Lição
11
13
de Dezembro de 2015
Dia
da Bíblia
Melquisedeque Abençoa
Abraão
TEXTO
ÁUREO
"E abençoou-o
e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra." (Gn 14.19)[Comentário:O
escritor entende que o fato de Melquisedeque abençoar Abraão indica que
Melquisedeque é maior do que Abraão (Hb 7.7). Impetrar a bênção e receber o
dízimo do espólio, nesse caso, demonstram claramente a superioridade de
Melquisedeque sobre Abraão.]
VERDADE PRÁTICA
A bênção de Melquisedeque
não se limitou a Abraão, mas alcança todos os que recebem Jesus Cristo
como sacerdote eterno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Hb 7.1 - Melquisedeque,
rei de Salém e sacerdote de Deus
Terça -
Hb 7.2 - Melquisedeque, rei
de Salém e rei de justiça
Quarta
- Hb 7.3 - Melquisedeque,
um sacerdócio eterno
Quinta
- Gn 14.20 - Melquisedeque
recebe os dízimos de Abraão
Sexta -
Gn 14.18 - Melquisedeque
traz pão e vinho a Abraão
Sábado
- Sl 110.4 - Jesus,
Sacerdote da ordem de Melquisedeque
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis
14.12-20
12 - Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão
de Abrão, e a sua fazenda e foram-se.
13 - Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu;
ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão
de Aner; eles eram confederados de Abrão.
14 - Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os
seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até
Dã.
15 - E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e
os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
16 - E tornou a trazer toda a fazenda e tornou a trazer também a
Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o povo.
17 - E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou
de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no vale de Savé, que é
o vale do Rei.
18 - E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este
era sacerdote do Deus Altíssimo.
19 - E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo,
o Possuidor dos céus e da terra;
20 - e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos. E deulhe o dízimo de tudo.
OBJETIVO GERAL
Saber que a bênção
de Melquesideque não se limitou a Abraão, mas alcança a todos que pela fé
receberam a Jesus como Salvador
HINOS SUGERIDOS: 82, 126,198 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo,
o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1.
Saber
a
respeito de Melquisedeque como rei de Salém;
2.
Analisar
a
vida de Abraão como gentio;
3.
Mostrar
que
Melquisedeque ao trazer pão e vinho a Abraão abençoa o patriarca.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, animado para
o estudo e o preparo de mais uma lição? Esperamos que sim, pois um professor
entusiasmado e bem preparado é importante, fundamental no processo de
ensino-aprendizagem. Na lição de hoje, estudaremos a respeito de dois
personagens: Melquisedeque e Abraão. Segundo o pastor Claudionor de Andrade, a
história de Melquisedeque é pequena, mas a teologia e a sua importância são
grandes. Melquisedeque era rei de Salém, que mais tarde veio a se tornar
Jerusalém. Ele é um tipo de Cristo. Melquisedeque não era apenas rei, mas
também um sacerdote. Seu nome significa "rei da justiça". Ao
aceitar a bênção de Melquisedeque, Abraão demonstra reconhecer a sua autoridade
sacerdotal. Abraão não somente aceitou sua bênção, mas lhe deu o dízimo de tudo
(v. 20).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A
história de Melquisedeque é tão breve que o autor sagrado pôde narrá-la em
apenas três versículos (Gn 14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso
homem. Sabemos apenas que ele era rei de Salém
e sacerdote do Deus Altíssimo. Se a história é pequena, a teologia é grande. A
importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo que, desde
o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai. O rei de Salém entra em cena,
quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para
libertar a Ló, seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém,
abençoa no patriarca toda a nação israelita. Nesta
bênção, você também foi incluído.[Comentário:
Melquisedeque, do hebraico מַלְכִּי־צֶדֶק
(Malkiy-Tzadeq) "meu rei é justiça", o rei de Salém, a antiga
Jerusalém, e sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18-20; Sl 110.4; Hb 5.6-11; 6.20-7.28).
