Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos
olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
- L I Ç Ã O 10 -
9 de JUNHO de 2019
O PODER E OS REINOS DESTE MUNDO
TEXTO DO DIA
“Respondeu Jesus: Nenhum poder
terias contra mim, se de cima te não fosse dado [...].” (Jo 19.11)
SÍNTESE
Um dia, os poderosos deste mundo
terão de se dobrar diante de quem tem verdadeiramente todo o poder, o Senhor, o
Todo-Poderoso.
TEXTO
BÍBLICO
João 19.1-11
1 Pilatos, pois, tomou, então, a
Jesus e o açoitou.
2 E os soldados, tecendo uma coroa
de espinhos, lha puseram sobre a cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura.
3 E diziam: Salve, rei dos judeus!
E davam-lhe bofetadas.
4 Então, Pilatos saiu outra vez
fora e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho
nele crime algum.
5 Saiu, pois, Jesus, levando a
coroa de espinhos e a veste de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.
6 Vendo-o, pois, os principais dos
sacerdotes e os servos, gritaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes
Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu nenhum crime acho nele.
7 Responderam-lhe os judeus: Nós
temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de
Deus.
8 E Pilatos, quando ouviu essa
palavra, mais atemorizado ficou.
9 E entrou outra vez na audiência
e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
10 Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me
falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para
te soltar?
11 Respondeu Jesus: Nenhum poder
terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a
ti maior pecado tem.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Poder é um assunto que suscita muitos questionamentos e poucas
respostas. Alguns o defendem como um bem a ser preservado para a justiça, e
outros, como um mal necessário e inevitável. Há os que defendem que é um mal,
por natureza, a ser eliminado. Certo é que não há como viver sem se relacionar
com o poder. Mal ou bem, depende de quem o detém e a maneira como faz uso dele.
E a Bíblia, o que ensina a respeito do poder? O cristão sabe lidar com ele?
Nesta lição, refletiremos acerca de um texto do Evangelho de João que trata a
respeito do julgamento de Jesus. Veremos quais eram as autoridades naquele
tempo e como o Mestre lidou com o poder.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- “Poder é o direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto,
exercer sua autoridade, soberania, a posse de um domínio, da influência ou da
força. Poder é um termo que se originou a partir do latim possum, que significa
“ser capaz de”, e é uma palavra que pode ser aplicada em diversas definições e
áreas.” (SIGNIFICADOS). Existe poder aquisitivo, poder político, poder
jovem, poder mental, poder internacional. Existe também o poder espiritual, que
difere substancialmente de qualquer outro tipo de poder. Reúne uma porção
enorme de valores relacionados com a vida em estreita e permanente comunhão com
Deus, como aptidão, autoridade, eficácia, entusiasmo, força, influência, meios,
possibilidades, recursos e vigor. No sentido profano, o poder pode vir da
posição social, das vantagens pessoais, da capacidade, do dinheiro, da
propaganda, da política, do voto, da força, do suborno. No sentido cristão, a
origem do poder é totalmente diversa e tem propósitos também diversos. Veja a
experiência do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12.7-10 e responda: de que depende
o poder espiritual e com que objetivo ele nos é dado? – That said, let's think maturely the Christian
faith!
