TEMA: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo de
Deus no deserto no livro de Números
COMENTARISTA: Reynaldo Odilo Martins Soares
- L I Ç Ã O
4 -
20 de Janeiro de 2019
A PRESENÇA DE DEUS NO DESERTO
TEXTO DO DIA
“Ou, quando
a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando
sobre ele, então, os filhos de Israel se alojavam e não partiam; e, alçando-se
ela, partiam.” (Nm 9.22)
SÍNTESE
A presença
de Deus no meio do povo era garantia de segurança, alegria e descanso. Pois,
caminhar pelo deserto envolvia correr perigos dos mais diversos.
TEXTO BÍBLICO
Números 9.15-22
15 E, no dia de levantar o
tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à
tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã.
16 Assim era de contínuo: a nuvem o
cobria, e, de noite, havia aparência de fogo.
17 Mas, sempre que a nuvem se
alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a
nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial.
18 Segundo o dito do SENHOR, os
filhos de Israel partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos
os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial.
19 E, quando a nuvem se detinha
muitos dias sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel tinham cuidado da
guarda do SENHOR e não partiam.
20 E era que, quando a nuvem poucos
dias estava sobre o tabernáculo, segundo o dito do SENHOR, se alojavam e,
segundo o dito do SENHOR, partiam.
21 Porém era que, quando a nuvem
desde a tarde até à manhã ficava ali e a nuvem se alçava pela manhã, então,
partiam; quer de dia quer de noite, alçando-se a nuvem, partiam.
22 Ou, quando a nuvem sobre o
tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele,
então, os filhos de Israel se alojavam e não partiam; e, alçando-se ela,
partiam.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Caminhando com Deus, pelo deserto, o povo
estava aprendendo uma lição espiritual a cada dia. As diversas leis tinham o
objetivo de mostrar que um Deus santo requeria um povo santo (Lv 20.7).
Entretanto, as pessoas que saíram do Egito não tinham noção dessa exigência
divina e foram conhecendo o caráter de Deus à proporção que seguiam rumo à
Canaã. Um ano depois da saída do Egito, os hebreus estavam tendo uma nova
revelação a respeito da presença de Deus. O Senhor estava com eles,
acompanhando-os numa coluna de fogo nas noites congelantes do deserto e, durante
os dias, sob o sol escaldante de um dos lugares mais quentes do mundo, uma
monumental nuvem trazia refrigério para milhões de pessoas. O Altíssimo,
carinhosamente, fazia-os viver em uma temperatura agradabilíssima, podendo
eles, assim, desfrutarem de uma paisagem inigualável, de dia ou de noite. Com o
movimento da nuvem ou coluna de fogo, Deus indicava o momento de parar a
caminhada e de prosseguir.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- "De dia a
nuvem do Senhor ficava sobre o tabernáculo, e de noite havia fogo na nuvem, à
vista de toda a nação de Israel, em todas as suas viagens" (Êx 40.38);
"Era assim que sempre acontecia. de
dia a nuvem o cobria, e de noite tinha a aparência de fogo" (Nm 9.16);
"A nuvem do Senhor estava sobre eles
de dia, sempre que partiam de um acampamento" (Nm 10.34). Quando
acompanhamos o desenrolar do Êxodo, do Egito a Canaã, via deserto do Sinai,
aprendemos como foi esta caminhada e aprendemos como é a nossa. Há semelhanças
e diferenças entre as caminhadas, mas o Deus dos hebreus é o mesmo hoje. Ao
longo das Escrituras encontramos textos que afirmam que esta caminhada foi
acompanhada pessoalmente por Deus que se mostrou através de uma dupla
manifestação: uma nuvem de dia e uma coluna de fogo à noite. O Senhor não
somente resgatou o seu povo, mas o conduziu de forma cuidadosa durante todo o
deserto. Temos um Deus que se preocupa e cuida de nós. O Senhor enviou uma
coluna de nuvem para proteger o seu povo. Durante o dia esta coluna fazia sombra
para que o povo de Deus pudesse suportar o calor escaldante do deserto (Êx
13.21). Esta coluna, segundo Charles F. Pfeifer, “era um sinal real da
verdadeira presença de Jeová com o seu povo”. Reflitamos sobre a glória de Deus
possível sobre as nossas vidas. – That said, let's think maturely the Christian faith!
