Revista Lições Bíblicas Professor 3º
Tr. de 2019
Tempo, Bens e Talentos: Sendo Mordomo
fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato
Lição 4
28 de Julho de 2019
A MORDOMIA DA FAMÍLIA
Texto Áureo
“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem sirvais: […] porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor”
(Js 24.15).
Verdade Prática
A família é a primeira instituição criada por Deus e, por
isso, é a nossa “primeira igreja”, pela qual devemos amorosamente zelar.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Josué 24.14,15;
Efésios 5.22-25,28.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na presente lição, veremos que a
família é a base de nossa vivência. Nela, nascemos, criamo-nos e dela
dependemos por toda a vida. Veremos que todo esse processo é o plano de Deus
revelado desde o Gênesis. Nas Escrituras, a família é tão importante que o
apóstolo Paulo classifica de “pior que o infiel” quem dela não cuida (1Tm 5.8).
Assim, o propósito desta lição é mostrar que o amor de Deus pela humanidade faz
com que todas as famílias da terra sejam o alvo de sua bênção (Gn 12.3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- No que diz respeito
à mordomia, há uma área que tem sido esquecida e negligenciada entre nós: a
família. Vítima de ataques cada vez mais abertos por parte do mundo,
infelizmente, ela não tem recebido o
devido cuidado que Deus requer de nós. O amor de Deus é manifestado no cuidado
que tem por nós, e compreendemos melhor esse cuidado, quanto mais conhecemos
acerca das coisas que Deus tem preparado para nós. A família é uma das áreas
onde o amor de Deus se demonstra mais intensamente. Na aliança de amor que Deus
estabeleceu com a sua criação e o seu povo, a família recebe um cuidado todo
especial. Assim, tanto o primeiro lar, como nosso lar futuro, nos dão
vislumbres gloriosos de Deus e de seu projeto para a família. Qualquer cristão
que não zela por sua família é culpado de: 1º negar o princípio de amor cristão
compassivo (Jo 13.35; Rm 5.5; 1Ts 4.9), e 2º ser "pior do que o
descrente"; isso por que a maioria dos pagãos naturalmente cumpre esse dever,
por isso os cristãos, que: têm o mandato e o poder de Deus para cumpri-lo e não
o fazem, comportam-se de maneira pior do que os pagãos (1Co 5.1-2). Aprendamos,
portanto, qual deve ser o nosso papel como mordomos do nosso lar. – Dito isto, convido-o
a pensar maduramente a fé cristã!
I. A FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS
1. A
instituição do casamento. Antes de estabelecer a família. Deus instituiu o
casamento. O Senhor Jesus confirmou essa instituição original e legal, conforme
a Lei de Deus: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea
e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão
dois numa só carne?” (Mt 19.4,5; cf. Gn 2.24). Aqui está, de maneira clara, a
origem do casamento como instituição divinamente estabelecida. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- Gênesis 2.18-25 é a
certidão de nascimento do casamento. Embora a Bíblia fale sobre o assunto em
muitas passagens, essa é a primeira referência. É a base sobre a qual o
casamento é edificado. “O processo, como
registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão (Gênesis
2:21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma pessoa”. Por
isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve ficar. “E Adão
pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas
para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). As palavras
“ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é “ezer” e vem de
uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger ou auxiliar,
ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar, assistir ou
auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra metade”,
para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se casam, se
tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta “unidade”:
“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o
separe o homem” (Mateus 19:6).” (GOTQUESTIONS). Jesus também falou
sobre a santidade do casamento em Mateus 19. Assim vemos a importância de
cuidar e dar valor à família. Quando a família não é valorizada, existe
sofrimento para o casal e os filhos.
2.
