TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra
as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares
- L I Ç
à O 6 -
10 de fevereiro de 2019
QUEM
DOMINA A SUA MENTE
TEXTO ÁUREO
"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus." (Fp 2.5)
VERDADE PRÁTICA
Os
substantivos "mente", "sentimento" e
"entendimento" pertencem à esfera do intelecto, que permite à pessoa
aprender, desejar, pensar e agir.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.4-9
4 Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo:
regozijai-vos.
5 Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está
o Senhor.
6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com
ação de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará
os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é honesto, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e
vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.
INTRODUÇÃO
“Quem nasceu de novo é nova criatura, e assim
a vida cristã é norteada pelo Espírito Santo. Isso significa que nós, como
cristãos, não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. A presente lição
é uma reflexão introspectiva sobre a nossa maneira de viver, as nossas atitudes
e as nossas decisões, e se realmente Jesus é o Senhor de nosso pensamento.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- “O relato da estada
de Paulo em Filipos encontra-se em Atos 16; é uma história interessante. Nenhum
capítulo do Novo Testamento mostra melhor a universalidade do chamado de Cristo.
A narração se centra em torno de três personagens: Lídia, a vendedora de púrpura;
a jovem escrava demente usada por seus donos com fins de lucro; e o carcereiro romano.
Estamos diante de um período extraordinário da vida antiga. Os três personagens
são de diferente nacionalidade. Lídia era asiática; não é necessário que estejamos
diante de um nome próprio, mas sim simplesmente diante do qualificativo "a
senhora da cidade Lídia". A jovem escrava era grega. O carcereiro era
cidadão romano”. (Filipenses (William Barclay)).
“E, assim, se alguém
está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas” (2 Co 5.17). A expressão “Nova criatura” utilizada por Paulo é muito comum no meio da Igreja,
mas, será que ela é bem entendida? Ser “nova
criatura” significa estar em Cristo, isto é, dentro da nova aliança
fundamentada no sacrifício do Filho de Deus. Ser “nova criatura” é crer que
aquEle que não conheceu pecado o fez pecado por nós (v21). É ter a consciência
de que foi aceito por Deus mediante os méritos vicários de Jesus. Esta
consciência produz mudança de vida, o “eu” morre. Aqueles que foram
beneficiados pela morte e ressurreição de Jesus não podem viver mais para si
mesmos (v15). Com esta clara definição de termos, vamos refletir como estamos vivendo
e para quem estamos vivendo! –
Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I - SOBRE A EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
“Filipos era uma colônia
romana e uma das principais cidades da Macedônia. Paulo esteve na cidade por
ocasião de sua segunda viagem missionária e ali fundou a primeira igreja
europeia. Isso aconteceu na casa de uma empresária chamada Lídia, vendedora de
púrpura. O apóstolo deixou a cidade por causa das pressões locais, mas o
relacionamento entre ele e os filipenses continuou. Cerca de dez anos depois,
Paulo escreveu de Roma a esses irmãos, por volta do ano 62 ou 63 d.C.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Filipos era uma cidade estratégica
pela sua geografia. Ela ficava entre o Oriente e o Ocidente. Era a ponte de
conexão entre dois continentes. William Barclay diz que Filipe da Macedônia
(pai do grande imperador Alexandre Magno, de quem recebeu o nome) fundou a
cidade, que levava seu nome por uma razão muito particular. Em toda a Europa,
não existia um lugar mais estratégico. Há aqui uma cadeia montanhosa que divide
a Europa da Ásia, o Oriente do Ocidente. Assim, Filipos dominava a rota da Ásia
à Europa. Filipe da Macedônia tomou a cidade dos tracianos por volta do ano 360
a.C., na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu. Nos dias de Paulo, era uma
cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar. A igreja de Filipos
foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na
sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em
Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e
a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co
11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo
providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que
Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).
