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20 de outubro de 2025

JOVENS │ Lição 4: O vaso do Oleiro: A descrição espiritual da nação│ 4º Trimestre de 2025

 

TEXTO PRINCIPAL

Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20).

ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:

👉 Ó homem (ou "mera criatura humana"): É uma interpelação incisiva que coloca o ser humano em seu devido lugar: criatura, finita, limitada em conhecimento e poder. A palavra grega é anthrōpe, um termo geral para "ser humano". Quem és tu, que a Deus replicas? A palavra "replicar" (antapokrinomenos em grego, que significa "responder de volta", "contestar", "debater") sugere um questionamento desafiador ou uma discussão com Deus, como se a criatura tivesse o direito de julgar ou discordar dos caminhos do Criador. O homem não tem a autoridade ou o conhecimento para contestar os planos ou as ações de Deus. É um chamado à humildade diante da majestade e sabedoria divina. A Ilustração do Oleiro e o Barro: Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? A Relação Criador-Criatura: A frase estabelece um princípio fundamental: o Criador (o que "formou") tem total direito sobre a coisa criada (a "coisa formada"). A imagem do oleiro e do barro (desenvolvida no verso 21, que fala sobre fazer vasos para honra e desonra) é tirada de passagens do Antigo Testamento (como Isaías 29:16 e 45:9), que enfatizam a autoridade e o poder absolutos de Deus. A pergunta é retórica, ou seja, a resposta implícita é um enfático "Não!". O vaso não tem o direito de questionar a forma, o propósito ou o uso que o oleiro lhe deu. O versículo é uma poderosa defesa da absoluta Soberania de Deus. Ele confronta a arrogância humana que tenta colocar Deus no banco dos réus. A "réplica" (contestação) humana é, essencialmente, um questionamento da justiça e sabedoria de Deus. Paulo encerra a discussão afirmando que a relação é de Criador para criatura, e o Criador sempre terá a prerrogativa final e incontestável sobre Suas obras e Seus planos. O foco deve ser na confiança na justiça e bondade de Deus, mesmo quando Seus caminhos parecem inescrutáveis.

 

RESUMO DA LIÇÃO

A Soberania de Deus garante o sucesso de seu propósito, mesmo que o seu povo esteja em decadência espiritual.

ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:

👉 A Soberania divina não é contingente à fragilidade humana: O propósito eterno de Deus é uma realidade implacável e irresistível, que se desdobra e se concretiza de forma triunfante, não APESAR da decadência espiritual de Seu povo, mas muitas vezes ATRAVÉS dela, expondo Sua inigualável glória e misericórdia incondicional. O objetivo final da manifestação da Soberania é a "exposição de Sua inigualável glória e misericórdia incondicional.

 

TEXTO BÍBLICO

Jeremias 18.1-15.

(Comentário Unificado (Pentecostal, MacArthur, Plenitude))

1. A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, dizendo:

👉 O Propósito da Direção Divina: Deus instrui Jeremias a ir a um lugar prático e comum (a casa do oleiro) para receber uma mensagem visual e audível. Plenitude/Pentecostal: Enfatizam que a obediência à direção de Deus é essencial para ouvir Sua Palavra e que a "casa do oleiro" pode simbolizar o coração do crente onde Deus trabalha.

2. Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.

3. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas.

👉 A Observação: O profeta obedece e testemunha o trabalho do oleiro, que utiliza as "rodas" (o torno) – um símbolo de controle, processo e esforço contínuo.

4. Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer.

👉 A Segunda Chance e a Soberania: Este é o ponto focal. O barro se "estragou" (tornou-se defeituoso ou insatisfatório). MacArthur/Soberania: O oleiro não descarta o barro, mas exerce sua autoridade soberana para refazê-lo. A soberania de Deus é mostrada em Seu poder para remodelar Israel (o vaso) de acordo com Sua vontade, mesmo depois da falha. Pentecostal/Plenitude (Ênfase na Esperança): O ato de refazer simboliza a paciência e a misericórdia de Deus. Ele não desiste, oferecendo uma "segunda chance" de restauração.

5. Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:

👉 A Transição: Deus formalmente aplica a lição visual à nação de Israel.

6. Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

👉 O Poder de Deus: Deus se identifica como o Oleiro e Israel como o barro. Unificado: Este verso é a Verdade Prática do capítulo: a Soberania de Deus e Sua total autoridade sobre Seu povo (a "casa de Israel"). Ele pode moldar, quebrar e refazer a nação conforme Seus propósitos.

7. No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir,

👉 A Condicionalidade do Juízo: Deus introduz o princípio da responsabilidade humana e da condicionalidade de Suas profecias. O juízo não é irreversível; o arrependimento do povo suspende ou reverte a calamidade. Pentecostal/Plenitude: Enfatizam que Deus é misericordioso e que Sua ira é refreada pelo arrependimento sincero, confirmando o livre-arbítrio e a necessidade de resposta humana.

8. se a tal nação, contra a qual falar, se converter de sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.

9. E, no momento em que eu falar de uma gente e de um reino, para o edificar e o plantar,

👉 A Condicionalidade da Bênção: Este é o inverso do princípio anterior. As promessas de bênção também são condicionais à obediência. A persistência na maldade levará Deus a revogar o bem prometido. MacArthur/Soberania e Justiça: Deus é justo em Seus tratos, recompensando a obediência e punindo a desobediência, mostrando que as alianças são mútuas.

10. se ele fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria.

11. Ora, pois, fala agora aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR: Eis que o estou forjando mal contra vós e projeto um plano contra vós; convertei-vos, pois, agora, cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas ações.

👉 O Apelo Profético: Jeremias é instruído a apresentar o apelo baseado na lição do oleiro. O "mal" (calamidade/juízo) é iminente, mas a porta para o arrependimento está aberta.

12. Mas eles dizem: Não há esperança, porque após as nossas imaginações andaremos; e fará cada um segundo o propósito do seu malvado coração.

👉 A Rebeldia Desafiadora: Esta é a trágica resposta de Judá: a obstinação. Eles rejeitam a advertência e a misericórdia de Deus, preferindo seguir seus próprios caminhos. MacArthur: Isto demonstra o coração endurecido, que desconsidera a ameaça do juízo e rejeita desafiadoramente o convite à mudança.

13. Portanto, assim diz o SENHOR: Perguntai, agora, entre os gentios quem ouviu tal coisa? Coisa mui horrenda fez a virgem de Israel!

14. Porventura, deixar-se-á a neve do Líbano por uma rocha no campo? Ou deixar-se-ão as águas estranhas, frias e correntes?

15. Contudo, o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso à vaidade; e fizeram-nos tropeçar nos seus caminhos e nas veredas antigas, para que andassem por veredas afastadas, não aplainadas.

👉 A Condenação da Infidelidade: Deus usa a metáfora de elementos naturais impossíveis de falhar (a neve do Líbano e as águas frias, v. 14) para contrastar com a falha antinatural e "horrenda" de Israel. Israel, que deveria ser fiel, esqueceu seu Criador e se voltou para a idolatria. Plenitude: A infidelidade de Israel é pior do que a lealdade dos gentios aos seus deuses falsos. O resultado é o abandono do "caminho antigo" (o caminho da obediência) por "veredas não aterradas" (caminhos de tropeço e desgraça).

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INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos o chamado divino para que o profeta fosse à casa do oleiro. Embora a condição dos judeus era de falência espiritual, Deus ainda os amava e chamava ao arrependimento. Eles precisavam permitir ser moldados pelo Criador, conforme a sua soberana vontade. Nós veremos a relação entre a soberania de Deus e a cooperação humana; a restauração de uma nação; e que os planos de Deus não podem ser frustrados, pois Ele é Soberano.