Origem da família. O livro de Gênesis relata que a partir do homem e da
mulher, Deus estabeleceu a família: “E Deus os abençoou e Deus Lhes disse:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Essa instituição é
tão importante diante de Deus, que Ele a criou antes do Estado e, até mesmo, da
Igreja. E foi a partir de uma família que o Altíssimo prometeu abençoar todas
as demais: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- Quando o homem foi
criado, Deus viu que não era bom que ele estivesse sozinho, e por isso criou a
mulher para ser sua companheira. Juntos, eles receberam a ordem de se multiplicar
e povoar a Terra em Gênesis 1.28. A primeira instituição humana a ser
estabelecida foi o relacionamento marital. A responsabilidade de honrar os pais
(Êx 20.12) não acaba com a partida da casa paterna e a união entre marido e
mulher (Mt 19.5; Mc 10.7-8; ICo 6.16; Ef 5.31), mas representa a inauguração de
uma união permanente ou indissolúvel, de modo que divórcio não deve ser
cogitado (cf. 2.16). "Uma só carne"
fala de uma união completa de partes perfazendo um todo; por exemplo, um cacho
de muitas uvas (Nm 13.23) ou um Deus em três pessoas (Dt 6.4); assim, essa
união marital era completa e integral com duas pessoas. Isso também implica a
complementação sexual. Um homem e uma mulher constituem o par que reproduz. O
"uma só carne" é
principalmente visto no filho nascido dessa união, o perfeito resultado da
união dos dois. Cf. os usos desse versículo em Mt 19.5-6; Mc 10.8; ICo 6.16; Ef
5.31. A monogamia permanente foi e continua sendo o desígnio e a lei de Deus
para o casamento.
- Após a criação do primeiro
casal, a Bíblia fala sobre muitas famílias. Gênesis 12 diz que através da
família de Abraão, todas as famílias da terra seriam abençoadas. Paulo
identifica essas palavras como o evangelho preanunciado a Abraão (Gl 3.8). As
"boas-novas" para Abraão foram as novas da salvação para todas as
nações (Gn 22.18; Jo 8.56; At 26.22-23).
II. A MORDOMIA DA FAMÍLIA
1.
Os princípios que regem o casamento cristão. Há um manual de união matrimonial: a
Bíblia Sagrada. Nela, encontramos princípios universais e atemporais para o
casamento.
1.1.
O princípio da monogamia. No plano original de Deus para o casamento, o
princípio da monogamia está declarado assim: “Portanto, deixará o homem seu pai
e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24). Mas,
infelizmente, após a Queda, o homem desviou-se do plano divino, e distorceu as
diretrizes básicas de Deus para o matrimônio. Por exemplo, a Bíblia narra a
história de Lameque, filho de Metusael, que deu início à prática da bigamia (Gn
4.19). Assim, com o passar do tempo, a poligamia também foi temporariamente
aceita na comunidade hebreia. Quando o ser humano se rebela contra a vontade
monogâmica de Deus quanto ao casamento, um abismo passa a chamar outros
abismos: incesto, homossexualismo, pedofilia, zoofilia, necrofilia e outras
abominações semelhantes. Diante de um quadro tão grotesco e estarrecedor, a
Palavra de Deus impõe-nos o padrão monogâmico, heterossexual e indissolúvel
como a vontade original do Criador para o matrimônio (1Co 7.1,2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- Não é dada a razão
por que Lameque tomou duas esposas, tornando-se o primeiro exemplo de bigamia. A
poligamia é uma perversão do primeiro princípio do casamento, que é monogâmico
em sua origem. O fato de Deus tolerar a poligamia, talvez seja porque ainda se
mantivessem intactos os princípios da a heterossexualidade e indissolubilidade.
Abraão era chegado a uma concubina (Gn 16; 25.6); Jacó teve duas esposas e duas
concubinas (Gn 29.18-29; as doze tribos de Israel nasceram dessas quatro
mulheres); Gideão “tinha muitas mulheres” (Jz 8.30); Salomão dispensa
comentários (1Rs 11.3). A própria lei de Moisés reconhece como legítima a
bigamia (Dt 21.15; e não vejo por que a poligamia também não esteja implícita
aqui).
