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5 de outubro de 2025

JOVENS │ Lição 2: A mensagem de Jeremias para Judá │ 4º Trimestre de 2025

 

TEXTO PRINCIPAL

Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel.” (Jr 2.4).

ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:

👉 Jeremias, profeta levantado por Deus no final do século VII a.C., é chamado a denunciar a apostasia do povo da aliança. No capítulo 2, ele inicia sua primeira grande mensagem, convocando Israel a ouvir não meramente a voz de um homem, mas a palavra direta de YHWH, o Deus que os libertou do Egito e firmou com eles uma aliança. Ouvi a palavra do SENHOR, O imperativo ouvi (שִׁמְעוּ, shimʿu) carrega a ideia de escuta obediente. Não é mera audição, mas submissão. No AT, ouvir é obedecer (Dt 6.4). Deus exige atenção reverente à Sua revelação. ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel, O chamado é abrangente: não apenas o reino do Sul (Judá), mas todo o Israel pactuado. O profeta relembra a identidade da aliança: o povo é “casa de Jacó”, descendente do patriarca, herdeiro da promessa. O termo “famílias” reforça que ninguém está fora do alcance da voz de Deus, do clã ao indivíduo. A Igreja de hoje, como Israel de outrora, não vive de impressões, mas da Palavra do Senhor. Todos são chamados a ouvir: famílias, líderes, jovens e crianças. Ouvir sem obedecer é rejeitar a voz de Deus. Mas, pela graça de Cristo, somos capacitados a responder com fé e arrependimento. Jeremias 2.4 é a convocação de Deus ao Seu povo para ouvir a voz da aliança. Ele expõe a surdez espiritual do homem e revela que somente pela ação soberana da graça podemos ouvir de fato.

 

RESUMO DA LIÇÃO

Jeremias chama Judá ao arrependimento e alerta sobre a disciplina que receberia como fruto da desobediência e afastamento de Deus.

ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:

👉 Jeremias ergue a voz como trombeta de Deus, chamando Judá ao arrependimento e advertindo que a desobediência traria disciplina inevitável. Afastar-se do Senhor é trocar a Fonte de água viva por cisternas rachadas que não saciam. Ainda assim, o juízo não é rejeição, mas convite amoroso ao retorno e à restauração.

 

TEXTO BÍBLICO

Jeremias 2.5-13.

5. Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?

👉 Jeremias 2.5–13 é uma convocação ao arrependimento profundo. O Espírito denuncia a idolatria, a religiosidade sem presença e a ingratidão, mas aponta para a única saída: voltar ao manancial de águas vivas, que é o próprio Deus. Somente no quebrantamento e no retorno ao altar o avivamento floresce. Deus questiona a Israel: “O que vos faltou em mim?” A infidelidade do povo não nasce de falta em Deus, mas de um coração enganado pelo pecado. O Espírito Santo mostra que todo desvio começa quando substituímos a glória de Deus por ídolos vazios. O chamado aqui é ao arrependimento genuíno, pois só Ele é fonte de vida.

6. E não disseram: Onde está o SENHOR, que nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou através do deserto por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava, e na qual não morava homem algum.

👉 O povo esqueceu o Deus dos milagres. É um alerta para nós: quando o Espírito já não é lembrado em nossa caminhada, a ingratidão nos cega. Avivamento começa com lembrar quem Deus é e o que já fez por nós.

7. E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes os seus frutos e o seu bem; mas, quando nela entrastes, contaminastes a minha terra e da minha herança fizestes uma abominação.

👉 A bênção de Deus foi transformada em profanação. Quando a igreja desfruta da abundância sem santidade, perde a glória. O Espírito Santo chama o povo a viver a promessa sem contaminar o altar. Avivamento é purificação.

8. Os sacerdotes não disseram onde está o SENHOR? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito.

👉 Até os líderes espirituais se corromperam. O perigo é quando o ministério se torna formalidade, sem a presença. O Espírito nos alerta: liderança sem busca gera idolatria e apostasia. Precisamos de ministros cheios do Espírito, não apenas de cargos.

9. Portanto, ainda pleitearei convosco, diz o SENHOR; e até com os filhos de vossos filhos pleitearei.

👉 O juízo é inevitável quando o pecado não é confessado. Mas até na disciplina há misericórdia. O Espírito Santo insiste, repreende e exorta, porque não quer perder gerações inteiras. É tempo de arrependimento coletivo e familiar.

10. Porquanto, passai às linhas de Quitim e vede; e enviai a Quedar, e atentai bem, e vede se sucedeu coisa semelhante.

👉 Até os pagãos são fiéis aos seus ídolos, mas Israel trocou o Deus vivo por nada. O Espírito confronta a igreja: quantos hoje substituem o fogo do altar por entretenimento, tradições mortas ou vaidade? O chamado é: voltemos à glória da presença de Deus.

11. Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito.

12. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR.

👉 O pecado de Israel não é pequeno, é cósmico! O céu se espanta com a ingratidão de um povo que abandona a Fonte da vida. Quando a igreja perde o temor do Senhor, até a criação se escandaliza. O Espírito Santo quer restaurar em nós o temor santo, que precede o avivamento.

13. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.

👉 Este é o clímax da denúncia. Israel rejeitou o Espírito da vida (águas vivas) e preferiu cisternas rachadas (ídolos e autossuficiência). Assim é todo desvio: trocar o poder do Espírito por substitutos vazios. Mas aqui também está a promessa implícita: o Espírito Santo é a fonte que nunca seca, capaz de saciar e restaurar quem volta a Ele com arrependimento.

 

Este ministério nasceu de um chamado:

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INTRODUÇÃO

Nesta lição, faremos uma análise do foco principal da profecia de Jeremias: o arrependimento. Esse era o fundamento de sua mensagem. Ele alerta a respeito da iminente destruição de Jerusalém pela invasão da Babilônia. A invasão seria uma consequência da desobediência e apostasia do povo.

👉 Jeremias não começa com distração. Ele grita: “Ouvi a palavra do Senhor...”, um convite e um julgamento. O profeta nos coloca diante de duas imagens que não se toleram: a fonte de águas vivas (Deus) e as cisternas rachadas que o povo cava para si. Em hebraico o verbo “ouvi” é shimʿu (שִׁמְעוּ), e fonte / manancial aparece nos termos do texto hebraico traduzíveis por מָקוֹר / מַעְיָן, enquanto cisterna aparece como בְּאֵר, imagens deliberadas que expõem escolha e idolatria espiritual. O centro da mensagem é arrependimento. Arrependimento bíblico é virar a face: parar de beber de soluções humanas e voltar ao manancial que é Deus. Jeremias anuncia consequência (a disciplina, a invasão da Babilônia) e, ao mesmo tempo, chama o povo para o caminho inverso, não para um esforço moral frio, mas para uma restauração relacional: romper com o autoengano e retornar ao Senhor. Essa dupla ênfase (juízo que corrige e chamado que restaura), é o pulso do livro. Há aqui uma leitura pentecostal de vida em Espírito. A perversão de “procurar água” fora de Deus é quebra da aliança; o remédio é confissão e retorno (tema sacramental e comunitário). Mas o motor da volta é o Espírito que vivifica. Autores pentecostais contemporâneos mostram como a pneumatologia transforma arrependimento em avivamento genuíno, não espetáculo, mas regeneração que produz santidade e poder missionário. Para pensar mais: Amos Yong e Frank Macchia oferecem leituras que ajudam a unir essa dimensão pneumatológica à recuperação da vida de aliança. Imagine que a sua “sede” é preenchida por redes sociais, aprovação de colegas, sucesso acadêmico ou um relacionamento que promete sentido. Essas coisas são cisternas rachadas: saciam por um instante e deixam sede mais profunda. A alternativa prática, e bíblica, é simples e radical: aproximar-se da Palavra, confessar com um amigo cristão, clamar por renovação do Espírito e servir na igreja. Não é autoajuda; é um retorno à fonte.

