Título: O Tabernáculo — Símbolos da obra redentora de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
- L I Ç Ã O 10 -
9 de JUNHO de 2019
O
SISTEMA DE SACRIFÍCIOS
TEXTO ÁUREO
“Sendo
justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo
Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus.” (Rm 3.25)
VERDADE PRÁTICA
Jesus
Cristo executou, na cruz, o sacrifício perfeito, obtendo, por meio de seu
sangue, e de uma vez por todas, a redenção eterna para todos os que creem nEle.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 1.1-3; 2.1-3;
3.1,2; 7.1,2; 1 João 2.1,2
Levítico 1.1-3:
1 E
chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo:
2 Fala
aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao
SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas.
3 Se a
sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda
da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR.
2.1-3:
1 E,
quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será
de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o incenso sobre ela
2 E a
trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da
flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará
este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR.
3 E o
que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa
santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR.
3.1,2:
1 E, se
a sua oferta for sacrifício pacífico, se a oferecer de gado macho ou fêmea, a
oferecerá sem mancha diante do SENHOR.
2 E porá
a sua mão sobre a cabeça da sua oferta e a degolará diante da porta da tenda da
congregação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o
altar, em roda.
7.1,2:
1 E esta
é a lei da expiação da culpa; coisa santíssima é.
2 No
lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o
seu sangue se espargirá sobre o altar em redor.
1 João 2.1,2
1 Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2 E ele
é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também
pelos de todo o mundo.
INTRODUÇÃO
“Antes de ser uma resolução de Moisés, o
sistema de sacrifícios estabelecido em Israel foi ordenado por Deus. Os livros
de Êxodo e Levítico apresentam, com precisão, as instruções sobre como eles
deveriam ser apresentados a Deus dentro do Tabernáculo. Nesta lição, veremos
como esse sistema foi praticado e desenvolvido até que chegasse ao supremo e
suficiente sacrifício de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo: a expiação do
Calvário.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- Esse grande sacrificio não
foi realizado em segredo, mas Deus expôs publicamente o seu filho no calvário para
que todos vissem. A propiciação, crucial para o valor do sacrifício de Cristo,
essa palavra carrega a ideia de conciliação ou satisfação — nesse caso, a morte
cruel de Cristo satisfez a santidade ofendida e a ira de Deus contra aqueles
pelos quais Cristo morreu (Is 53.11; Cl 2.11-14). A palavra hebraica
equivalente a essa era usada para descrever o propiciatório — a tampa da arca da
Aliança — onde o sumo sacerdote aspergia o sangue do animal morto no Dia da
Expiação para expiar os pecados do povo. Nas religiões pagãs, é o adorador e
não deus o responsável por acalmar a ira da deidade ofendida. Porém, na
realidade, o homem é incapaz de satisfazer a justiça de Deus se não for por
intermédio de Cristo, exceto se passar a eternidade no inferno. A justiça de
Deus exige que todo pecado e todo pecador seja punido. Deus teria sido justo
se, quando Adão e Eva pecaram, ele os tivesse destruído, e com eles, toda a
raça humana. Mas, pela sua bondade e longanimidade, ele adiou o seu julgamento
por certo tempo (cf. SI 78.38-39; At 17.30-31; 2Pe 3.9). – Dito isto, convido-o a pensar
maduramente a fé cristã!
I - A OFERTA
VOLUNTÁRIA: O HOLOCAUSTO (Lv 1.1-3)
“1. O conceito de holocausto. A palavra “holocausto”, no hebraico, olah, significa
“levantar, fazer subir, que ascende”. Vimos esse conceito em lição anterior,
mas em relação ao altar do holocausto. Aqui, estamos analisando a apresentação
do próprio sacrifício de holocausto. Nesse sentido, essa oferta era apresentada
pelo sacerdote no altar, de onde um “cheiro suave” subia “às narinas de Deus”.
