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20 de junho de 2019

(JOVENS) Lição 12: O GOVERNO da IGREJA LOCAL


REVISTA JOVENS 2° TRIMESTRE 2019
Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves

- L I Ç Ã O   12 -
23 de JUNHO de 2019

O GOVERNO DA IGREJA LOCAL

TEXTO DO DIA
“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1Pe 5.2,3).

SÍNTESE
A Igreja é o Corpo de Cristo e toda a autoridade e poder emanam dEle.

TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 6.4-10; 1 Pedro 5.1-4.
1 Coríntios 6
4 Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima na igreja?
5 Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?
6 Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isso perante infiéis.
7 Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano e isso aos irmãos.
9 Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus?
10 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.
1 Pedro 5
1 Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Na lição desse domingo, veremos que os crentes de Corinto estavam deixando a antiga vida de promiscuidade e corrupção, que imperava na cidade, para uma nova vida com base no Evangelho de Cristo. Entretanto, ainda havia entre eles muitos conflitos e disputas banais. Então o apóstolo Paulo os orienta a resolverem as questões entre si e não na justiça secular. Como Igreja do Senhor, temos autoridade para julgar, segundo a Palavra de Deus, aquilo que é certo ou errado e os pastores têm autoridade para disciplinar, em amor, os que cometeram algum erro.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 6, 12 Maio, 2019]
- Incapaz de romper totalmente com a cultura da qual vinha, a igreja em Corinto era excepcionalmente faccionária, o que demonstrava a sua carnalidade e imaturidade. Depois de o talentoso Apolo ter ministrado na igreja por algum tempo, alguns de seus admiradores estabeleceram um grupo fechado que tinha pouco a ver com o restante da igreja. Um outro grupo, fiel a Paulo, desenvolveu-se; um outro declarava lealdade a Pedro (Cefas), e ainda um outro a Cristo somente (1Co 1.10-13; 3.1-9). O problema mais sério da igreja de Corinto era o mundanismo, uma relutância em se separar da cultura que os rodeava. A maioria dos cristãos não conseguia deixar, de maneira consistente, sua conduta antiga, egoísta, imoral e pagã. Foi necessário que Paulo escrevesse a eles para corrigir isso, bem como ordenar aos cristãos fiéis que não somente rompessem a comunhão com os membros desobedientes e não arrependidos, como também os expulsassem da igreja (5.9-13). É interessante ressaltar que a intenção de Paulo não era corrigir a Doutrina, mas sim o comportamento. Paulo dá ensinamentos elementares sobre muitas doutrinas diretamente relacionadas às questões de pecado e justiça. “É muito comum na vida cotidiana de uma Igreja Local a ocorrência de conflitos. Por vezes surgem divergências entre os irmãos, ou mesmo entre a própria liderança. O que fazer quando surgem esses conflitos? O que fazer quando acontecem facções no seio da comunidade cristã? Perguntas sérias que merecem respostas sérias e objetivas. Onde encontrar tal solução? No conselho do irmão mais experiente? No conselho do pastor? No conselho de um grupo de cristãos mais maduros? Não, não e não. Temos que aprender a buscar conselho na Bíblia, a Palavra de Deus. Devemos aprender a seguir o padrão bíblico. Encontramos na Palavra de Deus muita instrução para solucionarmos os conflitos que ocorrem no seio da Igreja de Deus. O que fazer então quando existe contenda entre os irmãos? Como solucionar os problemas causados por uma facção entre os membros da Igreja Local? É possível sim a obtenção de sucesso na resolução destes problemas” (SOLASCRIPTURA-TT) – That said, let's think maturely the Christian faith!

