TEXTO ÁUREO
“Eu te louvarei, porque de um modo terrível e
tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o
sabe muito bem.” (Sl
139.14).
ENTENDA O TEXTO ÁUREO:
👉 O Salmo 139 é atribuído a Davi e é
uma das mais profundas meditações sobre a onisciência, onipresença e
onipotência de Deus. Nos vv. 1-6, o salmista reflete sobre a onisciência de
Deus: nada escapa ao seu conhecimento. Nos vv. 7-12, ele aborda a onipresença
de Deus: não há lugar onde o homem possa se esconder. Nos vv. 13-16, o foco é a
onipotência criadora de Deus no processo da formação humana. O v.14 se encontra
nessa terceira seção e é uma explosão de louvor diante da revelação de que o
corpo humano é obra direta e detalhada do Criador. Eu te louvarei, (’ôdeḵā). Vem do verbo יָדָה (yadah), que significa “confessar, reconhecer, dar
graças”. Aqui não é apenas cantar louvor, mas confessar publicamente a grandeza
de Deus. de um modo terrível, (nôrā’ôt). Do radical יָרֵא (yare’), “temer, reverenciar, causar assombro”. A ideia não é algo negativo, mas de profundo espanto diante do
mistério divino. O corpo humano é tão complexo que inspira temor reverente. tão
maravilhoso, (niphlā’ti). Do verbo פָּלָא
(pala’),
“ser extraordinário, estar além da compreensão”. O corpo humano é descrito como algo que ultrapassa a capacidade de
explicação humana. Formado, (’āsîtî). Do verbo עָשָׂה
(asah), “fazer,
produzir, modelar”.
Davi reconhece que Deus é
o artesão
do corpo humano. maravilhosas são as tuas obras, (niphlā’îm ma‘ăśeyḵā). Expressa que toda a criação de
Deus carrega o selo do extraordinário. a minha alma o sabe muito bem,
(wĕnap̄šî
yōḏa‘at mĕ’ōḏ). A palavra “alma” (nephesh) aqui designa a pessoa
integral (vida, consciência, interioridade). O conhecimento não é apenas
intelectual, mas existencial e experiencial.
O verso é paralelo em três
movimentos:
Louvor
– “Eu te louvarei…”
Motivo
– “…porque de modo terrível e maravilhoso fui formado”
Confirmação
– “…maravilhosas são as tuas obras, e minha alma o sabe muito bem”
Essa estrutura revela que o louvor
não é vazio, mas fundamentado na experiência concreta da criação divina.
Deus é o Criador íntimo: Ele não
apenas criou o universo, mas formou cada detalhe da constituição humana (cf. Sl
139.13). O corpo humano como obra-prima. Não há espaço para desprezo do corpo
(como no gnosticismo), nem idolatria dele (como no narcisismo). O corpo é um
milagre que aponta para Deus. A resposta humana é louvor. Quando o homem
reconhece a ação de Deus em sua própria existência, a única reação legítima é
adoração reverente. Davi afirma que sua “alma o sabe muito bem”: não é mera
informação, mas uma convicção profunda que dá identidade e propósito. Cada ser
humano, independente de aparência, limitação ou condição social, é uma obra
maravilhosa de Deus. Sendo criação divina, o corpo deve ser tratado com honra e
usado para glorificar a Deus (1Co 6.19-20). Este versículo afirma que a vida
não é fruto do acaso, mas tem um propósito inscrito pelo Criador. O
reconhecimento de que somos feitos de forma “terrível e maravilhosa” nos leva a
viver em gratidão e consagração. O Salmo 139.14 é uma declaração de louvor
teocêntrico: o corpo humano, com toda sua complexidade, é testemunho vivo da
sabedoria e do poder de Deus. O espanto (“terrível”) e a admiração
(“maravilhoso”) convergem para a adoração. Mais do que um dado científico,
trata-se de uma verdade existencial e espiritual: nossa própria existência é prova
do Criador, e a alma que o reconhece encontra descanso e propósito.
VERDADE PRÁTICA
A ciência busca desvendar os mistérios do corpo
humano, mas o crente descansa em saber que é obra da poderosa e perfeita mão de
Deus.
ENTENDA A VERDADE PRÁTICA:
👉 A ciência investiga o corpo; o
crente louva, pois sabe que foi tecido pelas mãos de Deus. Onde a ciência vê
mistério, o crente vê o milagre da mão do Criador. A ciência pesquisa o corpo
humano; o crente descansa em saber que é obra perfeita de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salmos
139.1-4,13-18.
1. Senhor, tu me sondaste e me conheces.
👉 me sondas.
Corno sempre foi em sua vida, Davi ora para que seu relacionamento com Deus
nunca mude (cf. vs. 23-24). Ele compreende que nada em seu interior pode ser
escondido do Deus
2. Tu conheces o meu assentar e o meu
levantar; de longe entendes o meu pensamento.
👉 Deus conhece os atos
mais comuns do dia a dia. Até mesmo os pensamentos, antes de serem palavras ou
gestos, já são discernidos por Ele. Isso inspira temor e também consolo: o
crente vive diante de um Deus que compreende suas intenções.
3. Cercas o meu andar e o meu deitar; e
conheces todos os meus caminhos.
👉 A palavra “cercas”
sugere proteção e vigilância. Deus acompanha cada passo e cada descanso. A vida
do servo está sob o olhar contínuo do Senhor, o que motiva confiança, ainda que
o futuro seja incerto.
4. Sem que haja uma palavra na minha língua,
eis que, ó Senhor, tudo conheces.
👉 O conhecimento divino
vai além das ações e intenções — abrange até mesmo as palavras antes que sejam
pronunciadas. Isso ensina ao crente a responsabilidade em usar os lábios para
edificação e adoração.
13. Pois possuíste o meu interior;
entreteceste-me no ventre de minha mãe.
👉 A criação da vida é
obra direta de Deus. Ele entretece cada detalhe do ser humano ainda no ventre.
O pentecostal vê aqui a defesa da vida desde a concepção, reconhecendo a
dignidade do nascituro como criação divina.
14. Eu te louvarei, porque de um modo
terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a
minha alma o sabe muito bem.
👉 O salmista se
maravilha diante da perfeição da criação. Cada detalhe do corpo humano é
testemunho da sabedoria do Criador. A resposta natural é louvor e gratidão.
15. Os meus ossos não te foram encobertos,
quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
👉 A metáfora de
“profundezas da terra” indica o mistério do ventre materno. Mesmo ali, em
segredo, Deus já contemplava a formação da vida. Nada está oculto diante Dele.
16. Os teus olhos viram o meu corpo ainda
informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo
dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.
👉 Antes mesmo do
nascimento, Deus já tinha conhecimento e plano para a vida do salmista. Isso
destaca a soberania divina sobre os dias do homem e inspira confiança no
propósito eterno de Deus.
17. E quão preciosos são para mim, ó Deus, os
teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
👉 O salmista reconhece
que os pensamentos de Deus a seu respeito são preciosos e numerosos. Essa
revelação enche o coração do crente de segurança: ele é constantemente lembrado
e amado por Deus.
18. Se os contasse, seriam em maior número do
que a areia; quando acordo, ainda estou contigo.
👉 A fidelidade e
presença de Deus são contínuas, mesmo após o sono, que simboliza
vulnerabilidade. O crente acorda na certeza de que Deus permanece ao seu lado.
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INTRODUÇÃO
Há séculos o racionalismo e o
cientificismo procuram explicar a existência humana. Segundo seus propagadores,
essas escolas de pensamentos teriam suficientes respostas para o homem em sua
busca de compreensão da realidade. Apesar disso, razão e ciência não conseguem
desvendar nem mesmo todos os mistérios do corpo humano. Como resultado, o homem
pós-moderno vive uma grande crise de identidade. Somente pela fé, por meio das
Escrituras Sagradas, temos respostas sobre nossa constituição e existência.