Era um modo antropomórfico; isto é, uma figura tipicamente humana para
referir-se a Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- Holocausto
é oferta queimada. Ao falarmos sobre a Oferta do Holocausto, precisamos
entender que este tipo de sacrifício corresponde a toda carne queimada sobre o
altar do holocausto. A palavra holocausto vem do termo hebraico "hle"
- `olah, e tem como significado "queimado que sobe". No dizer de
Shedd: “O termo original ‘olah de
significado ‘aquilo que sobre’, tanto podia referir-se à oferta que subia ao
Senhor, como ao ‘cheiro suave’ (Lv 1.17), ou ainda ao animal inteiro, e não
apenas parte dele, que era oferecido, ou erguido sobre o altar. Embora não seja
o mais importante, é no entanto este sacrifício o que se menciona em primeiro
lugar, talvez por ser o mais grandioso"” (SHEED, Russel. O Novo
Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, pág. 158.). Um
holocausto era um sacrifício totalmente queimado para Deus. O animal era morto
e seu sangue era derramado sobre o altar onde a carcaça era queimada (Êx 29.16-18).
O holocausto servia como pagamento pelo pecado. Muito antes de Moisés receber a
Lei de Deus, já era prática oferecer holocaustos a Deus. O holocausto era um
animal sem defeito (boi, carneiro, bode ou pomba), que servia como substituto,
levando o pecado da pessoa que o oferecia (Lv 1.3-4). A primeira vez que a
palavra holocausto aparece na Bíblia é em Gênesis 22.2, onde Deus pede a Abraão
que sacrifique seu único filho em holocausto. Isso significa que já era uma
prática conhecida antes da normatização pela Lei.
“2. O que era a oferta de holocausto? Basicamente, a oferta apresentada no altar do holocausto
podia ser de animais como boi, ovelha, cabra, pombinhos ou rolinhas. Cada vítima
era queimada no altar. Era um tipo de sacrifício que apontava para a vítima
perfeita: o Cordeiro de Deus “que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29 cf. Is
52.13-15; Fp 2.5-8; Hb 12.2,3).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- No contexto das Escrituras,
teologicamente o holocausto significa dedicação a Deus e propiciação pelo
pecado (Lv 1.4; 6.8-13). O sacrifício propiciatório tinha o objetivo de acalmar
a indignação divina contra o pecado e prefigurar a morte de Cristo Jesus, o
holocausto perfeito (Is 53.10). Então quando lemos sobre os sacrifícios da
Antiga Aliança à luz do Novo Testamento, percebemos facilmente que o sistema
sacrifical levítico tinha um caráter transitório. Os holocaustos em Israel
envolviam a oferta de animais domésticos selecionados sob critérios rígidos.
Havia também ofertas de cereais, azeite e vinho. Cada sacrifício tinha suas
características próprias, de acordo com sua finalidade particular. Mas todos os
sacrifícios tinham em comum o fato de simbolizarem o adorador que se
apresentava diante de Deus. Saiba quais eram os sacrifícios no Antigo Testamento.
- Um dos títulos aplicados a
Jesus é ‘Cordeiro de Deus’ (Jo 1.29). O escritor de Hebreus fala muito sobre a
natureza temporária dos holocaustos na Antiga Aliança. Ele diz que através
deles o pecador não podia desfrutar de uma purificação completa de sua
consciência alcançando o perdão total e definitivo de seus pecados (Hb 9.11). Somente
Jesus, o holocausto perfeito, foi capaz de fazer isto. Ele redimiu seu povo de
uma vez por todas. Ele ofereceu sua própria vida em holocausto para a expiação
do pecado de seu povo. Os holocaustos da Antiga Aliança serviam para apontar
para o holocausto perfeito de Cristo.
“3. Uma oferta voluntária. A oferta tinha um caráter voluntário (Lv 1.3). O objetivo do
holocausto era que Deus aceitasse o ofertante. Essa aceitação dependia de a
oferta apresentada pelo sacerdote ser aceita diante de Deus. Assim, o ofertante
colocava a mão sobre a cabeça da vítima a ser sacrificada, transferindo, para
si, os benefícios do sacrifício: a expiação dos pecados. O animal era imolado
fora da tenda e, em seguida, conduzido ao altar dos holocaustos.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- O livro de Êxodo, e
especialmente o livro de Levítico, trazem todas as especificações sobre os
holocaustos que deveriam ser oferecidos pelos hebreus (cf. Êx 29; Lv 1-9). Uma
pessoa simplesmente não poderia oferecer holocaustos a Deus de qualquer
maneira. Para isso Deus separou uma classe sacerdotal para mediar e cuidar o
culto em Israel. Por isso o livro de Levítico dedica seções acerca da adoração
no Tabernáculo (Lv 1.1-6.7 e Lv 6.8-7.38). Essa seção apresenta leis
pertinentes aos sacrifícios. Pela primeira vez na história do Israel, um
conjunto bem definido de sacrifícios foi dado a elos, embora o povo tivesse
oferecido sacrifícios desde o tempo de Abel e Caim (cf. Gn 4.3-4): Essa seção
contém instruções para o povo (1.1—6.7) e para os sacerdotes (6.8—7.38). Todos
esses sacrifícios eram maneiras de cultuar a Deus, dar expressão ao coração
penitente e agradecido. Os que fato pertenciam a Deus pela fé ofereciam esses
sacrifícios com atitude de culto; para os demais, tratava-se apenas de rituais
externos.