I. O PODER DE JULGAMENTO DA IGREJA LOCAL
1. Paulo propõe um modelo de conciliação de conflitos para a igreja local (vv.1-6). A Primeira Epístola aos Coríntios apresenta uma série de conflitos, como por exemplo, divisões, dissensões e imoralidade (1Co 1.10-17; 3.1-9; 5.1). Por isso, o apóstolo os exorta a viverem uma vida de santidade e a não levarem as questões internas aos magistrados, pois os irmãos possuíam sabedoria, discernimento em Deus para tomarem a atitude correta e disciplinar os que pecaram. Paulo entendia que muitos dos conflitos internos poderiam ser resolvidos dentro da comunidade cristã. Ele destaca que a igreja tem um papel de julgamento superior, pois julgará o mundo (Dn 7.22; Lc 22.28-30). O apóstolo afirma que o mais desprezível dos membros da igreja teria melhores condições de julgamento do que os poderosos juízes romanos, uma vez que, como cristão, teriam como base de julgamento os princípios cristãos. Ele questiona se não havia na comunidade pessoas sábias, o suficiente, para julgar as rixas internas (v.5), em vez de submeter conflitos internos ao julgamento perante infiéis (v.6)” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- Processar outro cristão num tribunal secular é uma ousada atitude de desobediência por causa de suas implicações relacionadas a todo o pecado — o descontentamento de Deus. A expressão em grego ‘questão contra outro’ era comumente usada para se referir a um processo judicial ("submetê-lo a juízo"). Quando o apóstolo usa o termo ‘injustos’, não se refere ao caráter moral deles, mas à condição espiritual de não salvos deles, em relação aos santos. Os cristãos devem resolver todos os problemas que surgem entre eles dentro da igreja. Isso porque os cristãos ajudarão Cristo a julgar o mundo durante o reino milenar (Ap 2.26-27; 3.21; Dn 7.22), eles são mais do que capacitados com a Verdade, com o Espírito, com os dons e com os atuais recursos que têm nele para resolver pequenas questões que surgem entre eles nesta vida atual. Também é notório notexto de 1Co 6, o fato de que nós haveremos de ‘julgar os próprios anjos’ (v.3). A palavra grega pode significar "dominar ou governar". Uma vez que o próprio Senhor julgará os anjos caídos (2Pe 2.4; Jd 6), significa, provavelmente, que na eternidade nós teremos um certo domínio sobre os santos anjos. Posto que os anjos são "espíritos ministradores" para servir aos santos (Hb 1.14), parece razoável que eles nos servirão na glória. Quando os cristãos tiverem discussões e contestações entre eles, é inconcebível que recorram àqueles menos qualificados (incrédulos) para resolver a questão. Os cristãos mais leigos em assuntos legais, conhecedores da Palavra de Deus e obedientes ao Espírito, são muito mais competentes para solucionar as controvérsias entre os cristãos do que o incrédulo mais experiente, que não possui a verdade e o Espírito de Deus. Tal conduta como processar um companheiro cristão não é somente uma vergonha pecaminosa (v. 5), mas também significa que a pessoa não conseguiu agir de maneira obediente e justa. Os cristãos que levam seus companheiros cristãos ao tribunal sofrem uma derrota moral e uma perda espiritual mesmo antes que a acusação seja ouvida, e ficam sujeitos à correção divina (Hb 12.3ss.). O apóstolo prefere que soframos o dano, o prejuízo, à levar um outro irmão aos tribunal, por causa do pecado vergonhoso (v. 5) e da derrota moral (v. 3) que resultam do egoísmo, de uma disposição para desacreditar Deus, sua sabedoria, seu poder e seu propósito soberano, bem com o prejudicar a igreja e o testemunho do evangelho de Cristo. Os cristãos não têm direito de insistir no recurso legal num tribunal público. Em meio a um problema, é muito melhor confiar nos propósitos soberanos de Deus e perder financeiramente do que ser desobediente e sofrer espiritualmente (Mt 5.39; 18.21-34).