👉 A busca por respostas sobre a
existência humana não é nova. Desde a Antiguidade, filósofos, racionalistas e
cientificistas tentam explicar quem somos e por que estamos aqui. Prometeram
clareza, mas entregaram apenas fragmentos. Mesmo diante de grandes avanços, a
razão humana não consegue desvendar os mistérios mais profundos do corpo e da
alma. O salmista reconhece essa limitação ao declarar: “Eu te louvarei, porque
de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (Sl 139.14). A ciência
investiga, mas é a fé que contempla. Quando olhamos para as Escrituras,
descobrimos que a identidade humana não nasce no laboratório, mas no coração de
Deus. O termo hebraico usado em Gênesis 2.7, nephesh, traduzido como “alma
vivente”, mostra que o ser humano não é apenas matéria, mas uma unidade corpo,
alma e espírito, obra das mãos do Criador. Silas Queiroz afirma que “o homem
foi constituído por Deus de modo integral, de forma que nenhuma de suas
dimensões existe sem a outra”¹. Assim, nossa constituição não pode ser reduzida
a processos biológicos ou meramente racionais. O Novo Testamento reforça essa
verdade. Paulo, escrevendo aos tessalonicenses, ora para que “todo o vosso
espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis” (1Ts
5.23). No grego, temos pneuma (espírito), psyche (alma) e soma (corpo). Cada
termo revela uma dimensão inseparável da vida humana diante de Deus. Craig
Keener observa que Paulo não faz aqui uma separação filosófica, mas destaca a
totalidade do ser humano como propriedade do Senhor². O racionalismo
pós-moderno tenta fragmentar o homem; a revelação bíblica o integra no
propósito eterno de Deus. É por isso que a crise de identidade do nosso tempo
é, em sua raiz, uma crise espiritual. O homem sem Deus não sabe quem é, porque
não sabe de onde veio nem para onde vai. Como afirmou Antônio Gilberto, “sem a
revelação da Palavra, o homem se perde na tentativa de compreender a si
mesmo”³. A Palavra não apenas revela nossa constituição, mas mostra também o
nosso destino: fomos criados para a glória de Deus. A Bíblia de Estudo
Pentecostal destaca em Salmos 139 que a onisciência divina nos confronta e
consola ao mesmo tempo⁴. Ele nos conhece antes mesmo da palavra chegar à língua
(Sl 139.4). Isso significa que nossa existência não é fruto do acaso. Cada
célula, cada fibra, cada pensamento está diante do olhar atento do Criador.
Robert Menzies lembra que essa compreensão bíblica devolve dignidade ao ser
humano, tão desvalorizado pela cosmovisão secular⁵. O racionalismo busca
explicações, mas a fé oferece sentido. A ciência descreve o funcionamento do
corpo, mas não responde por que existimos. O evangelho, sim, nos mostra que
fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1.27) e chamados a viver em comunhão com Ele.
Frank Macchia ressalta que a identidade do homem só encontra plenitude no
Espírito, pois é o Espírito quem nos conforma à imagem de Cristo⁶. Diante dessa
revelação, fica o chamado: não busque no mundo o que só pode ser encontrado em
Deus. A Escritura é clara, profunda e suficiente. Quem deseja compreender a si
mesmo deve começar aos pés do Criador. Afinal, só a voz que nos formou pode nos
explicar. Só a graça que nos alcançou pode nos restaurar. E só o Espírito que
nos vivificou pode nos guiar ao propósito eterno de nossa existência. Vamos aprofundar o conteúdo desta aula? Venha comigo!
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
2.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2010.
3.
GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
4.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
5.
MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Springfield: Gospel
Publishing House, 2013.
6.
MACCHIA, Frank D. Baptized in the Spirit. Grand Rapids: Zondervan, 2006.
Palavra-Chave:
CORPO
👉 Teologicamente, o corpo é entendido
como a realidade visível do ser humano, sagrada e criada por Deus, que expressa
o espiritual e o divino. O apóstolo Paulo apresenta sua teologia do corpo em 1
Coríntios 6.9-20. Ele começa admitindo que o corpo humano foi prejudicado pelo
pecado (vv. 9-10). Todavia, isso não significa que simplesmente devemos deixar
o corpo de lado. Não, Paulo diz que a redenção de Cristo não é somente para a
alma, mas também para o corpo. É uma salvação que inclui o corpo completo e a
alma completa. “O corpo é… para o Senhor”, insiste Paulo, “e o Senhor, para o
corpo” (v. 13). Ele criou o corpo, salvou o corpo e está eternamente
interessado no corpo. Mais do que isso, seu corpo é um membro de Cristo (vv.
15-17). Não apenas as almas são membros de Cristo; o corpo também é. Isso
deveria impactar a maneira como cuidamos de nosso corpo. Pense nisso da próxima
vez que você olhar no espelho ou subir na balança. E até mais do que isso: seu
corpo é um templo do Espírito Santo (v. 19). É a casa do Espírito Santo. É o
lugar no qual ele habita. Pense em quanto você cuida de sua própria casa. Você
não deveria cuidar muito mais da casa do Espírito Santo?
I. A MARAVILHOSA
OBRA DE DEUS
1. Do pó da terra. Em sua sabedoria e infinito
poder, Deus fez o corpo do homem (adam) do pó da terra (adamah) (Gn 2.7); uma estrutura magnífica composta, segundo
estimativas, por cerca de 37 trilhões de células, tecidos, órgãos e sistemas,
cujo funcionamento desafia a mais moderna ciência. Como o Criador, valendo-se
de uma matéria-prima tão comum, fez uma obra tão extraordinária, complexa e
completa? Esse mistério só pode ser entendido pela fé, como tudo o mais que
Deus criou no Universo (Hb 11.3; At 17.22-28; Rm 11.33-36).
👉 O relato da criação em Gênesis 2.7 é
simples, mas carregado de profundidade. O texto hebraico afirma que Deus formou
o homem (adam) do pó da terra (adamah). Essa escolha de palavras já nos mostra
algo precioso: nossa origem está diretamente ligada à criação, mas nosso valor
não vem do pó, e sim do sopro de Deus. O corpo humano nasceu de algo comum, mas
recebeu o toque extraordinário do Criador. Quando olhamos para a ciência
moderna, descobrimos que o corpo é formado por trilhões de células, tecidos e
sistemas que funcionam em perfeita harmonia. Mas mesmo com toda a pesquisa, o
mistério da vida permanece intocado. A Bíblia explica o que a ciência não
consegue: a vida veio do “fôlego de vida” que Deus soprou no homem. A palavra
usada aqui é neshamah, indicando que não se trata apenas de respiração física,
mas da concessão divina que transforma pó em ser vivente. Esse detalhe nos
ensina que o homem não é apenas matéria. Silas Queiroz lembra que corpo, alma e
espírito formam uma unidade inseparável criada por Deus¹. O apóstolo Paulo
reforça essa visão ao orar para que todo o ser humano (espírito, alma e corpo)
seja preservado irrepreensível até a vinda de Cristo (1Ts 5.23). No grego,
Paulo usa pneuma, psyche e soma, mostrando que somos uma totalidade diante do
Senhor. Antônio Gilberto ressalta que essa obra revela não apenas a sabedoria,
mas também o amor de Deus². Ele escolheu moldar o homem do pó para que nunca
esquecêssemos nossa fragilidade. Ao mesmo tempo, soprou vida para que
lembrássemos do nosso chamado eterno. Essa tensão nos coloca entre a humildade
da terra e a glória do céu. Somos dependentes em cada respiração, mas
carregamos em nós a marca do Criador. O salmista, maravilhado, declarou: “Eu te
louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (Sl 139.14).
A palavra “terrível” aqui significa algo que causa reverência, espanto e
admiração. Cada detalhe da criação humana deveria nos levar a um profundo senso
de adoração. Como destaca a Bíblia de Estudo Pentecostal, o corpo humano é
testemunho da grandeza de Deus³. Craig Keener observa que, ao falar da criação,
a Bíblia não pretende oferecer apenas uma explicação científica, mas revelar o
relacionamento entre o Criador e a criatura⁴. Somos obra da graça, feitos para
refletir a glória de Deus. Isso tem implicações práticas: não podemos usar
nosso corpo para a impureza ou para o pecado, mas devemos consagrá-lo como
templo do Espírito Santo (1Co 6.19-20). Portanto, quando refletimos sobre o
mistério de sermos pó transformado em vida, precisamos nos perguntar: estamos
honrando o Criador com o corpo que Ele formou? Em nossas igrejas, será que
temos ensinado nossos jovens e adultos a viverem conscientes de que cada fibra
de sua existência pertence a Deus? Que cada célula, cada batimento e cada
fôlego sejam devolvidos em adoração e serviço. Pois não há maior privilégio do
que ser uma obra maravilhosa nas mãos do nosso Senhor.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
2.
GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
3.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2010.
4.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson Brasil,
2017.
CHAMPLIN,
R. N. Comentário Bíblico. São Paulo: Hagnos, 2001.
ARRINGTON,
French L. Christian Doctrine: A Pentecostal Perspective. Cleveland: Pathway
Press, 1992.