A primeira igreja estabelecida na Europa, na colônia romana de Filipos, nos
revela o poder do evangelho em alcançar pessoas de raças diferentes, de
contextos sociais diferentes, com experiências religiosas diferentes, dando a
elas uma nova vida em Cristo. De todas as igrejas que Paulo plantou, essa foi a
mais ligada ao apóstolo e a que nasceu num parto de mais profunda dor. Filipe
fundou essa cidade para dominar a rota do Oriente ao Ocidente. Alcançar Filipos
era abrir caminhos para a evangelização de outras nações. A evangelização e a
plantação de novas igrejas exigem cuidado, critério e planejamento. Precisamos
usar de forma mais racional e inteligente os obreiros de Deus e os recursos de
Deus.
“1. A doutrina. O objetivo da carta não
era solucionar problemas doutrinários nem de relacionamentos entre os
filipenses, pois eles haviam amadurecido rapidamente. Um dos propósitos estava vinculado
à amizade e ao amor recíproco do apóstolo (Fp 1.7-9; 4.1). Os problemas
referentes às heresias eram periféricos. O apóstolo trata desse assunto mais
como precaução. Paulo menciona os legalistas no capítulo 3, mas não era algo
agudo na Igreja, visto que em Filipos nem sequer havia sinagoga (At 16.13).
Isso mostra que a população judaica não era significativa na cidade. Note que
seus habitantes consideravam-se romanos (At 16.21). Não havia nada de muito
grave na igreja que o apóstolo precisasse corrigir.”[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Filipenses é uma das cartas mais
pessoais de Paulo e, como tal, tem várias aplicações pessoais aos crentes. Foi
escrita em Roma. Foi em Filipos, onde Paulo visitou em sua segunda viagem
missionária (At 16.12), que Lídia e o carcereiro e sua família foram
convertidos a Cristo. Agora, alguns anos mais tarde, a igreja estava bem
estabelecida, como se pode deduzir pelo seu tratamento inicial, o qual diz:
"bispos (presbíteros) e diáconos" (Fp 1.1). O motivo para a epístola
foi reconhecer uma oferta monetária procedente da igreja em Filipos e levada ao
apóstolo por Epafrodito, um dos seus membros (Fp 4.10-18). Esta é uma delicada
carta para um grupo de cristãos que eram especialmente próximos ao coração de
Paulo (2Co 8.1-6) e, comparativamente, pouco é dito sobre o erro doutrinário.
“2. O relacionamento. Havia entre os filipenses
alguns problemas que são próprios da natureza humana e comuns nas igrejas ainda
hoje (Fp 1.27; 2.3,14). É possível que o pedido do apóstolo para ajudar as
irmãs Evódia e Síntique indique algum problema de desentendimento entre elas
(Fp 4.2). O apóstolo pede que haja unidade e harmonia entre os crentes, tendo
or base a humildade e o exemplo de Cristo. 0 apelo paulino é para que haja
entre os filipenses "o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus" (Fp 2.5).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Esta carta tem, entre outra
aplicações, a necessidade dos cristãos permanecerem unidos em humildade.
Estamos unidos com Cristo e temos que nos esforçar para estar unidos uns aos
outros da mesma maneira. Paulo nos encoraja a “ter o mesmo modo de pensar, o
mesmo amor, um só espírito e uma só atitude” e a repudiar a vaidade e egoísmo,
mas “humildemente considerem os outros superiores a si mesmo”, prestando
atenção aos interesses dos outros e cuidando uns aos outros (Fp 2.2-4). Haveria
muito menos conflito nas igrejas hoje se todos seguíssemos o conselho de Paulo.
A desunião dos crentes era um pecado que atacava o coração da igreja. Era uma
arma destruidora que estava roubando a eficácia da igreja diante do mundo.