I - A NUVEM E A COLUNA DE FOGO
“1. A presença contínua. Quando o
povo levantou o tabernáculo, o qual foi feito conforme o modelo dado por Deus
no monte Sinai, a nuvem da presença do Senhor surgiu gloriosamente (Nm 9.15).
Os milhões de peregrinos que estavam ao redor do tabernáculo, nas suas
respectivas tribos, entenderam perfeitamente que se tratava de uma manifestação
divina. No fim da tarde, quando o sol declinava e a temperatura começava a
cair, outro milagre acontecia: a nuvem ficava com uma aparência de fogo,
permanecendo assim até pela manhã, quando, novamente, voltava a ser um refúgio
contra o sol. Esse processo perdurou, continuamente, por quase 40 anos (Nm
9.16). O Senhor estava testemunhando a todo o povo: “E eis que estou contigo, e
te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te
não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn 28.15).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- Este fenômeno apareceu pela primeira vez no próprio Êxodo
(Êx 13.21-22). A nuvem não cobria toda a estrutura, mas a tenda do testemunho -
ou, o tabernáculo acima da tenda do testemunho, ou seja, a parte do tabernáculo
em que estava o testemunho, ou a arca do testemunho (Êx 25.16; 22). O
tabernáculo (no hebraico, אוהל מועד, המשכן Mishkan), “Tenda do Encontro”,
“Tenda da Reunião” (Êx 29.42-45), era o local onde YAHWEH descia com Sua
presença, local onde ele trata com Seu povo e faz conhecido Seu desejo (Êx
25.8). O fenômeno é agora novamente descrito em conexão com as jornadas que
devem ser narradas na sequência do livro. O relato da nuvem que cobre o
Tabernáculo é repetido na medida em que a história que se segue relaciona a
remoção do Tabernáculo sob a orientação da mesma nuvem que o cobriu em sua
ereção. Era uma vantagem gloriosa para os judeus serem conduzidos pela nuvem no
deserto, que era para eles um símbolo constante da Presença Divina; mas que os
cristãos se lembrem de que em Jesus Cristo eles têm uma promessa muito mais
expressiva da presença e favor de Deus; e são muito mais felizes em ser guiados
pela luz do Evangelho; que lhes mostra o caminho em que devem andar durante sua
estada neste mundo, a fim de que cheguem às alegrias do céu. Veja o relato
completo desta nuvem sobrenatural amplamente explicado em Êxodo 23.21 e 40.34-38.
“2. O mover imprevisível. O texto de
Números 9.17-23 fala a respeito do mover imprevisível de Deus, representado nos
deslocamentos da nuvem e da coluna de fogo. Impressionante como o Espírito
Santo, que inspirou os escritores bíblicos, fez questão de mencionar que, às
vezes, o referencial da presença de Deus permanecia no mesmo lugar um ano ou,
inexplicavelmente, menos de um dia. Interessante perceber, também, que não
havia nenhum fenômeno natural perceptível que antecedesse os movimentos
vertical (subida e descida sobre o tabernáculo) e horizontal (mudança
geográfica) da nuvem ou da coluna de fogo. O Senhor, por sua soberania, de dia
ou de noite, sem mandar qualquer aviso, simplesmente transferia o lugar da
nuvem ou a coluna de fogo. Não havia, nem há, paradigmas para entender o mover
de Deus. Porventura, nos dias atuais, não é com a mesma imprevisibilidade e
aparente ilogicidade eventual que Deus age?”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Thomas Coke comentando Números 9.15, escreve: “Maimônides diz que a razão para Moisés ser
tão especial ao repetir tantas vezes essa circunstância de marchar e descansar
ao comando de Deus, era refutar a opinião dos árabes e de outros que imaginavam
que a razão dos israelitas permanecerem por tanto tempo no deserto era porque
haviam perdido o caminho: o que, ele observa, era um conceito muito ocioso;
desde o caminho do monte Horebe até Cades Barnéia, nas fronteiras de Canaã, era
uma estrada conhecida e batida, e não mais do que onze dias de viagem; de modo
que era quase impossível para eles perdê-lo, muito menos para vagar em uma
condição desnorteada por quarenta anos.”
