TEMA: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo de
Deus no deserto no livro de Números
COMENTARISTA: Reynaldo Odilo Martins Soares
- L I Ç Ã O
5 -
3 de fevereiro de 2019
DECIDINDO O SEU FUTURO
TEXTO DO DIA
“Ao qual
nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se
tornaram ao Egito.” (At 7.39)
SÍNTESE
Sempre
haverá dificuldades na vida daquele que caminha com Deus, mas nunca se deve
perder a fé no cumprimento de suas promessas, porque Ele é sumamente fiel!
TEXTO BÍBLICO
Números 13.26-33
26 E caminharam, e vieram a Moisés,
e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a
Cades, e, tornando, deram-lhes conta a eles e a toda a congregação; e
mostraram-lhes o fruto da terra.
27 E contaram-lhe e disseram: Fomos
à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o
fruto.
28 O povo, porém, que habita nessa
terra é poderoso, e as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os
filhos de Anaque.
29 Os amalequitas habitam na terra
do Sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os
cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão.
30 Então, Calebe fez calar o povo
perante Moisés e disse: Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque,
certamente, prevaleceremos contra ela.
3 Porém os homens que com ele
subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte
do que nós.
32 E infamaram a terra, que tinham
espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual
passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que
vimos no meio dela são homens de grande estatura.
3 Também vimos ali gigantes,
filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como
gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos.
Números 14.1,2
1 Então, levantou-se toda a
congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite.
2 E todos os filhos de Israel
murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se
morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto!
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Israel já desfrutava de extraordinários
milagres de Deus. Eram aquecidos nas noites frias do deserto, pelo calor de uma
gigantesca coluna resplandecente, e durante o dia, logo pela manhã, colhiam um
pão maravilhoso que caía diariamente do céu — o maná. Quando o sol, naquela
região árida, ia esquentando, os israelitas não eram incomodados, porque havia
uma cortina térmica (a nuvem da presença de Deus) que os protegia (Sl 121.5). A
caminhada do povo de Deus, em qualquer época, sob quaisquer contingências,
apresenta-se, sobretudo, como uma jornada de fé. Deus lhes dava mantimento,
conforto e proteção, porém requeria deles (como requer da Igreja) uma atitude
de fé. Eles precisavam enxergar o futuro através dos olhos do Altíssimo e
deveriam acreditar que “aquilo que Deus diz é verdade”. Diante disso, o Senhor
determinou que Moisés enviasse espias à Terra Prometida. Os israelitas seriam
postos à prova! É deste ponto que, hoje, prossegue a saga do povo de Deus no
deserto.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- De acordo com Deuteronômio 1.22, Deus condescendeu a um
pedido do povo para que a terra fosse investigada. O Senhor não opôs objeção
quanto a tal inteligente aproximação. Contudo, a subsequente falta de fé de
Israel, torna-se ainda mais vergonhosa à luz do unânime testemunho dos espias
que disseram que a terra era frutífera, exatamente como Deus tinha prometido
que seria. Os doze foram escolhidos porque eram os melhores. A seleção deles
obedeceu a rigorosos cuidados, como acontece, por exemplo, com os agentes
secretos de qualquer grande serviço. Nenhum deles era príncipe no sentido
hereditário, mas todos foram considerados como tais por suas qualidades, como a
inteligência, a força, a perspicácia e a coragem. Nós também temos qualidade,
aos nossos próprios olhos e aos olhos daqueles que nos querem bem. Os pais
nunca se esqueçam que seus filhos geralmente os consideram inteligentes,
fortes, perspicazes e corajosos. Os filhos nunca se esqueçam que seus pais
sempre os consideram os melhores, mesmo que não falem. Quando nossa visão a
nosso próprio respeito estiver em baixa, lembremo-nos que, para muitas pessoas,
nós somos "alguém"; eles esperam de nós que não fracassemos. Aqueles doze
foram à luta porque eram considerados príncipes, mas principalmente porque eles
mesmos se consideravam príncipes. Com esta visão de si mesmo, puderam partir
para a luta. Como nos ensina a Bíblia, cada um de nós foi feito à imagem e
semelhança de Deus, não de nós mesmos ou de um animal qualquer. Mais que isto,
cada de nós foi criado com um status superior aos anjos e menor apenas de Deus
mesmo (Salmo 8.5). Quando visitado por Deus, Gideão vivia obscuramente, filho
de uma família obscura, numa aldeia diminuta. No entanto, o Senhor o chamou de
"homem valente", de "homem de valor". Nem ele mesmo tinha
esta visão a seu respeito, mas Deus o via assim, como me vê a mim e a você, não
importa o que achamos de nós mesmos. – That said, let's think maturely the Christian faith!
