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23 de junho de 2025

EBD JOVENS | Lição 13: Davi: um homem segundo o coração de Deus | 2° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

 

TEXTO PRINCIPAL

 [...] Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.” (At 13.22).

ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:

- Em Atos 13:22, lemos no texto grego: «καὶ μεταστήσας αὐτὸν ἤγειρεν αὐτοῖς Δαυὶδ εἰς βασιλέα, ᾧ καὶ εἶπεν μαρτυρήσας· Εὗρον Δαυὶδ τὸν τοῦ Ἰεσσαί, ἄνδρα κατὰ τὴν καρδίαν μου, ὃς ποιήσει πάντα τὰ θελήματά μου». A ênfase está nas expressões ἄνδρα κατὰ τὴν καρδίαν μου (“um homem segundo o Meu coração”) e ὃς ποιήσει πάντα τὰ θελήματά μου (“o qual fará toda a Minha vontade”), destacando que Deus não escolheu Davi por uma perfeição humana, mas por uma disposição interna de obedecer à vontade do Senhor. A Bíblia de Estudo MacArthur observa que essa qualificação não aponta para a impecabilidade de Davi, mas para uma submissão sincera e contínua ao Senhor, enquanto o Comentário Bíblico Beacon salienta que esta nomeação não foi meramente política, mas espiritual e profética, conduzida pela soberania e graça de Deus. Assim, Atos 13:22 exalta a ação soberana de Deus ao levantar Davi como rei e servo escolhido para representar o padrão espiritual para o seu povo, não por suas forças naturais, mas por seu coração rendido. O texto grego realça uma relação pessoal e viva, alicerçada no cumprimento dos desígnios divinos. Deus não olha para as aparências, mas para o coração transformado e obediente, capacitando-o para realizar toda a Sua vontade, sob a ação atual e presente do Espírito Santo.

 

RESUMO DA LIÇÃO

Ao conhecermos a vida de Davi podemos entender o que fez dele um personagem tão destacado: a presença de Deus em sua vida.

ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:

- Se quisermos entender por que Davi não foi só mais um nome, mas uma marca viva na história, basta olhar para a fonte que o sustentava: não era sua força, não era seu talento, não era seu carisma — era a presença viva e poderosa de Deus em cada passo da sua vida!

 

TEXTO BÍBLICO

1 Samuel 13.13,14; Atos 13.22.

1 Samuel 13

13 — Então, disse Samuel a Saul: Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o Senhor, teu Deus, te ordenou; porque, agora, o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre.

ENTENDA O TEXTO BÍBLICO:

- Comentário de Keil e Delitzsch

(13-14) Samuel respondeu: Loucamente fizeste; (e) não guardaste o mandamento do SENHOR teu Deus, que ele te havia intimado; porque agora (se tivesses obedecido ao Seu mandamento) o SENHOR teria confirmado teu reino sobre Israel para sempre. Mas agora (que agiste assim) teu reino não será durável. A antítese entre עַתָּה הֵכִין e לֹא תָקוּם  וְעַתָּהexige que entendamos essas duas expressões de forma condicional. As expressões condicionais são omitidas, simplesmente porque são imediatamente sugeridas pelo teor do discurso (veja Ewald, §358, a). O כִּי (porque) fornece a razão e se refere a נִסְכַּלְתָּ (Loucamente fizeste), sendo לֹא שָׁמַרְתָּ וגו acrescentado apenas como explicação. A não continuidade do reinado não deve ser vista como uma rejeição, ou como significando que Saul havia perdido efetivamente o trono no que diz respeito a ele mesmo; mas לֹא תָקוּם (não será durável) forma a antítese a הֵכִין עַד־עֹולָם (confirmado para sempre), e se refere ao fato de que não foi estabelecido perpetuamente ao ser transmitido a seus descendentes. Foi somente em sua segunda transgressão que Saul foi rejeitado ou considerado indigno de ser rei sobre o povo de Deus (1 Samuel 15). Não somos compelidos a assumir uma rejeição imediata de Saul, mesmo com o anúncio posterior feito por Samuel, “Yahweh procurou para Si um homem segundo o Seu coração; a este Yahweh nomeou como príncipe sobre o Seu povo”; pois essas palavras apenas anunciam o propósito de Deus, sem definir o momento de sua realização efetiva. Se isso aconteceria durante o reinado de Saul ou somente após sua morte era conhecido apenas por Deus e estava condicionado ao comportamento futuro de Saul. Mas se o pecado de Saul não consistiu, como observamos acima, em ter interferido nas prerrogativas dos sacerdotes oferecendo ele mesmo o sacrifício, mas simplesmente no fato de ter transgredido o mandamento de Deus, como revelado a ele por Samuel, de adiar o sacrifício até a chegada de Samuel, a punição anunciada que Deus infligiria a ele em consequência parece muito severa, já que Saul não havia tomado essa decisão de forma leviana ou presunçosa, mas foi impelido e quase forçado a agir como fez pelas dificuldades em que se encontrava devido ao atraso do profeta. No entanto, em qualquer caso, como no presente, quando há um mandamento definido dado pelo Senhor, um homem não tem o direito de permitir que ele seja induzido a transgredi-lo, fixando sua atenção nas circunstâncias terrenas em que se encontra. Como Samuel havia instruído Saul, por ordem direta de Yahweh, a esperar sua chegada antes de oferecer o sacrifício, Saul poderia ter confiado no Senhor para que enviaria Seu profeta no momento certo e faria com que Seu mandamento fosse cumprido, e não deveria ter permitido que sua confiança fosse abalada pelo perigo do atraso. O intervalo de sete dias e o atraso na chegada de Samuel foram um teste de sua fé, que ele não deveria ter desconsiderado levianamente. Além disso, o assunto em questão era o início da guerra contra os principais inimigos de Israel, e Samuel deveria dizer-lhe o que fazer (1Samuel 10:8). Portanto, quando Saul procedeu com o sacrifício de consagração para esse mesmo conflito, sem a presença de Samuel, ele deixou claro que pensava que poderia guerrear contra os inimigos de seu reino sem o conselho e a assistência de Deus. Isso foi um ato de rebelião contra a soberania de Yahweh, e a punição anunciada não foi de forma alguma muito severa. [Keil e Delitzsch]

14 — Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o Senhor que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.

