TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra
as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares
- L I Ç
à O 4 -
27 de Janeiro de 2O19
POSSESSÃO
DEMONÍACA
e a
Autoridade do Nome de Jesus
TEXTO ÁUREO
"E
voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os
demônios se nos sujeitam." (Lc 1O.17)
VERDADE PRÁTICA
O
relato do endemoninhado gadareno mostra a soberania absoluta de Jesus Cristo
sobre o Diabo e seus demônios.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 5.2-13
2 E, saindo ele do barco,
lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;
3 O qual tinha a sua
morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender;
4 Porque, tendo sido
muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em
pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
5 E andava sempre, de dia
e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.
6 E, quando viu Jesus ao
longe, correu e adorou-o.
7 E, clamando com grande
voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te
por Deus que não me atormentes.
8 ( Porque lhe dizia: Sai
deste homem, espírito imundo. )
9 E perguntou-lhe: Qual é o
teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
1O E rogava-lhe muito que
os não enviasse para fora daquela província.
11 E andava ali pastando no
monte uma grande manada de porcos.
12 E todos aqueles demônios
lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
13 E Jesus logo lho
permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada
se precipitou por um despenhadeiro no mar ( eram quase dois mil ), e afogaram-se
no mar.
INTRODUÇÃO
“O relato do endemoninhado gadareno
encontra-se também em Mateus e Lucas, com algumas variações. O fato revela
informações sobre a possessão demoníaca e o poder absoluto de Jesus sobre todo
o reino das trevas. É o prenúncio da vitória final de Cristo sobre Satanás e
seus anjos. E não somente isso, mas também uma prova viva de que podemos
confiar em Jesus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19.
Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Já temos visto nas lições anteriores que os demônios são
anjos caídos, espíritos maus (também chamados de imundos) a serviço de Satanás;
Hoje veremos que estes espíritos podem apossar-se de pessoas e dominá-las
completamente, causando tormentos, doenças, deformidades físicas, convulsões e
principalmente transtornos mentais. É interessante notar que, mesmo sendo
contrários ao Senhor e aos Seus santos, estes espíritos continuam
‘estremecendo’ diante do Nome do Senhor; Referem-se a Deus como o “Deus
Altíssimo” (Mc 5.7; At 16.17) e a Jesus como o “santo de Deus” (Mc 1.24) ou o
“Filho do Deus Altíssimo” (Mc 5.7). Eles chegam a falar dos dois temas
contrários: a salvação (At 16.17) e o dia do juízo (Mt 8.29). Lucas registra o
encontro de Jesus com o endemoninhado de Gadara e sua libertação (Lc 8.35). Esse
encontro provocou diferentes reações nos homens e naqueles espíritos imundos:
●Os demônios pediram “com insistência” a Jesus que os
transferisse do corpo daquele homem para os porcos que pastavam nas imediações.
●Os gadarenos pediram “com insistência” que Jesus saísse da
terra deles.
● E o ex-endemoninhado pediu “com insistência” que Jesus o
deixasse permanecer na companhia dele. O que foi liberto escolheu confiar no
Senhor – Dito isto, convido-o
a pensar maduramente a fé cristã!
I - A POSSESSÃO MALIGNA
“1. Harmonização nas narrativas. Mateus afirma que foram dois
endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc
8.27). Os pormenores descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a
narrativa está concentrada nele. Marcos e Lucas registraram apenas o mais
violento e o mais feroz deles. O outro detalhe é que Mateus apresentou apenas
um resumo do episódio, pois a sua ênfase é a autoridade de Jesus sobre os
espíritos malignos. Mateus omite o fato de o porta-voz dos demônios se
identificar como "legião" e também o desejo de o gadareno, após sua
libertação, seguir a Jesus.”
