Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos
olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
- L I Ç Ã O 11 -
16 de JUNHO de 2019
ORGULHO E INVEJA
TEXTO DO DIA
“A soberba precede a ruína, e a
altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
SÍNTESE
Uma vida simples, humilde e em
paz é melhor do que uma vida de poder e prosperidade alimentada pelo orgulho e
pela inveja.
TEXTO
BÍBLICO
Provérbios 16.16-20; Gênesis 4.1-7.
Provérbios 16
16 Quanto melhor é adquirir a
sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a
prata!
17 O alto caminho dos retos é
desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.
18 A soberba precede a ruína, e a
altivez do espírito precede a queda.
19 Melhor é ser humilde de espírito
com os mansos do que repartir o despojo com os soberbos.
20 O que atenta prudentemente para
a palavra achará o bem, e o que confia no SENHOR será bem-aventurado.
Gênesis 4
1 E conheceu Adão a Eva, sua
mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão.
2 E teve mais a seu irmão Abel; e
Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 E aconteceu, ao cabo de dias,
que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 E Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e
para a sua oferta.
5 Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
6 E o SENHOR disse a Caim: Por que
te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será
o seu desejo, e sobre ele dominarás.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“O orgulho e a inveja são dois temas diretamente relacionados ao poder.
Provérbios, um dos livros sapienciais ou de sabedoria, aborda o perigo da opção
de uma vida orgulhosa e individualista. O poeta recomenda privilegiar uma vida
simples e humilde.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho,
2019]
- O Livro dos Provérbios (em
hebraico: מִשְלֵי , "Míshlê [Shlomoh]") ou Provérbios de Salomão é o
segundo livro da terceira seção (Ketuvim) da Bíblia hebraica e um dos livros
poéticos e sapienciais do Antigo Testamento, na Bíblia Cristã. – That said, let's think maturely the Christian
faith!
I. O PODER DESTRUTIVO DO ORGULHO
“1. A sabedoria é o
antídoto contra o orgulho (vv.16,17). O ser humano, por natureza, é um
ser inteligente, mas nem todos aplicam com eficácia a sua inteligência que,
geralmente pode ser confundida com sabedoria. No livro de Provérbios, a
sabedoria é vista como um antídoto contra o orgulho. Por isso, é algo que deve
ser buscado com todo o ânimo (v.16). Quem a encontra, sempre agirá com
humildade (Pv 11.2). Assim, ser sábio é aplicar o conhecimento de forma humilde
e adequada. O orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a
fazer o mal se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18). Ele
não consegue se controlar quando é confrontado, pois é inseguro, inflexível e
até mesmo ingênuo. Dessa forma, torna-se uma pessoa não confiável, podendo
colocar todo um projeto em risco. A pessoa orgulhosa busca o poder para se
proteger de sua insegurança, logo não é a pessoa certa para um serviço de
responsabilidade. No livro de Provérbios, o temor do Senhor é apontado como o
princípio da sabedoria (Pv 1.7). Quem teme ao Senhor é humilde e o seu trabalho
é realizado para a glória de Deus e para o bem do próximo” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- Orgulho também conhecido como Soberba é o sentimento
caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando
a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em
fatos ou variáveis reais. O termo Soberba provém do latim superbia, e em hebraico deriva de uma raiz que significa "ferver" ou "atropelar", que indica uma atitude
ou comportamento opressivamente arrogante. É usada para referir-se a homens
comuns (Dt 17.12-13), reis (Ne 9.10), Israel (Ne 9.16,29), falsos profetas (Dt 18.20)
e assassinos (Êx 21.14). É importante que se diga que há uma diferença entre o
tipo de orgulho que Deus odeia (Pv 8.13) e o tipo de orgulho que sentimos por
fazer algo bem feito. O tipo de orgulho que surge de sermos justos aos nossos
próprios olhos é pecado e Deus odeia isso porque atrapalha a nossa aproximação
dEle. Salmo 10.4 explica que os orgulhosos estão tão cheios de si que seus
pensamentos estão longe de Deus: “Pela
altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que
não há Deus”. Esse tipo de orgulho arrogante é o contrário do espírito de
humildade que Deus procura: “Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Os “pobres de espírito” são aqueles que
reconhecem sua falência espiritual e sua falta de habilidade de se aproximar de
Deus se não fosse por Sua divina graça. Os orgulhosos, por outro lado, são tão
cegos por causa de seu orgulho que acham que não precisam de Deus ou pior, que
Deus deve aceitá-los do jeito que são porque eles merecem a Sua aceitação. Na
verdade, o antídoto para curar o sentimento de soberba é o Temor do Senhor, o
fundamento para todo conhecimento espiritual e sabedoria (Pv 2.4-6; 9.10:
15.33: Jó 28.28; SI 111.10: Ec 12.13). Conquanto o não crente possa fazer
declarações sobre a vida e a verdade, ele não terá o conhecimento verdadeiro e absoluto
até que: desfrute de um relacionamento redentor com Deus que inclua a admiração
reverente. Observe esta progressão: 1) ensinando sobre Deus; 2) aprendendo
sobre Deus; 3) temendo a Deus; 4) conhecendo Deus; e 5) imitando a sabedoria de
Deus. O temor do Senhor é um estado mental em que as atitudes, desejos,
sentimentos, ações e objetivos de uma pessoa são substituídos pelos de Deus (SI
42.1).