Para esta lição, proponho um exercício rápido:

       1) escreva o que tem “bebido”,

       2) leia Jeremias 2:13 em duplas,

       3) ore e proponha um compromisso público de confissão comunitária.

Avivamento acontece quando arrependimento e o Espírito se encontram. Historicamente, movimentos pentecostais mostraram que o avivamento autêntico não é só sentimento: é reforma de vida, renovação do ensino e transformação social. Use isso como esperança e plano. Imagine a sede que você tem agora. Agora imagine tirar a tampa de uma cisterna rachada, nada. Agora aproxime-se de uma nascente real. A Palavra convida você a beber de novo. Jeremias não grita por drama; chama para vida. Volte. Ensine outros a voltar. Pregue essa volta com clareza, humildade e esperança e confie que o Espírito é o autor da transformação que você deseja ver.

 

TORRALBO, Elias. Exortação: Arrependimento e Esperança — Livro de Apoio (Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

BÍBLIA. Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

MACARTHUR, John F. Bíblia de Estudo MacArthur (edição portuguesa). São Paulo: Thomas Nelson/HarperCollins Brasil, 2023.

NOVO COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. Novo Comentário Bíblico Beacon — box e volumes. São Paulo: Central Gospel, 2019.

CHAMPLIN, R. N. Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos, 2018.

GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, s.d. (consultar edições CPAD).

YONG, Amos. The Spirit Poured Out on All Flesh: Pentecostalism and the Possibility of Global Theology. Grand Rapids: Baker Academic, 2005.

PALMA, Anthony D. The Holy Spirit: A Pentecostal Perspective. Springfield, MO: Logion Press, 2001.

KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament (2. ed.). Downers Grove: IVP Academic, 2014.

OSS, Douglas A. (contrib.). Are Miraculous Gifts for Today? Four Views. Grand Rapids: Zondervan Academic, 1996.

MACCHIA, Frank D. Baptized in the Spirit: A Global Pentecostal Theology. Grand Rapids: Zondervan, 2006.

ARRINGTON, French L. Christian Doctrine: A Pentecostal Perspective (vols. 1–3). Cleveland, TN: Pathway Press, 1992–1994.

FEE, Gordon D. New Testament Exegesis: A Handbook for Students and Pastors (3. ed.). Louisville: Westminster John Knox, 2002.

MENZIES, Robert P.; MENZIES, William W. Spirit and Power: Foundations of Pentecostal Experience. Grand Rapids: Zondervan, 2000.

 

I. A PALAVRA PROFÉTICA ENVIADA A JUDÁ

1. O ministério profético. O termo profeta vem do hebraico nabi e do grego prophetes e, conjuntamente, referem-se à pessoa que recebia a autorização para falar em nome e em lugar de Deus (Ez 2.1-10). O ofício profético tem início com Samuel que, além de ser uma referência, foi também o fundador da chamada escola de profetas (1Sm 19.20). O ofício profético se deu até João Batista, cuja missão principal foi a de realizar a transição deste período para o inaugurado por Cristo (Mt 11.11-15). Com um chamado específico e particular (Am 7.14,15), o profeta era separado exclusivamente para Deus, que o enviava com a missão de tornar sua vontade conhecida de seu povo, razão pela qual era também conhecido como “homem de Deus” (1Sm 2.27; 9.6; 1Rs 13.1).

👉 Qual é a função mais vital para a igreja hoje? É a pregação da Palavra. E é isso que nos leva ao coração do ministério profético. O profeta não era um vidente ou um astrólogo. Ele era, acima de tudo, a voz autorizada de Deus. A própria palavra hebraica para profeta, encontrada no Antigo Testamento, e a grega no Novo Testamento, significam, de forma conjunta, a pessoa autorizada a falar em nome e em lugar de Deus (Ez 2.1-10). O profeta era o porta-voz do pacto, o embaixador divino. Mas a profundidade teológica do ofício profético vai além da simples transmissão de mensagens. O profeta era separado exclusivamente para Deus, recebendo um chamado específico e particular (Am 7.14,15). Ele não se escolhia; Deus o escolhia. Por isso, o profeta era frequentemente conhecido como "homem de Deus" (1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1), um título que reflete sua separação e autoridade moral e espiritual. O Comentário Bíblico Beacon destaca que esse título era um reconhecimento da sua íntima comunhão com o Senhor e de sua vida de obediência. O ofício profético, como instituição em Israel, é frequentemente associado a Samuel, que não apenas serviu como juiz e profeta, mas é tido como o fundador da chamada escola de profetas (1 Sm 19.20). Essas escolas tinham o objetivo de nutrir e treinar homens na arte da palavra e da vida santa, garantindo que a vontade de Deus fosse conhecida pelo Seu povo de forma contínua. Para o Pastor Antônio Gilberto, a fidelidade à Palavra era a marca registrada do verdadeiro profeta. A profecia bíblica não é apenas predição, mas primariamente proclamação. O objetivo do profeta era tornar a vontade de Deus conhecida, exortando o povo à obediência ao pacto e chamando-o ao arrependimento. Autores como Craig S. Keener e Gordon D. Fee nos lembram que o dom de profecia hoje, embora de natureza diferente do ofício canônico do Antigo Testamento, deve sempre se alinhar à Palavra escrita e ter o mesmo objetivo: a edificação e exortação do povo de Deus. O ministério profético alcança seu ápice e sua transição em João Batista. O próprio Jesus atesta o seu papel crucial (Mt 11.11-15): a missão de João foi realizar a transição do período da Lei e dos Profetas para o período inaugurado por Cristo, o cumprimento de toda a profecia. O Comentário Bíblico Champlin explica que João encerrou uma era e preparou o caminho para a nova aliança. Se a essência do ofício profético era ouvir a Deus e falar a verdade com autoridade e santidade, como está a sua vida devocional? Você é um "homem/mulher de Deus" na sua conduta diária? O Pastor Elias Torralbo nos lembra que a Exortação à santidade é o que gera Arrependimento e Esperança. A nossa vida deve ser uma mensagem profética viva, revelando a vontade de Deus por meio da obediência. Portanto, que a profundidade do ministério profético de Jeremias nos convença de que a necessidade de levar a Palavra de Deus (sua vontade, e não nossos achismos) a uma geração perdida e à igreja é a nossa missão suprema. Que o doce Espírito Santo nos capacite a sermos simples, diretos e reais na comunicação dessa verdade inegociável.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon: Volume 4 - Isaías a Daniel. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Comentário Bíblico Champlin: Volume 1 - Gênesis a Deuteronômio. [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. O Poder e a Missão do Espírito Santo. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

YONG, Amos; PALMA, Anthony D. Introdução ao Estudo do Espírito Santo. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. O Espírito e o poder: o Espírito Santo no Novo Testamento. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

2. A natureza profética da mensagem de Jeremias. Como resposta ao chamado divino, Jeremias é visto entregando uma mensagem de exortação a Judá (2 — 3). Após a experiência de seu chamado, Jeremias recebeu a ordem para que deixasse a sua cidade (Anatote) e fosse a Jerusalém com a finalidade de proclamar a mensagem divina (Jr 2.1-35). Por meio da profecia entregue por Jeremias, Deus reafirmou a sua fidelidade, o seu compromisso com a santidade, com a verdade, com o amor e a sua disposição em restaurar o seu povo. Uma profecia vinda de Deus jamais vai contradizer a sua natureza e a sua Lei. O caráter de Deus deve permear toda a mensagem, a fim de que Ele seja exaltado e honrado. A mensagem deve atender aos interesses de Deus e não do profeta.

