mais justiça à pessoa de Cristo
na Escritura.
Cristo foi
verdadeiramente homem, com verdadeira natureza humana, um corpo verdadeiro e
uma alma racional. Nasceu da mulher, foi feito semelhante a nós e, não
obstante, sem pecado. Diferentemente dos outros homens, não participou da culpa
e corrupção da transgressão de Adão, pois Deus não lhe imputou culpa. Isso foi
possível porque Ele não participou da mesma essência numérica dos que pecaram
em Adão.
b) Objeções ao
Criacionismo
A objeção mais
séria é a seguinte: a alma sendo depravada, ou possuindo tendências depravadas,
torna Deus o autor direto do mal.
Se a alma foi
criada pura, torna Deus o autor indireto do mal, pois Deus a coloca num corpo
que fatalmente a corromperá.
Este argumento
é considerado pelos traducianistas como fatal para o criacionismo. Claro que
este é um tropeço a ser evitado. Para o criacionismo, o pecado original não é
um problema simplesmente de herança. Os descendentes de Adão são pecadores, não
como resultado de haverem sido postos em contato com um corpo pecador, mas em
virtude do fato de Deus imputar-lhes a desobediência original de Adão. Então, a
justiça original é tirada, e a corrupção do pecado, naturalmente, se
desenvolve.
O criacionismo
considera os pais terrenos como gerando somente o corpo de seus filhos, o que
certamente não é a parte mais importante da criança, e, portanto, não explica
os reaparecimentos de tendências mentais e morais dos pais nos filhos.
Até onde tenha
a ver com as semelhanças mentais e morais dos pais e filhos, não
necessariamente precisam ser explicadas unicamente com base na herança. Nosso
conhecimento da alma é tão imperfeito para falar com absoluta segurança sobre
esse ponto. Mas esta semelhança, em parte, é explicada pelo exemplo dos pais,
em parte pela influência do corpo sobre a alma e, em parte, pelo fato de que
Deus não cria todas as almas iguais, mas que cria em cada caso particular uma
alma adaptada ao corpo com o qual se unirá, e adaptada também às complexas
relações nos quais terá que ser introduzida.
O criacionismo
não está em harmonia com a relação atual de Deus com o mundo e com sua maneira
de trabalhar nele, visto que ensina uma atividade criadora de Deus e, deste
modo, ignora que Deus não mais obra diretamente, mas somente por meio de
agência secundária.
4) PONDERAÇÕES
FINAIS
a) Deve-se ter
prudência ao falar deste assunto
Precisamos
admitir que os argumentos de ambas as partes, traducianismo e criacionismo, são
equilibrados. A Escritura não faz uma afirmação direta a respeito da origem da
alma no homem em particular, exceto no caso de Adão. As poucas passagens da
Bíblia que tratam do assunto, só podem ser consideradas conclusivas por cada
parte, já que algumas delas são usadas pelas duas partes. Alguns teólogos são
de opinião de que há verdades em ambas as teorias.
b) Alguma forma
de criacionismo merece preferência
Pelas seguintes
razões:
Não encontra
dificuldade filosófica insuperável com a qual o traducianismo sofre.
Evita os erros
cristológicos que envolve o traducianismo.
Está mais em
harmonia com a nossa ideia de pacto.
Ao mesmo tempo,
estamos convencidos que a atividade criadora de Deus, ao formar as almas
humanas, deve ser concebida como muito estreitamente ligada ao processo natural
de geração dos indivíduos.
O criacionismo
não evita todas as dificuldades, mas é uma garantia contra os seguintes erros:
a) que a alma é divisível; b) que todos os homens são meramente a mesma
substância; c) e que Cristo tomou aquela mesma natureza numérica que caiu em
Adão” (Heber Carlos de Campos. Trecho extraído de Antropologia Bíblica: Estudo
da Doutrina do Homem e do Pecado).
