TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra
as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares
- L I Ç
à O 7 -
17 de fevereiro de 2019
TENTAÇÃO
A
Batalha por Nossas Escolhas e Atitudes
TEXTO ÁUREO
“Porque
tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo ” (1Jo 2.16).
VERDADE PRÁTICA
A
tentação no sentido religioso é a atração ou sedução para praticar o mal tendo
por recompensa prazeres ou lucros ilícitos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 4.1-11.
1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para
ser tentado pelo diabo.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois
teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de
Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o
sobre o pináculo do templo,
6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui
abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e
tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o
Senhor, teu Deus.
8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o
serviram.
INTRODUÇÃO
“Há certo paralelismo entre os quarenta anos
da peregrinação de Israel no deserto e os quarenta dias e as quarenta noites em
que o Senhor Jesus jejuou no lugar ermo. A diferença é que Israel não passou no
teste, e Jesus foi o vitorioso sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com
nossas escolhas e atitudes na jornada de nossa vida espiritual.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Tentação É um desejo violento da alma humana a fazer algo
que pode ser certo ou errado. Do latim temptatio ou tentatio, ataque,
tentativa; é o ato ou efeito de tentar; movimento interior que nos instiga a
fazer o mal; apetite, desejo violento. Deus nos criou com um coração que tem
desejos (Sl 37.5), depois da queda, este coração deseja o que é contrário a
Deus e à Sua Palavra. Moisés foi o líder durante toda a peregrinação de Israel
no deserto por 40 anos. Nos relatos de Êxodo e Deuteronômio podemos ver a
dureza de coração e a incredulidade do povo de Israel, que mesmo experimentado
portentosas demonstrações de poder de YHWH, quando graciosamente foram libertos
sob Moisés, com sinais e prodígios (pragas e abertura do Mar Vermelho), não hesitavam
em olhar para traz e pecar contra Deus. Moisés liderou esse povo de ‘dura
cerviz’ ao Monte Sinai onde Deus lhes deu a Lei com grandes demonstrações de
poder (fogo, trovões, sonido), e do Sinai, levou-os à entrada da terra
prometida. O autor da carta aos Hebreus destaca a fidelidade de Moisés na
condução do povo bem como para com Deus, mas como servo. Agora, ele nos faz ver
que Cristo é superior a Moisés, porque ele é Filho, o Filho de Deus, o Criador
de todas as coisas. O Novo Testamento está recheado de referências falando
sobre que Cristo é efetivamente Filho de Deus. Aliás, ele é o Filho Unigênito
de Deus em essência, porque não foi gerado por um homem, mas pelo Espírito
Santo de Deus. “Com referência a Nm 12.7Moisés e Cristo são comparados quanto à
finalidade e contrastados quanto à honra. Embora privilegiado para falar face a
face com Deus e ver a sua forma (Nm 12.8), Moisés era apenas um ‘servo’ na casa de Deus (v. 5). Cristo,
porém, como agente da Criação (1.2,10), merece a honra como o Construtor divino
de todas as coisas e ‘como Filho, em sua casa’ (v. 6).” (Bíblia de Estudo de
Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Nota textual Hebreus 3.2-6. Pág. 1466.) Assim, é garantida nossa chegada
à Canaã Celestial, pois Cristo não foi apenas o enviado com uma missão, mas o
enviado para a religião cristã! ‘Confissão’ em 3.1 é uma metonímia, a coisa
professada, isto é, Jesus a quem professamos. Hebreus 4.14 tem um uso
semelhante da palavra, porque os leitores são ordenados a conservarem firme a
sua confissão, mais uma vez com referência a Jesus como Sumo Sacerdote. – Dito isto, convido-o a pensar
maduramente a fé cristã!
I – A TENTAÇÃO
“Os termos “tentação” e
“tentar” na Bíblia aplicam-se tanto no campo secular como no campo religioso.
Vamos analisar o assunto partindo dos significados e sentidos dessas palavras,
levando em consideração o contexto das várias passagens bíblicas.”
“1. A provocação de Refidim. O substantivo “tentação” significa
literalmente “teste, provação, instigação”. Na contenda paradigmática de
Refidim, no deserto, temos o significado dessa palavra: “E chamou o nome
daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e
porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?” (Êx
17.7). O vocábulo hebraico massá significa “tentação”, e meribá quer dizer
“contenda”. Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz
massá por peirasmós, “tentação”, a mesma palavra usada no Novo Testamento
grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o
pecado (Mt 6.13; 26.41).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Massah significa tentativa, ou
tentação, sendo formada a partir da raiz usada em Ex 17.2 "Por que você tentam o
Senhor?"; Meribah significa discussão, "lutar" ou
"contender". O nome de Meribá foi dado também ao lugar onde a água
foi novamente produzida milagrosamente por Moisés golpeando a rocha ( Nm
20.13). De 1 Coríntios 10.4, aprendemos que esta rocha era um tipo de Cristo, e
a bebida deles é representada como tornando-se participantes da graça e
misericórdia de Deus por meio de Cristo Jesus; e ainda muitos que beberam
caíram e pereceram no deserto no próprio ato da desobediência! Esta rocha
tipificava o próprio Cristo, e é, portanto, chamada de rocha espiritual (Gl
3.1), dele flui a bebida espiritual com a qual todos os corações crentes são
renovados (Jo 7.37; Is 53.1-3). No livro de Êxodo, capítulo 17, é citado como
sendo um lugar, situado no deserto de Sim, a caminho para o monte Horebe.
