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21 de janeiro de 2019

(ADULTOS) Lição 4: Possessão Demoníaca - e a Autoridade do Nome de Jesus


REVISTA ADULTOS 1° TRIMESTRE 2O19
TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares

- L I Ç Ã O   4 -
27 de Janeiro de 2O19

POSSESSÃO DEMONÍACA
e a Autoridade do Nome de Jesus

TEXTO ÁUREO
"E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam." (Lc 1O.17)

VERDADE PRÁTICA
O relato do endemoninhado gadareno mostra a soberania absoluta de Jesus Cristo sobre o Diabo e seus demônios.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 5.2-13
2 E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;
3 O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender;
4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.
6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
7 E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.
8 ( Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo. )
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
1O E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província.
11 E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
12 E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
13 E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar ( eram quase dois mil ), e afogaram-se no mar.

INTRODUÇÃO
O relato do endemoninhado gadareno encontra-se também em Mateus e Lucas, com algumas variações. O fato revela informações sobre a possessão demoníaca e o poder absoluto de Jesus sobre todo o reino das trevas. É o prenúncio da vitória final de Cristo sobre Satanás e seus anjos. E não somente isso, mas também uma prova viva de que podemos confiar em Jesus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Já temos visto nas lições anteriores que os demônios são anjos caídos, espíritos maus (também chamados de imundos) a serviço de Satanás; Hoje veremos que estes espíritos podem apossar-se de pessoas e dominá-las completamente, causando tormentos, doenças, deformidades físicas, convulsões e principalmente transtornos mentais. É interessante notar que, mesmo sendo contrários ao Senhor e aos Seus santos, estes espíritos continuam ‘estremecendo’ diante do Nome do Senhor; Referem-se a Deus como o “Deus Altíssimo” (Mc 5.7; At 16.17) e a Jesus como o “santo de Deus” (Mc 1.24) ou o “Filho do Deus Altíssimo” (Mc 5.7). Eles chegam a falar dos dois temas contrários: a salvação (At 16.17) e o dia do juízo (Mt 8.29). Lucas registra o encontro de Jesus com o endemoninhado de Gadara e sua libertação (Lc 8.35). Esse encontro provocou diferentes reações nos homens e naqueles espíritos imundos:
Os demônios pediram “com insistência” a Jesus que os transferisse do corpo daquele homem para os porcos que pastavam nas imediações.
●Os gadarenos pediram “com insistência” que Jesus saísse da terra deles.
● E o ex-endemoninhado pediu “com insistência” que Jesus o deixasse permanecer na companhia dele. O que foi liberto escolheu confiar no Senhor – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I - A POSSESSÃO MALIGNA

1. Harmonização nas narrativas. Mateus afirma que foram dois endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc 8.27). Os pormenores descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele. Marcos e Lucas registraram apenas o mais violento e o mais feroz deles. O outro detalhe é que Mateus apresentou apenas um resumo do episódio, pois a sua ênfase é a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos. Mateus omite o fato de o porta-voz dos demônios se identificar como "legião" e também o desejo de o gadareno, após sua libertação, seguir a Jesus.
- Em Mateus 8.28-34, encontramos a história da cura de dois endemoninhados gadarenos, já nos relatos paralelos de Marcos 5.1-14 e Lucas 8.26-34, falam de um homem curado por Jesus. Talvez alguns algozes das Escrituras afirmem tratar-se de uma contradição, no entanto, a diferença pode ser explicada. “A explicação, neste caso, é que Mateus foi mais detalhista em seu escrito, como aconteceu também no relato que ele fez a respeito da cura de dois cegos (Ver Mt 2O.3O). Quanto a Marcos e Lucas, eles se ocuparam apenas em focalizar o endemoninhado proeminente. O que devemos levar em consideração no relato desses evangelistas é o propósito de suas narrativas. Ou seja, seu ponto principal: houve ou não o milagre da libertação? Os autores têm a mesma posição quanto ao poder de Cristo? São unânimes ao demonstrar evidências de que Jesus era de fato o Messias ou vacilam nas credenciais messiânicas? Podemos perceber, no Novo Testamento, que todos os evangelistas procuram apresentar evidências conclusivas sobre a vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de Jesus. E não apenas os evangelistas, mas os inimigos de Cristo (as classes religiosas de sua época e os historiadores céticos) também registram essas evidências. Quanto aos pormenores, cada um escreveu segundo sua própria perspectiva. E faziam isso de acordo como os detalhes lhes saltavam aos olhos: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra” (1 Jo 1.1-4).(Extraído de: http://www.cacp.org.br/jesus-curou-um-ou-dois-endemoninhados-em-gadara/. Acesso em: 19 Jan, 2O19).