Ralph Martin diz que a igreja filipense sofria com problemas de presunção
(2.3), de vaidosa superioridade (2.3), que induziam ao egoísmo (2.4), quebrando
a koinonia, espírito de boa vontade para com a comunidade. Isso gerava pequenas
disputas (4.2) e espírito de reclamação (2.14). Havia um espírito
individualista e elitista em alguns membros da igreja de Filipos que colocava
em risco a harmonia na igreja. Havia partidarismo e vanglória. Havia falta de
comunhão entre os crentes. Problemas pessoais interferiam na unidade espiritual
da igreja. Até mesmo duas irmãs, líderes da igreja, estavam em desacordo dentro
dela (4.2). Nas duas principais ocasiões quando Paulo chama os crentes de
Filipos à unidade (2.2; 4.2), ele introduz seu mandamento alertando os crentes
sobre dois fatos ou verdades sobre a igreja. Em Filipenses 2.1, Paulo os
relembra de que eles estão em Cristo, que o amor do Pai foi derramado sobre
eles e que, pelo Espírito, a eles foi dado o dom da comunhão. É essa obra
trinitariana que fez deles o que são. Viver em desarmonia, em vez de em união,
é um pecado contra a obra e a Pessoa de Deus. Em Filipenses 4.1, não é
acidentalmente que Paulo se dirige a eles duas vezes, chamando-os de “amados” e
uma vez de “irmãos”. Antes de exortá-los à unidade, ele os relembra de sua
posição: eles pertencem à mesma família (irmãos) em que o espírito vivificador
é o verdadeiro amor (amados). À luz desses fatos, a desunião é uma ofensa
abominável [Motyer, J. A. The message of Philippians, 1991: p. 19.].
“3. O ensino. Filipenses é uma epístola
prática, e os pensamentos teológicos aparecem casualmente, como no parágrafo
teológico por excelência, no capítulo 2.5-11, e no lar celestial prometido aos
cristãos, no final do capítulo 3. O sentimento de gozo e regozijo dominava os
crentes de Filipos, e este é um dos temas da carta: a alegria. A Igreja de
Filipos é um exemplo a ser seguido por todos; isso porque havia nela o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Uma outra aplicação de Filipenses
é a do gozo e alegria encontrados ao longo de sua carta. Ele se alegra que
Cristo está sendo proclamado (Fp 1.8), em sua perseguição (2.18), exorta os
outros a se alegrarem no Senhor (3.1), e refere-se aos irmãos de Filipos como a
sua “alegria e coroa” (4.1). Ele resume com esta exortação aos crentes:
"Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!" (4.4-7).
Como crentes, podemos nos alegrar e experimentar da paz de Deus quando lançamos
todos os nossos cuidados sobre Ele: "Não andem ansiosos por coisa alguma,
mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus
pedidos a Deus" (4.6). A alegria de Paulo, apesar da perseguição e prisão,
brilha através desta carta e temos a promessa da mesma alegria quando
focalizamos nossos pensamentos no Senhor (Fp 4.8).
II - SOBRE A "MENTE" NO CONTEXTO BÍBLICO
“Há diversos termos nas línguas originais da Bíblia para
"mente" e seus derivados. Vamos estudar alguns deles aqui. Cada termo
apresenta diferenças sutis, mas significativas.”
“1. A mente como faculdade psicológica. O Novo Testamento grego
emprega o termo nous, de amplo significado, como “mente, entendimento,
intelecto, pensamento, sentido" (Rm 11.34; 1 Co 2.16; 14.14; 2 Co 11.3).
Na presente lição, o sentido dessas palavras é de uma faculdade psicológica que
envolve compreensão, raciocínio, pensamento e decisão: "De maneira que eu,
de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne,
sou escravo da lei do pecado" (Rm 7.25, Nova Almeida Atualizada). O
apóstolo Paulo está se referindo ao "eu" regenerado em contraste com
a carne, sem o controle do Espírito Santo. É com essa mente cristã que
desejamos a lei de Deus, ou seja, “a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus" (Rm 8.2).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- ‘nous’ (3563) STRONG: “Mente, incluindo igualmente as faculdades de
perceber e entender bem como a habilidade de sentir, julgar, determinar.