- Em Mateus 8.28-34, encontramos a
história da cura de dois endemoninhados gadarenos, já nos relatos paralelos de Marcos
5.1-14 e Lucas 8.26-34, falam de um homem curado por Jesus. Talvez alguns
algozes das Escrituras afirmem tratar-se de uma contradição, no entanto, a
diferença pode ser explicada. “A explicação, neste
caso, é que Mateus foi mais detalhista em seu escrito, como aconteceu também no
relato que ele fez a respeito da cura de dois cegos (Ver Mt 2O.3O). Quanto a
Marcos e Lucas, eles se ocuparam apenas em focalizar o endemoninhado
proeminente. O que devemos levar em consideração no relato desses evangelistas
é o propósito de suas narrativas. Ou seja, seu ponto principal: houve ou não o
milagre da libertação? Os autores têm a mesma posição quanto ao poder de
Cristo? São unânimes ao demonstrar evidências de que Jesus era de fato o
Messias ou vacilam nas credenciais messiânicas? Podemos perceber, no Novo
Testamento, que todos os evangelistas procuram apresentar evidências
conclusivas sobre a vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de
Jesus. E não apenas os evangelistas, mas os inimigos de Cristo (as classes
religiosas de sua época e os historiadores céticos) também registram essas
evidências. Quanto aos pormenores, cada um escreveu segundo sua própria
perspectiva. E faziam isso de acordo como os detalhes lhes saltavam aos olhos:
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o
que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a
vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a
vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que vimos e
ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a
nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos
escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra” (1 Jo 1.1-4).” (Extraído de: http://www.cacp.org.br/jesus-curou-um-ou-dois-endemoninhados-em-gadara/. Acesso em: 19 Jan, 2O19).
“2. A opressão. Os demônios aparecem como
agentes de Satanás causadores de males, dando às suas vítimas características
típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de adivinhar
(At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Eles atacam suas vítimas e, ao
possuí-las, dominam suas faculdades mentais, levando-as à demência (Mt 4.24;
17.15) e às vezes incapacitando-as de falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).”
- Atenção aqui neste subtópico, é
preciso diferenciar possessão de opressão. Muitos professores bíblicos
descrevem a influência demoníaca sobre um cristão como "opressão
demoníaca" para diferenciá-la da possessão. “Possessão demoníaca significa que a pessoa pertence ao diabo, que está
dominando sua vida através de demônios. Opressão demoníaca é uma influência
espiritual maligna, que pode até ser muito forte, mas não significa
necessariamente que a pessoa pertence ao diabo. Um cristão pode sofrer opressão
demoníaca mas não pode ser possesso, porque pertence a Jesus.” (RESPOSTAS). Já vimos nas lições
anteriores que o crente que experimentou o novo nascimento não está mais
sujeito à possessão demoníaca, apesar de encontrarmos textos bíblicos que
afirmam que o diabo procura devorar os crentes (1Pd 5.8), e que Satanás e seus
demônios preparam ciladas contra os cristãos (Ef 6.11), mas isto não implica
possessão; foi assim que Satanás se arvorou contra Jesus (Lc 4.2). Podemos
aprofundar um pouco mais esse assunto e afirmar que o crente poderá sofrer opressão
quando este crente ‘permite’ o sucesso desses ataques. Confissão e
arrependimento de pecados são necessários para restaurar a comunhão com Deus, o
qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca. O apóstolo João nos
dá um grande incentivo nesta área: "Sabemos
que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele
que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca" (1Jo 5.18).
“Tentado,
não cedas, ceder é pecar
Melhor
e mais nobre, será triunfar
Coragem,
ó crente, domina o teu mal
Deus
pode livrar-te de queda fatal”(Harpa Cristã – Hino 75, Em Jesus
Tens a Palma da Vitória).
- Mas cuidado! Facilmente ‘acusamos’ o adversário por
coisas ruins que nos acontecem. Esquecemos que nossos problemas também podem
ter causas naturais, ou ser fruto de nossas próprias ações. Interessante é que
o Reformador alemão Martinho Lutero afirmava que “O diabo é o diabo de Deus” - Lutero, convicto da soberania de Deus,
deixa claro que, conquanto satanás seja maligno e ardiloso, ele também está sob
o domínio de Deus! A sabedoria de Deus é tão elevada que muitas vezes os atos
do diabo acabam, em última análise, contribuindo para os propósitos de Deus, veja
o exemplo de Jó.