I - OS ESPIAS
“1. O fim da jornada. Em Números
13, Deus acena para o fim da caminhada. Espias deveriam ser enviados para
analisar o extraordinário presente de Deus — a Terra da Promissão. Doze homens,
representando suas tribos, deveriam subir à Canaã (v. 17). As conquistas dadas
pelo Senhor ao seu povo sempre são representadas por “subidas”. É interessante
o fato de que Deus tenha se ocupado em fazer com que os filhos de Israel
declarassem o desejo de conquistar a promessa, por Ele anunciada. Eles
precisavam somente dizer: Que linda e abençoada terra, meu Senhor. Os espias
eram representantes de todos que saíram do Egito. Eles tinham sobre si o
compromisso de comunicar aos hebreus o que estava além do rio Jordão. A terra
que mana leite e mel estava muito próxima e poucos instantes separavam os
ex-escravos da maior conquista de suas vidas. O Senhor lhes daria mais que um
lugar para habitarem, sobretudo lhes outorgaria dignidade enquanto indivíduos e
nação. A promessa feita, ainda, ao patriarca Abraão, o amigo de Deus, estava
plenamente em vigor, não obstante os séculos decorridos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- É interessante a maneira como o comentarista vê o fato
que ele chama de “subidas”. Os capítulos 13 e 14 trazem uma história memorável e muito
melancólica, onde realmente encontramos uma “subida”, mas também está lá uma “descida” - o
retorno do povo de Israel das fronteiras de Canaã, quando eles estavam prontos
para lá entrar, e a sentença de que deveriam vagar e perecer no deserto por sua
incredulidade e murmurações. “Os espiões avançaram com ordens
de Moisés para observarem se a terra de Canaã era boa ou má, cheia de matas ou
nua, se eram muitos ou poucos seus habitantes, se eram fortes ou fracos, se
eram nômades que habitavam em tendas ou se já haviam se estabelecido há muito
com fortalezas muradas. Depois de uma exploração de quarenta dias, do Neguebe até
os limites de Hamate, os espias retornaram. Todos concordaram que a terra
marrava “leite e mel”, mas dez deles ficaram tão profundamente impressionados
com as fortalezas e a estatura gigantesca dos habitantes que incitaram uma onda
de opiniões contra qualquer tentativa de tomar a terra. Só Calebe e Josué
tinham confiança em que “Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar
nessa terra, e no-la dará”. A súbita aparição da glória do Senhor salvou os
dois espias fiéis de serem apedrejados. O Senhor propôs a Moisés destruir o
povo para formar do próprio profeta uma nação maior. Mas Moisés intercedeu
eficazmente por Israel. Ele defendeu a necessidade de preservar a honra de Deus
diante dos pagãos, que certamente diriam, “o Senhor não foi capaz”. E ele também
apelou para a paciência e misericórdia de Deus. O Senhor perdoou o povo mas
também o castigou, declarando que aquela geração que tinha murmurado e se
rebelado não veria a Terra Prometida. O povo de Israel, grato pelo perdão mas
não compreendendo o significado pleno do castigo prometido, tomou a decisão de
agora obedecer naquilo que antes tinha desobedecido. Apesar da advertência de
Moisés, subiram para lutar contra os amalequitas e cananeus. Foram
completamente derrotados e tiveram de retroceder para Hormate.” (BIBLIOTECA
BIBLICA)
“2. O tempo da alegria. Deus não
escolheu um tempo qualquer para essa visita in locu tão especial. Está escrito