“2. O orgulho
precede a ruína (vv.18,19). A pessoa orgulhosa é desprovida de sabedoria, por
isso leva uma vida de prepotência e arrogância. Em geral, o altivo usa as
pessoas como se fossem objetos em seu benefício e para a manutenção do poder
(Pv 16.19). Muitas vezes o orgulho pode estar disfarçado de boas intenções,
pois muitos ajudam o outro de forma condicional, com a intenção de receber algo
em troca e ser aprovado. Os orgulhosos vivem uma vida de insegurança constante,
sempre com medo de perder o poder. Por isso não dormem enquanto não maquinarem
o que fazer para se manter no controle (Pv 4.16). O livro de Provérbios
recomenda uma vida simples e humilde, construída por meio da integridade e da
justiça (Pv 28.11). As pessoas que alcançam a excelência na vida são aquelas
que conseguem extrair o melhor das coisas simples. Já os soberbos, que pensam
desfrutar o melhor da vida, terminam em uma existência sem paz” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- Os soberbos são aqueles que
roubam os pobres. “Por todas as Escrituras, podemos ler sobre as consequências do orgulho.
Provérbios 16:18-19 nos diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do
espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do
que repartir o despojo com os soberbos.” Satanás foi expulso do céu por causa
de seu orgulho (Isaías 14:12-15). Ele teve a audácia egoísta de tentar tomar o
lugar de Deus como o que reina o universo. No entanto, Satanás será lançado no
inferno no julgamento final de Deus. Para aqueles que se erguem em rebelião a
Deus, há nada mais em seu futuro a não ser desastre: “Porque me levantarei
contra eles, diz o SENHOR dos Exércitos, e extirparei de babilônia o nome, e os
sobreviventes, o filho e o neto, diz o SENHOR” (Isaías 14:22). Orgulho já
impediu que muitas pessoas aceitassem a Jesus como seu Salvador pessoal.
Recusar a admitir o próprio pecado e que não podemos fazer nada com nosso
próprios esforços para merecer a vida eterna tem sido uma pedra de tropeço para
muitas pessoas. Não devemos ter orgulho de nós mesmos, mas se queremos nos
gloriar, então devemos proclamar as glórias de Deus. O que dizemos sobre nós
mesmos não significa nada no trabalho de Deus. É o que Deus diz sobre nós que
faz a diferença (2 Coríntios 10:13). Por que orgulho é um pecado? Orgulho é dar
a nós mesmos o crédito por algo que Deus realizou. Orgulho é dar a nós mesmos a
glória que pertence só a Deus. Orgulho é, em essência, louvor próprio. Nada que
realizamos nesse mundo seria possível se não fosse Deus nos capacitando e
sustendo. Por isso é que devemos dar a Deus a glória – por que só Ele é digno
de recebê-la.” (What does the Bible say about pride? Diponível em: https://www.gotquestions.org/pride-Bible.html.