“4. O sacrifício de Cristo foi um “holocausto” agradável ao
Pai. Dois textos bíblicos
expressam essa verdade. Efésios 5.2 diz: “Cristo vos amou e se entregou a si
mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. E também
Hebreus 9.13,14: “porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha,
esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne,
quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si
mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para
servirdes ao Deus vivo?”. Trata-se, pois, de uma imagem perfeita de como fomos
reconciliados com o Pai mediante o sacrifício de seu amado Filho (2 Co 5.19).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- Em seu amor altruísta pelos
pecadores perdidos (Ef 4.32; Rm 5.8-10), o Senhor é o supremo exemplo. Ele
tomou sobre si o pecado do ser humano e deu a sua própria vida para que as
pessoas pudessem ser redimidas de seus pecados, recebessem uma natureza nova e
santa e herdassem a vida eterna (2Co 5.21). A oferta de Cristo de si mesmo pelo
ser humano caído agradou e glorificou o seu Pai celestial, porque demonstrou do
modo mais completo e perfeito o soberano, perfeito, incondicional e divino amor
de Deus. O livro de Levítico descreve cinco ofertas ordenadas por Deus para
Israel, dentre elas, o holocausto (Lv 1.1-17), que retratava a perfeição de
Cristo; Quando a redenção foi realizada em Cristo, toda a obra agradou a Deus
por completo. Ele redimiu seu povo de uma vez por todas. Ele ofereceu sua
própria vida em holocausto para a expiação do pecado de seu povo. Os
holocaustos da Antiga Aliança serviam para apontar para o holocausto perfeito
de Cristo. Essa conexão está clara em toda a Escritura, como por exemplo, quando
Deus providenciou o carneiro para que Abraão pudesse oferecê-lo em holocausto
em lugar de Isaque. Aquele sacrifício substituto tipificou o sacrifício de
Jesus Cristo. Ele morreu no lugar de suas ovelhas para que estas pudessem
viver. Jesus, o holocausto perfeito, reconciliou o pecador, que merecia a
morte, com Deus. O fogo do juízo de Deus que consumia o holocausto pela
expiação do pecado passou sobre Cristo no Calvário. É por causa de Jesus, o
holocausto perfeito, que o redimido não é consumido. Entenda também por que
Deus é fogo consumidor.
II - A OFERTA DE
MANJARES (Lv 2.1-3)
“1. O significado da oferta. Essa oferta representava
a gratidão do hebreu pela fecundidade da terra. Ele tirava os cereais
comestíveis e oferecia-os ao Senhor como “um sacrifício de manjares”. Essa
imagem nos fala de como devemos apresentar o fruto do nosso trabalho diante de
Deus. Não podemos nos apresentar perante Ele de mãos vazias (Mt 25.14-30).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- A palavra hebraica empregada
para “oferta de manjares” é minchah. Significa uma dádiva feita a outro, de
ordinário, a um superior. A oferta de manjares significava homenagem e gratidão
a Deus por meio da oferta voluntária, que era oferecida junto com o holocausto e
oferta de libação de determinados sacrifícios (cf. Nm 28.1-15). Três variações foram
prescritas: 1) farinha não cozida (2.1-3); 2) e farinha assada (2.4-13); ou 3)
primícias da colheita de grãos tostados (2.14-16). Esse era o único sacrifício
não animal dos cinco e mostra que havia espaço para oferecer dos frutos da terra
(como no caso de Caim em Gn 4). Cristo é o perfeito alimento que Deus enviou a
este mundo e só Ele pode satisfazer todas as necessidades do homem.