I - O PODER QUE IMPERA NO MUNDO
“1. O poder do Império Romano no primeiro século. O modo de
dominação imposta pelo Império Romano afetou profundamente a vida dos judeus. A
opressão imperial era sustentada por meio da força de legiões de soldados. A
Palestina já havia tido experiências de opressões imperialistas antes dos
romanos, por meio de extorsão de excedentes agrícolas e escravização. No
entanto, a comercialização romana era bem mais invasiva. A agricultura era a
base da economia dos habitantes da Palestina e os romanos se apropriavam das
colheitas. Eles tiravam a dignidade dos campesinos, pois a dominação romana não
significava somente a submissão a uma pesada tributação, mas, acima de tudo,
era uma grave ameaça à própria existência. Toda a situação de injustiça
sistêmica e opressão institucionalizada eram “legitimadas” pela firme crença de
que o Império Romano era universal, desejado e protegido pelos deuses. Uma
dominação sustentada por um exército considerado invencível e sob o pretexto de
uma paz garantida.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9
Junho, 2019]
- Em 63 a.C., o General Romano Pompeu
invade e toma Jerusalém, dando início a dominação romana, que se estenderá além
do “período bíblico”, o qual termina nos inícios do 2º século da era cristã,
quando a Bíblia praticamente fica concluída. O Império Romano, em Roma era uma
democracia, onde alguns cidadão podiam exercer o direito do voto, bem como,
serem votados; No entanto, nas províncias sob seu domínio, se parecia mais com
uma ditadura! Os administradores dessa províncias exerciam seu poder com
tirania, perversidade e opressão. Herodes foi nomeado por Julio Cesar para governar
a Galileia e a Pereia, o que fez até o nascimento de Jesus. Logo que assumiu o
comando, elimina os opositores e ele próprio nomeia os sumos sacerdotes. Nesse
ambiente político, Jesus desenvolveu seu ministério em meio a partidos
político-religiosos e movimentos populares. Uns eram a favor da ditadura Romana:
● Os Herodianos: Partidários do
Rei Herodes que era um servo do Império Romano. Praticavam a corrupção,
repressão, e matavam inocentes para se manter no poder. (Mt 2.16,17; Mc 3.6);
● Os Saduceus: Viviam às custas
do sistema de exploração do Templo de Jerusalém. Eram extremamente
materialistas (apesar de serem sacerdotes) e não acreditavam na Ressurreição
dos mortos. Formavam a maior parte do sinédrio que governava Jerusalém e
acabaram condenando Jesus à morte. (Mc 12.18-27);
● Os Fariseus: Davam sustento
Ideológico do domínio romano e ao sistema do Templo de Jerusalém. Usavam a Lei
para dominar o povo. Andavam sempre no meio do povo e foram os que mais
discutiram com Jesus. Alguns aos poucos foram passando para o lado de Jesus (Mt
23.1-36; Jo 3.1,2).
Também haviam grupos contrários
ao poder romano, dentre eles, havia um grupo fechado, separado do convívio com
os judeus por considerá-los corruptos e desviados e preparavam-se para o dia da
grande batalha contra as forças do mal - os Essênios. Não há registros diretos deste grupo nos Evangelhos. Eles
foram descobertos a partir das ruínas de Quram no Mar Morto na palestina.
Também havia os Sicários, um grupo
‘terrorista’ que assassinava a soldadesca romana à facadas, daí seu nome. Há
alguns que acreditam que Judas Iscariotes pertenceu a esse grupo e afirmam que,
a não aceitação de Jesus de seus métodos, tenha levado Judas a traí-lo (Mt
26,51-52). Por fim, os Zelotes, que queriam
substituir o domínio romano por um rei judeu, mas não criticavam o sistema do
Templo de Jerusalém. A cena de Jesus entrando em Jerusalém aclamado como rei,
talvez tenha alegrado esse partido (Mc 11,1-11), e Simão, membro desse partido,
deve ter visto em Jesus e nessa cena, o Rei dos Judeus! (Mt 10.4).