3. Conceituação de
espírito. Segundo o Novo Testamento, a palavra que se refere a
"espírito" é pneuma. O termo pode se referir a parte imaterial da
personalidade humana (cf. 1Co 7.1,34), o próprio ser da pessoa (1 Co 16.18; 2Tm
4.22) e, mais especificamente, a fonte do discernimento (Mc 2.8), das emoções
(3o 11.33) e da vontade (At 19.11) de uma pessoa. Assim, o espírito humano
regenerado, submetido a Cristo, torna-se sensível ao Espírito Santo e é capaz
de manifestar o fruto do Espírito, as virtudes do Reino de Deus (Gl 6.1; cf. Mt
5 - 7). Nesse sentido, em termos espirituais, só há dois tipos de crentes: os
espirituais e os carnais (Rm 8.1). Os crentes espirituais caracterizam-se pelo
seu "espírito" dominado pelo Espírito Santo (Gl 5.16-18,22-25). Os
carnais vivem de acordo com a natureza carnal que não foi submetida nem
transformada por Cristo (Gl 5.19-21). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- - “O espírito é a parte de nós que pode reconhecer e ter comunhão com
Deus. O espírito é também o que nos dá vida. O espírito interage com forças
espirituais. Todas as pessoas têm espírito. O espírito é a força que dá vida.
Em hebraico a palavra para espírito também significa vento ou sopro. Quando
Deus soprou vida no homem, significa que lhe deu um espírito (Gn 2.7). A partir
daí o homem se tornou uma criatura viva. O espírito vem de Deus e nos permite
ter contato com Deus. Deus é espírito e só podemos nos unir a Deus através do
espírito (João 4:24). Isso acontece quando nosso espírito se une ao Espírito
Santo de Deus. Todos que aceitam Jesus como salvador estão unidos ao Espírito
Santo (At 2.38)”. (RESPOSTAS).
- Soa estranho a afirmação ‘Os crentes espirituais
caracterizam-se pelo seu “espírito” dominado pelo Espírito Santo’, isso por que,
todos os cristãos têm a presença do Espírito Santo que habita neles (Rm 8.9;
1Co 6.19-20) como a força individual para viver de maneira a agradar a Deus,
assim, todo o nosso ser deve ser rendido ao Espírito Santo, não apenas nosso
espírito, como na afirmativa. Em Gálatas 5.16, a forma do verbo grego traduzido
por "andai" indica uma ação contínua, ou um estilo de vida habitual.
Andar também implica progresso; quando um cristão se submete ao controle do
Espírito - ou seja, responde em obediência aos verdadeiros mandamentos da
Escritura. A carne (nossa natureza decaída) opõe-se à obra do Espírito e leva o
cristão a comportar-se de maneira pecaminosa, o que, caso contrário, ele não
seria forçado. O crente deve fazer a sua escolha: ou vivemos pelo poder do
Espírito Santo que resulta em comportamento justo e atitudes espirituais, ou
pela lei, a qual pode produzir somente comportamento e atitudes injustas (vs.
19-21). Cf. 1Co 15.56. Devemos purificar-nos “de tudo que contamina o corpo e o
espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2Co 7.1).
II. A
MORDOMIA DA ALMA: "O HOMEM INTERIOR"
1. A
tricotomia do homem. Afirmamos que o ser humano é um ser tricotômico. Ou seja.
Deus o constitui de três partes conforme revela-nos a sua Palavra: "e todo
vosso espírito, e alma, e corpo" (1 Ts 5.23). O corpo, a parte material,
refere-se ao "homem exterior" (2 Co 4.16). Já o conjunto imaterial
formado pela alma e pelo espírito, que é envolvido pelo corpo, a Bíblia
denomina-o de "o homem interior", conforme as palavras do apóstolo
Paulo: "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de
Deus" (Rm 7.22; cf. 2 Co 4.16). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Deus nos constituiu um ser tri-partido, esta é Sua
‘assinatura’ em nós. Composto de 3 partes em um único indivíduo, onde cada um
dos elementos que nos constitui possui uma função, mas juntos todos trabalham
por um propósito único: Adorar a Deus e preparar-nos para morar com Ele para
todo o sempre. O novo ser interior, do cristão justificado, não mais compactua
com o pecado, mas alegremente concorda com a lei de Deus contra o pecado (Sl
1.2; 119.14,47,77,105,140; cf. 2Co 4.16; Ef 3.16). A alma de cada cristão, ou
seja, a nova criatura — é sua parte eterna (cf. Lc 4.24; Cl 3.10), e se renova
em um processo de crescimento e amadurecimento que está ocorrendo constantemente.
