TEMA: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo de
Deus no deserto no livro de Números
COMENTARISTA: Reynaldo Odilo Martins Soares
- L I Ç Ã O
3 -
20 de Janeiro de 2019
SANTIDADE - REQUISITO PARA A CONQUISTA
TEXTO DO DIA
“E não
profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos
de Israel. Eu sou o SENHOR que vos santifico.” (Lv 22.32)
SÍNTESE
A busca pela
santidade é o requisito primordial para a preservação da salvação.
TEXTO BÍBLICO
Números 7.1-7
1 E esta é a
lei da expiação da culpa; coisa santíssima é.
2 No lugar
onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu
sangue se espargirá sobre o altar em redor.
3 E dela se
oferecerá toda a sua gordura, a cauda e a gordura que cobre a fressura;
4 também
ambos os rins e a gordura que neles há, que está sobre as tripas; e o redenho
sobre o fígado, com os rins, se tirará.
5 E o
sacerdote o queimará sobre o altar em oferta queimada ao SENHOR; expiação da
culpa é.
6 Todo varão
entre os sacerdotes a comerá; no lugar santo se comerá; coisa santíssima é.
7 Como a
oferta pela expiação do pecado, assim será a oferta pela expiação da culpa; uma
mesma lei haverá para elas: será do sacerdote que houver feito propiciação com
ela.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Paulo disse que não se aborrecia em fazer as
mesmas advertências, porque era segurança para os crentes (Fp 3.1). O Senhor,
igualmente, no deserto do Sinai, depois de algumas providências
administrativas, também repetiu várias leis (Nm 1 e 2). Deus estava advertindo
os filhos de Israel que, para chegarem à Canaã, era preciso obedecerem à sua
Palavra, o que propiciaria àquele povo o padrão de plenitude moral exigido pelo
Senhor, conduzindo-os a um estado doutrinário e cultural marcado pela pureza —
viveriam em santidade. Deus, naquele momento, estava apontando fortemente para
a santidade dos hebreus, virtude sobre a qual não havia nenhum referencial no
Egito; porém, agora, o Senhor expedira muitas determinações comportamentais. Os
filhos de Israel, assim, tinham um grande desafio pela frente — o maior — serem
santos. Se eles vencessem esta guerra interior contra o pecado, a Terra
Prometida seria conquistada gloriosamente.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- O livro de Números certamente não goza de popularidade;
esse fato óbvio não diminui sua importância. A maioria das pessoas não está
interessada em coisas porque elas são importantes, mas porque as agradam.
Embora Números nos dê um relato do povo escolhido que deixa claro que não havia
neles nada de bom, a ênfase não é sobre o pecado e a tolice de Israel, mas
sobre a santidade de Deus. Esse livro continua a ênfase de Levítico, de que
Deus é santo, e, portanto, seu povo deve ser santo. Números descreve com
clareza aguda a estupidez e malignidade da obstinação do homem, e a paciência e
santidade de Deus. Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma
comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com
ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para
tal associação. Seu caráter santo não pode permitir ser contaminado pelo pecado
e pela corrupção. Os homens só podem estar na sua presença se forem puros. – That said, let's think maturely the
Christian faith!
