Data: 20 de Dezembro de 2015
TEXTO ÁUREO
“E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se
rirá comigo” (Gn 21.6).
VERDADE PRÁTICA
A promessa divina, ainda que pareça tardia, sempre nos sorri no momento
certo e na estação apropriada.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 18.10 - Deus promete a Abraão um herdeiro
Terça — Gn 21.1,2 - Deus é fiel, nasce o filho da
promessa
Quarta — Gn 24.58-67 - Uma esposa para Isaque, o filho
da promessa
Quinta — Gn 25.21 - Os filhos de Isaque, herdeiros da
promessa
Sexta — Gn 27.1-46 - Isaque, o filho da promessa,
abençoa seus filhos
Sábado — Gn 27,26 - Isaque, o filho bendito do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 21.1-8.
1 — E o
SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha
falado.
2 — E
concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que
Deus lhe tinha dito.
3 — E
chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.
4 — E
Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como
Deus lhe tinha ordenado.
5 — E era
Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6 — E
disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.
7 — Disse
mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um
filho na sua velhice?
8 — E
cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia
em que Isaque foi desmamado.
HINOS SUGERIDOS
265, 295 e 315 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Saber que
Deus é fiel e que Ele nos “sorri” e cumpre o que prometeu no momento certo e na
estação própria.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
- I. Conhecer a promessa de Deus a Abraão;
- II. Saber que Isaque era o bem mais precioso de Abraão;
- III. Mostrar como se deu o casamento de Isaque com Rebeca;
- IV. Compreender que Isaque era o filho bendito que o Senhor havia prometido.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Deus
havia prometido a Abraão um herdeiro, porém, sua idade e a da sua esposa já
eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa
altura da vida não parecia nada fácil. Mas, Deus é fiel e vela por sua palavra.
Se Deus fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá.
Todavia, Sara querendo resolver a situação do seu jeito pede que Abraão tenha
um filho com sua escrava Agar. A princípio, parecia que o plano de Sara havia
dado certo, porém, depois que o filho da promessa nasceu, começaram os
conflitos. Abraão teve que lançar seu filho fora. Mas Deus não havia lançado
fora Ismael. O Senhor livra o menino e sua mãe da aflição do deserto e
transforma um caso que a princípio parecia de fracasso e morte, em bênção. Deus
abençoou Ismael, mas Isaque era o filho da promessa e por seu intermédio, Deus
cumpriria seu concerto com Abraão.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Já haviam
se passado 24 anos desde que Abraão saíra de Ur dos Caldeus. E, apesar da
promessa que o Senhor lhe fizera quanto à posse das terras de Canaã, o
patriarca continuava sem herdeiros. Ele já estava com 99 anos e Sara beirando à
casa dos 90. Numa idade tão avançada, teriam eles ainda o prazer de embalar o
próprio filho? Para Deus nada é impossível. O Senhor prometeu ao patriarca que
um filho haveria de nascer-lhe do ventre amortecido de Sara. Esta, ao ouvir a
boa-nova, ri-se do que Deus disse. Logo ela veria que apesar de seu riso, o
Senhor cumpriria sua promessa. Ele sempre nos surpreende em nossas limitações. [Comentário:“ Sabemos,
pelas palavras de Estêvão, de fato, que Deus chamou(1) Abrão enquanto ele ainda morava em Ur(2) dos caldeus, na Mesopotâmia, antes que ele viesse a Harã (At 7.2,3). Com
75 anos de idade, Abraão deixa Harã e segue para Canaã levando consigo a Sarai,
esposa e sua meia-irmã, e seu sobrinho, Ló, e no coração, a fé na promessa de
Deus – hoje, com esta idade, há muito já estaríamos aposentados e sem esperar
mais das promessas do Senhor. Há alguns estudiosos que afirmam que ele estava
errado em levar Ló consigo, já que lhe foi dito para deixar sua família.
Observe Gênesis 13.14-15. No capítulo 12 de Gênesis, Deus chama Abraão, faz com
ele aliança e promete-lhe que ele seria pai de uma multidão de nações. Contudo,
sem filhos seria impossível que a promessa de Deus se cumprisse, Abraão não
podia crer que um Deus tão poderoso deixaria que um servo herdasse as
promessas; ele cria que Deus poderia lhe dar um filho. Esta promessa exigia fé
por parte de Abrão, pois era óbvio que ele já era idoso, e que Sarai, sua
esposa, era incapaz de ter filhos (Gn 11.30). Passar-se-iam muitos anos antes
que Abrão entendesse inteiramente que este herdeiro que Deus prometera viria da
união dele com Sarai. Em Gênesis 17.1, treze anos após o nascimento de Ismael e
vinte e quatro anos depois da promessa original, Deus renova suas promessas
“...Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos”; Isaque (que significa ele riu, em
alusão aos risos de incredulidade de Abraão (Gn 17.17), de Sara (Gn 18.12-15),
e de alegria pelo nascimento do filho (Gn 21.5-7).), o filho da promessa, finalmente nasceu no lar do
centenário Abraão “...E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o
ouvir se rirá comigo.” (Gn 21.6).]