Recebeu estes nomes, após terem acampado ali os israelitas. O lugar é muito
seco, sem fontes de água, por esse motivo, "murmuraram e contenderam
contra Moisés" (v.2)
“2. A experiência de Massá e Meribá. Ninguém deve testar a Javé, o Deus de Israel, pois o nosso
dever é obedecê-lo (Dt 6.16). O que aconteceu nessa contenda teve a reprovação
divina, de modo que serviu como um paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl
95.8,9). Testar Deus é questionar sua fidelidade no pacto e duvidar de sua
autoridade (Sl 78.41,56). Entendemos que tentar o Criador reflete a nossa
descrença nEle, e a Bíblia é contra essa prática (Is 7.12; At 15.10).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- O Senhor, citando Dt 6.16, nos
ordena: “Não tentarás o Senhor, teu Deus”.
Não devemos colocar Deus à prova, nem desafiá-lo ou provocá-lo. Os israelitas
quando peregrinavam pelo Sinai, por diversas vezes, tentara, a YWHW:
- Quando pediram carne em lugar do
maná (Nm 11.4-6; Sl 78.18);
- Quando pediram água no deserto (Ex
17.1-7);
- Quando reclamaram do caminho
escolhido por Deus (Nm 21.4-7; 1 Co 10.9).
“Quando
é que tentamos a Deus e o desagradamos intensamente:
a)
Quando estamos provocando a Deus (Sl 95.9). Os israelitas não quiseram o que
Deus lhes deu, mas queriam algo do seu gosto (Sl 78.17,18; Hb 3.8-11). Deus
lhes deu o pão de cada dia, mas eles o consideraram “pão vil” (Nm 21.5). A
Bíblia o chama trigo do céu; pão dos poderosos (Sl 78.24,25), pão do céu (Ex
16.4; Jo 6.31), manjar espiritual (1 Co 10.3), mas eles estavam totalmente
insatisfeitos pela alimentação gratuita e contínua que recebiam do céu. Devemos
estar contentes com o que temos recebido de Deus (1 Tm 6.8; Hb 13.5,6). O que
Deus nos deu não é o bastante? Estamos descontentes com o Seu cuidado?
b)
Quando estamos duvidando de Deus (Ex 17.7; Sl 78.19,41; 106.12-14). Israel
duvidava se Deus estava ou não com eles, apesar de tudo o que Deus já fizera no
Egito e no deserto. Como alguém poderia duvidar da presença divina, se tinham
constantemente uma coluna de nuvens diariamente a acompanhá-los e garantir-lhes
sombra no deserto? Como duvidaram que Deus estava com eles, quando tinham todas
as noites uma coluna de fogo para iluminar e prover calor contra o frio
noturno? Assim também agiram os judeus em relação a Jesus (Mt 16.1). Eles
duvidaram do que Deus poderia fazer. Até mesmo Moisés questionou o poder de
Deus (Nm 11.18-23). Nunca devemos duvidar do que o Senhor pode fazer (2 Rs
7.1,2), pois Ele é o Deus todo-poderoso (Gn 17.1; Mt 19.26; Lc 1.37; Gn 18.14).
Cremos que Deus pode fazer tudo? Que nada está fora do Seu controle? Que Ele
está conduzindo o Seu plano maravilhoso e nada poderá frustrá-lo? Sim, podemos.