“2. A opressão. Os demônios aparecem como agentes de Satanás causadores de males, dando às suas vítimas características típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Eles atacam suas vítimas e, ao possuí-las, dominam suas faculdades mentais, levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e às vezes incapacitando-as de falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).
- Atenção aqui neste subtópico, é preciso diferenciar possessão de opressão. Muitos professores bíblicos descrevem a influência demoníaca sobre um cristão como "opressão demoníaca" para diferenciá-la da possessão. “Possessão demoníaca significa que a pessoa pertence ao diabo, que está dominando sua vida através de demônios. Opressão demoníaca é uma influência espiritual maligna, que pode até ser muito forte, mas não significa necessariamente que a pessoa pertence ao diabo. Um cristão pode sofrer opressão demoníaca mas não pode ser possesso, porque pertence a Jesus.” (RESPOSTAS). Já vimos nas lições anteriores que o crente que experimentou o novo nascimento não está mais sujeito à possessão demoníaca, apesar de encontrarmos textos bíblicos que afirmam que o diabo procura devorar os crentes (1Pd 5.8), e que Satanás e seus demônios preparam ciladas contra os cristãos (Ef 6.11), mas isto não implica possessão; foi assim que Satanás se arvorou contra Jesus (Lc 4.2). Podemos aprofundar um pouco mais esse assunto e afirmar que o crente poderá sofrer opressão quando este crente ‘permite’ o sucesso desses ataques. Confissão e arrependimento de pecados são necessários para restaurar a comunhão com Deus, o qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca. O apóstolo João nos dá um grande incentivo nesta área: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca" (1Jo 5.18).
Tentado, não cedas, ceder é pecar
Melhor e mais nobre, será triunfar
Coragem, ó crente, domina o teu mal
Deus pode livrar-te de queda fatal”(Harpa Cristã – Hino 75, Em Jesus Tens a Palma da Vitória).
- Mas cuidado! Facilmente ‘acusamos’ o adversário por coisas ruins que nos acontecem. Esquecemos que nossos problemas também podem ter causas naturais, ou ser fruto de nossas próprias ações. Interessante é que o Reformador alemão Martinho Lutero afirmava que “O diabo é o diabo de Deus” - Lutero, convicto da soberania de Deus, deixa claro que, conquanto satanás seja maligno e ardiloso, ele também está sob o domínio de Deus! A sabedoria de Deus é tão elevada que muitas vezes os atos do diabo acabam, em última análise, contribuindo para os propósitos de Deus, veja o exemplo de Jó.

“3. Um quadro estarrecedor. O endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era tão violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria pelos montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos sepulcros já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento violento e sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a perturbação de seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Este é o relato mais terrível, e mais horripilante, do estado dos endemoninhados descritos pela Palavra de Deus. O Pr David Wilkerson escreve: “Havia uma grande quantidade de sepulcros próximos dos arredores de Gadara. E entre esses sepulcros havia um homem possesso por 2OOO espíritos imundos. Não se consegue nem mesmo tentar imaginar o tormento que esse homem possuído por demônios suportava. As escrituras dizem que ele gritava e clamava a noite toda, rasgando suas roupas e se cortando com pedras. Simplificando, ele vivia como animal selvagem, e ninguém podia ajudá-lo. Satanás tornara esse homem atormentado uma propriedade sua.
Segundo Mateus, tais endemoninhados eram tão ferozes, que ninguém podia passar por aquele lugar, Mt 8.28, "Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho". Tal era a ferocidade deste homem, que mesmo que alguém o prendesse com correntes, estas eram por ele despedaçadas, Vs. 4. Pessoas endemoninhadas normalmente, têm uma força descomunal.
4. "Andava dia e noite gritando e ferindo-se com pedras", Vs. 5. Três coisas temos aqui:
a) Não dormia – "...andava de dia e de noite",
b) Gritava desesperadamente – "...clamando por entre os sepulcros".
c. Cortava-se com pedras pontiagudas – "...ferindo-se com pedras".
5. Seu espírito e mente estavam desarranjados. Lucas menciona um fato adicional: "Vivia despido", Lc 8.27, "Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros".
6. Triste, era o quadro deste homem. Esta é a situação a qual uma pessoa sem Deus pode chegar. Quando Jesus não é o centro de sua vida, você pode ser vítima destes demônios, que não tanto podem possuir-lhe, como podem influenciar sua mente, transformando-o num joguete de Satanás.(Extraído de: http://www.ibvir.com.br/sermoes/endemoninhado_gadareno_a.htm. Acesso em: 19 Jan, 2O19)

