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19 de julho de 2019

(JOVENS) Lição 3: VIVENDO EM SANTIDADE E INTEGRIDADE


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – JOVENS - 3º Trimestre de 2019
Título: A razão da nossa esperança — Alegria, crescimento e firmeza nas cartas de Pedro
Comentarista: Valmir Nascimento

LIÇÃO 3
21 de julho de 2019
 
VIVENDO EM SANTIDADE E INTEGRIDADE


TEXTO DO DIA
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.15,16).

SÍNTESE
A santidade de Deus, o atributo da sua perfeição moral, é a razão que nos inspira ao vivermos de maneira santa e íntegra neste mundo.

TEXTO BÍBLICO
1 Pedro 1.13-16,22-25; 1 Pedro 2.9,10.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Para muitos estudiosos, a Primeira Carta de Pedro, além de “Epístola da Esperança”, também poderia ser chamada de “Epístola da Vida Santa”, pois enfatiza a importância da santidade após o novo nascimento. Uma vez que os crentes foram agraciados pela salvação, e adquiriram uma esperança viva, agora devem dar mostras da nova vida por meio de uma conduta íntegra. Apesar de remeter à ideia de separação e consagração, santidade não significa isolamento social ou afastamento de outras pessoas. Os salvos testificam que são santos vivendo de acordo com a vontade de Deus, e interagindo em uma sociedade contaminada pelo pecado. Isso exige ter contato com o mundo. Por tal razão, faz todo o sentido a oração de Jesus acerca dos seus discípulos: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). Como isso em mente, aprenderemos nesta lição a respeito do santo estilo de vida dos salvos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Nessa epístola, Pedro é muito efusivo ao narrar duas categorias de verdade. A primeira categoria é positiva e inclui uma longa lista de bênçãos concedidas aos cristãos. Enquanto fala sobre a identidade dos cristãos e o que significa conhecer Cristo, Pedro menciona privilégios e bênçãos sucessivos. Entrelaçado nessa lista de privilégios está o catálogo de sofrimento. Os cristãos, por mais privilegiados que sejam, também devem saber que o mundo irá tratá-los injustamente. Sua cidadania está no céu e eles são estrangeiros num mundo hostil cuja energia vem de Satanás. Portanto, a vida cristã pode ser resumida como um chamado à vitória e glória pelo caminho do sofrimento. Assim, a pergunta básica que Pedro responde nessa epístola é: ‘Como os cristãos devem lidar com a animosidade?’ A resposta enfatiza verdades práticas e concentra-se em Jesus Cristo como o modelo de quem manteve uma postura triunfante em meio à hostilidade. A primeira epístola de Pedro também responde a outras perguntas práticas importantes sobre a vida cristã, como:
Os cristãos precisam de um sacerdócio para interceder junto a Deus por eles (2.5-9)?
Qual deve ser a atitude do cristão para com o governo secular e a desobediência civil (2.13-17)?
Qual deve ser a postura de um empregado cristão para com seu chefe hostil (2.18)? Como uma mulher cristã deve se comportar (3.3-4)?
Como a esposa cristã pode ganhar seu marido não salvo para Cristo (3.1-2)?
A santidade, em essência, define a nova natureza e conduta do cristão em contraste com o seu estilo de vida anterior à salvação. A razão para praticarem um estilo santo de vida é que os cristãos estão associados com o Deus santo e devem tratar a ele e sua Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos da melhor maneira quando somos semelhantes a ele (1Pe 1.16-17; Mt 5.48; Ef 5.1; cf. Lv 11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8). Nosso estilo de vida é refletir a imagem de Cristo Jesus em um mundo hostil à fé e cultura cristãs.  Having said that, let's think maturely about the Christian faith?

I. CONSELHOS PARA UMA VIDA DE SANTIDADE
A palavra “portanto” empregada por Pedro em 1.13 conecta o raciocínio anterior com o tema a seguir apresentado. Assim, o apóstolo apresenta três conselhos para uma vida de santidade:

1. Prepare a mente. A expressão “cingindo os lombos do vosso entendimento” tem um sentido metafórico; remete à prática da época de amarrar a vestimenta acima da cintura para ficar pronto para a ação. O conselho é que os crentes preparem as suas mentes, a fim de poderem pensar adequadamente e com profundidade nas coisas de Deus. Isso porque a santificação abrange primeiramente a mente, o centro das decisões e das faculdades da pessoa. Quando aceitamos Cristo, em arrependimento, passamos por um processo de conversão, do grego metanoia (At 3.19), que significa mudança de pensamento. Por isso, Paulo diz que temos a mente de Cristo! (1Co 2.16). Quando preparamos e entregamos a mente para o Senhor, deixamos que Ele seja o guia das nossas decisões. Obviamente, ainda assim, não podemos impedir que determinados pensamentos entrem em nossa mente. Nesse caso, Stan Toler, na obra Repense a Vida, aconselha que “tudo que podemos fazer é administrá-lo quando já se é um pensamento negativo, pecador e destrutivo, podemos prendê-lo, rejeitá-lo e lançá-lo fora da mente. Se é um pensamento positivo, santo e produtivo, podemos detê-lo, meditar sobre ele e aplicá-lo à vida. O pecado não acontece quando temos um pensamento passageiro, mas quando nos concentramos em um pensamento pecador em vez de expulsá-lo”. A verdadeira santidade requer a compreensão daquilo que estamos fazendo ou deixando de fazer. Agir pela simples obrigatoriedade, sem saber a razão, não é santidade, é mera religiosidade farisaica! Uma mentalidade regenerada pelo Senhor nos habilita a entender a importância de uma vida íntegra e sincera. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- A prática antiga de prender a túnica que a pessoa estivesse usando quando precisava mover-se com rapidez (cingir), é aplicada no sentido metafórico ao processo mental do indivíduo. O significado é juntar todos os pontos não resolvidos do pensamento de uma pessoa, rejeitando os obstáculos do mundo e concentrando-se na graça futura de Deus (Ef 6.14; Cl 3.2). A sobriedade mental e espiritual inclui conceitos como estabilidade, domínio próprio, clareza e determinação moral. O cristão sóbrio é responsável de modo correto por suas prioridades e não se deixa embriagar pelas várias distrações do mundo. "Converter" é uma palavra freqüente no Novo Testamento que diz respeito a pecadores voltando-se para Deus (At 9.35; 14.15; 26.18,20; Lc 1.16-17; 2Co 3.16; 1Pe 2.2.5). A citação em 1Co 2.16 ‘a mente de Cristo’ reverbera Isaías 40.1.3. A mesma palavra foi traduzida por "minha mente” em 1Co 14.14, "a mente" em 1Co 14.15 e "entendimento" em 1Co 14.19. O s crentes têm a permissão, pela Palavra e pelo Espírito, de conhecer os pensamentos do seu Senhor (Lc 24.45).

2. Seja sóbrio. Pedro também assevera que o cristão deve ser sóbrio, ou seja, ter domínio próprio, autocontrole, pois a vida cristã é incompatível com os excessos. Além de significar ao crente abster-se da embriaguez, a sobriedade refere-se também ao viver com moderação, em constante equilíbrio (Ef 5.18; Rm 12.3). Tal virtude deve ser uma característica dos salvos, porquanto as Escrituras assim nos exortam reiteradamente (1Ts 5.6; 2Tm 4.5). Aplicada ao consumo, a santificação promove na vida do crente uma postura contracultural, no sentido de rejeitar e se afastar da cultura dominante que valoriza a moda e tudo aquilo que é supérfluo. O consumo santificado significa apartar-se do modelo consumista em curso na sociedade contemporânea, e desenvolver um estilo de vida frugal, com hábitos de consumo santos, disciplinados pelo fruto do Espírito (Gl 5.22). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- A sobriedade mental e espiritual inclui conceitos como estabilidade, domínio próprio, clareza e determinação moral. O cristão sóbrio é responsável de modo correto por suas prioridades e não se deixa embriagar pelas várias distrações do mundo. À luz de sua grande salvação, os cristãos, especialmente aqueles que passam por sofrimentos neste momento, devem viver sem reservas para o futuro, esperando a consumação de sua salvação na segunda vinda de Cristo. Viver com moderação é um exercício do julgamento correto, o qual conduzirá os cristãos a reconhecer que em si mesmos nada são (1Pe 5.5) e produzirá o fruto da humildade (3Jo 9). Aliás, o fruto do Espírito é composto de atitudes piedosas que caracterizam a vida somente daqueles que pertencem a Deus pela fé em Cristo e possuem o Espírito de Deus. O Espírito produz o fruto que consiste de nove características ou atitudes as quais estão, de modo insolúvel, ligadas umas às outras e são ordenadas aos cristãos ao longo dc iodo o Novo Testamento.