O aparecimento e desaparecimento repentinos de Melquisedeque no livro de
Gênesis são misteriosos. Sem ascendência nem descendência, a quem a história
atribui-lhe características sobre humanas, divina, interagiu com Abraão quando
este retornou vitorioso da batalha de Sidim. Melquisedeque e Abraão se
conheceram pela primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e
seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus
homens que estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão no
nome de El Elyon ("Deus Altíssimo") e louvou a Deus por ter dado a
Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). Seu nome (meu rei é justiça) e seu
título – rei de Salém (em hebraico “paz”) (rei de paz) indicam o Messias, cuja
pessoa e ministério se caracterizam pela justiça (Is 32.1; Jr 23.5; Ml 4.2; 1
Co 1.30) e pela paz (1Cr 22.9; Zc 9.10; Ef 2.14,15). Estas duas graças se
encontram em Cristo, de modo perfeito.]
PONTO CENTRAL
O Senhor Jesus como sacerdote
pertencia à ordem de Melquisedeque.
I. MELQUISEDEQUE, REI
DE SALÉM
Uma
história sem biografia. Assim podemos definir a aparição de Melquisedeque no
relato do Gênesis. [Comentário:
Melquisedeque,
contemporâneo de Abraão, rei de Salém e sacerdote de Deus (Gn 14.18), a quem
Abraão pagou dízimos e foi por ele abençoado é uma prefiguração de Jesus Cristo,
que é tanto sacerdote como rei. “Sem pai, sem mãe (Hb 7.3) não significa que este
personagem literalmente não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo.
Significa tão somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que
nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo de Cristo eterno,
cujo sacerdócio nunca terminará. Vivendo sempre para interceder (Hb 7.25). Cristo
vive no céu, na presença do Pai. (8.1), intercedendo por todos os seus
seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1
Tm 2.5; 1 Jo 2.1).
1. Rei
de Jerusalém. A
antiga Salém, cujo nome em hebraico significa paz, é identificada com a
Jerusalém atual. O objetivo deste reino era promover a
paz através da justiça divina, já que o nome de Melquisedeque traz este
glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).Portanto, sua função era difundir
o conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não existia como
o povo sacerdotal e profético do Senhor.[Comentário:
Salém é Jerusalém - a
primeira referência à cidade de Jerusalém se encontra em Gn 14.18, onde aparece
como Salém. Com o seu nome atual, Jerusalém, aparece pela primeira vez em Josué
10.1, onde reinava Adoni-Zedeque, que se uniu a quatro outros reis para lutarem
contra Jerusalém. A união do rei e o sacerdote em Jerusalém haveria de levar
Davi (o primeiro israelita a sentar-se no trono de Melquisedeque) a entoar
cânticos sobre um Melquisedeque mais grandioso que havia de vir (SI 110.4). Sobre
Melquisedeque, Antônio Neves de Mesquita escreve em sua obra intitulada Estudo no livro de Gênesis (JUERP): “Alguns
querem que seja Cristo, no seu estado de pré-encarnação, mas esta teoria está
em conflito com o Sal. 110:4 e com o teor geral das Escrituras, que fazem Cristo
e Melquisedeque duas personalidades distintas e dois sacerdotes também
distintos, um prefigurado no outro. Uma coisa não pode ser prefigurada em si
mesma. Quem era, pois, esse homem? Um anjo? Não. Do pouco que sabemos dele,
cremos que era um homem pio que permanecia fiel à religião de Noé, ou ao
primitivo monoteísmo e neste caráter era um sacerdote como Jetro, sogro de
Moisés”.]
2.
Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque
foi o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. É
claro que, desde o princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel fez ao Senhor (Gn
4.4).No texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn
14.18). Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada
hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu
ministério plenificou-se. Sim, com a morte de
Cristo foi-nos garantida eterna redenção perante Deus (Hb 7.23-28).[Comentário: O nome composto "El Elyon" (traduzida
como "Deus Altíssimo") ocorre doze vezes no Antigo Testamento. Ele
primeiro ocorre quatro vezes em Gênesis 14.18-20,22-18: Melquisedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho para celebrar a vitória militar de Abrão:. E ele era
sacerdote do Deus Altíssimo [El Elyon] 19 Ele abençoou-o, e disse: 'Bendito
seja Abrão do Deus Altíssimo [El Elyon], o Criador dos céus e da terra, 20 e
bendito seja o Deus Altíssimo [El Elyon], que entregou os teus inimigos nas
tuas mãos. " Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. 22 Abrão disse ao rei de
Sodoma: "Eu levantei a minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo [El Elyon], o
Criador dos céus e da terra. O Dicionário Bíblico Wycliffe (Charles F.
Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea – CPAD), afirma: “A opinião tradicional diz
que Melquisedeque era um verdadeiro adorador do Senhor (conforme Josefo,
Irineu, Calvino, KD, Leupold, etc....). Se a data da vida de Abraão (aprox.
2000 a. C.) estiver correta, então Melquisedeque viveu antes da substituição de
El como principal deus dos cananeus”. Isso implica dizer que os cananeus,
àquela época, adoravam o Deus Verdadeiro, reconhecido assim por Abraão (Gn
14.22).]
3.
Figura de Jesus. Filho
do homem, Jesus tem uma genealogia que, em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2),
e, em Lucas, vai até ao próprio Deus (Lc 3.38). Mas, como Filho de Deus, Ele é
eterno: não possui genealogia (Jo 1.1-3). Nesse
sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de Cristo (Hb 7.1-6).Isso não
significa que Melquisedeque fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus
Cristo. O que o autor sagrado diz é que este personagem, apesar de sua
importância, não possui uma biografia escrita. Moisés foi inspirado a não
registrar-lhe o nome dos pais, a idade, a procedência, nem o dia de sua
morte. [Comentário:No Salmo 110, um salmo
messiânico escrito por Davi (Mt 22.43), Melquisedeque é visto como um tipo de
Cristo (modelo ou figura de Cristo). O tema é repetido no livro de Hebreus,
onde Melquisedeque e Cristo são considerados reis da justiça e da paz. Ao citar
Melquisedeque e seu sacerdócio especial como um tipo, o autor mostra que o novo
sacerdócio de Cristo é superior à ordem levítica e ao sacerdócio de Arão (Hb 7.1-10).
Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história,
e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado com um
anjo (Orígenes), com o Espírito Santo (Epifânio), com o Senhor Jesus Cristo (Ambrósio),
com Enoque (Calmet) e Sem (Targuns, Jerônimo, Lutero).]
SÍNTESEDO TÓPICO I
Melquisedeque era sacerdote e
rei de Salém.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
"Em
hebraico malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo
110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um
rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este
retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da
batalha. Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da
história, e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado
com um anjo, com o Espírito Santo, com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque.Quanto
à religião, ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo'"(Dicionário Bíblico
Wycliffe.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247).
CONHEÇA MAIS
*Melquisedeque
"Melquisedeque
(que significa 'rei de justiça') era tanto 'rei de Salém' (possivelmente a
Jerusalém primitiva), como 'sacerdote do Deus Altíssimo'. Ele servia o único
Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque é um tipo ou uma figura da
realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo."Para conhecer mais leia,
Bíblia de Estudo Pentecostal CPAD, p. 54.
II. ABRAÃO, O GENTIO
Abraão
era tão gentio quanto eu e você, quando Deus o chamou a formar o povo escolhido
(Dt 26.5). No entanto, pela fé, tornou-se pai da nação hebreia e de todos os
que creem.
1. O
pai da nação hebraica. Deus
precisava de uma nação, através da qual pudesse redimir a humanidade, segundo
anunciara a Adão e Eva (Gn 3.15). Esta nação teria de vir da linhagem de Sem, o
filho mais velho de Noé (Gn 9.26,27). E, como todos sabemos, Abraão era semita.