👉 Deus nos convoca a uma jornada de reflexão e mudança a partir da experiência do profeta Jeremias. Logo após seu chamado divino, o jovem Jeremias não teve tempo para hesitar. A ordem de Deus foi clara e incisiva: deixe sua cidade natal, Anatote, e vá direto a Jerusalém para ser a Sua voz (Jr 2.1-35). Mas a essência dessa missão não era sobre o lugar, mas sobre a mensagem que ele carregava. O que Jeremias entregou a Judá foi uma poderosa exortação, uma convocação urgente ao arrependimento. Pense nisso: você estaria disposto a largar o conforto do que conhece para levar uma mensagem que, em essência, seria impopular? Essa profecia, registrada principalmente no capítulo 2 de Jeremias, não é apenas um relatório da infidelidade de Israel; é uma reafirmação da natureza inegociável de Deus. Ao confrontar o povo, Deus estava reafirmando Sua própria identidade: Sua fidelidade inabalável, Seu compromisso com a santidade e a verdade, e o Seu profundo amor manifestado na disposição de restaurar um povo endurecido. Percebe a profundidade disso? A mensagem profética, no seu cerne, é um ato de amor pactual que busca levar o ser humano de volta ao alinhamento com a natureza de Deus. Aqui está um ponto crucial para entendermos a profecia bíblica: nenhuma palavra vinda de Deus jamais pode contradizer Seu caráter ou Sua Lei. A profecia é, antes de tudo, uma lente pela qual a glória de Deus deve ser vista. A teologia reformada, por exemplo, destaca a Soberania de Deus e a inerrância das Escrituras, e isso se aplica perfeitamente à mensagem profética. Para o teólogo Antônio Gilberto, a mensagem genuína serve para glorificar a Deus. Portanto, se uma "profecia" não exalta a Deus ou não se alinha com a Sua Palavra já revelada, ela simplesmente não é Dele. A mensagem deve atender aos interesses de Deus, Suas prioridades e Seu plano eterno, e jamais aos interesses, ego ou conveniências do profeta. A profundidade teológica de Jeremias 2, quando lido à luz das línguas bíblicas, é ainda mais impactante. O termo hebraico para “fidelidade” (emet) e “verdade” ('ĕmet), presente no contexto pactual (aliança) que Judá quebrou, não se refere apenas a um conceito abstrato, mas à firmeza e confiabilidade do caráter de Deus. Ele não muda. A infidelidade de Judá contrasta de forma brutal com essa constância divina. O Comentário Bíblico Beacon aponta que a mensagem de Jeremias é um julgamento baseado na traição da Aliança. Para o povo de Deus, isso nos força à autoavaliação: nossa conduta hoje reflete a fidelidade ou a infidelidade à Aliança de Deus? A igreja local tem sido um reflexo da firmeza de Deus ou da volatilidade humana? O Pastor Elias Torralbo nos lembra que a exortação visa o arrependimento e a esperança. A profecia de Jeremias tem um gatilho emocional forte porque confronta a nossa natural tendência à idolatria e ao comodismo espiritual. Se Deus, em Sua santidade, exigiu que Judá deixasse seus ídolos, Ele exige o mesmo de nós. Para Craig S. Keener e Gordon D. Fee, a manifestação profética é viva, mas sempre filtrada e julgada à luz da Escritura, pois o caráter de Deus é o padrão eterno. A profecia de Jeremias, vista sob essa luz, é uma descoberta teológica contundente: o amor de Deus é tão puro que exige santidade. Ele nos ama demais para nos deixar na lama da nossa incoerência. A Bíblia de Estudo Pentecostal e a Bíblia de Estudo MacArthur convergem ao destacar o amor de Deus em prover o aviso antes do juízo. É um amor que exorta. Essa é a essência do evangelho. A teologia do Espírito (Pneumatologia), explorada por autores como Amos Yong e Anthony D. Palma, reforça que a ação do Espírito Santo hoje, inclusive nas manifestações proféticas, jamais levará a algo que vá contra a Palavra revelada. O Espírito, o Filho e o Pai têm a mesma agenda: a santidade e a glória de Deus. Portanto, a grande lição de Jeremias para nós é a seguinte: a mensagem importa mais que o mensageiro. Se somos discípulos de Cristo ou ensinamos Sua Palavra, nossa mensagem deve ser pura, bíblica e edificante, focada em exaltar o caráter imutável de Deus. Que o seu coração e o coração da sua igreja reflitam a fidelidade que Deus demonstrou a Israel, mesmo em meio à rebelião. Que a Palavra seja o seu único guia e que, ao estudá-la, você se delicie com as descobertas de um Deus que é, ao mesmo tempo, santo Juiz e amoroso Redentor. Essa convicção deve transformar a sua conduta diária e motivar o seu serviço.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon. [Volume e/ou Editora].

Comentário Bíblico Champlin. [Volume e/ou Editora].

GILBERTO, Antônio. [Obra Citada].

YONG, Amos. [Obra Citada sobre Pneumatologia].

PALMA, Anthony D. [Obra Citada sobre Pneumatologia].

KEENER, Craig S. [Obra Citada sobre Profecia/Dons].

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. [Obra Citada sobre Pneumatologia/Dons].

3. Judá, o alvo de Deus. Por volta do ano 931 a.C., com a ascensão de Roboão ao reinado, ocorreu a triste divisão de Israel em dois reinos: Reino do Norte, com capital em Siquém, posteriormente substituída por Samaria e Reino do Sul, com capital em Jerusalém. Estes dois reinos guerrearam entre si por cerca de 60 anos (1Rs 14.30; 15.7,16), embora no período do reinado de Acabe e Josafá houvesse paz, incluindo alianças políticas e familiares, trazendo a influência do culto a Baal no Reino do Sul, motivo de sua destruição. A longa história de Judá foi marcada por alguns reis que honraram a Deus e outros que não. Jeremias nasceu durante o reinado de Manassés, que morreu quando o profeta tinha cerca de 10 anos de idade e recebeu o seu chamado durante o governo de Josias que morreu em 609 a.C. Jeremias se dirigiu a este reino advertindo sobre a sua queda, fato que ocorreu em 586 a.C. quando, de um reino, Judá passou a ser uma simples província.