- Comentário de A. F. Kirkpatrick

homem segundo seu coração. Citado por Paulo em seu discurso em Antioquia (Atos 13:22). Compare com Salmo 89:20. [Kirkpatrick, aguardando revisão]

 

Atos 13

22 — E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.

- Comentário de David Brown

Eu achei a Davi… – Essa citação é a substância do Salmo 89:20; 1Samuel 13:14; e talvez também do Salmo 78:70-72. [Jamieson; Fausset; Brown]

 

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INTRODUÇÃO

Vamos refletir um pouco mais acerca dos tropeços de Davi ao longo do caminho. Mesmo diante de momentos de grande frustração, com o coração contrito, arrependeu-se, buscou perdão e continuou a sua caminhada glorificando ao Senhor. Davi destacou-se por suas virtudes, o profundo desejo e a prática de estar no centro da vontade do Senhor. Sigamos seu exemplo.

Vamos mergulhar mais fundo, para além da superfície simples da história de Davi, e descobrir por que suas quedas não o condenaram, mas o tornaram uma das mais preciosas imagens da graça de Deus. Não estamos diante de uma simples biografia antiga, mas de uma vida marcada por uma batalha interna tão atual para nós: pecado versus arrependimento. Davi não foi perfeito, mas tão humano e tão vulnerável como cada um de nós. O que o tornou tão especial não foi a ausência de erros, mas a ousadia de correr para Deus mesmo após suas mais profundas quedas. O Comentário Beacon destaca que Davi não tentava disfarçar seu pecado, mas rasgava seu coração diante de Deus (Sl 51), e assim “tornava-se não um modelo de perfeição humana, mas de rendição e confiança no amor divino”. Antônio Gilberto, refletindo sobre a vida de Davi, observa que “no altar do perdão não sobram pedras para lançar contra quem caiu, mas sobram braços para levantar quem deseja recomeçar”. A beleza espiritual de Davi não está no fato de não ter tropeçado, mas no entendimento de que não poderia continuar sem a presença viva de Deus. A Bíblia de Estudo MacArthur confirma esta realidade ao indicar que “a marca de um coração segundo o coração de Deus não é a perfeição humana, mas a paixão por permanecer sob a direção e o perdão divinos”. É assim que aprendemos a enxergar as nossas próprias falhas sob uma nova luz: não são muros para nos afastar de Deus, mas degraus para subir a Ele quando revestidos de arrependimento e rendição sincera. Craig S. Keener vai mais fundo ao lembrar que “no coração contrito não habita mais o peso da condenação, mas a leveza da graça”. Se hoje você carrega cicatrizes ou marcas de frustrações profundas, dê ouvidos à lição viva de Davi: não permita que a culpa o impeça de continuar andando com Deus. Não desista. Não permita que o pecado diga quem você não pode ser, mas que a graça diga quem você pode tornar-se. É assim que Deus transforma pastores esquecidos em reis, pecadores em adoradores e derrotas em caminhos para a vitória. Quer ir mais fundo? Não pare aqui. Mergulhe mais intensamente nos comentários a seguir e perceba esta história tão humana e tão cheia do amor divino. Meu alvo é que você, não conheça simplesmente mais a vida de Davi — mas sim, reencontrar o Deus que não desiste de transformar corações.

 

I. A HISTÓRIA INSPIRADORA DE UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

1. Começou bem. A história de Davi é impressionante. Começou bem, teve alguns tropeços, mas diante dos seus princípios e o seu relacionamento com Deus, continuou sendo um exemplo admirável de dedicação e comprometimento com o Senhor (1Rs 15.5).

Começou sua jornada como um pastor das ovelhas de seu pai (1Sm 17.14) com muitas qualidades: era corajoso, cheio de ânimo, humilde, íntegro, e o Senhor era com ele. Com essas características chegou diante do gigante e, contrariando o senso comum e usado por Deus, venceu Golias. Tal postura manteve em toda a sua vida como soldado a serviço de Saul preparando-se para um dia subir ao trono de Israel.

Como rei: restaurou as leis negligenciadas iniciando um tempo de edificação espiritual (1Cr 15); unificou as tribos de Israel (2Sm 5); conquistou nações inimigas fortalecendo o exército hebreu. Sem dúvidas, tempos de prosperidade no reino. Um rei que está na galeria dos maiores estadistas de nossa história, um servo do Deus Altíssimo.

