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2 de junho de 2019

(JOVENS) Lição 10: O PODER E OS REINOS DESTE MUNDO


REVISTA JOVENS 2° TRIMESTRE 2019
Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves

- L I Ç Ã O   10 -
9 de JUNHO de 2019

O PODER E OS REINOS DESTE MUNDO

TEXTO DO DIA
“Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado [...].” (Jo 19.11)


SÍNTESE
Um dia, os poderosos deste mundo terão de se dobrar diante de quem tem verdadeiramente todo o poder, o Senhor, o Todo-Poderoso.

TEXTO BÍBLICO
João 19.1-11
1 Pilatos, pois, tomou, então, a Jesus e o açoitou.
2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura.
3 E diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.
4 Então, Pilatos saiu outra vez fora e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.
5 Saiu, pois, Jesus, levando a coroa de espinhos e a veste de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.
6 Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, gritaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu nenhum crime acho nele.
7 Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.
8 E Pilatos, quando ouviu essa palavra, mais atemorizado ficou.
9 E entrou outra vez na audiência e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
10 Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?
11 Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Poder é um assunto que suscita muitos questionamentos e poucas respostas. Alguns o defendem como um bem a ser preservado para a justiça, e outros, como um mal necessário e inevitável. Há os que defendem que é um mal, por natureza, a ser eliminado. Certo é que não há como viver sem se relacionar com o poder. Mal ou bem, depende de quem o detém e a maneira como faz uso dele. E a Bíblia, o que ensina a respeito do poder? O cristão sabe lidar com ele? Nesta lição, refletiremos acerca de um texto do Evangelho de João que trata a respeito do julgamento de Jesus. Veremos quais eram as autoridades naquele tempo e como o Mestre lidou com o poder.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- “Poder é o direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto, exercer sua autoridade, soberania, a posse de um domínio, da influência ou da força. Poder é um termo que se originou a partir do latim possum, que significa “ser capaz de”, e é uma palavra que pode ser aplicada em diversas definições e áreas.” (SIGNIFICADOS). Existe poder aquisitivo, poder político, poder jovem, poder mental, poder internacional. Existe também o poder espiritual, que difere substancialmente de qualquer outro tipo de poder. Reúne uma porção enorme de valores relacionados com a vida em estreita e permanente comunhão com Deus, como aptidão, autoridade, eficácia, entusiasmo, força, influência, meios, possibilidades, recursos e vigor. No sentido profano, o poder pode vir da posição social, das vantagens pessoais, da capacidade, do dinheiro, da propaganda, da política, do voto, da força, do suborno. No sentido cristão, a origem do poder é totalmente diversa e tem propósitos também diversos. Veja a experiência do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12.7-10 e responda: de que depende o poder espiritual e com que objetivo ele nos é dado? – That said, let's think maturely the Christian faith!