Faculdades mentais, entendimento. Razão no sentido mais estreito, como a
capacidade para verdade espiritual, os poderes superiores da alma, a faculdade
de perceber as coisas divinas, de reconhecer a bondade e de odiar o mal. O
poder de ponderar e julgar sobriamente, calmamente e imparcialmente; um modo
particular de pensar e julgar, isto é, pensamentos, sentimentos, propósitos,
desejos”.
O apóstolo Paulo nos lembra que nossa mente só nos levará a
viver como queremos, experimentando a paz (o melhor sinônimo para felicidade),
quando ela (a nossa mente) se desintoxicar dos valores próprios do pecado,
deixando de se governar apenas pelos instintos, e desejar ser encharcada por
Deus e querer ser programada por Cristo.
“2. A mente como forma de pensar. A mente aparece também no Novo Testamento como uma maneira
ou forma especial de pensar. A ideia nesse caso é de disposição e de atitude,
tanto no sentido negativo: "estando cheio de orgulho, sem motivo algum, na
sua mente carnal" (Cl 2.18, Nova Almeida Atualizada); como positivo;
"armai-vos também vós com este pensamento" (1 Pe 4.1). Assim, ter
"a mente de Cristo" (1 Co 2.16) significa pensar como Ele.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- A mente programada por Cristo, e
para Cristo, é aquela que tem prazer na lei de Deus e se assemelha a uma árvore
plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria,
e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará (Salmo 1.2,3). O segredo
da vitória do cristão é estar conectado à Fonte divina. O resultado desta
conexão é uma vida que produz vida, para si mesmo e para os outros. É a mente
de Deus que nos instrui e não nós a Ela. Como pergunta o apóstolo Paulo, quem
jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Sua resposta é
que nós temos a mente de Cristo (1Coríntios 2.16), no sentido de que Ele nos
capacita a pensar como Cristo, desde que estejamos unidos a Ele, conectados a
Ele, cativos dEle, ressuscitados com Ele, escondidos nEle. Em Filipenses 4.5-9;
Colossenses 3.1-4, o apóstolo Paulo nos apresenta as características daqueles
que estão em Cristo, daqueles que têm suas mentes programadas pelo Senhor. (PRAZERDAPALAVRA)
“3. Espírito. O substantivo grego
pneuma, traduzido geralmente por "espírito", é usado ainda de forma metafórica
como modo de ser, atitude, forma de pensar: "se algum homem chegar a ser
surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com
espírito de mansidão" (Gl 6.1). É uma atitude ou modo de ser que reflete a
forma como uma pessoa encara ou pensa sobre um assunto. Essa expressão é usada
em contraste entre o divino e o meramente humano (Mc 2.8; At 17.16; 1 Co 2.11;
5.5; Cl 2.5).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- 4151 πνευμα pneuma (STRONG):
1) terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual,
co-eterno com o Pai e o Filho;
1a) algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza sua
personalidade e caráter (o Santo Espírito);
1b) algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza seu
trabalho e poder (o Espírito da Verdade);
1c) nunca mencionado como um força despersonalizada.
2) o espírito, i.e., o princípio vital pelo qual o corpo é
animado
2a) espírito racional, o poder pelo qual o ser humano
sente, pensa, decide
2b) alma
3) um espírito, i.e., simples essência, destituída de tudo
ou de pelo menos todo elemento material, e possuído do poder de conhecimento,
desejo, decisão e ação
3a) espírito que dá vida
3b) alma humana que partiu do corpo
3c) um espírito superior ao homem, contudo inferior a Deus,
i.e., um anjo
3c1) usado de demônios, ou maus espíritos, que pensava-se
habitavam em corpos humanos
3c2) a natureza espiritual de Cristo, superior ao maior dos
anjos e igual a Deus, a natureza divina de Cristo
4) a disposição ou influência que preenche e governa a alma
de alguém
4a) a fonte eficiente de todo poder, afeição, emoção,
desejo, etc.