“2. Como era a oferta de manjares? Essa oferta também era chamada de “Festa das Primícias”
(2.12-16). Ela compunha-se de grãos novos e macios colhidos na primeira
colheita. Essa oferta também era feita de farinha fina misturada com azeite. Sabemos,
pela Bíblia, que o azeite é um dos símbolos do Espírito Santo (Zc 4.2-6; Êx
30.31). Essa oferta faz-nos lembrar da importância de vivermos uma vida
dependente do Espírito Santo. Que possamos, na força do Espírito, fazer as
mesmas obras que o nosso Senhor fez (At 10.38).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- Três variações foram
prescritas: 1) farinha não cozida (2.1-3); 2) e farinha assada (2.4-13); ou 3)
primícias da colheita de grãos tostados (2.14-16). Esse era o único sacrifício
não animal dos cinco e mostra que havia espaço para oferecer dos frutos da terra
(como no caso de Caim em Gn 4). Cristo é o perfeito alimento que Deus enviou a
este mundo e só Ele pode satisfazer todas as necessidades do homem. A primeira
variação consistia de farinha não cozida cuja qualidade de "flor" e
paralela ao animal "sem defeito" do holocausto. Uma porção dessa
oferta destinava-se ao sustento dos sacerdotes (v. 3). Semelhante à oferta de
libação, a oferta de manjares era acrescentada ao holocausto.
“3. A oferta aponta para um alimento espiritual. A Palavra de Deus diz que o nosso Senhor é o “pão vivo que
desceu do céu”, o trigo que foi moído para se tornar o nosso alimento
espiritual (Jo 6.33-35). Logo, da mesma forma que Israel obedeceu à ordenança
divina de apresentar a oferta de manjares diante de Deus, nós somos instados,
por Cristo, a alimentar-nos dEle. O testemunho do Senhor é verdadeiro (Jo 5.30;
8.28).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- “Inicialmente podemos dizer que a Oferta de Manjares, simboliza o nosso
sustento e provisão diária. Dependemos de Deus para ganhar o nosso
pão-de-cada-dia. Foi por esta razão que Jesus, na oração do Pai-Nosso, nos
orientou a orar pelo "pão": "... o pão nosso de cada dia nos dá
hoje", Mt 6.11. Como filhos de Deus não precisamos conviver com a
ansiedade e preocupação características dos homens sem Deus. Como nos ensinou
Jesus: "Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo
que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo,
pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais
do que o vestuário?", Mt 6.25. Deus certamente suprirá cada uma de nossas
necessidades, incluindo a necessidade de pão, Fp 4.19, "Meu Deus suprirá
todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo
Jesus". Queremos recorrer ao comentário de Mesquita:
"Antigamente,
era o pão das Faces que significava a presença de Deus na mesa e no sustento
dos crentes. Era uma mostra material, objetiva, de acordo com a capacidade dos
crentes de antanho. Agora, com um novo santuário não feito por mãos, com novos
moldes religiosos, novo sacerdócio, as antigas verdades se hão de crer e
propagar de um modo diverso. Assim é o fato em Cristo Jesus. Por todos os
ensinos do Novo Testamento se encontram as promessas da presença real de Cristo
em nós. Somos o seu templo, o seu órgão de revelação aos perdidos, por meio do
testemunho da vida, somos as suas testemunhas. Vivendo de tal modo
identificados nele, vivemos a vida dele. Paulo chega a afirmar que não vivia
mais o Paulo, mas Cristo vivia nele, pois que a vida que agora vivia, vivia-a
na fé do Filho de Deus (Gl 2:20). Deste modo, Cristo é a nossa diária oferta, é
o nosso pão, e as manifestações religiosas da vida são outras tantas mostras
dessa verdade. Não vamos mais levar um punhado de farinha ao templo, mas vamos
de outras maneiras públicas declarar que Me nos tem sustentado e sustenta. Se
um hebreu confiava na sua provisão diária, muito mais nós, que vivemos mais
diretamente ligados à divindade. Cristo é nossa provisão diária"”.(IBVIR)
III - A OFERTA
PACÍFICA, O SACRIFÍCIO PELO PECADO E O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv 3.1,2; 7.1,2)
“1. O que era a oferta pacífica? Era um sacrifício em que
o ofertante imolava o animal, tirando porções especiais e separando-as do
sangue e da gordura do animal. Em seguida, o sacerdote espargia o sangue do animal
imolado ao redor do altar, em sinal da propiciação pela vida do pecador.