“3. Um quadro estarrecedor. O endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era
tão violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria
pelos montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos
sepulcros já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento
violento e sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a
perturbação de seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Este é o relato mais terrível, e
mais horripilante, do estado dos endemoninhados descritos pela Palavra de Deus.
O Pr David Wilkerson escreve: “Havia uma grande
quantidade de sepulcros próximos dos arredores de Gadara. E entre esses
sepulcros havia um homem possesso por 2OOO espíritos imundos. Não se consegue
nem mesmo tentar imaginar o tormento que esse homem possuído por demônios
suportava. As escrituras dizem que ele gritava e clamava a noite toda, rasgando
suas roupas e se cortando com pedras. Simplificando, ele vivia como animal
selvagem, e ninguém podia ajudá-lo. Satanás tornara esse homem atormentado uma
propriedade sua.”
“Segundo Mateus, tais endemoninhados eram tão ferozes, que ninguém podia
passar por aquele lugar, Mt 8.28, "Tendo ele chegado à outra margem, à
terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre
os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele
caminho". Tal era a ferocidade deste homem, que mesmo que alguém o
prendesse com correntes, estas eram por ele despedaçadas, Vs. 4. Pessoas
endemoninhadas normalmente, têm uma força descomunal.
4. "Andava dia e noite gritando e ferindo-se com pedras", Vs. 5.
Três coisas temos aqui:
a) Não dormia – "...andava de dia e de noite",
b) Gritava desesperadamente – "...clamando por entre os
sepulcros".
c. Cortava-se com pedras pontiagudas – "...ferindo-se com
pedras".
5. Seu espírito e mente estavam desarranjados. Lucas menciona um fato
adicional: "Vivia despido", Lc 8.27, "Logo ao desembarcar, veio
da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não
se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros".
6. Triste, era o quadro deste homem. Esta é a situação a qual uma pessoa
sem Deus pode chegar. Quando Jesus não é o centro de sua vida, você pode ser
vítima destes demônios, que não tanto podem possuir-lhe, como podem influenciar
sua mente, transformando-o num joguete de Satanás.” (Extraído de: http://www.ibvir.com.br/sermoes/endemoninhado_gadareno_a.htm. Acesso em: 19 Jan, 2O19)
II - A LEGIÃO DEMONÍACA
“1. Uma legião. Jesus perguntou como o
espírito imundo se chamava, ao que ele respondeu: "Legião é o meu nome,
porque somos muitos" (v.9). Uma legião romana era constituída por 6.OOO
soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma
identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e
batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás.”
- Note o versículo 6: “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o”. O demônio, ainda
fingindo, tentou adorar a Jesus. Eles conheciam Jesus, e sabiam de seu
ministério, e ainda que era Filho de Deus. Isto os levavam a fingir que o
adoravam: "Também os espíritos
imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho
de Deus!" (Mc 3.11). Ao aproximar-se de Jesus, o Senhor pergunta seu
nome e ele declara que não estava sozinho, mas com uma legião. A Legião Romana
era a maior unidade militar do exército romano, consistido de centúrias como a
unidade básica. Segundo o site romanmilitary, uma legião era
formada pelo somatório de dez coortes (com 5OO homens em cada, totalizando 5 OOO
em armas) - Ou seja, um grande número de soldados que mostrava o poderio
militar de Roma.. Os demônios, são organizados em companhias, e quase sempre,
não estão sozinhos no corpo de alguém. “mas o principal da compreensão não esta alí, saber o número exato da Legião
de demônios, o evangelista quer nos dizer que em relação ao demônio Jesus derrotou
de tal maneira, que eles são incapazes e inoperantes para alcançar o domínio
definitivo. A presença de Cristo privou todas as forças malignas e diabólicas
de qualquer poder, com a sua ressurreição.” (WEISER, ALFONS, O que
é milagre na Bíblia, para você entender os relatos dos Evangelhos, edições
Paulinas, São Paulo, 1978, pág.94-1O8.)
“2. Expulsar e não dialogar. Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque
Jesus perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência
nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva. "Expulsai os
demônios" (Mt 1O.8). Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de
manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve
acreditar nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles
são mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar
publicamente quem era o responsável pela miséria do gadareno.”