“2. O poder dos reinos do mundo e a glória
deles na tentação de Jesus (Mt 4.8-11). A terceira e última tentação de
Jesus narrada por Mateus tem muito a nos ensinar a respeito do poder e sua
utilização. Ela nos mostra o risco de desejarmos o poder dos reinos desse
mundo, em detrimento da adoração a Deus. O lugar da terceira tentação é um monte
muito alto com visão de todos os reinos do mundo. Sabemos que o ser humano tem
uma tendência a querer poder. Todos querem o domínio, a diferença é que alguns
têm equilíbrio, enquanto outros não se importam com os meios para conquistá-lo,
e para estes, os meios justificam os fins. O texto em apreço pode dar a
entender que o Inimigo domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de
oferecê-los a Jesus. Mas ele é o pai da mentira. Jesus rejeita tal oferta e
vence o Diabo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9
Junho, 2019]
- Jesus não contestou as
palavras de Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo
(Lc 4.6). De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste
mundo (Jo 16.11). O apóstolo João nos diz que “o mundo está no maligno” (1Jo
5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é “príncipe das potestades do ar” (Ef
2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas, assim como Jesus
Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17.9; 18.36). É lamentável quando
crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste mundo, mas também ficam
totalmente comprometidos com ele. “A
terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se
algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as
quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre
os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em
troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do
Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois
está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’"
(Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).” (GOTQUESTIONS). Satanás é o "príncipe deste mundo" (Jo
12.31; 14.30; 16.11) e "o Deus deste século" (2Co 4.4). O mundo inteiro
está sob o seu poder (1 Jo 5.19). Isso é ilustrado em Dn 10.13, onde o poder
demoníaco controlava o reino da Pérsia, de modo que um demônio é chamado de
Príncipe da Pérsia, um anjo mau que se opôs a Gabriel numa batalha celestial (Ap
16.12-14). Esse anjo foi especialmente ungido com o poder persa num esforço
para frustrar a obra de Deus. Isso nos diz que Satanás se empenha em guerra
espiritual para influenciar gerações e as nações contra Deus e sou povo (Ef
6.1O).
“3. A força manipuladora do poder. Talvez
essa seja uma das mais perigosas tentações, quando você pensa que está fazendo
um bem e na realidade está sendo usado para fazer o mal a você e às pessoas que
poderiam se beneficiar com sua ação. Por isso, a importância de estar
sincronizado com Deus para não ser enganado pelo mal. Jesus sabia o caminho que
teria que percorrer para cumprir sua missão, que não era política. O Salvador
veio a fim de buscar o perdido, e não libertar os judeus do jugo romano (Lc
19.10). Jesus não priorizou o que é deste mundo, mas o que é eterno, pois os
reinos e a glória deste mundo são passageiros.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Quando o Diabo quer ver a
queda de alguém, procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação
de ser visto, de ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez
centenas de pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com
características cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de
Satanás. Há um reconhecimento e uma fama que são bíblicas e não há nada
pecaminoso nisso (Gn 12.2; 2Sm 7.9). Todavia, quando o desejo por publicidade
se torna um fim em si mesmo, então passa-se a fazer o jogo do Diabo.
Infelizmente, muitos não medem esforços para se exibir. Isso é pecado, mesmo
que seja na esfera religiosa ou espiritual.
- A frase "deus deste
mundo" (ou "deus deste século") indica que Satanás é a maior
influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista da
maioria das pessoas. Sua influência também abrange filosofias, educação e
comércio mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações e falsas religiões do
mundo estão sob o seu controle e surgiram a partir de suas mentiras e enganos.
Satanás também é chamado de "príncipe das potestades do ar" em
Efésios 2:2. Ele é o "príncipe deste mundo" em João 12:31. Estes
títulos e muitos outros representam as capacidades de Satanás. Dizer, por
exemplo, que Satanás é o "príncipe das potestades do ar" significa