- 1º Coríntios 7.1-11-34
compreende as respostas de Paulo a questões práticas a respeito das quais os
coríntios haviam escrito a ele numa carta provavelmente entregue por Estéfanas,
Fortunato e Acaico (1Co 16.17). A primeira dessas perguntas tinha a ver com o casamento,
uma área problemática devido à corrupção moral da cultura que tolerava a
fornicação, o adultério, a homossexualidade, a poligamia e o concubinato. Alguns
tinham a noção de que, por causa de todo o pecado sexual e confusão conjugal,
seria melhor ficar solteiro, e ainda mais espiritual, ser celibatário. Isso
poderia levar alguns falsos religiosos a defender o divórcio para que a pessoa
voltasse a ser solteira. Esses versículos elevam o estado de solteiro conquanto
a pessoa seja celibatária, mas de modo algum eles ensinam que o casamento seja errado
ou inferior. Paulo usa um eufemismo judaico para a relação sexual (toque em
mulher), para dizer que é bom que não se pratique o sexo, ou seja, ser solteiro
e celibatário. Não é, entretanto, apenas isso que seja bom ou até mesmo melhor
do que o casamento. Quando a pessoa é solteira há o grande perigo do pecado
sexual (Mt 19.12). O casamento é a única provisão de Deus para a satisfação
sexual. Entretanto, o casamento não deve ser reduzido simplesmente a isso.
Paulo tem uma visão muito mais elevada a respeito dele e a expressa em Ef
5.22-23. Aqui, ele está enfatizando o problema do pecado sexual para as pessoas
solteiras. Paulo chega a detalhar a intimidade do casal quando exorta os
cristãos casados, os quais não podem privar sexualmente seus cônjuges. Conquanto
o celibato seja correto para os solteiros, é errado para os casados. A prática
da privação pode ter sido mais comum quando um cristão tinha um cônjuge não
salvo.
1.2.
O princípio da heterossexualidade. Nas Escrituras, Deus definiu para o
casamento o princípio da união heterossexual: um homem e uma mulher unidos para
sempre sob as bênçãos divinas. Quando Gênesis 2.24 estabelece o princípio
monogâmico e heterossexual, o texto identifica o homem que deixa a casa do pai
e da mãe, para unir-se à sua mulher, tornando-se “ambos uma só carne”. Ao lado
da monogamia, a heterossexualidade é o princípio inegociável em qualquer tempo
ou lugar. Entretanto, cabe aqui uma advertência bíblica e séria: esses dois
princípios só sustentam o casamento se forem vividos sob a égide do verdadeiro
e sacrifical amor de ambos os cônjuges (Mt 22.37-40; cf. Ef 5.22-25). Por isso,
lute por seu amor; ame o seu cônjuge; renove os votos matrimoniais
periodicamente. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
- Nestes tempos em que
se discute a legitimidade do “casamento homossexual”, você tem uma boa
oportunidade para reafirmar aos alunos o casamento heterossexual como o único
possível e legítimo. Você encontrará na Internet e nos órgãos de comunicação um
farto material sobre o assunto. Já dissemos que a poligamia perverte o
princípio monogâmico do casamento, mas o modelo da “família ampliada” não
violava um terceiro princípio, o da indissolubilidade e de modo alguma atentava
contra o princípio da heterossexualidade. O tema de uma união homossexual
legítima nem mesmo é cogitado na Bíblia. A razão é que só um homem e uma mulher
podem se tornar “uma só carne”. Para dois homens ou duas mulheres isso é impossível.
Daí que só o casamento heterossexual é possível. E podemos considerar ainda a
questão da perpetuação da espécie, outra impossibilidade para os “casais” de
mesmo sexo.