Sua escolha evidenciou-se por uma fé
inabalável em Deus (Rm 4.3). Nele seriam abençoadas todas as nações da
terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo (Gn 12.3). Afinal,
Jesus, segundo a carne, veio da descendência de Abraão (Mt 1.1). A missão da
família hebreia, portanto, era testemunhar ao mundo acerca do amor, da justiça
e da Palavra de Deus (Rm 9.4,5). Apesar
da aparente falha de Israel, sua missão foi plenamente cumprida, pois a
salvação chegou-nos por intermédio dos judeus (Jo 4.22).[Comentário:Abraão nasceu em Ur dos Caldeus. Sobre Ur lemos num
dicionário bíblico: “Cidade muito antiga no sul da Babilônia, que se
indentifica como Tell el-Muqayyar; ela estava situada na margem direita do rio
Eufrates, a meio caminho entre Bagdá e o Golfo Pérsico. Tera e seus filhos –
entre eles Abrão – nasceram em Ur e de lá se mudaram para Harã”. Portanto, a
pátria de Abraão ficava na Babilônia. Josué também salienta isso no seu
“discurso à nação”: “…Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Antigamente, vossos
pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitaram dalém do Eufrates e serviram a
outros deuses” (Js 24.2). Abraão de fato descendia de Sem, portanto era um
semita, mas ele servia a quaisquer outros deuses babilônicos. Ter origem
semítica ainda não significava ser o patriarca de Israel, mas simplesmente que
Canaã lhe seria submisso, seria seu servo (Gn 9.26). A mudança só ocorreu em
Gênesis 12. Ali houve um acontecimento que não apenas desestruturou o pequeno
mundo de Abraão, mas que teve conseqüências que vão perdurar até o fim dos
tempos. O Deus Soberano, o Criador dos céus e da terra, chamou um único homem,
ordenou-lhe que deixasse sua terra e partisse para uma terra distante que Ele
lhe mostraria. O Senhor não lhe disse o nome dessa terra. Por isso, Abraão não
sabia em que se envolveria, mas creu na promessa que lhe foi dada a seguir: “de
ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu
uma bênção!” (Gn 12.2). Embora somente seu neto Jacó tenha recebido o nome de
Israel (Gn 32.28), isto não muda o fato de Abraão ser o patriarca do povo de
Israel. Pois Abraão, Isaque e Jacó sempre são mencionados em conjunto, por
exemplo, em Gênesis 50.24; Êxodo 33.1; Levítico 26.42; Números 32.11;
Deuteronômio 1.8; Mateus 1.2; Lucas 13.28; Hebreus 11.8-9 e assim por diante. A
base para isso é e continuará sendo a aliança de Deus com Abraão. O nome
“judeus” muitas vezes é usado como sinônimo de Israel, mas deveríamos lembrar
que isso não é historicamente exato, pois o reino de Davi se dividiu depois da
morte de Salomão (930 a.C.). Formou-se, por um lado, o Reino do Norte (as dez
tribos de Israel) e, por outro lado, o Reino do Sul (as duas tribos de Judá, os
descendentes de Judá e Benjamim – veja 1 Reis 12). Depois do cativeiro
babilônico, o nome “judeus” é usado de modo geral para os habitantes da Judéia.
É interessante que no Novo Testamento Jesus é chamado de “Rei dos judeus” pelos
estrangeiros (Mt 2.2; Mt 27.11, etc.), enquanto os próprios judeus o chamaram
de “rei de Israel” (Mt 27.42). Atualmente não importa mais se um judeu ou uma
judia descende de Judá, de Benjamim ou de qualquer uma das outras dez tribos.
Usa-se a designação “judeus” genericamente para uma comunidade étnica que
sobreviveu apesar de séculos de perseguição, porque Deus confirmou Sua aliança
com Israel através de um juramento e conduzirá Seu povo para o alvo! (Abraão
era Judeu? Elsbeth Vetsch, disponível em http://www.cacp.org.br/abraao-era-judeu/)]
2. O
pai dos crentes. Quando
chamado por Deus, o gentio Abraão creu e, sem demora, aceitou-lhe a ordem.
Imediatamente foi justificado (Gn 15.6). A partir daquele momento, passou a ser
visto pelo Senhor como se jamais tivesse cometido qualquer falha: um homem
justo e perfeito. Enfim, um amigo de Deus (Is 41.8).Por
esse motivo, todos os que creem em Deus, à semelhança de Abraão, são tidos como
seus filhos na fé (Gl 3.7). [Comentário:
Abraão ou Abrão (no
hebraico é ‘abhraham, “pai de uma multidão”, ou “pai exaltado’: Abrão, no
hebraico ‘abhram, “pai das alturas”) – a mudança de Abrão para Abraão teve por
fim, reforçar a raiz da segunda sílaba, para dar maior ênfase à idéia de
exaltação. Abraão era filho de Terá; progenitor dos hebreus, pai dos crentes e
amigo de Deus, (Gn 11.26; Gl 3.7-9; Tg 2.23). Abraão nos é apresentado no Novo
Testamento como um homem de fé, como nosso pai e exemplo. Em Romanos 4, onde
ele é chamado de pai de todos os que creem (Rm 4.11,12,16) e Gálatas 3.1-14,
onde os crentes são chamados de filhos de Abraão. Com Abraão Deus se apresenta
como “El Shadday (Deus Todo Poderoso); “El Elyom (Deus Altissimo); “El Roy”
(Deus Que Vê); e “El Olam” (Deus Eterno).