Acesso em: 10 JUN, 2019)
- A Bíblia diz que o orgulho
leva à humilhação. O orgulho torna a pessoa no seu próprio ídolo. O orgulhoso
se torna cego e não vê que vai cair na desgraça, porque se acha invencível (Pv
16.18).
“3. A sabedoria da
Palavra dá sentido à vida e produz bem-aventurança (v.20). O acesso à
educação na antiguidade era para poucos privilegiados. No entanto, na época da
organização tribal, em que os clãs tinham prioridade, a sabedoria popular era
algo compartilhado no ambiente familiar (Pv 4.1-5). O conselho nos ambientes
urbanos ou a sabedoria dos anciões nos lugarejos constituíam outro contexto de
compartilhamento de sabedoria. A sabedoria era uma das três principais fontes
de revelação divina (Jr 18.18). A poesia hebraica tinha um papel na literatura
e crença de Israel. Assim, mesmo aqueles que não tinham acesso ao texto escrito
aprendiam aos pés dos propagadores da tradição oral, quer em casa, quer na rua
ou na prática litúrgica, eram moldados pela sabedoria da Palavra. Quem busca a
sabedoria viverá em segurança. Por isso, buscar o conhecimento do texto bíblico
é importante, mas o maior aprendizado é a sabedoria de praticar a Palavra.
Jovem, aproveite todas as oportunidades para adquirir a verdadeira sabedoria e
ser feliz.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- Quando buscamos a sabedoria,
procuramos aprender como utilizar os fatos conhecidos para viver bem (Tg 1.5). Para não cair no orgulho, é
importante cultivar a humildade. A pessoa humilde entende que não é superior a
ninguém, porque todos pecaram e falharam (Rm 12.16). Ninguém é perfeito. Todos
têm pontos fortes e pontos fracos. Humildade não significa ser auto-estima
muito baixa, se achando inútil. Humildade é ter equilíbrio, sabendo que sem
Deus você não poderia fazer nada e que Ele é quem merece toda adoração.
Humildade é saber apreciar o bem que Deus lhe dá, reconhecendo que você depende
dele (Rm 12.3). A Bíblia explica que é sábio temer a Deus, porque toda
sabedoria vem de Deus. Quem respeita a Deus e procura fazer Sua vontade
encontrará sabedoria. Os mandamentos de Deus são sábios e nos ajudam a viver da
melhor maneira. De tudo que podemos entender sobre a sabedoria, o fato mais
importante é a sua fonte. Com certeza, aprendemos coisas importantes pelas
experiências da vida, e assim os idosos podem demonstrar uma compreensão que
escapa aos jovens. Mas, nem todos aprendem essas lições, e assim a idade não
garante a sabedoria. Quando ouviu seus amigos fazendo discursos baseados em
suas próprias experiências e não nas palavras de Deus, Jó disse: “Está a sabedoria com os idosos, e, na
longevidade, o entendimento? Não! Com Deus está a sabedoria e a força; ele tem
conselho e entendimento” (Jó 12.12-13). Jó e Tiago nos apontam na mesma
direção. Quem procura a verdadeira sabedoria busca a palavra de Deus. Você pode
receber sabedoria de Deus quando você busca intimidade com Ele. A Bíblia ensina
como alcançar sabedoria. Toda a sabedoria verdadeira vem de Deus. A sabedoria
de Deus é muito maior que a sabedoria humana. Ele conhece todas as coisas e
sabe o que é melhor para cada pessoa. Comparada com Deus, toda a sabedoria do
homem é loucura!