5) um movimento de ar (um sopro suave)
5a) do vento; daí, o vento em si mesmo
5b) respiração pelo nariz ou pela boca
Diz o apóstolo Paulo, em Gálatas 6.1: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós,
que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti
mesmo, para que não sejas, também, tentado”. Ser espiritual no sentido
bíblico significa que o Espírito Santo está a residir no indivíduo,
controlando-o e dirigindo-o, em lugar do mero espírito humano controlando tudo.
O comentarista disse que é uma forma de pensar, o que eu discordo, nessa
passagem, ser espiritual indica uma
pessoa totalmente controlada pelo Espírito Santo! Uma pessoa espiritual é:
● Alguém que é nascido de Deus o Espírito Santo. “O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito” [espiritual] (Jo 3.6).
● Alguém que tem conhecimento e discernimento espiritual. “Mas, como está escrito: As coisas que o olho
não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que
Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”
(1Co 2.9,10).
● Alguém que pensa nas coisas espirituais. “Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as
coisas do Espírito” (Rm 8.5).
● Alguém que é guiado pelo Espírito de Deus. “Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14).
● Alguém que é engajado no conflito espiritual com a carne.
“Porque a carne cobiça contra o Espírito,
e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais
o que quereis” (Gl 5.17).
● Alguém que manifesta o fruto do Espírito. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22,23).
“4. Coração. O coração aparece em toda
a Bíblia como o centro da vida física, espiritual e mental; emotiva e volitiva.
É a fonte de vários sentimentos e afeições, como alegria e tristeza (Pv 25.20;
Is 65.14). O coração é a sede do pensamento e da compreensão (Dt 29.4; Pv
14.10). Seu uso metafórico aparece como a fonte causativa da vida psicológica
de uma pessoa em seus vários aspectos, mas a ênfase especial nos pensamentos
significa o "homem interior" (Mt 22.37; 2 Co 9.7; Rm 2.5). Esse
sentido aparece também no Antigo Testamento: "guarda o teu coração, porque
dele procedem as saídas da vida" (Pv 4.23).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Na linguagem bíblica, o coração é aquela parte espiritual
dentro de nós onde os nossos desejos e emoções habitam. “Antes de darmos uma olhada no coração humano, vamos mencionar que, uma
vez que Deus tem emoções e desejos, pode-se dizer que Ele também tem um
"coração". Nós temos um coração porque Deus o tem. Davi era um homem
"segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). E Deus abençoa o Seu povo
com líderes que conhecem e seguem o Seu coração (1 Samuel 2:35, Jeremias 3:15).”
(GOTQUESTIONS). Para os hebreus antigos, a sede
das emoções eram as entranhas, intestinos, (coração, pulmão, fígado, etc.). As
entranhas eram consideradas como a sede das paixões mais extremas, tal como o
ódio e o amor; também a sede das afeições mais sensíveis, esp. bondade, benevolência,
compaixão; daí, nosso coração (misericórdia, afetos, etc.). Em grego, é psuche; além de alma, o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso
coração, alma etc.). O coração humano, em sua condição natural, é perverso,
traiçoeiro e enganador. Jeremias 17:9 diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o
poderá conhecer?" Em outras palavras, a Queda nos afetou no nível mais
profundo – a nossa mente, emoções e desejos foram manchados pelo pecado e somos
cegos para o quão penetrante o problema realmente é.
III - SOBRE A MENTE DE CRISTO
“1. O sentimento de alegria. "Regozijai-vos"
é uma saudação grega, mas aqui Paulo exorta os filipenses e todos os cristãos à
alegria. O apóstolo acrescenta: "sempre, no Senhor". O Senhor Jesus é
a fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido
complemente novo. Como resultado desse estado de graça está o bom
relacionamento do cristão com as demais pessoas. O termo "equidade"
(v.5) é a tradução do adjetivo grego epieikés, "compreensivo, bondoso,
benigno". A Almeida Revista e Atualizada traduz por "moderação".