3. Espere na graça. A santificação envolve ainda esperar inteiramente na graça. Diante do contexto sombrio a que estavam submetidos, os destinatários são encorajados a olharem para frente e aguardarem em Deus. Isso não é passividade, é paciência: o ato de confiar na providência divina. Vivemos em uma cultura imediatista e acelerada, na qual as pessoas perderam o hábito de esperar. “Tudo ao mesmo tempo e agora” é um dos slogans que caraterizam a sociedade contemporânea. O adoecimento emocional e psíquico que acomete boa parte da população de hoje é em grande parte consequência da ansiedade descontrolada. Portanto, a espera confiante em Deus, além de preparar o coração para o futuro, contribui para que o crente tenha uma vida emocionalmente saudável. Pedro também assevera que o cristão deve ser sóbrio, ou seja, ter domínio próprio, autocontrole, pois a vida cristã é incompatível com os excessos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Uma vez que os cristãos a quem Pedro dirige essa carta estavam sofrendo uma perseguição cada vez maior (1Pe 1.6; 2.12,19-21; 3.9,13-18; 4.1,12-16,19), o propósito dela era ensiná-los a viver vitoriosamente em meio a essa hostilidade:
1) sem perder a esperança;
2) sem amargurar-se;
3) enquanto confiassem em seu Senhor; e
4) enquanto esperavam a segunda vinda de Cristo.
- Pedro queria convencer seus leitores de que, ao levar uma vida obediente e vitoriosa sob a pressão, o cristão de fato pode evangelizar seu mundo hostil (1Pe 1.14; 2.1,12,15; 3.1-6,13-17; 4.2; 5.8-9). Os cristãos constantemente são expostos a um sistema de mundo cuja energia vem de Satanás e seus demônios. Seus esforços consistem em desacreditar a igreja e destruir a sua credibilidade e integridade. Uma maneira pela qual esses espíritos trabalham é encontrando cristãos cuja vida não é coerente com a Palavra de Deus e, depois, exibindo-os diante dos incrédulos para mostrar a farsa que é a igreja. No entanto, os cristãos devem permanecer firmes contra o inimigo e silenciar os críticos pelo poder de uma vida santa.

II. A ORDEM DA SANTIDADE
1. Filhos obedientes e inconformados. Considerando que a santificação se prova com ações reais, somos exortados como “filhos da obediência” (ARA) a ter um padrão de conduta exemplar. Tal expressão, comum naquele tempo, é uma maneira de dizer “que nossas vidas são caracterizadas por uma obediência contínua ao Senhor e à sua Palavra”, como bem observou o teólogo pentecostal Stanley Horton. A prova dessa obediência sincera é a inconformidade com o mundo (Rm 12.2) e com as concupiscências — os desejos e as paixões carnais da antiga vida. Quando a santidade de Deus molda o nosso caráter, não nos conformamos com o pecado. Ainda que o cristão esteja sujeito a uma batalha interna contra a carne (Rm 7.20), não deve achar normal cometer qualquer tipo de pecado, muitas vezes sob a justificativa do “não tem problema”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Obedientes e inconformados?  Atos 12.2: “não vos conformeis”- diz respeito a assumir uma expressão exterior que não reflete o que realmente há no interior, um tipo de embuste ou representação. A forma da palavra sugere que os leitores de Paulo já estavam permitindo que isso acontecesse e deveriam parar; O cristão não se acomoda a este século; melhor traduzido por "geração", referindo-se ao sistema de crenças, valores, ou ao espírito da época — num dado momento no mundo. Esse resumo do pensamento contemporâneo e de seus valores forma a atmosfera moral do nosso mundo, e é sempre dominado por Satanás (2Co 4.4). A recomendação petrina é: transformai-vos. A palavra grega da qual deriva a palavra "metamorfose", indica uma mudança na aparência externa. Mateus usa a mesma palavra para descrever a transfiguração (Mt 17.2). Assim como Cristo exibiu, de maneira breve e limitada, a sua natureza interior divina e a sua glória na transfiguração, os cristãos devem manifestar, exteriormente, a sua natureza interior redimida, não uma vez, mas diariamente (2Co 3 .18; Ef 5.18).