I - A REPETIÇÃO DE ADVERTÊNCIAS
“1. Pureza social. O processo,
ou caminho, para se chegar à santidade chama-se santificação. É uma estrada
interminável. Somente quando se chegar ao Céu é que se alcançará a estatura de
varão perfeito. Nesse sentido, os descendentes de Abraão tinham muito o que
aprender. Em Número 5.1-10 o Senhor tratou a respeito da pureza social. Deus,
portanto, para proteger o seu povo, determinou que os contaminados pela lepra,
ou por fluxo corporal ou por terem tocado num morto, fossem lançados fora do
arraial; bem como tratou acerca da restituição de quem causasse prejuízo a
outrem. O povo de Deus tinha de ter pureza em todos os aspectos. Assim, os
hebreus deveriam se livrar de “toda a aparência do mal”, de tudo o que fosse
prejudicial ao espírito, à alma ou ao corpo. O cuidado de Deus era para que
houvesse uma normatização justa das relações sociais. Dessa forma, os que
aparentavam algum tipo de “contaminação” biológica deveriam ser apartados do
povo até que ficassem purificados; e os que tivessem comportamento inadequado,
restituíssem devidamente aos prejudicados. Não é demais lembrar de que, como
diz 1 Coríntios 10.6: “E essas coisas foram-nos feitas em figura [...]”.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- O tema do capítulo 5 de Números é a necessidade da
pureza, da santidade no arraial israelita. Matthew Henry em seu Comentário do
Pentateuco, escreve: “Em Números 5, temos
uma ordem, de acordo com as leis já dadas por Deus, para a remoção dos imundos
para fora do arraial, v.v. 1-4. Uma repetição das leis a respeito da
restituição, em caso de algum mal feito a um irmão (v.v. 5-8), e a respeito da
apropriação das coisas santificadas aos sacerdotes, v.v.9,10. Uma nova lei a
respeito do julgamento de uma esposa suspeita de adultério, nas águas dos
ciúmes, v. 11ss”. (Henry, Matthew, Comentário do Pentateuco). No início deste capítulo vemos a
ordem de Deus para que os imundos sejam removidos. Entre os impuros que
deveriam ser retirados do meio do povo estavam os leprosos, os que sofriam de
secreções, os que tivessem se contaminado por terem tocado em algum morto. A
razão clara para esse procedimento era a presença de Deus no meio do arraial,
junto ao povo.
“2. Pureza nos relacionamentos. Em Números
5.11-31 o Espírito do Senhor tratou a respeito da pureza no casamento. Essa lei
era muito valiosa para as famílias, pois evitava que as esposas sofressem
injúrias ou difamações levianas. Na família de uma nação santa, os cônjuges
precisavam viver em paz, sem acusações infundadas. Ainda que o procedimento
prescrito por Deus pareça rudimentar, era o único compatível em face da dureza
de coração dos hebreus, conforme Jesus mencionou (Mt 19.8).”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- A partir do versículo 11 até o 15, observamos a ordem relativa
a suspeita de infidelidade conjugal. Esta lei possuía uma conotação tanto
física quanto espiritual. Ela é uma séria advertência para uma mulher propensa
a cometer adultério como servia de proteção para uma mulher inocente cujo
marido era ciumento e desconfiado. “É difícil vermos nas Escrituras as descrições dos rituais religiosos tão
claramente detalhados como esse que vamos estudar. Nessa narrativa até as
palavras que deveriam ser pronunciadas foram registradas. Esse era um ritual
para determinar a culpa ou a inocência de uma mulher suspeita de adultério.
Tanto para punir a sua culpa pelo pecado cometido, como, ao mesmo tempo
inocentar, deixando-a livre de qualquer suspeita não tendo cometido pecado esse
ritual, mesmo que para nós pareça estranho, para os israelitas, naqueles dias,
no deserto, à caminho da Palestina, era de fundamental importância, pois para o
Senhor, a santidade do seu povo era algo inegociável. Façamos então, algumas
observações: 1)Quando houvesse qualquer suspeita de infidelidade conjugal o
marido juntamente com sua esposa deveria procurar o sacerdote para oferecer uma
oferta que indicaria o que de fatos estava acontecendo. 2) Mas, diante desse
procedimento surge uma pergunta importante: por que a mulher inocente tinha que
se submeter e enfrentar todo esse processo por causa do marido desconfiado? A
resposta que tem sido dada para essa questão, como já sinalizamos é que todo
esse processo servia como proteção para esta mulher que era alvo de uma
suspeita. Esse teste protegia a mulher, pois, se a suspeita continuasse o
marido, cheio de ciúmes, poderia até ferir sua esposa. Assim esse procedimento
evitava um mal maior. 3)A oferta entregue ao sacerdote era de um décimo de um
efa de farinha de cevada, sem azeite e sem incenso, como um oferta de manjares
de ciúmes, oferta memorativa, isto é, revelatória da verdade sobre a suspeita
do pecado. 4)Mas, surge uma outra questão interessante: Por que aqui não fala
do homem, do marido ser suspeito desse pecado? Será que a Bíblia faz vista
grossas para o pecado do homem? Será que Deus trata o homem de modo diferente?