(1) Embora pareça, por uma leitura superficial de Gênesis (11:31-12:1), que
Deus chamou Abrão quando este estava em Harã, pelo relato contraditório de
Estêvão, Deus o chamou na Mesopotâmia, antes dele viver em Harã; os dois
relatos podem ser harmonizados ao se notar que Gn. 11:27-32 é um parêntese da
geração de Terá, introduzido por um waw disjuntivo, e que Gn. 12:1, introduzido
por um waw consecutivo, continua a narrativa principal que foi interrompida em
Gn. 11:26.” Bruce Waltke, Unpublished Class Notes, Dallas Theological Seminary,
pp. 14-15.
(2) “A cidade de Ur, no baixo Eufrates, foi um grande centro populacional, e
rendeu extensas informações das tumbas reais que foram escavadas sob a direção
de Sir Leonard Wooley e o patrocínio do Museu Britânico e do Museu da
Universidade da Pensilvânia. Embora nenhuma evidência direta da residência de
Abraão esteja disponível, o importante é que a cidade de Ur reflete a longa
história anterior à época de Abrão, possuindo um elaborado sistema de escrita,
instalações educacionais, cálculos matemáticos, registros religiosos, de
negócios e de arte. Isto demonstra o fato de que Ur possa ter sido uma das
maiores e mais abastadas cidades na área do Tigre-Eufrates quando Abraão
emigrou da região norte para Harã.” Schultz, “Abraão”, ZPEB, I, p. 22
PONTO CENTRAL
O nascimento de Isaque foi o cumprimento de uma promessa a Abraão.
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
Da
promessa ao nascimento de Isaque, passou-se um ano (Gn 18.10). Para quem já
havia esperado tanto tempo, aqueles meses correram rapidamente.
1. O
nascimento do “riso”. No tempo
apontado pelo Senhor, eis que Sara dá à luz o seu unigênito. Na tenda do
patriarca, ouve-se agora o choro do filho da promessa, através do qual viriam
heróis, reis e o próprio Cristo (Mt 1.1,2). Ao embalar o filhinho, Sara
comenta: “Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei
um filho na sua velhice?” (Gn 21.7). [Comentário: Embora Abraão
tenha tido um filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn 22.15-16 uma
alusão a um único filho, assim como, também, o autor do livro de Hebreus se
refere a Isaque como o filho unigênito, que significa único filho gerado por
seus pais (Hb 11.17). É interessante notar, ainda, que a vida de Isaque se
situa no meio da história de dois patriarcas mais famosos: Abraão tem 287
referências na Bíblia, Jacó tem 365 e Isaque tem 131. Embora não tenha sido tão
proeminente quanto seu pai e seu filho na narrativa de Gênesis, Isaque foi
fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança
de Deus com Abraão e seus descendentes. É através desse patriarca que se
desenha o plano redentor do Senhor: Isaque foi oferecido como sacrifício
voluntário; é um tipo de Cristo em sua morte: ele carregou em sues ombros a lenha
para o holocausto até o Monte Moriá; Cristo carregou a sua cruz ao Calvário,
local próximo a Moriá. Orígenes comentou que levar a lenha para o holocausto
era dever do sacerdote. Portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote,
prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. Isaque mostra que Deus cumpre as
promessas que faz. Os quatro elementos da promessa feita a Abraão (12.1-3)
começam a cumprir-se em Isaque: 1) terra
- ele permanece em Canaã após a morte de seu pai aprofundando ali as raízes
familiares em obediência a Deus; 2) descendentes
– continua a linhagem através de Jacó, após o qual a multiplicação de
descendentes acelerou; 3) relacionamento
especial com Deus - foi temente a Deus e por ele grandemente abençoado; d) bênção às nações – durante o tempo que
Isaque morou em Gerar, já aparecem pequenos sinais de bênção para as nações.
Enfim, embora não tão proeminente quanto seu pai ou seu filho na narrativa de
Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e
no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes. Sua história
tem muito a nos ensinar.leia mais sobre isto em: http://ibmorumbi.com/descobertas/view.asp?CID=54&ID=754]
2. Isaque
e Ismael. Se
Isaque era o filho da promessa, Ismael estava ali na conta do filho da
desesperança e do arranjo carnal. Por isso, o filho de Abraão com Agar,
sentindo-se enciumado com a chegada do meio-irmão, põe-se a zombar dele. A
situação ficou tão insustentável que, quando do desmame de Isaque, Sara diz ao
esposo: “Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não
herdará com meu filho, com Isaque” (Gn 21.10). Embora a palavra de Sara
fosse-lhe dura, Abraão, orientado por Deus, despede a escrava e seu filho. O
Senhor, no entanto, já tinha um plano para Agar e Ismael. Afinal, aquele menino
também era descendência do patriarca (Gn 21.15-21). [Comentário: Uma pergunta
deve ser feita aqui: por que Sara ofereceu sua serva Agar para que Abraão
deitasse com ela? E por que o patriarca consentiu? Sara entrega sua serva
egípcia Agar para coabitar com seu marido - isso é escandaloso em nossa maneira
ocidental moderna de pensar, mas era uma coisa comum naquela região do oriente,
quando um homem podia ter muitas esposas e concubinas. A ideia era fazer Agar
conceber de Abraão, numa espécie de “barriga de aluguel” antiga, e assim
suscitar descendência à sua casa, já que pelo costume da época, um filho
concebido por uma serva era considerado filho de sua senhora. Foi um passo
errado, indicando uma falta de confiança em Deus e Sara foi a primeira a colher
os frutos amargos de seu plano. O nome Ismael significa Deus ouve e significa
que Deus viu o modo injusto de Abrão e Sarai tratarem Agar, e que também agiu a
respeito disso. Aquele nome dado antecipadamente foi um julgamento sobre Abrão,
e revela que Deus abomina toda e qualquer injustiça entre os seus. Ismael,
juntamente com os seus descendentes, seria um povo aguerrido, forte e corajoso.