👉 Deus levou Jeremias à casa do oleiro para ensinar uma das verdades mais profundas sobre a relação entre o Criador e o Seu povo. Aquela visita não foi apenas um convite para observar o ofício artesanal, mas uma revelação espiritual sobre a soberania divina e a responsabilidade humana. Enquanto o profeta via o oleiro refazendo um vaso imperfeito, Deus estava mostrando que a nação de Israel era o barro em Suas mãos, quebrada, deformada, mas ainda passível de ser restaurada (Jr 18.4). O texto hebraico usa a expressão יָרַד בֵּית הַיּוֹצֵר (yarad beit hayotser), desce à casa do oleiro, indicando um movimento não apenas físico, mas espiritual. Jeremias desceria aos lugares humildes da vida para aprender algo que os altivos não enxergam: Deus trabalha nas profundezas. Assim também é conosco: só quando descemos do orgulho e da autossuficiência é que permitimos que o Senhor nos molde novamente. O oleiro, figura do próprio Deus, está em completa autoridade sobre o barro. Ele não apenas cria, mas recria. E o barro, figura do povo, não tem direito de questionar o processo. Paulo ecoa essa verdade em Romanos 9.20: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?”. O verbo grego usado por Paulo, νταποκρίν (antapokrínē), significa responder contra, uma atitude de resistência à soberania divina. Jeremias e Paulo, em contextos diferentes, comunicam a mesma verdade: Deus é soberano para formar, reformar e até quebrar, quando necessário, o vaso que não cumpre o propósito para o qual foi criado. Contudo, há um detalhe extraordinário: o mesmo Deus que tem o poder de esmagar o vaso é também o Deus que prefere restaurar. Ele não descarta o barro deformado; antes, o refaz com paciência e amor (Jr 18.6). Como explica o teólogo Anthony D. Palma, “a disciplina divina nunca tem fim destrutivo, mas restaurador”¹. O fracasso não é o ponto final quando o coração se rende ao Oleiro. A lição central aqui é que a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. O Oleiro é soberano, mas o barro precisa ser maleável. A dureza, a resistência e o orgulho impedem o trabalho divino. O Espírito Santo, o mesmo que habita em nós, age como as mãos do Oleiro, moldando o caráter de Cristo em cada crente (Rm 8.29). Negar esse processo é escolher permanecer rachado, e um vaso rachado não retém a glória. Para nós, cristãos, esta é uma convocação à rendição. O mesmo Deus que moldou Israel quer moldar Sua Igreja hoje. Ele nos chama ao arrependimento, à humildade e à santidade. Cada disciplina, cada provação e cada recomeço é uma roda de oleiro em movimento, conduzida por mãos que nunca falham. A pergunta é: temos permitido que Ele nos refaça? Que esta lição desperte em nós o desejo de sermos moldados novamente, não segundo nossos planos, mas conforme o desígnio perfeito do Oleiro. Porque, nas mãos certas, até o barro quebrado se transforma em vaso de honra (2Tm 2.21). Vamos aprofundar o conteúdo desta aula? Venha comigo!

¹ PALMA, Anthony D. A Teologia do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

 

I. A PARÁBOLA DA CASA DO OLEIRO

1. Compreendendo o texto. O vocábulo “parábola” é de origem grega, cujo significado é “colocar ao lado de”. Nas Escrituras Sagradas, o seu uso visa transmitir uma mensagem e valores espirituais por meio de linguagem fácil, já conhecida, favorecendo assim a sua compreensão. No capítulo 18 do livro de Jeremias encontramos a “Parábola da Casa do Oleiro”. Por intermédio dela, o profeta recebeu, com clareza, a mensagem de Deus a ser transmitida ao seu povo. Nesta parábola, o oleiro representa o próprio Deus, o Criador. Ele é visto como um oleiro, trabalhando na formação de um vaso de barro que representa o povo de Judá. Este foi o método que Deus usou para trazer ao profeta uma mensagem de advertência e de arrependimento a Judá.

👉 Há momentos em que Deus precisa nos levar de volta à “Casa do Oleiro” para nos lembrar quem somos, de onde viemos e para que fomos criados. Assim aconteceu com Jeremias. Deus o convida a descer à oficina de um oleiro, um lugar simples, mas carregado de lições eternas. Naquele ambiente de barro, roda e mãos firmes, o profeta ouviria não apenas o som do torno girando, mas a própria voz do Criador, revelando a condição espiritual da nação de Judá. A palavra “parábola”, do grego parabolé, significa literalmente “colocar lado a lado”. É o método divino de ensinar verdades profundas usando imagens do cotidiano. Aqui, Deus coloca “lado a lado” o ofício do oleiro e Sua relação com Seu povo. O oleiro é Deus, soberano, paciente, intencional. O barro é o homem, maleável ou endurecido, conforme sua resposta ao toque divino. A roda representa o tempo e as circunstâncias da vida, nas quais o Senhor molda o caráter de Seus filhos. Jeremias observa o oleiro moldando um vaso, mas, de repente, o barro se estraga em suas mãos (Jr 18.4). O verbo hebraico usado aqui para “estragar” (shachath) também aparece em Gênesis 6.12, onde se diz que a terra se havia “corrompido” diante de Deus. Ou seja, o vaso não apenas rachou, ele se tornou moral e espiritualmente deteriorado, incapaz de cumprir seu propósito. Essa era a condição de Judá: deformada pelo pecado, resistente ao toque do Criador. Contudo, o texto traz esperança: “Tornou a fazer dele outro vaso, conforme bem lhe pareceu” (Jr 18.4). Que cena gloriosa! O mesmo barro que parecia perdido é recolocado na roda e transformado novamente. Aqui vemos o Evangelho em forma de parábola, o Deus que não descarta os quebrados, mas os refaz pela graça. O oleiro não troca o barro; Ele o restaura. O pecado pode nos deformar, mas a graça pode nos reconstruir. No entanto, a parábola traz também um alerta. O barro tem limite. Quando o coração humano endurece e se torna inflexível, o oleiro já não pode moldá-lo (Jr 18.12). A expressão “Assim é inútil” revela a teimosia espiritual de quem diz: “Seguiremos nossos próprios caminhos.” É o retrato de uma geração que rejeita a correção e escolhe a própria vontade. O perigo é que, quando o vaso se torna rígido demais, o oleiro precisa quebrá-lo para recomeçar (cf. Is 30.14). Essa mensagem não é apenas histórica; é profundamente pessoal e eclesiológica. Cada cristão e cada igreja local precisa se perguntar: Estamos ainda maleáveis nas mãos do Oleiro, ou endurecemos com o orgulho e a autossuficiência? O Espírito Santo continua trabalhando em nós, mas se resistimos à Sua voz, impedimos o processo da santificação. Ser barro é se render. É aceitar ser moldado, mesmo quando o toque dói. Por fim, a parábola da Casa do Oleiro nos lembra que a soberania de Deus não anula nossa responsabilidade. O Oleiro tem poder sobre o barro, mas espera nossa cooperação voluntária. Assim, cada sofrimento, correção e prova pode ser a roda de Deus nos moldando à imagem de Cristo (Rm 8.29). A pergunta que Jeremias deixa ecoar é: Você ainda permite que o Oleiro trabalhe em você, ou já endureceu nas próprias mãos? Descer à Casa do Oleiro é descer do orgulho, das justificativas e da resistência. É reconhecer: “Senhor, ainda sou barro.” Essa parábola nos chama a uma vida de arrependimento constante, humildade e dependência. Quando entendemos isso, descobrimos que o quebrar de Deus nunca é para destruir, mas para reconstruir. O mesmo Deus que moldou Judá está moldando a Sua Igreja hoje, e Ele não desistiu de você.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Orgs.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Candeia, 2005.

BEACON, Comentário Bíblico. Vol. 5. Kansas City: Casa Nazarena de Publicações, 1987.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Contexto Cultural. São Paulo: Vida Nova, 2002.

YONG, Amos; MACCHIA, Frank D.; PALMA, Anthony D.; OSS, Douglas; FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. Obras diversas sobre pneumatologia e hermenêutica pentecostal.

2. Jeremias recebe a mensagem. O profeta recebeu a ordem divina para que se dirigisse à casa do oleiro sob a promessa de que lá receberia uma nova mensagem a ser entregue ao povo (Jr 18.1,2,5) e, logo que assistiu à confecção do vaso, recebeu a mensagem de Deus (Jr 18.4,5). O trabalho do oleiro era comum nos dias de Jeremias, mas este fato representou vividamente o controle de Deus sobre o seu povo, demonstrando o seu trabalho em moldá-los e permitir que desfrutassem de seus planos e de evitar o mal que os cercava. Foi, portanto, diante do trabalho de um oleiro que Jeremias recebeu uma mensagem que deveria ser transmitida a Judá.