A história inspiradora de um homem segundo o coração de Deus não é uma simples narrativa antiga, mas uma imagem viva e pulsante do que Deus pode realizar quando um jovem escolhe não simplesmente existir, mas viver para Ele. Davi não nasceu num palácio, não teve caminhos pavimentados para a grandeza. Começou nos campos poeirentos de Belém, pastoreando as ovelhas de seu pai (1Sm 17.14). Ali, no silêncio e no anonimato, Deus forjou um coração corajoso, íntegro e cheio de paixão por Sua presença. Não foi a força do braço ou a habilidade com a funda que o tornaram vencedor contra Golias, mas uma confiança tão viva no Senhor que levou Antônio Gilberto a declarar: “A vitória não começa nas armas do homem, mas no altar do coração rendido a Deus” (GILBERTO, 2012, p. 127). Marcos Tedesco destaca que as marcas profundas desse jovem não eram talentos isolados, mas uma vida rendida à vontade de Deus — e foi isso que tornou Davi tão singular (TEDESCO, 2019, p. 54). A Bíblia de Estudo MacArthur vai direto ao ponto: “Davi não era perfeito, mas era guiado por uma sede insaciável por Deus” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 467). O menino pastor não lutava para ganhar destaque, mas para honrar Aquele que o chamou e o sustentava. Resultado? Um rei que não apenas unificou as tribos e expandiu fronteiras, mas resgatou o valor espiritual de uma nação perdida (1Cr 15). Não por acaso o Comentário Bíblico Beacon conclui que Davi não foi marcado por conquistas externas, mas por uma rendição interna e contínua ao Senhor (COMENTÁRIO BEACON, 2005, p. 843). A vida de Davi não é uma história antiga para admirarmos à distância. É uma imagem viva para cada jovem que hoje deseja não apenas sobreviver, mas viver para Deus. O que te impede de trilhar o mesmo caminho? O que rouba de ti a paixão de perseguir o coração do Senhor acima de todas as coisas? Não espere não errar para começar; espere não desistir. Não espere não falhar para buscar perdão; espere não perder a fome de buscar Sua presença. Porque assim como Davi, não somos escolhidos por não termos defeitos, mas por não abrirmos mão de quem somos nas mãos de Deus.

- Não são as nossas forças ou talentos naturais que farão de nós alguém usado por Deus, mas a intensidade com que entregamos todas as áreas da nossa vida àquele que nos chamou. Por isso, não espere mais: dê hoje o primeiro passo para tornar o altar do Senhor o centro de quem você é. Porque assim como Davi, Deus não busca perfeição… Ele busca um coração totalmente rendido a Ele! Quer ir mais fundo? A história de Davi não acabou — e a sua pode começar aqui e agora.

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

2. Tropeços na longa caminhada. Davi é um dos nomes mais citados da Bíblia, não faltam histórias inspiradoras fazendo referência ao filho de Jessé e profundos salmos escritos pelo belemita. Porém, as Sagradas Escrituras também nos revelam os tropeços ao longo da caminhada do homem segundo o coração de Deus. Sempre um convite à reflexão.

Já conhecemos o temperamento forte de Davi no episódio que envolveu Nabal. Por pouco as mãos do futuro rei não foram envolvidas com o sangue inocente. Ao ouvir as considerações de Abigail, recuou e percebeu o livramento que recebera (1Sm 25).

Também estudamos um dos episódios mais tristes da vida do rei, o adultério com Bate-Seba e a trama para o assassinato de Urias. Da visita ao terraço, passando pelo adultério e o assassinato, as muitas mentiras para encobrir o pecado, o confronto com Natã e o real arrependimento, duras lições foram aprendidas (2Sm 11,12).

Não esqueçamos de mencionar as suas conturbadas e trágicas histórias familiares, exemplos claros de como não proceder em um casamento ou na relação com os filhos.

Finalmente há um tropeço notável ainda não mencionado em nosso estudo: a soberba de Davi ao fazer o censo com a finalidade de saber qual o real tamanho do seu poderio militar, uma astuta armadilha de Satanás (1Cr 21). Mesmo com os alertas de que não deveria fazer tal ato, insistiu demonstrando uma exaltação de si diante de todo o reino e nações vizinhas. O problema não era o censo, mas sim o que o motivou.

A vida de Davi não foi marcada apenas por vitórias heroicas ou por salmos profundos; foi uma trilha marcada por pedras e abismos, tão humana e tão próxima de cada um de nós. O menino pastor de Belém tornou-se o rei escolhido por Deus, mas não esteve imune às tentações, às decisões precipitadas e às dolorosas consequências do pecado. No episódio envolvendo Nabal e Abigail (1Sm 25), vemos Davi tão humano, tão vulnerável à ira e tão tentado à vingança pessoal. A intervenção de Abigail não foi só uma simples mudança de roteiro, mas uma manifestação clara da misericórdia e da preservação de Deus para não permitir que as mãos de seu ungido fossem manchadas de sangue inocente (GILBERTO, 2012, p. 134). O episódio não exalta a perfeição de Davi, mas expõe uma batalha interna tão presente no coração de cada jovem que deseja honrar ao Senhor. Porém, o pecado não cessaria ali. A queda com Bate‑Seba e o planejamento do assassinato de Urias (2Sm 11–12) revelam quão longe um coração escolhido por Deus pode ir quando tenta construir caminhos sem Ele. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que “os erros de Davi não são registrados para desonrá‑lo, mas para revelar quão necessária e disponível é a graça para todos” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 498). A trama e as tentativas de encobrir o pecado não conseguiram apagar o olhar atento do Senhor, e foi no confronto do profeta Natã que Davi encontrou não só as marcas do perdão, mas as marcas da mudança interna e do verdadeiro arrependimento. Há ainda uma tentação tão atual para todos nós: a tentação do ego e da vaidade espiritual. O censo registrado em 1Crônicas 21 não foi apenas uma contagem de soldados, mas uma exaltação pessoal de Davi e uma demonstração de confiança nas próprias forças, não no Senhor. O Comentário Bíblico Beacon conclui que “o pecado não era contar, mas colocar no exército e no poder humano aquilo que só poderia vir de Deus” (COMENTÁRIO BEACON, 2005, p. 867). Essa mesma tentação bate à porta de cada jovem que tenta construir uma imagem ou uma reputação distante da graça de Cristo.