Sua disposição para a luta poderia ser usada na peleja espiritual, em favor de
Deus ou contra Deus. A escolha seria dele – Aqui está a origem belicosa entre
árabes e judeus, ambos descendem de Abraão, e o fato da belicosidade árabe
reside nesta passagem bíblica: “Contudo ele
será como um jumento selvagem do deserto; ele lutará contra todos e todos guerrearão contra ele. Ele viverá em hostilidade contra todos os
seus parentes!” (Gn 16.12 BKJ). Abraão e seus descendentes, Isaque, Jacó,
deram origem aos Hebreus de onde vieram os judeus. Ismael e a sua descendência,
Nebaiot, Cedar, Abdiel, Mabsão, deram origem aos árabes. Referindo-se aos dois
filhos de Abraão, Paulo vai dizem que “Não são os filhos da carne que são
filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm
9.8).]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Isaque,
o tão esperado herdeiro, ao nascer encheu o coração dos seus pais de alegria.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Idade de Noventa e Nove Anos
Abraão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito
ultrapassara a idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael
e vinte e quatro anos depois da promessa original de Deus, o Senhor apareceu a
Abraão com uma mensagem e exigência. (1) Deus se revelou como o ‘Deus
Todo-Poderoso’, significando que Ele era onipotente e que nada lhe era
impossível. Como Deus Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando
na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por
um milagre que Deus traria ao mundo o filho prometido a Abraão. (2) Deus
ordenou que Abraão andasse diante dEle e que fosse ‘perfeito’. Assim como a fé
de Abraão foi necessária na efetuação do concerto com Deus, assim também um
esforço sincero para agradá-lo era agora necessário, para continuação das
bênçãos de Deus, segundo o concerto feito. A fé de Abraão tinha que estar unida
à sua obediência (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos
propósitos eternos de Deus. Noutras palavras, as promessas e os milagres de
Deus somente serão realizados quando o seu povo busca viver de maneira
irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p.56).
II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE
ABRAÃO
Em Moriá,
o Senhor não somente provou a fidelidade de Abraão, como também introduziu
Isaque na dimensão da fé confessada por seu pai.
1. A
provação das provações. Certa noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu
único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em
holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Na manhã
seguinte, ainda de madrugada, o patriarca conduziu o filho amado ao sacrifício
supremo. O patriarca, todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do
Moriá com o filho, pois aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o
jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós”
(Gn 22.5; Hb 11.17-19). [Comentário: Por que Deus
pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o
sacrifício humano em Levítico 18 e 20? Esse foi um pedido impressionante porque
Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência
imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um
jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência
inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que
Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Abraão confiou
no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo
que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11.17-19). Isto está
implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos
seus servos: “eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos
para junto de vós” (Gn 22.5), e de fato, Deus não estava interessado em que
Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de
o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (Gn 22.12) revela isso.
O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse
completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era
a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente
matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse
explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a
Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). ]
2. O
encontro de Isaque com Deus. Não há dúvida de que o Senhor queria provar a fé
do patriarca. Todavia, era sua intenção também levar o jovem Isaque a um
encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai. A primeira
lição que Isaque aprende é que Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por
isso, deita-se e deixa-se amarrar pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). No
momento certo, o Senhor haveria de intervir, como de fato interveio. Deus tinha
planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus
de Abraão seria também o Deus de Isaque. [Comentário: No caminho para
Moriá(3), Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus
proverá”. Chegaram ao local determinado e prepararam o altar, então Abraão
contou a Isaque todas as coisas e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar
o cutelo para imolá-lo, Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou
um cordeiro para isso. Isaque, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu
pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não
pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é
“padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício
de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a
ressurreição de Jesus.]
(3)Acredita-se que o monte Moriá seja a mesma colina
em Jerusalém onde Salomão construiu a casa do Senhor; onde Deus apareceu a
Davi, pai de Salomão; Davi preparou a eira (o lugar) que pertenceu a Araúna, o
jebuseu, para a construção do Templo do Senhor por seu filho, segundo prometeu.