O que é pecado para a mulher não o é para o homem? 5)Certamente que o é. Aqui
não fala do pecado de adultério da parte do homem, nem do castigo do homem
porque já tínhamos abordado este assunto quando estudamos Êx 20.14 e Lv 20.10 e
iremos estudar novamente quando chegarmos em Dt 5.18 e 22.22-24. De forma que
nos 4 livros da lei encontramos a Palavra de Deus condenando o pecado de
adultério, tanto praticado pela mulher, como pelo homem. 6)E o castigo
determinado para tal pecado era o mesmo, tanto para a mulher como para o homem:
era o castigo da morte por apedrejamento. A Bíblia não tem dois pesos e duas
medidas, para tratar de modo diferente as pessoas diante de uma mesma
transgressão. 7)Mas, porque não aparece uma advertência para o homem neste
texto que estamos estudando? Alguns estudiosos respondem essa pergunta dizendo
que aqui temos um simbolismo da igreja. Então, alguém poderia perguntar: a igreja
pode cometer adultério? Sim, infelizmente, sim! Figuradamente, a igreja pode
cometer adultério todas as vezes que ela se associa com os pecados do mundo,
com o mundanismo. Quando a igreja está sendo infiel a Cristo, quando está
pecando por comissão ou por omissão, quando não expõe a sã doutrina, ela esta
adulterando. Querido amigo, a sua igreja tem sido fiel ao Senhor Jesus? Você
que é parte da igreja tem sido fiel ao evangelho de Cristo? Ou você tem
flertado com o mundo? Obediência, amor e fidelidade são nossas
responsabilidades para com o nosso Senhor!” (Extraído de: http://ccrcbdmpn.blogspot.com/2014/08/atraves-da-biblia-numeros-5.html. Acesso em: 15 Jan,
2019)
“3. Pureza espiritual. Em Números
6.1-21, Deus estabeleceu o padrão da pureza espiritual, para quem quisesse
consagrar-se a Ele — o nazireado. Impressiona como, nos dias atuais, as pessoas
querem servir a Deus de qualquer maneira. A mulher, de acordo com o texto
sagrado, também podia fazer voto de nazireado (Nm 6.1,2).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- “Não confundir
nazareno (aquele que nasceu em Nazaré; Mt 2.23) com nazireu (o indivíduo que
fazia um voto especial a Deus por um período de devoção extraordinária a Ele).
Comumente, este voto público dava-se por um determinado tempo (v. 13). Havia
três restrições: (1) abstinência total a tudo relacionado com o vinho e as
uvas; (2) a proibição de cortar seu cabelo; e (3) a vedação à aproximação de um
cadáver. Ao fazer tudo isso, o nazireu separava-se e consagrava-se ao Senhor.
Depois do voto cumprido, o nazireu poderia voltar a viver sua vida normal (v.