2. Deus, o Autor da vida. De uma das costelas
de Adão, formou Deus a mãe de todos os viventes, Eva, em um corpo igualmente
maravilhoso, porém, tão distinto em anatomia, fisiologia e genética (Gn 1.27;
3.20). Em relação a como os descendentes dos primeiros pais são formados no
ventre materno, as Escrituras mostram que assim como na formação do primeiro
homem e da primeira mulher, Deus é o Autor das vidas de todas as pessoas (Sl
139.13-15; Jr 1.5).
👉 A narrativa da criação da mulher é
tão solene quanto a do homem. O texto de Gênesis nos mostra que o Senhor, após
formar Adão do pó da terra, decidiu tirar uma das suas costelas e, com ela,
edificar a mulher (Gn 2.21-22). A palavra hebraica para “formar” usada em
relação ao homem é yatsar, como um oleiro moldando o barro. Já para a mulher,
Moisés emprega banah, “edificar, construir”, indicando cuidado, planejamento e
propósito. Eva não foi um improviso, mas parte essencial do projeto divino. A
Bíblia declara que a mulher foi chamada de “mãe de todos os viventes” (Gn
3.20). Essa expressão nos mostra que a vida humana não é produto do acaso, mas
nasce de um desígnio eterno. O salmista reconhece isso ao afirmar: “Tu formaste
o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe” (Sl 139.13). O verbo
hebraico qanah, usado aqui no sentido de “formar” ou “possuir”, revela a ação
íntima de Deus no processo da vida. Assim como o primeiro casal foi criado
diretamente pelas mãos divinas, cada ser humano que vem ao mundo é obra de
Deus. O profeta Jeremias confirma essa verdade ao ouvir a voz do Senhor: “Antes
que Eu te formasse no ventre, Eu te conheci” (Jr 1.5). O verbo hebraico yatsar,
novamente usado, aponta para o cuidado artesanal de Deus ao moldar cada
indivíduo. Isso significa que cada pessoa nasce não apenas por uma determinação
biológica, mas porque foi planejada pelo Criador. Silas Queiroz lembra que
“Deus não apenas criou a vida no princípio, mas continua sendo o autor direto
da existência humana”¹. Esse ensino tem implicações profundas. Se Deus é o
autor da vida, então nenhuma vida é acidental. Cada criança, cada jovem, cada
idoso carrega em si a marca da criação divina. Antônio Gilberto afirma que essa
compreensão nos conduz a uma ética cristã inegociável: valorizar e proteger a
vida em todas as suas fases². Isso nos desafia como igreja a defender a
dignidade humana diante de práticas que desprezam o valor da vida, como o
aborto ou a eutanásia. A Bíblia de Estudo Pentecostal destaca que a diferença
entre homem e mulher não é apenas biológica, mas expressa a complementaridade
do propósito de Deus³. Enquanto a ciência descreve a diversidade genética e
fisiológica entre os sexos, a revelação bíblica mostra que essa diferença é
intencional e gloriosa. Cada detalhe do corpo humano revela sabedoria,
equilíbrio e harmonia. O Comentário Beacon acrescenta que homem e mulher são
duas expressões da mesma humanidade, chamadas a refletir a imagem do Criador em
comunhão e parceria⁴. Craig Keener observa que, no contexto bíblico, a
concepção e o nascimento sempre foram vistos como obra direta de Deus⁵. Isso
nos ensina a reconhecer que a maternidade é ministério e que a paternidade é
responsabilidade diante do Senhor. O ventre materno não é apenas um espaço
biológico, mas um santuário onde Deus mesmo escreve os primeiros capítulos da
história de cada vida. Portanto, a convicção de que Deus é o Autor da vida
precisa impactar nossa prática cristã. Como igreja, somos chamados a honrar o
Criador cuidando do corpo, respeitando o casamento, defendendo a família e
protegendo a vida. Mais do que isso, precisamos ensinar às novas gerações que
sua identidade não está no acaso da genética, mas na escolha soberana do Deus
que conhece cada um pelo nome antes mesmo de nascer. Essa verdade transforma a
maneira como vemos a nós mesmos, como tratamos o próximo e como vivemos para a
glória do Senhor.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
2.
GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
3.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
4.
STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Beacon: Antigo Testamento. São Paulo: CPAD,
2005.
5.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2010.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson Brasil, 2017.
CHAMPLIN,
R. N. Comentário Bíblico. São Paulo: Hagnos, 2001.
3. A individualizada
formação integral. Deus forma espírito, alma e corpo de cada ser humano,
conforme ocorre o ato de procriação que Ele mesmo estabeleceu, pela união
íntima de homem e mulher (macho e fêmea) (Gn 4.1; Sl 33.15; Zc 12.1; Is 57.16).
As Escrituras falam claramente da existência de vida humana completa (corpo,
alma e espírito) ainda no ventre (Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; Gl 1.15). Isso
ressalta a grande perversidade do aborto e aponta para o sublime valor da
maternidade, que deve ser cercada de cuidado e proteção — e conduzida em temor,
amor e devoção (Sl 127.3-5; Sl 128.3). Uma boa nutrição física, afetiva e
espiritual deve começar desde o início da gestação.
👉 A Bíblia revela que cada vida humana
é uma obra singular de Deus, cuidadosamente planejada e formada. Não é apenas o
corpo que Ele molda, mas também a alma e o espírito. A palavra hebraica para
“formar”, yatsar, usada em Gênesis 4.1, traz a imagem de Deus como um oleiro
que molda com delicadeza e precisão. Cada detalhe do ser humano é resultado da
sabedoria e do propósito divino, estabelecido desde o ato de procriação entre
homem e mulher, conforme a ordem criacional de Gênesis 1.27 e reafirmada em
Salmos 33.15, Zacarias 12.1 e Isaías 57.16¹. O Salmo 139.13-15 descreve Deus
como o tecelão da vida, que nos forma no ventre materno, tecido com primor e
cuidado. O verbo hebraico qanah indica posse e ação deliberada: Deus não apenas
cria, mas envolve-se ativamente na constituição de cada ser. A tradição bíblica
mostra que a existência humana completa (corpo, alma e espírito) é reconhecida
ainda no início da gestação. Jeremias 1.5 confirma que Deus conhece cada vida
antes mesmo de seu nascimento, revelando o valor intrínseco de toda pessoa². Essa
compreensão nos leva a refletir sobre a responsabilidade moral e espiritual
diante da vida. A gestação não é um processo meramente biológico, mas uma
oportunidade de nutrição integral, afetiva, física e espiritual, sob o cuidado
de Deus. Silas Queiroz destaca que a vida humana é sagrada desde a concepção,
pois manifesta a continuidade do plano divino³. Cada mãe e cada pai participam
da obra criativa de Deus, tornando a maternidade e a paternidade ministérios
sagrados e cheios de propósito. A Escritura ensina que a valorização da vida
implica proteção e cuidado. Salmos 127.3-5 e 128.3 exaltam o valor dos filhos
como herança do Senhor e indicam que a bênção de Deus acompanha aqueles que
respeitam e promovem a vida. Anthony D. Palma observa que a compreensão cristã
do início da vida nos conduz a uma ética de proteção, amor e devoção, em
contraste com a negligência ou indiferença cultural⁴. O ensino sobre corpo,
alma e espírito também nos desafia a equilibrar nossas práticas cotidianas. O
cristão deve cultivar hábitos saudáveis que envolvam o corpo, alimentar a alma
com a Palavra e permitir que o Espírito guie todas as decisões. Essa tríade de
formação integral mostra que Deus deseja que sejamos completos, responsáveis e
conscientes da dignidade de cada vida que Ele cria⁵. Craig Keener ressalta que
a concepção é uma continuação do ato criativo divino e que a vida no ventre
materno é sagrada, pois é o ambiente em que Deus inicia a história de cada
pessoa. Reconhecer essa verdade fortalece nossa visão de comunidade,
responsabilidade familiar e cuidado pastoral, lembrando que cada ser humano é
uma expressão única da glória do Criador⁶. Portanto, entender a formação
integral da vida humana nos leva a uma prática cristã mais profunda. Valorizar
a maternidade, defender a vida e nutrir espiritualmente cada criança são ações
que glorificam a Deus e expressam amor ao próximo. Essa convicção transforma
nossa percepção de identidade, responsabilidade e propósito diante do Senhor,
gerando gratidão e reverência por cada vida criada por Ele.