Atualmente, é o local onde está a Mesquita de Omar, sobre a Cúpula da Rocha, de
onde os muçulmanos acreditam teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem
aos céus realizada pelo profeta Maomé) e permanece hoje como um templo da fé
islâmica.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Isaque
tornou-se o bem mais precioso de seus pais. Somente Deus deve ter a primazia em
nossos corações.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Isaque
O nome dado por Deus antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa
‘ele ri’, ‘aquele que ri’, ou simplesmente ‘riso’. Nada é conhecido sobre os
dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo grande e forte o suficiente
para carregar a madeira para o fogo do altar subindo a montanha, não sabendo
que ele mesmo seria colocado no altar. A experiência de ter sido amarrado como
uma vítima de sacrifício e então liberto pela intervenção divina deve ter
afetado profundamente toda a sua vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006, p.989).
III. O CASAMENTO DE ISAQUE
Se Isaque
quisesse, poderia ter se casado com uma das jovens daquela terra. Entretanto,
ele sabia que as cananeias eram idólatras e dadas ao pecado. Por isso, resolveu
confiar no Deus que tudo provê.
1. Uma
esposa para Isaque. Sabendo
que Isaque era um homem espiritual e seletivo, Abraão encarregou seu mais
antigo servo para buscar uma esposa na Mesopotâmia para seu filho (Gn 24.1-7). Na
cidade de Naor, o mordomo orou ao Eterno: “Seja, pois, que a donzela a quem eu
disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e
também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu
servo Isaque” (Gn 24.14). A moça que assim procedesse revelaria as seguintes
virtudes: espiritualidade, gentileza, respeito, disposição e amor ao trabalho.
Eis que aparece Rebeca, bela e formosa virgem, preenchendo todos esses
requisitos. [Comentário: Nos dias do
Antigo Testamento, o casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que
desejasse uma esposa tinha de comprá-Ia, e o preço estabelecido, de acordo com
o que se lê na Bíblia (Dt 22.29), era de cinquenta siclos de prata, cujo
pagamento poderia ser feito em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento
era chamado "monhar". Se o casamento fosse pacífico, não era tratado
diretamente pelo noivo nem pela noiva. Os intermediários no trato do consórcio
eram os amigos do noivo. O contato dos intermediários com a família da noiva
exigia que estes "levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos
vazias. A noiva não tinha a menor interferência nas negociações de seu
casamento com o noivo. Não tinha o direito de recusar o homem que lhe
escolhessem para marido. [...]No contrato de casamento não estava a ação de
qualquer mulher, nem mesmo da mãe da noiva. Todos os assuntos relacionados com
o enlace eram realizados pelo pai da noiva e, na falta deste, pelo irmão mais
velho; na falta do irmão, um amigo de confiança ou mesmo um servidor da casa
poderia ser o intermediário. Em Gênesis 24, aparece Abraão dando instruções ao
seu servo para procurar uma esposa para Isaque. O próprio Isaque desempenhou
papel secundário. Convém lembrar que os casamentos desses dias distantes deviam realizar-se entre pessoas da mesma
tribo; não se admitiam casamentos com estrangeiros (portanto, Isaque não
poderia ter se casado com uma das jovens daquela terra). [...] A esposa era
levada ao esposo coberta com um véu (Gn 24.65; 29.25). Enfeitada para o esposo,
tendo um cinturão próprio do casamento (Jr 2.32), ela aguardava o esposo no
quarto das mulheres, o tálamo nupcial (JI 2.16). Em grego, os noivos recebem o
nome de "nymphios". Conde, Emílio, 1901-1971 - Tesouro de
conhecimentos bíblicos / Emílio Conde. - 2' ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983. Note o leitor que a oração do
servo de Abraão, Eliezer, quando já se encontrava nos arredores da cidade de
Naor, foi uma oração de quem estava necessitando da ajuda de Deus. Era uma
oração onde ele não pedia que o Senhor mostrasse a ele uma mulher perfeita,
bonita mas uma mulher que fosse piedosa e que Ele (Deus) estivesse preparando
para Isaque, filho do seu senhor Abraão. Esta é a oração que deveríamos fazer
em favor de nossos filhos. Que o Senhor coloque na vida deles pessoas crentes,
piedosas, bondosas, compassivas, fiéis e de beleza interior sem igual. Que os
atributos de uma mulher ou de um homem de Deus, encontrados em 1 Pedro 3.3-4,
façam parte da vida daqueles que almejamos para nossos filhos... "O
enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de
ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no
incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de
Deus."]