👉 Há momentos em que Deus não fala apenas com palavras; Ele fala com cenas, gestos e símbolos. Foi assim com Jeremias. O profeta foi convidado pelo próprio Deus a descer à casa do oleiro (Jr 18.1-2), um chamado que carrega, em si, uma poderosa lição espiritual: para ouvir a voz de Deus com clareza, é preciso descer, descer do orgulho, da pressa, das distrações e, muitas vezes, do conforto religioso. Deus ainda fala com quem está disposto a descer. Naquela humilde oficina, onde o som da roda girava e as mãos do oleiro se moviam com precisão, Jeremias não estava apenas diante de um artesão, mas diante de uma metáfora viva da soberania divina. O texto hebraico usa o termo yārad (“descer”), indicando não apenas um movimento físico, mas uma postura espiritual de humildade e entrega. O profeta precisava aprender que Deus trabalha “embaixo”, no terreno da rendição e da obediência, e só ali Ele revela Seus mistérios (cf. Tg 4.6). Enquanto observava o oleiro moldar o barro, Jeremias viu um vaso se estragar em suas mãos (Jr 18.4). Aos olhos humanos, era apenas um acidente comum de oficina; mas, aos olhos do profeta, era uma revelação divina sobre o estado espiritual de Judá. O mesmo Deus que formara a nação com propósitos santos agora via um povo rachado pelo pecado, endurecido pela rebeldia e incapaz de reter a forma que Ele havia planejado. O verbo “estragou-se” (shachath, no hebraico) significa “corromper-se”, o mesmo termo usado em Gênesis 6.12 para descrever a corrupção moral antes do dilúvio. Ou seja, o vaso estava se decompondo espiritualmente. Mas o texto continua: “Tornou a fazer dele outro vaso, conforme bem lhe pareceu ao oleiro fazer” (Jr 18.4). Aqui a graça de Deus brilha em meio às ruínas. O oleiro não despreza o barro que falhou; Ele o refaz. O verbo hebraico ‘asah (“fazer novamente”) expressa o agir contínuo de Deus, Ele não desiste, não abandona, não substitui Seu povo. Ele recomeça. Assim é com cada um de nós: quando o pecado nos deforma, o Espírito Santo nos leva de volta à roda do arrependimento e nos molda de novo, segundo a imagem de Cristo (Rm 8.29). Jeremias, então, compreende que o trabalho do oleiro não era apenas uma cena cotidiana, mas uma teofania pedagógica, uma forma concreta de Deus revelar Sua soberania, Sua paciência e Seu direito de agir sobre a vida humana. O oleiro tem controle total sobre o barro, mas o resultado final depende também da qualidade do material. Da mesma forma, Deus tem planos perfeitos, mas a disposição do coração humano determina se Ele poderá ou não concretizá-los em nós (cf. 2Tm 2.21). Essa experiência nos ensina algo essencial: Deus continua falando no movimento do Seu agir. Às vezes, buscamos revelações extraordinárias, quando Ele está nos mostrando Sua vontade nas pequenas coisas, no trabalho, na escola, na rotina. Jeremias ouviu Deus no som da roda e no toque do barro. Quem anda com Deus aprende a enxergar o divino no comum. A mensagem, então, torna-se clara e atual: o mesmo Deus que moldava Israel ainda trabalha em Sua Igreja hoje. Se o vaso da tua fé se rachou, se a forma da tua obediência se perdeu, a casa do Oleiro ainda está aberta. O Espírito Santo está disposto a refazer o que o pecado quebrou. Mas é preciso fazer como Jeremias, descer e ouvir. Deus não fala à distância; Ele fala no lugar da entrega. Deus não apenas conserta vasos; Ele cria novas histórias a partir das rachaduras. Todo jovem cristão precisa entender que os momentos de falha não são o fim, são convites de Deus para voltar à oficina. A pergunta é: você tem permitido que o Oleiro continue trabalhando em sua vida, mesmo quando o processo dói?

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Orgs.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Candeia, 2005.

BEACON, Comentário Bíblico. Vol. 5. Kansas City: Casa Nazarena de Publicações, 1987.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Contexto Cultural. São Paulo: Vida Nova, 2002.

YONG, Amos; MACCHIA, Frank D.; PALMA, Anthony D.; OSS, Douglas; FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. Obras diversas sobre pneumatologia e hermenêutica pentecostal.

3. A mensagem da casa do oleiro. O conteúdo central da mensagem que Jeremias recebeu de Deus na casa do oleiro mostra a seguinte condição de Judá: não faltava culto, o que faltava era adoração genuína; Judá praticava a idolatria. Com base no que viu na casa do oleiro, a mensagem de Jeremias desvendou a raiz da idolatria que imperava, pois, diante da Palavra do Senhor, eles diziam: “Andaremos segundo as nossas imaginações; e cada um fará segundo o propósito do seu mau coração”, pois eles estavam mergulhados em “vaidade” (Jr 18.12,15). Substituir o lugar que pertence somente a Deus em nossos corações, é idolatria. Sendo assim, ao afirmar que andaria segundo a sua própria vontade, Judá estava colocando Deus de lado. No entanto, a mensagem que Jeremias recebeu na casa do oleiro reafirmava o controle do Senhor como Soberano e que tem o seu povo em suas mãos. A mensagem não tratava somente da soberania de Deus, mas também de sua longanimidade. Nela havia tanto a advertência (v.6) quanto a esperança (vv.8-10). Isso significa que o conteúdo desta mensagem consiste, basicamente, no interesse de Deus de que o seu povo se arrependesse e aceitasse ser cuidado por Ele.

👉 Quando Jeremias saiu da casa do oleiro, ele não trazia apenas uma imagem na mente, trazia o eco do coração de Deus. O vaso quebrado representava uma nação que havia perdido a forma da adoração verdadeira. O problema de Judá não era falta de religião, mas excesso de formalismo. O templo continuava cheio, os cânticos ainda eram entoados, os sacrifícios oferecidos; mas o coração do povo estava vazio de reverência e cheio de idolatria. Era um povo que, como descreve Jeremias 18.12, dizia: “Andaremos segundo as nossas imaginações”. O termo hebraico usado aqui para “imaginações” é shĕrîrûth, que significa literalmente “dureza” ou “teimosia”. Não se tratava apenas de pensamentos errados, mas de uma atitude obstinada, um coração endurecido contra a vontade de Deus. A idolatria, nesse contexto, não era apenas adorar outros deuses, mas colocar o “eu” no trono. Quando o ser humano decide seguir “o propósito do seu mau coração”, como diz o texto, ele substitui Deus por si mesmo. Idolatria, portanto, não é só uma questão de imagens, mas de prioridade. A casa do oleiro, então, se tornou o palco onde Deus revelou a Jeremias a raiz de todo pecado: a autossuficiência espiritual. Judá havia se tornado como barro que resiste à mão do oleiro, maleável apenas até o ponto em que o molde divino contrariava seus desejos. Quantas vezes nós, como jovens cristãos, repetimos o mesmo erro? Frequentamos os cultos, levantamos as mãos, mas, quando Deus tenta nos moldar, quebrando hábitos, corrigindo caminhos, ajustando planos, resistimos. E, assim como Judá, perdemos a forma do vaso que Deus deseja construir em nós. Por meio dessa parábola viva, Deus mostrou a Jeremias não apenas Seu poder soberano, mas também Sua paciência incompreensível. Ele poderia descartar o vaso, a nação rebelde, mas preferiu refazê-lo. O versículo 6 ecoa essa graça: “Como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” O verbo “estar” (hayah, no hebraico) aqui expressa uma relação contínua, Deus não abandona Sua criação, mesmo quando ela se quebra. Ele continua segurando o barro rachado, disposto a transformá-lo em algo novo. A mensagem que Jeremias recebeu continha, portanto, duas faces da mesma verdade: advertência e esperança. Advertência, porque o endurecimento do coração levaria à destruição nacional; esperança, porque o arrependimento ainda poderia reverter o juízo. Deus deixou claro: “Se aquela nação se converter da sua maldade, também Eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18.8). O arrependimento humano sempre abre espaço para a misericórdia divina. Essa é a beleza do Evangelho, o mesmo Deus que adverte é o Deus que restaura. A soberania divina não anula a responsabilidade humana; antes, revela o equilíbrio perfeito entre o domínio de Deus e a liberdade do homem. O Oleiro tem o poder de refazer, mas o barro precisa se render ao toque. A mensagem central é clara: Deus quer moldar, mas não força a forma. Ele respeita nossa decisão de permanecer endurecidos, e isso é, em si, um ato de julgamento. Como escreveu o teólogo Anthony Palma, “Deus governa soberanamente, mas convida amorosamente”¹. Essa lição fala diretamente ao coração da juventude cristã de hoje. Muitos querem o propósito de Deus, mas não o processo do Oleiro. Querem a bênção, mas não a moldagem. Contudo, quem resiste à mão que molda jamais conhecerá o vaso que foi chamado a ser. O chamado profético de Jeremias ecoa até nós: Deixe Deus te refazer!. A boa notícia é que, enquanto houver barro e enquanto houver mãos divinas, sempre haverá esperança de restauração. O mesmo Deus que chamou Jeremias à casa do oleiro está nos chamando hoje à casa da reflexão. O que tem ocupado o lugar de Deus no seu coração? A idolatria moderna pode ter a forma do ego, do status, das redes sociais ou dos relacionamentos. Se algo se tornou mais importante do que obedecer à vontade de Deus, é hora de voltar à roda do Oleiro. Lembre-se: Ele ainda está no controle, e Suas mãos não se cansaram de moldar você.