c)
Quando estamos querendo forçar a agir sobrenaturalmente e não queremos agir
naturalmente. Quando deixamos de fazer o que podemos e queremos que Deus faça
algo para mostrar que somos especiais, filhos dEle. Deus não faz aquilo que
podemos fazer com nossas próprias mãos. Ele não desperdiça milagres. Deus
ressuscita Lázaro, mas não tira a pedra (Jo 11.39); ressuscita a filha de
Jairo, mas não lhe dá comida (Mc 5.43); multiplica os pães, mas não recolhe os
pedaços que sobraram (Jo 6.12); dá vista ao cego, mas não lava seu rosto no
tanque (Jo 9.7). Como Deus trabalha para mostrar Seu pode e receber a glória
que lhe é devida, Ele não faz aquilo que o homem comum pode fazer –alguém diria
que foi Deus quem fez? Entretanto, quando Ele faz algo que é impossível ao
homem, que todos dizem: Só Deus pode fazer, Ele é glorificado. Tentamos a Deus
desta maneira quando compramos o que não podemos pagar e queremos que Ele
pague. Quando nos comprometemos sem buscar a vontade de Deus e queremos que Ele
nos honre. Quando “forçamos a porta” para sermos enviados para um lugar e
depois queremos que o Senhor aja como se Ele nos tivesse enviado.” (ESTUDOSGOSPEL)
“3. Como um teste. Isso é muito comum no Antigo Testamento
(1Rs 10.1). O exemplo clássico é a
passagem do sacrifício de Isaque: “E aconteceu, depois destas coisas, que
tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). A finalidade disso é revelar ou desenvolver o
nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6). O hebraico aqui para “tentou” é nissá, que
tem o sentido de testar, experimentar, usado para pesquisas científicas hoje em
Israel. A Septuaginta traduziu por peirazo, de onde vem o substantivo
peirasmós, que aparece no Novo Testamento com a mesma ideia de teste: “e
puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são” (Ap 2.2). O Novo
Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa (At 16.7; 24.6).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Deus tentou a Abraão, ou provou-o,
para mostrar ainda mais sua fé e obediência; que é o único sentido em que Deus
pode supostamente tentar suas criaturas. O escritor aos Hebreus nos dá um bom
comentário sobre essa passagem, assegurando-nos que Abraão prontamente obedeceu
à ordem Divina, como tendo uma fé inquestionável, que Deus seria capaz de ressuscitar
seu filho, mesmo dentre os mortos; aquele filho que nasceu tão milagrosamente
dos mortos; e quem era o herdeiro da promessa, o patriarca não poderia ter
dúvidas, mas que Deus, de alguma forma, restauraria sua vida, se achasse
adequado assim tirá-la. Nessa confiança, ele alegremente obedeceu ao mandamento
Divino.
“Deus
tentou Abraão. - Heb., provou-o, colocou sua fé e obediência à prova. Durante
vinte e cinco anos, o patriarca perambulou na Palestina e viu o cumprimento da
promessa perpetua diferida, e ainda assim a fé não falhou. Por fim, nasceu o
herdeiro há muito desejado e, exceto a dolorosa dor de se separar com Ismael,
tudo correu bem com ele, e parecia pressagiar uma velhice calma e feliz. Ele
estava em paz com seus vizinhos, tinha uma possessão silenciosa de amplo
pastoreio para o seu gado, sabia que Ismael era próspero e viu Isaque se
aproximando rapidamente da propriedade do homem (Gn 22.12). No meio disso, no
entanto, desta tarde tranquila de seus dias veio o julgamento mais severo de
todos; pois ele recebeu a ordem de sacrificar seu filho. O julgamento foi
duplo. Pois, primeiro, o sacrifício humano era abominável para a natureza de YWHW,
e o dever claro de Abraão seria provar a ordem. Será que tal ação realmente
poderia ser encarregada de Deus por Deus? Agora, nenhuma prova subjetiva seria
suficiente. Em tempos posteriores, muitos israelitas foram movidos por um
fanatismo religioso profundo para dar a seus primogênitos na esperança de
apaziguar a ira de Deus em seu pecado (Mq 6.7); Mas em vez de paz trouxe apenas
uma condenação mais profunda sobre sua alma. Se Abraão tivesse sido movido
apenas por um impulso interno e subjetivo, sua conduta teria merecido e se
encontrou com uma condenação semelhante. Mas quando, após o exame, ficou
convencido de que o comando veio de fora dele e do mesmo Deus com quem, em
ocasiões anteriores, ele tinha tantas vezes conversado, então os antecedentes
de sua própria vida exigiam-lhe a obediência. Mas mesmo quando satisfeito com
isso, houve, em segundo lugar, o julgamento de sua fé. Uma ordem que ele
testou, não apenas subjetivamente pela oração, mas objetivamente em comparação
com a maneira de revelações anteriores, ordenou-lhe com sua própria mão
destruir o filho em quem "sua semente deveria ser chamada". Seu amor
por seu filho, sua fé anterior na promessa, o valor e o valor religioso de
Isaque como os meios designados para a benção de toda a humanidade - e, além
disso, ficaram dispostos ao comando. Mas Abraão, apesar de tudo, obedeceu, e
proporcionalmente à grandeza do julgamento foi a grandeza da recompensa. Até
essa altura, sua fé tinha sido comprovada por paciência e resistência, mas
agora ele foi convidado a destruir o fruto de tantos anos de espera paciente (Hb
11.17-19), e, assegurou que a ordem veio de Deus, ele não vacilou. Assim, pelo
julgamento, sua própria fé foi perfeita, e também para Isaque houve bênção. Conforme
o tipo de Cristo, ele se submeteu à vontade de seu pai, e a vida que lhe foi
restaurada foi doravante dedicada a Deus. Mas havia um propósito mais elevado na
ordem do que o bem espiritual desses "dois santos". O sacrifício
tinha por objeto a instrução de toda a Igreja de Deus. Se o ato não possuísse
um valor típico, teria sido difícil conciliar com nossas consciências uma ordem
que poderia parecer, pelo menos indiretamente, ter autorizado sacrifícios
humanos. Mas havia nela a manifestação do mistério do Pai que deu ao Filho para
morrer pelos pecados do mundo; e ali está tanto o valor quanto a justificação
da conduta de Abraão e do comando Divino” (Elicott. XXII. A OFERTA DE ISAAC
EM MOUNT MORIAH).