2. O
casamento de Isaque. Tendo
consultado sua família e recebido o consentimento desta, Rebeca acompanha
Eliezer até chegarem onde Isaque morava. O encontro de Isaque com Rebeca foi
singular e romântico. Ele saíra a orar, à tarde, quando avistou a jovem na
feliz comitiva. Depois de ouvir o servo do pai, ele a conduz à tenda da mãe e a
toma por esposa (Gn 24.67). Assim Isaque foi consolado da perda de sua mãe,
Sara. [Comentário:
Por causa da forte influência tribal e da unidade
do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa
assegurar esposas para seus filhos (Gn 24.3; 38.6). Normalmente, a noiva em
perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos
de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. Não é de admirar
que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos em primeiro grau,
como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com mulheres
estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27 .46; 8.8) e mais tarde
foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma
volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram
tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex
2.21) e dos reis apenas por razões políticas. Por outro lado, havia em Israel a
oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua
preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm
18.20). Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos
países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm
1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Ex 2.16), carregavam água (Gn 24.13;
1 Sm 9.11), colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1).
Dessa maneira., os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva
sozinhos. [...]A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o
ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu
pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica
"tomar" uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67;38.2; Nm 12.1;
1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21)..Dicionário Bíblico Wycliff – Charles
F. Pfiffer, Howard F. Vos, John Rea.. Também é importante frisar que, o
casamento de Isaque e Rebeca não foi simplesmente terem tido relações na tenda,
sem nenhuma formalidade, como fica evidenciado em uma leitura rápida do texto
fora do contexto. Explico: Já foi explicado acima que naquela época os
casamentos eram geralmente arranjados pelos pais e por vezes se usava a figura
de um representante legal. Aliás, até hoje, é possível casar por procuração. O
servo-procurador foi, orando para que Deus mostrasse quem seria a esposa para
Isaque (Gn 24.12-14). Quando ficou claro que era Rebeca, o servo-procurador lhe
entregou presentes, que já apontavam para um pedido oficial de casamento (como
alianças de noivado, por exemplo), e pediu para conhecer a família dela (Gn
24.22-26). A família era composta da mãe e do irmão Labão, que era o patriarca
da família (o pai havia morrido), o que naquela época significava aquele que
fazia o papel do líder religioso e civil. É só verificar o episódio mais
adiante, em que ela casa as suas duas filhas, Lia e Raquel, com Jacó (Gn 29). Voltando
ao relato... Diante da mãe e do irmão de Rebeca, o servo-procurador fez a
proposta de casamento, repetindo a missão que lhe fora dada: achar uma esposa
para Isaque (Gn 24.28-49). Houve a permissão da mãe e do irmão (Gn 24.50-51) e
em seguida perguntaram a Rebeca: “queres ir com este homem?”, ao que ela
respondeu “irei” (Gn 24.57-58) – algo bastante parecido com “você aceita este
homem como seu legítimo esposo?” – “sim, aceito”. E não faltou nem bênção:
Labão, como patriarca da família, abençoou Rebeca na saída (Gn 24.60 – a frase
“és nossa irmã” sugere que foi Labão quem deu esta bênção). Augustus Nicodemus Lopes , http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/10/isaque-e-rebeca-base-para-viver-juntos.html.]
3. Os
filhos que não vinham. Rebeca também era estéril. Isaque, todavia, ao invés de arranjar um
herdeiro através de um ventre escravo, como haviam feito seus pais, foi buscar
a ajuda de Deus. Ele orou insistentemente ao Senhor por sua mulher (Gn 25.21).
Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25.20), e foi pai aos
sessenta anos (Gn 25.26). Pela Palavra de Deus, entendemos que Isaque orou por
vinte anos, até ter sua oração respondida. Ele era um homem de oração, e não se
deixou abater pelo passar do tempo, pois tinha uma promessa de Deus para sua
família. E Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó. [Comentário:
O casamento de Isaque e Rebeca continuava sendo
dirigido por Deus. Diante da esterilidade de Rebeca, que era um obstáculo ao
desenvolvimento da família da aliança, Isaque se colocou diante de Deus em
oração por sua esposa. Essa atitude não apenas demonstra sua fé em Deus, como
também seu amor por sua esposa (Gn 25.21). O resultado disto foi que Deus os
abençoou, ouvindo e atendendo essa oração. Rebeca, então, concebeu. Era preciso
exercitar a fé na promessa e a ferramenta utilizada por Deus para isso foi mais
uma vez a esterilidade! Rebeca foi estéril por cerca de vinte anos. Isso deu a
Isaque a oportunidade de mostrar a sua fé na promessa de Deus a Abraão, de
abençoar todas as famílias da terra por meio de um descendente seu que ainda
não havia nascido (Gn 12.3).]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Deus, ouviu o clamor do servo de Abraão
e providenciou uma noiva para Isaque.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, procure enfatizar as características de Isaque. Mostre que a
sua mansidão “é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o
sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os
pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa,
profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado
em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu
afeto expansivo. Ele era um homem que vivia em contato com Deus. Embora não
tenha as visitações dramáticas que foram concedidas ao seu pai, Abraão, Isaque
obedeceu aos mandamentos de Deus. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os
principais interesses de sua vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006, p.990).
IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
Desde a
sua experiência no Moriá, Isaque fez-se ousadíssimo na fé. As bênçãos sobre a
sua vida multiplicaram-se de tal forma, que ele já era visto pelos reis de
Canaã como um príncipe de Deus.
1.