- Note que em Marcos 1.21-26, Jesus
entra numa sinagoga para ensinar às Escrituras e se depara com um homem
“possesso” que se dirije a Ele e diz: “Que
temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem és tu, o
Santo de Deus”. Jesus não dialoga, não pergunta o nome ou por que oprime
aquele homem, somente repreende dizendo: “Cala-te
e sai dele”. Podemos observar também que, ainda, no capítulo 1.34, é dito
que Jesus, ao realizar exorcismos, não “permitia
que os demônios falassem, porque eles sabiam quem ele era”. O diálogo de
Jesus com a legião de demônios, além de ser o único evento em que Jesus
conversa com um ou vários demônios, não é um ensinamento e nem sequer uma base
para se conversar e entrevista-los no momento do exorcismo como vemos nos
“cultos” de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais, onde se fazem os
mais variados tipos de perguntas e, sobretudo, perguntas irrelevantes e patetas
aos “supostos demônios”. O diálogo de Jesus com aquela legião de demônios
perguntando seu nome não era porque ele não sabia quem eram aqueles demônios.
Jesus, como Deus que é, Onisciente e Soberano sabia quem eram aqueles demônios,
entretanto, o diálogo e a pergunta revela-nos o seu poder superior sobre o
poder dos demônios. Adolph Pohl corrobora que Jesus não perguntou o nome
daqueles demônios por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser
entregue a ele. (Comentário Esperança. Marcus, pág 122.)
“3. A presença de Jesus. O poder e a presença de
Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito imundo perguntou: "Vieste
aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt 8.29). Isto mostra que a presença
de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse encontro
serviu como prenúncio da condenação final do Diabo e seus anjos (Mt 25.41).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19.
Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Jesus não ordenou que os demônios manifestassem no homem
ou nos homens sob o domínio deles. Os demônios simplesmente quando viram Jesus
logo manifestaram. “...a prática de ordenar que o
demônio manifeste e conversar com ele conforme é visto nos cultos de libertação
nas igrejas/seitas neopentecostais não é coerente com o tipo de exorcismo que
as Escrituras ensinam. Tal prática é uma crença pagã antiga onde se acreditava
que o conhecimento do nome de uma entidade espiritual que estava possuindo uma
pessoa conferia poderes mágicos ao exorcista que era capaz de expulsá-la do
corpo da pessoa possessa e até destruí-la. Champlin ressalta que os nomes de
vários deuses pagãos nunca eram proferidos, e eram mantidos em segredo por
temor que, conhecidos esses nomes, ficaria prejudicado o poder dessas
divindades entre o povo, pois algo de sua distinção era prejudicado.[2] Jesus
nem sequer os apóstolos utilizavam tal prática pagã no exorcismo, mas,
simplesmente, repreendiam o demônio da pessoa que estava sob o seu poder e
domínio ordenando-o que fosse embora. O que passar disso no exorcismo não é do
agrado de Deus e, sobretudo, fora dos padrões estabelecidos por ele nas Escrituras.” (CACP). O Texto de Marcos e de Lucas traz
algo interessante: “Dizendo: Ah! que
temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”. (Mc 1.24)” - É notável que
este seja o único exemplo em que esse nome é dirigido ao nosso Senhor, embora
seja usado por Ele antes de Seu nascimento em Luas 1.32. Em Atos 16.17, uma
moça possuída com um espírito de adivinhação, fala de Paulo e seus companheiros
como servos do ‘Deus Altíssimo’. O título, "Filho de Deus" é
freqüentemente dado a Cristo. As pessoas às vezes são chamadas de filhos, ou
filhos de Deus, para denotar sua adoção em sua família (1Jo 3.1). Mas o título
dado a Cristo denota sua superioridade aos profetas (Hb 1.1); a Moisés, o codificador
do judaísmo (Hb 3.6); denota sua relação única e próxima com o Pai, como
evidenciado por sua ressurreição (Sl 2.7; At 13.33); denota sua relação
especial com Deus de sua concepção miraculosa (Lc 1.35); e é equivalente a uma
declaração de que ele é divino ou igual ao Pai.