2. O imperativo da santidade. O apóstolo Pedro reitera uma ordem divina: Sede santos, porque eu sou santo! (Lv 11.44; 19.2). A santidade não é uma opção na vida cristã. É um imperativo para nos tornarmos cada vez mais parecidos com aquele que nos chamou (Sl 99.9; Ap 4.8). A santidade é o atributo moral de Deus. Nenhum outro atributo divino é tão solenizado nas Escrituras como esse: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti” (1Sm 2.2). Muitos concebem a santidade como algo bastante severo e até mesmo opressor, resultado do esforço humano. Longe disso, a santificação decorre da ação libertadora e transformadora de Deus em nós. Quando o Senhor nos ordena à santidade, na verdade está querendo que o deixemos trabalhar em nós, corrigindo, guiando e purificando as nossas vidas (Jo 17.17; 1Ts 5.23). A santificação não decorre do mérito do homem, mas da graça de Deus. Mas este processo requer a disposição e a cooperação do indivíduo (1Jo 3.3). O Espírito Santo é o agente da santificação (Rm 1.4) e a Palavra de Deus, o instrumento (Jo 17.17). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- “Santidade é a pureza perfeita de Deus, que não tem mancha alguma de pecado. Na Bíblia, santidade também pode significar a dedicação a Deus, se afastando da impureza do pecado. Todo crente é chamado para ser santo. A Bíblia diz que Deus é santo. Esse é Seu caráter. Deus é perfeito, Ele não tem falha nem erro algum. O pecado nem sequer pode entrar em Sua presença! Somente o que é santo pode se aproximar de Deus (Hebreus 12:14).” (RESPOSTAS)
- Esse tipo de transformação pode ocorrer somente à medida que o Espírito Santo transforma os nossos pensamentos por meio do estudo perseverante da Escritura e da meditação nela (Sl 119.11; cf. Cl 1.28; 3.10,16; Fp 4.8). A mente renovada é uma mente cheia da Palavra de Deus e controlada por ela, produzindo uma maneira santa de viver que Deus aprova: ‘boa, santa e agradável’. Essas palavras, emprestadas da linguagem do sacrifício no Antigo Testamento, descrevem uma vida moral e espiritualmente imaculada, exatamente como os animais sacrificados tinham de ser (Lv 22.19-25). A santidade, em essência, define a nova natureza e conduta do cristão em contraste com a maneira de viver anterior à conversão. Isso por que agora, o crente está associado à Deus, que é santo, consequentemente, devemos refletir essa santidade. É vivendo em santidade, isto é, em obediência e reverência à Sua Palavra, que nós o glorificamos da melhor maneira, sendo semelhantes a ele (Mt 5.48; Ef 5.1; cf. Lv 11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8).

3. Santidade que gera integridade. Vale notar que a santidade não envolve somente uma área de nossas vidas, mas se aplica a toda a nossa maneira de viver. Isso porque santidade tem a ver com integridade; santificação produz uma conduta autêntica, honesta e virtuosa, que afasta o salvo das práticas reprováveis. Nas palavras de John Eldredge: “Você não consegue se tornar íntegro sem se tornar santo, nem pode se tornar santo sem se tornar íntegro. As duas coisas andam juntas”. Por esse motivo, logo adiante, Pedro apresenta uma lista de cincos vícios morais que os cristãos devem deixar: malícia, engano, fingimentos, invejas e murmurações (2.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- A nova vida do cristão não pode se desenvolver a menos que os pecados sejam abandonados. Quando essa purificação acontece, a Palavra faz o seu trabalho (v. 2). É interessante notar que a palavra grega traduzida por mal é usada 11 vezes no Novo Testamento como referência à perversidade que provém do interior de uma pessoa, como apare3ce em Romanos 1.29, Efésios 4.31 e Tito 3.3.
Mesmo tendo Jesus dentro de seu coração, você não é perfeito e vive em um mundo que não é perfeito. Em sua nova vida com Jesus, ele vai trabalhar em várias áreas de sua vida para lhe libertar do pecado. Assim, para buscar a santidade, você deve:
    Ler a Bíblia – a Bíblia mostra qual é a vontade de Deus para sua vida; sua verdade lhe libertará – João 17:17
    Prestar atenção – orando, tendo contato com outras pessoas e analisando sua vida, Deus lhe mostrará as coisas que você precisa mudar
    Deixar Deus trabalhar – é importante pedir que Deus mude seu coração, trazendo vontade e capacidade para mudar
    Obedecer – mesmo quando você não quer, quando Deus mostra claramente ao seu coração o que precisa fazer, você deve obedecer – Romanos 6:19” (RESPOSTAS)