II - A LEGIÃO DEMONÍACA
1. Uma legião. Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao que ele respondeu: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (v.9). Uma legião romana era constituída por 6.OOO soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás.
- Note o versículo 6: “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o”. O demônio, ainda fingindo, tentou adorar a Jesus. Eles conheciam Jesus, e sabiam de seu ministério, e ainda que era Filho de Deus. Isto os levavam a fingir que o adoravam: "Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!" (Mc 3.11). Ao aproximar-se de Jesus, o Senhor pergunta seu nome e ele declara que não estava sozinho, mas com uma legião. A Legião Romana era a maior unidade militar do exército romano, consistido de centúrias como a unidade básica. Segundo o site romanmilitary, uma legião era formada pelo somatório de dez coortes (com 5OO homens em cada, totalizando 5 OOO em armas) - Ou seja, um grande número de soldados que mostrava o poderio militar de Roma.. Os demônios, são organizados em companhias, e quase sempre, não estão sozinhos no corpo de alguém. “mas o principal da compreensão não esta alí, saber o número exato da Legião de demônios, o evangelista quer nos dizer que em relação ao demônio Jesus derrotou de tal maneira, que eles são incapazes e inoperantes para alcançar o domínio definitivo. A presença de Cristo privou todas as forças malignas e diabólicas de qualquer poder, com a sua ressurreição.(WEISER, ALFONS, O que é milagre na Bíblia, para você entender os relatos dos Evangelhos, edições Paulinas, São Paulo, 1978, pág.94-1O8.)

“2. Expulsar e não dialogar. Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque Jesus perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva. "Expulsai os demônios" (Mt 1O.8). Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve acreditar nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar publicamente quem era o responsável pela miséria do gadareno.
- Note que em Marcos 1.21-26, Jesus entra numa sinagoga para ensinar às Escrituras e se depara com um homem “possesso” que se dirije a Ele e diz: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem és tu, o Santo de Deus”. Jesus não dialoga, não pergunta o nome ou por que oprime aquele homem, somente repreende dizendo: “Cala-te e sai dele”. Podemos observar também que, ainda, no capítulo 1.34, é dito que Jesus, ao realizar exorcismos, não “permitia que os demônios falassem, porque eles sabiam quem ele era”. O diálogo de Jesus com a legião de demônios, além de ser o único evento em que Jesus conversa com um ou vários demônios, não é um ensinamento e nem sequer uma base para se conversar e entrevista-los no momento do exorcismo como vemos nos “cultos” de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais, onde se fazem os mais variados tipos de perguntas e, sobretudo, perguntas irrelevantes e patetas aos “supostos demônios”. O diálogo de Jesus com aquela legião de demônios perguntando seu nome não era porque ele não sabia quem eram aqueles demônios. Jesus, como Deus que é, Onisciente e Soberano sabia quem eram aqueles demônios, entretanto, o diálogo e a pergunta revela-nos o seu poder superior sobre o poder dos demônios. Adolph Pohl corrobora que Jesus não perguntou o nome daqueles demônios por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser entregue a ele. (Comentário Esperança. Marcus, pág 122.)