I - O PODER QUE IMPERA NO MUNDO
1. O poder do Império Romano no primeiro século. O modo de dominação imposta pelo Império Romano afetou profundamente a vida dos judeus. A opressão imperial era sustentada por meio da força de legiões de soldados. A Palestina já havia tido experiências de opressões imperialistas antes dos romanos, por meio de extorsão de excedentes agrícolas e escravização. No entanto, a comercialização romana era bem mais invasiva. A agricultura era a base da economia dos habitantes da Palestina e os romanos se apropriavam das colheitas. Eles tiravam a dignidade dos campesinos, pois a dominação romana não significava somente a submissão a uma pesada tributação, mas, acima de tudo, era uma grave ameaça à própria existência. Toda a situação de injustiça sistêmica e opressão institucionalizada eram “legitimadas” pela firme crença de que o Império Romano era universal, desejado e protegido pelos deuses. Uma dominação sustentada por um exército considerado invencível e sob o pretexto de uma paz garantida.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Em 63 a.C., o General Romano Pompeu invade e toma Jerusalém, dando início a dominação romana, que se estenderá além do “período bíblico”, o qual termina nos inícios do 2º século da era cristã, quando a Bíblia praticamente fica concluída. O Império Romano, em Roma era uma democracia, onde alguns cidadão podiam exercer o direito do voto, bem como, serem votados; No entanto, nas províncias sob seu domínio, se parecia mais com uma ditadura! Os administradores dessa províncias exerciam seu poder com tirania, perversidade e opressão. Herodes foi nomeado por Julio Cesar para governar a Galileia e a Pereia, o que fez até o nascimento de Jesus. Logo que assumiu o comando, elimina os opositores e ele próprio nomeia os sumos sacerdotes. Nesse ambiente político, Jesus desenvolveu seu ministério em meio a partidos político-religiosos e movimentos populares. Uns eram a favor da ditadura Romana:
Os Herodianos: Partidários do Rei Herodes que era um servo do Império Romano. Praticavam a corrupção, repressão, e matavam inocentes para se manter no poder. (Mt 2.16,17; Mc 3.6);
Os Saduceus: Viviam às custas do sistema de exploração do Templo de Jerusalém. Eram extremamente materialistas (apesar de serem sacerdotes) e não acreditavam na Ressurreição dos mortos. Formavam a maior parte do sinédrio que governava Jerusalém e acabaram condenando Jesus à morte. (Mc 12.18-27);
Os Fariseus: Davam sustento Ideológico do domínio romano e ao sistema do Templo de Jerusalém. Usavam a Lei para dominar o povo. Andavam sempre no meio do povo e foram os que mais discutiram com Jesus. Alguns aos poucos foram passando para o lado de Jesus (Mt 23.1-36; Jo 3.1,2).
Também haviam grupos contrários ao poder romano, dentre eles, havia um grupo fechado, separado do convívio com os judeus por considerá-los corruptos e desviados e preparavam-se para o dia da grande batalha contra as forças do mal - os Essênios. Não há registros diretos deste grupo nos Evangelhos. Eles foram descobertos a partir das ruínas de Quram no Mar Morto na palestina. Também havia os Sicários, um grupo ‘terrorista’ que assassinava a soldadesca romana à facadas, daí seu nome. Há alguns que acreditam que Judas Iscariotes pertenceu a esse grupo e afirmam que, a não aceitação de Jesus de seus métodos, tenha levado Judas a traí-lo (Mt 26,51-52). Por fim, os Zelotes, que queriam substituir o domínio romano por um rei judeu, mas não criticavam o sistema do Templo de Jerusalém. A cena de Jesus entrando em Jerusalém aclamado como rei, talvez tenha alegrado esse partido (Mc 11,1-11), e Simão, membro desse partido, deve ter visto em Jesus e nessa cena, o Rei dos Judeus! (Mt 10.4).

2. O poder dos reinos do mundo e a glória deles na tentação de Jesus (Mt 4.8-11). A terceira e última tentação de Jesus narrada por Mateus tem muito a nos ensinar a respeito do poder e sua utilização. Ela nos mostra o risco de desejarmos o poder dos reinos desse mundo, em detrimento da adoração a Deus. O lugar da terceira tentação é um monte muito alto com visão de todos os reinos do mundo. Sabemos que o ser humano tem uma tendência a querer poder. Todos querem o domínio, a diferença é que alguns têm equilíbrio, enquanto outros não se importam com os meios para conquistá-lo, e para estes, os meios justificam os fins. O texto em apreço pode dar a entender que o Inimigo domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de oferecê-los a Jesus. Mas ele é o pai da mentira. Jesus rejeita tal oferta e vence o Diabo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Jesus não contestou as palavras de Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo (Lc 4.6). De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 16.11). O apóstolo João nos diz que “o mundo está no maligno” (1Jo 5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas, assim como Jesus Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17.9; 18.36). É lamentável quando crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste mundo, mas também ficam totalmente comprometidos com ele. “A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).” (GOTQUESTIONS). Satanás é o "príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e "o Deus deste século" (2Co 4.4). O mundo inteiro está sob o seu poder (1 Jo 5.19). Isso é ilustrado em Dn 10.13, onde o poder demoníaco controlava o reino da Pérsia, de modo que um demônio é chamado de Príncipe da Pérsia, um anjo mau que se opôs a Gabriel numa batalha celestial (Ap 16.12-14). Esse anjo foi especialmente ungido com o poder persa num esforço para frustrar a obra de Deus. Isso nos diz que Satanás se empenha em guerra espiritual para influenciar gerações e as nações contra Deus e sou povo (Ef 6.1O).