4. A razão da nossa santidade. Depois de recomendá-los a uma vida de temor a Deus (v.17), Pedro faz recordar da razão para uma conduta digna por parte do crente. Não fomos resgatados por ouro e prata, e sim pelo precioso sangue de Jesus (vv.18,19). Que maravilha sabermos que a nossa salvação não está firmada em coisas perecíveis e passageiras, mas sim no sangue do Filho de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- A razão da nossa santidade é relembrada por Pedro: nós fomos resgatados, ou seja, comprados mediante pagamento, tornados livres da escravidão; postos em liberdade mediante o pagamento de um resgate/redenção - um termo técnico que se aplicava ao dinheiro pago para comprar a liberdade de um prisioneiro de guerra. Pedro utiliza a palavra ‘redenção’ como referência ao preço pago para comprar a liberdade de alguém que é escravo do pecado e está sob a maldição da lei (ou seja, a morte eterna - Gl 3.13). O preço pago a um Deus santo foi o sangue derramado de seu próprio Filho (Êx 12.1-13; 15.13; Sl 78.35; At 20.28; Rm 3.24; Cl 4.4-5; Ef 1.7; Cl 1.14; Tt 2.14; Hb 9.11-17). Você nunca será perfeito nessa vida mas a busca por santidade é um grande testemunho. Crescer em santidade é muito melhor que não fazer nada sobre o pecado. E, na vida eterna, Jesus promete purificação total. Você será santo, para sempre junto de Jesus!

III. A NATUREZA DA IGREJA
1. Cristo, a pedra de esquina. No início do capítulo 2, Pedro reflete sobre a natureza da Igreja de Cristo. Numa interpretação distorcida de Mateus 16.18, muitos acreditam que Pedro seja o fundamento da Igreja. Mas enquanto Pedro é um pedra pequena, por isso também chamado de Cefas, Jesus é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada. A metáfora da pedra de esquina é uma referência direta a Cristo. Naquele tempo, pedra de esquina ou pedra angular era a mais importante de uma construção, aquela que ficava na base e dava a direção do edifício. Logo, a base sobre a qual a Igreja está edificada não é o apóstolo, mas o próprio Senhor Jesus. Ele é a pedra principal, o firmamento espiritual da sua Igreja. Através dele nos tornamos pedras vivas (v.5). Embora rejeitada pelos homens incrédulos e desobedientes, Ele é a rocha eleita e preciosa para os crentes (vv.6,7). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Jesus citou a profecia de Salmo 118:22-23 – “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.” Esta profecia do salmista e uma referência semelhante em Isaías 28:16 se tornaram pontos importantes na pregação apostólica. Além de três dos relatos do evangelho incluírem o comentário de Jesus (Mateus 21:42; Marcos 12:10 e Lucas 20:17), pregadores como Pedro e Paulo desenvolveram e aplicaram o mesmo tema. Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção. A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria resultaria numa construção errada. Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam. Deus o julgou perfeito para edificar a igreja conforme a planta divina. Três passagens do Antigo Testamento que empregam a metáfora da "pedra" são usadas por Pedro para mostrar que a posição de Cristo como principal pedra angular da nova casa espiritual foi preordenada por Deus. Essa mesma pedra também será a pedra de tropeço que submeterá os incrédulos ao juízo (Mt 21.42,44). Tanto uma metáfora como um paradoxo, essa expressão do Antigo Testamento enfatiza que Cristo, a "pedra angular" e a "pedra de tropeço", está vivo, ressuscitando dos mortos, e tem um relacionamento vivo com a humanidade salva (v. 5; cf. 1Co 15.43; 1 Jo 5.11-12).