“3. A obediência voluntária. Deus estava
treinando os israelitas para que eles, com alegria, aprendessem a obedecer ao
Senhor. Vale lembrar que, repetidamente, as Escrituras dizem que eles eram
rebeldes ou de “dura cerviz” (Dt 10.16; Jr 7.26; Mc 10.5; At 7.51). Assim, por
vezes, a nuvem passava um longo período parada e, depois, numa sequência
inesperada, era transferida de lugar rapidamente, mas o povo a seguia, como se
vê: “Segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR,
partiam; da guarda do SENHOR tinham cuidado, segundo o dito do SENHOR pela mão
de Moisés” (Nm 9.23). Os que servem a Deus devem aprender a obedecer voluntariamente
ao Senhor, de todo coração, como Davi recomendou a Salomão (1 Cr 28.9), para
que tenham vitória nas grandes lutas que travarem. A obediência é um segredo,
uma bússola, um mapa e um caminho. Andar por ela é sinal de sabedoria,
humildade, fé e sempre produz os resultados da verdadeira prosperidade na vida.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- “Manteve a
responsabilidade do Senhor - Quando consideramos a disposição forte que essas
pessoas testificaram para seguir sua própria vontade em todas as coisas,
podemos ficar bem surpresos em encontrá-las. nessas jornadas, seguindo tão
implicitamente as orientações de Deus. Não poderia haver truque ou impostura
aqui. Moisés, se ele tivesse sido o mais esperto dos homens, nunca poderia ter
imitado as aparências mencionadas neste capítulo. A nuvem, e cada coisa em seu
movimento, era tão evidentemente sobrenatural, que as pessoas não tinham
dúvidas de que ela era o símbolo da presença Divina. Deus escolheu manter esse
povo tão dependente de si mesmo, e tão submisso às decisões de sua própria
vontade, que nem mesmo lhes daria tempos regulares de marchar ou descansar;
eles deveriam fazer as duas coisas quando e onde Deus visse melhor. Assim, eles
foram sempre preparados para a sua marcha, embora perfeitamente ignorantes da
época em que deveriam começar. Mas tudo isso estava bem; eles tinham a presença
de Deus com eles; a nuvem de dia e o fogo à noite demonstravam que Deus estava
entre eles. Leitor, tu és aqui um inquilino à vontade de Deus Todo-Poderoso.
Quão cedo, em que lugar, ou em que circunstâncias, ele pode chamá-lo para
marchar para o mundo eterno, você não sabe. Mas esta incerteza não pode
incomodar-te, se estiveres devidamente sujeito à vontade de Deus, sempre
disposto a perder a tua vontade nela. Mas tu não podes ser assim sujeito, a
menos que tenhas o testemunho da presença e aprovação de Deus. Quão terrível
ser obrigado a entrar no vale da sombra da morte sem isso! Leitor, prepare-se
para encontrar o teu Deus" (Adam Clarke.
Disponível em: https://bibliacomentada.com.br/biblia/numeros-capitulo-9-versiculo-23-comentado-por-versiculo.html. Acesso em: 21 Jan, 2019).
II – O INÍCIO DA CAMINHADA
“1. A ordem para marchar
(10.11-13). Deus possui um aguçado senso de beleza e
organização, entretanto esse traço de seu caráter justifica-se não apenas pela
estética e estratégia de suas determinações, mas sobretudo em face do grande
amor pelo seu povo. O Senhor mandou fazer duas trombetas de prata, uma
sofisticada obra de arte (a prata era depurada no fogo, daí por que é símbolo
da redenção na Bíblia), as quais serviam para conclamar o povo para se reunir e
dar o sinal de partida do acampamento, tudo muito organizado. Entretanto, mais
adiante, Deus disse que as trombetas também seriam tocadas quando os israelitas
estivessem em dificuldades (o toque das trombetas era uma verdadeira oração) e
nas festas religiosas (Nm 10.2, 9,10). Dessa forma, o início de toda caminhada
era marcado, simbolicamente, por um momento de oração. O toque das trombetas
movia o coração de Deus em favor do povo e o Senhor se lembrava da aliança
firmada. A promessa de Deus, feita desde os dias do patriarca Abraão, seria
cumprida, pois Deus é fiel.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Os israelitas haviam se acampado no deserto do Sinai