2. O universo jurídico romano e a organização da igreja local. Paulo deixa claro que, no universo jurídico romano, a prática da injustiça era comum. As decisões eram tomadas com objetivo de favorecer os patronos ricos, que ele os denominava como “poderosos”. Algumas contendas eram simplesmente pretextos para vingar ofensas e perseguir pessoas consideradas inimigas. Os julgamentos não eram exercidos com imparcialidade e a sociedade romana ficou conhecida por ser corrupta e ter por comum a prática do suborno. O modelo hierárquico do Império Romano influenciava na estrutura da igreja. No entanto, a pregação cristã da solidariedade certamente influenciou o pensamento das pessoas de menor poder aquisitivo e cultural, que vislumbravam a possibilidade de ascensão e mais liberdade dentro da nova comunidade. A mudança de comportamento e relacionamento proposto pelo evangelho contrastava muito com a cultura do Império. Mas uma cultura não se muda de um dia para o outro, a evolução é lenta. Em uma comunidade cristã nova como a de Corinto, os conflitos e a busca dos “direitos” institucionalizados por Roma seriam inevitáveis, mas o apóstolo não poderia desanimar diante deste desafio e lutou pela implantação dos valores do Evangelho. Ele insiste nos princípios do Reino e na mudança do estilo de vida” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- O direito romano serviu de base para o direito ocidental. O direito romano é o complexo de normas vigentes em Roma desde a sua fundação no século VIII a.C., até a codificação de Justiniano, no século VI d.C. Esta codificação justiniana consolidou o direito que hoje é utilizado como base. “O modelo hierárquico do Império Romano influenciava na estrutura da igreja”, é difícil saber a que o comentarista está se referindo, se à igreja nascente em Corinto, ou à igreja católica em formação com a ‘conversão’ do Império, isso porque foi a igreja posterior aos apóstolos que sofreu influência do império; a igreja do primeiro século fez o papel contrário, influenciou o império e por isso, foi perseguida. Em todo caso, a fé cristã influenciou tanto o império, quanto o direito romano. “Em uma comunidade cristã nova como a de Corinto, os conflitos e a busca dos “direitos” institucionalizados por Roma seriam inevitáveis”, o apóstolo explica essa busca por tribunais: carnalidade! Não era a busca do direito pelo direito, mas mundanismo. O que Paulo estava fazendo com estas cartas à Igreja de Corinto era muito mais do que lutar “pela implantação dos valores do Evangelho”. O problema mais sério da igreja de Corinto era o mundanismo, uma relutância em se separar da cultura que os rodeava. A maioria dos cristãos não conseguia deixar, de maneira consistente, sua conduta antiga, egoísta, imoral e pagã. Foi necessário que Paulo escrevesse a eles para corrigir isso, bem como ordenar aos cristãos fiéis que não somente rompessem a comunhão com os membros desobedientes e não arrependidos, como também os expulsassem da igreja (5.9-13).