II - A TENTAÇÃO DE JESUS
“A tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento
registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão.
Era de se esperar que aquele que veio “para desfazer as obras do diabo” (1Jo
3.8) enfrentasse a reação de Satanás. O Inimigo de nossa alma decide lutar por
sua causa. É que a chegada do Salvador alvoroçou todo o reino das trevas.”
- A tentação é uma realidade com a
qual todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não existe ninguém que seja
imune à tentação, pois até mesmo Jesus, o homem perfeito, foi tentado! A
resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra
de Deus. Neste tópico iremos aprender como Jesus enfrentou a tentação e
derrotou Satanás. Veremos a sutileza do Diabo em tentar o Filho de Deus em um
momento de extrema carência e necessidade física, e como o Filho do Homem o
derrotou ao dizer “não” a cada uma de suas propostas. Por fim, destacaremos que
a vitória de Jesus é também a nossa.
“1. Levado ao deserto (v.1). O deserto é um lugar onde os seres
humanos percebem a grandeza de Deus e a fragilidade humana; é um lugar de
profundo silêncio para meditação e oração, onde há vastidão de espaço para
ouvir a voz de Deus. Foi no deserto que grandes homens de Deus foram preparados
para o serviço sagrado, como Moisés (At 7.30-33) e Elias (1Rs 19.4-10). O termo
“deserto” nessa passagem não é suficiente para determinar o lugar exato em que Jesus
suportou os quarenta dias de jejum e tentações. Mas há concordância entre
muitos estudiosos de que se trata de uma parte despovoada da Judeia, onde João
Batista iniciou o seu ministério. A tradição posterior indica o monte da
Quarentena a oeste de Jericó, onde foi construída na encosta da montanha uma
igreja no século VI.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Por que o Espírito Santo impeliu Jesus ao deserto para ser
tentado? Qual era o propósito? Que Deus tinha um propósito ao permitir que
Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração "foi levado pelo
Espírito ao deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de que temos um sumo
sacerdote capaz de Se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e
fraquezas (Hebreus 4.15) porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos
quais também somos. A natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele
compreenda as nossas próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza
também. "Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele
é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus
2.18). A palavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à
prova". Então, quando somos colocados à prova e testados pelas circunstâncias
da vida, podemos ter certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguém
que sofreu as mesmas provações. O Comentário do Novo Testamento Aplicação
Pessoal (CPAD), sobre a expressão “foi tentado”, afirma: “descreve uma ação
contínua; Jesus foi tentado constantemente durante os quarenta dias. O Espírito
levou Jesus ao deserto onde Deus pôs Jesus à prova - não para ver se Jesus
estava pronto, mas para mostrar que Ele estava preparado para a sua missão.
Satanás, no entanto, tinha outros planos; ele esperava distorcer a missão de
Jesus tentando-o para fazer o mal. Por que era necessário que Jesus fosse
tentado? A tentação faz parte da experiência humana. Para que Jesus fosse
completamente humano, Ele tinha que enfrentar a tentação (veja Hb 4.15). Jesus
tinha de desfazer o que Adão tinha feito. Adão, embora criado perfeito, cedeu à
tentação, e assim o pecado entrou na raça humana. Jesus, o segundo Adão, por
outro lado, resistiu a Satanás. A sua vitória oferece a salvação aos
descendentes de Adão (veja Rm 5.12-19). Durante estes quarenta dias, Jesus não
comeu coisa alguma, de modo que ao final Ele teve fome. A condição de Jesus
como Filho de Deus não tornava o seu jejum mais fácil; o seu corpo físico
sofria a fome severa e a dor de estar sem alimento. As três tentações registradas
aqui ocorreram quando Jesus estava na sua condição física mais enfraquecida”
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag.
341.