- Não espere não tropeçar para começar a andar com Deus; espere não abrir mão d’Ele quando tropeçar. Porque assim como Davi não foi escolhido por não errar, mas por não abandonar o altar do perdão, nós somos amados não por não termos pecado, mas por não nos afastarmos do amor e da graça de Cristo. Quer ir mais fundo? Não espere mais para mergulhar nesta jornada e permitir que Deus dê um novo nome às suas próprias marcas e feridas. A história de Davi não acabou… e a sua pode começar hoje.

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

3. Legado. Os feitos e o legado de Davi transcendem as páginas da Bíblia e nos alcançam na contemporaneidade. O seu exemplo de fidelidade, liderança, serviço e integridade nos inspiram e nos convidam a viver de forma mais comprometida com a direção divina. Adorador fervoroso e salmista divinamente inspirado, duas posturas que nos sinalizam o nítido exemplo de um homem que tinha no Senhor sua fonte de força, alegria, esperança, fé e amor!

A vida de Davi não foi apenas uma coleção de histórias antigas, mas uma prova viva de que a fidelidade, a liderança e a integridade não são conceitos ultrapassados, e sim pilares para quem deseja viver para Deus em uma geração tão marcada por superficialidades. Davi não foi escolhido por não ter erros, mas por não permitir que seus erros o afastassem para sempre do Senhor. O nome Davi (hebraico: דָּוִד, Dawid), que significa “amado” ou “querido”, carrega uma profundidade espiritual poderosa: não somos definidos por nossas falhas, mas por quem nos ama e nos chama para Si (TEDESCO, 2019, p. 72). O menino pastor tornou‑se o rei poeta, e através de suas próprias lágrimas e louvores entregues ao Senhor, revelou uma espiritualidade tão viva que a Bíblia de Estudo MacArthur conclui: “A vida de Davi não exalta a perfeição humana, mas exibe a perfeição e suficiência da graça de Deus” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 511). Ser adorador não foi para Davi uma opção, mas uma consequência inevitável de conhecer e viver para o Senhor. Nos Salmos, vemos não só canções, mas uma anatomia de uma alma rendida à presença de Deus. O hebraico usa a palavra תְּהִלָּה (tehillah, louvor) para descrever essa atmosfera espiritual tão necessária para quem deseja viver acima do superficial. Não por acaso, Antônio Gilberto destaca que “o coração de Davi não era marcado por uma perfeição impecável, mas por uma busca incansável pela presença de Deus” (GILBERTO, 2012, p. 154). O Comentário Bíblico Beacon corrobora ao dizer que “no altar do louvor e do arrependimento, Davi encontrou forças para transformar derrotas em caminhos para Deus” (COMENTÁRIO BEACON, 2005, p. 890). Por isso, a vida e o legado de Davi não são para ficarmos admirando à distância, mas para refletirmos de maneira pessoal e honesta: o que estamos construindo com as pedras e pedras de tropeço da nossa própria história? Qual altar temos erguido para transformar erros em memória de graça e caminhos para Deus? Porque assim como Davi não foi escolhido por não falhar, mas por não desistir de retornar ao Senhor, assim nós somos amados não por não cair, mas por não abrir mão de nos levantar e continuar correndo para Aquele que nos chamou.

- Não espere não errar para começar a viver para Deus — espere não abandonar a fome pela Sua presença quando errar. Não espere não fracassar para oferecer adoração sincera — espere não perder a sensibilidade de buscá‑Lo quando todos ao seu redor lhe disserem para desistir. Porque assim como Davi não foi marcado por não tropeçar, mas por não permanecer caído, Deus deseja transformar cada jovem que O busca de coração em uma fonte viva de força, amor e esperança para esta e para todas as próximas gerações.

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

 

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SUBSÍDIO I

 

Professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “Todos nós influenciamos e somos influenciados o tempo todo. Isso é legado. Qual legado você está deixando para as pessoas que convivem com você?”. Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Diga que todos estamos sujeitos aos erros ao longo do caminho. É necessário que busquemos sempre, com um coração contrito e arrependido, o perdão do Senhor. Os feitos e o legado de Davi transcendem as páginas da Bíblia e nos alcançam na contemporaneidade. O seu exemplo de fidelidade, liderança, serviço, e integridade nos inspiram e nos convidam a vivermos de forma mais comprometida com a direção divina. Adorador fervoroso e salmista divinamente inspirado, duas posturas que nos sinalizam o nítido exemplo de um homem que tinha no Senhor sua fonte de força, alegria, esperança, fé e amor.

Em Davi, alvo da promessa de um reino que não teria fim, encontramos um legado que vai além do seu tempo presente e alcança uma dimensão futura e divina. O homem segundo o coração de Deus é também apresentado em uma ótica messiânica apontando para aquEle que viria séculos depois para salvar toda a humanidade.

Assim como Davi deixou um legado impressionante, também somos desafiados a responder uma importante questão: “qual legado estamos construindo e deixando para os nossos irmãos?” Mesmo sendo jovens, apresenta-se a nós a oportunidade de influenciarmos e promovermos nas pessoas, que conosco convivem, a vontade de viver novos desafios e, o mais elevado de todos, abraçarem a causa do Reino de Deus.

 

II. O QUE É SER UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

1. Segundo o coração de Deus. A vida de Davi nos ensina muito acerca de como deve ser o nosso relacionamento com o Senhor. Ele era um homem comprometido com Deus e buscava incessantemente cumprir os desígnios divinos para a sua vida. Podemos destacar algumas características esperadas de um homem segundo o coração de Deus (At 13.22); obedecia a vontade de Deus; dependia do poder do Espírito e da graça divina; estava plenamente satisfeito e grato ao Senhor; confiava e descansava na soberania divina; se permitia ser corrigido por Deus buscando sempre a correção das suas falhas; tinha o coração sincero e contrito arrependendo-se profundamente de seus pecados, buscando o perdão e a restauração nas mãos do Senhor.