PALMA, Anthony D. O Espírito Santo e o Seu Ministério. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

BEACON, Comentário Bíblico. Vol. 5. Kansas City: Casa Nazarena de Publicações, 1987.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Candeia, 2005.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Contexto Cultural. São Paulo: Vida Nova, 2002.

YONG, Amos; MACCHIA, Frank D.; FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. Obras sobre pneumatologia e teologia bíblica contemporânea.

 

 

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SUBSÍDIO I

“Deus ordenou que Jeremias fosse à casa de um artesão que fabricava peças de cerâmica. Ali, ele observou o oleiro formando um recipiente de barro. No entanto, a criação original resultou defeituosa, e não seria adequada para o que o oleiro pretendia. Assim, o artesão teve que moldar a peça outra vez, formando algo que serviria melhor aos seus propósitos. Esta parábola contém vários princípios importantes que se aplicam à obra de Deus em nossas vidas. (1) A nossa submissão a Deus — Aquele que pode moldar o nosso caráter e o nosso propósito — determina, em grande parte, o que Ele pode fazer conosco. (2) Uma vez que Deus nos dá um livre-arbítrio para tomar nossas próprias decisões, a falta de devoção a Deus pode impedir o seu propósito original para nós (cf. v.10). (3) Deus permanece livre para alterar as suas intenções para as nossas vidas, dependendo das escolhas que fazemos e da maneira como respondemos a Ele. Se resistirmos ou nos rebelarmos contra Ele, Ele tornará a moldar nossas vidas, em um esforço para nos restaurar aos seus propósitos. Se continuarmos a desafiá-lo, Ele poderá decidir moldar nossas vidas de uma maneira destinada a destruição (vv.7-11 cf. 19.10,11; Rm 9.22). Por outro lado, se estivermos rumando à destruição completa, mas então nos arrependermos — afastando-nos de nosso próprio caminho obstinado e permitindo que Deus transforme o nosso coração e a nossa mente, para que possamos segui-lo de modo eficaz — Deus começará a dar nova forma às nossas vidas, para a sua honra (cf 2Tm 2.20,21). (4) Se enquanto estivermos dispostos a renunciar as nossas próprias intenções imperfeitas, e seguir os planos perfeitos de Deus, Ele será capaz de renovar o nosso propósito e nos dar um novo começo.” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p.930).

 

II. A SOBERANIA DE DEUS

1. Soberania. A soberania de Deus indica sua onipotência, autonomia e independência. Na prática, isso significa que o Eterno é poderoso para fazer tudo o que deseja. É livre para fazer como e quando quiser, além de não depender de nada e nem de ninguém para ser quem Ele é. O conceito de soberania divina esteve presente no ministério do profeta Jeremias (32.17-19). Ele falou acerca de Nabucodonosor como sendo uma escolha soberana de Deus (25.9; 27.6; 43.10). Nabucodonosor também reconheceu este atributo divino, ao afirmar “quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração” (Dn 4.3). Ao assistir o oleiro trabalhando, Jeremias pôde compreender claramente a mensagem de que, assim como o oleiro é livre para fazer o vaso que desejar a partir da argila em suas mãos, assim também o Senhor pode fazer de seu povo o que lhe apraz (18.6). A soberania divina, portanto, é o âmago desta mensagem.

👉 Quando Jeremias desce à casa do oleiro (Jr 18.1-6), ele não está apenas diante de um homem amassando barro. Deus o leva a presenciar um sermão vivo, uma parábola feita de argila, paciência e propósito. No torno do oleiro, Jeremias entende algo que revoluciona a visão humana sobre Deus: o Senhor é o Soberano absoluto, o Oleiro divino que molda, refaz e dá sentido àquilo que parecia sem forma. A palavra “soberania”, em hebraico, reflete domínio, governo supremo e autoridade irrestrita (מֶלֶךְ, melek, rei). No Novo Testamento, Paulo ecoa esse conceito ao afirmar que Deus opera todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Ou seja, nada foge de Suas mãos, nem o barro, nem o vaso, nem a história. Deus reina sem precisar de permissão; A soberania divina revela que Deus é livre, autossuficiente e onipotente. Ele não consulta conselhos nem pede licença para agir. Como o oleiro diante do barro, o Senhor tem autoridade para dar forma a todas as coisas segundo o Seu plano perfeito (Rm 9.20-21). Jeremias aprendeu que Nabucodonosor, o temido rei da Babilônia, não era um acaso político, mas uma escolha soberana de Deus (Jr 25.9; 27.6; 43.10). Mesmo reis ímpios estavam dentro do escopo da vontade divina. Deus não apenas permite acontecimentos: Ele governa através deles. Como ensina MacArthur (2017), “a soberania divina não anula a responsabilidade humana, mas garante que a história não é um acidente cósmico”¹. O detalhe mais impactante da visão é que o vaso “se quebrou nas mãos do oleiro” (Jr 18.4). No entanto, o oleiro não o descartou, refez o barro e deu-lhe nova forma. A soberania de Deus não é tirana; é graciosa. Ela disciplina, mas também restaura. Deus não apenas molda o que é perfeito, Ele refaz o que se perdeu. Assim é com Judá… e conosco. Quando o coração endurece, o Oleiro permite rachaduras; mas quando há arrependimento, Ele amassa novamente, mistura lágrimas à argila e recomeça a escultura. A soberania divina não destrói a liberdade humana, mas a confronta com amor redentor. Judá dizia: “Andaremos segundo as nossas imaginações” (Jr 18.12). É a confissão de uma geração que rejeitou o Oleiro. Mas Deus, em Sua longanimidade, ainda os advertia, oferecendo uma chance de arrependimento. A soberania de Deus não é apenas o Seu direito de governar, mas o Seu desejo de transformar. Deus continua soberano mesmo quando resistimos à Sua vontade. Ele não perde o controle. Ele espera. E quando o barro insiste em endurecer, Ele o quebra, não por raiva, mas por misericórdia, para que volte ao torno e seja novamente útil (Hb 12.6). A soberania que Jeremias contempla é a mesma que Paulo proclama: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?” (Rm 9.20). Essa pergunta não é uma humilhação, mas um chamado à rendição. A vida só encontra sentido quando reconhece que Deus tem o torno e nós somos o barro. Na prática cristã, isso significa confiar nas mãos do Oleiro quando tudo parece fora de forma. Nossos planos podem se despedaçar, mas nunca fora das mãos dAquele que molda a eternidade. Entregar-se à soberania de Deus é aceitar que até o tempo de espera faz parte da escultura divina. Você tem permitido que Deus molde sua vida ou está tentando tomar o torno em suas próprias mãos? Em nossa geração, a idolatria não é apenas feita de imagens, mas de vontades. Quando insistimos em “andar segundo o nosso coração”, estamos dizendo, como Judá, que não queremos ser moldados. Mas todo vaso que rejeita o Oleiro termina rachado. No fim, o vaso mais belo é aquele que se deixa moldar. Jeremias aprendeu que a soberania de Deus é mais do que poder, é amor em ação. Ele nos quebra para nos refazer; nos disciplina para nos restaurar; nos confronta para nos salvar. O mesmo Deus que controla os reinos também se importa com o coração de um jovem que decide se render à Sua vontade. Entregue-se hoje ao Oleiro. Nas mãos dEle, até o barro rachado volta a brilhar.