Enquanto o corpo físico está se decompondo, o ser interior do cristão continua
a crescer e a amadurecer à semelhança a Cristo (Ef 3.16-20).
2. A
mordomia da alma. A Bíblia declara que a alma do homem, assim como o espírito
e o corpo, deve ser conservada irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus
Cristo. Essa é a essência da mordomia da alma. Cada crente deve mantê-la
íntegra e irrepreensível. Alguns aspectos, porém, devem ser considerados na
mordomia da alma. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Parte Imaterial, espiritual e eterna do homem (Gn 5.1,3;
Sl 51.5; At 17.26), responsável pelas nossas emoções e vontades;
2.1.
A Necessidade da alma. Essa necessidade inclui a emoção e pode ser satisfeita
no relacionamento com Deus. A alma precisa de refrigério espiritual e da
presença divina (Sl 23.1-3). No salmo 42, o salmista expressa sinceramente a
necessidade de sua alma: "Como o cervo brama pelas correntes das águas,
assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo" (vv.1,2). Quanta necessidade a alma tem por Deus?! A Bíblia
revela que o Espírito Santo preenche essa necessidade e produz em nós o
"fruto do Espírito" (Gl 5.22-24). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- “Alienada da
filiação divina a humanidade sofre a perda do possuir na dimensão espiritual, e
tenta através da impossibilidade materialista, compensar os efeitos nocivos e
destrutivos da perda desconhecida do elo da vida. Não se da conta de que
ansiedades existenciais refletem carências da alma, e que privações da alma não
podem ser resolvidas com recursos ou soluções materiais. Necessidades do corpo
é que podem e precisam ser satisfeitas com recursos naturais, preservadores e
mantenedores do equilíbrio da vida orgânica. Necessidades da alma só podem ser
preenchidas em Deus. Se elegermos nosso corpo como centro referencial de nossa
existência, não encontraremos respostas para nossas ansiedades, nem sentido
para a vida. O centro referencial de nossa existência é a nossa alma, o nosso
ser eterno que não reflete em espelhos, mas se faz visível através dos gemidos
de nossas angústias, e em nosso pranto interior.” (ULTIMATO)
2.2.
A santificação da alma. É uma necessidade da alma o "viver santo",
sem o qual ninguém verá a Deus (Hb 12.14). O ser humano é salvo pela
"graça de Deus", e isso é dom divino (Ef 2.8,9). Mas ele precisa
também arrepender-se de seus pecados, confessar a Cristo como Senhor e
santificar-se integralmente em Deus, conforme o apóstolo Paulo ensina:
"Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo"
(1Ts 5.22,23). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Tendo concluído todas as exortações iniciadas em 1Ts 4.1
e, especificamente, as dos versículos 16-22, a bênção final de Paulo reconheceu
a fonte para obedecê-las e cumpri-las todas. Não é possível ser santificado em
todas essas maneiras com a força humana (Zc 4.6; 1Co 2.4-5; Ef 3.20-21; Cl
1.29). Não podemos buscar a santidade com nossas próprias forças, sem o auxílio
do Espírito Santo. Somente o próprio Deus pode separar-nos do pecado para a
santidade "em tudo" - espírito, alma e corpo. Essa referência
abrangente torna a expressão "em tudo" mais enfática. Devemos entender
que não pode haver divisão do ser do homem no processo da santificação, todo o
seu ser é ou não santificado. Ao usar corpo e alma, Paulo não estava indicando
que a parte imaterial do homem podia ser dividida em duas substâncias. As duas
palavras são empregadas como sinônimas ao longo da Escritura (Hb 6.19; 10.39; 1
Pe 2.11; 2Pe 2.8). Não pode haver divisão dessas realidades; em vez disso, elas
são usadas como outras passagens usam diversos termos para ênfase (Dt 6.5; Mt
22.37; Mc 12.30; Lc 10.27).