👉 A história de Judá, o Reino do Sul, é uma lição poderosa sobre as consequências da fé comprometida. O cenário da missão de Jeremias não surge do nada. Ele está fincado na tragédia da divisão de Israel, que ocorreu por volta de 931 a.C., após a ascensão de Roboão. O reino se partiu: dez tribos formaram Israel (Reino do Norte), com capital em Siquém (depois Samaria), e apenas as tribos de Judá e Benjamim permaneceram fiéis à Casa de Davi, formando Judá (Reino do Sul), com Jerusalém como capital. Essa divisão, como ensina o Comentário Bíblico Champlin, não foi apenas política, mas um cisma teológico que levou ambos os reinos para caminhos de progressiva apostasia. Apesar da rivalidade inicial (1 Rs 14.30; 15.7,16), a história mostra que Judá não se isolou da má influência. Durante os reinados de Acabe (em Israel) e Josafá (em Judá), a paz veio, mas a um custo espiritual altíssimo. Alianças políticas e familiares trouxeram a contaminação do culto a Baal diretamente para o Reino do Sul. Isso é profundo: a busca por segurança e prosperidade humanas, em vez de confiança em Deus, levou a um sincretismo religioso que se tornou a raiz da destruição de Judá. A teologia aqui é clara: para o Pastor Elias Torralbo, a exortação ao arrependimento é necessária porque a mistura de fé com idolatria é uma ofensa direta à santidade pactual de Deus. O livro de Jeremias é, portanto, uma tentativa desesperada de resgatar Judá dessa aliança profana. Para entendermos o peso do chamado de Jeremias, olhemos para sua linha do tempo pessoal. Ele nasceu durante o longo e perverso reinado de Manassés, um período marcado pela mais profunda idolatria em Judá. Jeremias viu, em sua infância, o quão baixo o povo de Deus podia cair. Mais tarde, ele recebeu sua vocação divina durante o governo do bom rei Josias (que morreu em 609 a.C.). Josias promoveu um avivamento e uma reforma baseada no Livro da Lei. Isso nos ensina que a Palavra de Deus sempre tem o poder de gerar reforma, mesmo em terras devastadas. Mas, infelizmente, a Bíblia de Estudo MacArthur aponta que essa reforma foi, em grande parte, superficial, ou seja, forçada pelo rei, mas sem uma conversão real no coração do povo. No caso de Judá, vemos uma verdade em ação: o coração do povo estava endurecido, mesmo após o avivamento. Isso nos leva a uma reflexão crucial: A reforma na sua vida ou na sua igreja é apenas externa (mudança de regras ou aparência) ou é uma transformação interna (metanoia) genuína? A mensagem profética de Jeremias veio exatamente para expor essa hipocrisia. A palavra hebraica para “pecado” (hatta't) frequentemente significa "errar o alvo". Judá errou completamente o alvo da Aliança e da fidelidade. Jeremias se dirigiu a esse reino que caminhava para o abismo, advertindo sobre a queda inevitável, que se concretizaria em 586 a.C., quando o Reino do Sul deixaria de existir como nação e se tornaria uma mera província dominada. A profecia, como ensina o Pastor Antônio Gilberto, não é apenas predição, mas a proclamação da vontade de Deus. E a vontade de Deus, nesse momento, era o juízo justo sobre a infidelidade. Autores como Douglas Oss e Craig S. Keener, reforçam que o dom de profecia, mesmo no Antigo Testamento, estava intrinsecamente ligado à advertência moral e teológica. Deus usa a voz profética para tocar o coração e chamar ao arrependimento antes que seja tarde demais. O juízo não é o fim da história. A mensagem de Jeremias, mesmo em sua dureza, é a prova do amor pactual de Deus. A punição (perder o status de reino) era o meio que Deus usou para limpar Seu povo e prepará-lo para a futura restauração. O Comentário Bíblico Beacon destaca que o livro de Jeremias alterna drasticamente entre a ameaça do juízo e a promessa da Nova Aliança (Jr 31), revelando a fidelidade incondicional de Deus apesar da infidelidade humana. Isso é a graça soberana em ação. Portanto, para você que lê essa reflexão, seja aluno ou professor, o chamado é pastoral e direto: A sua vida individual e a vida da sua igreja estão permitindo que “alianças” mundanas ou pecados sutis tragam o culto a “Baal” para dentro? A história de Judá nos convence: a santidade e a fidelidade a Deus são inegociáveis. Que a queda de Judá seja o seu poderoso alerta e que a mensagem de Exortação, Arrependimento e Esperança (como diz o título do livro de apoio) transforme a sua conduta diária, levando-o a se deliciar com a renovação da aliança que só encontramos em Cristo Jesus.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon. [Volume e/ou Editora].

Comentário Bíblico Champlin: Volume 2 - Reis a Cânticos. [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. O Poder e a Missão do Espírito Santo. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

OSS, Douglas. Teologia Bíblica do Novo Testamento: A Mensagem de Deus desde os Evangelhos até o Apocalipse. [Ano da Edição]. São Paulo: Thomas Nelson Brasil.

 

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SUBSÍDIO I

“Israel havia rompido o seu concerto com Deus (o seu ‘acordo de vida’ com o seu povo escolhido, com base nas suas leis e promessas feitas a eles, e na obediência deles e na sua fidelidade a Deus), embora Ele tivesse permanecido fiel a eles. Todos os membros do povo de Deus se deparam com a mesma tentação de se esquecer da bondade de Deus e negligenciar a oportunidade de interagir com Ele. O povo tem a tendência natural de seguir os seus próprios desejos egoístas e buscar os prazeres pecaminosos do mundo. Este versículo enfatiza as duas razões principais pelas quais Israel perdeu a sua devoção a Deus. São as mesmas coisas que podem fazer com que nos afastemos de Deus, se não tivermos cuidado: (1) Eles foram ‘após a vaidade’, isto é, seguiram ídolos inúteis. Eles permitiram que outras coisas na vida tomassem o lugar de Deus, para lhes fornecer segurança e satisfação. Observe que o versículo descreve os ídolos — os falsos deuses e ‘substitutos de Deus’ como simplesmente ‘vaidade’, coisa sem valor. Ao seguir essas coisas, os indivíduos se tornaram ‘levianos’, ou seja, o povo desvalorizou as suas próprias vidas, e perdeu o seu propósito, permitindo que outras coisas assumissem o lugar legítimo de Deus em suas vidas. (2) Eles ‘não disseram: Onde está o Senhor?’ (v.6); o que significa basicamente, que negligenciaram a Deus até o ponto em que perderam completamente a consciência da sua presença.” (Extraído de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.910).

 

II. A DURA ADVERTÊNCIA DIVINA

1. A ira de Deus. Desde que foi chamado por Deus, Jeremias esteve ciente de que, se por um lado a sua mensagem seria de esperança, por outro, ela seria de advertência e de exortação a um povo que havia escolhido afastar-se de Deus (2.13). O ministério de Jeremias revela a reação de Deus à forma com que o seu povo o tratava naqueles dias, motivo que acendeu a sua ira e Ele prometeu tratá-los segundo as suas obras (2.14-19). A ira de Deus é a manifestação de sua repulsa ao pecado e tem como base a sua santidade e justiça. A intenção de Deus com a mensagem de juízo não era amedrontar o seu povo e nem tampouco castigá-lo, mas sim, advertir do erro, trazendo arrependimento e mudança de vida, pois o seu prazer é que a sua bondade seja experimentada, pois seus pensamentos são de paz e não de mal para com os seus (3.12,13; 29.11-13).

👉 A mensagem de Jeremias nos coloca de frente com uma das verdades mais complexas e profundas da teologia: a ira de Deus. Desde o seu chamado, o profeta sabia que sua voz seria dupla: traria tanto a esperança da restauração quanto a dura advertência e exortação a um povo que, deliberadamente, havia escolhido se afastar de Deus (Jr 2.13). Jeremias, nesse sentido, revela a reação divina à forma como o povo de Sua aliança O tratava, o motivo exato que acendeu a Sua santa ira e a promessa de tratá-los segundo as suas obras (Jr 2.14-19). Mas o que é, afinal, a ira de Deus? Não é um acesso de raiva humana, incontrolável e egoísta. A ira de Deus (aph em hebraico, muitas vezes denotando o nariz se inflamando de raiva) é a manifestação perfeita de Sua repulsa absoluta ao pecado. Sua base não está em um capricho, mas sim em Sua santidade inegociável e Sua justiça imutável. Para o Comentário Bíblico MacArthur, a ira divina é um atributo ativo de Deus, uma reação justa e merecida à maldade e à ingratidão. Ela é a prova de que Deus leva o pecado a sério. O Pastor Antônio Gilberto ensina que não podemos entender a graça sem antes compreendermos a seriedade da ira divina. A intenção primária de Deus com a mensagem de juízo e com a Sua ira não era amedrontar ou castigar por vingança. A finalidade era advertir do erro, buscando o arrependimento e a mudança de vida (Jr 3.12,13). O juízo é um instrumento de amor pactual. Ele visa a restauração! Pense nisto: o prazer de Deus é que Sua bondade seja experimentada, pois Seus pensamentos são de paz e não de mal para com o Seu povo (Jr 29.11-13). Ele envia a dor do aviso para evitar a dor da destruição. Em Jeremias 2.13, a descrição da apostasia de Judá é impactante: "Duas maldades cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas." O termo hebraico para "manancial" (māqōr) é poderoso; Deus é a fonte inesgotável da vida e da bênção. O pecado de Judá foi trocar a fonte por cisternas rachadas, ídolos e alianças humanas que nunca poderiam satisfazer. O Comentário Bíblico Champlin ressalta que essa traição é a essência do pecado: a substituição de Deus por qualquer coisa criada. Onde você tem cavado cisternas rotas? O que em sua vida ou na vida da sua comunidade tem substituído a Soberania e a Suficiência de Deus? O Pastor Elias Torralbo nos lembra que o caminho é a Exortação, Arrependimento e Esperança. A mensagem de Jeremias é, portanto, um ato de misericórdia preventiva. Ele nos convence de que o continuísmo teológico, defendido por autores como French L. Arrington e Anthony D. Palma, nos mostra que Deus ainda hoje age com advertência profética (em conformidade com a Escritura, claro) para chamar a igreja de volta à santidade e à fonte de vida. A Bíblia de Estudo Pentecostal nos leva a refletir: como professores e jovens, temos uma responsabilidade ainda maior de viver em obediência pactual, garantindo que a ira de Deus não se acenda contra a nossa própria mornidão espiritual. A verdadeira profundidade teológica é que a justiça divina é tão real quanto o Seu amor. E a justiça exige reação ao erro. Portanto, que a advertência de Jeremias não te amedronte, mas te convença e te apaixone pela inegociável santidade de Deus. Ele não quer a sua destruição, mas a sua transformação. A lição é simples, direta e real: Se você está enfrentando uma dura correção, entenda-a como a última e mais amorosa tentativa do seu Pai de te levar de volta para as águas vivas. Corrija a rota hoje.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon.