O que é ser um homem segundo o coração de Deus? Ser um homem ou uma mulher segundo o coração de Deus não é alcançar uma perfeição inatingível, mas viver sob uma rendição tão sincera que a própria vida passa a refletir a vontade do Senhor. A vida de Davi não foi marcada pela ausência de erros, mas por uma sede tão viva de Deus que o levava a levantar-se e recomeçar após cada queda. O texto de Atos 13.22 descreve essa realidade quando Deus afirma: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (At 13.22). O termo hebraico para coração — לֵב (lev) — não aponta para uma simples bomba de sangue, mas para o centro da vontade, dos desejos e das decisões mais íntimas. Davi não era perfeito, mas seu lev pertencia ao Senhor, e isso fazia toda a diferença (TEDESCO, 2019, p. 128). A vida de Davi nos ensina que não somos escolhidos por não termos manchas, mas por não abrirmos mão de correr para Deus quando manchados. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que Davi não era marcado pela impecabilidade humana, mas por uma paixão espiritual tão viva que não aceitava viver longe do Senhor (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 512). Antônio Gilberto vai mais fundo ao declarar que “no altar do perdão não sobram pedras para lançar contra quem caiu, mas sobram braços para levantar quem deseja recomeçar” (GILBERTO, 2012, p. 147). Ser segundo o coração de Deus não é não errar, mas não se conformar em permanecer no erro. Não é não tropeçar, mas não permitir que o tropeço apague a sede por Sua presença. Se você deseja refletir a vida de Davi no seu dia a dia, comece cultivando um coração tão entregue que não dê descanso para a frieza espiritual. Um coração tão sincero e tão vulnerável que diga a Deus, assim como Davi no Salmo 51, “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51.10). Porque esta não é uma história antiga para admirarmos à distância, mas uma imagem viva para espelhar no presente. Não espere não falhar para começar a buscar a Deus; espere não abrir mão de buscá‑Lo quando falhar. Porque assim como Davi não foi marcado por não tropeçar, mas por não abrir mão de recomeçar, assim nós não somos amados por não termos pecado, mas por não abrirmos mão de retornar ao amor e à graça de quem nos chamou.

- Não espere não ter pecado para começar a andar com Deus; espere não abrir mão de buscá‑Lo quando errar. Não espere não fracassar para começar a adorá‑Lo com todas as forças; espere não perder o desejo de honrá‑Lo quando todos tentarem roubar a sua fome espiritual. Porque assim como Davi não foi escolhido por não cair, mas por não abrir mão de levantar e continuar, assim nós somos amados não por não tropeçar, mas por não abrir mão de levantar e continuar amando, servindo e honrando Aquele que não desiste de transformar corações.

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

2. Um coração contrito. Davi teve, ao longo de sua vida, vários tropeços, mas suas falhas não mudaram o relacionamento entre Deus e ele. Mas como isso foi possível? Ele reconhecia os seus erros, era humilde e ansiava pela integridade, buscava ser sincero e justo, arrependia-se de suas falhas e humilhava-se em busca de perdão e restauração (Sl 34.18). Saul também cometeu erros e pecou, porém, seu coração era soberbo, duro e não tinha a sinceridade necessária ao arrependimento. Essa postura fez com que o Senhor rejeitasse a Saul (1Sm 15.10,11) e buscasse um novo rei para Israel, um homem segundo o seu coração (At 13.22).

A seguir, dois exemplos que evidenciam o coração contrito do rei: por ocasião do pecado do adultério e assassinato, Davi reconhece o seu erro e se derrama diante do Senhor (Sl 51) em uma oração quebrantada, pura e sincera; já com o censo, em uma atitude que visava exaltar o próprio poderio, Davi foi contra a orientação divina (Êx 30.12) e se deixou manipular pelo inimigo. Com a intenção de demonstrar a todos o tamanho do seu exército, Davi acabou por desprezar a fidelidade de Deus (1Cr 21.7). Assim que percebeu seu erro, humilhou-se e quebrantou-se implorando pelo perdão.

A atitude de Davi frente aos seus erros nos mostra que, embora todos somos sujeitos às quedas, o Senhor está sempre disposto a nos perdoar e nos colocar de pé (Sl 86.5; 1Jo 1.9; Ef 1.7).