III - O PODER DE JESUS
“1. Os demônios sabem quem é Jesus. O relato da possessão do
gadareno e de sua libertação é uma amostra do poder absoluto de Jesus até sobre
todo o reino das trevas. Os próprios demônios sabem quem é Jesus (At 19-15) e
conhecem a sua procedência: "Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste
destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus" (Mc 1.24). Eles têm medo
de Jesus e estremecem diante dEle (Tg 2.19). Jesus veio para desfazer as obras
do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem que há um tempo determinado para o juízo
divino sobre as hostes infernais e temem por isso.”
- A Bíblia revela a doutrina de que
os espíritos malignos não estão agora aprisionados na sua totalidade como serão
depois do juízo (2Pd 2.4; Jd 1.6). Eles sabiam que estavam condenados. Eles
sabiam que o Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que
isso ocorresse, que Cristo viria antes do tempo da derrota final. Ele tratou
Jesus como homem desprezado (“Jesus de Nazaré” – ‘pode vir alguma coisa boa de Nazaré?’ (Jo 1.46)) e como Deus
glorioso (“o Santo de Deus”). Talvez até conhecesse os textos do Salmo 22 (“Eu sou verme e não homem, motivo de zombaria
e objeto de desprezo do povo”) e de Isaías 53 (“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, homem de dores e experimentado
no sofrimento”). Para ele, Jesus não era filho de José, marido de Maria,
mas do Deus Altíssimo. O espírito impuro foi obrigado a reconhecer a autoridade
e o poder de Jesus, contra o qual não ofereceu resistência. Ele estava bem por
dentro do fim dos tempos, quando o Diabo será lançado no lago de fogo que arde
com enxofre para ser atormentado “dia e
noite, para todo o sempre” (Ap 20.10).
“2. A soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o
porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse
para outra região (v.1O), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt
8.29), e que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local
na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos
parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres
todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11). O inimigo de nossa alma
não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos
porque não podiam resistir ao poder de Jesus.”
- Os demônios, como em outras ocasiões,
reconheceram Cristo como sendo o Filho de Deus e temeram o tormento que
inevitavelmente sofreriam. Atendendo um pedido, Jesus permitiu que os demônios
entrassem em uma manada de porcos que estava nas proximidades - Marcos afirma
que eram quase dois mil. O resultado foi que toda a manada morreu nas águas do
lago (30-32). Aqueles que guardavam os porcos fugiram até à cidade para contar
tudo o que havia ocorrido (33). Toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus. O
povo, tomado pelo medo (Lc 8.38) rogou que Ele se retirasse do seu território
(das suas “fronteiras” ou do seu “distrito”). Eles tiveram medo do poder de
Jesus. Algumas vezes, duas questões têm sido formuladas a respeito desse
acontecimento. A primeira é: Por que Jesus permitiu que esses porcos fossem
destruídos? Houve quem sugerisse que Ele queria confirmar a fé dos dois
endemoninhados curados, por esta evidência visível de que os demônios haviam
realmente deixado os seus corpos. Alguns pensam que Jesus fez isso para mostrar
à multidão o poder tremendo e as tendências destrutivas que os demônios
possuem. Trench escreve sobre o relato onde somente é mencionado um
endemoninhado: “Se esta concessão ao pedido dos espíritos maus ajudou de alguma
maneira a cura deste sofredor, fazendo com que eles relaxassem a sua posse do
corpo dele com maior facilidade, aliviando o ataque através de sua saída, este
teria sido um motivo suficiente para permitir que aqueles animais morressem.
Para a cura definitiva do homem poderia ter sido necessário que ele tivesse
esta evidência exterior e o testemunho de que os poderes infernais que o
mantinham aprisionado agora o haviam deixado”. Uma segunda pergunta que se faz
é a seguinte: Que direito tinha Jesus de destruir a propriedade de outras
pessoas? A resposta para esta pergunta é mais difícil. Se tivéssemos certeza de
que os donos eram judeus, isto ofereceria uma solução simples. Os judeus
deveriam evitar as carnes impuras, o que incluía os porcos. Mas Decápolis era
uma região de população predominantemente gentílica. De qualquer forma, o
caráter de Cristo garante que Ele não faria nada injusto. Os atos de Deus não
podem ser sempre julgados segundo os padrões dos homens. Porém devemos sempre
nos lembrar de que Deus não fica devendo nada a ninguém. Se tivéssemos mais informações,
poderíamos entender melhor esta situação. (Comentário Bíblico Beacon – CPAD,
pág 75,76.)