20). Um voto tão sério quanto o voto de nazireado exigia que se fizesse não só
um processo por sua iniciação, mas também um ritual solene para seu término. O
foco era no cabelo, o símbolo visível do voto temporário. Assim, além da
apresentação do sacrifício exigido (v. 14-17), o homem ou a mulher que
completavam o voto deveríam rapar a cabeça e queimar o cabelo junto com a
oferta de paz (v. 18)”. (Extraído de: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2016/10/significado-de-numeros-6.html. Acesso em: 15 Jan,
2019)
II – O CAMINHO DA CONSAGRAÇÃO
“1. A bênção de Deus. O
acampamento estava em ordem e os israelitas encontravam-se preparados para
marchar. Nesse cenário, Deus relembrou algumas leis que versavam sobre a
santidade do seu povo no aspecto social, relacional e espiritual (havia
inúmeras outras leis, mas o Espírito Santo fez questão de repetir essas). Deus
mostrara o caminho da consagração. Num primeiro instante, “o SENHOR, que ama a
prosperidade do seu servo” (Sl 35.27), ensinou que os sacerdotes deveriam
abençoar os filhos de Israel da maneira mais ampla possível, de modo que o seu
nome trouxesse proteção, presença e paz através das palavras proferidas pelos
sacerdotes (Nm 6.24-26). Observa-se que, com a bênção sacerdotal, o Senhor
vinculava seu nome, ou seja, seu caráter, ao povo de Israel. Na oração do “Pai
Nosso”, Jesus fez o mesmo quando ensinou seus discípulos a orarem dizendo:
“[...] santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Quando, tempos depois, Balaão, o
falso profeta, tentou amaldiçoar o povo de Israel, teve de pronunciar as
seguintes palavras: “Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em
Jacó; o SENHOR, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de
um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio. Pois
contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo
se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito!” (Nm 23.21-23). Somente
uma coisa poderia trazer desgraça ao povo: o pecado. Enquanto o Senhor não
contemplasse iniquidade em Israel, o seu meu nome estaria sobre os filhos de
Israel, e Ele os abençoaria (Nm 6.27).”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Foi no deserto, que o povo de Deus viu a maioria dos
sinais realizados pelo Senhor. Foi também ali, que a glória de Deus era
manifesta a eles. É em meio as lutas e dificuldades que veremos o sobrenatural
de Deus agindo em nossas vidas. Davi não olhou para o tamanho o gigante, mas
ele olhou para o Deus que ele servia, o “Senhor dos Exércitos”, e ali ele viu
Deus operar os seus sinais, concedendo-lhe a vitória. Nas dificuldades, nas
lutas, nas provações e desertos, saiba que é ali que Deus opera os seus sinais
e manifesta a sua glória ao seu povo. No deserto, Deus quer manifestar a sua
glória e os seus sinais, concedendo graça, pois a maravilhosa graça de Deus é
constante ao seu povo. Sobre Números 6.24-26, o teólogo metodista e erudito
bíblico britânico Adam Clarke (1760-1832), comenta: “O Senhor te abençoe - Existem três formas de bênção aqui, qualquer um ou
todos os quais os sacerdotes podem usar em qualquer ocasião. A seguinte é uma
tradução verbal:
● Que Jeová te abençoe e te preserve!
● Que Jeová faça
com que os seus rostos brilhem sobre ti e tenha misericórdia de ti! Que Jeová
levante os seus rostos sobre ti, e possa ser posto prosperidade para ti! Esta é
uma oração muito abrangente e excelente, e pode ser parafraseada assim:
● Deus fala bem a
ti, dando-te suas excelentes promessas!
● Que ele te
preserve na posse de todo o bem que tens e de todo o mal com o qual tu estás
ameaçado!
● Que a Santíssima
Trindade ilumine o teu coração, te dando o verdadeiro conhecimento de ti mesmo
e do teu Criador; e mostre-lhe a sua benevolência em perdoar os teus pecados e
sustentar a tua alma!
● Que Deus te dê a
comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito, com um constante sentido da sua
aprovação; e te conceda prosperidade em tua alma e em todos os teus assuntos
seculares! Suponho que este seja o espírito e o propósito desta forma de
bênção. Outros, sem dúvida, interpretarão isso da maneira deles. Vários sábios
e eruditos acreditam que o mistério da Santíssima Trindade não é obscuramente
sugerido nela. Deus Pai abençoa e mantém seus seguidores. Deus, o Filho, é
misericordioso para com os pecadores ao remeter suas ofensas, que ele morreu
para apagar. Deus, o Espírito Santo, toma das coisas que são de Cristo, e as
mostra aos cristãos genuínos, e difunde a paz de Deus em seus corações. Em uma
palavra, Cristo, o dom do Pai pela energia do Espírito Santo, veio para
abençoar cada um de nós, desviando-nos de nossas iniqüidades. Todo cristão
genuíno é um verdadeiro nazireu. Ele está separado do mundo e dedicado
exclusivamente ao serviço de Deus.
● Sua vida é uma
vida de abnegação; ele mortifica e mantém a carne em obediência ao Espírito.