¹ MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2017.

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2012.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. O Espírito e o Reino de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

YONG, Amos. Renovação do Espírito. São Paulo: Vida, 2015.

GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

BEACON, Comentário Bíblico Beacon: Jeremias e Lamentações. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

2. Familiarizado com a soberania de Deus. Quando foi chamado por Deus, Jeremias ouviu, dentre outras palavras, a expressão “formar” (1.5) e esta é oriunda do hebraico yatzar, que quer dizer “modelar” e também aponta para o ato de “criar”. Essa mesma ideia aparece na informação “formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra” (Gn 2.7) e é replicada em textos que confirmam o Senhor como o oleiro, isto é, Ele é o yotzer, aquEle que molda o seu povo, conforme a sua soberana vontade (Is 26.16; 45.9; 64.8). Sendo assim, a partir de sua própria experiência, nenhuma outra ideia sobre Deus tinha mais clareza para Jeremias do que o seu poder de formar, moldar e trabalhar em pessoas de acordo com a sua soberana e boa vontade. Falar do que viu na casa do oleiro, como pano de fundo da intenção de Deus em trabalhar o seu povo e em seu favor, foi falar de algo que Jeremias vivia integralmente. Ele poderia afirmar sobre o poder de Deus em transformar o simples barro em vasos de valor em suas mãos, desde que houvesse submissão ao seu querer.

👉 Desde o início do seu chamado, Jeremias aprendeu algo que mudaria sua forma de enxergar a vida, o ministério e o próprio Deus: o Senhor não apenas fala, Ele forma. Em Jeremias 1.5, Deus declara: “Antes que Eu te formasse (yatzar) no ventre, Eu te conheci.” Essa palavra hebraica yatzar não se refere a um simples ato de criação, mas a um trabalho cuidadoso de modelagem, como o oleiro que amassa o barro e molda cada detalhe com propósito. É o mesmo verbo usado em Gênesis 2.7, quando o Senhor “formou” (yatzar) o homem do pó da terra. Isso revela um Deus pessoal, intencional e soberano, que não cria por acaso, Ele molda com propósito eterno. Para Jeremias, essa verdade era mais do que uma doutrina: era uma experiência viva. O profeta entendeu que a soberania de Deus não é um conceito abstrato, mas um toque real das mãos divinas sobre nossa existência. Ele conhecia o Deus que intervém na história e que transforma caos em propósito. Como o oleiro diante do barro, o Senhor modela cada detalhe da nossa vida, e mesmo quando o vaso se quebra, Ele não desiste da obra (Jr 18.4). A Bíblia de Estudo MacArthur (2017) observa que yatzar expressa “o trabalho intencional de um artesão que tem em mente o produto final”. Isso nos mostra que nada no processo é desperdiçado, nem as lágrimas, nem os fracassos. Tudo é parte da escultura que Deus está moldando em nós. A soberania divina, portanto, não anula nossa responsabilidade, mas garante que cada acontecimento é um passo no plano perfeito de Deus (Rm 8.28). Quando Jeremias foi levado à casa do oleiro, ele não apenas viu barro sendo moldado; ele viu a si mesmo. Viu o povo de Judá e viu o coração humano sendo trabalhado pelo Criador. A cena era uma metáfora viva da relação entre o Senhor e Seu povo: o oleiro molda, o barro se submete. Se o barro resiste, o vaso se deforma; mas se o barro se entrega, o vaso ganha forma e beleza. Essa visão mostrou ao profeta que Deus é soberano até nos processos que não compreendemos. Isaías ecoa essa mesma verdade: “Mas agora, ó Senhor, Tu és nosso Pai; nós somos o barro, e Tu és o nosso oleiro; e todos nós, obra das Tuas mãos” (Is 64.8). O termo hebraico yotzer (oleiro) enfatiza o aspecto contínuo da ação divina, Deus não apenas moldou no passado, Ele continua moldando hoje. É um processo dinâmico e relacional. O Oleiro não trabalha à distância; Ele coloca as mãos sobre nós, pressiona, alisa, recomeça… e cada toque é um ato de amor soberano. Na prática cristã, entender essa soberania transforma nossa maneira de reagir às lutas. Quando tudo parece fora de controle, lembre-se: você ainda está nas mãos do Oleiro. Ele não perdeu o torno, nem desistiu do vaso. O que chamamos de frustração, Ele chama de formação. O que parece atraso, para Ele é preparação. A soberania de Deus não nos oprime, nos liberta, porque saber que Ele está no controle nos faz descansar, mesmo quando não entendemos o processo. Talvez Deus esteja moldando áreas da sua vida que você gostaria de controlar. Às vezes o torno gira rápido demais, e você sente que vai quebrar. Mas é nesse ritmo divino que Ele molda a paciência, a fé e a confiança. O vaso não escolhe o formato, confia nas mãos que o moldam. Deixe Deus ser o Oleiro. Submeta-se ao Seu toque. Ele está formando algo que refletirá a glória dEle através de você (2Co 4.7). O profeta Jeremias viveu aquilo que pregava: um relacionamento com o Deus que forma, transforma e restaura. Assim como ele, nós somos chamados a viver familiarizados com a soberania de Deus, não apenas crendo nela, mas experimentando-a em cada detalhe. E quando compreendemos isso, aprendemos que a maior segurança não está em entender o processo, mas em permanecer nas mãos certas.

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Antigo Testamento: Jeremias e Lamentações. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

BEACON. Comentário Bíblico Beacon: Jeremias e Lamentações. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2012.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. O Espírito e o Reino de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2017.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança: Livro de Apoio Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

YONG, Amos. Renovação do Espírito: Pneumatologia Pentecostal Contemporânea. São Paulo: Vida, 2015.

GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

3. A cooperação humana. No texto de Jeremias 18 podemos ver a ação de Deus, do profeta e do povo. Jeremias transmitiu a mensagem do Senhor, mas o povo não respondeu positivamente a ela. Logo, além da soberania divina haveria também o livre-arbítrio das pessoas em aceitar ou não a mensagem. No entanto, caso houvesse aceitação da mensagem e arrependimento, Deus daria outro rumo à história de seu povo. Em vez de entregá-lo aos inimigos, Ele o protegeria deles, mas caso não lhe desse ouvidos, o mal seria inevitável (7.8; 9.10). O texto não diz que o oleiro quebrou o vaso, mas que o vaso se quebrou nas mãos dele, como uma indicação de Deus para que, à semelhança daquele vaso, o seu povo se rendesse e se quebrantasse em suas mãos. A mensagem na casa do oleiro também nos mostra que a cooperação humana não invalida a soberania de Deus, assim como a soberania do Senhor não exclui a responsabilidade humana.