2. A
prioridade da família. A igreja local deve incentivar a mordomia da família
de forma constante e efetiva. O cristão precisa ter as prioridades corretas da
vida. Normalmente, há muitos crentes e, até mesmo pastores, que priorizam a
seguinte ordem: a) Deus; b) igreja; c) esposa; e d) filhos. Qual o equívoco
dessa ordem de prioridades? Biblicamente, o crente deve priorizar (1) Deus; (2)
sua própria vida; (3) seu cônjuge; (4) seus filhos; (5) e a igreja local. Ora,
alguém poderá indagar: Mas a Bíblia não diz que devemos priorizar o Reino de
Deus? (Mt 6.33). Sim, é verdade. Entretanto, dentro da economia divina, há uma
hierarquia muita clara para que a mordomia com a família seja plenamente
atendida. A Palavra de Deus diz que se alguém não cuida de sua família não se
encontra preparado para liderar a Igreja de Cristo (1Tm 3.4,5). É muito triste
quando o obreiro encontra-se empenhado em ganhar outras famílias para Cristo,
mas perde sua própria casa por falta de atenção, zelo e amor (1Tm 5.8). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- Buscar o Reino de
Deus é uma referência à esfera da salvação. O Mestre insistia que se buscasse salvação
— e com ela viria o pleno cuidado e a provisão de Deus (Rm 8.32; Fp 4.19; 1Pe
5.7), não se deve confundir esse texto com ‘ativismo na igreja’. A prioridade
da família fica evidante quando se exige que, o candidato ao episcopado ‘governe bem a própria casa’ (1Tm 3.4,5).
A vida no lar, como a vida pessoal, daquele que deseja se engajar na Obra do
Reino deve ser exemplar. Ele deve governar (presidir, ter autoridade sobre)
"a própria casa" (tudo o que está relacionado ao seu lar, não somente
sua esposa e filhos) "bem" (de maneira intrinsecamente boa; com
excelência). Um presbítero deve, primeiro, provar na intimidade e na exposição
de seu próprio lar sua capacidade de conduzir outros à salvação e à
santificação. Ali, ele prova que Deus lhe tem dado a capacidade espiritual
única de dar um exemplo de virtude, servir aos outros, resolver conflitos,
construir a unidade e manter o amor. Se ele não pode fazer essas coisas
essenciais em casa, por que alguém acharia que ele seria capaz de fazê-las na
igreja?
3. O
relacionamento entre pais e filhos. Na mordomia da família, alguns
cuidados devem ser tomados a fim de que os filhos sejam criados na “doutrina e
admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Eles são herança e galardão de Deus (Sl
127.3). Como sacerdotes do lar, os pais devem realizar o culto doméstico. É
muito importante priorizar esse momento para instruir os filhos na Palavra de
Deus. Além de zelo espiritual, os pais devem ser exemplos de amor conjugal,
paternal e maternal. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos,
3º Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
- filhos crentes. Também traduzido por "fiéis", sempre é usado
no Novo Testamento com o referência a cristãos e nunca a incrédulos, por isso
se refere a filhos que tenham a fé salvadora em Cristo e que refletem isso em
sua conduta. Uma vez que 1Tm 3.4 requer que os filhos estejam em submissão , pode
estar falando filhos pequenos que vivem no lar, enquanto essa passagem visa aos
que são mais velhos. Em Tito 3.5, ‘dissolução
... insubordinados’ implica libertinagem, sugerindo, novamente , que a referência
se aplica a filhos já crescidos. "Insubordinados" carrega a ideia de
rebeldia contra o evangelho. Aqui o presbítero mostra a sua habilidade de dirigir
a sua família e levá-la à salvação e santificação (1Tm 3.4-3), um pré-requisito
essencial para que possa estar à frente d a igreja.
- Paulo tinha em mente,
no texto de Efésios 6.4, os pais, e não apenas a figura paterna. A mesma
palavra é usada em Hb 11.23 para os pais de Moisés. No mundo pagão dos dias de
Paulo, e mesmo em muitas famílias judaicas, muitos pais regiam suas famílias com
uma autoridade rígida e dominadora, daí, a recomendação para que os pais
crentes não ‘provoquem’ seus filhos.
Os desejos e o bem-estar de suas mulheres e de seus filhos eram raramente
levados em consideração. O apóstolo deixou claro que a autoridade do pai
cristão sobre seus filhos não permite exigências e restrições absurdas que poderiam
levar seus filhos à ira, ao desespero e ao ressentimento, disciplina e admoestação
do Senhor. É uma intimação para a disciplina e a instrução sistemáticas,
fazendo com que os filhos respeitem os mandamentos do Senhor como a base de
toda a vida, da piedade e da bênção (Pv 13.24; Hb 12.5-11).