Assim devemos nós também aperfeiçoarmos a nossa “fé”, que é um dom de
Deus, e permanecermos firmes diante de todas as circunstâncias em que nossa
obediência é requerida por Deus, com ações de graças e não lamentações desta
vida. Paulo vê nele “o tipo do crente que obtém a justiça independentemente das
obras da Lei (Rm 4,25; Gl 3,6-29). A Fé em Cristo faz de cada crente um
descendente de Abrão (Gl 3,29).]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Abraão, o pai da nação hebreia,
era um gentio.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Melquisedeque
e seu sacerdócio são exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de
Melquisedeque não estava limitado a raça humana ou a tribo, sendo, portanto,
universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não
foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Portanto,
Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal'
"(Dicionário Bíblico Wycliffe.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.
1247).
III. A OCASIÃO DA
BÊNÇÃO
Por
causa da captura de Ló por Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se
obrigado a formar um exército para libertar o sobrinho (Gn 14.14). Na volta, já vitorioso, é recebido por Melquisedeque
1.
Objetivo da visita. Depois
de uma vitória tão decisiva, Abraão, já nas imediações de Salém, agradece a
Deus ao ser recepcionado por Melquisedeque. O maior recebe o menor (Hb 7.7). O
patriarca sabia muito bem que estava diante do sacerdote do Deus Altíssimo. Por
isso, reverencia-o com os dízimos de seus bens pessoais e não dos despojos de
guerra, já que se recusou a recebê-los (Gn 14.20). Verdadeira adoração e
serviço a Deus. Que exemplo para nós. [Comentário:
O Comentário Bíblico Beacon
(CPAD) afirma que “Abrão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque. O rei de Sodoma tinha
menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta, contudo foi bastante
generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente do combate. Abrão tinha
pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o voto de não ficar com
nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que, depois, isso não fosse
usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão também deixou claro que
o seu Deus tinha o título de SENHOR e não era apenas outra deidade Cananéia. A
única coisa que Abrão pediu foi que os soldados fossem recompensados pelos
serviços prestados e que seus aliados, Aner, Escol e Manre, tivessem
participação no saque”. Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de
Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D. Agora note o que o
escritor de Hebreus afirma: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até
o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos” (Hb 7.4). Assim, Abraão dizimou
sim dos despojos de guerra e o resto
entregou ao rei de Sodoma, tirante a parte que cabia aos seus tirados. Para si,
nada tirou Abraão, para que não se dissesse que tinha enriquecido à custa dos
reis vencidos. Ele tinha direito inegável a uma parte, assim como Aner e os
outros dois aliados, e ninguém o poderia censurar por isso, mas como não tinha
ido à guerra por espírito ambicioso, nada quis para si. Não precisava, embora
este não fosse o ponto envolvido, não quis que se dissesse que tinha
enriquecido à custa da batalha O ponto importante aqui, não é a origem daquilo
que foi dizimado –pessoal ou despojos – mas sim, que o dízimo de Abraão foi um tributo de gratidão pela sua vitória
(Gn 18.20).]
2. A
autoridade de Melquisedeque. Por intermédio de Abraão,
toda a nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da
tribo de Levi, que sequer haviam nascido (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio
levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela
morte, pois é eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser
exercido por Cristo (Sl 110.4).[Comentário:
No livro de Genesis Melquisedeque
é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este
retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da
batalha. em Mateus 22.43, Jesus atribui o Salmo 110.4 (Jurou o Senhor, e não se
arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque) a
Davi e a referência a si mesmo como o Messias. As passagens no livro de Hebreus
trazem a mesma interpretação. O autor está discutindo a superioridade do
sacerdócio de Cristo em comparação ao de Arão. Melquisedeque e seu sacerdócio
são um exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não
estava limitado a uma raça ou tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza
não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um
descendente; e assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de
Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal.]