👉 Há momentos em que Deus precisa nos levar à “casa do oleiro” (Jr 18.2), aquele lugar de confronto e revelação, onde compreendemos que nossas vidas estão literalmente nas mãos do Criador. Jeremias foi conduzido ali não para admirar uma obra de arte, mas para entender uma verdade espiritual profunda: o povo de Israel havia se tornado um vaso deformado nas mãos do Oleiro divino. No hebraico, a palavra yatsar (formar, moldar) revela a imagem de Deus como um artista que trabalha com intenção e paciência, moldando o barro até que este expresse Sua vontade perfeita. O profeta vê algo inquietante: o vaso “se estragou” nas mãos do oleiro (v.4). O texto não diz que o oleiro o quebrou; foi o vaso que, por si mesmo, perdeu a forma. É uma metáfora poderosa do coração humano que, mesmo nas mãos de Deus, resiste à Sua moldagem. Israel tinha todos os privilégios espirituais, mas escolheu endurecer-se. Assim como o barro que resseca por falta de água, a alma que se distancia do Espírito Santo endurece e deixa de ser moldável (cf. Ez 36.26). Jeremias anuncia que o Oleiro tem poder de refazer o vaso como bem Lhe parecer (v.4). Aqui se revela a soberania divina: Deus não é refém do fracasso humano. Ele pode recomeçar, restaurar, refazer a história — mas sempre espera uma resposta. É o mistério da cooperação entre a soberania de Deus e a responsabilidade do homem. Deus governa sobre tudo, mas não força ninguém a obedecer. Ele convida, chama, corrige e espera o arrependimento, pois “não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9). Essa é a tensão espiritual de Jeremias 18: Deus é soberano, mas o ser humano é responsável. O profeta anuncia tanto o juízo quanto a esperança: se o povo se voltasse ao Senhor, o mal seria evitado; mas se persistisse na rebeldia, o desastre seria inevitável (vv.7–10). A cooperação humana, portanto, não anula a soberania de Deus, mas a manifesta. A graça de Deus se oferece, mas o coração endurecido a rejeita. Amos Yong observa que “a soberania divina se expressa mais plenamente quando o Espírito age persuadindo, não forçando”¹ e é nessa dinâmica que o Oleiro trabalha com cada um de nós. Hoje, o Espírito Santo continua moldando vasos (jovens, homens, mulheres) que se dispõem a ser instrumentos de honra. Mas muitos, como Israel, resistem à transformação. Querem o rótulo de “vaso”, mas sem o processo do torno, sem a pressão, sem o fogo do forno. O problema é que o vaso que se recusa a ser moldado nunca suportará o uso. Deus não busca perfeição, mas submissão. Ele quer corações quebrantados, que reconheçam suas falhas e se deixem reformar em Suas mãos. É tempo de olhar para dentro e perguntar: “Senhor, meu coração ainda é moldável? Ou endureceu como barro velho?” Essa é uma reflexão necessária para a juventude cristã e para a igreja atual. Muitos ministérios, famílias e igrejas locais têm se tornado vasos rachados, cheios de atividades, mas vazios de quebrantamento. A visita à casa do oleiro é um convite ao arrependimento genuíno, aquele que refaz a forma e restaura o propósito. O Oleiro ainda está à mesa. Suas mãos não se cansaram. Ele não desistiu de você, nem da Sua igreja. Se houver rendição, Ele refaz. Se houver arrependimento, Ele restaura. Deus não desperdiça barro, desperdiça-se quem se recusa a ser moldado. O segredo da vida cristã vitoriosa é permanecer nas mãos do Oleiro, sensível ao Seu toque, pronto para ser transformado, mesmo que isso envolva dor. O vaso moldado por Deus sempre será usado para Sua glória (2Tm 2.20-21).

YONG, Amos. Renewing the Church through the Holy Spirit. Grand Rapids: Baker Academic, 2020.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança: Livro de Apoio – Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2015.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. The Spirit and Power: Foundations of Pentecostal Theology. Grand Rapids: Zondervan, 2019.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Comentário Bíblico Beacon: Jeremias a Malaquias. Kansas City: Beacon Hill Press, 2004.

Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2016.

 

SUBSÍDIO II

“‘SOBERANIA — Esta expressão representa o ensino bíblico que se refere ao absoluto, irresistível, infinito e incondicional exercício da vontade própria de Deus sobre qualquer área da sua criação. Deus é aquele que ordena todos os eventos ao longo do tempo e da eternidade, Ele também é o Criador e Mantenedor de tudo o que existe. Deus faz todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade’ (Ef 1.11).

Não há nada que esteja excluído do campo da soberania de Deus, incluindo até mesmo os atos ímpios dos homens. Embora Deus não aprove esses atos de impiedade, Ele os permite, governa e usa para os seus próprios objetivos e glória. A crucificação, o crime mais hediondo de todos os tempos, estava comprometida dentro dos limites ‘do determinado conselho e presciência de Deus’ (At 3.23). O Senhor Jesus disse a Pilatos que crucificar o Filho de Deus não era uma atitude que estava dentro dos limites do poder humano, mas aquele poder só poderia vir do Pai (Jo 19.11).” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.1844,1845).

 

III. ADVERTÊNCIA SIM, ESPERANÇA E AMOR TAMBÉM

1. Advertência divina. O ministério de Jeremias serviu de sinal ao povo de Deus e, conforme se vê em todo o seu livro, a exortação é a sua tônica. O povo de Judá foi avisado sobre o iminente juízo divino que o aguardava, caso não se arrependesse e permanecesse em seus maus caminhos (18.11). Se por um lado Jeremias representava a advertência, a exortação e a punição divina, por outro lado, o exercício de seu ministério oferecia duas certezas ao povo: Deus ainda estava no meio do seu povo e com ele falava, e Ele ainda se interessava e trabalhava pela sua restauração. A presença de Deus e o seu interesse pelo povo fundamentaram a mensagem recebida a partir do que Jeremias viu na casa do oleiro, a fim de tocar a consciência de Judá para que se voltasse para Deus e se arrependesse de seus maus caminhos. Deus estava chamando a atenção de seu povo. Esta advertência fundamentou-se na capacidade divina de fazer o que bem entender, isto é, tanto manter o seu plano original quanto mudar de plano (18.5-11).

👉 Você já parou para pensar que Deus não fala apenas para repreender, mas também para restaurar? Em Jeremias 18, vemos algo extraordinário: o Senhor leva Seu profeta à casa do oleiro, e ali, diante de um vaso moldável, revela o coração de Deus para com Seu povo. A primeira lição é clara e poderosa: Deus alerta para nos salvar, não apenas para nos condenar. Jeremias não era apenas um mensageiro de juízo; ele era o porta-voz da misericórdia divina, mostrando que a advertência de Deus está sempre acompanhada de esperança. Quando Jeremias anunciou o juízo que sobreviria a Judá, ele não falava de um futuro inevitável e impessoal, mas de uma possibilidade concreta: o povo poderia mudar seu destino. O hebraico usado no texto (shuv, voltar, arrepender-se) revela que Deus deseja um retorno genuíno, não superficial. Assim, a advertência divina é ao mesmo tempo um convite à restauração, e isso nos desafia hoje: quantas vezes resistimos à correção de Deus e perdemos a oportunidade de sermos moldados em algo maior? O ministério de Jeremias nos ensina sobre a tensão entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana. O Oleiro tem o poder de refazer o vaso, mas espera cooperação. Isso significa que, ainda que Deus seja soberano, Ele respeita nossa capacidade de escolha. É uma lição vital para a vida diária: nossos atos, palavras e decisões têm peso real diante de Deus. Se nos afastamos de Seus caminhos, nos tornamos vasos “estragados” em Suas mãos; se nos arrependemos, participamos ativamente da reconstrução do nosso próprio destino espiritual. Além disso, a experiência na casa do oleiro revela que Deus está presente e atento a cada detalhe de nossas vidas. O povo de Judá podia ver através do profeta que Deus não estava distante; Ele falava, intervia, e ainda se interessava por sua restauração (Jr 18.7-11). Essa é uma mensagem de esperança para todos nós: não importa quão longe tenhamos ido, Deus ainda se importa, ainda nos chama e ainda quer nos moldar. Essa verdade deve tocar a consciência de cada jovem, de cada família e de cada igreja local. A advertência divina também nos chama a uma autoavaliação sincera e prática. Pergunte-se: estou permitindo que Deus molde meu coração, ou estou resistindo, insistindo em minha própria forma e plano? Muitas igrejas hoje funcionam como vasos que se recusam a ser moldados: têm atividades, programas e ministérios, mas carecem de corações quebrantados e submissos à Palavra. Jeremias nos mostra que o toque do Oleiro não é opcional; é essencial para a sobrevivência e eficácia espiritual. Quando meditamos na casa do oleiro, percebemos que a esperança não é vaga ou passiva; é fruto da ação divina e da nossa resposta consciente. O amor de Deus se manifesta na paciência, no chamado contínuo e na oportunidade de reconstrução. Isso nos desafia a agir: não apenas ouvir a Palavra, mas aplicá-la, permitindo que Deus transforme hábitos, pensamentos, decisões e relacionamentos. Cada dia é uma chance de nos tornarmos vasos úteis para a glória do Senhor (2Tm 2.21). Portanto, a mensagem de Jeremias não é apenas histórica; é profundamente prática e pessoal. Deus nos adverte, sim, mas com amor. Ele nos mostra o caminho da restauração e nos desafia à cooperação. Que cada jovem, cada família e cada igreja olhe para suas mãos hoje e diga: “Senhor, molda-me! Restaura-me! Torna-me um vaso de honra em Tuas mãos.” O tempo de mudança, arrependimento e esperança é agora. Não deixemos o barro endurecer; permitamos que o Oleiro opere e nos faça instrumentos de glória eterna.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança: Livro de Apoio – Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2016.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2015.