“3. A libertação do oprimido. A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a
atenção do povo. Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a
cura repentina do endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em
perfeito juízo, vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus
quando vemos pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de
Jesus. Ele nos delegou essa tarefa (Mt 1O.8; Lc 1O.19,2O).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19.
Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta
filha de Abraão (16). Para qualquer um que não esteja cego pelo preconceito, a
resposta não só é óbvia como também é mais poderosa quando está implícita e não
abertamente verbalizada. A referência de Jesus à mulher como sendo filha de
Abraão sugere que ela tem um duplo apelo à misericórdia e ajuda de todos os
judeus - como um ser humano e como uma compatriota israelita. E, dizendo ele
isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados (17). A palavra todos
indica que o chefe da sinagoga tinha alguns ajudantes ativos no seu ataque ao
Mestre. Mas a réplica de Jesus era tão relevante e tão adequada, que até mesmo
estes homens egoístas ficaram envergonhados. Eles não expressaram qualquer
refutação - não havia nenhuma a fazer. E todo o povo se alegrava por todas as
coisas gloriosas que eram feitas por ele. O povo reconheceu e apreciou aquilo
que os líderes religiosos negligenciavam por sua cegueira: que Deus havia
trabalhado entre eles, e que havia demonstrado a sua ilimitada compaixão, assim
como o seu soberano poder. Aquilo que viram fez com que associassem este Jesus
ao Deus do Céu. Sem dúvida, a resposta de Jesus censurando o príncipe da
sinagoga aumentou o entendimento e a admiração que sentiram pelo milagre ali
presenciado por eles. Charles Simeon faz três reflexões sobre este episódio: 1)
Quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! 2) Como é desejável
abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! - esta mulher recebeu a cura
porque participava fielmente das reuniões na sinagoga; 3) Com que conforto e
esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus! Comentário Bíblico
Beacon – CPAD, pág 440
IV - OS PORQUEIROS
“1. O local do acontecimento. Segundo Mateus, o fato
aconteceu na "província dos gadarenos" (Mt 8.28); no entanto. Marcos
e Lucas falam da província ou terra "dos gerasenos" (Mc 5.1; Lc 8.26,
Nova Almeida Atualizada). Gadara situava-se a oito quilômetros do lago de
Genesaré, nome alternativo do mar da Galileia; e Gerasa, a atual Jeras, na
Jordânia, ficava a cerca de 5O quilômetros. Ambos os territórios faziam parte
da região de Decápolis, a leste da Galileia (Mc 5.2O). Segundo o historiador
Josefo, o território de Gadara se estendia até o lago da Galileia. Moedas
daquele tempo trazem o nome de Gadara com o desenho de um barco impresso.”
- A terra dos gadarenos era uma
região a sudeste do mar da Galileia, fazia parte da Decápolis. Estas eram
cidades gregas que não pertenciam a um país, eram autônomas. Embora os judeus
não criassem porcos, porque a religião judaica os considerava imundos, os
gentios não tinham tal conceito" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,
CPAD, p. 1365.) Gerasa estava a cerca de 48 quilômetros a sudeste do lago.
“Gadareno” é o termo que os mais antigos manuscritos gregos apresentam no texto
de Mateus. Gadara era a cidade mais próxima, a quase dez quilômetros de
distância.
“2. Sobre a manada de porcos. A população de Decápolis era mista, composta por judeus e
gentios. A criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável
que o porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil
porcos (v.13). Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um
despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8.33). A tradição judaica dizia que
demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e
os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar
dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios
pediram para entrar na manada de porcos.”
- Até os espíritos maus entende que
Toda a autoridade pertence a Deus, para eles agirem junto a alguém que pertence
a Deus, eles precisam da autorização de Jesus, pois aquele que de fato é de
Deus o diabo não toca, se Ele não deixar. E andava ali pastando no monte uma
vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e
concedeu-lho. Lucas 8:32, Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o
Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e
fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz. Ezequiel 17:24, E
isto faremos, se Deus o permitir (Hb 6.3).