- “O deserto é um
lugar desconfortável, severo e agressivo. Era o deserto de Jericó, um lugar
ermo, cheio de montanhas e cavernas, de areia escaldante durante o dia e frio
intenso durante a noite. O deserto era lugar de solidão. Os grandes homens
caíram não em lugares ou momentos públicos, mas na arena da solidão e nos
bastidores dos lugares secretos. O deserto é o lugar das maiores provas e
também das maiores vitórias. O deserto é o campo de treinamento de Deus. O texto
nos diz que o Senhor esteve no deserto por 40 dias e 40 noites. O número 40 é o
número da provação. Quarenta dias durou o dilúvio (Gn 7.12), o jejum de Moisés
no Sinai (Êx 34.28), a caminhada de Elias até o Horebe (1Rs 19.8). Quarenta
anos Israel permaneceu no deserto (Sl 95.10). Israel esteve 400 anos no Egito,
isso é 40×10. Quarenta dias e quarenta noites Jesus foi tentado por Satanás no
deserto. Em Marcos 1.12,13 nos diz assim: “E logo o Espírito o impeliu para o
deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com
as feras, mas os anjos o serviam”.” (NAPEC)
“2. Sobre o jejum de Jesus (v.1). Segundo a narrativa de Mateus, Jesus jejuou “quarenta dias
e quarenta noites, depois teve fome”. Só mais dois personagens bíblicos
praticaram um jejum tão prolongado de quarenta dias, Moisés e Elias, mas isso
aconteceu em situações específicas (Êx 34.28; Dt 9.9,11; 1Rs 19.8). Isso mostra
que esse tipo de jejum (quarenta dias e quarenta noites) não é doutrina da
Igreja. Lucas afirma que Jesus, “naqueles dias, não comeu coisa alguma, e,
terminados eles, teve fome” (Lc 4.2). O verbo grego, nesteuou, “jejuar”,
significa literalmente “abster-se de alimento”..” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Jejum é restrição dos apetites da
alma e do corpo, para uma busca mais intensa da face de Deus. Essa restrição
inclui a abstenção de alimentos sólidos e líquidos, e quaisquer outras formas
de apetites legítimos. Jejuar é por Deus em primeiro lugar, em se tratando dos
nossos apetites. Nesse momento no qual Jesus se preparou para os primeiros
passos no seu trabalho público, o diabo o viu como vulnerável. Jesus até
aumentou a vantagem de Satanás quando passou por quarenta dias de jejum: “Nada
comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome” (Lc 4.2). As tentações
apelaram a diversos aspectos da pessoa e sua circunstância. Jesus estava com
fome, então o diabo lhe ofereceu uma maneira para satisfazer sua fome: “Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra
se transforme em pão” (Lc 4.3).
A prática do jejum é da vontade de
Deus. O crente não necessita de nenhuma revelação especial de Deus, ou motivo
de força maior para poder jejuar, porque a Bíblia já indica que essa é a
vontade de Deus. A duração do jejum e sua frequência depende de cada pessoa que
jejua. Essas coisas não devem ser obrigatórias, do contrário o jejum pode
tornar-se mera formalidade (Zacarias 7.5). Esta prática deve sim, acompanhar a
vida cristã também deve ser acompanhada e orientada para evitar-se exageros e
suas conseqüências.
“3. Como a tentação aconteceu (v.3a). Está claro que Satanás se apresentou a Jesus de forma
visível, mas os detalhes são desconhecidos. Essa tentação foi literal, e isso
se evidencia pelos detalhes da própria narrativa. Rejeitamos, pois, a ideia de
uma tentação subjetiva, simbólica ou visionária. Com certeza, Jesus mesmo
contou essa experiência aos seus discípulos.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Mas como seria possível Jesus ser tentado? William
Hendriksen esclarece sobre esse fato em sua obra Comentário do Novo Testamento
(Cultura Cristã): “Em nossa tentativa de responder a essa pergunta devemos
antes de mais nada observar que o que foi tentado foi sua natureza humana.
Jesus não só era Deus; ele era também homem. Além do mais, sua alma não era
dura como uma pederneira nem fria como um bloco de gelo. Era uma alma
plenamente humana, profundamente sensível, afetada e comovida pelos sofrimentos
de todo gênero. Foi Cristo quem disse: “Tenho um batismo com o qual hei de ser
batizado; e como me angustio até que o veja concretizado” (Lc 12.50). Jesus foi
capaz de expressar carinho (Mt 19.13, 14), compaixão (Mt 23.37; Jo 11.35),
piedade (Mt 12.32), ira (Mt 17.17), gratidão (Mt 11.25) e profundo anseio pela
salvação dos pecadores (Mt 11.28; 23.37; Lc 15; 19.10; Jo 7.37) para a glória
do Pai (Jo 17.1-5). Sendo não só Deus mas também homem, ele sabia o que era
estar cansado (Jo 4.6) e sedento (4.7; 19.28). Portanto, realmente não deveria
surpreender-nos que, depois de um jejum de quarenta dias, ele sentisse muita
fome, e que a proposta de converter pedras em pães se constituía numa tentação
bem real para ele, tanto mais sabendo que estava revestido do poder para fazer
milagres! Não obstante, não deixa de ser verdade que a possibilidade e
realidade da tentação de Cristo vai além de nossa compreensão. Mas não é esse
um fato em relação a cada doutrina? O que sabemos realmente sobre nós mesmos,
sobre nossa alma e a interação que existe entre alma e corpo? Pouco, aliás, bem
pouco! Como poderíamos, pois, penetrar nas profundezas da alma de Cristo e analisá-la
suficientemente a fim de fornecer uma explicação psicológica absolutamente
satisfatória de suas tentações?” HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo
Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 315-316. Jesus, como homem,
exibia elevadíssima espiritualidade. Suas qualidades espirituais não eram
automáticas, mas resultavam de uma luta muito intensa, através da vitória sobre
o pecado, diante do qual, jamais cedeu. Entrementes, ele desenvolveu elevadas
virtudes morais positivas. (Veja Gálatas 5.22,23, quanto a essas virtudes).