3. O poder de julgamento da igreja estava condicionado à prática da justiça (v.7-11). Se havia conflitos e disputas a serem levadas a julgamento era porque alguns membros continuavam tirando vantagens dos próprios irmãos da igreja. No entanto, Paulo afirma que tanto os que causavam danos como os que haviam sido lesados, estavam errados. Em 1 Coríntios 6.7 ele incentiva aqueles que foram lesados a sofrerem a injustiça sem buscar os recursos jurídicos, recorrendo assim aos ensinamentos de Cristo no Sermão da Montanha (Mt 5.39). Em muitas situações, o prejuízo será menor se assim proceder. Então, Paulo se volta para os defraudadores dos irmãos e os adverte a respeito do comprometimento da vida eterna devido às injustiças praticadas. Essa injustiça é incoerente com o novo relacionamento que o cristão deve ter com Deus e com o próximo. A reprimenda paulina é forte e iguala quem defrauda o irmão com os devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, ladrões e roubadores, avarentos, bêbados e os maldizentes (vv.9,10). Portanto, todos estavam debaixo da mesma condenação. Em 1 Coríntios 6.1, o termo injusto é empregado para se referir aos juízes dos tribunais romanos, mas no versículo 9, o mesmo termo é empregado aos próprios cristãos que cometem injustiça. Assim, quem procede de modo semelhante aos juízes injustos também não tem condições de julgar dentro da comunidade dos crentes. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- Paulo pergunta àquela igreja: “Por que não sofreis... o dano?” (6.7). A resposta implícita é por causa do pecado vergonhoso e da derrota moral que resultam do egoísmo. Em meio a um problema, é muito melhor confiar nos propósitos soberanos de Deus e perder financeiramente do que ser desobediente e sofrer espiritualmente. Note que, quando Paulo faz uso do termo “injustos”, ele não se refere à injustiça social, mas à condição espiritual dos perdidos, cuja semelhança adquire aqueles cristãos que abandonam o Evangelho e buscam os tribunais contra outros irmão – “Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano” (6.8). Ele está se referindo àqueles que processam seus irmãos em Cristo como sendo culpados da mesma conduta incorreta que estão processando para reparar. Note a afirmativa do comentarista: “Em muitas situações, o prejuízo será menor se assim proceder” – pelo que Paulo orienta, causas contra irmãos, deve ser solucionado entre ir,mãos, NUNCA em tribunais, pois o que está em jogo é o Corpo de Cristo! Quando um cristão insiste em expor o Corpo de Cristo, fica demonstrado que a pessoa não está no reino de Deus. Os verdadeiros cristãos que pecam ressentem-se do seu pecado e buscam conquistar a vitória sobre ele (Rm 7.14-25.

II. O PODER INSTITUCIONAL NA IGREJA LOCAL
1. Quem eram os destinatários da Primeira Epístola de Pedro? Eram os “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas na Ásia Menor (v.1). Pessoas marginalizadas, a maioria era estrangeira, destituída dos direitos de cidadania. No capítulo dois, os versículos de treze a dezessete, há uma referência a escravos domésticos (oiketai). Não há menção de senhores, que pode sugerir que não havia pessoas ricas na comunidade. Portanto, uma situação de pobreza e marginalidade social. Como se não bastasse a condição social da comunidade cristã nestas regiões, eles sofriam perseguições: dos romanos, que consideravam os cristãos como povo desprezível supersticioso e pervertor da moral e da ordem romana; dos judeus, que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos; da própria população local, quer por motivos sociais, quer pela diferença de práticas religiosas e políticas. Um grupo que vivia debaixo de grande opressão e sofrimento, cuja esperança estava em Deus e no Crucificado, cuja resignação ao sofrimento eles tinham por modelo. Tudo isso é tido pelo autor como motivo de alegria por estarem participando dos sofrimentos de Cristo (1Pe 4.13).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- Pedro fez parte de um grupo único de homens que foram pessoalmente chamados (Mt 10.1-4) e comissionados (Jo 29.19-23) por Cristo e que ministraram com Cristo após sua ressurreição, e foi sobre o fundamento dos ensinos desses homens que a igreja foi edificada. Aqui, o apóstolo escreve à um grupo definido – forasteiros; eram estranhos desapossados numa terra que não era deles — residentes ou estrangeiros temporários. Como todos os cristãos, eram cidadãos de uma cidade eterna (Fp 3.20; Hb 13.13-14). Dispersão às vezes é um termo técnico que se refere aos judeus de Israel espalhados por todas as partes do mundo (Jo 7.35; Tg 1.1), mas, aqui, sem o artigo no originai, é usado num sentido não técnico como referência a peregrinos espirituais, estranhos à terra, tanto judeus como gentios (cf. v. 17; 2.11), ou seja, o apóstolo não se refere à desterrados, mas à crentes como peregrinos neste mundo, quer sejam estrangeiros, quer sejam naturais daquela região, ele se refere à igreja, como Corpo de Cristo, localizada naquela região, onde hoje está a atual Turquia. A finalidade da carta era consolar os crentes em meio às perseguições, e ele faz isso tratando-os como “eleitos”. O fato de serem lembrados que foram eleitos por Deus era um grande consolo para esses cristãos perseguidos. O cristão que é perseguido por causa de sua fé participa do mesmo tipo de sofrimento que Jesus padeceu — sofre por fazer o que é certo (Mt 5.10-12; Gl 6.17; Fp 1.29; 3.10; Cl 1.24). E é interessante a recomendação para aqueles crentes mantivessem sua alegria, mesmo em meio à perseguição, ou seja, jubilar e alegrar-se de modo arrebatador, isso porque, o cristão que é perseguido por causa da justiça em sua vida transbordará de alegria no futuro por causa de sua recompensa (Mt 20.20-2.3). Ter consciência dessa alegria futura permite-nos também nos alegrarmos no presente. Note que aqueles crentes, que viviam como forasteiros no mundo, ou seja, numa contra-cultura, eram perseguidos e injuriados ‘pelo nome de Cristo’ – eram insultados e tratados de maneira injusta por serem representantes de tudo o que Cristo é e pela proclamação pública do nome de Cristo (At 4.12; 3.41; 9.15-16; 15.26). Por esse motivo, todo cristão é bem-aventurado, e essa bem-aventurança não é uma felicidade geral e indescritível, mas um benefício específico no sentido de que o sofrimento triunfante por causa de Cristo revela a aprovação de Deus. Quando um cristão sofre, a presença de Deus repousa nele de modo especial e dá-lhe uma força e uma resistência que vão além da dimensão física (At 6.9—7.60; 2Co 12,7-10).