II. O PODER DESTRUTIVO DA INVEJA (Gn 4.1-7)
“1. Inveja, uma das
paixões da natureza humana. O tema inveja foi estudado por diversos
pensadores. Entre eles, podemos citar o famoso filósofo grego Aristóteles
(384-322 a.C.), o poeta romano, Ovídio (43 a.C. em 17 ou 18 d.C.), o político e
filósofo, Francis Bacon (1561-1626) e o médico neurologista e criador da
psicanálise, Sigmund S. Freud (1856-1939), entre outros. A palavra “inveja” é
formada pelos étimos latinos in (dentro de) + videre (olhar), que indicam um
olhar maléfico que penetra no outro de forma destrutiva. O invejoso vive em
função do que o outro tem. Não importa que ele não tenha o objeto desejado
desde que o outro também não possua. A inveja é tida como uma paixão humana que
interfere no julgamento do indivíduo, causando-lhe um peso diante do sucesso
dos outros. Esse sentimento terrível, que faz parte da velha natureza, está
presente no mundo desde os primeiros seres humanos” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- “Invejas” (gr. fthonos), isto
é, antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e
queremos. Inveja ou invídia é um
sentimento de desgosto perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem, e
pode ser acompanhado de ódio pelo possuidor. Este sentimento gera o desejo de
ter exatamente o que a outra pessoa tem, não sendo apenas atinente a bens
materiais, mas também qualidades inerentes ao ser. Muitas vezes, se confunde
Inveja com cobiça, que por sua vez significa querer tirar a tal coisa desejada
à pessoa que a tem, fazendo com que ela fique sem ela. O termo latim "invidere"
(não ver), é a origem do termo em português. A sociedade de hoje incita-nos à
disputar o poder, riquezas e status, e os que alcançam tais atributos sofrem
com o sentimento da inveja alheia dos que não possuem, que almejariam ter tais
atributos. Isso em psicologia é denominado formação reativa: que é um mecanismo
de defesa dos mais "fracos" contra os mais "fortes". Este
sentimento é um pecado e não é uma característica de um Cristão; quem ainda
possui este tipo de sentimento ainda está sendo controlado pelos próprios
desejos (1Co 3.3). Gálatas 5.26 diz: “Não sejamos cobiçosos de vanglórias,
irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros A Inveja se trata de
um pecado que dá origem a outros pecados. Existem pecados que, por sua própria
natureza, levam as pessoas a cometer outros pecados. Por isso, a inveja é
tratada como um “pecado capital” ou “pecado grave”, ou seja, nunca vem sozinha,
traz consigo outros pecados. É, por isso, aliás, que o salmista afirma que “um
abismo chama outro abismo” (Sl 42.17). A primeira vez que as Escrituras se
referem a esse sentimento quando Caim teve o seu semblante caído e se irou
porque seu sacrifício não foi aceito mas, sim, o de seu irmão Abel (Gn 4.5,6).
Ele se entristeceu não foi pela não aceitação por parte de Deus de sua oferta,
mas foi pelo fato de que seu irmão obteve sucesso perante Deus. O sucesso de
Abel despertou amarga inveja em Caim, em consequência, este matou seu irmão (Gn
4.8); nesse caso, a inveja levou à prática do homicídio. Na primeira ocorrência
do termo “inveja” na Versão ARC, em Gn 30.1, quando Raquel nutriu inveja por
sua irmã Leia, que engravidou e deu filhos a Jacó, enquanto ela possuía a madre
estéril. Neste caso, a inveja levou Raquel a murmurar e a se revoltar contra
Deus (Gn 30.2). Não obstante a murmuração e revolta, Raquel ofereceu sua serva
Bila para que deitasse com Jacó e concebesse filhos, dessa forma, nasceu Dã, de
quem surgiria a apostasia no meio do povo de Israel (Gn 49.16-18; Jz 8).