Assim sendo, Jesus foi o Pioneiro do caminho, tendo-nos mostrado, como devemos
desenvolvermos espiritualmente, através da dedicação absoluta. Jesus possuía
nosso tipo de natureza, juntamente com as suas fraquezas. Não obstante, triunfou!
III - A TRÍPLICE TENTAÇÃO
“Mateus e Lucas registraram as três últimas investidas de
Satanás contra Jesus, e elas foram o ápice dessas tentações. Na verdade, Jesus
foi tentado em todos os quarenta dias: “quarenta dias foi tentado pelo diabo”
(Lc 4.2). E continuou sendo tentado durante todo o tempo de seu ministério (Lc
22.28; Hb 4.15).”
- A partir da tentação de Jesus podemos compreender o que
significa a tentação para nós. Há na Bíblia duas grandes histórias de tentação.
No começo da história sagrada há a tentação dos nossos primeiros pais, Adão e
Eva (Gn 3); mais adiante a narrativa da tentação de Jesus (Mt 4.1-11; Mc
1.12,13 e Lc 4.1-13).
“Após Seu batismo,
Jesus foi "levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias,
foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). As três tentações de Jesus no
deserto foram um esforço de seduzir e transferir a Sua fidelidade de Deus a
Satanás. Vemos uma tentação semelhante em Mateus 16:21-23 onde Satanás, através
de Pedro, tenta Jesus a renunciar a cruz à qual estava destinado. Lucas 4:13
nos diz que após as tentações no deserto, Satanás "o deixou até ocasião
oportuna", o que aparenta indicar que Jesus foi tentado outras vezes por
Satanás, embora novos incidentes não sejam registrados. O ponto importante é
que, apesar de várias tentações, Ele nunca pecou” (GOTQUESTIONS)
“1. A primeira das três últimas tentações (v.3b). O objetivo dessa
investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em benefício próprio.
A declaração pública do próprio Deus a respeito de Jesus, “Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17), indica que isso era do conhecimento de
Satanás. Mas, mesmo assim, ele desafiou Jesus quanto à sua identidade: “Se tu
és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. À semelhança de
Eva, esse pecado consistia em satisfazer o apetite físico com algo lhe fora
proibido.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- A tentação de Jesus se repete, na
verdade, o padrão da tentação dos nossos primeiros pais (Gn 3.6; 1Jo 2.15,16 e
Mt 4.1-11). A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mt 4.3-4),
a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o
diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando
Deuteronômio 8.3. Perceba que Satanás usou a fraqueza da carne como a primeira
tentativa, pois ele sabia que Jesus estava fisicamente debilitado após o
período de jejum. Em outras palavras, o que ele disse foi o seguinte: “É justo
o filho de Deus passar fome?”. Mas Jesus venceu o tentador com a seguinte
resposta (Mt 4.4). O intento de Satanás de levar Jesus transformar pedras em
pães era maior que um apelo à fome. Havia a sugestão de evitar a cruz,
tornando-se um reformador social popular. Isso quase ocorreu quando Jesus
multiplicou os pães e os peixes em Jo 6. Mas veja o resultado da multiplicação
e o que o Senhor Jesus fez: “Vendo, pois,
os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o
profeta que devia vir ao mundo. Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o
intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho,
para o monte” (Jo 6.14,15).
“2. A segunda tentação (v.5). Aqui, o objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a
tentar o Pai e persuadi-lo a um ato de vaidade. A “Cidade Santa”, para onde
Jesus foi transportado, é Jerusalém (Ne 11.1; Is 52.1). Satanás incita Jesus a
jogar-se do pináculo do templo abaixo usando o texto de Salmos 91.11,12. Essa
passagem refere-se a alguém que confia em Deus e, por isso mesmo, ao próprio Senhor
Jesus. Ter a proteção divina, conforme as promessas desse salmo, é muito
diferente de tentar a Deus. A proposta de Satanás era para Jesus testar Deus,
algo que as Escrituras proíbem (Êx 17.2-7).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- A segunda tentação foi acerca da
soberba da vida (Mt 4.5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da
Escritura contra Ele (Sl 91.11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a
Escritura em sentido contrário (Dt 6.16), afirmando que seria errado abusar de
Seus próprios poderes. A segunda tentação foi de ordem espiritual e psicológica
(Orgulho) (Mt 4.5-7). Esta segunda tentação está ligada a primeira, pois Jesus
disse que confiava plenamente no Pai, então Satanás habilmente usa a própria
palavra de Deus contra Jesus para tentar induzi-lo a se jogar do pináculo do
templo para que o Pai o amparasse. E para isso ele cita o Salmo 91.12. Satanás
sugere a Jesus a provar a Sua fé em Deus, submetendo Sua promessa a um teste,
isso não passava de um grande sofisma. Jesus rebate o sofisma de Satanás usando
de outro texto não fora de contexto, mas de forma correta. Jesus fala do que os
Israelitas fizeram tentando o Senhor em Massá (Êx 17.6, Dt 6.16), pois quando
faltou água eles começaram a perguntar se o Senhor estava no meio deles (Êx
17.7).