1.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
2.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
3.
GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
4.
PALMA, Anthony D. Theology of Life. Chicago: Moody Press, 2008.
5.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson Brasil,
2017.
6.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2010.
STRONSTAD,
R. Comentário Bíblico Beacon: Antigo Testamento. São Paulo: CPAD, 2005.
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SINOPSE
I
Deus,
com sabedoria e poder, criou o corpo humano de forma extraordinária e única.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
A CRIAÇÃO MARAVILHOSA DE DEUS
“A simples afirmação de que Deus criou os céus
e a terra é um dos conceitos mais desafiadores que confrontam a mente moderna.
A vasta galáxia em que vivemos gira a uma incrível velocidade de 788.410
quilômetros por hora. Porém, mesmo a esta alucinante velocidade, nossa galáxia
ainda necessita de 200 milhões de anos para concluir uma única rotação. Além
disso, existe mais de um bilhão de outras galáxias como a nossa no universo.
Alguns cientistas afirmam que o número de estrelas na criação é igual a todos os
grãos de areia de todas as praias do mundo. Ainda assim, este complexo mar de
estrelas em movimento funciona com notável ordem e eficiência. Dizer que o
universo ‘surgiu’ ou ‘evoluiu’ requer mais fé do que acreditar que Deus está
por trás dessas estatísticas surpreendentes. Deus criou um universo
maravilhoso. Deus não precisava criar o universo; Ele escolheu criá-lo. Por
quê? Deus é amor, e o amor é melhor expressado em direção a algo ou alguém —
assim, Deus criou o mundo e as pessoas como uma expressão do seu amor. Não
devemos reduzir a criação de Deus a meros termos científicos. Lembre-se de que
Deus criou o universo porque ama cada um de nós” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1590).
II. O CORPO E A
GLÓRIA DE DEUS
1. O divino tecelão. Em linguagem poética,
Davi descreve a ação divina na formação do corpo humano no ventre materno
apresentando Deus como o tecelão (Sl 139.13-15). A Bíblia na versão Tradução Brasileira (TB)
usa a expressão “primorosamente tecido”, adjetivando a ação divina descrita nos
versículos 13 e 15. Embora a Bíblia não dependa de confirmação, é relevante
considerar que a ciência reconhece a formação dos órgãos e sistemas do corpo
humano exatamente dos tecidos formados pelas células presentes no embrião.
👉 O salmista Davi, ao contemplar o
mistério da vida em gestação, não recorre a argumentos frios nem a explicações
filosóficas. Ele se rende em adoração e descreve Deus como o grande tecelão da
existência humana: “Tu formaste o meu interior e me teceste no ventre de minha
mãe” (Sl 139.13). O verbo hebraico qanah (formar, adquirir) carrega a ideia de
posse e autoria; já a expressão “teceste” traduz a imagem do bordado fino, como
quem entrelaça fios de maneira cuidadosa e intencional. Nada na formação humana
é aleatório. Cada detalhe carrega a assinatura do Criador. A Tradução
Brasileira registra: “primorosamente tecido”. Esta escolha reforça o valor
artístico da ação divina. O corpo humano não é obra do acaso, mas a
manifestação visível da sabedoria e glória de Deus. A ciência moderna, com toda
sua complexidade, apenas confirma o que a revelação já havia declarado: cada
órgão, cada sistema, é formado a partir de tecidos que, por sua vez, se
originam em células programadas de modo perfeito. O que a biologia descreve
como processos, a Escritura revela como propósito. Silas Queiroz observa que o
ser humano é uma unidade complexa de corpo, alma e espírito, mas desde o ventre
a ação divina molda cada dimensão dessa unidade integral1. Não estamos diante de uma máquina biológica, mas de
um ser que reflete a imagem e a glória de Deus. Antônio Gilberto também reforça
que o corpo não é um apêndice descartável, mas parte integrante do plano eterno
de Deus, pois será ressuscitado e glorificado2. O corpo, portanto, já no ventre, é separado para
servir de templo ao Espírito Santo. O Comentário Beacon destaca que o salmo 139
não é apenas uma confissão poética, mas uma profunda declaração teológica sobre
a providência e onisciência divinas3.
Quando Davi declara que fomos “entretecidos nas profundezas da terra”, ele
evoca a imagem de uma obra oculta, invisível aos olhos humanos, mas plenamente
conhecida por Deus. O termo hebraico raqam (bordar, tecer) sugere um trabalho
artesanal, onde cada fio tem lugar exato. Essa metáfora aponta para uma verdade
pastoral: Deus não erra em nenhum detalhe de nossa existência, nem mesmo nas
partes que não compreendemos. A Bíblia de Estudo MacArthur ressalta que a
ênfase está na soberania criadora de Deus, contrastando com as cosmovisões
pagãs que atribuíam o nascimento a forças anônimas ou deuses caprichosos4. Para o crente, a vida é
sempre sagrada porque procede de um Criador pessoal que molda cada ser humano
de forma singular. Gordon Fee e Robert Menzies ampliam essa visão lembrando que
a pneumatologia bíblica se conecta à antropologia: o mesmo Espírito que
participa da criação é quem habita no corpo redimido5. Contemplar a formação do corpo é contemplar a glória
de Deus. A cada batida do coração intrauterino, a cada célula que se
multiplica, ouvimos o eco de uma verdade espiritual: fomos feitos para
glorificar o Criador em tudo, até em nosso corpo. Isso significa que o cuidado
com a vida, com a santidade e com a integridade física não é uma opção ética,
mas um chamado espiritual. Nosso corpo não nos pertence; ele pertence Àquele
que o formou. Diante dessa revelação, resta-nos o autoexame: Como temos usado o
corpo que Deus nos deu? Temos cuidado dele como templo santo ou o temos
profanado com práticas que desonram o Senhor? A contemplação da glória de Deus
em nossa formação deve nos conduzir à gratidão e também à responsabilidade. Nós
somos chamados a ensinar e viver essa verdade: o corpo é dádiva, obra-prima e
templo. Que nossas igrejas recuperem o senso de reverência diante do mistério
da vida e do valor da santidade, pois cada corpo que existe é testemunho vivo
da glória do Criador.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
2.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
1998.
3.
BEACON. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. São Paulo: CPAD, 2006.
4.
MACARTHUR, John. The MacArthur Study Bible. Nashville: Thomas Nelson, 2017.
5.
FEE, Gordon D.; MENZIES, Robert P. Pentecostal Theology. Grand Rapids:
Zondervan, 2007.
2. Entendimento e louvor. A compreensão da
maravilhosa obra divina na formação do corpo humano liberta-nos de toda
especulação e dúvida e produz um sentimento de gratidão e louvor. Davi
declarou: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui
formado” (Sl 139.14). No mesmo versículo o salmista usa a expressão “a minha
alma o sabe muito bem”, demonstrando como a verdadeira fé produz entendimento e
percepção espiritual corretos, gerando quietude interior. Quando o homem não se
reconhece como obra do Criador, vive inquieto em busca de explicações sobre si
mesmo e se torna vítima dos mais variados enganos, como a teoria evolucionista.
Não glorifica a Deus e se perde em um mundo de idolatria e depravação (Rm
1.18-32).
👉 Esta contemplação de Davi sobre a formação
do corpo humano não o leva para o campo da especulação filosófica nem da dúvida
existencial. Pelo contrário, sua reação é um cântico de adoração: “Eu te
louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (Sl
139.14). O hebraico usa a expressão yare’ (“terrível”) no sentido de algo que
causa reverência e espanto. A palavra aponta para uma obra tão extraordinária
que só pode ser atribuída ao Criador. O salmista não apenas descreve a
complexidade da vida, mas se curva diante do Autor da vida. Na mesma
declaração, ele acrescenta: “a minha alma o sabe muito bem”. A expressão
hebraica yada‘ (“saber”) não se limita a um conhecimento teórico. Trata-se de
uma experiência interior, de um discernimento espiritual que gera paz e
segurança. Aqui encontramos um princípio precioso: a verdadeira fé não anula a
razão, mas a conduz ao repouso. A confiança no Deus Criador traz quietude à
alma, porque sabemos quem nos formou e para quem existimos. O Comentarista da
lição, Pr Silas Queiroz lembra que a unidade entre corpo, alma e espírito não
pode ser vista de forma fragmentada1.