“2. Caim se
entristece com a aprovação de Abel. Em Gênesis 4, é relatado o
nascimento dos filhos do primeiro casal. A ênfase do texto é dada para o primogênito,
Caim. A alegria de Eva, a mãe de todos os viventes, deve ter sido grande. Caim,
por ser o primogênito, deveria ter uma posição de destaque e respeito. A
chegada do segundo filho exigiu naturalmente que o primogênito reorganizasse
seu espaço e sua maneira de pensar, considerando a presença do mais novo. O
episódio da oferta de sacrifício dos irmãos a Deus provavelmente foi o ápice
dos conflitos. Caim desejava ter a aprovação divina obtida por Abel, uma
legitimação de poder, uma vez que demonstraria a sua intimidade com Deus. Nesse
caso, a inveja ocupa o lugar do desejo. Para o invejoso, o fato de não ter o
objeto desejado pode resultar em morte natural ou espiritual. Caim, ressentido,
se revolta contra o irmão que conquistara o lugar desejado por ele” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- O homicídio cometido por Caim nasceu da inveja que ele
nutria por seu irmão, Abel. Muito embora o primeiro pecado de Caim não tenha
sido a inveja, mas a infidelidade. Ele não deu o melhor para Deus! Por isso
Deus não aceitou sua atitude nem sua oferta. Ao passo que Abel, irmão de Caim,
foi fiel e honrou a Deus com uma oferta dos primogênitos do seu rebanho (Gn
4.4). Quando não se tem a Deus como seu maior valor, pode-se facilmente
tornar-se infiel e essa infidelidade abre portas para outros sentimentos
pecaminosos, tais como a inveja, amargura, rejeição. A infidelidade a Deus abre
portas para a inveja, que está muito relacionada ao principado maligno de Mamom
(Lc 16.13). Assim, a inveja é sintoma de um laço espiritual do principado
maligno que impulsiona muitas vidas na rota da destruição. Deus atentou para a
oferta de Abel e o Caim ficou irado com aquilo, de modo que o Próprio Deus
disse: Porque você está triste? Se você fizer o bem, não será aceito? O texto
fala que, movido pelo rancor e pela inveja, Caim convidou seu irmão para ir ao
campo e lá, traiçoeiramente, o golpeou e matou. Deus, então, repreendeu o irmão
assassino e o condenou a viver como um fugitivo, protegendo-o, contudo, de ser
também assassinado. O crente deve aprender a controlar as suas emoções, pois os
nossos atos geram consequências que, às vezes, acompanham-nos durante toda a
vida.
“3. Deus olha a
motivação e atitude do ofertante. Quando Caim e Abel se
posicionaram para oferecer os sacrifícios a Deus, eles estavam em condições de
igualdade e de potencial rivalidade por buscarem o mesmo objetivo, a aprovação
divina de suas ofertas. Quando um alcança e o outro não, fica evidente a
rivalidade. As duas ofertas estão previstas na lei dos israelitas: os
primogênitos do rebanho e o melhor das primícias da terra (Êx 34.19,20,22,26).
No entanto, Caim estava ciente de que não havia alcançado o favor de Deus e que
seu irmão sim. O texto afirma que “atentou o SENHOR para Abel e para a sua
oferta” (Gn 4.3). Deus não estava atento para o valor do sacrifício, mas para a
motivação e o coração dos ofertantes. Ele conhecia o bom coração de Abel e a
raiz de maldade que já estava plantada no coração de Caim. O Novo Testamento
também deixa claro como Deus observa a fé e a atitude justa de Abel em
contrapartida ao comportamento maligno de Caim (Hb 11.4; 1Jo 3.12)” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- De todos os sentimentos que o ser humano pode ter não há
dúvida de que a inveja é um dos piores. E isso é tão verdade que dentre os dez
mandamentos ordenados por Deus está escrito: “Não cobiçarás a casa do teu
próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu
próximo” (Ex 20:17). E o livro de Provérbios registra que “O ódio é cruel e
destruidor, mas a inveja é pior ainda” (Pv 27:4).
“4. Caim teve tempo
de tratar o sentimento de inveja (vv.6,7). A narrativa da rivalidade entre
os irmãos Caim e Abel nos revela que o primeiro homicídio do planeta ocorreu
entre dois irmãos e foi motivado pela inveja e competição egoísta. Demonstra,
ainda, que Deus não interrompe o diálogo com Caim. Ele o recorda de sua
liberdade frente ao mal e ao bem. Um alerta de que o ser humano não está
predestinado ao mal, mas à livre escolha. O homicídio poderia ser evitado se o
primogênito, ciente do perigo da inveja que o assediava, se dedicasse a controlar
seus sentimentos e emoções. Antes de Caim assassinar Abel, Deus o alerta a
respeito da maldade que estava em seu coração. Ele teve a oportunidade de
refletir a respeito do estado do seu coração e corrigir seu comportamento. As
perguntas que o Senhor dirigiu a Caim eram bem reflexivas: “Por que te iraste?
E por que descaiu o teu semblante?”. Se queremos tratar e extirpar da nossa
alma a inveja e a maldade não podemos ignorá-la. Tiago adverte a respeito do
engodo da concupiscência como um processo que se forma no interior das pessoas,
podendo ser interrompido se o cristão não se deixar levar pelos desejos e
paixões (Tg 1.14,15). Infelizmente, Caim optou por dar vazão ao seu impulso
invejoso e entrou para a história como o homem que cometeu o primeiro homicídio.