3. A força manipuladora do poder. Talvez essa seja uma das mais perigosas tentações, quando você pensa que está fazendo um bem e na realidade está sendo usado para fazer o mal a você e às pessoas que poderiam se beneficiar com sua ação. Por isso, a importância de estar sincronizado com Deus para não ser enganado pelo mal. Jesus sabia o caminho que teria que percorrer para cumprir sua missão, que não era política. O Salvador veio a fim de buscar o perdido, e não libertar os judeus do jugo romano (Lc 19.10). Jesus não priorizou o que é deste mundo, mas o que é eterno, pois os reinos e a glória deste mundo são passageiros.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Quando o Diabo quer ver a queda de alguém, procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação de ser visto, de ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez centenas de pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com características cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de Satanás. Há um reconhecimento e uma fama que são bíblicas e não há nada pecaminoso nisso (Gn 12.2; 2Sm 7.9). Todavia, quando o desejo por publicidade se torna um fim em si mesmo, então passa-se a fazer o jogo do Diabo. Infelizmente, muitos não medem esforços para se exibir. Isso é pecado, mesmo que seja na esfera religiosa ou espiritual.
- A frase "deus deste mundo" (ou "deus deste século") indica que Satanás é a maior influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista da maioria das pessoas. Sua influência também abrange filosofias, educação e comércio mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações e falsas religiões do mundo estão sob o seu controle e surgiram a partir de suas mentiras e enganos. Satanás também é chamado de "príncipe das potestades do ar" em Efésios 2:2. Ele é o "príncipe deste mundo" em João 12:31. Estes títulos e muitos outros representam as capacidades de Satanás. Dizer, por exemplo, que Satanás é o "príncipe das potestades do ar" significa que, de alguma forma, ele governa o mundo e as pessoas. Isso não quer dizer que ele governa o mundo completamente; Deus ainda é soberano. Entretanto, significa que Deus, em Sua infinita sabedoria, permitiu que Satanás operasse neste mundo dentro dos limites que Deus estabeleceu para ele. Quando a Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que Deus deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais sob o domínio de Satanás (Colossenses 1:13). Os incrédulos, por outro lado, estão presos "no laço do diabo" (2 Timóteo 2:26), encontram-se no "poder do maligno" (1 João 5:19) e são escravos de Satanás (Efésios 2:2). Assim, quando a Bíblia diz que Satanás é o "deus deste mundo", ela não está dizendo que ele tem autoridade máxima. Está transmitindo a ideia de que Satanás governa o mundo descrente de uma maneira específica. Em 2 Coríntios 4:4, o incrédulo segue agenda de Satanás: "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". O esquema de Satanás inclui a promoção de falsas filosofias no mundo - filosofias que cegam o incrédulo para a verdade do Evangelho. As filosofias de Satanás são as fortalezas nas quais as pessoas são presas, e elas devem ser libertas por Cristo. Um exemplo de tal filosofia falsa é a crença de que o homem possa ganhar o favor de Deus por um determinado ato ou atos. Em quase todas as religiões falsas, merecer o favor de Deus ou ganhar a vida eterna é um tema predominante. Ganhar a salvação pelas obras, no entanto, é contrário à revelação bíblica. O homem não pode trabalhar para ganhar o favor de Deus; a vida eterna é um dom gratuito (ver Efésios 2:8-9). E esse dom gratuito está disponível por meio de Jesus Cristo e só por Ele (João 3:16; 14:6). Você pode perguntar por que a humanidade não simplesmente recebe o dom gratuito da salvação (João 1:12). A resposta é que Satanás - o deus deste mundo - tem tentado a humanidade a seguir o seu orgulho em seu lugar. Satanás define a agenda, o mundo incrédulo a segue e a humanidade continua a ser enganada. Não é à toa que a Bíblia chama de Satanás de um mentiroso (João 8.44). Leia mais: (GOTQUESTIONS)