Príncipe de Deus. Embora
não fosse rei, Isaque tornou-se tão grande que chegou a incomodar até mesmo o
poderoso Abimeleque, rei de Gerar (Gn 26.16). Este, vendo que o patriarca já
lhe era superior em bens e força, pediu-lhe uma aliança chamando-o de “bendito
do Senhor” (Gn 26.29). Naquela época, tal título equivalia a ser chamado de
príncipe de Deus. [Comentário:As Bênçãos de
Deus são tão evidentes sobre Isaque, o sucessor escolhido para as promessas de
Deus, como fora sobre seu pai Abraão (Gn 21.22), assim, tornou-se muito rico
(poderoso): “Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o
Senhor o abençoou. E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se
tornou mui poderoso; e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de
serviço; de modo que os filisteus o invejavam” (Gn 26.12-14). Ao fixar-se
naquela terra e por ser um homem abençoado por Deus, agraciado com muitos
animais e com muita gente de serviço, Isaque despertou grande inveja nos
filisteus, que se voltariam contra ele em forma de retaliação. Seus inimigos
começaram a entulhar os poços de água, anteriormente construídos pelo seu pai
Abraão. Diante daquela situação conflituosa, o Rei dos filisteus, Abimeleque,
pediu que Isaque saísse do meio deles, pois achava que o centro da contenda
fosse Isaque e sua gente. Que lição maravilhosa para nós. Não o fato de ter
enriquecido, mas o fato de ser, Isaque, um pacificador! Mateus 5.9: “Bem-aventurados
os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. Estamos diante de
uma qualidade imprescindível para aquele que quer fazer parte do reino. O
integrante do reino deve ser um "pacificador". Esta palavra vem do
grego "eirhnopoiov" – eirenopoios (esta palavra é uma
derivação de "eirhnh" (eirene) – "paz") e tem como significado "promotor da paz". Não significa somente fugir de discórdias e
contendas, mas também detectar o foco delas e jogar água, pacificando irmãos em
disputas, criando um clima de amizade e união no meio do povo de Deus. É
verdade que há situações onde a pacificação não depende somente de nós. Podemos
ser "agraciados" com um inimigo gratuito, que nos odeia sem causa!
Porém, o apóstolo Paulo é claro: "... se depender de vós, tende
paz..." (Rm 12.18). Observe que Paulo não fala somente da paz entre os
irmãos, mas também da paz com "todos
os homens", ou seja, estão envolvidos também aqui, aqueles que não são
convertidos, no meio dos quais precisamos ser promotores da paz. O escritor aos
Hebreus assevera que a paz deve ser "perseguida"
a qualquer custo (Hb 12.14). O verbo "seguir" é o termo grego
"diwkw" – dioko, que quer dizer "correr rapidamente para pegar
uma pessoa ou coisa", "buscar avidamente". Devemos buscar a paz
a qualquer custo! Procurar avidamente por ela! Note que a palavra paz é colocada
junto com a palavra santificação, onde o autor nos diz que "... sem a
santificação ninguém verá o Senhor". Não é isso sugestivo a nós? Sejamos
pacificadores, promotores de paz não somente na igreja, mas também no meio em
que vivemos!]
2.
Profeta de Deus. A bênção
de Isaque impetrada sobre os gêmeos, antecipa profeticamente o destino de cada
um deles. Mesmo Jacó havendo-o enganado, fingindo ser Esaú a fim de roubar a
primogenitura do irmão, o patriarca não pôde anulá-la, pois suas palavras eram,
na verdade, de Deus. Por isso, diante dos rogos de Esaú, foi categórico: “Eis
que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado
por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois,
agora a ti, meu filho?” (Gn 27.37). Naquele momento, Isaque profetizou não
acerca de Jacó e Esaú, mas dos povos que estes representavam. [Comentário: A primogenitura era ritual e estatuto em Israel, o
filho mais velho recebia herança em dobro dos bens de seu pai, além de ser o
herdeiro do título do pai e, o mais importante, o sucessor do pai no sacerdócio
familiar. Isto incluiu a herança da terra, assim como a autoridade para seguir
com as bênçãos Divinas. O primogênito dos rebanhos e de famílias humanas era
considerado como pertencendo ao Senhor, e esperado que lhe fosse dedicado. Esaú
perdeu seu direito de primogenitura para seu irmão Jacó por causa de uma
refeição de lentilhas, isso aponta para o caráter dele, note que somente em
dois lugares nas Escrituras um homem é chamado um caçador, (Tzayid): o primeiro
homem intitulado como caçador, para identificar o seu caráter foi Nimrode; o
outro é Esaú; quando a Bíblia o usa a palavra Tzayid é sempre em sentido negativo. Note, ainda, o seguinte: A
palavra Hebraica para a benção (brachah
– lê-se brarrá) carrega a mesma raiz Hebraica da palavra que significa
primogenitura e primogênito (bekorah),
assim, de fato, Jacó não roubou a bênção que cabia ao seu irmão mais velho. Deus
usou seus servos, geralmente profetas, no passado, para transmitir sua mensagem
de bênção ou maldição; o Senhor separou a tribo de Levi para abençoar em Seu