que era o tempo das “primícias das uvas” (Nm 13.20). Um período que simbolizava
tudo de bom, o tempo de sublime alegria, porque estava acontecendo uma colheita
muito grande, de excelentes frutos. As pessoas de Canaã estavam tão felizes
que, possivelmente, nem desconfiavam da verdadeira intenção daqueles doze
homens que atravessavam seu território. Aquele tempo de alegria em Canaã
prenunciava uma vitória maiúscula para os hebreus, recompensa das mãos do
Senhor, prometida há mais de quatro séculos. Moisés pediu que eles olhassem
tudo, analisassem minuciosamente e, por fim, enfatizou: “[...] esforçai-vos e
tomai do fruto da terra [...]” (Nm 13.20). Essa seria a prova incontestável de
que o Senhor falara a verdade quanto ao potencial agrícola daquela região.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- Como Deus instruiu, Moisés enviou 12 espiões a fim de
levantar alguns dados que possibilitassem uma estratégia militar como também,
encorajamento no povo. Interessante que destes doze, dez dos espias “infamaram”
a terra (v.32), e levaram os israelitas a temer o povo daquela terra e não
tiveram fé suficiente para entrar na terra prometida. “As instruções dadas a esses espias, v.v. 17-20. O cumprimento de sua tarefa
de acordo com as instruções recebidas, e o seu retorno da investigação, v.v.
21-25. O relatório que eles trouxeram para o acampamento de Israel, v. 26ss”. (Henry, Matthew, Comentário do
Pentateuco)
“3. A antessala da vitória. Quando os
representantes dos filhos de Israel foram enviados à Canaã, eles estavam
vivendo na antessala da vitória. Possivelmente havia uma grande expectativa do
povo pelos desdobramentos sociais e políticos a partir daquela expedição
missionária. Os espias passaram 40 dias transitando na Terra Prometida, observando
tudo que tinha sido determinado por Moisés. No fim do período, trouxeram alguns
frutos da Terra Prometida e tudo era esplendidamente bom. Deus nunca se
equivoca em nenhum de seus conceitos! Provavelmente os israelitas estavam com
muita esperança ao perceberem os espias chegando com um gigantesco cacho de
uvas (além das romãs e figos). Mas, logo que os viajantes abriram a boca, o que
era alegre expectativa transformou-se num inacreditável tormento emocional.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- Aquela expedição nunca foi missionária (a atividade
missionária é sempre referente à pregação do evangelho entre povos e culturas
em cujo meio ele não é conhecido). O trabalho para o qual foram escolhidos
comportava riscos de morte para eles e para o seu povo. Se fossem descobertos,
pagariam com a vida; ademais, a peregrinação do seu povo em direção à terra
prometida quatro séculos antes teria muitas dificuldades para continuar. Além
de arriscada, sua tarefa implicava numa imensa responsabilidade. Apesar de
estarem na “antessala da vitória”,
como escreve o comentarista, sabemos, por experiências próprias, que não existe
tarefa de valor que não nos seja difícil levá-la a cabo. Na porta de entrada da
terra tão ansiada, desistiram antes de começar. Tudo o que vale a pena fazer ou
viver tem um preço. Precisamos saber disso antes mesmo de nos pormos no
caminho. Precisamos de coragem para começar, coragem para continuar, coragem
para chegar ao fim. Pedro pôde andar sobre as águas, porque teve coragem de se
lançar sobre elas. Se mais tempo não andou, é porque o medo venceu a coragem
(Mateus 14.29-30).