A maldade de Caim fica evidente no fato dele ter premeditado a morte do irmão,
pois em seu coração já o havia assassinado. O exemplo de Caim é o retrato de
muitos, que embora conheçam a Deus, e até queiram servi-lo com suas ofertas,
não permitem que Jesus os transforme e arranque do coração a velha natureza.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho,
2019]
- Sobre o texto de Gênesis 4, onde fala da tragédia de Caim,
esclareço o seguinte: nos versículo 5-6, temos um Caim irado; Em vez de
arrepender-se de sua desobediência deliberada, Caim foi hostil para com Deus, a
quem não podia matar, e invejoso de seu irmão, a quem podia matar (1Jo 3.12; Jd
11). Deus lembrou a Caim que se ele tivesse obedecido a Deus e oferecido os
animais de sacrifício exigidos por Deus, as suas ofertas teriam sido aceitas.
Não foi o caso de uma preferência pessoal da parte de Deus, ou desprezo pela vocação
de Caim ou pela qualidade do produto, que levou Deus a rejeitar a oferta, mas
desobediência deliberada em não oferecer à Deus o sacrifício exigido. O que
andamos ofertando ao Senhor? Deus disse a Caim que se ele decidisse não
obedecer aos mandamentos divinos, o pecado sempre presente, de tocaia e
esperando para dar o bote como um leão, iria concretizar o seu desejo de
sobrepujá-lo (Gn 3.6). Caim rejeitou a sabedoria que lhe foi transmitida pelo
próprio Deus, recusou-se a fazer o bem, recusou o arrependimento e, assim, o
pecado que estava à espreita o apanhou e fez dele um homicida. Note um crescente
na decaída moral de Caim: “Sou eu tutor
de meu irmão?” O sarcasmo de Caim foi um e: de palavras baseado no fato de
que Abel era "guardador" de ovelhas. A mentira foi o terceiro pecado
resultante da atitude de indiferença de Caim para com os mandamentos de Deus. O
pecado o estava dominando (v. 7).
CONCLUSÃO
“Na lição de hoje aprendemos que o orgulho precede a ruína e afasta o
crente da presença de Deus. Alimentar sentimentos destrutivos e invejosos
resulta na morte espiritual do cristão. Peça a Deus que Ele lhe conceda um
coração puro, humilde e quebrantado.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º
Trimestre 2019. Lição 11, 16 Junho, 2019]
- A recomendação da Palavra de Deus para os crentes em Jesus
é para que sejamos cheios do Espírito Santo, somente revestidos dEle não daremos
lugar às obras da carne (Gl 5.16). A sede dos desejos malignos é o coração;
sabemos que a inveja e seus filhotes surgem da nossa natureza carnal que
permanece ativa mesmo após a conversão. Precisamos nos encher constantemente do
Espírito Santo para produzirmos vida santa e justa. Para isso fomos alcançados
pela soberana graça de Deus. Por isso, tais pecado como a inveja e a maldade,
dois graves pecados, jamais deveriam achar lugar em nossa vida. O alerta das
Sagradas Escrituras para nós é direto, sincero e justo: os que cometem tais
coisas, se não se arrependerem, “não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Junho de
2019
HORA DA
REVISÃO
1. Segundo a lição, qual o antídoto contra o orgulho?
A sabedoria é o antídoto contra o orgulho.
2. De acordo com a lição, a pessoa orgulhosa é
desprovida de quê?
O orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a
fazer o mal se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18).
3. O conhecimento e a sabedoria popular eram
compartilhados em que ambiente?
Na época da organização tribal, em que os clãs tinham prioridade, a
sabedoria popular era algo compartilhado no ambiente familiar (Pv 4.1-5).
4. Defina “inveja”.
A inveja é tida como uma paixão humana que interfere no julgamento do
indivíduo, causando-lhe um peso diante do sucesso dos outros.
5. Com suas próprias palavras defina “orgulho”.
O orgulho é a ausência de lucidez e de bom senso. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 8, 26 Maio, 2019]