nome (Dt 10.8) e deu-lhes as palavras exatas, que consistem em desejar que o Senhor
lhes seja propício (Nm 6.23-27). A bênção de Isaque, neste caso, só teria valor
se procedesse de Deus. Mesmo no caso de seu pai Abraão, Deus prometeu:
"abençoarei os que te abençoarem (te desejarem o bem) e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem (te desejarem o mal) ..." (Gn 12.3): nunca
"abençoarei os que abençoares". O Pr Ciro Sanches Zibordi escreve em
sua obra Erros que os Pregadores devem
Evitar – CPAD: “Você já percebeu como a expressão "Deus te abençoe"
está caindo em desuso? É comum ouvir crentes dizendo: "Eu te abençôo, meu
irmão". Antigamente, os pais respondiam aos filhos: "Deus te abençoe,
meu filho". Hoje, orientados por alguns "mestres", dizem:
"Eu te abençôo". E muitos sequer acrescentam o complemento "em nome
de Jesus". O que é bênção? A luz da Bíblia Sagrada, é algo que somente
Deus pode dar! Não há nenhum ser humano capaz de conferir bênçãos diretamente às
pessoas! E o Senhor nunca teve interesse em transferir isso aos pregadores,
pois eles certamente se ensoberbeceriam. Sem conseguir abençoar alguém, de
fato, os homens já se vangloriam (Mt 7.22)! Já pensou se houvesse algum
"apóstolo" ou "missionário" dessa última hora capaz de entregar
bênçãos diretamente ao povo? O pior é que alguns pensam que fazem isso. Todas
as bênçãos vêm dEle (Tg 1.17). É o Senhor quem nos abençoa com as bênçãos espirituais,
nos lugares celestiais (Ef 1.3). Contudo,
muitos pregadores parecem se considerar deuses. Determinam e profetizam vitória
na hora que querem e não se constrangem em "abençoar" as pessoas!”]
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Isaque foi o filho bendito de Abraão.
Deus era com ele e o abençoou sobremaneira.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, enfatize as caracteristicas de Isaque e as lições de vida que
aprendemos com Ele. Mostre aos alunos que Isaque demonstrou ser um filho
obediente, um homem paciente e um marido cuidadoso. Observe algumas das lições
que aprendemos com o filho da promessa, Isaque. Se desejar, leia para os alunos
e discuta com eles cada lição:
“ • A paciência sempre produz recompensas;
• As promessas e os planos de Deus são maiores que os das pessoas.
• Deus sempre cumpre suas promessas! Ele permanece fiel embora nossa fé
seja pequena.
• Exercer favoritismo certamente produz conflitos familiares” (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2005, p.35).
CONCLUSÃO
A
história de Isaque não é uma simples biografia. É um relato de fé e de
superações no campo pessoal, doméstico e nacional. Do monte Moriá, onde se
encontrou pessoal e experimentalmente com Deus, até a sua morte, ele viveu como
um príncipe de Deus. Portanto, não se deixe abater pelas provações. Exerça a
sua fé no campo das impossibilidades. [Comentário:
Na vida de Isaque temos a base do ensino do Novo
Testamento sobre a Expiação, a oferta do sacrifício do Senhor Jesus na cruz
pelo pecado da humanidade. Mesmo assim, não foi isento de defeitos. De fato, Isaque
foi um herói da fé, porém, as Escrituras Sagradas tanto mostram os exemplos de
fidelidade dos personagens bíblicos, como também seus pecados. A seguir, como
conclusão desta lição e para ser honesto com o conteúdo bíblico, isto é, não
falando apenas dos acertos, mas mostrando também os erros, transcrevo um artigo
de autoria do Pr Paulo Rogério Petrizi, Líder da Igreja Batista Vida Nova, na
cidade de Campinas-SP, publicado no site Prega
a Palavra: “E Isaque cometeu pelo menos três erros em relação a sua esposa
e família que estão registrados na Palavra para nos servirem de alerta. Em
Gênesis 26.1-11, houve um período de seca e fome em toda Canaã. Seria natural
que Isaque e sua família fossem para o Egito, porém foi Deus quem impediu
Isaque de seguir naquela rota (pois no passado Abrão foi ao Egito e também
cometeu erros lamentáveis). Ao mesmo tempo em que mandou Isaque desistir de ir
buscar abrigo no Egito, o Senhor lhe fez uma promessa muito clara: Eu estarei
com você e o abençoarei. (Gn 26.3). Eis aqui uma lição para nós: o melhor lugar
para estarmos com nossos familiares é onde o Senhor nos coloca e abençoa.
Nenhum lugar da Terra é mais seguro do que sob a bênção de Deus. Em Gerar,
território filisteu, Isaque buscou abrigo junto ao rei Abimeleque. Foi ali que cometeu
pelo menos três erros:
1º. O pecado de não confiar em
Deus. Foi tão clara a promessa do Senhor: Estarei com você e o abençoarei.
Ainda assim Isaque não confiou o suficiente. Teve medo de morrer assassinado em
face de sua esposa ser uma mulher muito bonita. Daí, mandou que ela mentisse e
dissesse que era sua irmã. Honramos ao
nosso Deus e Pai quando nEle confiamos. Há inúmeros textos nas Escrituras que
nos conclamam a confiarmos no nosso Deus. Um deles, o Salmo 62.8: Confie nele
em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois Ele é o nosso
refúgio.