II – MURMURAÇÃO E FÉ
“1. A vista humana. Os espias
que voltaram de Canaã dirigiram-se aos seus líderes e ao povo, levando consigo
a prova da bênção de Deus: o fruto da terra. Então confirmaram que, de fato, da
Terra Prometida manava leite e mel — a expressão não tinha sido nenhum exagero
de Deus e a prova disso era o fruto (Nm 13.26,27). Em seguida, porém, afirmaram
que as cidades eram muito bem protegidas e os moradores podiam ser considerados
gigantes (Nm 13.28,29). Um verdadeiro terror! O olhar humano dos representantes
das dez tribos trouxe consequências terríveis para a história do povo de Deus.
Um desespero abateu-se imediatamente sobre os descendentes de Isaque. No dia a
dia da vida, inúmeros medos solapam a mente humana, como foi mencionado pelo
apóstolo Paulo (2 Co 7.5), entretanto isso não pode obstruir a visão daqueles
cujos corações estão firmados em Deus (Sl 108.1).”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- Este reconhecimento teve a intenção de determinar se a
terra era boa ou não, se o povo era forte ou fraco, se habitava em cidades
muradas como seus donos permanentes ou em tendas como beduínos. Séculos mais
tarde, quando os assírios inventaram a guerra por meio do cerco das cidades,
usaram maquinaria pesada e grupos de engenharia para tomar as cidades muradas;
e mesmo então levava anos. Do ponto de vista humano, Israel tinha de enfrentar
um inimigo formidável. Os espiões trouxeram um relatório concreto sobre a
terra. Com este relatório ou palavra (deibeir, v. 26) Josué e Calebe
concordaram (vs. 26.29). Foi no relatório pernicioso (dibbat, “uma difamação”,
“um boato”, v. 32) que eles objetaram.
“2. A visão da fé. No meio dos
doze espias havia dois homens de fé: Josué e Calebe. Eles não viviam segundo o
que viam, mas eram guiados pela fé. Logo quando os dez espias começaram a
desanimar o povo, Calebe levantou-se e proferiu palavras de fé e exortação. Ele
compreendia, como Martin Luther King, que “mesmo as noites totalmente sem
estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização”. Ele sabia que Deus
poderia fazer, num movimento, o que os homens passariam meses e anos para realizar.
Josué e Calebe, com ímpeto, refutaram instantaneamente os outros companheiros
de viagem, pois estes haviam dito que os cananitas eram mais fortes do que eles
e, que, por tal motivo, Israel não deveria conquistar a Terra Prometida (Nm
13.30)..”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “Calebe disse: Eia!
subamos, e possuamos” - Calebe tinha confiança naquele que dera provas a
respeito de si mesmo até então. Moisés expressou a característica atitude de
Calebe quando disse: “O Senhor vosso Deus
. . . pelejará por vós, segundo a tudo o que fez conosco... no Egito; como
também no deserto” (Dt 1.30,31). Certamente prevaleceremos contra ela. Foi
depois desta expressão triunfante de fé que os dez espiões começaram sua campanha
difamatória (infamaram, v. 32). Isto foi o suficiente pala torná-los objeto do
desprezo divino. “Enquanto se preparavam para a
espionagem, Calebe e Josué não desgrudaram de Deus. Enquanto percorriam a terra
inimiga, os dois não perderam a visão de Deus. Enquanto relataram ao povo o que
viram, ambos não se esqueceram da promessa de Deus. Eles conheciam a Deus e
sabiam, por isto, qual era a Sua vontade. Deus já lhes tinha dado a terra, não
importavam quão armadas estivessem as tropas inimigas e quão inexpugnáveis
fossem as fortalezas adversárias. Eles tomaram o recuo diante dos problemas
como uma rebeldia diante de Deus. Pela fé, então, eles viram não uma terra a
ser conquistada, mas uma terra já conquistada. A fé renovada aumentou neles a
dependência de Deus e a confiança nEle. Sua fé lhes levou a olhar para o
Senhor.” (PRAZERDAPALAVRA)
“3. O poder do desânimo. O discurso
negativo dos dez espias adentrou o coração dos hebreus a ponto de fazer com que
esqueceu-se das promessas do Senhor. O povo, subitamente, esqueceu-se do Deus
que deu um filho a Abraão na sua velhice, através de uma mulher estéril.