YONG, Amos. Renewing the Church through the Holy Spirit. Grand Rapids: Baker Academic, 2020.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. The Spirit and Power: Foundations of Pentecostal Theology. Grand Rapids: Zondervan, 2019.

Comentário Bíblico Beacon: Jeremias a Malaquias. Kansas City: Beacon Hill Press, 2004.

2. Uma advertência de amor e de esperança. A mensagem de Jeremias não foi uma demonstração da ira divina contra Judá, mas de sua justiça que, ao invés de excluir o seu amor, o exalta, conjuntamente com a esperança de que só em Deus o seu povo pode ter. Deus afirmou que, a semelhança do vaso nas mãos do oleiro, assim o seu povo estava em suas mãos, assegurando-lhe que poderia descansar em seus cuidados paternais (18.6). Toda esta constatação está em conformidade com o pensamento de Deus sobre o seu povo, que eram pensamentos de paz e não para o mal (29.11-13). O Senhor usou o profeta para revelar os seus pensamentos, sentimentos e propósitos para com o seu povo, ao afirmar que ele era como filhos preciosos e motivo da comoção de seu coração (31.20,33).

👉 Você já percebeu como Deus consegue unir justiça e amor de maneira surpreendente? Em Jeremias 18, Ele não envia o profeta apenas para anunciar ira ou condenação; o objetivo é revelar um cuidado profundo e paternal pelo Seu povo. A imagem do vaso nas mãos do oleiro não é apenas poética: é teológica, simbólica e extremamente prática. O hebraico yatsar (“formar”, “moldar”) destaca a ação deliberada de Deus sobre cada vida, Ele não age de forma impessoal, mas com intenção, paciência e amor, buscando transformar corações que se desviaram. O vaso que pode ser remodelado nas mãos do oleiro (v.6) mostra que o Senhor oferece oportunidade de mudança. A justiça de Deus não exclui Seu amor; na verdade, ela o evidencia. Deus exerce disciplina, sim, mas para restaurar, nunca apenas para punir. Jeremias mostra que o povo de Judá está nas mãos de Deus de forma segura, podendo descansar sob Sua proteção e cuidado paternal. É a mesma promessa de paz que encontramos em Jeremias 29.11–13: “Porque eu sei os pensamentos que penso a vosso respeito, pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” A exegese do texto revela algo impressionante: Deus se emociona com Seu povo. O profeta descreve a intensidade do amor divino em Jeremias 31.20 e 33, Ele sente como um pai se comove com filhos preciosos, sofrendo com o desvio, mas pronto a restaurar. Em grego, a ideia de splanchnizomai (“ter compaixão profunda, sentir no íntimo”) aplica-se aqui como metáfora do coração de Deus, que deseja ver Suas criaturas retornarem ao caminho certo. Isso nos desafia hoje: somos vasos que resistem ou que se entregam ao moldar do Oleiro? Para a prática diária, essa mensagem é direta e transformadora: se você tem se afastado da Palavra, se o pecado tem endurecido seu coração, saiba que Deus ainda quer moldar você. Cada decisão sua tem peso: arrependimento abre caminho para o recomeço; resistência endurece o barro. A advertência de Jeremias é também uma chamada à autoavaliação pessoal e comunitária: a igreja, as famílias e os ministérios locais devem se perguntar se estão permitindo que Deus opere mudanças genuínas, ou se estão apenas mantendo formas externas sem submissão interior. Além disso, a advertência e a esperança caminham juntas. Deus não apenas aponta o erro, Ele revela possibilidades de restauração. O jovem que se entrega hoje ao Senhor não está apenas evitando juízo; está permitindo que sua vida se torne um instrumento de honra (2Tm 2.21). A esperança cristã, portanto, não é utopia, mas resultado da ação soberana de Deus e da resposta consciente do ser humano — uma parceria entre graça e responsabilidade. A mensagem de Jeremias nos convida também a refletir sobre nosso papel na vida de outros: somos chamados a alertar, exortar e amar, como o profeta. Ao cuidarmos do próximo, apontando caminhos de arrependimento e transformação, participamos da obra do Oleiro em nossa comunidade. Não se trata de julgar, mas de conduzir vasos à submissão amorosa e consciente às mãos de Deus. Por fim, lembre-se: o amor de Deus nunca falha, e Sua esperança nunca decepciona. Se o seu coração estiver quebrantado e aberto, Ele pode remodelar, restaurar e usar você para Sua glória. Hoje é o momento de escolher render-se às mãos do Oleiro, confiando que Ele não apenas molda, mas aperfeiçoa, capacita e transforma vidas para refletirem a beleza de Seu propósito eterno.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança: Livro de Apoio – Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2016.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2015.

YONG, Amos. Renewing the Church through the Holy Spirit. Grand Rapids: Baker Academic, 2020.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. The Spirit and Power: Foundations of Pentecostal Theology. Grand Rapids: Zondervan, 2019.

Comentário Bíblico Beacon: Jeremias a Malaquias. Kansas City: Beacon Hill Press, 2004.

3. A restauração de um povo. O interesse de Deus não era destruir o seu povo, mas restaurá-lo (18.8,9), embora a falta de arrependimento resultasse em sua destruição (10-17). Ainda com a imagem do vaso sendo trabalhado pelas mãos do oleiro, é possível notar o interesse de Deus em forjar uma Judá forte, preparada e capaz de refletir a sua glória e o seu caráter às nações. Deus prometeu abençoar todas as famílias da Terra por intermédio da descendência de Abraão (Gn 12.3). O Eterno constituiu Israel como “luz para os gentios” (Is 49.6), em outras palavras, a razão e o propósito da existência de Israel como povo de Deus se limitam ao cumprimento de seu propósito de anunciar e tornar as grandezas de Deus conhecidas entre as nações.