Depois, os miúdos do animal eram queimados no fogo do altar e, assim, tanto o
sacerdote quanto o ofertante, e sua família, comiam a carne nobre do animal
imolado (Lv 2.8,13,16,17). Essa oferta significava, literalmente, “um presente
oferecido a Deus”, e denotava a comunhão e a felicidade do ofertante com o Pai.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
A paz deve ser entendida como
base da comunhão com Deus. Os capítulos 14 e 15 de Lucas mostram o caminho pelo
qual Deus, em sua graça, vem ao encontro do homem e o atrai para si. A oferta pacífica
simboliza a paz e a comunhão entre o verdadeiro adorador e Deus (assim como a
oferta voluntária). Era a terceira oferta voluntária que resultava em aroma
suave ao Senhor, que servia de elemento adicional conveniente ao holocausto de
propiciação e a oferta de manjares de consagração e dedicação. Simbolizava o
fruto de reconciliação redentora entre o pecador e Deus (cf. 2Co 5.10).
“2. A simbologia da oferta pacífica. A oferta pacífica aponta para a nossa reconciliação com o
Pai. A Palavra de Deus mostra que o nosso Senhor proveu a paz entre o homem e o
Criador: “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse e
que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como
as que estão nos céus” (Cl 1.19,20). Isso demonstra que o Senhor foi a oferta
pacífica para reconciliar-nos com o Pai, tornando-se assim, a nossa Paz (Is
9.6).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- “Outro simbolismo envolvida na Oferta pacífica é o fato de que podemos
erguer nossa voz para dar ações de graças a Deus. Devemos ter em mente que
inúmeros dos sacrifícios que compunham as Ofertas Pacíficas, eram sacrifícios
que deveriam expressar por parte do ofertante uma gratidão ao Senhor, "Se
alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de
graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados
com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem
embebidos", Lv 7.12. Como filhos de Deus, temos muitos motivos para
agradecê-lo! Falando aos crentes de Corinto Paulo não somente reconhece que
devemos dar "graças a Deus", mas que esta prática seja também
abundante, 2Co 4.15, "Pois tudo é por amor de vós, para que a graça,
multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus". Falando ainda aos efésios, afirma que devemos dar graças
continuamente, Ef 5.20, "sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em
nome de nosso Senhor Jesus Cristo"” (IBVIR)
“3. O que era a oferta pelo pecado? Diferentemente das outras oferendas, as ofertas pelo pecado
e pela culpa eram obrigatórias. Elas identificavam a natureza pecaminosa do
homem; alguém que necessitava apresentar a Deus algo por seus pecados. Esse
sacrifício era feito fora do arraial. O animal teria de ser imolado fora do
acampamento hebreu. A Bíblia mostra que Nosso Senhor Jesus foi morto fora de
Jerusalém, fazendo-se pecado por nós (1 Pe 2.24).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- “A Oferta Pela Transgressão ou Sacrilégio, era um tipo de sacrifício
envolvendo certos pecados, onde ficava patente que o dano causado carecia de
uma retribuição. Ele é apresentado de duas maneiras: 1) A transgressão
envolvendo uma falta diante de Deus, na omissão em dar as "coisas santas
ao Senhor", aquilo que é do Senhor, como por exemplo, os dízimos, as
ofertas, as primeiras coisas da colheita. Quando estas exigências não eram
cumpridas pelos israelitas, exigia-se a entrega ao sacerdote dos bens retidos,
ou o resgate; 2) A transgressão de mandamentos e princípios dados pelo Senhor.
– Neste caso, a defraudação era contra o semelhante. Antes do ofertante
apresentar qualquer oferta ao Senhor, deveria reparar o dano através de uma
compensação do prejuízo. Shedd nos fala deste tipo de oferta: "Este
sacrifício refere-se ao pecado que exige uma restituição, mesmo antes da
oferta, e apresenta-se sob duas formas: uma, pela transgressão de faltar em dar
as ‘coisas sagradas do Senhor’ (5.15) isto é. nos dízimos, nas ofertas, nas
primícias, etc., como pertencendo a Deus, e exigindo a entrega ao sacerdote ou
o resgate: outra, pela transgressão ‘contra os mandamentos do Senhor’ (5.17).
Já que as mesmas palavras se encontram várias vezes no cap. 4 (vs. 2, 13, 22 e
27), não há dúvida que o pecado em causa exigia uma restituição"” (IBVIR).