Essa deve ser a atitude de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas que
nos rodeiam. É o que Deus espera de todos nós. A expressão "perto está o
Senhor" (v.5) diz respeito à vinda de Jesus que se aproxima (Ap 1.3;
22.10) e nos inspira a essa moderação.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Elicott comenta: “(5) Sua moderação. - A palavra aqui
traduzida "moderação", denota adequadamente uma sensação do que é
aparente, ou equitativa, como distinta do que é exigido por dever rígido ou lei
formal. Tal distinção que o mundo reconhece quando fala do que é enunciado, não
tanto pelo dever quanto pelo "bom gosto, ou" sentimento correto
", ou (com alguma peculiaridade de aplicação) pelo sentimento"
cavalheiresco ", ou o" espírito de um Cavalheiro. "Aqui denota o
sentido geral do que é aparentemente em um tom de caráter cristão. Em 2Co. 10:
1 (onde é traduzida "gentileza") é atribuído enfaticamente ao próprio
Senhor. Mas o uso do Novo Testamento apropria-se especialmente da
"delicadeza doce" que a "gentileza" pode designar. Assim,
em At. 24: 4 significa claramente paciência ou tolerância; em 2Co. 10: 1 está
associado à mansidão; em 1Ti. 3: 3 , Tit. 3: 2 , com pacificidade; em 1Pe. 2: 8
, com gentileza; em Jas. 3:17 a palavra "gentil" é colocada entre
"pacífico" e "fácil de implorar" (ou melhor, persuadido ) .
Este espírito é, sem dúvida, "moderação", mas é algo mais. Pode
referir-se aqui tanto à exortação à unidade em Php. 4: 1-3 , e à exortação de
alegria imediatamente anterior. Isso ajudaria a pessoa e castigará o outro. O
Senhor está à mão. - Uma tradução do Syriac "Maran-atha" de 1Co.
16:22 - obviamente, uma palavra de ordem cristã, provavelmente referindo-se ao
Segundo Advento tão próximo; embora, é claro, não excluamos a idéia maior dessa
presença de Cristo em Sua Igreja, da qual esse Segundo Advento é a consumação”.
(BIBLIACOMENTADA). John Wesley
comenta: “Deixe a sua gentileza - A
entrega, doçura de temperamento, o resultado da alegria no Senhor. Seja
conhecido - pelo seu comportamento todo. Para todos os homens - bons e maus,
gentis e perversos. Aqueles dos temperamentos mais duros são de boa índole para
alguns, da simpatia natural e de vários motivos; um cristão para todos. O
Senhor - O juiz, o recompensador, o vingador).
“2. Nossa gratidão a Deus. Os filipenses viviam num clima de perseguição religiosa.
Paulo estava na prisão. Mas nada disso era problema suficiente para roubar a
alegria dos crentes: "a alegria do SENHOR é a vossa força" (Ne 8.10).
Mesmo nas dificuldades, quem tem uma mente guiada por Cristo não se desespera;
antes, as suas petições são levadas à presença de Deus "pela oração e
súplicas, com ação de graças" (v.6).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Paulo teve que deixar Filipos depois
de desatar-se a tormenta da perseguição que o reduziu a uma prisão ilegal. Esta
perseguição foi herdada pela Igreja de Filipos. O apóstolo conta que tinham
participado de suas prisões e em sua defesa do evangelho (1.7); que não temam a
seus inimigos porque estão passando pelo que ele mesmo passou e suporta no
presente (1.28-30). “É bonito quando, como
o expressa Ellicott, a lembrança se liga à gratidão. É algo grande quando não temos
senão lembranças felizes de todas nossas relações pessoais e assim se sentia Paulo
com respeito aos cristãos de Filipos. A lembrança não trazia coisas lamentáveis,
mas sim só felicidade.” (Filipenses (William Barclay))
“3. A paz de Deus. O termo noema,
"pensamento, mente", diz respeito à faculdade geral de julgamento
para tomar decisões, no sentido de bem ou mal, certo ou errado. A ideia dessa
palavra é de entendimento da vontade divina concernente à salvação (2 Co 10.5).