“3. O estranho pedido do povo. Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por
causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida
humana, na concepção daquela gente. Essa estranha recepção causa-nos tristeza e
espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que
substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum "coisificar" as
pessoas e personificar as coisas. Para alguns hoje em dia, os animais valem
muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos
governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já
existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos,
aquela população rejeitou Jesus.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Jesus não foi bem recebido nessa
região. Sua presença levou alguns a sofrerem perda financeira, embora o
endemoninhado tenha sido liberto. “O pedido dos
demônios foi atendido de pronto. A manada de porcos, “que era de cerca de dois
mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram”
(Mc 5.13). O pedido dos gadarenos também foi atendido: “Jesus subiu no barco e
foi embora” (Lc 8.37). Todavia, o pedido coletivo e unânime do povo daquela
cidade é um dos mais estranhos de que se tem notícia! Em vez de pedir que Jesus
fosse embora, eles deveriam ter realizado um culto de ação de graças a Deus
pela cura daquele homem infeliz e perigoso. Eles deveriam ter levado outros
doentes da região para serem também curados. Por trás do estranho pedido estava
o dinheiro. Com a morte dos porcos, o prejuízo dos porqueiros e seus associados
foi enorme (quase meio milhão de reais, caso os porcos estivessem no ponto de
abate).” (ULTIMATO
ONLINE). Cristo poderia ter curado e salvado naquele lugar, mas
seus habitantes ficaram temerosos e pediram-lhe que fosse embora. Mesmo assim,
Ele deixou uma grande testemunha ali. Todos se maravilhavam quando ouviam quão
grandes coisas Jesus lhe fizera.
CONCLUSÃO
“A possessão demoníaca é um fenômeno
estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de Jesus. O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre
toda a natureza, sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as
enfermidades, sobre o poder das trevas. Os demônios estremecem diante dELe. O
poder de Satanás é muito limitado diante do poder de Jesus. Todos nós
precisamos de Jesus, da comunhão com Ele, para dEle receber poder e assim
expulsar aos demônios, pois Ele nos deu essa autoridade (Lc 1O.19,2O).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]
- Satanás e os demônios são opositores de todos os crentes
verdadeiros e continuamente trabalham em oposição a eles. Os Crentes,
entretanto, são protegidos pelo soberania de Deus e pela armadura que Ele deu a
cada crente (2Co 11:3; Ef 6:10-18; 2Ts 3:3; Tg 4:7; 1Pe 5:7-10). Quer as forças
descontroladas sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre todas
elas. Em um mundo que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se mostram
maiores do que nós, temos a confiança que Deus está no controle de tudo.
Satanás e seus demônios são limitados no que eles podem fazer (Jó 1:12; Jó 2:6;
Lc 8:32). Ao final, eles serão punidos e destruídos (serão tornados em ruína
inúteis) de acordo com o julgamento assegurado a eles pela morte e ressurreição
de Cristo. Eles serão confinados eternamente no Lago do Fogo (Is 24:21; Mt
25:41; Jo 12:31; Cl 2:15; Ap 20:10)].
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2O19
PARA REFLETIR
A respeito de "Possessão Demoníaca e a Autoridade do
Nome de Jesus", responda:
• Qual a ênfase dada por
Mateus no relato do endemoninhado gadareno?
A ênfase de Mateus é
a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos.
• Qual a ordem que
recebemos de Jesus sobre os demônios?
"Expulsai os
demônios" (Mt 1O.8).
• O que Marcos parece
mostrar sobre Satanás e os demônios diante do Senhor Jesus?
Marcos parece mostrar
Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos
diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11).
• Como os judeus
consideravam os porcos e os demônios?
Os judeus
consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os
porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos.
• O que a população de
Gadara fez depois que Jesus libertou o gadareno?
Jesus foi convidado a
se retirar da terra dos gadarenos por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc
5-16,17). [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2O19. Lição 4, 27 Jan, 2O19]