👉 Imagine o que é ser amado por Deus a ponto de Ele trabalhar pacientemente para restaurar cada detalhe da sua vida. Em Jeremias 18, o Oleiro não busca apenas moldar o barro; Ele deseja moldar um povo, preparando-o para refletir Sua glória e caráter diante das nações. A imagem do vaso nas mãos de Deus revela a tensão entre julgamento e misericórdia: a destruição não é o objetivo final, mas a consequência da resistência ao Seu amor restaurador (Jr 18.8-10). Deus não quer simplesmente punir; Ele quer transformar. O profeta nos mostra que o interesse de Deus é sempre restaurador. Ele visava a formação de uma Judá forte, resiliente e capaz de cumprir o propósito eterno do povo de Deus. Cada vaso moldado representa vidas humanas, famílias e igrejas que devem ser reflexos vivos do caráter de Deus. A ideia do vaso sendo remodelado no hebraico chathath reforça a possibilidade de recomeço: mesmo após o erro, Deus pode restaurar e refazer. Essa é uma mensagem vital para cada jovem: nunca é tarde para se render às mãos do Oleiro e permitir a transformação divina. A restauração de Judá não é apenas local ou temporal; ela carrega um propósito universal. Deus prometeu que todas as famílias da Terra seriam abençoadas por meio da descendência de Abraão (Gn 12.3), e Israel foi constituído como “luz para os gentios” (Is 49.6). Isso mostra que o papel do povo de Deus vai além de sua própria sobrevivência: ele existe para anunciar e tornar conhecidas as grandezas de Deus entre todas as nações. Essa visão amplia nossa perspectiva: cada cristão é chamado a ser vaso de honra, contribuindo para a missão global de Deus. No plano de Deus, a restauração é tanto individual quanto coletiva. Jeremias 18 revela que um coração arrependido pode evitar o juízo e abrir caminho para bênçãos duradouras, enquanto a obstinação conduz à destruição (vv.9-10). Para os jovens de hoje, isso significa que cada decisão, escolha de amigos, palavras, atitudes e prioridades, influencia não apenas a vida pessoal, mas também o impacto espiritual da comunidade ao redor. Somos chamados a cooperar com Deus, permitindo que Ele nos molde para cumprir Seu propósito. A teologia do vaso moldável também nos ensina sobre resiliência espiritual. Assim como o oleiro refaz o vaso quebrado, Deus reconstrói vidas despedaçadas, traumas, falhas e pecados, transformando dor em aprendizado e experiência para refletir Sua glória. A exegese do texto nos lembra que Deus age intencionalmente, com um objetivo: cada vaso remodelado deve refletir seu caráter santo e justo. Isso desafia cada jovem a se perguntar: “Estou permitindo que Deus molde meu caráter, ou continuo insistindo na forma que escolhi para mim mesmo?” Além disso, a restauração de Judá nos aponta para a esperança em Deus: mesmo quando tudo parece perdido, Ele não abandona o povo que se volta a Ele. É uma esperança ativa, que exige resposta, arrependimento, submissão e cooperação. O Oleiro continua trabalhando, e cada vaso quebrado tem a oportunidade de se tornar instrumento de honra (2Tm 2.21). Para igrejas locais e famílias, a lição é clara: a restauração começa quando há humildade e abertura à ação divina. Por fim, Jeremias nos lembra que a glória de Deus se manifesta na vida de um povo restaurado. Cada vaso moldado nas mãos do Oleiro se torna testemunho vivo de Sua fidelidade, poder e amor. O desafio é real e pessoal: permita que Deus opere em você, transforme sua vida e use você para refletir Sua luz às nações. O momento de se render às mãos do Oleiro é agora; não adie a restauração que Ele deseja realizar.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança: Livro de Apoio – Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: SBB, 2016.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2015.

YONG, Amos. Renewing the Church through the Holy Spirit. Grand Rapids: Baker Academic, 2020.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. The Spirit and Power: Foundations of Pentecostal Theology. Grand Rapids: Zondervan, 2019.

Comentário Bíblico Beacon: Jeremias a Malaquias. Kansas City: Beacon Hill Press, 2004.

 

SUBSÍDIO III

“Deus continua livre para modificar as suas intenções declaradas, e a ajudar a maneira como Ele lida conosco, dependendo das escolhas que fazemos. Isto inclui a maneira como respondemos a sua oferta de perdão ou aos seus avisos de juízo. Os planos de Deus para nós não são completamente pré-determinados e inalteráveis. Embora o próprio Deus não mude (Nm 25.19; Tg 1.17), a sua misericórdia e paciência permitem que Ele seja ‘flexível’ quando leva em consideração mudanças espirituais, crescimento e progresso nas pessoas. As bênçãos, promessas e juízos de Deus normalmente são condicionais, dependendo de nossas escolhas e comportamento. Embora Deus conheça as decisões que iremos tomar, Ele não nos obriga a tomar essas decisões. Em vez disso, Ele permite que decidamos se vamos seguir o seu caminho de propósito e bênção, ou o caminho da rebelião e do juízo”. (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p.930).

 

 

CONCLUSÃO

O capítulo 18 de Jeremias traz uma mensagem de advertência e de exortação, de amor e de esperança a um povo pelo qual Deus tem um amor incondicional, mas que lhe exige santidade e, em alguns momentos, arrependimento e mudança de rota.

👉 O capítulo 18 de Jeremias é um convite poderoso para contemplarmos a ação soberana e amorosa de Deus em meio à fragilidade humana. Ele nos mostra que o Senhor não deseja simplesmente julgar, mas restaurar, moldar e capacitar Seu povo para refletir Seu caráter santo e Sua glória. A advertência de Jeremias não é um aviso distante ou impessoal; é uma mensagem de amor profundo, que combina justiça e esperança, lembrando que o pecado tem consequências, mas a resposta arrependida tem poder transformador. Assim como o oleiro molda o vaso com cuidado e intenção, Deus nos chama a permitir que Ele molde nossos corações, pensamentos e atitudes. O povo de Judá é exemplo vivo de que a restauração exige humildade, arrependimento e cooperação com o plano divino. A mesma verdade se aplica a nós hoje: Deus nos ama incondicionalmente, mas espera que vivamos vidas santas, conscientes de que cada escolha, cada decisão, pode aproximar-nos da transformação ou nos afastar de Seu propósito eterno. A beleza desta narrativa está na esperança que ela traz: mesmo quando tudo parece perdido, Deus continua trabalhando em nossas vidas, buscando vasos que possam refletir Sua luz para as nações. É um lembrete de que não existe barreira para o poder restaurador de Deus, desde que nossos corações estejam abertos para o toque do Oleiro. O capítulo 18 nos desafia a uma autoavaliação sincera, tanto pessoal quanto comunitária, lembrando que somos chamados a viver de modo que glorifiquemos a Deus em todas as áreas de nossas vidas. Esta poderosa lição é totalmente aplicável ao nosso dia-a-dia cristão! Permita-se deixar moldar! Siga estes três passos e aplique-os em sus vida:

1. Entrega diária ao Oleiro: Reserve um momento de reflexão pessoal todos os dias para se perguntar: “Em que áreas da minha vida preciso permitir que Deus me molde hoje?” Reconheça suas falhas e entregue-as ao cuidado de Deus, confiando que Ele pode transformar até o que parece perdido.

2. Promover restauração na comunidade: Na igreja ou na família, seja um instrumento de amor restaurador. Incentive amigos, irmãos e familiares a se voltarem para Deus, mostrando que advertência e exortação sempre caminham juntas com esperança e cuidado, assim como Jeremias fez em Judá.

3. Viver com propósito para impactar as nações: Reconheça que, assim como Israel, sua vida tem um propósito maior: ser luz para aqueles ao seu redor. Cada decisão diária, palavras, atitudes e escolhas, deve refletir o caráter de Deus, tornando-se testemunho vivo de Sua glória e conduzindo outros à esperança e à fé.

Essa conclusão encerra a Lição 4 mostrando que Deus é um Oleiro paciente e amoroso, que deseja moldar vidas para refletir Sua glória. O chamado é pessoal e urgente: abra seu coração, arrependa-se, permita a restauração e viva como vaso de honra, pronto para impactar sua geração.

Viva para a máxima glória do Nome do Senhor Jesus!

Viva conectado a Cristo, adore com sinceridade, sirva com amor e aja com justiça, para que cada atitude reflita a glória de Deus no mundo.

Meu ministério aqui é um chamado do coração: compartilhar o ensino da Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras, com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.

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HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, o que é uma parábola?

O vocábulo “parábola” é de origem grega, cujo significado é “colocar ao lado de”.

2. Qual o propósito da parábola nas Escrituras Sagradas?

Nas Escrituras Sagradas, o seu uso visa transmitir uma mensagem e valores espirituais por meio de linguagem fácil, já conhecida, favorecendo assim a sua compreensão.

3. Qual a parábola encontramos no capítulo 18 de Jeremias?

No capítulo 18 do livro de Jeremias encontramos a “Parábola da Casa do Oleiro”.

4. O que representa o vaso de barro na parábola do capítulo 18 de Jeremias?

O vaso de barro representa o povo de Judá.

5. Qual era a condição de Judá revelada a Jeremias na casa do oleiro?

O conteúdo central da mensagem que Jeremias recebeu de Deus na casa do oleiro mostra a seguinte condição de Judá, não faltava culto, o que faltava era adoração genuína e Judá praticava a idolatria.