● Tudo isso entra
no espírito de seu voto batismal; porque promete renunciar ao diabo e a todas
as suas obras, às covinhas e vaidades deste mundo iníquo e a todas as
concupiscências da carne - guardar as palavras e mandamentos santos de Deus e
andar no mesmo todos os dias de sua vida.
● A pessoa que é
fiel tem a bênção de Deus envolvida sobre ele. Assim abençoareis os filhos de
Israel, etc., etc. Veja as notas em Números 6: 5-7”.
Já o teólogo cristão britânico e Pastor Metodista John
Wesley (1703-1791), diz: “Bendiga-te - concede-te toda a
espécie de bênçãos, temporais e espirituais. Mantenha-te - isto é, continue com
suas bênçãos para ti e te preserve em seu uso; te proteja do pecado e de seus
efeitos amargos”.
Conforme Números 5.3, Deus habita no meio do seu povo – e essa
presença do SENHOR exige que Israel seja um povo santo assim como Deus é santo.
Para tanto, o próprio SENHOR dá as diretrizes para a organização no acampamento
e sobre o serviço sagrado dos sacerdotes. É neste contexto da presença santa de
Deus no meio do seu povo que lemos sobre um importante serviço sagrado dos
sacerdotes: abençoar o povo de Deus no acampamento e durante a marcha para a
Terra Prometida. É perfeitamente compreensível que aqui no final do capítulo 6
está a benção sacerdotal: Antes de o povo marchar, o SENHOR deixa bem claro que
Ele quer abençoar os israelitas, porque esta é a consequência mais bela da sua
presença no meio do seu povo. Sua presença é na verdade a grande benção!
“2. A bem-aventurança do doar. Os 88
primeiros versículos de Números 7 informam uma longa lista de ofertas trazidas
em doze cultos, mencionando o dia em que cada um dos príncipes das tribos as
deveria apresentar. Elas eram iguais, mas Deus — que não esquece do trabalho
das mãos dos seus servos — fez questão de especificar as contribuições
individualmente. O Senhor estava satisfeito com a voluntariedade do povo e, por
isso, registrou tudo. Em consequência, no versículo seguinte está escrito a
respeito da aprovação de Deus, ao se mencionar que “quando Moisés entrava na
tenda da congregação para falar com o SENHOR, então, ouvia a voz que lhe falava
de cima do propiciatório, que está sobre a arca do Testemunho entre os dois
querubins; assim com ele falava” (Nm 7.89). Ele é galardoador dos que o buscam
(Hb 11.6). A questão relevante a respeito das ofertas dos israelitas não era a
quantidade somente, mas também a voluntariedade e alegria com que eram trazidas.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- Cada príncipe em Israel ofereceu ao Senhor a dádiva de
cada um, que é relatada separadamente, numa demonstração de que cada um deve
prestar culto individualmente, e não depender só de adoração coletiva de Deus.
Observa-se também a ordem e o cuidado em cumprir os mandamentos do Senhor,
neste capítulo que é um dos mais longos da Bíblia. O sétimo capítulo nos
ensina:
● Deus ama a quem dá com alegria (2 Co 9.7; 2);
● Deus reconhece cada dádiva, mesmo que sejam idênticas (Veja
Mc 12.41-44);
● Os pormenores exatos nos ensinam que Deus não despreza
sacrifício algum, se vem do coração (SI 51.17; 3). Deus tem prazer em cada
dádiva útil para o progresso da Sua Igreja; estas eram mormente para facilitar
o transporte do Tabernáculo;
● Deus coroa nossa vida com a comunhão com a Sua própria
pessoa, feita através da Sua revelação e da nossa oração, v. 89.
“3. Obediência no chamado. Em Números 8
o Altíssimo demonstra que o caminho da consagração do povo passa pela
obediência ao chamado e, consequentemente, a purificação dos levitas.