Reconhecer que fomos formados por Deus liberta-nos de ansiedades inúteis e nos
dá identidade sólida. O saudoso pastor Antônio Gilberto observa que essa
convicção transforma nossa adoração, porque não louvamos apenas pelo que Deus
faz, mas pelo que Ele é em nós2.
Quem entende que seu corpo foi tecido pelas mãos divinas não pode viver em
desespero, mas em gratidão. O Comentário Bíblico Beacon ressalta que este
versículo é uma ponte entre a confissão de Davi e sua resposta prática3. O conhecimento que gera
louvor não é abstrato, mas conduz a uma postura de humildade e entrega. Quando
a fé ilumina o entendimento, a vida se torna culto. O corpo deixa de ser um fim
em si mesmo e passa a ser reconhecido como templo para glorificar o Senhor. Em
contraste, o apóstolo Paulo mostra em Romanos 1.18-32 o caminho oposto. Quando
o ser humano rejeita reconhecer-se como criação de Deus, mergulha em trevas. O
verbo grego dokimazo (“aprovar, considerar digno”), usado em Rm 1.28, indica
que o homem, ao não aprovar o conhecimento de Deus, foi entregue a uma mente
reprovada (adokimos nous). O resultado é idolatria, perversão moral e
inquietação permanente. Quem não reconhece o Criador passa a viver como órfão,
tentando explicar a própria existência por teorias que eliminam Deus da
equação, como a evolução naturalista. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que
a negação da criação divina não é apenas erro intelectual, mas rebelião
espiritual4. A
incapacidade de glorificar a Deus é consequência direta de um coração
endurecido. Craig Keener reforça que as culturas antigas, ao perderem a visão
do Criador, inevitavelmente caíam em idolatria, transformando o corpo em objeto
de culto, em vez de reconhecê-lo como obra de Deus5. Contemplar a obra divina no corpo deve nos conduzir
ao louvor, não à especulação. Precisam recuperar essa convicção em nossas
igrejas. A fé que entende gera gratidão; a fé que contempla gera reverência; a
fé que louva gera vida transformada. Pergunte-se: minha visão do corpo me leva
a glorificar o Criador ou a buscar explicações que me afastam dEle? Quem
reconhece que é obra-prima de Deus encontra descanso para a alma e propósito
para viver.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
2.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
1998.
3.
BEACON. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. São Paulo: CPAD, 2006.
4.
MACARTHUR, John. The MacArthur Study Bible. Nashville: Thomas Nelson, 2017.
5.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers
Grove: IVP, 1993.
3. O perigo dos extremos. Desde os tempos
antigos, a humanidade tem oscilado entre dois extremos sobre o valor e a
importância do corpo. De um lado, correntes de pensamento como o maniqueísmo, o
platonismo e o gnosticismo espalharam ideias que viam a matéria de forma
negativa, considerando o corpo algo essencialmente mau. De outro lado, havia o
culto ao belo, como na Grécia Antiga. O desequilíbrio permanece. Vícios,
automutilações e outras atitudes extravagantes deformam e desonram o corpo (Lv
19.28; Pv 23.29-35; 1Ts 4.4). Por outro lado, há o narcisismo moderno, marcado
pela supervalorização do corpo em detrimento da alma e do espírito. A idolatria
do “eu” leva à prática excessiva de selfies, publicações de si mesmo em redes
sociais, cuidados estéticos, cosméticos e físicos em excesso (2Tm 3.2; 1Pe
3.3-5). Cuidar do corpo é importante, mas sem exageros. O cristão deve ser
equilibrado em tudo (1Co 6.12).
👉 Desde os primórdios, a humanidade
tem vivido entre dois polos perigosos quando se trata do corpo. De um lado,
surgiram filosofias que depreciavam a matéria, como o platonismo, o gnosticismo
e o maniqueísmo, que viam o corpo como algo essencialmente mau. De outro lado,
culturas como a grega elevaram a estética e a forma física ao nível de
divindade, idolatrando a beleza e o vigor humano. Ambas as visões são
distorcidas, pois desconsideram a verdade revelada de que o corpo é criação de
Deus, feito para ser templo do Espírito Santo (1Co 6.19-20). As Escrituras nos
alertam contra práticas que desonram o corpo. A Lei proibia automutilações e
tatuagens ligadas a cultos pagãos (Lv 19.28). Os Provérbios denunciam o abuso
do vinho e os desajustes que ele traz ao corpo e à mente (Pv 23.29-35). Paulo
orienta os tessalonicenses a possuírem o corpo em santificação e honra (1Ts
4.4). Em todas essas passagens, a mensagem é clara: o corpo não deve ser
tratado como algo desprezível, nem manipulado de acordo com caprichos humanos. Por
outro lado, também precisamos resistir à idolatria moderna do “eu”. O
narcisismo digital transformou selfies, filtros e obsessão estética em
expressões de adoração ao corpo. Pedro adverte que a verdadeira beleza não está
no exterior, mas no “ser interior do coração, no incorruptível traje de um
espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.4).
Paulo reforça que, em Cristo, o corpo não pode ser instrumento de escravidão,
mas deve estar sob a disciplina da graça (1Co 6.12). O equilíbrio bíblico é o
caminho. Cuidar da saúde, da aparência e da dignidade corporal é importante,
mas sem exageros que desloquem a glória de Deus para a exaltação pessoal. O
corpo não foi feito para ser desprezado nem idolatrado, mas para servir ao
Senhor. Como lembra Davi, nós fomos formados “de modo terrível e maravilhoso”
(Sl 139.14), e esse reconhecimento nos conduz a gratidão, não ao orgulho. No
grego, a palavra “soma” (σῶμα) designa não apenas a estrutura física, mas o ser humano em sua
totalidade visível. Paulo emprega esse termo para ensinar que o corpo deve ser
entregue como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1). A visão
bíblica não separa corpo da espiritualidade; antes, integra-os no propósito da
redenção. Por isso, qualquer extremo, o desprezo ou a idolatria, atenta contra
a obra do Criador. Aqui está o desafio pastoral: será que estamos cuidando do
corpo como mordomos responsáveis ou estamos cedendo às pressões culturais que o
deformam, seja pelo descuido ou pela idolatria? Nas igrejas, é necessário
ensinar a juventude e os adultos a discernirem a linha tênue entre zelo santo e
vaidade excessiva, entre disciplina cristã e culto ao ego. O chamado do
Evangelho é à moderação. O cristão equilibrado entende que seu corpo não lhe
pertence, mas é propriedade do Senhor que o comprou por alto preço (1Co 6.20).
Viver assim é testemunhar que a fé afeta todas as áreas da vida: mente,
espírito e corpo. Esse equilíbrio liberta do jugo dos extremos e conduz a uma
adoração integral a Deus.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009.
BEACON
HILL PRESS. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. Kansas City: Casa
Nazarena, 2005.
BÍBLIA
DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
Hagnos, 2001.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
KEENER,
Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove: IVP
Academic, 1993.
QUEIROZ,
Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
4. Princípios ou regras? Quando falamos em
corpo temos a tendência de logo pensar em regras, mas o viver cristão moderado
consiste, acima de tudo, na observância dos princípios bíblicos. Um deles é
fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). Aplicável às práticas mais
simples de nosso cotidiano, é um parâmetro espiritual mais eficaz que regras
rígidas e inflexíveis, que podem nos levar ao legalismo (Mt 23.1-7,23). Devemos
sempre refletir: o que fazemos com o nosso corpo glorifica a Deus ou visa
agradar a nós mesmos? (Rm 14.21; 15.1-7).
👉 Sempre que o assunto é o corpo,
nossa mente tende a pensar em regras: pode ou não pode, deve ou não deve. Mas a
vida cristã não se fundamenta em códigos externos, e sim em princípios
espirituais que brotam de um coração transformado pela graça. Paulo resume isso
de forma magistral: “Portanto, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra
coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Esse versículo nos mostra
que o viver cristão não começa pela imposição de normas, mas pela motivação do
coração. A palavra “glória” no grego é dóxa (δόξα), que remete ao peso e à
honra de Deus. Ou seja, o critério não é simplesmente se a prática é permitida,
mas se ela reflete a majestade e o caráter do Senhor. Quando esse princípio
governa nossa conduta, não precisamos de listas intermináveis de proibições,
porque a própria consciência moldada pela Palavra nos conduz. O problema do
legalismo é antigo. Jesus denunciou os fariseus que impunham cargas pesadas ao
povo, mas não tocavam nelas nem com o dedo (Mt 23.1-7). Eles conheciam as
Escrituras, mas as transformaram em instrumento de opressão. O mesmo acontece
hoje quando a igreja substitui o ensino transformador por regulamentos que
apenas produzem aparência de piedade. O legalismo até pode domesticar a conduta
exterior, mas não alcança o coração. É por isso que a pedagogia de Cristo nunca
foi centrada em regras, mas em discipulado. Ele não disse apenas o que fazer;
Ele chamou para andar com Ele. Ensinar a viver sempre será mais eficaz do que
impor listas de condutas. O Espírito Santo é quem guia em toda a verdade (Jo
16.13), aplicando os princípios da Palavra ao cotidiano. Sem essa ação,
qualquer código vira peso insuportável. Paulo reforça esse ensino em Romanos.