Como marido, cabeça de sua
família, mantenha uma fé fervorosa em Deus. Confie nEle sempre.
2º. O pecado de mentir. Isaque mentiu vergonhosamente, algo que um
homem de Deus jamais deveria consentir-se fazer. E sua mentira lhe custou muita
vergonha quando foi desmascarado pelo rei filisteu. Aliás, até hoje o patriarca
é lembrado pela mentira que contou. Foi o Senhor Jesus quem afirmou que o Diabo
é "pai da mentira". Aliás, a mentira é o único "filho" do
Diabo. Por isso o Senhor Deus tem um sério problema com a mentira - a tal ponto
de excluir do ambiente celestial todos os mentirosos (cf. Ap 21.8).
Como marido, seja fiel e
verdadeiro. Fale sempre a verdade e conserve seu lar livre da mentira, cuidando
para que seus filhos aprendam desde cedo este Princípio.
3º. O pecado do egoísmo. O rei
de Gerar, Abimeleque, ao confrontar Isaque com seu pecado, advertiu-o das
consequências que Rebeca poderia ter sofrido. Ou seja, Isaque pensou mais nele
do que na esposa e com a finalidade de proteger-se, expôs sua mulher a ser
cortejada por ímpios. O amor que aprendemos com Jesus é sacrificial, conforme
expôs Paulo em Efésios 5.25. O marido deve amar sua esposa como Cristo amou a
Igreja, dando sua vida por ela. Um marido aprovado por Deus não pode ser
egoísta, mas sim altruísta.
Como marido, ame sua esposa e
seus filhos e demonstre este amor com honra, afeto, zelo, atenção, dedicação,
esforço e paciência.
O propósito desta narrativa nas
Escrituras é nos servir de alerta. Por favor, aprenda com os erros que Isaque
cometeu e não incorra neles. Confie sempre em Deus. Fale somente a verdade. Ame
com amor sacrificial” http://paulopetrizi.blogspot.com.br/2012/10/os-tres-erros-que-o-patriarca-cometeu.html.]“NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Dezembro
de 2015
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que representou Isaque para Abraão?
Representou
o cumprimento da promessa divina.
O que significou o Moriá para Isaque?
Significou
a oportunidade de ter um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus
de seu pai.
Quais as principais qualidades de Rebeca?
Espiritualidade,
gentileza, disposição e amor ao trabalho.
O que fez Isaque em relação à esterilidade da esposa?
Ele
orou e buscou a ajuda de Deus.
Em que sentido Isaque foi profeta?
Ao
impetrar a bênção sobre seus filhos.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Isaque, o sorriso de uma promessa
O
nascimento de Isaque é a confirmação da promessa feita por Deus a Abraão, onde
a descendência prometida viria do útero de uma mulher estéril, de sua esposa
Sara. Embora a história de Isaque e de Jacó fosse contada simultaneamente, pois
o relato de Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19-35.29), as
promessas de Deus feitas a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como também
para Jacó (28.13-15).
Igualmente,
como aconteceu com Sara, o Senhor abriu a madre da mulher de Isaque, Rebeca,
conforme está escrito: “E Isaque orou instantemente ao SENHOR por sua mulher,
porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher,
concebeu” (Gn 25.21). Rebeca, não concebeu apenas uma vida, mas duas nações.
No
capítulo 26, Isaque repetiu o fracasso de seu pai, Abraão, mentindo sobre a sua
esposa (26.6,7), pois ao invés de afirmar ser Rebeca a sua esposa, ele disse a
Abimeleque que ela era a sua irmã. Entretanto, Deus interviu na história para
proteger a descendência do Seu povo e garantir o cumprimento da promessa feita
a Abraão, o seu amigo (Gn 26.11,12).
Isaque
era o “bem” mais precioso de Abraão. Foi com esse “bem” que o Senhor provou a
fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente obediente ao seu pai, e não questionou o
fato de ser a “oferta” para o sacrifício apresentado por seu pai a Deus.
O
convívio com Abraão, seu pai, ensinou Isaque a se relacionar com Deus. Sabendo
quem é Deus e o quão importante é viver uma vida que o honre, Isaque foi
forjado “aos pés de Abraão”, pois ele daria prosseguimento à promessa:
conquistar a terra de Canaã.
Perceba
que, até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase nômade do povo de
Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não tinha raízes. Viver é o
grande desafio diário. Entrava numa terra, se estabelecia nela e, logo depois,
saía, iniciando esse mesmo ciclo em outro lugar. Mas, em Isaque, esta realidade
começa a ser quebrada.
Ele é o
filho da promessa. É o filho da livre e não da escrava. Com essa imagem, o
apóstolo Paulo fundamentou a doutrina da Graça de Deus: “Porque está escrito
que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. [...] Mas a
Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós; porque está escrito:
Alegra-te, estéril, que não dás à luz, esforça-te e clama, tu que não estás de
parto; porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas
nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque” (Gl 4.22,26-28).