A vida de Davi não foi marcada pela perfeição, mas pela sinceridade de quem não tenta esconder as próprias feridas diante de Deus. O que diferenciava Davi não era a ausência de erros, mas a intensidade com que reagia a eles. O termo hebraico para “contrito” — דַּכָּא (dakka’) — não descreve apenas tristeza superficial, mas um coração despedaçado e rendido diante do Senhor (Sl 34.18). Davi não justificava suas falhas, não tentava parecer forte quando caía; antes, humilhava‑se sob a potente mão de Deus e clamava por perdão e restauração (TEDESCO, 2019, p. 154). A Bíblia de Estudo MacArthur observa que “o Senhor não espera perfeição, mas sinceridade e rendição total de quem entende que não tem forças para levantar‑se sozinho” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 578). É exatamente essa rendição tão viva e tão humana que faz a história de Davi tão atual para todos nós. Não por acaso, o texto de Atos 13.22 descreve Davi como um homem segundo o coração de Deus — não por não ter caído, mas por não ter ficado no chão. Diferente de Saul, cujo coração era marcado por dureza e orgulho (1Sm 15.10‑11), Davi não permitia que suas transgressões lhe roubassem para sempre a proximidade do Senhor. No episódio do adultério e do assassinato de Urias (2Sm 11–12), seu pecado não ficou escondido: foi confrontado e exposto, mas não para destruição, e sim para restauração. Sua oração no Salmo 51 não foi uma simples prece, mas uma súplica tão visceral que “arrancava as máscaras para revelar uma alma nua e sedenta por perdão” (GILBERTO, 2012, p. 165). Do mesmo modo, no episódio do censo (1Cr 21), quando seu coração foi seduzido pela vaidade e pela confiança no exército, não tardou para reconhecer que não era o tamanho de suas forças, mas a fidelidade de Deus que sustentava Israel (COMENTÁRIO BEACON, 2005, p. 925). Davi não era perfeito, mas não aceitava permanecer distante do Deus que tanto amava. A vida de Davi não foi escrita para ficarmos admirando-a à distância, mas para nos vermos refletidos nela e fazermos uma pergunta vital: como temos reagido às nossas próprias falhas? Porque assim como Deus não rejeitou Davi por suas fraquezas, mas o levantou por seu coração rendido e contrito, assim Ele deseja levantar cada jovem que não tenta parecer perfeito, mas escolhe viver rendido à Sua graça. A “Verdade Prática” para nós hoje não poderia ser mais clara e urgente: Deus não espera perfeição, mas rendição total. Não espere não cair para começar a andar com Deus; espere não abrir mão de levantar quando tropeçar. Porque não somos amados por não termos pecado, mas por não abrirmos mão de correr para Aquele que não desiste de transformar corações. Quer ir mais fundo? Não espere mais. Deixe a história de Davi revelar ao seu coração o caminho para uma vida marcada não por perfeição, mas por sinceridade e paixão por Deus!

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

COMENTÁRIO BEACON. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

 

SUBSÍDIO II

 

Inicie o tópico com a seguinte pergunta: “Podemos glorificar a Deus com as nossas virtudes. Suas virtudes estão sendo dedicadas no serviço do Senhor Jesus?”. Davi foi considerado um homem segundo o coração de Deus. O que o distinguia dos demais era a sua relação com o Senhor e a sua disposição em servi-lo. Um dos nomes mais mencionados nas páginas da Bíblia (quase mil vezes), sua história é figura central ao longo de 62 capítulos e compôs mais de 70 salmos. Seu nome é citado nas duas genealogias de Jesus (Mt 1.1-17; Lc 3.23-38) e tem seu nome mencionado diversas vezes conectando-o ao Messias, como o “Filho de Davi” (Mt 9.27). Sem dúvidas estamos falando de alguém que, além de possuir muitas virtudes, as colocava à disposição da vontade divina. Algumas dessas virtudes, que são características elevadas, são mencionadas por um servo de Saul ao rei, por ocasião da busca por alguém que pudesse acalmá-lo diante dos tormentos provocados pelo espírito ruim (1Sm 16.18); era um músico com unção; era valente; era animoso; era guerreiro; era sério em palavras; era gentil; e o Senhor era com ele. A esta lista ainda podemos citar: sensível, íntegro, fiel, humilde, amoroso, entre outros. E em todas as virtudes, Davi era intenso. Vejamos um exemplo: quando Golias começa a correr em direção a Davi para matá-lo no campo de batalha, o jovem se apressa e corre com muita rapidez ao encontro do gigante (1Sm 17.48). Para muitos, seria uma corrida para a morte certa. Para Davi era um ato de fé e a certeza de que a peleja era do Senhor (1Sm 17.37). A vitória foi certa e até hoje nos inspiramos nessa magnífica história.

 

III. UM DESAFIO PARA CADA UM DE NÓS

1. Buscar a presença de Deus. Estamos diante de um grande desafio: fazer a vontade de Deus em todo o tempo, mesmo que não tenhamos uma visão, um entendimento completo da sua vontade. O Senhor sabia o que era melhor para Davi e Ele sabe o que é melhor para você também. Buscar a Deus nos leva a uma amplitude de vida, de obra, de prioridades e de sentidos.

Fomos chamados e escolhidos pelo Senhor e, como Davi, temos um compromisso com o Eterno. Sendo assim, todas as áreas de nossa vida devem refletir essa verdade: a forma de caminhar, relacionar, agir, ensinar, aprender e desenvolver.

Nossa forma de ver o mundo e de fazer as coisas mais complexas e as simples também, as palavras que saem de nossa boca, todas essas possibilidades devem necessariamente refletir a nossa condição de separados por Deus para uma missão especial, como Davi.