2. Igreja, o povo eleito de Deus. O objetivo do apóstolo é demonstrar que os crentes encontram-se numa posição privilegiada: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido […]” (v.9). Tais designações, anteriormente aplicadas à nação de Israel, referem-se agora à Igreja. Na antiga aliança, a nação de Israel foi eleita para ser um canal de bênção para as demais nações (Gn 12.3). Mas, devido à sua desobediência e fracasso, Deus faz surgir um novo povo, formado por todos aqueles que creram em Cristo e em sua obra salvadora, sejam judeus, sejam gentios (Ef 2.14). A missão desse povo é anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (2.9). A expressão geração eleita evidencia que, em termos bíblicos, a eleição para a salvação não é só individual, mas também corporativa (cf. 2Ts 2.13), sempre por intermédio de Cristo. A nossa eleição vem de Deus: “sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1Ts 1.4) [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- Pedro usa conceitos do Antigo Testamento para enfatizar os privilégios dos cristãos do Novo Testamento (Dt 7.6-8). Em forte contraste com os desobedientes que são destinados por Deus à ira, os cristãos são escolhidos por Deus para a salvação (Pe 1.2). O conceito do sacerdócio real é extraído de Êxodo 19.6. Israel perdeu temporariamente esse privilégio por causa de sua apostasia e porque seus líderes perversos executaram o Messias. No presente momento, a igreja é um sacerdócio real que se mantém unido com o sacerdote real, Jesus Cristo. O sacerdócio real não é somente um sacerdócio que pertence e serve ao rei, mas é também um sacerdócio que exerce domínio. Isso, por fim, se cumprirá no reino futuro de Cristo (1Co 6.1-4; Ap 5.10; 20.6). De modo trágico, Israel perdeu temporariamente o grande privilégio de ser o povo exclusivo de Deus por causa da incredulidade. Até que aconteça a aceitação futura do Messias por parte de Israel, Deus substituiu a nação pela igreja. A expressão ‘povo de propriedade exclusiva de Deus‘ combina com a fraseologia encontrada em Êxodo 19.5; Is 43.21; Ml 3.17. Cf. Tt 2.14. Temos uma missão: ‘proclamardes as virtudes’. "Prodamardes", urna palavra incomum que não ocorre em nenhuma outra passagem do Novo Testamento, significa declarar publicamente, tornar conhecido algo que antes não era sabido. "Virtudes" são excelências, méritos, qualidades eminentes. A igreja é comumente chamada de "os eleitos" (Rm 8.33; Cl 3.12; 2Tm 2.10; Tt 1.1). Quando se trata de salvação, a vontade inicial é de Deus e não da pessoa (Jo 1.13; At 13.46-48; Rm 9.15-16; 1Co 1.30; Cl 1.13; 2Ts 2.13; IPe 1.1-2; Ef 1.4-5). A vontade da pessoa atua em resposta à indução de Deus, como Paulo deixa claro quando diz que os tessalonicenses haviam recebido a Palavra (1Ts 1.6) e se voltado dos ídolos para Deus. Essas duas respostas descrevem a fé e o arrependimento, o que repelidas vezes Deus, ao longo da Escritura, chama os pecadores a fazer (At 20.21).