II - DEUS ESTÁ ACIMA DE TODO E QUALQUER PODER
1. O poder de Pôncio Pilatos, a quem Jesus foi entregue para ser julgado. Pilatos era um procurador nomeado pelo imperador Tibério (14 a 37 d. C.) e não tinha a consideração dos judeus. Era sanguinário, autoritário e arrogante. Não respeitava os limites do Templo de Jerusalém, local onde tentou introduzir uma imagem do imperador e se apropriou dos tesouros ali depositados para construir um aqueduto na capital. A relação de Pilatos com os judeus pode ser vista no texto de Lucas 13.1. O sinédrio, antes do domínio romano, tinha o poder de infligir sentença de morte, mas na época de Jesus essa sentença tinha que ser sancionada pelos romanos. Portanto, apesar de rivais, os principais líderes judeus governavam junto com o representante romano, mas tinham seus poderes limitados. A decisão, segundo as leis deste mundo, se Jesus viveria ou morreria, estava nas mãos de Pilatos (Lc 19.10).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Pôncio Pilatos foi o governador romano que condenou Jesus à crucificação. Pilatos governou a Judeia de 26 a 36 d.C., durante todo o tempo do ministério de Jesus e João Batista. como pro-consul sob o governo do imperador Tibério. Seu nome sugere que ele era romano da ordem eqüestre [A ordem equestre romana (ordo equester) formava a mais baixa das duas classes aristocráticas da Roma Antiga, estando abaixo da ordem senatorial (ordo senatorius)]. Isso significa que ele pertencia à classe média superior. Alguns estudiosos acreditam que “Pilatos” era um cognome atribuído a ele no serviço militar.
- Em Lucas 13.1 é dito que este governador ‘...galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios...’ Esse incidente está de acordo com aquilo que se conhece sobre o caráter de Pilatos. Evidentemente, alguns adoradores vindos da Galileia foram condenados por Roma — talvez por serem zelotes revolucionários (um grupo determinado a pôr fim à dominação romana na Palestina. E citado desse modo em At 1.13. É provável que Simão tenha sido membro do partido zelote antes de ir a Cristo - Mt 10.4) – e foram procurados e mortos no templo por autoridades romanas durante o processo de oferecimento de um sacrifício. Essa matança teria sido a blasfêmia do tipo mais grotesco. Incidentes como esse inflamaram o ódio dos judeus por Roma e finalmente levaram à rebelião e à destruição de Jerusalém em 70 d.C.
- O Grande Sinédrio era uma assembleia de juízes judeus que constituía a corte e legislativo supremos da antiga Israel. O Grande Sinédrio incluía um chefe ou príncipe (Nasi), um sumo-sacerdote (Cohen Gadol), um Av Beit Din (o segundo membro em importância) e outros 69 integrantes que se sentavam em semicírculo (WIKIPEDIA).

2. O poder político-religioso opositor a Jesus. João utiliza o termo “os judeus” de forma diferenciada dos demais evangelistas. Quando utilizado com conotação adversativa é para indicar os opositores de Jesus e seus discípulos, um grupo judaico dominante e específico. Eles eram autoridades político-religiosas que exerciam o poder político por intermédio do Sinédrio e o poder religioso por meio do Templo e do culto oficial (Jo 1.19; 2.18; 5.10). João mostra que mesmo entre os fariseus existiam pessoas que criam em Jesus, mas estavam tão arraigadas ao sistema religioso que não o confessavam como o Cristo para não serem expulsas da sinagoga (Jo 2.23; 12.10,11,.42). Entre as principais causas da oposição desse grupo a Jesus estavam a sua messianidade, sua origem, suas pretensões de reino, sua posição em relação ao sábado e a sua divindade (Jo 8.52,53,57,59). A influência e a popularidade de Jesus levaram os poderosos da época a planejarem a morte do Salvador.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- O Sinédrio, o principal corpo governante do povo judeu, era controlado pela família do sumo sacerdote. “A oposição a Jesus cresceu junto com a sua popularidade. Os esforços da  oposição culminaram com protesto público, mais ou menos três anos    após ter começado a pregar, para que fosse crucificado. Vendo por cima, é surpreendente que alguém tão gentil, amável e espiritual como Jesus tenha suscitado inimigos tão violentos. Jesus não tinha nenhum apreço pelas crenças e pelos padrões tradicionais. Ele violou as tradições referentes ao sábado, a tradição de purificação, as restrições de falar com os gentios, os padrões de isolamento dos pecadores, as ordens de jejuar etc. (veja Mateus 12,15; Marcos 2,3; João 4). Sua vida e seus ensinos ultrajaram a ortodoxia religiosa. Quantos de nós seguimos comodamente as tradições religiosas de nossos pais e de nossas autoridades eclesiásticas sem jamais verificar o que Jesus disse sobre essas questões em sua palavra? Jesus não era popular porque falava sem rodeios. Ele falava com ousadia contra todas as formas de pecado veja Mateus 23. Vivendo numa época em que se considera estreiteza de mente defender a verdade e opor-se aos enganos, imagino que a maioria de nós não teria ficado muito à vontade com o jeito franco de Jesus falar sobre o pecado e sobre o erro. Jesus não era áspero; mas não era nenhum lisonjeiro. Tinha sobretudo palavras fortes para a elite religiosa da época. Por fim, Jesus era pouco popular porque desafiava os que desejavam segui-lo a calcular a despesa. Ele exigiu lealdade absoluta de seus discípulos (veja Lucas 9:57-62;14:25-33). No fim muitos acharam o desafio muito grande e desistiram. Mas ele jamais abriu mão da sua exigência de dedicação total para com ele.” - por Gary Fisher (ESTUDOSDABIBLIA)