que, de alguma forma, ele governa o mundo e as pessoas. Isso não quer dizer que
ele governa o mundo completamente; Deus ainda é soberano. Entretanto, significa
que Deus, em Sua infinita sabedoria, permitiu que Satanás operasse neste mundo
dentro dos limites que Deus estabeleceu para ele. Quando a Bíblia diz que
Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que Deus deu a ele
domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais sob o domínio de
Satanás (Colossenses 1:13). Os incrédulos, por outro lado, estão presos
"no laço do diabo" (2 Timóteo 2:26), encontram-se no "poder do
maligno" (1 João 5:19) e são escravos de Satanás (Efésios 2:2). Assim,
quando a Bíblia diz que Satanás é o "deus deste mundo", ela não está
dizendo que ele tem autoridade máxima. Está transmitindo a ideia de que Satanás
governa o mundo descrente de uma maneira específica. Em 2 Coríntios 4:4, o
incrédulo segue agenda de Satanás: "o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". O esquema de Satanás
inclui a promoção de falsas filosofias no mundo - filosofias que cegam o
incrédulo para a verdade do Evangelho. As filosofias de Satanás são as
fortalezas nas quais as pessoas são presas, e elas devem ser libertas por
Cristo. Um exemplo de tal filosofia falsa é a crença de que o homem possa
ganhar o favor de Deus por um determinado ato ou atos. Em quase todas as
religiões falsas, merecer o favor de Deus ou ganhar a vida eterna é um tema
predominante. Ganhar a salvação pelas obras, no entanto, é contrário à
revelação bíblica. O homem não pode trabalhar para ganhar o favor de Deus; a
vida eterna é um dom gratuito (ver Efésios 2:8-9). E esse dom gratuito está
disponível por meio de Jesus Cristo e só por Ele (João 3:16; 14:6). Você pode
perguntar por que a humanidade não simplesmente recebe o dom gratuito da
salvação (João 1:12). A resposta é que Satanás - o deus deste mundo - tem
tentado a humanidade a seguir o seu orgulho em seu lugar. Satanás define a
agenda, o mundo incrédulo a segue e a humanidade continua a ser enganada. Não é
à toa que a Bíblia chama de Satanás de um mentiroso (João 8.44). Leia mais: (GOTQUESTIONS)
II - DEUS ESTÁ ACIMA DE TODO E QUALQUER PODER
“1. O poder de Pôncio Pilatos, a quem Jesus foi
entregue para ser julgado. Pilatos era um procurador nomeado pelo imperador
Tibério (14 a 37 d. C.) e não tinha a consideração dos judeus. Era sanguinário,
autoritário e arrogante. Não respeitava os limites do Templo de Jerusalém,
local onde tentou introduzir uma imagem do imperador e se apropriou dos
tesouros ali depositados para construir um aqueduto na capital. A relação de
Pilatos com os judeus pode ser vista no texto de Lucas 13.1. O sinédrio, antes
do domínio romano, tinha o poder de infligir sentença de morte, mas na época de
Jesus essa sentença tinha que ser sancionada pelos romanos. Portanto, apesar de
rivais, os principais líderes judeus governavam junto com o representante
romano, mas tinham seus poderes limitados. A decisão, segundo as leis deste
mundo, se Jesus viveria ou morreria, estava nas mãos de Pilatos (Lc 19.10).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Pôncio Pilatos foi o
governador romano que condenou Jesus à crucificação. Pilatos governou a Judeia
de 26 a 36 d.C., durante todo o tempo do ministério de Jesus e João Batista.
como pro-consul sob o governo do imperador Tibério. Seu nome sugere que ele era
romano da ordem eqüestre [A ordem equestre romana (ordo
equester) formava a mais baixa das duas classes aristocráticas da Roma Antiga,
estando abaixo da ordem senatorial (ordo senatorius)]. Isso significa que ele pertencia à classe média
superior. Alguns estudiosos acreditam que “Pilatos” era um cognome atribuído a
ele no serviço militar.
- Em Lucas 13.1 é dito que este
governador ‘...galileus cujo sangue
Pilatos misturara com os sacrifícios...’ Esse incidente está de acordo com
aquilo que se conhece sobre o caráter de Pilatos. Evidentemente, alguns
adoradores vindos da Galileia foram condenados por Roma — talvez por serem
zelotes revolucionários (um grupo determinado a pôr fim à dominação romana na
Palestina. E citado desse modo em At 1.13. É provável que Simão tenha sido
membro do partido zelote antes de ir a Cristo - Mt 10.4) – e foram procurados e
mortos no templo por autoridades romanas durante o processo de oferecimento de
um sacrifício. Essa matança teria sido a blasfêmia do tipo mais grotesco. Incidentes
como esse inflamaram o ódio dos judeus por Roma e finalmente levaram à rebelião
e à destruição de Jerusalém em 70 d.C.