“3. A presença de Jesus. O poder e a presença de Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito imundo perguntou: "Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt 8.29). Isto mostra que a presença de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse encontro serviu como prenúncio da condenação final do Diabo e seus anjos (Mt 25.41). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Jesus não ordenou que os demônios manifestassem no homem ou nos homens sob o domínio deles. Os demônios simplesmente quando viram Jesus logo manifestaram. “...a prática de ordenar que o demônio manifeste e conversar com ele conforme é visto nos cultos de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais não é coerente com o tipo de exorcismo que as Escrituras ensinam. Tal prática é uma crença pagã antiga onde se acreditava que o conhecimento do nome de uma entidade espiritual que estava possuindo uma pessoa conferia poderes mágicos ao exorcista que era capaz de expulsá-la do corpo da pessoa possessa e até destruí-la. Champlin ressalta que os nomes de vários deuses pagãos nunca eram proferidos, e eram mantidos em segredo por temor que, conhecidos esses nomes, ficaria prejudicado o poder dessas divindades entre o povo, pois algo de sua distinção era prejudicado.[2] Jesus nem sequer os apóstolos utilizavam tal prática pagã no exorcismo, mas, simplesmente, repreendiam o demônio da pessoa que estava sob o seu poder e domínio ordenando-o que fosse embora. O que passar disso no exorcismo não é do agrado de Deus e, sobretudo, fora dos padrões estabelecidos por ele nas Escrituras.” (CACP). O Texto de Marcos e de Lucas traz algo interessante: “Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”. (Mc 1.24)” - É notável que este seja o único exemplo em que esse nome é dirigido ao nosso Senhor, embora seja usado por Ele antes de Seu nascimento em Luas 1.32. Em Atos 16.17, uma moça possuída com um espírito de adivinhação, fala de Paulo e seus companheiros como servos do ‘Deus Altíssimo’. O título, "Filho de Deus" é freqüentemente dado a Cristo. As pessoas às vezes são chamadas de filhos, ou filhos de Deus, para denotar sua adoção em sua família (1Jo 3.1). Mas o título dado a Cristo denota sua superioridade aos profetas (Hb 1.1); a Moisés, o codificador do judaísmo (Hb 3.6); denota sua relação única e próxima com o Pai, como evidenciado por sua ressurreição (Sl 2.7; At 13.33); denota sua relação especial com Deus de sua concepção miraculosa (Lc 1.35); e é equivalente a uma declaração de que ele é divino ou igual ao Pai.

III - O PODER DE JESUS
1. Os demônios sabem quem é Jesus. O relato da possessão do gadareno e de sua libertação é uma amostra do poder absoluto de Jesus até sobre todo o reino das trevas. Os próprios demônios sabem quem é Jesus (At 19-15) e conhecem a sua procedência: "Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus" (Mc 1.24). Eles têm medo de Jesus e estremecem diante dEle (Tg 2.19). Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem que há um tempo determinado para o juízo divino sobre as hostes infernais e temem por isso.
- A Bíblia revela a doutrina de que os espíritos malignos não estão agora aprisionados na sua totalidade como serão depois do juízo (2Pd 2.4; Jd 1.6). Eles sabiam que estavam condenados. Eles sabiam que o Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que isso ocorresse, que Cristo viria antes do tempo da derrota final. Ele tratou Jesus como homem desprezado (“Jesus de Nazaré” – ‘pode vir alguma coisa boa de Nazaré?’ (Jo 1.46)) e como Deus glorioso (“o Santo de Deus”). Talvez até conhecesse os textos do Salmo 22 (“Eu sou verme e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo”) e de Isaías 53 (“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, homem de dores e experimentado no sofrimento”). Para ele, Jesus não era filho de José, marido de Maria, mas do Deus Altíssimo. O espírito impuro foi obrigado a reconhecer a autoridade e o poder de Jesus, contra o qual não ofereceu resistência. Ele estava bem por dentro do fim dos tempos, quando o Diabo será lançado no lago de fogo que arde com enxofre para ser atormentado “dia e noite, para todo o sempre” (Ap 20.10).