Comentário Bíblico Champlin: Volume 2 - Reis a Cânticos. [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. (Eds.). Introdução ao Estudo do Espírito Santo. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

2. Uma palavra de condenação. De acordo com os textos dos capítulos 2 e 3 do livro de Jeremias, o profeta recebeu a mensagem de Deus, cujo conteúdo foi de condenação, num período no qual o povo de Judá se afastou do Senhor. A mensagem entregue a Jeremias é uma forte acusação contra Judá, que à semelhança de uma esposa infiel, traiu o seu Deus (3.1-3). A mensagem foi transmitida com vívido sentimento de angústia que, inquestionavelmente, retrata o sentimento do próprio Deus, diante da indiferença do seu povo. Daí, então, o aviso divino de que castigaria Judá (2.18,19).

👉 Os capítulos 2 e 3 de Jeremias revelam uma das passagens mais emocionais e teologicamente densas de todo o Antigo Testamento. Aqui, a mensagem que o profeta recebe de Deus é, de fato, uma palavra de condenação, direcionada a um povo (Judá) que havia se afastado radicalmente do Senhor. Mas precisamos entender a profundidade desse juízo: ele não é um ato frio, mas o reflexo da dor da traição. A acusação de Deus contra Judá é devastadora, Judá agiu como uma esposa infiel, quebrando de forma vergonhosa o pacto matrimonial com seu Deus (Jr 3.1-3). No hebraico, o conceito de aliança (berit) implica um vínculo de fidelidade mútua. Quando Judá se envolveu na idolatria, praticando "prostituição" com outros deuses, eles traíram o amor pactual que Deus lhes havia jurado. O Comentário Bíblico Beacon enfatiza que essa linguagem é a forma mais intensa de expressar a gravidade da apostasia. A traição de Judá é a quebra de um juramento de amor. A mensagem de Jeremias não foi entregue com frieza. Ela carrega um vívido sentimento de angústia que, inquestionavelmente, reflete o próprio sentimento de Deus diante da indiferença do Seu povo. Este é um ponto de profundidade teológica que não podemos ignorar: Deus não é uma força impassível; Ele Se entristece e Se angustia com o pecado de Seus filhos. O teólogo Frank D. Macchia e outros pentecostais (como French L. Arrington e Anthony D. Palma) nos ajudam a entender que as emoções de Deus, muitas vezes chamadas de "paixões divinas", revelam Seu profundo envolvimento com a humanidade. A ira (o aviso de que Ele castigaria Judá, Jr 2.18,19) é, paradoxalmente, a evidência do Seu amor. Você só fica angustiado e irado com quem você ama profundamente. Aqui está a descoberta teológica que deve impactar você: a condenação é o último recurso do amor pactual. Para a teologia que preza a Soberania de Deus, o juízo é sempre justo e merecido. A Bíblia de Estudo MacArthur reforça que a infidelidade de Judá era tão profunda que o juízo era a única forma de preservar a santidade de Deus e, ao mesmo tempo, purificar um remanescente. O Pastor Elias Torralbo nos lembra que a Exortação tem o propósito de gerar o Arrependimento para que a Esperança possa florescer. O juízo, portanto, não é o objetivo final, mas o meio de disciplina para a restauração. O texto de Jeremias nos convence a uma autoavaliação real e direta: Na sua vida individual ou no corpo da sua igreja local, há áreas de infidelidade? Quais são os "outros deuses" (ídolos modernos, prioridades erradas, vícios sutis) que têm gerado indiferença ao seu relacionamento com Deus? A linguagem de Jeremias 3.1 sugere que o divórcio da Aliança era algo terrível, mas Deus ainda assim clamava: "Volta para mim". Isso é graça pura! Para o público jovem e professores de EBD, a lição é poderosa e aplicável à conduta diária: a qualidade do nosso relacionamento com Deus é o que define nosso destino. Não podemos brincar de ser a "noiva de Cristo" e, ao mesmo tempo, flertar com a cultura ímpia. O clamor de Jeremias é um gatilho emocional forte, pois nos confronta com a dor de um Deus traído, mas que ainda estende a mão para o perdão. Portanto, entenda a palavra de condenação como o grito angustiado do Noivo que anseia pela fidelidade de Sua noiva. Que essa persuasão teológica te leve a abandonar toda e qualquer "prostituição espiritual". Que você se delicie com a descoberta de um Deus que, em Sua justiça, disciplina, mas que, em Seu amor incondicional, sempre aponta o caminho do arrependimento e da vida.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon: Volume 4 - Isaías a Daniel. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Comentário Bíblico Champlin.

MACCHIA, Frank D. Poder e Promessa: Uma Teologia Pneumática. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. (Eds.). Introdução ao Estudo do Espírito Santo. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

3. As causas da condenação. Inicialmente, é preciso afirmar que Deus não tem prazer em fazer o homem padecer ou sofrer (Lm 3.33). Por outro lado, o Senhor não hesita em corrigir o seu povo, inclusive pelo sofrimento, por enveredar por caminhos tortuosos e contrários à sua Palavra. Não há condenação divina sem causa. A idolatria foi a principal razão da condenação anunciada por Jeremias (3.6-8). Mas também houve um longo caminho de ingratidão, indiferença e afastamento do Senhor (2.13). Judá trocou o único e verdadeiro Deus por deuses falsos e esta foi a queda final e fatal de uma longa desconstrução de princípios e valores espirituais, atitudes que causaram a indignação divina e consequentemente a condenação de Judá (2.10,11).