Esqueceram-se daquEle que trouxe as dez pragas ao Egito e os tirou com mão
forte e braço estendido das garras de Faraó. Nenhuma imagem, palavra, teoria,
ou discurso seria mais eloquente do que o poder do desânimo disseminado pelos
espias incrédulos. Está escrito que toda a congregação chorou naquela mesma
noite (Nm 14.1). O projeto de Deus, dado e confirmado para várias gerações de
crentes fiéis, estava, agora, fulminado no coração daqueles ex-escravos, por
causa de uma única abordagem pessimista de um grupo de dez homens infiéis.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- “Infamaram a terra”
(v 32). O hebraico diz: Espalharam uma difamação da terra, o que sugere que
deram início a uma campanha de difamação contra os dois homens fiéis. È terra
que devora os seus moradores. Isto não significa que a terra fosse pobre - eles
mesmos provaram o contrário - mas que muita gente brigava por causa dela
justamente por ser tão boa. “Gigantes (os
filhos de Enaque)” (v 33). Alguns sugerem que os espiões imaginassem que
havia gigantes por ali, quando viram os grandes muros, alguns de até 15 metros
de altura, supondo que só gigantes poderiam tê-los construído. Mas as medidas
do estrado da cama do rei Ogue dados em Deuteronômio 3.11, testificam da
existência de uma raça de pessoas anormalmente grandes. Dt 2.10,20 e Gn 14.5
indicam que no tempo dos patriarcas existiam “gigantes” que recebiam diversas
designações locais (emins, zuzins e refains). No hebraico de Dt 2.11 os
enaquins são chamados refains (traduzido para “gigantes”). Josué 11.22
conta-nos que os enaquins permaneceram em três das cidades filisteias: Gaza,
Gade e Asdode (Jr 27.5). A família de Golias em Gade poderia descender dessa
gente, pois em 2º Samuel 21.16,22 e em 1º Crônicas 20.4-8 esses gigantes
filisteus são chamados de filhos Rafa. “Eles se esqueceram
de Deus, ou melhor, eles se esqueceram de Quem Deus é. Deus era aquele que
concordara com a estratégia de se enviar espiões à terra, mas sobretudo era
aquele que estavam enviando o Seu povo para habitar na terra. A conquista da
terra não dependia do trabalho dos espiões. A terra já estava dada. Por não
conhecerem Deus, os dez acharam que eram eles quem conquistariam a terra, que
as coisas dependiam deles, e sucumbiram diante de tanto peso. Deus já dera a
conhecer a Sua vontade. Era só fazer o que mandava. Eles preferiam seguir sua
própria visão, contra a visão de Deus. Gosto de uma mãe, que conheço e que
sempre diz à sua filha, quando em tribulação: - Minha filha, Deus alguma vez te
abandonou? Podemos perdermos todas as visões, mas não podemos perder a visão de
Deus. Nossa força é a presença de Deus. Nosso vigor é ter os olhos fitos em
Deus. Nossa esperança é vivendo segundo as Suas promessas. Fora disso, somos
calados pelo desânimo, paralisados pelo medo, derrubados pela tragédia nunciada
(imaginada).” (PRAZERDAPALAVRA)
III – COLHENDO FRUTOS AMARGOS
“1. O povo volta ao Egito. O momento
mais decisivo e alegre do povo transformou-se no pior de todos os pesadelos,
pois segundo Atos 7.39 eles voltaram ao Egito em seus corações. Anelaram a
escravidão, o pecado, as festas pagãs, e abandonaram ao Senhor. Eles preferiram