Ele lembra que não devemos viver para agradar a nós mesmos, mas edificar o
próximo (Rm 15.1-7). O mesmo apóstolo, em Romanos 14.21, aconselha a abdicar
até de algo legítimo se isso escandaliza o irmão. Perceba: aqui não há um
catálogo de regras, mas um coração disposto a viver para a glória de Deus e
para o bem da comunidade. Esse caminho é mais profundo que qualquer manual
humano. Ele exige discernimento espiritual, maturidade cristã e submissão ao Espírito.
Como lembra o pastor Silas Queiroz, “o corpo não é um fim em si mesmo, mas
instrumento pelo qual expressamos a obediência aos princípios divinos”¹. Por isso, o verdadeiro equilíbrio
não está na rigidez do legalismo nem na frouxidão do relativismo, mas na
observância amorosa dos princípios da graça. Hoje a igreja precisa se
perguntar: temos ensinado nossos membros a viver pela Palavra e pelo Espírito,
ou apenas imposto regulamentos? A vida cristã autêntica não é regida por medo
de punições humanas, mas pelo desejo ardente de honrar a Cristo em cada
detalhe, desde a forma de vestir até o modo de comer e descansar. Esse é o
desafio pastoral para cada geração: formar discípulos que sabem discernir o que
glorifica a Deus, em vez de simplesmente obedecer a listas que não transformam
o coração.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009.
BEACON
HILL PRESS. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. Kansas City: Casa
Nazarena, 2005.
BÍBLIA
DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
Hagnos, 2001.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
KEENER,
Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove: IVP
Academic, 1993.
SINOPSE
II
O
corpo humano glorifica a Deus por sua formação admirável, devendo ser cuidado
com equilíbrio e usado segundo princípios bíblicos.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
DO PÓ DA TERRA E DO FÔLEGO DE VIDA
“‘... Do pó da terra’ implica que não há nada
fantasioso em relação aos elementos químicos que compõem o nosso corpo. O corpo
é o invólucro, uma estrutura sem vida até que Deus o torne vivo com o seu
‘fôlego de vida’. Quando Deus retira este fôlego, nosso corpo retorna ao pó.
Desse modo, nossa vida e valor provêm do Espírito de Deus. Muitos se vangloriam
de suas conquistas e habilidades como se fossem donos de suas próprias forças;
outros sentem-se desvalorizados por não possuírem muitas habilidades. Na verdade,
nosso valor não provém de nossas realizações, mas do Deus que criou o universo
e escolheu presentear-nos com o misterioso e miraculoso dom da vida. Faça como
Ele, valorize a vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2022, pp.7,8).
III. O CORPO E A
COLETIVIDADE
1. A prática relacional. Deus nos fez seres
relacionais, gregários, sociáveis. Isso está explícito na ordem de procriação e
enchimento da terra (Gn 1.28). Por isso, temos necessidades e deveres que vão
além de nossa individualidade. Não fomos criados para viver isolados social ou
afetivamente. Embora os recursos digitais tragam muitas comodidades para o
homem moderno, o contato físico continua sendo essencial para a vida humana. A
troca de afetos por meio de expressões corporais não é substituída pela frieza
da tecnologia. Tiago qualifica a verdadeira religião e a fé viva por práticas
relacionais reais, que exigem o envolvimento do corpo (Tg 1.27; 2.14-18). Como
está nossa comunhão?
👉 Desde o princípio, Deus nos criou
como seres relacionais. A primeira ordem dada ao ser humano foi “frutificai,
multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 1.28). Essa expressão revela que a vida
não pode ser vivida em solidão, mas em comunhão. O corpo humano foi desenhado
não apenas para existir, mas para se conectar. Somos feitos à imagem do Deus
trino, cuja própria essência é relacional. Por isso, viver isolado não
corresponde ao propósito divino. A solidão não é apenas ausência de companhia,
é também ausência de missão. Quem se fecha por medo ou por religiosidade mal
compreendida perde a oportunidade de influenciar o mundo como sal e luz (Mt
5.13-16). Jesus é o maior exemplo: Ele se relacionava com todos, desde
pecadores até líderes religiosos, sem nunca se deixar contaminar. Sua santidade
não O isolava, mas O impulsionava ao encontro do próximo. A prática relacional
do Evangelho é mais que uma conveniência social, é parte essencial da
verdadeira religião. Tiago afirma que a fé viva se expressa no cuidado dos
órfãos e das viúvas e na prática de boas obras (Tg 1.27; 2.14-18). Observe que
tais ações não podem acontecer à distância. Elas exigem presença, envolvimento
e entrega do corpo. O verbo “visitar” em Tiago 1.27 vem do grego episkeptomai,
que significa “cuidar pessoalmente, visitar para atender a necessidade”. Não é
religiosidade fria, mas fé encarnada. O risco que corremos hoje é o de
confundir santidade com isolamento. Muitos, com receio de serem influenciados
pelo mundo, acabam vivendo em bolhas sociais, afastados da missão. Mas o
isolamento nunca foi a estratégia de Cristo. Ele orou ao Pai para que Seus
discípulos fossem guardados do mal, mas não retirados do mundo (Jo 17.15). Ou
seja, o chamado é para permanecer no meio das pessoas, mas sem perder a
identidade. A tecnologia, com suas redes sociais, trouxe facilidades, mas
também tentações sutis. Ela pode criar a ilusão de proximidade, quando, na
verdade, nos afasta do contato real. Abraços, lágrimas, apertos de mão, o
partir do pão, nada disso pode ser substituído por mensagens digitais. O corpo
participa da comunhão, e a comunhão fortalece o corpo de Cristo. O equilíbrio
bíblico é claro: não fomos chamados para viver de forma individualista, mas
como membros de um só corpo (1Co 12.12-27). O isolamento gera esterilidade
espiritual, mas a comunhão gera crescimento. Como lembra o comentarista da
lição no seu livro de apoio, Silas Queiroz, “a fé não se desenvolve no
isolamento, mas na experiência concreta de viver em comunidade”¹. O cristão maduro entende que a vida
com Deus é vivida em família, em igreja, em sociedade. Por isso, precisamos
olhar para nós mesmos e para nossas igrejas: temos usado nosso corpo e nossa
vida para promover comunhão ou temos alimentado o isolamento? A fé bíblica é
relacional, encarnada e missionária. Seguir a Cristo é aprender a viver com
Deus e com o próximo, sem muros artificiais de religiosidade, mas com pontes
que revelam a glória de Jesus em nossas relações.
1.
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009.
BEACON
HILL PRESS. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. Kansas City: Casa
Nazarena, 2005.
BÍBLIA
DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
Hagnos, 2001.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
KEENER,
Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove: IVP
Academic, 1993.
2. A prática
congregacional. O corpo é um elemento fundamental do culto divino. As
Escrituras nos advertem da necessidade da reunião coletiva, da vida
congregacional (Hb 10.24,25). Muitos têm sido seduzidos e enganados pelos
falsos discursos dos que criticam a igreja como instituição, sugerindo o
cultivo de uma fé individual ou meramente virtual. Sejamos sábios e prudentes:
o movimento dos desigrejados é antibíblico e altamente prejudicial à verdadeira
vida cristã (Ef 4.1-3; 1Ts 5.11-15).