2.3.
A santificação dos pensamentos. Vimos que a alma é "a sede das
emoções, dos sentimentos e dos pensamentos", logo, sua mordomia deve zelar
por tudo o que preenche o pensamento do crente, conforme ensina o apóstolo
Paulo (Fp 4.8). Nesse contexto, devemos atentar para a advertência de Jesus em
relação ao coração do homem (isto é, sua interioridade): "Porque do
coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias" (Mt 15.19). Portanto, não podemos pensar
só no que "não fazer", mas também no que "não pensar". Toda
ação ou reação humana precede o pensamento, o sentimento e a emoção. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21
julho, 2019]
- “A nossa santificação exige a determinação de fazer o que é certo,
independente das influências negativas que nos cercam (4:1). Há um vínculo
óbvio entre o pensamento e o procedimento. No mundo, as pessoas fazem a vontade
dos seus próprios pensamentos carnais e egoístas (Efésios 2:3). O pecado e a
maldade procedem de um coração corrupto e podre (Mateus 15:19). Não é assim que
devemos agir. Pessoas santificadas tomam a decisão de mudar os seus pensamentos
(Efésios 4:17). Apesar da ênfase sensual, material e terrestre da maioria das
pessoas – até de muitos religiosos – nós precisamos olhar para cima e pensar
nas coisas lá do alto (Colossenses 3:1-6). É lamentável observar a ênfase
terrestre e mundana de muitos dos apelos feitos hoje, usando o nome do Senhor.
Jesus Cristo não é uma máquina de vendas que recebe uma ficha (oração) e
entrega um pedido (bênção material). Ele é o Senhor santo e puro, e ele nos
chama a olharmos para os céus para sermos um povo santificado. Três versículos bíblicos são especialmente
úteis na nossa busca de santidade no pensamento e, conseqüentemente, no
procedimento. Reflita bem nestas mensagens:
1. “Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até
quando hospedarás contigo os maus pensamentos?” (Jeremias 4:14). Para se livrar
da malícia e alcançar a salvação, é imprescindível uma limpeza do coração,
tirando toda a maldade. A figura de hospedar os maus pensamentos bem ilustra o
problema que precisamos resolver. Quando deixamos um quarto no coração vazio e
preparado para a permanência dos maus pensamentos, nunca ficaremos livres da
maldade. Precisamos fazer uma limpeza total!
2. Paulo explicou que a batalha do cristão é espiritual, e não carnal. O
propósito dela é levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2
Coríntios 10:5). O maior desafio do discipulado é aprender pensar como Deus,
submetendo todos os nossos pensamentos à vontade dele. Não é um exercício de
raciocínio onde procuramos compreender e analisar os propósitos e as razões de
Deus para aceitar e obedecer o que faz sentido para nós. É um exercício de
vontade onde submetemos a nossa vontade à dele em absolutamente tudo.