3. A
simbologia da visita. Melquisedeque,
ao trazer pão e vinho a Abraão, abençoa-o: "Bendito seja Abrão do Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo,
que entregou os teus inimigos nas tuas mãos" (Gn 14.19,20). O que poderia
redundar numa derrota ao patriarca transforma-se num momento de triunfo. Seu pequenino exército dispersou as poderosas forças
de Quedorlaomer. No pão e vinho que Melquisedeque trouxera a Abraão estava a
simbologia da morte de Jesus Cristo, o Cordeiro Imaculado. Mais
tarde, o Filho de Deus servirá uma refeição semelhante aos seus discípulos (Mt
26.26-30). Com a morte do Filho de Deus cumpria-se o sacerdócio de
Melquisedeque. [Comentário:
A combinação ‘pão e vinho’
significa uma refeição completa, um banquete – uma oferta sacramental de pão e
vinho, costume nos ritos orientais. O narrador não diz que Melquisedeque
“viajou para encontrar-se com Abrão, levando pão e vinho”, mas simplesmente que
ele “trouxe pão e vinho”; Com respeito ao ato de Melquisedeque abençoar Abraão
e a aceitação implícita dessa benção por parte deste, o autor aos Hebreus comenta
que Melquisedeque “abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente, não há
qualquer dúvida, que o inferior é abençoado pelo superior” (Hb 7.6-7,]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Melquisedeque abençoa Abraão e
este lhe entrega os dízimos.
CONCLUSÃO
Em
Abraão, todos os que cremos em Cristo fomos alcançados com a bênção de
Melquisedeque. Hoje, temos o Senhor Jesus que, junto ao Pai, intercede por nós,
conforme escreve o apóstolo João: "Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o
Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação
pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o
mundo" (1 Jo 2.1,2).[Comentário:
Melquisedeque,
contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e sacerdote de Deus (Gn 14.18).
Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado (vv.2-7). Aqui, a Bíblia o tem
como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v.3) O
sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de Melquisedeque” (6.20), o que
significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos, e
maior que todos eles. Mediante a intercessão de Cristo, aqueles que se chegam a
Deus pode receber graça para ser salvo ‘perfeitamente’. Quando se diz que
Cristo é sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, entende-se que um
sacerdócio falível e temporal é substituído por um sacerdócio infalível,
irrepreensível, perfeito e eterno. É por isso que Hebreus 7.12 diz que houve mudança
de sacerdócio. ]“NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Dezembro de 2015
PARA REFLETIR
A respeito do livro
de Gênesis:
Quem foi Melquisedeque?
Melquisedeque era
rei de Salém e sacerdote do Senhor. É um tipo de Cristo.
Qual o significado de seu nome?
Melquisedeque traz
este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Descreva o sacerdócio de Melquisedeque.
Melquisedeque foi
o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. No
texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18).
Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada
hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu
ministério plenificou-se.
Faça um breve resumo da biografia de Abraão.
Abraão era gentio,
quando Deus o chamou a formar o povo escolhido (Dt 26.5). No entanto, pela fé,
tornou-se pai da nação hebreia e de todos os que creem. Abraão era semita.Sua
escolha evidenciou-se por uma fé inabalável em Deus (Rm 4.3). Nele, seriam
abençoadas todas as nações da terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo
(Gn 12.3).
Por que Jesus é sacerdote, de acordo com a ordem de Melquisede?
Porque Jesus é
anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles.
Melquisedeque serve como tipo de Cristo, cujo sacerdócio e jamais terá fim.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão -
CPAD, nº 64, p. 41.
Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam
expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Orando os Nomes de Deus
Nomes
fazem mais do que simplesmente distinguir uma pessoa da outra. Muitas vezes
transmitem a natureza essencial do caráter de uma pessoa. Isto é especialmente
verdadeiro quando se trata dos nomes de Deus na Bíblia.
Ouvindo Deus na Tormenta
Com
ilustrações e parábolas do cotidiano, o autor leva-nos a ter uma vida mais rica
com Deus e a confiar inteiramente no Pai Celeste, cujo alvo é levar-nos com
segurança ao lar. Ele fará de tudo para que estejamos seguros.
A Difícil Doutrina do
Amor de Deus
Entedender
a doutrina do amor de Deus parece simples, especialmente quando a maioria das
pessoas que creem em Deus o vê como um ser amoroso. Mas é exatamente isso que
torna essa doutrina tão difícil.