Interessante que, em primeiro lugar, o Senhor determina que Arão acenda as
lâmpadas; uma vez o santuário iluminado, o ritual de purificação dos levitas,
por Moisés, começaria. Tudo no santuário deveria ser feito às claras, sob a
orientação de Deus. Concluída a ordem divina, “[...] vieram os levitas, para
exercerem o seu ministério na tenda da congregação, perante Arão e perante os
seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes
fizeram” (Nm 8.22). Os levitas não podiam estar diante do povo pelas suas
próprias justiças, mas somente após terem os pecados “cobertos” pelo sangue da
expiação de um animal, que apontava para o sacrifício perfeito de Cristo. Com
isso, eles foram aceitos diante de Deus, e o povo foi abençoado..”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- A consagração e o ofício dos levitas no santuário, depois
de serem escolhidos a preencher o lugar dos primogênitos de Israel. Diz-se que
os levitas fizeram o seu serviço antes de Arão, porque se submeteram
humildemente ao jugo e se permitiram ser controlados pela vontade do sacerdote,
visto que Deus o havia ordenado. Mas o progresso da história mostrará quão
propensa a natureza do homem é a rebelião. Daí surge que o fim nem sempre
corresponde ao começo, mas que conclusões tristes e infelizes, por vezes,
seguem um começo bem-sucedido. O oitavo capítulo nos ensina:
● Ser o encarregado da luz é uma forma de serviço muito
especial (vv. 1-4; Mt 5.14-16.2);
● O serviço exige a consagração;
● O serviço se baseia em sacrifícios;
● O serviço exige a purificação;
● Aqueles que apenas ficam em disponibilidade também estão
servindo.
Os levitas não tinham autorização para oferecer
sacrifícios, este trabalho era exclusivo dos sacerdotes.
III – COMUNHÃO NO DESERTO
“1. Tempo de comunhão. Os filhos de
Israel estavam no deserto do Sinai; o censo já havia sido feito, e o lugar de
cada tribo no acampamento já havia sido determinado. Então eles foram lembrados
a respeito de algumas leis e Arão e os levitas foram consagrados. Agora, o
Todo-Poderoso deseja abençoá-los e cultivar a comunhão com eles. O capítulo 9
do livro de Números mostra uma nova etapa do relacionamento do povo com Deus.
Para marcar esse tempo, Deus ordena: “No dia catorze deste mês, pela tarde, a
seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo
todos os seus ritos, a celebrareis” (Nm 9.3). Serão momentos de festa e
alegria, mas as regras, os estatutos, também não poderiam ser esquecidos. Por
que, então, há pessoas que querem servir a Deus sem se submeterem à normas ou
regras?.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- O capítulo 9 é o suplemento da lei concernente à Páscoa.
Todo judeu deveria observá-la, sob pena de ser excluído da comunidade
israelita. Elementos da Páscoa: deveriam constar pão asmo, isto é, sem
fermento; ervas amargas, como almeirão; e um cordeiro ou cabrito, cujos ossos
não deveriam ser quebrados. O cordeiro pascal era a figura do Cordeiro de Deus,
nosso Senhor Jesus Cristo, cujos ossos não foram quebrados, e cujo sangue foi
vertido na Cruz do Calvário para a nossa redenção (Veja Jo 19.36). O nono
capítulo nos ensina:
● A Páscoa era uma lembrança do passado uma realização do
presente e uma antecipação do futuro. Assim também é a Ceia do Senhor, que
contém o evangelho inteiro;
● Os problemas e as dificuldades devem ser levados a Deus
em oração. (v. 8;3);
● A orientação de Deus deve ser seguida a cada passo, seja
no viajar, seja no esperar. O grande principio é: “Segundo o mandado do Senhor”
(vv. 18, 19, 20, 23; cf. Jo 2.5; 4);
● A vontade divina para nós inclui o “onde” e o “quando”,
duas coisas que se revelam claramente aos fiéis que obedecem a Deus.