3. “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento” (Filipenses 4:8). Este versículo não descreve a maioria das
cenas nas novelas que passam na televisão. Muitas coisas na Internet não se
encaixam aqui. O conteúdo de muitas músicas, revistas e conversas do dia-a-dia
não passa neste teste. O que deve ocupar o nosso pensamento são as coisas boas
que demonstram a grandeza e a santidade do Senhor”. (Dennis Allan, em https://www.estudosdabiblia.net/200441.htm)
III - A
MORDOMIA DO ESPÍRITO
1. Andando em
Espírito. Na mordomia do espírito, o crente deve procurar andar em
Espírito, ou seja, na submissão ao Espírito Santo. Diz o texto bíblico: “Digo,
porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (GL
4.16). Andar em Espírito é viver em obediência à direção do Espírito Santo em
todas as áreas da vida. Há uma Luta interior entre a carne e o Espírito (Gl
4.17), mas uma vez guiados pelo Espírito Santo não estamos sob a escravidão da
carne (GL 4.18). Portanto, "se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito" (Gl 5.25). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- “Os Cristãos têm o Espírito de Cristo e a esperança da glória dentro deles
(Colossenses 1:27). Aqueles que andam no Espírito demonstram sua santidade
diariamente, em cada momento. Isso acontece quando o Cristão conscientemente
escolhe por fé depender do Espírito Santo para guiar cada pensamento, palavra e
ação (Romanos 6:11-14). A falha de depender da direção do Espírito Santo
resulta em um Cristão que não está vivendo de acordo com a missão e posição que
salvação providencia (João 3:3; Efésios 4:1; Filipenses 1:27). Podemos saber se
estamos andando no Espírito se as nossas vidas demonstram o fruto do Espírito:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Estar cheio (andar) do Espírito é o mesmo
que permitir que a Palavra de Cristo (a Bíblia) habite em nós ricamente
(Colossenses 3:16). O resultado é gratidão, cânticos de louvor e gozo (Efésios
5:18-20; Colossenses 3:16). Os Filhos de Deus serão guiados pelo Espírito de
Deus (Romanos 8:14). Quando os Cristãos escolhem não andar no Espírito, assim
pecando e o entristecendo, Deus já providenciou uma forma de restauração
através da confissão do pecado (Efésios 4:30; 1 João 1:9). “Andar no Espírito”
é seguir a liderança do Espírito. É essencialmente “andar com” o Espírito,
permitindo-lhe que guie seus caminhos e conforme a sua mente. Em resumo, do
mesmo modo que temos recebido a Cristo através da fé, por fé Ele nos pede que
andemos com Ele, até que sejamos levados ao céu e escutemos “Muito bem!”
(Colossenses 2:5; Mateus 25:23)”. (GOTQUESTIONS.ORG)
2. Frutificando no
Espírito. Quando o crente produz frutos dignos da vida cristã, ele
glorifica a Deus. Nosso Senhor chamou-nos a dar "fruto" e
escolheu--nos para permanecer dando fruto (Jo 15.9,16). Frutificar no Reino de
Deus é testemunhar Cristo com sua vida, por meio de boas obras de amor que
mostram o caráter de Deus em você (Jo 15.16; Mt5.16; G15.22). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21
julho, 2019]
- “Muitas passagens do Novo Testamento ensinam que os seguidores de Cristo
precisam remover o mal de suas vidas. Temos que crucificar a carne ". . .
com as suas paixões e concupiscências" (Gálatas 5:24). Algumas vezes, as
pessoas não entendem tais instruções e pensam que a vida de um cristão é vazia,
despojada de todo o prazer. Mas Deus não tem intenção de deixar um vazio, de
tornar nossas vidas vácuos sem significado. Quando ele nos diz que precisamos
remover o pecado, ele também nos mostra outras coisas que são muito melhores
para encher nossas vidas e fazê-las mais ricas. Por exemplo, quando Paulo
disse a Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade”, ele imediatamente
acrescentou esta instrução positiva para encher o vazio: "Segue a justiça,
a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor" (2
Timóteo 2:22). Ele tinha que remover o mal, mas imediatamente lhe foi dito que
pusesse o bem no seu lugar. Gálatas 5 torna esta distinção muito clara.
Precisamos crucificar a carne, removendo suas obras de nossas vidas (versículos
19-21). Mas Paulo não parou aí. Ele continua essa lista de obras proibidas com
uma descrição do "fruto do Espírito" (versículos 22-23). Aqueles que
vivem no Espírito devem andar no Espírito. Devemos desenvolver cada uma destas
qualidades como uma parte de nossa personalidade. O fruto do Espírito tem que
ser produzido na vida de cada seguidor de Cristo. Consideremos as nove
características do fruto do Espírito, para ajudar-nos a desenvolver estas
atitudes quando procuramos viver e andar no Espírito” (ESTUDOSDABIBLIA).