- O Grande Sinédrio era uma
assembleia de juízes judeus que constituía a corte e legislativo supremos da
antiga Israel. O Grande Sinédrio incluía um chefe ou príncipe (Nasi), um
sumo-sacerdote (Cohen Gadol), um Av Beit Din (o segundo membro em importância)
e outros 69 integrantes que se sentavam em semicírculo (WIKIPEDIA).
“2. O poder político-religioso opositor a
Jesus. João utiliza o termo “os judeus” de forma diferenciada dos demais
evangelistas. Quando utilizado com conotação adversativa é para indicar os
opositores de Jesus e seus discípulos, um grupo judaico dominante e específico.
Eles eram autoridades político-religiosas que exerciam o poder político por
intermédio do Sinédrio e o poder religioso por meio do Templo e do culto
oficial (Jo 1.19; 2.18; 5.10). João mostra que mesmo entre os fariseus existiam
pessoas que criam em Jesus, mas estavam tão arraigadas ao sistema religioso que
não o confessavam como o Cristo para não serem expulsas da sinagoga (Jo 2.23;
12.10,11,.42). Entre as principais causas da oposição desse grupo a Jesus
estavam a sua messianidade, sua origem, suas pretensões de reino, sua posição
em relação ao sábado e a sua divindade (Jo 8.52,53,57,59). A influência e a
popularidade de Jesus levaram os poderosos da época a planejarem a morte do
Salvador.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9
Junho, 2019]
- O Sinédrio, o principal corpo
governante do povo judeu, era controlado pela família do sumo sacerdote. “A oposição a Jesus cresceu junto com a sua
popularidade. Os esforços da oposição
culminaram com protesto público, mais ou menos três anos após ter começado a pregar, para que fosse
crucificado. Vendo por cima, é surpreendente que alguém tão gentil, amável e
espiritual como Jesus tenha suscitado inimigos tão violentos. Jesus não tinha
nenhum apreço pelas crenças e pelos padrões tradicionais. Ele violou as
tradições referentes ao sábado, a tradição de purificação, as restrições de
falar com os gentios, os padrões de isolamento dos pecadores, as ordens de
jejuar etc. (veja Mateus 12,15; Marcos 2,3; João 4). Sua vida e seus ensinos
ultrajaram a ortodoxia religiosa. Quantos de nós seguimos comodamente as
tradições religiosas de nossos pais e de nossas autoridades eclesiásticas sem
jamais verificar o que Jesus disse sobre essas questões em sua palavra? Jesus
não era popular porque falava sem rodeios. Ele falava com ousadia contra todas
as formas de pecado veja Mateus 23. Vivendo numa época em que se considera
estreiteza de mente defender a verdade e opor-se aos enganos, imagino que a
maioria de nós não teria ficado muito à vontade com o jeito franco de Jesus
falar sobre o pecado e sobre o erro. Jesus não era áspero; mas não era nenhum
lisonjeiro. Tinha sobretudo palavras fortes para a elite religiosa da época. Por
fim, Jesus era pouco popular porque desafiava os que desejavam segui-lo a
calcular a despesa. Ele exigiu lealdade absoluta de seus discípulos (veja Lucas
9:57-62;14:25-33). No fim muitos acharam o desafio muito grande e desistiram.
Mas ele jamais abriu mão da sua exigência de dedicação total para com ele.”
- por Gary Fisher (ESTUDOSDABIBLIA)
“3. O contraste entre a realeza de Jesus e o
poder imperial. O texto joanino destaca o contraste entre a realeza de
Jesus e o modo de vida do poder imperial (privilégios, hierarquias, dominação,
hipocrisia, entre outros). Os representantes do poder imperial vão sendo
gradativamente desmascarados. No julgamento de Jesus (Jo 19.1-15), Pilatos até
aparenta estar impressionado com a postura do Salvador, mas logo demonstra sua
leviandade. Primeiro ele manda açoitar e humilhar Jesus (vv. 1-3), sendo que
tinha a intenção de soltá-lo (v. 4) e até o reconhece como rei (vv. 14,15).