3. Sacerdócio real. Ao dizer que somos o sacerdócio real, Pedro destaca que, enquanto o ofício de sacerdote era privilégio dos membros da tribo de Levi, na Nova Aliança a Igreja ocupa a posição de sacerdócio real. Portanto, não precisamos de mediadores entre nós e Deus. A Reforma Protestante revigorou a doutrina do sacerdócio de todos os crentes, no sentido de que cada cristão tem livre acesso à presença do Pai, tendo como único mediador o Senhor Jesus Cristo (1Tm 2.5). Pedro faz recordar da razão para uma conduta digna por parte do crente. Não fomos resgatados por ouro e prata, e sim pelo precioso sangue de Jesus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- “Há uma passagem principal que lida com o sacerdócio de todos os crentes. Segue-se: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo...Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pedro 2:5-9). Os sacerdotes do Velho Testamento eram escolhidos por Deus; eles não escolhiam a si mesmos; e eram escolhidos para um propósito: servir a Deus com suas vidas oferecendo sacrifícios. O sacerdócio servia como uma alegoria ou “símbolo de algo por vir”, referindo-se ao ministério vindouro de Jesus Cristo... uma representação que não mais foi necessária uma vez que Seu sacrifício na cruz (o de Jesus Cristo) estava completado. Quando o grosso véu do templo, que cobria a entrada do Santo dos Santos, por Deus foi rasgado em dois no momento da morte de Cristo (Mateus 27:51), Deus estava indicando que o sacerdócio do Velho Testamento não mais se fazia necessário. Agora, as pessoas poderiam vir diretamente a Deus através do grande sumo sacerdote, Jesus Cristo (Hebreus 4:14-16). Não mais há, agora, qualquer mediador terreno entre Deus e o homem, como existia no sacerdócio do Velho Testamento (I Timóteo 2:5). Cristo, nosso sumo sacerdote, já fez o único sacrifício pelo pecado, de uma vez por todas (Hebreus 10:12), e não há mais qualquer sacrifício pelos pecados que possa ser feito (Hebreus 10:26). Mas como os sacerdotes no passado ofereciam outros tipos de sacrifícios no templo, fica então claro, vendo I Pedro 2:5,9, que Deus escolheu os cristãos para “para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Pedro 2:5-9 fala de dois aspectos do sacerdócio do crente. O primeiro é que os crentes são privilegiados. Ser escolhido por Deus para ser um sacerdote era um privilégio. Todos os crentes foram escolhidos por Deus: “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (verso 9). No tabernáculo do Velho Testamento e templo, havia lugares onde somente os sacerdotes tinham acesso. Dentro do Santo dos Santos, atrás de um grosso véu, somente o sumo sacerdote tinha acesso, e isto, somente uma vez ao ano, no Dia da Expiação, quando ele fazia um oferecimento em favor dos pecados de todo o povo. Mas como mencionado acima, por causa da morte de Jesus Cristo na cruz do Calvário, todos os crentes agora têm direto acesso ao trono de Deus através de Jesus Cristo, nosso grande sumo sacerdote (Hebreus 4:14-16). Que privilégio sermos capazes de ter acesso ao trono de Deus, diretamente, e não através de qualquer sacerdote terreno. Quando Cristo voltar e a Nova Jerusalém vier à terra (Apocalipse 21), os crentes verão a Deus face a face e lá o servirão (Apocalipse 22:3-4). Mais uma vez, que privilégio, especialmente para nós, que outrora éramos “não um povo”... “sem esperanças”... destinados à destruição por causa de nosso pecado. O segundo aspecto do sacerdócio do crente é que nós fomos escolhidos para um propósito: para oferecermos sacrifícios espirituais (veja Hebreus 13:15-16, por exemplo), e para proclamarmos os louvores Daquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Então, pela vida (Pedro 2:5; Tito 2:11-14; Efésios 2:10) e pela palavra (1 Peter 2:9; 3:15), nosso propósito é servir a Deus. Assim como o corpo de crente é templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19-20), também Deus nos chamou para servi-Lo do nosso coração primeiramente oferecendo nossas vidas como sacrifícios vivos (Romanos 12:1-2). Um dia estaremos servindo a Deus na eternidade (Apocalipse 22:3-4), mas não em qualquer templo, pois “o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Apocalipse 21:22). Assim como o sacerdócio do Velho Testamento deveria ser livre de corrupção, como simbolizado por ser cerimonialmente limpo, também Cristo nos colocou na posição de santos perante o Pai. Ele nos chama a viver vidas santas para que possamos ser também um “sacerdócio santo” (I Pedro 2:5). Resumindo, os crentes são chamados “reis e sacerdotes” e um “sacerdócio real” como reflexo de sua posição privilegiada de herdeiros do reino do Todo Poderoso Deus e do Cordeiro. Por causa desta proximidade privilegiada com Deus, nenhum outro mediador se faz necessário. Segundo, crentes são chamados sacerdotes porque a salvação não é meramente um “seguro contra incêndio” para escaparmos do inferno. Antes, os crentes são chamados por Deus para servi-Lo ao oferecer sacrifícios espirituais, ou seja, sendo pessoas zelosas por boas obras. Como sacerdotes do Deus vivo, devemos todos dar louvores Àquele que nos deu o grande dom do sacrifício de Seu Filho em nosso lugar, e em resposta, devemos dividir esta maravilhosa graça com outros.” (Is the priesthood of all believers biblical? Disponível em: https://www.gotquestions.org/priesthood-believers.html. Acesso em: 19 Jul, 2019)

CONCLUSÃO
Como vimos nesta lição, para os salvos a santidade nunca sai de moda. Mesmo em tempos de relativismo moral e inversão de valores, nós cristãos temos a responsabilidade de sermos santos em toda a nossa maneira de viver. Isso porque, a santificação verdadeira leva a uma vida íntegra, a ser testemunhada em todas as esferas da sociedade. Não podemos nos esquecer que fazemos parte não de um clube social ou de uma associação religiosa, e sim da Igreja de Cristo, o povo eleito de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 3º Trimestre 2019. Lição 3, 21 julho, 2019]
- A razão para praticarem um estilo santo de vida é que os cristãos estão associados com o Deus santo e devem tratar a ele c sua Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos da melhor maneira quando somos semelhantes a ele - Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.

Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb 6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JULHO de 2019