👉 A fé cristã nunca foi pensada para
ser vivida em solidão, em retiro ou clausura. Desde os dias da Igreja
primitiva, a reunião do povo de Deus tem sido marca da verdadeira
espiritualidade. O autor da carta aos Hebreus é categórico ao dizer: “Não
deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações, e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25). O
verbo usado aqui, ἐγκαταλείπω (egkataleípō), significa abandonar por completo,
deixar para trás. A advertência é clara: negligenciar a vida congregacional é
um abandono perigoso daquilo que Cristo estabeleceu para o fortalecimento do
Seu corpo. Não há cristianismo saudável sem igreja local. Paulo afirma que a
igreja é o corpo de Cristo (1Co 12.27), e nenhum membro pode sobreviver
separado do todo. A fé vivida apenas em casa ou através de telas digitais é uma
fé mutilada, incapaz de experimentar a riqueza dos dons espirituais, que só
fazem sentido na coletividade (1Co 12.4-11). A tecnologia pode ser útil, mas
jamais substitui o calor da comunhão, a partilha dos fardos, a oração de mãos
dadas e a Ceia celebrada em unidade. É preciso ainda alertar contra dois
extremos comuns.
O
primeiro é o movimento dos desigrejados, que rejeitam a igreja como instituição
e exaltam uma espiritualidade individualizada. Essa postura, além de
antibíblica, priva o crente da exortação mútua, da disciplina cristã e do
crescimento conjunto (Ef 4.1-3; 1Ts 5.11-15).
O
segundo perigo está em aqueles que, por insatisfação ou curiosidade, transitam
de congregação em congregação, sem firmar raízes. A prática de visitar igrejas
com usos e costumes diferentes pode confundir a fé, gerar divisões e
enfraquecer a unidade. Mudanças só se justificam em casos de heresia, corrupção
moral ou abandono dos fundamentos da Palavra (Gl 1.8-9; Ap 2.4-5). Fora disso,
somos chamados a permanecer, servir e edificar onde o Senhor nos plantou.
Jesus é o maior exemplo de
equilíbrio. Ele nunca se isolou, mas também não se deixou moldar pelo ambiente.
Andava entre publicanos e pecadores, mas sem se contaminar. Ao mesmo tempo, era
fiel ao costume de frequentar a sinagoga (Lc 4.16). O Senhor nos ensina que a
vida congregacional não é opcional, mas parte essencial da obediência e do
testemunho cristão. Na língua grega, a palavra traduzida como igreja é ἐκκλησία (ekklēsía), literalmente “os chamados para fora”. Não fomos chamados apenas para fora do mundo, mas
também
chamados para dentro da comunhão. A igreja é a assembleia santa onde Cristo se
manifesta no meio do Seu povo (Mt 18.20). Negligenciar isso é abrir mão da
própria identidade cristã.
Assim, precisamos olhar para nossas
igrejas locais com seriedade. Não como clubes sociais, mas como lugares de
formação espiritual, de disciplina e de serviço. É no corpo de Cristo que
aprendemos a perdoar, a suportar, a amar e a ser edificados. A vida
congregacional é o laboratório de santificação e a arena onde se manifesta a
verdadeira maturidade da fé. Por isso, faça hoje uma avaliação sincera: qual
tem sido o seu compromisso com a sua igreja local? O Senhor não nos chama
apenas para crer, mas também para pertencer. Permanecer na comunhão não é peso,
mas privilégio. É no meio da congregação que o fogo do Espírito se acende e que
a fé é mantida viva até a volta de Cristo.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
BEACON
HILL. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. Kansas City: CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
Hagnos, 2014.
FEE,
Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God. Peabody: Hendrickson, 1996.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
KEENER,
Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove:
IVP, 1993.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson Brasil, 2017.
MENZIES,
Robert P. Empowered for Witness: The Spirit in Luke-Acts. Sheffield: Sheffield
Academic Press, 1994.
PALMA,
Anthony D. The Holy Spirit: A Pentecostal Perspective. Springfield: Gospel
Publishing House, 2001.
QUEIROZ,
Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
3. Tecnologia e culto. O corpo precisa não apenas
estar presente no templo, mas envolver-se diretamente com o culto. Tanto o
Antigo, quanto o Novo Testamento, enfatiza o aspecto corporal intenso da
adoração (2Cr 7.1-4; Sl 27.4; 100.2-4; At 2.41-47). Deus quer a expressão de
todo o nosso corpo em louvor ao seu nome (Sl 150.6; At 4.24,31; 1Co 14.26; 1Tm
2.8). Os recursos tecnológicos da atualidade, como drones, telões, celulares e
tablets são muito úteis, mas se usados sem moderação podem nos distrair ou
deixar inertes no culto. Até a educação secular já reconhece os prejuízos desse
exagero tecnológico!
👉 Quando entramos no templo, não
estamos diante de uma reunião comum, mas diante do Rei do Universo, O Criador e
Sustentador de todas as coisas. O culto não é entretenimento, é encontro
sagrado. É o lugar onde o Deus vivo se manifesta no meio do Seu povo. O
cronista registra que, quando o fogo desceu do céu e a glória do Senhor encheu
a Casa, os sacerdotes se prostraram com o rosto em terra, em reverência total
(2Cr 7.1-3). Essa cena não é apenas história, é paradigma. O Deus que se
revelou no templo de Salomão é o mesmo que hoje se revela quando sua igreja se
reúne. A Escritura insiste que a adoração deve envolver corpo, alma e espírito.
O salmista fala de servir ao Senhor com alegria, entrar em sua presença com
cânticos e apresentar-se diante dele com gratidão (Sl 100.2-4). Paulo lembra
que o corpo é templo do Espírito Santo (1Co 6.19), e, portanto, deve estar
engajado no louvor, na oração e na escuta atenta da Palavra. A palavra grega
usada em Romanos 12.1, latreía, traduzida por “culto”, descreve serviço
sacerdotal. Isso significa que cada gesto, cada atenção, cada silêncio
reverente é parte de um sacerdócio vivo oferecido ao Senhor.
O problema surge quando a tecnologia,
tão útil em nossa geração, toma o lugar da devoção. Telões, câmeras e
instrumentos digitais podem ser bênção, mas, se usados de modo descuidado,
tornam-se obstáculos. Quantos não se distraem durante a pregação checando
notificações no celular ou navegando em redes sociais enquanto a Palavra eterna
está sendo proclamada? Essa atitude é não apenas descortesia, mas irreverência.
Estar presente fisicamente no templo sem entregar o coração em adoração é
semelhante aos lábios que honram a Deus enquanto o coração está longe (Is
29.13). A distração tecnológica é um reflexo moderno daquilo que Jesus
repreendeu em Marta, que se agitava com muitas coisas enquanto Maria escolhia a
melhor parte, assentada aos pés do Mestre (Lc 10.38-42). O celular que vibra
durante a oração, o olhar que se perde no brilho da tela durante o louvor, tudo
isso denuncia um coração dividido. Deus não aceita culto partilhado entre sua
glória e nossas distrações. Ele exige exclusividade, pois é fogo consumidor (Hb
12.28-29). Até mesmo a pedagogia secular já reconhece os prejuízos da
hiperconexão. Estudos mostram que a atenção fragmentada prejudica a memória, a
aprendizagem e a capacidade de refletir profundamente. Se isso vale para as
salas de aula, quanto mais para o culto ao Deus vivo. Ali não estamos recebendo
informações comuns, mas alimento espiritual que sustenta a vida eterna. O
inimigo sabe disso e, por isso, usa o excesso tecnológico como arma de
dispersão.
A reverência no culto não é uma
formalidade, é resposta consciente à presença real de Deus. Aquele que segura o
celular sem necessidade durante a pregação precisa lembrar que o Senhor está
ali, falando pela sua Palavra. Não se trata de proibição legalista, mas de
discernimento espiritual. Quando compreendemos que cada segundo no culto é
audiência com o Rei da glória, aprendemos a desligar o que rouba nossa atenção
e a entregar todo o nosso ser em adoração. O chamado, portanto, é claro:
precisamos recuperar a consciência da santidade do culto. O templo não é extensão
da sala de estar, é casa de oração. O celular, se usado, deve ser instrumento
de edificação, nunca de distração. Cada culto é ensaio da eternidade, onde
adoraremos sem interrupções diante do trono. Pergunte a si mesmo: como tenho me
apresentado diante do Senhor? Com reverência ou com distração? O Rei espera de
nós culto racional, coração indiviso e adoração verdadeira.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
BEACON
HILL. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. Kansas City: CPAD, 2005.
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R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
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Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God. Peabody: Hendrickson, 1996.
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Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
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Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove:
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MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson Brasil, 2017.
MENZIES,
Robert P. Empowered for Witness: The Spirit in Luke-Acts. Sheffield: Sheffield
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PALMA,
Anthony D. The Holy Spirit: A Pentecostal Perspective. Springfield: Gospel
Publishing House, 2001.