“2. A soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse para outra região (v.1O), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11). O inimigo de nossa alma não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos porque não podiam resistir ao poder de Jesus.
- Os demônios, como em outras ocasiões, reconheceram Cristo como sendo o Filho de Deus e temeram o tormento que inevitavelmente sofreriam. Atendendo um pedido, Jesus permitiu que os demônios entrassem em uma manada de porcos que estava nas proximidades - Marcos afirma que eram quase dois mil. O resultado foi que toda a manada morreu nas águas do lago (30-32). Aqueles que guardavam os porcos fugiram até à cidade para contar tudo o que havia ocorrido (33). Toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus. O povo, tomado pelo medo (Lc 8.38) rogou que Ele se retirasse do seu território (das suas “fronteiras” ou do seu “distrito”). Eles tiveram medo do poder de Jesus. Algumas vezes, duas questões têm sido formuladas a respeito desse acontecimento. A primeira é: Por que Jesus permitiu que esses porcos fossem destruídos? Houve quem sugerisse que Ele queria confirmar a fé dos dois endemoninhados curados, por esta evidência visível de que os demônios haviam realmente deixado os seus corpos. Alguns pensam que Jesus fez isso para mostrar à multidão o poder tremendo e as tendências destrutivas que os demônios possuem. Trench escreve sobre o relato onde somente é mencionado um endemoninhado: “Se esta concessão ao pedido dos espíritos maus ajudou de alguma maneira a cura deste sofredor, fazendo com que eles relaxassem a sua posse do corpo dele com maior facilidade, aliviando o ataque através de sua saída, este teria sido um motivo suficiente para permitir que aqueles animais morressem. Para a cura definitiva do homem poderia ter sido necessário que ele tivesse esta evidência exterior e o testemunho de que os poderes infernais que o mantinham aprisionado agora o haviam deixado”. Uma segunda pergunta que se faz é a seguinte: Que direito tinha Jesus de destruir a propriedade de outras pessoas? A resposta para esta pergunta é mais difícil. Se tivéssemos certeza de que os donos eram judeus, isto ofereceria uma solução simples. Os judeus deveriam evitar as carnes impuras, o que incluía os porcos. Mas Decápolis era uma região de população predominantemente gentílica. De qualquer forma, o caráter de Cristo garante que Ele não faria nada injusto. Os atos de Deus não podem ser sempre julgados segundo os padrões dos homens. Porém devemos sempre nos lembrar de que Deus não fica devendo nada a ninguém. Se tivéssemos mais informações, poderíamos entender melhor esta situação. (Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 75,76.)

“3. A libertação do oprimido. A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a atenção do povo. Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a cura repentina do endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em perfeito juízo, vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus quando vemos pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de Jesus. Ele nos delegou essa tarefa (Mt 1O.8; Lc 1O.19,2O). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão (16). Para qualquer um que não esteja cego pelo preconceito, a resposta não só é óbvia como também é mais poderosa quando está implícita e não abertamente verbalizada. A referência de Jesus à mulher como sendo filha de Abraão sugere que ela tem um duplo apelo à misericórdia e ajuda de todos os judeus - como um ser humano e como uma compatriota israelita. E, dizendo ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados (17). A palavra todos indica que o chefe da sinagoga tinha alguns ajudantes ativos no seu ataque ao Mestre. Mas a réplica de Jesus era tão relevante e tão adequada, que até mesmo estes homens egoístas ficaram envergonhados. Eles não expressaram qualquer refutação - não havia nenhuma a fazer. E todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele. O povo reconheceu e apreciou aquilo que os líderes religiosos negligenciavam por sua cegueira: que Deus havia trabalhado entre eles, e que havia demonstrado a sua ilimitada compaixão, assim como o seu soberano poder. Aquilo que viram fez com que associassem este Jesus ao Deus do Céu. Sem dúvida, a resposta de Jesus censurando o príncipe da sinagoga aumentou o entendimento e a admiração que sentiram pelo milagre ali presenciado por eles. Charles Simeon faz três reflexões sobre este episódio: 1) Quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! 2) Como é desejável abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! - esta mulher recebeu a cura porque participava fielmente das reuniões na sinagoga; 3) Com que conforto e esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus! Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 440

IV - OS PORQUEIROS
1. O local do acontecimento. Segundo Mateus, o fato aconteceu na "província dos gadarenos" (Mt 8.28); no entanto. Marcos e Lucas falam da província ou terra "dos gerasenos" (Mc 5.1; Lc 8.26, Nova Almeida Atualizada). Gadara situava-se a oito quilômetros do lago de Genesaré, nome alternativo do mar da Galileia; e Gerasa, a atual Jeras, na Jordânia, ficava a cerca de 5O quilômetros. Ambos os territórios faziam parte da região de Decápolis, a leste da Galileia (Mc 5.2O). Segundo o historiador Josefo, o território de Gadara se estendia até o lago da Galileia. Moedas daquele tempo trazem o nome de Gadara com o desenho de um barco impresso.
- A terra dos gadarenos era uma região a sudeste do mar da Galileia, fazia parte da Decápolis. Estas eram cidades gregas que não pertenciam a um país, eram autônomas. Embora os judeus não criassem porcos, porque a religião judaica os considerava imundos, os gentios não tinham tal conceito" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1365.) Gerasa estava a cerca de 48 quilômetros a sudeste do lago. “Gadareno” é o termo que os mais antigos manuscritos gregos apresentam no texto de Mateus. Gadara era a cidade mais próxima, a quase dez quilômetros de distância.