Além disso, ficou entrando e saindo do pretório para conversar com os judeus e
com Jesus. Por outro lado, as autoridades político-religiosas, querendo a morte
de Jesus e, ao mesmo tempo, querendo manter a boa relação com os romanos, traem
a própria tradição e aliança com Deus. Eles afirmam que o único rei deles é
César (v. 15). Eles não entram no pretório para se manterem “puros” e
participarem da Páscoa, e não se preocupam em levar à morte um justo. Jesus e a
multidão assistiram à desmoralização desse poder arrogante e degradante.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Em João 18.36 está dito: “O meu reino não é deste mundo”, com essa
frase, Jesus quis dizer que o seu reino não está ligado a entidades terrenas de
cunho político e nacional, nem tem como origem o sistema do mundo perverso que
está em rebelião contra Deus. Se o seu reino fosse deste mundo, ele teria
lutado. Os reinos deste mundo se mantêm por meio de fortes lutas. O reino do
Messias não se origina dos esforços humanos, mas no Filho do Homem conquistando
forte e decisivamente o pecado na vida do seu povo, e, um dia, conquistará o
sistema do mundo perverso por ocasião de sua segunda vida, quando estabelecerá
a forma terrena do seu reino. O reino de Cristo não representava nenhuma ameaça
à identidade nacional de Israel ou à identidade política e militar de Roma.
Esse reino existirá em dimensão espiritual até o final dos tempos (Ap 11.15).
No capítulo 19.9, Pilatos pergunta ‘Donde
és tu?’, preocupado com as origens de Jesus. Sua mente supersticiosa se
perguntava com que tipo de pessoa exatamente estava lidando. Embora tenha
afirmado que possuía poder para libertar e/ou condenar a Jesus, Pilatos não
tinha o controle real, porém ainda assim era o agente moral responsável por
suas ações. “Pilatos até aparenta estar impressionado com a
postura do Salvador”, de fato, estava
impressionado, em sua mentalidade supersticiosa (Jo 19.8). Muitos oficiais
romanos eram profundamente supersticiosos. Enquanto os judeus interpretaram as
reivindicações de Jesus como messiânicas, para as pessoas greco-romanas, o
título "Filho de Deus" colocava Jesus na categoria de "homens
divinos", dotados de poderes sobrenaturais. Pilatos estava com medo porque
havia açoitado e torturado uma pessoa que, segundo o seu raciocínio, podia
trazer maldição para ele ou vingar-se dele. “Eis aqui o vosso rei” (Jo 19.14) - Essa foi uma zombaria de Pilatos
— que um homem tão brutalizado e indefeso era o rei adequado para eles. Essa
zombaria teve continuidade com a colocação da placa na cruz (vs. 19-22).
“4. Pilatos fica inseguro diante da
afirmação da divindade de Jesus. No primeiro século, o Império Romano
empunhava sobre os liderados a chamada teologia “augustana”, centrada na
divindade do Imperador. Antes de Jesus Cristo, estes foram os títulos de César
Augusto: Divino, Filho de Deus, Deus, Deus de Deus, Senhor, Redentor,
Libertador, Salvador do Mundo. O evangelista assevera que Pilatos, quando se
depara com a declaração dos judeus de que Jesus teria afirmado ser filho de
Deus, ele “mais atemorizado ficou” (v. 8). A ansiedade o faz voltar ao pretório
para dialogar com Jesus. Ele quer saber a origem do Senhor (v. 9), mas dessa
vez Jesus se “impõe” por meio do silêncio. Pilatos, o “poderoso”, se apequena
diante de Jesus, aparentemente indefeso e tenta fazer uso do poder e da
autoridade a ele conferida pelo Império Romano, mas mesmo assim, Jesus afirma
que acima do “todo poderoso Império Romano” há um poder maior, que é Deus e que
somente Ele tem poder sobre tudo e todos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- O próprio designativo ‘Cesar
Augusto’ já era um título, este dado ao primeiro Imperador de Roma - Caio Otávio (frequentemente referido
simplesmente como Augusto). O título
Augusto (Augustus, plural: augusti;
Latim para "majestoso," "o exaltado," ou
"venerável"), com a morte de Caio Otávio, tornou-se um título oficial