QUEIROZ,
Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
SINOPSE
III
O corpo deve ser instrumento de
comunhão e adoração coletiva, valorizando os relacionamentos e o culto
presencial.
CONCLUSÃO
A verdadeira adoração ao
Criador abrange a integralidade de nosso ser, o que inclui todo o nosso corpo
(Rm 12.1; 1Co 6.20). Reconhecer-se como obra das mãos de Deus leva-nos a nos
render à Sua soberania e permanecer confiando em Seu eterno poder (Jó 1.20-22;
2.10; 19.25-27). Que saibamos possuir nosso corpo em santificação e honra (1Ts
4.4).
👉 Que lição preciosa! Sei que o tempo
será exíguo para o professor abordar todo este vasto conteúdo fornecido, mas, ao
chegarmos ao final desta reflexão, somos desafiados a contemplar a adoração em
sua plenitude. Adorar a Deus não se limita a palavras, cantos ou gestos isolados.
A verdadeira adoração envolve o corpo inteiro, cada gesto, cada atitude, cada
escolha diária (Rm 12.1; 1Co 6.20). Reconhecer que somos a obra das mãos do
Criador nos conduz à rendição consciente diante da Sua soberania. Não há espaço
para orgulho ou autoafirmação; nosso corpo, nossa mente e nosso espírito foram
formados para refletir a glória do Deus que nos moldou com propósito e amor. A
vida de Jó nos ensina a profundidade dessa entrega. Mesmo diante do sofrimento
extremo, ele não perdeu a reverência por Deus. Suas palavras de fé ecoam até
hoje como exemplo de confiança e submissão ao poder eterno do Criador (Jó
1.20-22; 2.10; 19.25-27). Assim, a santificação do corpo não é apenas uma
questão de disciplina física ou moral, mas um testemunho vivo de confiança na
fidelidade de Deus. Nosso corpo deve ser possuído em santidade, como oferta
contínua de honra ao Senhor (1Ts 4.4). O corpo é, portanto, instrumento de
louvor. Cada ação, cada escolha diária de manter o corpo em santificação,
manifesta reverência e adoração. O apóstolo Paulo, ao escrever aos cristãos de
Roma, enfatiza que a apresentação do corpo como sacrifício vivo (sacrificium
zōsan hagion), racional e consciente, é a forma mais pura de culto espiritual
que podemos oferecer ao Senhor. Essa perspectiva eleva o cotidiano a ato
sagrado, transformando o ordinário em manifestação da glória de Deus.
Apesar do tempo curto, leve seu aluno
a refletir: Como temos tratado nosso corpo? Ele é mero receptáculo de desejos e
caprichos, ou templo do Espírito Santo, entregue à santidade e ao serviço
divino? O reconhecimento do corpo como dom divino implica escolhas diárias que
refletem cuidado, respeito e reverência, não apenas diante dos outros, mas
principalmente diante de Deus.
Devemos ainda considerar o efeito
coletivo. A santidade pessoal do corpo impacta a comunidade de fé. Um corpo
consagrado inspira outros a buscarem viver de forma íntegra. Assim, o
testemunho não é apenas individual, mas corporativo, fortalecendo a igreja como
corpo de Cristo (Ef 4.1-3). O equilíbrio entre autocuidado, santidade e serviço
torna-se expressão visível do Reino em ação. Em resumo, a adoração integral é
convite à consciência plena do que somos e do que podemos oferecer a Deus. Ela
nos chama a viver com corpo, alma e espírito alinhados à vontade divina,
refletindo a glória do Criador em cada ação. Que possamos assumir nosso corpo
em santificação, usando-o como instrumento de louvor, serviço e testemunho.
Diante de tudo o que foi exposto,
deixo três aplicações práticas para a vida devocional:
1.
Examine diariamente seu corpo e atitudes: cada escolha, desde o cuidado com a
saúde até o uso do tempo, deve honrar a Deus.
2.
Transforme ações rotineiras em atos de adoração: refeições, trabalho e lazer
podem se tornar ofertas santas quando feitos com consciência espiritual.
3.
Cultive a reverência corporativa no culto e na comunidade: participe com
presença real, atenção plena e entrega total, lembrando que seu corpo é templo
do Espírito Santo.
Viva para a máxima glória do Nome do
Senhor Jesus!
Meu
ministério aqui é um chamado do coração: compartilhar o ensino da
Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em
Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras,
com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.
Todo o material que ofereço é fruto de
oração, estudo e dedicação, e está disponível gratuitamente para que a luz do
Evangelho alcance ainda mais vidas sedentas pela verdade. Porém, para que essa
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a Bíblia fala
sobre o começo da vida humana integral (corpo, alma e espírito)?
As Escrituras falam claramente
da existência de vida humana completa (corpo, alma e espírito) ainda no ventre
(Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; Gl 1.15).
2. Como Davi apresenta
Deus no processo de formação do corpo humano?
Em linguagem poética, Davi
descreve a ação divina na formação do corpo humano no ventre materno apresentando
Deus como o tecelão (Sl 139.13-15).
3. Quais os extremos
quanto ao valor e importância do corpo?
De um lado há correntes que
consideram o corpo algo essencialmente mau; por outro, há os supervalorizam o
corpo em detrimento da alma e do espírito.
4. Por que precisamos da
vida comunitária?
Deus nos fez seres
relacionais, gregários, sociáveis. Isso está explícito na ordem de procriação e
enchimento da terra (Gn 1.28).
5. Que perigos os recursos
tecnológicos apresentam em relação ao culto?
Os recursos tecnológicos da
atualidade, como drones, telões, celulares e tablets são muito úteis, mas
usados sem moderação podem nos distrair ou deixar inertes no culto.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O CORPO — A MARAVILHOSA OBRA DA CRIAÇÃO DE DEUS
Nesta lição,
veremos com maiores detalhes uma das obras mais sublimes de nosso Criador: o
corpo humano. De modo extraordinário, o Senhor formou o homem do pó da terra. O
corpo é a estrutura material onde se encontra a alma e o espírito. A Bíblia o
classifica também como templo do Espírito Santo e, como tal, precisa ser
preservado (1Co 3.16). O cuidado com o corpo está além da simples nutrição ou
atividade física. Cuidar do corpo significa também ter uma vida equilibrada de
modo a evitar que os maus comportamentos e pensamentos da natureza humana
pecaminosa tornem a predominar sobre o corpo. Ainda que por um tempo haja em
nós uma incessante luta entre a carne e o espírito, nosso corpo deve ser
apresentado para uma vida que ande no espírito e sirva a Deus com integridade
(Gl 5.16).
Vale ressaltar que,
antes da Queda, o propósito de Deus era que o homem desfrutasse da plenitude da
vida em perfeita comunhão com seu Criador. Nesse sentido, o corpo humano fruía
de plenas condições quando habitava o Éden. Conforme discorre o Comentário da
Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD), “ao criar os seres humanos
à sua própria imagem, Deus designou as pessoas como seres triunos (isto é,
‘trifacetados’), com espírito, alma e corpo (1Ts 5.23; Hb 4.12). Deus formou Adão
do pó da terra (corpo) e soprou em suas narinas o fôlego de vida (espírito), e
ele se tornou ‘alma vivente’ (alma, Gn 2.7). Deus pretendia que, ao comer da
árvore da vida e obedecer à sua instrução de não comer da árvore da ciência do
bem e do mal, a humanidade continuasse a viver em sua condição perfeitamente
criada (cf. Gn 2.16,17; 3.22-24). Somente depois que a morte entrou no mundo,
como resultado do pecado humano, é que lemos sobre o corpo retornando ao pó e o
espírito voltando para junto de Deus (Gn 3.19; 35.18; Ec 12.7; Ap 6.9). Em
outras palavras, a separação do corpo do espírito e da alma (isto é, o momento
da morte física) é resultado da maldição de Deus sobre a raça humana por causa
do pecado. [...] O corpo também passará por uma transformação quando
ressuscitar (isto é, quando voltar à vida para se unir à alma e ao espírito).
Esta é a maneira como a nossa completa qualidade de ser humano será restaurada,
no final, se tivermos entregados a nossa vida a Jesus Cristo”. (2022,
pp.1106,1107).
A vida plena no
Espírito deve ser destacada. Atualmente, nos deparamos com a busca demasiada
por uma beleza perfeita e culto à imagem, inclusive por quem trabalha com
mídias sociais. O excesso de exposição do corpo traz efeitos à mente e ao
corpo. Nosso corpo é templo do Espírito e deve estar à serviço do Reino (Rm
12.1,2).