“2. Sobre a manada de porcos. A população de Decápolis era mista, composta por judeus e gentios. A criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável que o porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil porcos (v.13). Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8.33). A tradição judaica dizia que demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios pediram para entrar na manada de porcos.
- Até os espíritos maus entende que Toda a autoridade pertence a Deus, para eles agirem junto a alguém que pertence a Deus, eles precisam da autorização de Jesus, pois aquele que de fato é de Deus o diabo não toca, se Ele não deixar. E andava ali pastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. Lucas 8:32, Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz. Ezequiel 17:24, E isto faremos, se Deus o permitir (Hb 6.3).
“3. O estranho pedido do povo. Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida humana, na concepção daquela gente. Essa estranha recepção causa-nos tristeza e espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum "coisificar" as pessoas e personificar as coisas. Para alguns hoje em dia, os animais valem muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos, aquela população rejeitou Jesus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Jesus não foi bem recebido nessa região. Sua presença levou alguns a sofrerem perda financeira, embora o endemoninhado tenha sido liberto. “O pedido dos demônios foi atendido de pronto. A manada de porcos, “que era de cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram” (Mc 5.13). O pedido dos gadarenos também foi atendido: “Jesus subiu no barco e foi embora” (Lc 8.37). Todavia, o pedido coletivo e unânime do povo daquela cidade é um dos mais estranhos de que se tem notícia! Em vez de pedir que Jesus fosse embora, eles deveriam ter realizado um culto de ação de graças a Deus pela cura daquele homem infeliz e perigoso. Eles deveriam ter levado outros doentes da região para serem também curados. Por trás do estranho pedido estava o dinheiro. Com a morte dos porcos, o prejuízo dos porqueiros e seus associados foi enorme (quase meio milhão de reais, caso os porcos estivessem no ponto de abate).” (ULTIMATO ONLINE). Cristo poderia ter curado e salvado naquele lugar, mas seus habitantes ficaram temerosos e pediram-lhe que fosse embora. Mesmo assim, Ele deixou uma grande testemunha ali. Todos se maravilhavam quando ouviam quão grandes coisas Jesus lhe fizera.


CONCLUSÃO
A possessão demoníaca é um fenômeno estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de Jesus.  O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre toda a natureza, sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as enfermidades, sobre o poder das trevas. Os demônios estremecem diante dELe. O poder de Satanás é muito limitado diante do poder de Jesus. Todos nós precisamos de Jesus, da comunhão com Ele, para dEle receber poder e assim expulsar aos demônios, pois Ele nos deu essa autoridade (Lc 1O.19,2O). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Satanás e os demônios são opositores de todos os crentes verdadeiros e continuamente trabalham em oposição a eles. Os Crentes, entretanto, são protegidos pelo soberania de Deus e pela armadura que Ele deu a cada crente (2Co 11:3; Ef 6:10-18; 2Ts 3:3; Tg 4:7; 1Pe 5:7-10). Quer as forças descontroladas sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre todas elas. Em um mundo que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se mostram maiores do que nós, temos a confiança que Deus está no controle de tudo. Satanás e seus demônios são limitados no que eles podem fazer (Jó 1:12; Jó 2:6; Lc 8:32). Ao final, eles serão punidos e destruídos (serão tornados em ruína inúteis) de acordo com o julgamento assegurado a eles pela morte e ressurreição de Cristo. Eles serão confinados eternamente no Lago do Fogo (Is 24:21; Mt 25:41; Jo 12:31; Cl 2:15; Ap 20:10)].

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2O19
PARA REFLETIR
A respeito de "Possessão Demoníaca e a Autoridade do Nome de Jesus", responda:
• Qual a ênfase dada por Mateus no relato do endemoninhado gadareno?
A ênfase de Mateus é a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos.
• Qual a ordem que recebemos de Jesus sobre os demônios?
"Expulsai os demônios" (Mt 1O.8).       
• O que Marcos parece mostrar sobre Satanás e os demônios diante do Senhor Jesus?
Marcos parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11).
• Como os judeus consideravam os porcos e os demônios?
Os judeus consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos.
• O que a população de Gadara fez depois que Jesus libertou o gadareno?
Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5-16,17). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]