“3. A terceira tentação (v.8). Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar
do domínio do mundo por meios ilícitos. Como disse um grande comentarista dos
Evangelhos: “A concessão era pequena; a oferta, grande”. Teria Satanás o
controle do mundo a ponto de oferecê-lo a quem desejasse? Jesus não discutiu
sobre essa reivindicação do Diabo. O Novo Testamento mostra que Satanás é “o
deus deste século” (2Co 4.4); “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); “os
príncipes das trevas deste século, […] as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais” (Ef 6.12) e “todo o mundo está no Maligno” (1Jo 5.19). Mas
Satanás não tem nada para ninguém; tudo não passa de mera aparência e engano.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 7, 17 Fev, 2019]
- A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos
olhos (Mt 4.8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão
e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já
tinha o controle sobre os reinos do mundo (Ef 2.2), mas estava pronto a dar
tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a
natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito:
‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mt 4.10, Dt 6.13).
“A terceira tentação
é de ordem religiosa – apostasia (Mt 4.8-10). A terceira tentação foi a
apostasia. A isca é o desejo de poder. Poder total sobre um mundo que jaz no
maligno. Jesus é convidado a fazer um acordo com o maligno, para que Ele,
Jesus, reinasse por meio de intrigas, de guerras, através do mal. Mas Jesus não
veio para estabelecer um reino terreno como muitos pensam; mas estabelecer o Reino
de Deus dentro do coração dos homens. Satanás sabendo que Jesus estava focado
no Reino de Deus, então lhe oferece um reino sem cruz, desde que Jesus o
adorasse. Assim o Reino de Deus seria estabelecido sem trabalho ou lágrimas,
nem risco de vida, sob a simples condição de que Jesus lhe prestasse
reverência. Satanás estava dizendo para Jesus que o Reino de Deus deveria ser
imposto com armas diabólicas da crueldade, impiedade e poder, dominando as
pessoas, ao invés de conquistar homens e mulheres através do sacrifício remidor
na cruz. Mas acontece que o Reino de Deus nunca será estabelecido por meios
satânicos. Essa oferta tem sido oferecida até hoje para muitas pessoas, e,
infelizmente, muitos tem aceitado. Observe quantas guerras religiosas temos
contemplado em nosso meio. Igrejas contra igrejas, pastores contra pastores,
irmãos contra irmãos. Cada um querendo estabelecer o seu próprio reino e não o
Reino de Deus. Com essas atitudes quem tem sido adorado é o próprio Satanás. Em
muitos púlpitos ele está sentado e sendo adorado como deus. Quantos pastores
orando por avivamento, mas avivamento para sua igreja e não para a igreja do
“concorrente”. Querem a sua igreja cheia, ainda que seja com pessoas vazias do
Espírito Santo. Para alguns o importante é o movimento.” (NAPEC)
“4. Respostas de Jesus. O ataque diabólico foi
nas áreas mais sensíveis do ser humano: “a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16). Mesmo com toda a sua
habilidade maligna, foi grande e devastadora a derrota de Satanás (v.11). Ele
foi vencido pelo poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está
escrito”. Jesus citou três passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). Assim, o
grande conquistador, o Senhor Jesus Cristo, pode simpatizar com os que são
tentados, pois Ele mesmo foi tentado de maneira real. Podemos nos consolar
porque temos um Protetor no céu que é capaz de se compadecer de nossas
fraquezas (Hb 4.15).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Jesus nos deixa o exemplo de como devemos responder às
tentações em nossas próprias vidas -- com as Escrituras. As forças do mal vêm
sobre nós com uma miríade de tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em
sua essência: a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba
da vida (1 João 2:16). Só podemos reconhecer e combater essas tentações ao
saturar os nossos corações e mentes com a verdade. A armadura de um soldado
cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do
Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Efésios 6:17). Conhecer a Bíblia
intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos capacitar a ter vitória
sobre as tentações. (GOTQUESTIONS)
- Veja o que o Senhor disse a Satanás diante dessa proposta
imoral: “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao
Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Dt 6.13). O Senhor cita
mais uma vez as Escrituras Sagradas com intrepidez. Ele não se deixa levar,
mais uma vez, pela proposta imoral do diabo. Satanás quer dizer “Adversário”, e
é exatamente isso que ele é; ele é o adversário direto do nosso Deus e nosso
também. Ele sempre irá tentar “facilitar” as coisas para nós. Para isso o preço
é muito alto, é o preço da APOSTASIA. E quantos estão se apostatando da fé para