“4. O grande dia da expiação. Levítico 16 narra o mais importante dia para o povo judeu: o
dia da Expiação. O dia em que todo judeu devia observar um jejum e não fazer
qualquer trabalho. Esse dia é ainda hoje observado por eles como Yom Kippur, o
“Dia do Perdão”. O dia da Expiação era a data em que o Sumo Sacerdote
apresentava um novilho por si mesmo e por sua família (Lv 16.6) e um bode pelo
povo (Lv 16.710) no Santo dos Santos, aspergindo o sangue das vítimas sobre o
propiciatório (Lv 16.11-19). O rito representava a mais importante oferta pelo
pecado de toda a nação. Esse rito aponta para o nosso grande dia da Expiação,
no Calvário, quando Jesus Cristo, nosso Senhor, exclamou na cruz: “Está
consumado” (Jo 19.30).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- “Expiação é quando Deus perdoa o pecado de um pecador arrependido e se
reconcilia com o pecador através de um sacrifício de um “substituto”, ou seja,
nesse caso, Deus aceitava o animal que era sacrificado no lugar do pecador que
deveria morrer por conta de seu pecado, mas que é “salvo” por esse substituto
que morre no lugar dele. Isso era necessário porque Deus estabeleceu mesmo
antes de haver o pecado entrado no mundo que a punição para a desobediência era
a morte: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no
dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Mas sendo
misericordioso, Deus aceitou substitutos que fariam expiação pela vida do ser
humano. No Antigo Testamento Deus determinou que fossem alguns tipos de
animais. Entendendo essa questão, agora vamos entender como funcionava esse dia
da expiação no Antigo Testamento.” (ESBOCANDOIDEIAS)
CONCLUSÃO
“Nesta lição, vimos o quanto era complexo o
sistema de apresentação de ofertas para diversos pecados, e o dia anual de
expiação, em que o Sumo Sacerdote apresentava a oferta pela nação inteira. Mas
a Palavra de Deus mostra-nos que o sacrifício único de Cristo, no Calvário, foi
suficiente para apagar os nossos pecados (2 Co 5.21; 1 Pe 3.18). Valorize a
graça de Deus e alegre-se no Espírito Santo por este presente: a salvação.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 JUNHO, 2019]
- Em 2 Co 5.21 Paulo resume o cerne
do evangelho, solucionando o mistério e o paradoxo dos versículos 18-20, e
explicando como os pecadores podem se reconciliar com Deus por meio de Jesus
Cristo. Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas da imputação e
substituição como nenhum outro versículo, aquele que não conheceu pecado. Jesus
Cristo, o Filho de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; Lc 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb
4.15; 7.26; 1Pe 1.19;-2.22-24; 3.18; Ap 5.2-10). Deus, o Pai, usando o
princípio da imputação, tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não
o fosse, e o fez morrer com o um substituto, a fim de pagar o castigo pelos
pecados daqueles que creem nele (Is 53.4-6; Gl .3.10-13; 1Pe 2.24). Na cruz,
ele não se tornou um pecador (como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo
como sempre. Foi tratado como se fosse culpado de todos os pecados já cometidos
por todos aqueles que creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido
nenhum. A ira de Deus foi exaurida nele e a condição justa da lei de Deus
atendida para aqueles pelos quais morrera, justiça de Deus. Outra referência à
justificação e imputação. A justiça creditada na conta do cristão é a justiça
de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9). Como Cristo não
era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo os cristãos que
ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como se fossem
justos. Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam experimentar a sua
justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os pecados dos cristãos, e
trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as obras justas do Filho de
Deus sem pecado.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JUNHO de 2019
PARA REFLETIR
A respeito da
lição “O Sistema de Sacrifícios”, responda:
• Quais animais podiam ser
apresentados na oferta de holocaustos? A oferta apresentada no altar do holocausto podia ser de
animais como boi, ovelha, cabra, pombinhos ou rolinhas.
• Cite um texto bíblico
que aponte o sacrifício de Jesus como um “holocausto” agradável a Deus.
O Cordeiro de Deus
“que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29 cf. Is 52.13-15; Fp 2.5-8; Hb 12.2,3).
• Qual era o significado
da oferta de manjares?
Essa oferta
representava a gratidão do hebreu pela fecundidade da terra.
• Para quê a oferta
pacífica aponta?
A oferta pacífica
aponta para a nossa reconciliação com o Pai.
• Para quê o rito da
Expiação aponta?
Esse rito aponta para
o nosso grande dia da Expiação, no Calvário, quando Jesus Cristo, nosso Senhor,
exclamou na cruz: “Está consumado” (Jo 19.30). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 10, 9 JUNHO, 2019]