cerca de onze meses e vinte dias (Êx 19.1). Eles agora receberam a ordem de
Deus para decolar e seguir em direção à terra prometida. Foi-lhes ordenado que
fizessem duas trombetas de prata (dois é o número de testemunho - pela boca de
duas testemunhas era verificado um fato). As duas trombetas eram usadas para
convocar o povo ao tabernáculo e para alertá-los quando estavam prestes a
levantar acampamento. As trombetas (Heb hatsotsorot,
um termo técnico, diferente daquele empregado para as trombetas tocadas no
jubileu (shofar, Lv 25.9). Bíblia Shedd.) eram duas e serviam para convocar os
homens e para apelar a Deus, o que mostra a obra dupla do culto: a pregação da
Palavra e a oração. As trombetas deviam ser tocadas segundo as regras
estabelecidas para a convocação do povo, fosse para a paz, ou para a guerra. Estas
trombetas também eram tocadas nos dias festivos para preparar o povo para a
comunhão com Deus. Posteriormente, Davi expandiu os instrumentos para incluir a
orquestra inteira na adoração ao Senhor (1Cr 25), mas manteve o uso das trombetas
de prata regularmente diante da arca da aliança (1Cr 16.6). (Bíblia de Estudo
NVI Vida.). De maneira figurada podemos dizer que os ministros de Deus, ao
alçarem sua voz, como de uma trombeta, mostram a vida e a morte pela pregação
do evangelho, concitando assim o povo ao arrependimento e a fé no Filho de
Deus. Veja Is 27.13, Jr 4.5; Ez 33.4, 5; 7-9; 1 Ts 4.16; Ap 8.2. Deus pretende
que Seu povo seja ordeiro e unido no cumprimento de Seus mandamentos, 1 Co
14.8.
“As trombetas eram
tocadas sete vezes. No livro do Apocalipse também encontramos sete trombetas, e
são também relacionadas com o povo de Israel: tocadas durante o período da
tribulação, elas moverão os judeus de todos os cantos da terra até a Terra
Prometida.” (BIBLEFACTS)
“2. Confiança do líder abalada
(10.29). Em meio a tantas demonstrações eloquentes do
cuidado de Deus, percebe-se uma falta de confiança do líder Moisés, pois
convidou Hobabe, seu cunhado, para guiar o povo nos caminhos do deserto (Nm
10.29-32). Ora, a presença de Deus, representada na nuvem e na coluna de fogo,
sinalizava perfeitamente quando o povo deveria acampar e seguir viagem, e qual
rota percorrer, mas Moisés entendeu que seria bom ter alguém com experiência
para “ser seus olhos” e socorrê-los em tempo oportuno. Mas, o Senhor
compreendeu a fraqueza do líder e sequer o repreendeu. Moisés também precisava
aprender a confiar. Vê-se, porém, que em nenhum outro momento Hobabe é
mencionado nas Escrituras, dando provas que o convite de Moisés foi estéril e
inócuo. Deus é quem comanda e guia os passos do seu povo.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- Hobabe, filho do midianita Reuel (NVI). Sendo assim,
Hobabe era cunhado de Moisés. Reuel. Jetro (ver Êx 2.18; 3.1). (Bíblia de
Estudo NVI Vida). Moisés convida seu cunhado Hobabe a guiá-lo pelo deserto. É
provável que de fato acompanhara o povo, conforme se deduz de Jz 1.16; 4.11; 1
Sm 15.6. Parece, entretanto, que este pedido poderia ser perfeitamente
dispensável, conforme vv. 33, 34, 36. “Moisés
convidou seu cunhado, Hobabe, a acompanhá-los usando do argumento que lhes
seria útil devido ao seu conhecimento da região. Também os crentes são
peregrinos e forasteiros neste mundo, indo para a gloriosa presença do Senhor.
Nosso convite aos que nos rodeiam é "vem conosco": é uma marcha dos
redimidos em direção à Jerusalém celestial.
“Moisés sabia que o
SENHOR iria conduzi-los pelo deserto, portanto não precisava de um
"guia", como seu cunhado. Estaria ele perdendo a sua fé no SENHOR,
garantindo-se com um guia? Infelizmente as igrejas muitas vezes procuram os
"especialistas", pessoas sem qualquer discernimento espiritual, para
lhes dar orientação. Com isto, elas se desviam da verdade e com freqüência
passam a ser exploradas por homens sem escrúpulos. Cristo deve ser a única
cabeça de cada igreja, e é ele quem deve liderá-la e guiá-la, mediante o seu
Espírito, e a Sua Palavra.”