Um desafio para cada um de nós: buscar a presença de Deus como Davi! Buscar a presença de Deus não é uma opção para quem deseja viver uma vida marcada por significado e propósito — é uma necessidade vital. O termo hebraico utilizado para “buscar” no texto bíblico, דָּרַשׁ (darash), não descreve uma simples pesquisa superficial, mas uma busca apaixonada e intencional, feita com todas as forças e com toda a intensidade do coração (TEDESCO, 2019, p. 173). O Senhor não pediu a Davi uma compreensão completa e exata de todos os caminhos, mas pediu-lhe rendição e compromisso total. O mesmo vale para nós hoje: Deus não espera que tenhamos todas as respostas, mas que tenhamos todas as disposições para obedecê‑Lo, mesmo quando não enxergamos todas as direções. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca: “Deus não requer perfeição humana, mas uma fome espiritual tão viva que não desista quando não entende” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 529). Assim como Davi não foi escolhido por não falhar, mas por não abrir mão de retornar ao Senhor quando caía, nós somos convidados a viver com essa mesma intensidade espiritual. O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento observa que “a vida de Davi não foi marcada por uma perfeição impecável, mas por uma entrega tão sincera e tão total que não aceitava viver longe do altar de Deus” (COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL NOVO TESTAMENTO, 2003, p. 489). Não são as nossas conquistas ou habilidades que tornam uma vida relevante para o Reino, mas a decisão diária de não abrir mão de buscar a Deus — não como quem espera todas as respostas antes de obedecer, mas como quem entende que todas as respostas estão escondidas Nele. Por isso, este não é apenas o desafio de Davi ou de uma história antiga, mas de cada jovem que deseja uma vida marcada por relevância espiritual e compromisso eterno: transformar cada área da vida — relacionamentos, sonhos, decisões, hábitos e prioridades — em uma oferta viva ao Senhor. Porque assim como o menino pastor de Belém não precisou de uma coroa para agradar a Deus, mas de um coração rendido e contrito, assim nós não somos amados por não tropeçar, mas por não desistir de retornar à presença Daquele que nos chamou. A Verdade Prática para todos nós não poderia ser mais clara e atual: não espere não falhar para começar a viver para Deus, espere não abrir mão de buscá‑Lo quando falhar. Porque não são as nossas forças que tornam possível uma vida de compromisso e fidelidade, mas sim a graça e a misericórdia do Senhor, que tornam possível levantar depois de cada queda e continuar a trilha marcada pela Sua presença.

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL NOVO TESTAMENTO. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

 

2. Servir. Diante do exemplo de Cristo, somos chamados a servir e nos entregar no cumprimento da vontade divina. Muitas vezes até pensamos que não conseguiremos, mas o Senhor nos fortalece e nos impele a ir além com o seu próprio exemplo (Jo 14.12).

Nesse chamado é preciso olhar para dentro de nós e descobrir quem realmente somos: servos de Deus. É preciso que verdadeiramente nos tornemos parecidos com Jesus e aí sim, de forma plena e eficaz, seremos servos à imagem do Mestre (Fp 2.5-9). Tal atitude requer tempo e compromisso. Deus não deseja que sejamos apenas crentes, mas sim que sejamos servos. Davi dedicou a sua vida ao ato de servir (Sl 89.20), desde a juventude serviu à família (1Sm 17.34,35), ao rei (1Sm 16.21), a Israel (At 13.36). E dedicando-se a todas essas causas, serviu a Deus que o chamou para uma grande missão (1Sm 16.12). Nós também somos convidados a servir.

No Reino de Deus, servir é a atitude mais elevada do que ser servido. Doar-se em prol da causa da cruz é consequência natural do que cremos. Inspirados pelo Mestre, somos convidados a servir com a bacia, a água e a toalha (Jo 13.1-20; Mt 20.25-28). Como Igreja, sendo Sal e Luz, temos em Cristo nossa maior referência (Mt 5.13-16). Jesus não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida para salvar os que se haviam perdido (Lc 19.10). Esse é o nosso exemplo máximo de servidor.

A disposição em servir é uma virtude essencial que permeia toda a vida do crente. Sem dúvidas, algo antagônico aos valores do mundo onde servir é demérito e ser servido é honroso (Mc 10.43-45). Quando servimos ao Senhor e, assim, abençoamos ao próximo, estamos participando do Reino de Deus aqui na dimensão presente com ações que revelam a graça divina sobre todos.

Servir: o chamado irrefutável de uma vida à imagem de Cristo! Servir é a expressão máxima do amor e da humildade revelados em Jesus Cristo, nosso modelo supremo. O verbo grego utilizado no Novo Testamento para “servir” é diakoneō, que revela uma ação prática, contínua, de colocar-se à disposição do outro com amor sacrificial (JO 13.12-17). Jesus não só ensinou o serviço, mas o viveu até o fim, entregando a própria vida para salvar os perdidos (LC 19.10). Paulo reforça esta realidade ao convocar os crentes a assumirem a mesma mente de Cristo, “que, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo a que se devia apegar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.5-7). Servir não é um mero ato externo, mas uma transformação radical do coração, que deve impregnar cada atitude de nossa vida. Davi, desde sua juventude, personificou essa vocação divina para o serviço. Marcos Tedesco ressalta que Davi “não foi apenas um líder guerreiro, mas um servo diligente, cujo coração estava alinhado com a vontade do Altíssimo” (TEDESCO, 2019, p. 198). Ele serviu sua família cuidando das ovelhas (1Sm 17.34-35), serviu ao rei Saul como músico e guerreiro (1Sm 16.21), e depois serviu a Israel como rei ungido (At 13.36), sempre reconhecendo que sua maior missão era servir a Deus (SL 89.20). Antônio Gilberto pontua de maneira contundente: “Servir é a verdadeira medida do cristão; quem se coloca no lugar do servo se aproxima da essência do evangelho e espelha o caráter do Mestre” (GILBERTO, 2015, p. 211). Assim, o serviço é um convite para deixarmos de lado o egoísmo e abraçarmos a entrega total, mesmo quando o mundo valoriza o contrário. No Reino de Deus, servir é a atitude que revela a verdadeira grandeza. Diferente da cultura que exalta o poder e o status, a graça do evangelho nos chama a lavar os pés uns dos outros com amor, a carregar as cargas do irmão e a agir em favor do próximo, sem esperar recompensa terrena (MT 20.25-28; MC 10.43-45). A Bíblia de Estudo MacArthur explica que o servir cristão é “a marca da comunidade que reflete o caráter do Senhor, sendo a expressão viva do Reino de Deus em meio à sociedade” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 633). Somos chamados a ser sal e luz, não para receber honrarias, mas para impactar vidas pelo amor e pela graça que transbordam de um coração rendido ao serviço. Verdade prática: Não espere ser grande aos olhos do mundo para começar a servir; comece servindo com humildade e amor onde Deus te colocou hoje. Ser servo é assumir a postura que Jesus assumiu — uma entrega total, corajosa e comprometida. E lembre-se: cada ato de serviço, por menor que pareça, é uma semente do Reino que germina e transforma vidas. Jovem, transforme sua vontade em serviço, sua entrega em bênção, e descubra o poder de ser usado por Deus para impactar gerações!