3. O contraste entre a realeza de Jesus e o poder imperial. O texto joanino destaca o contraste entre a realeza de Jesus e o modo de vida do poder imperial (privilégios, hierarquias, dominação, hipocrisia, entre outros). Os representantes do poder imperial vão sendo gradativamente desmascarados. No julgamento de Jesus (Jo 19.1-15), Pilatos até aparenta estar impressionado com a postura do Salvador, mas logo demonstra sua leviandade. Primeiro ele manda açoitar e humilhar Jesus (vv. 1-3), sendo que tinha a intenção de soltá-lo (v. 4) e até o reconhece como rei (vv. 14,15). Além disso, ficou entrando e saindo do pretório para conversar com os judeus e com Jesus. Por outro lado, as autoridades político-religiosas, querendo a morte de Jesus e, ao mesmo tempo, querendo manter a boa relação com os romanos, traem a própria tradição e aliança com Deus. Eles afirmam que o único rei deles é César (v. 15). Eles não entram no pretório para se manterem “puros” e participarem da Páscoa, e não se preocupam em levar à morte um justo. Jesus e a multidão assistiram à desmoralização desse poder arrogante e degradante.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Em João 18.36 está dito: “O meu reino não é deste mundo”, com essa frase, Jesus quis dizer que o seu reino não está ligado a entidades terrenas de cunho político e nacional, nem tem como origem o sistema do mundo perverso que está em rebelião contra Deus. Se o seu reino fosse deste mundo, ele teria lutado. Os reinos deste mundo se mantêm por meio de fortes lutas. O reino do Messias não se origina dos esforços humanos, mas no Filho do Homem conquistando forte e decisivamente o pecado na vida do seu povo, e, um dia, conquistará o sistema do mundo perverso por ocasião de sua segunda vida, quando estabelecerá a forma terrena do seu reino. O reino de Cristo não representava nenhuma ameaça à identidade nacional de Israel ou à identidade política e militar de Roma. Esse reino existirá em dimensão espiritual até o final dos tempos (Ap 11.15). No capítulo 19.9, Pilatos pergunta ‘Donde és tu?’, preocupado com as origens de Jesus. Sua mente supersticiosa se perguntava com que tipo de pessoa exatamente estava lidando. Embora tenha afirmado que possuía poder para libertar e/ou condenar a Jesus, Pilatos não tinha o controle real, porém ainda assim era o agente moral responsável por suas ações. “Pilatos até aparenta estar impressionado com a postura do Salvador”, de fato, estava impressionado, em sua mentalidade supersticiosa (Jo 19.8). Muitos oficiais romanos eram profundamente supersticiosos. Enquanto os judeus interpretaram as reivindicações de Jesus como messiânicas, para as pessoas greco-romanas, o título "Filho de Deus" colocava Jesus na categoria de "homens divinos", dotados de poderes sobrenaturais. Pilatos estava com medo porque havia açoitado e torturado uma pessoa que, segundo o seu raciocínio, podia trazer maldição para ele ou vingar-se dele. “Eis aqui o vosso rei” (Jo 19.14) - Essa foi uma zombaria de Pilatos — que um homem tão brutalizado e indefeso era o rei adequado para eles. Essa zombaria teve continuidade com a colocação da placa na cruz (vs. 19-22).