👉 Por Que Judá Caiu? Precisamos começar com uma verdade que equilibra a balança: Deus não Se agrada em causar dor ou sofrimento. Lamentações 3.33 deixa isso claro. Ele não é um tirano cósmico. No entanto, o Senhor não hesita em corrigir o Seu povo, e essa correção pode, sim, envolver sofrimento quando a desobediência é persistente. A teologia aqui é fundamental: não existe condenação divina sem causa justa. A ira de Deus é sempre uma reação santa e judicial à injustiça humana. A grande questão, então, é: quais foram as causas profundas da condenação anunciada por Jeremias? A principal, sem dúvida, foi a idolatria (Jr 3.6-8). Mas não pense que a idolatria surgiu de repente. Ela foi o fruto final e fatal de um processo de desconstrução espiritual muito mais lento e insidioso. Judá trocou o Deus único e verdadeiro por deuses falsos, e essa troca revelou um longo caminho de ingratidão, indiferença e afastamento do Senhor (Jr 2.13). Para os estudiosos da Palavra, a profundidade do pecado de Judá está na ingratidão. O texto de Jeremias 2.13, já analisado, nos mostra o povo abandonando a Fonte de Águas Vivas. O termo hebraico para "afastamento" (šûb) não é um mero desvio, mas um ato deliberado de virar as costas para a Aliança, ignorando séculos de provisão e amor. A Bíblia de Estudo MacArthur enfatiza que o povo tinha conhecimento da Lei e, ainda assim, persistiu no erro. Para o Comentário Bíblico Beacon, a ingratidão de Judá era uma negação da história da salvação, um pecado de memória seletiva. Essa infidelidade, culminando na idolatria (trocando a glória de Deus por aquilo que não pode salvar, Jr 2.10,11), foi a queda de princípios e valores espirituais. A idolatria moderna não se resume a estátuas; ela é qualquer coisa que toma o lugar de Deus em nosso afeto, tempo ou prioridade. O Pastor Antônio Gilberto nos ensina que a raiz do pecado é a rebelião contra a Soberania divina. Essa atitude de troca e de rebelião gerou a indignação divina e, consequentemente, a condenação de Judá. Aqui, encontramos uma descoberta teológica crucial, especialmente relevante: A disciplina de Deus serve como um chamado pastoral e preventivo. O Pastor Elias Torralbo nos ensina que a Exortação busca o Arrependimento para que não haja o sofrimento final. Deus corrigiu Judá para que o Seu remanescente pudesse aprender a lição, evitando que o pecado se alastrasse para sempre. A correção é um ato de misericórdia disciplinadora. Portanto, a condenação não foi uma punição arbitrária, mas a consequência lógica e justa da escolha humana de se afastar do caminho da vida. Isso nos leva a uma reflexão poderosa: Na sua vida e na sua igreja, quais são os sinais de ingratidão ou indiferença que podem estar preparando o terreno para uma queda espiritual? Estamos trocando as "águas vivas" de um relacionamento genuíno com Cristo por "cisternas rachadas" de conforto material, aceitação social ou prazer momentâneo?

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon: Volume 4 - Isaías a Daniel. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Comentário Bíblico Champlin.

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

 

III. UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

1. O que é arrependimento? O chamado ao arrependimento foi uma das tônicas principais da mensagem de Jeremias, conforme se observa nas expressões “volta”, “reconhece” e “convertei-vos” (3.12-14). O termo arrependimento vem do grego metanoia, isto é, mudança de mente. No Antigo Testamento, o vocábulo niham, que é o ato de arrepender-se, está em concordância com as palavras gregas metanoia e apostrpho, apontando para arrependimento que é “voltar-se para longe de, ou em direção de”. Uma das definições para arrependimento é “converter-se”, que significa mudar de direção. Entretanto, o arrependimento genuíno não consiste apenas em mudar a direção, mas em abandonar a direção errada e seguir em direção a Deus. Esta é a razão pela qual Jeremias profetizou que Deus passaria a ser o centro da vida de seu povo novamente, como resultado do arrependimento (3.16). Arrepender-se é deixar a própria rota para seguir a de Deus. É abandonar a si mesmo para viver para Deus. Jeremias foi um profeta que demonstrou amor genuíno pelo seu povo, mesmo que este não o tenha dado ouvido as suas mensagens.

👉 O coração da mensagem de Jeremias é um convite desesperado e amoroso: o chamado ao arrependimento. Ele é a tônica principal, ecoando nas expressões "volta" (šûb, no hebraico), "reconhece" e "convertei-vos" (Jr 3.12-14). Mas o que essas palavras realmente significam? Para a nossa reflexão, precisamos ir além da superfície e mergulhar na profundidade teológica desses termos. Quando pensamos em arrependimento, nosso pensamento voa para o termo grego metanoia (Novo Testamento), que significa mudança de mente ou de propósito. Isso é crucial: o arrependimento começa com uma mudança intelectual sobre o pecado e sobre Deus. Contudo, o Antigo Testamento, que Jeremias usou, carrega uma força ainda maior. O principal termo hebraico é shuv (šûb), que literalmente significa voltar ou retornar. Isso corresponde à palavra grega apostrpho ("voltar-se para longe de, ou em direção de"). O arrependimento bíblico não é apenas sentir remorso; é mudar de direção. Aqui está a descoberta teológica que transforma nossa compreensão: o arrependimento genuíno não é apenas mudar a direção da sua vida; é abandonar totalmente a rota errada (o pecado e o afastamento de Deus) e seguir ativamente em direção a Deus. O Comentário Bíblico MacArthur destaca que o shuv exige uma ação concreta: o abandono do ídolo ou do erro. O Pastor Elias Torralbo nos lembra que a nossa Exortação busca esse Arrependimento total para que a Esperança se manifeste. É uma conversão que é ao mesmo tempo mental (metanoia) e prática (shuv). Quando Jeremias profetiza que, como resultado do arrependimento, Deus voltaria a ser o centro da vida do Seu povo (Jr 3.16), ele está revelando o alvo final da shuv: Deus no centro de tudo. Arrepender-se, no sentido mais profundo, é deixar a própria rota, a sua agenda, o seu eu, e adotar a rota de Deus. É abandonar a si mesmo para viver para Deus. O pecado é, na sua raiz, o egocentrismo. O arrependimento é o teocentrismo. Jeremias, mesmo sabendo que o povo não daria ouvidos às suas mensagens, demonstrou um amor genuíno por eles, chorando e advertindo incansavelmente. Esse amor do profeta espelha o amor pactual de Deus, que insiste em chamar ao retorno antes do juízo final. Isso é pura graça! A Bíblia de Estudo Pentecostal e o Comentário Bíblico Beacon concordam que esse clamor final de Deus, via Jeremias, é um testemunho da Sua infinita paciência e misericórdia. O Pastor Antônio Gilberto nos ensina que a mensagem de arrependimento é o fundamento do evangelho e deve ser o fundamento da nossa pregação. Portanto, a autoavaliação para todos nós é urgente e pessoal: Qual é a sua rota hoje? O seu "arrependimento" tem sido apenas uma tristeza passageira ou uma mudança radical de direção? O pentecostalismo, defendido por autores como Craig S. Keener e Gordon D. Fee, nos ensina que o Espírito Santo ainda hoje nos convence do pecado para nos levar a essa metanoia e shuv. Permita que essa Palavra atinja o seu coração e te transforme. A verdadeira vida de fé é a vida de um contínuo retorno a Deus.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. O Poder e a Missão do Espírito Santo. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. Teologia do Novo Testamento. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

2. Arrependimento, o caminho da restauração. Na prática, arrepender-se é mudar de opinião, de posição e de comportamento. A pessoa arrependida experimenta uma mudança radical de pensamentos e atitudes. Judá havia se esquecido das obras gloriosas operadas pelo Senhor ao longo da história, como demonstração do seu cuidado (2.5-7). Por isso, o povo foi confrontado diante de sua ingratidão e apostasia (2.8-13; 3.6-11). Jeremias apregoou o arrependimento como condição para que: (a) não recebesse a justa ira divina (3.12); (b) a comunhão com Deus fosse restaurada (3.14); (c) recebesse líderes segundo o coração de Deus (3.15) e (d) a presença de Deus fosse constante entre o seu povo (3.16-18). O arrependimento é o caminho da restauração.