(BIBLEFACTS).
“3. O pecado da murmuração
(11.1-10). Na caminhada dos hebreus pelo deserto, o Senhor
sempre esteve presente cuidando do seu povo, mas, como visto anteriormente é inevitável
que as fraquezas dos líderes apareçam e, infelizmente, também, existam
rebeliões. Em Números 11.1-10 diz-se que aconteceu murmuração no meio do povo
por causa da comida (toda murmuração dirige-se, em primeiro plano, contra Deus)
e o Senhor levou em consideração as palavras proferidas a tal ponto que muitos
israelitas morreram como castigo pela rebelião. Judas escreveu a respeito de
alguns indivíduos não recomendáveis que eram “murmuradores, queixosos da sua
sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui
arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse” (Jd 16). Certamente o
que os israelitas fizeram foi muito grave diante do Senhor, pois a Bíblia diz
que a maldição não vem sem causa (Pv 26.2). Importante que cada cristão aprenda
a ser agradecido, de todo coração, e nunca despreze o “pão” que Deus dá.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- É interessante notar que antes de Deus ter revelado Sua
Lei e Sua Aliança no monte Sinai (Êx 19 e 20); a murmuração do povo foi tratada
com menos severidade, Êx 15.2227; 16.2-8. A mais plena revelação de Deus exige
um comportamento melhor.
“Israel murmura
contra Deus e contra Moisés. Queixando-se contra o maná do céu, queria carne,
quando tinham rebanhos em abundância, e, numa revolta de incredulidade, disse:
“Quem nos dará carne a comer?”, v. 4. Deus lhes satisfez o apetite físico, mas
suas almas emagreceram, Sl 106.15. Solene advertência aos Ministros de Deus:
sempre haverá na Igreja de Deus os descrentes, que murmuram contra a Causa de
Deus e tomam partido com os leais e fiéis; mesmo assim, os Ministros devem
permanecer firmados em Deus, preocupados em fazer somente aquilo que Deus
deseja. A igreja deve ser advertida a que haja maior união e compreensão da
parte dos membros para com seu Ministro, para juntos colimarem os superiores
propósitos do Reino de Deus. • N. Hom. Os vv. 1-10 nos ensinam por que não nos
devemos queixar: 1) Porque isto revela uma falta de confiança em Deus; 2)
Porque é falta de visão; 3) Porque nos traz grandes prejuízos; 4) Porque é a
própria ingratidão.” (BIBLIOTECABÍBLICA)
III – DEUS LEVANTA COOPERADORES
“1. Carga pesada. Na caminhada
com Deus, pelo deserto a cada dia os limites humanos são testados. O grande
Moisés que, pouco tempo antes, tinha convidado Hobabe para ser “seus olhos” na
peregrinação (tinha plano até para quando Deus falhasse na orientação), agora
pensa em desistir do ministério. Ele concluiu: “Eu sozinho não posso levar a
todo este povo, porque muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo,
mata-me, eu to peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver
o meu mal” (Nm 11.14,15). A resposta que Deus ofereceu a Moisés ressoa como
modelo ministerial pelos séculos. O líder é feito de “carne e osso” e, por
isso, precisa de apoio e companhia. Sempre que Deus quis fazer algo
significativo, antes de tudo, montou uma equipe. Talvez Moisés, até aquele
instante, acreditasse ser possível liderar sozinho, mas o Senhor permitiu que
ele ficasse esgotado emocionalmente para aprender a depender mais dEle. Então,
o Altíssimo designou setenta anciãos para auxiliar o seu servo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Jan, 2019]
- Não demora muito, Moisés também se queixa, refletindo a
rebelião do povo nas suas próprias atitudes. Rebela-se contra sua vocação que o
levou a abandonar uma situação de conforto e de honra, para padecer privações e
graves responsabilidades, e ainda por cima aguentar as injúrias de pessoas
totalmente inferiores a ele. Queixa-se da própria vida, pecando assim contra
Deus (vv. 10-15). Agora, note o seguinte no versículo 4: a reclamação vinha do “E o
vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo” (ACF), e “Um bando
de estrangeiros que havia no meio
deles encheu-se de gula” (NVI); Essa gente não se compunha de israelitas,
mas de pessoas que vieram do Egito juntamente com os filhos de Israel (Êx 12.38).