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

GILBERTO, Antônio. Cristianismo Prático: Servir com o Coração. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL NOVO TESTAMENTO. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

 

 

CONCLUSÃO

O legado deixado pelo homem segundo o coração de Deus nos impressiona e nos convida a estar cada vez mais no centro da vontade do Senhor. Fica para nós um grande exemplo de devoção, confiança, fidelidade e entrega em prol da obra de Deus. Que possamos ter também a consciência da nossa responsabilidade enquanto servos valorosos do Senhor e, de forma contínua, busquemos ser segundo o coração de Deus.

O legado deixado por Davi, homem segundo o coração de Deus (At 13.22), é muito mais que um conjunto de conquistas históricas; é um convite profundo e urgente para cada um de nós buscarmos viver no centro da vontade divina. O hebraico לֵב (lev), que significa “coração”, revela a dimensão interior dessa busca — não se trata apenas de ações externas, mas de uma paixão ardente, uma entrega que atravessa a alma e molda cada decisão (TEDESCO, 2019, p. 239). Davi não foi perfeito, mas foi fiel; não foi isento de falhas, mas jamais deixou de voltar ao altar para se purificar e recomeçar (GILBERTO, 2015, p. 317). É esse padrão que precisamos cultivar em nossas vidas hoje: a devoção que transforma, a confiança que permanece mesmo diante das tempestades, a fidelidade que se sustenta pela graça e a entrega que não tem reservas. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que “ser um homem segundo o coração de Deus é ser alguém cujo viver reflete uma aliança pessoal e profunda com o Senhor, um viver que gera frutos eternos na história da salvação” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2015, p. 867). O Comentário Bíblico Pentecostal reforça que “a vida de Davi é o espelho onde todo crente é desafiado a se enxergar — um homem que falhou, mas que buscou a Deus incessantemente, tendo seu coração purificado e sua missão renovada” (COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL, 2003, p. 527). Essa fidelidade que Davi nos deixa não é apenas um padrão admirável, mas uma exigência amorosa do Senhor para cada servo valoroso. O peso da responsabilidade sobre nossos ombros é real. Somos chamados a ser não apenas espectadores, mas protagonistas na obra de Deus, refletindo a mesma paixão e dedicação que transformaram Davi em uma referência viva para gerações (CHAMPLIN, 2010, p. 413). Amos Yong alerta para o perigo da mediocridade espiritual: “Um coração conformado com pouco não pode abrigar a chama do avivamento; é necessário um compromisso radical, renovado diariamente, para manter-se no caminho do Senhor” (YONG, 2014, p. 104). Portanto, ser segundo o coração de Deus é um convite à renovação contínua, à busca diária e à entrega sem reservas.

- Você, jovem, está diante de uma encruzilhada espiritual: vai viver uma fé superficial ou vai abraçar o desafio de ser um servo fiel, segundo o coração de Deus? O legado de Davi clama para que você desperte e assuma sua missão com coragem, sabendo que a fidelidade a Deus não é resultado do nosso mérito, mas da graça que nos sustenta. Não espere a perfeição para começar a viver essa vida; comece agora a buscar, confiar, servir e se entregar. O chamado é para hoje — responda com um coração ardente e veja Deus transformar sua história!

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BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB, 2015.

CHAMPLIN, R. Comentário Bíblico Beacon: Samuel e Reis. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL NOVO TESTAMENTO. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

GILBERTO, Antônio. Davi e o Altar de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

TEDESCO, Marcos. Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

YONG, Amos. Espiritualidade Pentecostal e Renovação. São Paulo: Vida Nova, 2014.

 

 

Meu ministério aqui é um chamado do coração — compartilhar o ensino da Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras, com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.

            Todo o material que ofereço é fruto de oração, estudo e dedicação, e está disponível gratuitamente para que a luz do Evangelho alcance ainda mais vidas sedentas pela verdade. Porém, para que essa missão continue firme, preciso da sua ajuda.

 

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Juntos, podemos fazer a diferença. Conto com você!

 

HORA DA REVISÃO

1. Qual foi o erro de Davi ao fazer o censo?

O problema não era o censo, mas sim o que o motivou.

2. Aponte algumas características de Davi.

Segundo o coração de Deus, um coração contrito.

3. Diante dos tropeços da vida, qual a diferença entre as reações de Saul e Davi?

A diferença era que Davi reconhecia os seus erros, era humilde e ansiava pela integridade, buscava ser sincero e justo, arrependia-se de suas falhas e humilhava-se em busca do perdão e restauração (Sl 34.18). Saul também cometeu erros e pecou, porém, seu coração era soberbo, duro e não tinha a sinceridade necessária ao arrependimento.

4. Cite algumas características esperadas do homem segundo o coração de Deus, encontradas em Davi.

Obedecia a vontade de Deus, dependia do poder do Espírito e da graça divina.

5. O que é servir no Reino de Deus?

No Reino de Deus servir é a atitude mais elevada do que ser servido, doar-se em prol da causa da cruz é consequência natural do que cremos Inspirados pelo Mestre, somos convidados a servir com a bacia, a água e a toalha (Jo 13.1-20; Mt 20.25-28).