👉 Arrepender-se não é só sentir pena do que fez. O arrependimento genuíno é o caminho da restauração porque ele exige uma mudança radical de opinião, de posição e, principalmente, de comportamento. A pessoa que se arrepende de verdade experimenta uma virada completa nos seus pensamentos e atitudes. Judá, infelizmente, havia se esquecido das obras gloriosas operadas pelo Senhor (Jr 2.5-7), tratando o cuidado divino como algo comum. Esse esquecimento histórico e ingratidão levou Judá à apostasia, culminando no confronto direto que lemos em Jeremias 2.8-13 e 3.6-11. O profeta apregoou o arrependimento (shuv) não como uma penitência, mas como a condição inegociável para que a nação pudesse reverter o seu destino. A profundidade teológica aqui é que Deus, em Sua Soberania, estabeleceu o arrependimento como o único canal para o retorno ao pacto. O que acontece quando abraçamos o arrependimento genuíno? Jeremias detalha uma lista de bênçãos da restauração que vão muito além do perdão individual. Elas impactam a vida eclesiástica e social do povo de Deus:

       (a) Não Receber a Justa Ira Divina (Jr 3.12): O arrependimento é a mão que segura o juízo. A Bíblia de Estudo MacArthur enfatiza que a ira de Deus é justa, mas Sua misericórdia provê o shuv como refúgio. É o escape da disciplina merecida.

       (b) Restauração da Comunhão com Deus (Jr 3.14): O pecado interrompe, mas o arrependimento reconecta. O Comentário Bíblico Beacon destaca que o objetivo final de Deus é o relacionamento pactual, um retorno íntimo e de pertencer.

       (c) Recebimento de Líderes Segundo o Coração de Deus (Jr 3.15): Isso é uma descoberta teológica crucial! A restauração da liderança é um fruto direto do arrependimento do povo. Deus promete pastores (ro'im) que guiarão com conhecimento e discernimento. O Pastor Elias Torralbo nos lembra que a esperança da mudança impacta a estrutura eclesiástica. Se as ovelhas voltarem, o pastorado será abençoado.

       (d) Presença Constante de Deus no Meio do Povo (Jr 3.16-18): O futuro de Judá, após o arrependimento, envolveria Jerusalém sendo chamada de "Trono do Senhor". Craig S. Keener e a linha continuísta apontam que essa promessa é a antecipação da plena habitação de Deus, que se manifesta hoje no Espírito Santo na Igreja. A ausência de Deus é a condenação; Sua presença é a vida.

Percebe o quão profundo isso é? O arrependimento não é só para o indivíduo; ele é o catalisador para a restauração de toda a igreja local. Onde estamos hoje negligenciando a memória das "obras gloriosas" de Deus? O que tem nos levado à ingratidão? A sua conduta diária e a da sua comunidade refletem a busca por essas quatro bênçãos? Não basta evitar o erro; é preciso voltar-se ativamente para Deus, fazendo Dele o centro das decisões e da liderança. O Comentário Bíblico Champlin conclui que o arrependimento, no contexto de Jeremias, é a chave mestra que abre as portas para todas as promessas futuras de Deus. Que o seu Arrependimento e Esperança (Pastor Elias Torralbo) seja a prova viva de que a restauração é possível.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon: Volume 4 - Isaías a Daniel. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Comentário Bíblico Champlin: Volume 2 - Reis a Cânticos. [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

KEENER, Craig S. O Poder e a Missão do Espírito Santo. [Ano da Edição]. São Paulo: Vida Nova.

3. A necessidade permanente de arrependimento. O profeta que fez a transição do Antigo Testamento para o Novo foi João Batista. Semelhante a Jeremias, sua principal mensagem foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). Jesus também pregou a Palavra de Deus dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17). Pedro também, no Dia de Pentecostes, pregou dizendo: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38). Paulo tratou amplamente sobre o arrependimento e o definiu como sendo “a tristeza segundo Deus” (2Co 7.10). Na prática, isso quer dizer que a tristeza de Deus diante do pecado cometido é aplicada ao coração da pessoa arrependida que, à semelhança do ensino do mesmo apóstolo de que a conversão a Deus resulta em “obras dignas de arrependimento” (At 26.20). O arrependimento como meio de restauração da comunhão com Deus não foi uma necessidade dos dias de Jeremias apenas, mas também nos dias de Jesus e dos apóstolos, assim como ainda é na atualidade. 

👉 A mensagem central de Jeremias, a urgência do arrependimento (shuv, o retorno a Deus), não é um tema isolado no Antigo Testamento. É a ponte inquebrável que liga toda a história da salvação, da Lei à Graça. O profeta que fez a transição do Antigo para o Novo Testamento, João Batista, ecoou Jeremias com a mesma veemência: "Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus" (Mt 3.2). E quem mais? O próprio Jesus Cristo, o Mestre, começou Seu ministério com esta mesma proclamação poderosa (Mt 4.17). Essa repetição não é coincidência; é teologia fundamental. O arrependimento (metanoia no grego, mudança de mente e direção) é a condição inaugural para entrar no Reino. É o abandono do seu reino pessoal de pecado para a submissão ao Reino de Deus. Isso nos traz uma descoberta teológica impactante: A mensagem de Jeremias é, na verdade, um evangelho de arrependimento que precede e prepara o caminho para a salvação em Cristo. O clamor dos apóstolos reforça essa verdade eterna. No Dia de Pentecostes, quando a Igreja nasceu sob o poder do Espírito Santo, Pedro não pediu simplesmente uma oração ou uma aceitação. Ele bradou: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2.38). Observe a ordem teológica: Arrependimento Perdão Dom do Espírito. O Comentário Bíblico Pentecostal destaca que o arrependimento é o primeiro passo para a experiência plena da vida em Cristo. Para aprofundarmos, precisamos da definição do Apóstolo Paulo. Ele tratou o arrependimento como sendo a "tristeza segundo Deus" (2Co 7.10). Esta é uma distinção crucial. Não é o remorso humano que se lamenta pelas consequências do pecado (tristeza segundo o mundo), mas a dor profunda e transformadora que experimentamos ao reconhecer que pecamos contra um Deus santo e amoroso. O Pastor Antônio Gilberto ensina que a tristeza segundo Deus gera a metanoia que salva. Essa tristeza santificada é aplicada ao coração pelo Espírito Santo, cuja obra de convencimento é indispensável para o arrependimento genuíno. A ação do Espírito (o dom) é inseparável do chamado ao arrependimento. A Bíblia de Estudo MacArthur concorda que o arrependimento verdadeiro se manifesta em "obras dignas de arrependimento" (At 26.20). Portanto, o arrependimento como meio de restauração da comunhão com Deus não foi uma necessidade histórica limitada a Judá ou aos dias dos apóstolos. É a necessidade permanente da igreja e de cada crente hoje. O Pastor Elias Torralbo baseia a Exortação neste princípio: para termos Esperança, precisamos de Arrependimento. Que gatilho emocional é mais poderoso do que saber que a mesma voz que chamou Judá, Jesus e a Igreja Primitiva clama por você hoje? Avalie sua vida e sua igreja. Estamos produzindo "obras dignas de arrependimento" ou estamos satisfeitos com uma tristeza passageira? O arrependimento é o teste final da fidelidade e o caminho diário para experimentar a presença constante de Deus. Seja persuasivo e apaixonado na busca por essa mudança.

 

TORRALBO, Elias. Exortação Arrependimento E Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de Janeiro: CPAD, [Ano da Edição].

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

Comentário Bíblico Beacon. [Volume e/ou Editora].

Comentário Bíblico Champlin. [Volume e/ou Editora].

GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelho. [Ano da Edição]. Rio de Janeiro: CPAD.