os ídolos egípcios e apostataram da fé. “E diziam uns aos outros: Levantemos um
capitão e voltemos ao Egito” (Nm 14.4). Nesse momento, Moisés e Arão caíram de
joelhos diante de todo o povo, ao passo que Josué e Calebe rasgaram suas vestes
e tentaram animar o povo a confiar em Deus; porém, ao contrário, todos
tencionaram apedrejá-los, o que só não aconteceu porque Deus manifestou a sua
glória (Nm 14.5-10). Uma cena incrível! Como pessoas alcançadas pela bondade
maravilhosa de Deus foram tão ingratas e incrédulas? Não acontece isso, porventura,
muitas vezes em nossos dias?” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- Pela primeira vez, a murmuração se revelou na formal de
uma rebelião deliberada, uma volta à escravidão. É a atitude do cristão que às
vezes sente que ser escravo do pecado, junto com todos os que o rodeiam, é mais
fácil do que ser um arauto isolado da fé em Cristo e da vida santificada, com
suas responsabilidades. “14.1-12 A apostasia do povo, em
Cades-Barneia. Indiferente a todos os milagres que Deus fizera por eles, os
israelitas se rebelam contra Moisés e contra Deus. Murmurar parece ser o
comportamento normal deste povo. Sua descrença se revela assim: “Oxalá
tivéssemos morrido no Egito” v. 2; a voz da fé diz: “Subamos animosamente e possuamos
a terra prometida”, v. 8; 13.30. • N. Hom. O décimo quarto capítulo nos ensina:
1) Dentro de quinze dias, o povo poderia ter entrado no gozo que Deus
preparara; a desobediência causou um atrasa de quarenta anos, v. 34; 2) A
nobreza do coração de Moisés, que em nada reputou sua própria glória, pensando
só na grandeza de Deus, vv. 13-19; 3) O perdão que Deus concede nem sempre
anula as consequências dos nossos atos pecaminosos, vv. 20-23; 4) O comentário
inspirado deste capítulo se acha em Hb 3.74.13, com sua mensagem dupla: “Não
endureçais os vossos corações”, (3.7-4.2) e “Ouvi a sua voz”, (4.3-13).” (BIBLIOTECABIBLICA)
“2. O povo é reprovado. Os mais de
seiscentos mil homens adultos daquela geração foram, então, reprovados pelo
Senhor: não entrariam na Terra Prometida. A promessa que repousava sobre eles
passou para a geração seguinte. Eles não eram dignos de herdar a bênção divina,
pois viram a glória do Senhor e os sinais realizados no Egito e no deserto, mas
mesmo assim rejeitaram Deus por dez vezes e não obedeceram à voz do Eterno. As
pessoas que um dia participaram dos banquetes espirituais e se fizeram
participantes do Espírito Santo e, depois, decidiram apostatar da fé, correm o
risco de não serem mais admitidas por Deus. Esse risco não só é real, como
também é impreterível (Hb 6.4-6).”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- Indiferentes a todos os milagres que Deus fizera por
eles, os israelitas se rebelam contra Moisés e contra Deus. A falta de fé,
estragando todo bem que Deus quer fazer, é algo que inutiliza o ser humano de
tal maneira que já é morto no pecado e merece a destruição, v. 12 “O meu justo
viverá pela fé, e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém,
não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a
conservação da alma” (Hb 10.38-39).