“2. Exigência divina. Em Números
9.6-13, vemos que Deus ordenou a celebração da Páscoa, porém alguns homens
reconheceram que não estavam preparados para tal celebração. O que fazer? Deus
respondeu que não dispensaria a adoração deles, providenciando, por isso, um
dia alternativo para a comunhão, pois todos são importantes diante do Pai. Impressionante
como, por vezes, alguns cristãos deixam de participar da Ceia do Senhor por
qualquer outro compromisso. Deus levava a festa da Páscoa (que Jesus celebrou
como a ordenança da Ceia) tão a sério que, caso alguém faltasse sem
justificativa plausível, deveria ser eliminado do povo..”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- Este trecho revela a presença de Deus, e Sua preocupação
para com o Seu povo a quem deseja guiar em segurança pelo deserto. Este trecho
nos dá os seguintes ensinamentos sobre nosso Deus:
● É um Deus que acampa conosco, seja na forma de uma nuvem,
no passado, ou seja pela presença do Santo Espírito, que é o caso nestes
séculos depois do dia de Pentecostes;
● É um Deus que exige fidelidade e obediência à Sua
vontade;
● É um Deus que deseja salvar: a nuvem e a coluna se
comparam bem à Salvação e à Segurança que Cristo nos concede. Neste mesmo
trecho, a Nuvem nos revela:
- A amorável onipresença de Deus;
- A grandiosidade da Providência divina;
- Revela que precisamos da atitude de obediência para
recebermos as bênçãos de Deus.
“3. Igualdade dos adoradores. Quando os hebreus
saíram do Egito veio também uma multidão de pessoas gentias com eles. Deus,
nesse momento de comunhão no deserto, lembrou-se delas: “E, quando um
estrangeiro peregrinar entre vós e também celebrar a Páscoa ao Senhor, segundo
o estatuto da Páscoa e segundo o seu rito, assim a celebrará; um mesmo estatuto
haverá para vós, para o estrangeiro como para o natural da terra” (Nm 9.14). Há
igualdade entre os adoradores, pois Deus não têm filhos prediletos. Aqueles que
se achegam a Ele, independente de suas etnias, são recebidos alegremente pelo
Pai amoroso.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Devemos ter cuidado ao explicar o que o comentarista
afirma aqui, pois, não era todo estrangeiro que poderia participar da festa,
assim como em nosso culto de Ceia, não são todos que participam, mas apenas os
membros. Como um rito da aliança com Deus, a Páscoa devia ser celebrada somente
pelos membros da comunidade da aliança; os estrangeiros, e somente os do sexo
masculino, que desejassem participar, deveriam aceitar os termos da aliança,
deixando-se circuncidar (Êx 12.48).
CONCLUSÃO
“Deus criou mecanismos para que os hebreus
entrassem pelo caminho da perfeição moral e da pureza, mas eles, ao contrário,
amaram os deleites do Egito. Se a busca pela santidade tivesse se tornado a
coisa mais importante para eles, o fim da história dos que atravessaram o mar
Vermelho seria diferente. Com isso, é pertinente inquirir: “O que é mais
vantajoso: viver em santidade ou em constante anelo pelos desejos carnais?”” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Perceba que, mesmo tendo o privilégio de gozar da
presença do SENHOR no meio deles, o arraial quase sempre se virava contra Deus
e seus propósitos. Em Nm 16 e 17 temos os filhos de Israel Coré, Datã, Abirão e
seus 250 apoiadores em rebelião e desobediência à autoridade do SENHOR quando
se mostraram hostis contra Moisés e Arão. Este gesto de rebeldia afastaria o
povo de Israel de adorar o verdadeiro Deus e rejeitavam Sua autoridade. O fato
narrado no livro dos números quer nos ensinar que a Adoração a Deus e o
respeito a Ele andam juntos. São gestos que devem ser cultivados para sermos
amados por Deus.
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2019
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual era o maior desafio dos
hebreus?
O maior desafio dos hebreus era ser um povo santo.
2. Segundo a lição, quais os três tipos de pureza
que Deus exigia com urgência do povo?
Pureza social, relacional e espiritual.
3. Onde está escrito que “contra Jacó não vale
encantamento”?
Números 23.23.
4. Qual foi a primeira festa celebrada no deserto
do Sinai?
A Páscoa.
5. Qual o castigo para quem faltasse à celebração
da Páscoa sem existir uma justa causa?
Seria eliminado do povo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019].