III. A FAMÍLIA CRISTÃ SOB ATAQUE
1. O
ataque do Estado materialista. De um modo geral, os países são governados por homens
materialistas e indiferentes ao bem comum. Muitos governantes tornam-se agentes
do Diabo, visando a destruição da família e da Igreja de Cristo. Por essa
razão, temos de usar estratégias poderosas para vencer os ataques do Maligno: a
valorização da Palavra de Deus no lar, o culto doméstico, a leitura de boa e
comprovada literatura cristã e a constante vigilância e prática da oração. Que
a Palavra de Deus norteie o nosso lar (Dt 11.18-21)! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- “Paulo, o apóstolo, anteviu o que hoje
vivemos como realidade neste novo milênio: “Sabe, porém, isto: que nos últimos
dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus…” (2 Tm 3:1-4).
Seria ingenuidade ou ignorância fazermos de conta de que não existe crise e que
tudo está indo muito bem. Podemos alterar este quadro, que caracteriza o novo
milênio em relação à família, através de um avivamento da parte Deus, e isso
não é automático, precisa ser buscado. “E se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra” (2 Cr. 7:14). Não se conformar com o modelo oferecido pelo “deus
deste século” (Rm 12:2; 2 Co 4:4) A palavra conformar significa tomar a forma,
se amoldar. O que Paulo disse a Timóteo serve para todos aqueles que acreditam
na família como projeto de Deus. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste…”
(1 Tm 3:14a) Preservar os princípios de Deus, estabelecidos em Sua Palavra para
a família, é edificar a casa sobre a rocha (Mt 7:24,25). Pode haver as mudanças
que houver, Jesus garantiu, este projeto é à prova de tempestade, não cai.
Devemos celebrar as famílias e os casamentos que alcançaram sucesso no Senhor
Jesus, como resposta aos modelos distorcidos de família. Essa iniciativa do
povo de Deus, de afirmar o modelo bíblico de família como ideal divino, pode
motivar ainda mais os relacionamentos sadios e encher de esperança tantos
outros que estão lutando para superar as crises, porque acreditam na família
como Deus a projetou. Quando honramos a Deus, não abrindo mão de princípios,
Ele nos honra diante dos homens, manifestando sua vitória em nossas vidas. Com
todo respeito que temos pelos que foram vítimas de uma separação conjugal,
precisamos proclamar sempre que “Deus contínua odiando o divórcio” (Ml 2)” (AMOFAMILIA)
2. O
ataque da famigerada Ideologia de Gênero. Engenheiros sociais modernos trabalham
pela desconstrução da família criada por Deus. Karl Marx, um dos teóricos
fundadores da doutrina comunista, disse que a família deveria ser abolida. Dessa
forma, o Diabo usa a “famigerada ideologia de gênero” para abolir os princípios
que Deus estabeleceu para a família. Segundo essa diabólica ideologia, ninguém
nasce com sexo determinado. A criança não nasce macho nem fêmea, pois ela “se
torna homem ou mulher” por meio da construção social. Assim, quem constrói o
sexo masculino e feminino é a sociedade. Esse é o maior ataque aos princípios
de Deus para a família e para a identidade natural da pessoa (Gn 1.27,28). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28
julho, 2019]
- "Os comunistas desprezam esconder suas
opiniões e objetivos", declarou Marx no Manifesto Comunista. Eles
declaram abertamente que seus objetivos só podem ser obtidos com a derrubada
das condições sociais existentes. Que as classes predominantes tremam com a
revolução comunista. Como pode um cristão genuíno ser de esquerda e/ou concordar
com seus pensadores? Marx admite que a destruição da família é um tópico
espinhoso, mesmo para os revolucionários. "Abolição da família! Mesmo os mais radicais discutem essa proposta dos
comunistas", ele escreve. Mas ele diz que os oponentes dessa ideia não
conseguem ver algo essencial sobre a família. "A família burguesa é fundada sobre o que? O capital, o ganho privado.