- O Fruto do Espírito constitui-se
de atitudes piedosas que caracterizam a vida somente daqueles que pertencem a
Deus pela fé em Cristo e possuem o Espírito de Deus. O Espírito produz o fruto
que consiste de nove características ou atitudes as quais estão, de modo
insolúvel, ligadas umas às outras e são ordenadas aos cristãos ao longo de todo
o Novo Testamento:
● amor. Uma das diversas palavras gregas para amor, ágape,
é o amor voluntário, referindo-se não à afeição emocional, atração física, ou
laço familiar, mas ao respeito, devoção e afeição que conduz ao serviço
voluntário e altruísta (Jo 15.13; Rm 5.8);
● alegria. Uma felicidade baseada nas promessas
divinas imutáveis e por aquele que sabe que tudo está bem entre ele mesmo e o
Senhor (1Pe 1.8). A alegria não é resultado de circunstâncias favoráveis, e ocorre
mesmo quando as circunstâncias são as mais dolorosas e difíceis (Jo 16.20-22).
A alegria é um dom de Deus, e como tal, os cristãos não devem produzi-la, mas
deleitar-se na bênção que já possuem (Rm 14.17; Fp 4.4);
● paz. A calma interior que resulta da confiança no
relacionamento da proteção entre uma pessoa e Cristo. A forma verbal indica
união e é refletida na expressão "ter
tudo isso ao mesmo tempo". Como a alegria, a paz não está relacionada
com as circunstâncias da pessoa (Jo 14.27; Rm 8.28; Fp 4.6-7,9);
● longanimidade. A paciência relacionada à habilidade
de suportar as injustiças infligidas por outros e a disposição de aceitar as
situações irritantes e dolorosas (Ef 4.2; Cl 1.12; ITm 1.15-16);
● benignidade. Terna preocupação pelos outros,
refletida no desejo de tratar os outros com gentileza, exatamente como o Senhor
trata a todos os cristãos (Mt 11.28-29; 19.13-14; 2Tm 2.24);
● bondade. A excelência moral e espiritual
manifestada na efetiva bondade (Rm 5.7). É ordenado que os cristãos
exemplifiquem a bondade (Gl 6.10; 2Ts 1.11);
● fidelidade. Lealdade e confiabilidade (Lm 3.22;
Fp 2.7-9; ITs 5.24; Ap 2.10).
CONCLUSÃO
A mordomia da alma e do espírito, juntamente com a do corpo,
completa a conservação integral do crente (1 Ts 5-23). Zelar pela nossa
interioridade e exterioridade diante de Deus é reconhecer que o Pai quer
dominar tudo em nós e não somente partes de nossa vida. Por isso, sinta-se
encorajado a expressar Cristo como seu Salvador. Esteja nele! Seja santo! Para
isso Deus nos chamou. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Como já explicado acima, não é
possível ser santificado em todas essas maneiras com a força humana (Zc 4.6;
1Co 2.4-5; Ef 3.20-21; Cl 1.29). Somente o "próprio” Deus (Rm 15.33;
16.20; Fp 4.9; Hb 13.20) pode separar-nos do pecado para a santidade "em
tudo", espírito, alma e corpo. É Ele que nos impulsiona a querer e a
efetuar (Fp 2.13), dá-nos tanto o desejo como a habilidade. A palavra
"querer" no grego é thelo que significa intento e inclinação. Deus
nos dá desejos santos, agradáveis a Ele. Como? Em primeiro lugar, Ele nos dá
uma santa insatisfação para com a nossa natureza carnal e corrompida. Foi isso
que fez Paulo dizer em Romanos 7.14: "Desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?". Em segundo
lugar, Ele nos dá um desejo pelas coisas santas e puras. Isso vemos na
biografia dos santos do passado e percebemos o quanto estamos longe desta
dedicação a Deus. Em terceiro lugar, Deus nos dá o desejo de Lhe agradar, de
causar-Lhe satisfação e isso resulta em um proceder santo. No entanto, a
santidade exige esforço, não é algo fácil, pois significa ter disciplina,
seguir a Jesus, ser obediente à Palavra, exercitar os dons e avaliar as
conseqüências do pecado. Mas um temor saudável a Deus nos motivará a buscar
esta santidade que Ele requer de nós.
Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb
6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JULHO de 2019