Isto defato, revela uma rebelião iniciada pelos estrangeiros que contaminou os
israelitas levando-os a murmurar contra Deus. O povo preferia a vida sob Faraó
à vida com o Senhor que providenciava maná.
“2. Dividindo a carga. Deus, de
maneira sábia, pediu que Moisés escolhesse setenta líderes para que o
auxiliasse. A escolha seria de Moisés, porém eles seriam instrumentos do
Senhor, para ajudar na condução da obra. Observa-se um segundo aspecto
relevante nessa história: os auxiliares precisavam ter o mesmo espírito de
Moisés, pensar a mesma coisa, compartilhar do alinhamento do entendimento do
líder, ação precípua do Espírito Santo. Só assim a carga pesada das atribuições
seria, de fato, compartilhada. Pouco tempo depois houve o episódio das
codornizes, o primeiro teste dos 70 líderes (Nm 11.31-35). Deus é bom e fiel,
pois, certamente, se Moisés estivesse sozinho nessa nova e grave situação ele
teria sucumbido.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- A misericórdia de Deus se revela na ação de dar alívio ao
Seu servo sobrecarregado. Estes setenta anciãos são apontados para ser líderes
religiosos, assistindo no tabernáculo, cheios do Espírito (v. 17), portanto não
devem ser confundidos com os “procuradores”; de Moisés que, em resposta a uma
ideia moralmente humana, foram escolhidos para funções mormente cívicas, para
ajudar nas questões fáceis, Êx 18.13-27. Agora, note no versículo 31, quando
diz que: “Depois disso, veio um vento da
parte do Senhor que trouxe codornizes do mar e as fez cair por todo o
acampamento, a uma altura de noventa
centímetros, espalhando-as em todas as direções até num raio de uma
caminhada de um dia”, Não se trata da espessura da camada de codornizes
pelo chão, mas sim que os pássaros esgotados pela migração estavam voando nesta
altura (mais de um metro), e por isso mesmo, eram uma presa fácil para os
israelitas. (Bíblia Shedd).
“3. Insubmissão. Moisés,
depois de ter a carga administrativa aliviada pelos setenta líderes chancelados
por Deus, viu ruir os apoios mais importantes que tinha: o de Miriã e Arão,
seus amados irmãos, os quais se insurgiram fortemente contra ele, mas “o SENHOR
o ouviu” (Nm 12.2). Os irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor,
inclusive Miriã ficou leprosa por causa dessa insubmissão ao líder. Ferir o
princípio da autoridade e submissão, desobedecendo a liderança, não é uma
atitude sábia e prudente, ainda que existam ponderações de natureza
administrativa consideráveis.”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- “Os dois eram mais
velhos que Moisés e, por pretensões em assuntos de família, estavam dispostos a
desafiar a autoridade de Moisés. Deus, porém, não deixa de punir os que
maltratam e desrespeitam Seus Servos. Compare Sl 105.15; Hb 13.17, Nm 12.9-14.
• N. Hom. O décimo segundo capítulo nos ensina: 1) Os ciúmes entre os obreiros
cristãos são tristes e perigosos; 2) O silêncio é a melhor resposta às
acusações falsas; 3) O próprio Deus é o, melhor defensor. e campeão da Sua
própria honra e da do Seu povo; 4) Deus pede, sobretudo, a fidelidade no Seu.
serviço, H 3.1-6. “Muito bem, servo bom e fiel”, Mt 25.23.” (BIBLIOTECABIBLICA).
Miriam parece ter sido o líder nesta insurreição contra a autoridade de Moisés.
O nome dela ocorre antes do de Aarão, seja como o sujeito mais próximo ou mais
proeminente; e o verbo que é traduzido "falou" é o gênero feminino.