de seu sucessor, sendo também usado por imperadores romanos daí em diante. Como
já explicado no subtópico anterior, a insegurança de Pilatos diante de Jesus,
se deu mais pela sua mente superstiosa do que pelo reconhecimento da autoridade
e poder divinos de Jesus, Pilatos não reconheceu Jesus como o Filho de Deus,
mas como um homem-divino, como rezava a superstição da religião romana. Seu
medo, no entanto, foi maior pela intimidação dos judeus: “não és amigo de César!” (Jo 19.12). Essa afirmação dos judeus está carregada de ironia, pois o
ódio dos judeus em relação a Roma certamente indicava que eles também não eram
amigos de César. Mas eles sabiam que Pilatos temia Tibério César (o governador
romano no tempo da crucificação de Jesus), pois ele tinha uma personalidade altamente
suspeita e aplicava punições cruéis. Pilatos já havia criado uma revolta na
Palestina por vários atos tolos que tinham enfurecido os judeus; ele estava sob
o escrutínio de Roma para ver se sua ineptidão continuaria. Os judeus o estavam
intimidando com a ameaça de outra revolta, que poderia pôr um fim no seu poder
na Palestina, caso não executasse Jesus. Pilatos capitulou sob a pressão e
preparou-se para proferir a sentença com base na acusação original de sedição
contra Roma. A ironia é que Pilatos julgou alguém a quem o próprio Pai
"confiou todo julgamento" (Jo 5.22) e que podia aplicar justa
condenação a Pilatos.
CONCLUSÃO
“Nesta lição aprendemos que o poder exercido pelo Império Romano
continua sendo o modelo que opera no mundo, que jaz no maligno. Aprendemos que
todo poder emana de Deus e que Ele está acima de tudo e todos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Satanás é a maior influência
sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista da maioria das
pessoas. Sua influência também abrange filosofias, educação e comércio
mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações e falsas religiões do mundo
estão sob o seu controle e surgiram a partir de suas mentiras e enganos. A
afirmação de Jesus a Pilatos em João 19.11, indica que nem mesmo o pior dos males
pode escapar da soberania de Deus. Muito além de todo e qualquer poder exercido
neste mundo, está a soberania divina e o controle da história por Deus, apesar
de que, não possuir o poder real, ainda assim torna os poderosos deste mundo
agentes morais responsáveis por suas ações. Para nós fica o exemplo de Jesus, quando
confrontado com oposição e o mal, o Mestre encontrava consolo na soberania de
seu Pai (Jo 6.43-44,65; 10.18.28-29). Concluo este comentário lembrando que, quando
a Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que
Deus deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais
sob o domínio de Satanás (Cl 1.13). Os incrédulos, por outro lado, estão presos
"no laço do diabo" (2Tm 2.26), encontram-se no "poder do
maligno" (1Jo 5.19) e são escravos de Satanás (Ef 2.2).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
JUNHO de
2019
HORA DA
REVISÃO
1. A opressão romana era sustentada por meio de quê?
A opressão imperial era sustentada por meio da força de legiões de
soldados.
2. Qual era a base da economia dos habitantes da
Palestina?
A agricultura era à base da economia dos habitantes da Palestina e os
romanos se apropriavam das colheitas.
3. Segundo a lição, o que podemos aprender com a
terceira tentação de Jesus?
Ela nos mostra o risco de desejarmos o poder dos reinos desse mundo, em
detrimento da adoração ao Deus verdadeiro.
4. Quem foi Pôncio Pilatos?
Pilatos era um procurador nomeado pelo imperador Tibério (14 a 37 d. C.)
e não tinha a consideração dos judeus.
5. Segundo a lição, quem eram os opositores de Jesus?
Eram autoridades político-religiosas que exerciam o poder político por
intermédio do Sinédrio e o poder religioso por meio do Templo e do culto
oficial (Jo 1.19; 2.18; 5.10). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre
2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]