Em sua forma mais desenvolvida, a família só existe entre os burgueses",
ele escreve. Mais do que tudo, abolir a família seria relativamente fácil
depois da abolição da propriedade. "A família burguesa vai desaparecer aos
poucos até seu desaparecimento completo, assim como o capital".
“A "ideologia de gênero" é uma expressão usada pelos críticos
da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os
defensores desta "ideologia", não existe apenas o gênero masculino e
feminino, mas um espectro que pode ser muito mais amplo do que a identificação
somente com masculino e feminino” (SIGNIFICADOS).
A “ideologia de
gênero” é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na
realidade, construções sociais. Para os defensores desta “ideologia”, não
existe apenas o gênero “masculino” e “feminino”, mas um espectro que pode ser
livremente escolhido pelo indivíduo. A pessoa pode escolher ser qualquer coisa.
“Somos
de certa forma o resultado daquilo que vemos e ouvimos. Não é exagero afirmar
que a mídia televisiva tem sido responsável pela desestruturação da família ao
redor do planeta. Os programas de maior audiência no Brasil exaltam tudo aquilo
que compromete o bem-estar da família e incentiva tudo o que a Bíblia, como
Palavra de Deus, condena: adultério, prostituição, homossexualismo, uso de
drogas, violência, pornografia, ocultismo, satanismo, feiticismo etc. Jesus
disse que o ladrão (o diabo) vem para roubar, matar e destruir (Jo 10:10).
Muitos, por estarem tão distraídos com este tipo de entretenimento, não
percebem a ação sutil desse ladrão, que chega e rouba, mata e destrói o
relacionamento. Neste novo milênio, cada vez mais a luta pela audiência levará
os dirigentes dos meios de comunicação a extrapolar os limites, desrespeitando
crianças, adolescentes, jovens, adultos, velhos etc. As famílias cristãs, em
meio à está decadência e disseminação do mal, precisam assumir a postura de
quem é “vocacionado para ser o sal da terra e luz do mundo” (Mt 5:13,14). Assim
diz o Senhor a todas as famílias que desejam fazer a diferença neste novo
milênio: “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não
toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis
meus filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais
promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co 6.17,18; 7.1)” (AMOFAMILIA)
3.
Um ataque a Deus e à ciência. Ao ensinar que ninguém nasce “homem” ou “mulher”, os
engenheiros sociais procuram destruir a identidade natural e biológica do ser
humano. E também ignoram por completo que Deus criou o “homem” e a “mulher” (Gn
1.26,27). Essa teoria, além de ser um ataque frontal a Deus, também é uma
violência à Ciência. A Biologia define uma pessoa masculina por causa de seu
aparelho reprodutor masculino. Ou seja, há hormônios masculinos, marcadores
biológicos e cromossomos igualmente masculinos. Assim também dá-se em relação à
mulher, pois ela é definida por causa de seu aparelho reprodutor feminino.
Logo, ela tem hormônios femininos, sua genética possui os cromossomos XX que
marcam a identidade feminina. Tais conhecimentos são elementares e estão ao
alcance de todos, facultando à família cristã rebater seguramente esse
pensamento. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
- Depois de surgir com destaque em 2014 nos debates envolvendo a
elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), o termo “gênero” voltou aos
holofotes no Brasil. Já estamos habituados com a grande discussão acerca da
ideologia de gênero, mas não existe uma discussão acerca de sua origem. O termo
GÊNERO, com conotação política e manipulação linguística, apareceu pela
primeira vez na Conferência sobre as Mulheres (1995), em Pequim.
“Teóricos da “ideologia de gênero”
afirmam que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve
construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem”
e “mulher”, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada um
representaria como e quando quisesse, independentemente do que a biologia
determine como tendências masculinas e femininas”. (O que é “ideologia
de gênero”? Disponível em: Gazeta do Povo; http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-e-ideologia-de-genero-0zo80gzpwbxg0qrmwp03wppl1.