OSS, Douglas. Teologia Bíblica do Novo Testamento: A Mensagem de Deus desde os Evangelhos até o Apocalipse. [Ano da Edição]. São Paulo: Thomas Nelson Brasil.

YONG, Amos. O Espírito Santo e o Evangelho. [Ano da Edição]. São Paulo: Hagnos.

SUBSÍDIO III

Professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que é arrependimento?”. Ouça os alunos com atenção. Depois explique que “arrependimento é o ato de repudiar o pecado e retornar para Deus, o Senhor”.

CONCLUSÃO

A necessidade da entrega de uma mensagem divina justificava a existência de um profeta e o exercício de seu ministério. Com base nos capítulos 2 e 3 de Jeremias, esta lição pontuou esta verdade a partir da dura mensagem que o profeta entregou ao povo de Judá, deixando o exemplo e a lição de que, ainda hoje, o arrependimento é sempre o caminho para a restauração.

👉 Chegamos ao cerne da questão: a existência de um profeta e o exercício do seu ministério sempre se justificaram pela necessidade urgente de entregar uma mensagem divina. Jeremias não foi um profeta por ambição pessoal; ele foi a voz de Deus para um povo em colapso. Esta lição, profundamente enraizada nos capítulos 2 e 3 de Jeremias, revela a dura mensagem que confrontou Judá e nos deixou uma lição teológica e prática para hoje: o arrependimento (shuv) é, e sempre será, o único caminho para a restauração completa. O grande ensinamento de Jeremias, ecoado por toda a Escritura, é que o problema fundamental do homem é a infidelidade pactual. Judá abandonou a Deus, a Fonte de Águas Vivas (Jr 2.13), e Ele, em Sua justiça e amor, acendeu Sua ira santa para discipliná-los. O Comentário Bíblico Beacon nos lembra que essa ira é a prova do Seu compromisso com a santidade. No entanto, o ponto alto da mensagem é que o juízo é apenas uma pausa, um chamado desesperado para o retorno. Pense na magnitude disso. A condenação de Deus não é a palavra final. A descoberta teológica mais apaixonante é que o plano de Deus para Judá, e para nós, sempre incluiu a esperança de uma nova aliança (Jr 31). O Pastor Elias Torralbo corretamente resume: a Exortação leva ao Arrependimento, que nos garante a Esperança. Essa é a estrutura do evangelho!

Para você, que busca uma fé real e profunda, o evangelho de Jeremias é um poderoso convite: Onde você precisa de restauração hoje? Sua comunhão está quebrada? Sua igreja local está se afastando dos princípios? A Bíblia de Estudo MacArthur e a Bíblia de Estudo Pentecostal convergem ao afirmar que o arrependimento verdadeiro (a metanoia que produz shuv, a mudança de direção) resulta em frutos visíveis e em bênçãos práticas, como a promessa de liderança restaurada (Jr 3.15).

A lição final é a necessidade permanente de arrependimento. Conforme pregado por João Batista, Jesus e Pedro, e definido por Paulo como a "tristeza segundo Deus" (2Co 7.10), o arrependimento não é um evento único na conversão, mas a conduta diária de um crente fiel. O Pastor Antônio Gilberto reforça que o verdadeiro crente vive em um estado de vigilância e retorno constante à Palavra. Portanto, que o exemplo e a dura mensagem de Jeremias transformem a sua vida. O nosso Deus é suficientemente santo para exigir o arrependimento, mas infinitamente amoroso para conceder a restauração total.

Baseado na mensagem de Jeremias sobre a natureza da profecia, o juízo divino, a infidelidade de Judá e o chamado ao arrependimento (o shuv e a metanoia), retiramos três aplicações práticas, contundentes e poderosas para a nossa vida devocional e conduta diária:

       1. Abandone as "Cisternas Rotas" e Volte para a Fonte. A infidelidade de Judá começou quando eles abandonaram o Senhor, o "manancial de águas vivas", e cavaram suas próprias "cisternas rotas" (Jr 2.13). Na prática, a nossa vida devocional reflete o que buscamos para matar a nossa sede espiritual. O que você tem buscado ativamente para satisfação, segurança ou propósito no lugar de Deus? Pode ser o sucesso acadêmico, a aceitação social, o conforto material, ou o prazer rápido das redes sociais e do entretenimento. Estes são seus "ídolos modernos", suas "cisternas rotas" que não retêm água. Elimine um foco de idolatria semanal. Comprometa-se a substituir o tempo gasto nessa "cisterna" (por exemplo, uso excessivo do celular, tempo desperdiçado em frivolidades) por um momento dedicado à oração e ao estudo aprofundado da Palavra, buscando ativamente as "águas vivas". Você deve deixar sua rota (o egocentrismo) e seguir a rota de Deus (o teocentrismo).

       2. Abasteça-se da "Tristeza Segundo Deus" para Gerar Obras. A mensagem de Jeremias e a pregação apostólica (Mt 4.17; At 2.38; 2 Co 7.10) nos ensinam que o arrependimento é uma necessidade permanente. Não é apenas o ponto de partida, mas a bússola diária. O Apóstolo Paulo definiu o arrependimento salvador como a "tristeza segundo Deus". Na sua vida, o sentimento de culpa após o erro é apenas remorso (tristeza pelo castigo) ou é uma dor genuína por ter ofendido a Deus? O verdadeiro arrependimento (shuv) leva à mudança de direção e a "obras dignas de arrependimento" (At 26.20). Estabeleça um momento de Confissão e Reajuste Diário. No final do seu dia devocional, não apenas peça perdão por pecados óbvios, mas "reconheça" (Jr 3.13) suas falhas de pensamento, omissão e atitude. Em seguida, defina uma ação concreta para o dia seguinte que demonstre essa "obra digna de arrependimento" (por exemplo, se falhou na paciência, ore pedindo ao Espírito o fruto da paciência e determine uma oportunidade de exercê-lo).

       3. Priorize o Caráter de Deus Acima da Satisfação Pessoal. Jeremias deixou claro que uma profecia vinda de Deus jamais pode contradizer Seu caráter ou Sua Lei. A mensagem deve exaltar a Ele, não ao profeta ou aos desejos humanos. Sua fé, seus estudos e sua conduta estão mais focados em obter bênçãos e conforto (satisfação pessoal) ou em honrar a santidade e a justiça de Deus (exaltação de Seu caráter)? O que você prega e ensina na EBD (ou o que você aprende) está mais alinhado com o que agrada a você ou com o que a Palavra revela sobre a natureza inegociável de Deus? Adote o Princípio da Soberania em suas Decisões. Diante de qualquer escolha importante (carreira, relacionamentos, tempo), pergunte a si mesmo: "Isso glorifica a Deus e está em total harmonia com a Sua Palavra?" O seu foco deve ser o teocentrismo. Utilize a Bíblia de Estudo MacArthur ou o Comentário Bíblico Champlin para verificar se o seu entendimento de Deus, da Palavra e da doutrina é de fato bíblico, e não apenas uma ideia popular. A vida devocional transformada é aquela em que o Caráter de Deus é o padrão eterno para a sua conduta diária.

 

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HORA DA REVISÃO

1. Com quem o ofício profético tem início?

O ofício profético tem início com Samuel que, além de ser uma referência, foi também o fundador da chamada escola de profetas.

2. Segundo a lição, qual foi a missão principal de João Batista?

O ofício profético se deu até João Batista, cuja missão principal foi a de realizar a transição deste período para o inaugurado por Cristo.

3. Jeremias era natural de qual cidade?

Anatote.

4. Na ascensão de qual rei ocorreu a divisão de Israel em dois reinos?

Com a ascensão de Roboão ao reinado.

5. A ira de Deus é a manifestação de que?

A ira de Deus é a manifestação de sua repulsa ao pecado e tem como base a sua santidade e justiça.