Esse noema pode se corromper (2 Co 11.3) e se tornar endurecido (2 Co 3.14), a
ponto de impedir a iluminação do evangelho de Cristo (2 Co 4.4). Mas a paz de
Deus na vida cristã está acima de todos os bens que uma pessoa pode adquirir e
sobrepuja a todo entendimento, pois vai além da razão humana. Ela excede
"os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (v.7).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 6, 10 Fev, 2019]
- A paz que Deus dá é aqui particularmente referida é
aquela que é sentida quando não temos nenhum cuidado ansioso com o suprimento
de nossas necessidades, e quando vamos confiantemente e entregamos tudo nas
mãos de Deus. "Tu o manterás em
perfeita paz, cuja mente está firme em ti" (Is 26.3). Charles John
Ellicott (Bispo da sé unida de Gloucester e Bristol – 1819-1905) comentando o
versículo 7, escreve: “A paz de Deus - ie
(como a "justiça de Deus", "a vida de Deus"), a paz que
Deus dá a todas alma que repousa sobre ele em oração. É a paz - o sentimento de
unidade no maior sentido - a "paz na terra" proclamada no nascimento
de nosso Senhor, deixada como Seu último legado aos Seus discípulos, e
pronunciada na Sua primeira volta a eles do túmulo ( Lc 2.14 ; Jo 14.27 ). Por
isso, inclui paz com Deus, paz com os homens, paz com si mesmo. Isso mantém,
isto é, vigia com a vigilância que "nem dormem nem dorme" - tanto
"os corações e as mentes" (ou, mais propriamente, as almas e os
pensamentos se formaram neles ) , protegendo toda a nossa ação espiritual,
tanto em sua origem quanto em seus desenvolvimentos. É "através de Cristo
Jesus", porque "Ele é a nossa paz (Ef 2.14 ), como" fazer tudo
"e" reconciliando tudo com Deus ". A abrangência e a beleza da
passagem naturalmente o fizeram (com a mudança característica do" dever
"de promessa ao" poder "de bênção) a bênção final do nosso mais
solene serviço da igreja da" Santa Comunhão " "Com Deus e com o
homem”.
CONCLUSÃO
“O nosso comportamento na vida diária, no
lar, na Igreja, no trabalho e na sociedade reflete o que há em nosso coração, e
isso mostra por si só quem domina a nossa mente. Há pontos na fé cristã que são
inegociáveis, e quem é dominado pelo Espírito não abre mão de sua fé nem cede
um milímetro sequer de sua fidelidade a Deus. É esse espírito que domina a
mente dos crentes fiéis em Cristo Jesus.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]
- Filipenses apresenta muitas lições práticas, entre elas,
a de que os crentes se alegram na contemplação da redenção de Deus - Perto está
o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma (4.5b–6a). Chegando ao âmago do
comportamento, as Escrituras ensinam que o coração é o centro de controle da
vida e que a vida de uma pessoa reflete o que se passa em seu coração. Os
santos refletem profundamente sobre si mesmos e sabem que não podem sujar o
coração, e procuram enche-lo com a Palavra de Deus e entregá-lo ao completo
domínio do Espírito Santo “Cria em mim, ó
Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. ... quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl 51.10)
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Fevereiro de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de "Quem Domina a Sua Mente" responda:
• Qual o apelo paulino
aos filipenses?
O apelo paulino é
para que haja entre os filipenses "o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus" (Fp 2.5).
• O que significa ter a
"mente de Cristo"?
Ter "a mente de
Cristo" (1 Co 2.16) significa pensar como Ele.
• O que dá um sentido
novo à saudação grega usada por Paulo (Fp 4.4)?
O Senhor Jesus é a
fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido
complemente novo.
• Qual deve ser a atitude
de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas à sua volta?
Moderação.
• O que excede o nosso
coração e os nossos sentimentos em Cristo Jesus?
A paz de Deus. [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 6, 10 Fev, 2019]