Acesso em:30 mar, 2018)
Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectic of Sex (A dialética do
sexo), de 1970, diz: “O objetivo
definitivo da revolução feminista deve ser (…) não apenas acabar com o
privilégio masculino, mas também com a distinção entre os sexos. (…) assim como
o objetivo da revolução socialista era não apenas acabar com os privilégios da
classe econômica, mas também com a própria distinção que existia entre as
diferentes classes econômicas”.
“A ideologia de gênero está
sustentada e embasada nas ideias marxistas. Karl Marx, no século XIX, deixou
inúmeros artigos e anotações sobre a origem da Família e da propriedade
privada. Dessas anotações derivou um livro chamado A Origem da Família, da
Propriedade Privada e do Estado, o qual foi organizado e complementado por
Friedrich Engels̶ o burguês que sustentou Karl
Marx até os seus últimos dias de vida. Marx dizia que não adiantava expropriar
os meios de produção dos capitalistas se a instituição opressora que nutria o
capitalismo ainda estava intacta, isto é, a Família Natural (homem, mulher e
filhos). De acordo com Engels (1884, p. 70-71): “O primeiro antagonismo de classes
que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na
monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino
pelo masculino”. O tal livro foi publicado em Zurique, no ano de 1884. Décadas
se passaram até que as feministas marxistas, na década de 1960, resolveram
realizar estudos acadêmicos e não acadêmicos embasados nas ideias de Marx (a
luta de classes passou a ser luta dos sexos).” (João Barbosa Soares Júnior – (Licenciatura em Geografia UNIFAP);
A origem da ideologia de gênero. Disponível em: http://vozdametropole.com.br/a-origem-da-ideologia-de-genero/.
Acesso em: 30 mar, 2018)
Tentaram programar uma política de destruição da família tradicional na
extinta União Soviética, porém, sem sucesso. Os defensores desta idéia se
inclinaram para as idéias de Leon Trótsky, que afirmou: “é impossível destruir a família, mas é possível substituí-la por alguma
outra coisa”. Este programa de ‘transformação’ da família tradicional
apareceu aos poucos e evidenciou-se com os estudos da teoria crítica dos
membros da famosa Escola de Frankfurt (a autoridade da família deveria ser
desconstruída, desfeita, desmontada).
O que estamos presenciando hoje, é a implementação desse programa
nefasto, de origem esquerdista; seus defensores agem silenciosamente e em todos
os meios disponíveis para disseminar este ‘ideal’ Trótskyssista, custe o que custar, numa descarada afronta aos
valores judaico-cristãos, sob a falsa égide de ajudar a diminuir o preconceito
e promover uma futura sociedade com igualdade entre as pessoas. Em todas as
épocas o cristão encontrou forte oposição em idéias contrárias aos seus
valores, mas nunca houve um inimigo tão perspicaz, afrontador e perigoso como
esta política da ideologia de gênero
CONCLUSÃO
Só há uma maneira de preservar a
família da destruição espiritual e moral dos tempos atuais: criando-a de acordo
com a Lei de Deus. Noé salvou sua família da destruição porque a criou segundo
a Palavra de Deus (Gn 7.1). Josué também tomou posição ao lado de Deus com a
sua família. Diante dos desvios do povo, sua declaração é solene e exemplar:
“escolhei hoje a quem sirvais: […] porém eu e a minha casa serviremos ao
Senhor” (Js 24.15). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
- A família
tradicional é uma herança da civilização ocidental. O encontro entre o
Cristianismo (ética judaico-cristã), a filosofia grega e o direito romano
delineou e modernizou a mais antiga instituição que remonta a criação divina: a
família. Há forças no mundo contemporâneo que têm interesses em desestabilizar
o conceito tradicional de família, pois fazendo isso, ataca o coração dos
valores éticos do Ocidente, por consequência, a derrubada da fé cristã para
colocar em seu lugar uma ideologia que todos sabemos no que dará. Quando alguém
afirma que a masculinidade e a feminilidade não são naturais (ignorando até a
própria biologia), mas construída socialmente ao longo da história, é isso que
está em jogo. Nunca houve na história do mundo um ataque tão frontal aos
fundamentos da família. Um assunto urgente que merece nossa atenção e estudo!
Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb
6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JULHO de 2019