Além disso, o julgamento que foi infligido ( Num. 12:10 ) caiu sobre Miriam, e
não sobre Aaron. que parece ter cedido às sugestões de Miriam, como já havia
feito ao pedido dos israelitas em relação ao bezerro de ouro. (ELICOTT). Parece
que o ciúme do poder e influência de Moisés foi a causa real de sua queixa; O
Pr Metodista Joseph Benson (1749-1821) comentando a origem dessa sedição,
escreve: “Miriam parece ser a primeira a
ser nomeada, porque ela foi a primeira criadora da sedição; portanto ela é mais
eminentemente punida. Zípora, que é aqui chamada de etíope, em hebraico, cuchita,
porque era midianita: a palavra Cush sendo geralmente usada nas Escrituras, não
para a Etiópia, propriamente dita, acima do Egito, mas para a Arábia. Provavelmente
não brigaram com ele por se casar com ela, porque isso foi feito há muito
tempo, mas por ser influenciado por ela e por suas relações, pelas quais eles
poderiam pensar que ele foi persuadido a escolher setenta governantes; pelo
qual a sua co-participação no governo eles achavam que sua autoridade e
reputação diminuíam. E porque eles não ousam acusar a Deus, eles cobram Moisés,
seu instrumento, como a maneira dos homens é.” (BIBLIACOMENTADA).
O final do comentário, “Deus
diz na Bíblia que rebeldia é pecado (1 Samuel 15:23). Rebeldia é pecar contra
Deus de propósito, com a intenção de desobedecer. A rebeldia afasta de Deus e
causa muitos problemas. A rebeldia é escolher o pecado, conhecendo o que é
certo. Alguns pecados são cometidos por falta de conhecimento mas a pessoa
rebelde sabe que está agindo contra a vontade de Deus. A rebeldia é uma afronta
direta a Deus, rejeitando Sua autoridade (Atos dos Apóstolos 7:51). A maior
forma de rebeldia é conhecer a verdade do Evangelho mas rejeitar Jesus como
salvador”. (RESPOSTAS).
Não esqueçamos que o Diabo foi o primeiro rebelde!
CONCLUSÃO
“A maior consolação que os israelitas
poderiam ter no deserto era a certeza da presença contínua de Deus com eles; e
o Senhor demonstrou inequivocamente tal realidade, através da nuvem ou da
coluna de fogo que nunca abandonaram o povo. Mesmo diante dessa certeza, tanto
os líderes quanto o povo cometeram erros, os quais não ficaram impunes,
servindo isso de exemplo para a igreja hodierna.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 1º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Jan, 2019]
- Quando acompanhamos a caminhada dos hebreus, do Egito a
Canaã, passando pelo deserto, aprendemos como foi esta caminhada e aprendemos
como é a nossa. Há semelhanças e diferenças entre as caminhadas, mas o Deus dos
hebreus é o mesmo hoje. “Êxodo 13.21 diz
acerca do povo de Israel que Deus conduzira para fora do Egito: “Durante o dia
o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de
noite, numa coluna de fogo, para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e
de noite”. Essa coluna de nuvem e de fogo sinalizava a presença do próprio
Deus, como podemos ler em Êxodo 14.24: “No fim da madrugada, do alto da coluna
de fogo e de nuvem, o Senhor viu o exército dos egípcios e o pôs em confusão”.
A Bíblia Viva traduz esse texto da forma que o encontrei em diversas traduções
alemãs: “De madrugada, o Senhor olhou da nuvem para as tropas egípcias...”. Não
é interessante? Deus olhou para fora da nuvem. Ele estava na nuvem, de onde
olhou para os inimigos de Israel.” (CHAMADA).
Nós que cremos no Senhor saímos do Egito (mundo) e estamos caminhando em
direção à Terra Prometida (Reino dos Céus). Jesus é o Caminho, e a Verdade, e a
Vida. Nesta caminhada, o Senhor tem nos preparado, entre muitas outras providências:
● a coluna de nuvem (a palavra de Deus) que nos refrigera a
alma (Sl 23.3); e
● a coluna de fogo (o Espírito Santo) que nos faz
transbordar de alegria (At 13.52).
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2019
HORA DA REVISÃO
1. Cite dois sinais que Deus realizou, os quais
demonstravam a presença dEle entre o povo.
A nuvem e a coluna de fogo.
2. Em quais momentos a nuvem e a coluna de fogo
podiam ser vistas?
Durante o dia a nuvem e à noite, a coluna de fogo.
3. De qual material foram feitas as duas trombetas
que convocavam o povo?
De prata batida.
4. Qual o nome do cunhado de Moisés que foi
convidado para ser o “guia do povo”?
Hobabe.
5.Segundo a lição, por que os irmãos de Moisés
foram repreendidos pelo Senhor?
Eles foram repreendidos pelo Senhor porque foram
insubmissos ao líder. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 1º Trimestre
2019. Lição 3, 20 Jan, 2019].