“3. Quarenta dias se tornam em
quarenta anos. Deus demonstrou indignação pela falta de confiança
dos israelitas, por isso Ele transformou 40 dias de desânimo e falta de fé em
40 anos de caminhada pelo deserto (Nm 14.33,34). Um ensinamento que o povo de
Israel jamais esqueceria. Deus estava mostrando que a dúvida em relação à sua
Palavra traria sérias consequências. Nunca perca a fé, jamais murmure, olhe
para o futuro com esperança e sempre creia no poder de Deus. Se o povo for
obediente, a vitória será certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao Egito,
atrairá para si uma dor e vergonha que nunca serão esquecidas.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3
Fev, 2019]
- A geração do êxodo proveu um exemplo de apostasia que o
salmista (Sl 95.7-11) e os autores do Novo Testamento (1Co 10.5; Hb 3.12-4.13)
usaram para advertir as gerações posteriores do povo de Deus. Deus condena e
castiga o povo, pela sua obstinação e incredulidade. Aquela geração rebelde
peregrinaria por 40 anos no deserto e não possuiria a terra, porque
deliberadamente se rebelou e abandonou ao Senhor seu Deus, recusando-se a
realizar os propósitos divinos para a vida da nação e do mundo inteiro. “Dentro de quinze dias, o povo poderia ter entrado no gozo que Deus
preparara; a desobediência causou de quarenta anos, v 34; 2) A nobreza do
coração de Moisés, que em nada reputou sua própria glória, pensando só na
grandeza de Deus, vs 13-19; 3) O perdão que Deus concede nem sempre anula as
consequências de nossos atos pecaminosos, vv 20-23; 4) O comentário inspirado
deste capítulo se acha em Hb 3.7-4.13, com sua mensagem dupla: “Não endureçais
os vossos corações”, (3.7-4.13) e “Ouvia a Sua voz”, (4.3-13).” (Bíblia Shedd)
CONCLUSÃO
“A geração que saiu do Egito tinha, de fato,
enormes dificuldades para conquistar os “gigantes” de Canaã; mas, quaisquer que
fossem os obstáculos, Deus lhe introduziria, como prometido, naquela boa terra.
Os hebreus só precisavam crer e obedecer, porém preferiram a rebeldia em seus
corações. Por isso, morreram e foram enterrados em sepulturas no deserto. Poderia
ter sido diferente, pois “o justo viverá da fé”.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- A história da espionagem hebréia da terra de Canaã nos
apresenta dois grupos de pessoas: o primeiro é constituído dos dez que não
quiseram avançar sobre a terra prometida; o segundo é formado pelos dois que
ousaram ir à luta pela conquista. Diante dos obstáculos e mesmo diante da vida,
eles nos tipificam. Nós somos os dez. Nós somos os dois. Os dez são os fracos.
Os dois são os fortes. Os dez são os medrosos. Os dois são os corajosos. Os dez
são os desanimados. Os dois são os animados. É natural pensarmos que os
desanimados estão entre os adultos e os idosos. No entanto, temos visto cada
vez mais que o desânimo não respeita experiência; há, cada vez mais, jovens e
adolescentes com baixa disposição para enfrentar seus desafios. Por isto, em
diferentes idades, "há pessoas que parecem fadadas ao fracasso e à
derrota. Foram tantas vezes vencidas pelo torvelinho do mundo que a única coisa
que esperam da vida são as pancadas que lhes destroem as forças"
(TOURNIER, Paul. Os fortes e os fracos. São Paulo: ABU, 1999, p. 18).
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2019
HORA DA REVISÃO
1. Conforme a lição, ao determinar o envio de
espias, o que Deus estava indicando?
Deus estava indicando o fim da caminhada.
2. Segundo Números 13.20, em que momento Deus
comissionou os espias?
No tempo das primícias das uvas.
3. Identifique pelo menos uma passagem bíblica que
demonstre a fé e obediência de Calebe.
Números 13.30.
4. Qual referência bíblica afirma que os hebreus
voltaram ao Egito em seus corações?
Atos 7.39.
5. Qual a lição que Deus ensinou ao transformar 40
dias de desânimo dos espias em 40 anos de caminhada no deserto?
Se o povo for obediente, a vitória será certa, mas
se apostatar da fé, e voltar ao Egito, atrairá para si dor e vergonha
que nunca serão esquecidas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 3 Fev, 2019].