poderem ter o seu próprio reino. E por ele dão a própria vida. Por Deus não,
mas pelo reino pessoal vão até o fim. Com essa palavra de Jesus Satanás o
deixou, mas como nos fala em Lucas 4.13: “Até momento oportuno”, ou seja,
Satanás não desistiu, mas foi até a cruz tentando o Senhor. Se ele fez isso com
o próprio Deus encarnado quanto mais fará com cada um de nós. Como disse Pedro em
sua primeira carta: “Sede sóbrios e
vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que
sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada
pelo mundo” (1Pe 5.8,9). Pedro falou do que conhecia muito bem, pois na
noite em que Jesus foi preso ele negou o Seu Mestre três vezes. Pedro foi
tragado pelo medo, pela covardia e pelo rugido de Satanás. Pedro cedeu à
tentação, mas Ele foi resgatado pelo Senhor e restituído no ministério. Por
isso ele nos alerta para termos cuidado, “Aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10.12). (NAPEC)
CONCLUSÃO
“Diante dos fatos aqui expostos, aprendemos a
não subestimar a força e os ardis de Satanás e seus demônios, pois ele ousou
tentar o próprio Filho de Deus. Adão foi testado e não passou no teste (Gn
3.11,12). Da mesma forma, Israel foi reprovado logo no limiar de sua história
como nação (Dt 9.12). Mas Jesus foi aprovado, glória a Deus! (At 2.22).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]
- Não devemos tentar o Senhor, ou colocá-lo à prova, a não
ser quando é para evidenciar a fidelidade dele nas promessas, vinculadas ou não
a um mandamento. Não devemos tentá-lo por nossa incredulidade, dúvida ou
capricho, pois o Senhor não terá por inocente aquele que assim o fizer.
● Há o modo que é ordenado por Ele (Ml 3.10). Após ordenar
aos israelitas que trouxessem o dízimo, o Senhor ordena: “provai-me nisto...”.
Quando Deus tem uma aliança com alguém, Ele garante cumprir a Sua parte neste
pacto se a outra parte cumpre o seu papel. Deus aceita que confirmemos a
veracidade de Suas promessas (Sl 18.30), que provemos a Sua palavra, pois Ele
sempre será verdadeiro (Rm 3.4; 1 Ts 1.9) e a confirmação das Suas promessas
mostrará a Sua fidelidade (Sl 89.5). Muitos mandamentos divinos são atrelados a
promessas. Quando cumprimos a nossa parte neles, podemos esperar que Deus
cumpra a Sua (Ef 6.2). Deus não nos condena a esperar e até lembrá-lo de Suas
promessas, pois Ele mesmo é o maior interessado em cumpri-las. Ele disse ao
profeta Jeremias: “Eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12). O
Profeta Elisau questionou: “onde está o SENHOR, Deus de Elias?” (2 Rs 2.14),
mas ele o fez baseado na promessa que o profeta Elias tinha lhe dado: “se me
vires quando for tomado de ti, assim se te fará” (v10). A promessa o autorizava
a cobrar o seu cumprimento. Se não houvesse promessa seria um ato de tentação
ao Senhor.
● Há o modo que é permitido por Ele (Jz 6.36-40). Gideão
fez prova de Deus quando estava inseguro sobre ir à batalha com um pequenino
exército contra um inumerável exército inimigo. Deus, em sua grande bondade,
permitiu que aquele juiz duvidoso o provasse, mas não podemos fazer isto sempre
e nem de qualquer maneira. Só podemos fazer isto em ocasiões especiais e com
muita humildade, pois a falta de fé – incredulidade – não agrada a Deus (Hb
11.6). Quando Tomé agiu assim foi repreendido por Jesus, que lhe disse: “sejas
crente e não incrédulo (Jo 20.27). O Mestre também recusou dar o sinal requerido
pelos judeus, quando o tentaram (Mt 16.1-4; Mc 8.11,12). O povo judeu, por sua
incredulidade, tornou comum o fato de pedir sinais de confirmação (1 Co 1.22),
em lugar de crer fielmente na palavra do Senhor. (Autor: Carlos Kleber Maia |
Divulgação: estudosgospel.com.br)
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Fevereiro de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de “Tentação — A batalha por nossas escolhas e
atitudes”, responda:
• Qual o sentido da
palavra “tentação” em Massá e Meribá?
O vocábulo hebraico
massá significa “tentação”, e meribá quer dizer “contenda”.
• Qual a finalidade da
tentação como teste?
A finalidade é
revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6).
• O que evidenciam os
detalhes da narrativa da tentação de Jesus no deserto?
A tentação de Jesus
no deserto é o primeiro acontecimento registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão.
• Quais os objetivos de
Satanás em cada uma das três últimas tentações?
(1) O objetivo dessa
investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em benefício próprio;
(2) O objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo
a um ato de vaidade; (3) Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se
apoderar do domínio do mundo por meios ilícitos.
• Como o Senhor Jesus
derrotou o Diabo?
Ele foi vencido pelo
poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está escrito”. Jesus citou três passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 7, 17 Fev, 2019]