2. O sofrimento imposto pelo poder imperial como tema principal da epístola. A Primeira Epístola de Pedro tem o propósito de encorajar a perseverança na fé mesmo diante das adversidades e perseguições, tendo como referência o sofrimento de Cristo. O apóstolo Pedro, coluna da Igreja Primitiva que, por ciúme e inveja de seus adversários, foi perseguido mas sustentou o seu combate pela fé até à morte, para alcançar o lugar da glória prometido por Jesus. Ele foi uma “testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que vai ser revelada” (1Pe 5.1). Aqui o sofrimento é visto como uma virtude, uma demonstração de perseverança e fé cristã. O exemplo de Pedro é fortalecido por um exemplo superior, o de Jesus. Inspirado no texto de Isaías 53, conhecido como o cântico do “servo sofredor” e relido no Novo Testamento como referência ao sofrimento de Cristo. Pedro mostra que é preciso ser fiel ao Senhor mesmo na adversidade e em meio ao sofrimento injusto imposto pelo poder imperial e seus aliados. O apóstolo afirma que o sofrimento por causa da justiça (3.14) é a vontade e o projeto de Deus para os cristãos (3.17,19), como consequência de se fazer o bem e praticar a justiça de Deus (2.15), a exemplo de Jesus (2.24). Os cristãos que eram oprimidos pelo poder dominante da época viam na comunidade cristã um lugar em que podiam viver em família e amparados mutuamente (1.14,17,23). Todavia, a segunda epístola o apóstolo apresenta um ambiente bem diferente, onde havia disputa por poder. A comunidade passa a ser vítima de falsos mestres, avarentos e propagadores de fábulas complicadas, heresias e do ceticismo quanto à volta de Jesus (2Pe 2.1-3). Pedro adverte os líderes a apascentar o rebanho de Deus com cuidado e amor, sem autoritarismo e nem por avareza, para alcançar a glória que se há de revelar aos salvos (1Pe 5.1-5). O rebanho sofrido não deveria ser explorado e nem oprimido por ninguém, pois as ovelhas necessitavam de amparo e proteção, pois eram, e são, de Cristo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- É incomum as pessoas tratarem mal aqueles que se dedicam a fazer o bem. Nem mesmo um mundo hostil tem pressa de prejudicar pessoas que praticam o bem na sociedade, que são generosas e cuidadosas, mas isso acontece, e o apóstolo afirma que quando um crente é perseguido ou injuriado por causa de sua fé, ele se torna um ‘bem-aventurados’. Aqui a ideia é "privilegiados" ou "honrados” (Mt 5.10), e por isso mesmo, a recomendação: ‘Não vos amedronteis’ (3.14). Essa ideia foi emprestada de Isaías 8.12-13. Pedro queria incentivar seus leitores em seu sofrimento, fazendo-os se lembrar outra vez que até Cristo sofreu injustamente porque essa era a vontade de Deus (v. 17). Por fim, no entanto, Cristo teve uma vitória maravilhosa a ponto de ser exaltado à destra de Deus enquanto todos aqueles demônios que estavam por trás de seu sofrimento se tornaram submissos a ele para sempre (v. 22). Deus também levou ao triunfo os leitores de Pedro que estavam sofrendo.
- Uma vez que o principal objetivo do pastoreio é a alimentação, ou seja, o ensino, cada presbítero deve estar apto a ensinar (Jo 21.1.5-17; 1Tm 3.2; Tt 1.9). A alimentação do rebanho também inclui protegê-lo (At 20.28-30). Em ambos os deveres, deve-se lembrar que o rebanho pertence a Deus, e não ao pastor. Deus confia parte de seu rebanho ao pastor de uma igreja para que esse rebanho seja orientado, cuidado e alimentado. Os falsos mestres são sempre motivados pela ganância, pelo dinheiro, e o uso de seu poder e posição para privar as pessoas de sua própria riqueza (2Pe 2.1-3). A Escritura é clara quando diz que as igrejas deveriam pagar bem seus pastores (1Co 9.7-14; 1Tm .5.17-18); porém, o desejo de ganhar dinheiro sem merecer nunca deve motivar o serviço dos ministros (1Tm 3.3; 6.9-11; 2Tm 2.4; Tt 1.7; 2Pe 2.3; Jr 6.13; 8.10; Mq 3.11; .Ml 1.10). No capítulo 5.3, o apóstolo oriente: “nem como dominadores” - essa é a terceira maior tentação para um pastor: 1) preguiça (v. 2); 2) administração desonesta do dinheiro (v. 2); e 3) demagogia. Nesse contexto, "dominador" significa dominar alguém ou alguma situação. Implica o uso da manipulação e da intimidação por parte da liderança (Mt 20.25-20). Em vez disso, a verdadeira liderança espiritual dá-se pelo exemplo (1Tm 4.12).

CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que a igreja local tem poder para tratar questões internas entre seus membros. Aprendemos também que a liderança da igreja local deve estar alerta contra os pseudolíderes e sobre a grande responsabilidade que é cuidar do rebanho do Senhor. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 12, 23 Junho, 2019]
- A Palavra de Deus é o nosso manual para resolução de qualquer tipo de divergência que ocorrer. Em primeiro lugar Deus. Sua Palavra. Oração. Por último nossos argumentos. Se nossos argumentos são opostos ao que Diz a Bíblia, nosso dever é ficar com a Bíblia.

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JUNHO de 2019

HORA DA REVISÃO
1. Quais os conflitos enfrentados pela igreja em Corinto?
A Primeira Epístola aos Coríntios apresenta uma série de conflitos, como por exemplo, divisões, dissensões e imoralidade.
2. O poder de julgamento da igreja, de acordo com a lição, está condicionado a quê?
O poder de julgamento da igreja estava condicionado à prática da justiça.
3. Quem eram os destinatários da Primeira Epístola de Pedro?
Os “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas na Ásia Menor.
4. Os crentes dispersos para quem Pedro escreveu sofriam quais perseguições?
Como se não bastasse à condição social da comunidade cristã nestas regiões, eles sofriam perseguições dos romanos, que consideravam os cristãos como povo desprezível, supersticioso e pervertor da moral e da ordem romana; dos judeus, que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos e da própria população local, quer por motivos sociais ou pela diferença de práticas religiosas e políticas.
5. Com suas palavras, diga como devemos nos comportar em relação à liderança da igreja?
Devemos nos comportar com respeito e em obediência. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 6, 12 Maio, 2019]