4. Pilatos fica inseguro diante da afirmação da divindade de Jesus. No primeiro século, o Império Romano empunhava sobre os liderados a chamada teologia “augustana”, centrada na divindade do Imperador. Antes de Jesus Cristo, estes foram os títulos de César Augusto: Divino, Filho de Deus, Deus, Deus de Deus, Senhor, Redentor, Libertador, Salvador do Mundo. O evangelista assevera que Pilatos, quando se depara com a declaração dos judeus de que Jesus teria afirmado ser filho de Deus, ele “mais atemorizado ficou” (v. 8). A ansiedade o faz voltar ao pretório para dialogar com Jesus. Ele quer saber a origem do Senhor (v. 9), mas dessa vez Jesus se “impõe” por meio do silêncio. Pilatos, o “poderoso”, se apequena diante de Jesus, aparentemente indefeso e tenta fazer uso do poder e da autoridade a ele conferida pelo Império Romano, mas mesmo assim, Jesus afirma que acima do “todo poderoso Império Romano” há um poder maior, que é Deus e que somente Ele tem poder sobre tudo e todos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- O próprio designativo ‘Cesar Augusto’ já era um título, este dado ao primeiro Imperador de Roma - Caio Otávio (frequentemente referido simplesmente como Augusto). O título Augusto (Augustus, plural: augusti; Latim para "majestoso," "o exaltado," ou "venerável"), com a morte de Caio Otávio, tornou-se um título oficial de seu sucessor, sendo também usado por imperadores romanos daí em diante. Como já explicado no subtópico anterior, a insegurança de Pilatos diante de Jesus, se deu mais pela sua mente superstiosa do que pelo reconhecimento da autoridade e poder divinos de Jesus, Pilatos não reconheceu Jesus como o Filho de Deus, mas como um homem-divino, como rezava a superstição da religião romana. Seu medo, no entanto, foi maior pela intimidação dos judeus: “não és amigo de César! (Jo 19.12). Essa afirmação dos judeus está carregada de ironia, pois o ódio dos judeus em relação a Roma certamente indicava que eles também não eram amigos de César. Mas eles sabiam que Pilatos temia Tibério César (o governador romano no tempo da crucificação de Jesus), pois ele tinha uma personalidade altamente suspeita e aplicava punições cruéis. Pilatos já havia criado uma revolta na Palestina por vários atos tolos que tinham enfurecido os judeus; ele estava sob o escrutínio de Roma para ver se sua ineptidão continuaria. Os judeus o estavam intimidando com a ameaça de outra revolta, que poderia pôr um fim no seu poder na Palestina, caso não executasse Jesus. Pilatos capitulou sob a pressão e preparou-se para proferir a sentença com base na acusação original de sedição contra Roma. A ironia é que Pilatos julgou alguém a quem o próprio Pai "confiou todo julgamento" (Jo 5.22) e que podia aplicar justa condenação a Pilatos.


CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que o poder exercido pelo Império Romano continua sendo o modelo que opera no mundo, que jaz no maligno. Aprendemos que todo poder emana de Deus e que Ele está acima de tudo e todos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]
- Satanás é a maior influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista da maioria das pessoas. Sua influência também abrange filosofias, educação e comércio mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações e falsas religiões do mundo estão sob o seu controle e surgiram a partir de suas mentiras e enganos. A afirmação de Jesus a Pilatos em João 19.11, indica que nem mesmo o pior dos males pode escapar da soberania de Deus. Muito além de todo e qualquer poder exercido neste mundo, está a soberania divina e o controle da história por Deus, apesar de que, não possuir o poder real, ainda assim torna os poderosos deste mundo agentes morais responsáveis por suas ações. Para nós fica o exemplo de Jesus, quando confrontado com oposição e o mal, o Mestre encontrava consolo na soberania de seu Pai (Jo 6.43-44,65; 10.18.28-29). Concluo este comentário lembrando que, quando a Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que Deus deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais sob o domínio de Satanás (Cl 1.13). Os incrédulos, por outro lado, estão presos "no laço do diabo" (2Tm 2.26), encontram-se no "poder do maligno" (1Jo 5.19) e são escravos de Satanás (Ef 2.2).

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JUNHO de 2019

HORA DA REVISÃO
1. A opressão romana era sustentada por meio de quê?
A opressão imperial era sustentada por meio da força de legiões de soldados.
2. Qual era a base da economia dos habitantes da Palestina?
A agricultura era à base da economia dos habitantes da Palestina e os romanos se apropriavam das colheitas.
3. Segundo a lição, o que podemos aprender com a terceira tentação de Jesus?
Ela nos mostra o risco de desejarmos o poder dos reinos desse mundo, em detrimento da adoração ao Deus verdadeiro.
4. Quem foi Pôncio Pilatos?
Pilatos era um procurador nomeado pelo imperador Tibério (14 a 37 d. C.) e não tinha a consideração dos judeus.
5. Segundo a lição, quem eram os opositores de Jesus?
Eram autoridades político-religiosas que exerciam o poder político por intermédio do Sinédrio e o poder religioso por meio do Templo e do culto oficial (Jo 1.19; 2.18; 5.10). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 10, 9 Junho, 2019]