TEXTO PRINCIPAL
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20)
Entenda
o Texto Principal:
- o
fundamento dos apóstolos e profetas. Por mais importantes que eles
fossem, não foram eles pessoalmente, mas a revelação divina por eles ensinada,
pois falavam, com autoridade, a respeito da Palavra de Deus para a igreja antes
do término do Novo Testamento, que forneceu o fundamento (cf. Rm 15.20). pedra angular. (Cf. Sl 118.22; Is
28.16; Mt 21.42; At 4.11; 1Pe 2.6-7). Essa pedra estabeleceu o fundamento e
ajustou a edificação.
RESUMO DA LIÇÃO
A Igreja deve preservar o compromisso de manter e ensinar a doutrina dos
apóstolos, que é a doutrina de Deus.
Entenda
o Resumo da Lição:
- A doutrina dos apóstolos não era uma nova doutrina
inventada e ensinada por eles, mas todos os ensinamentos que receberam
diretamente de Cristo. A doutrina dos apóstolos era a doutrina de Cristo. Eles
foram chamados por Cristo e dele receberam o ensino acerca de sua Pessoa e obra
como o Messias e acerca dos seus mandamentos.
TEXTO BÍBLICO
Atos 2.42-47
Entenda
o Texto Bíblico:
42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
- doutrina
dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento espiritual e
amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de Deus, que os apóstolos
receberam (Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram fielmente (2Pe 1.19-21;
3.1-2,16). comunhão. Literalmente
"parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os cristãos
se tomarem parceiros com Jesus Cristo e com todos os outros crentes (1Jo 1.3), é
seu dever espiritual estimular uns aos outros à justiça e obediência (cf. Rm
12.10; 13.8; 15.5; Cl 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1Ts 4.9; Hb 3.13;
10.24-25; 1Pe 4.9-10). partir do pão.
Referência à mesa do Senhor ou comunhão, que é obrigatória para todos os
cristãos (cf. 1Co 11.24-29). orações.
Dos crentes individualmente e da igreja corpo/ativamente (veja At 1.14,24;
4.24-31; cf. Jo 14.13-14).
43. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e
sinais se faziam pelos apóstolos.
- prodígios
e sinais. (Cf. At 4.30; 5.12; 14.3; 15.12). "Prodígios" refere-se
à perplexidade que as pessoas sentem quando testemunham obras sobrenaturais
(milagres). "Sinais" apontam para o poder de Deus por trás dos
milagres — maravilhas não têm valor a não ser que apontem para Deus e sua
verdade. Tais obras muitas vezes foram realizadas pelo Espírito Santo por
intermédio dos apóstolos (At 5.12-16) e seus companheiros (At 6.8) para
autenticá-los como mensageiros da verdade de Deus (Cf. 2Co 12.12; Hb 2.3-4).
44. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em
comum.
- tudo em
comum. Os crentes entendiam que tudo quanto possuíam pertencia a Deus
e, por isso, quando um irmão ou uma irmã estava em necessidade, os que tinham
recursos eram obrigados a ajudar (cf. Tg 2.15-16; 1Jo 3.17). O método consistia
em entregar o dinheiro aos apóstolos, e estes o distribuiriam (vs. 35,37). Essa
frase não quer dizer que os cristãos primitivos viviam em comunidade ou
associação e redistribuíam tudo em igualdade, mas que eles mantinham suas
posses sem estarem presos às mesmas, estando dispostos a usá-las a qualquer
momento em favor de alguém, à medida que as necessidades surgissem.
45. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam
com todos, segundo cada um tinha necessidade.
- Vendiam
suas propriedades e bens. Isso indica que eles não juntaram seus
recursos, mas venderam suas posses a fim de dar dinheiro aos necessitados na
igreja (cf. v. 46; 4.34-37; 2Co 8.13-14).
46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e
partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.
-
Diariamente... no templo. Os crentes iam ao templo para louvar a Deus
(v. 47), observar as horas diárias de oração (cf. 3.1) e testemunhar do
evangelho (v. 47; 5.42). partiam pão
de casa em casa. Isso tem a ver com as provisões diárias que os crentes
dividiam entre si. alegria e singeleza
de coração. A igreja de Jerusalém era alegre; porque seu único foco
centrava-se em Jesus Cristo (2Co 11.3; Tg 3.13-14).
47. Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E
todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
- acrescentava-lhes
o Senhor. Enquanto os descrentes se mantiveram afastados por causa do
medo da consequência do pecado, houve multidões que ouviram o testemunho do
evangelho, creram alegremente e agregaram-se à igreja. A salvação é uma obra
soberana de Deus.
INTRODUÇÃO
A doutrina dos apóstolos deve ser estudada e praticada pelos crentes,
pois consiste em Cristo, o fundamento da Igreja. Esta lição tem como objetivo
mostrar que precisamos manter o compromisso de não negligenciar a doutrina dos
apóstolos. Vamos discorrer a respeito do ensino prático dos apóstolos,
mostrando que ele produz o verdadeiro amor e conduz o crente a uma vida de
serviço a Deus e ao próximo.
- A doutrina dos apóstolos não era uma nova doutrina
inventada e ensinada por eles, mas todos os ensinamentos que receberam
diretamente de Cristo. A doutrina dos apóstolos era a doutrina de Cristo. Eles
foram chamados por Cristo e dele receberam o ensino acerca de sua Pessoa e obra
como o Messias e acerca dos seus mandamentos. Após sua ressurreição, Cristo
lhes deu a missão de pregar o evangelho a toda à criatura e fazer discípulos de
todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que tinha ordenado
(Mc.16.15; Mt.28.20). Eles fizeram isso. Pedro pregou o Cristo crucificado,
ressuscitado e exaltado no dia de Pentecostes e muitos creram. Aqueles que
creram se tornaram discípulos de Jesus e continuaram sendo instruídos pelos
apóstolos de Cristo. Os apóstolos fizeram muitos discípulos com a doutrina que
receberam de Cristo. Não só Pedro, mas também Tiago, João, Mateus, Paulo e
todos os outros. Eles não só pregaram, mas também, sob a direção do Espírito
Santo escreveram a doutrina de Cristo em todo o Novo Testamento. Deus preservou
sua palavra e deixou para nós a boa doutrina dos apóstolos no Novo Testamento.
Temos também um bom resumo dessa doutrina no credo apostólico que não é uma
invenção da igreja romana, mas é uma confissão de fé bíblica da igreja de
Cristo em todos os séculos e que, nós evangélicos temos desprezado. Deus nos
deu a boa doutrina dos apóstolos em sua palavra e a preservou por meio de sua
igreja fiel. Nela ele nos revela nossa salvação em Cristo e sua vontade para
nossa vida. E nós devemos perseverar nesta doutrina para nossa salvação.
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I. O ENSINO DOS APÓSTOLOS ERA PRÁTICO
1. Os apóstolos. O vocábulo apóstolo vem
do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado vai além de
“mensageiro”. O termo significa também “o enviado”, e nas Escrituras Sagradas a
ênfase é mais sobre aquele que envia do que quem é enviado. É importante
destacar que, embora tenham desempenhado um importante papel na edificação da
igreja, os apóstolos não tinham autoridade em si mesmos, pois o que fizeram e
ensinaram foi na autoridade de Jesus Cristo, quem os escolheu e os enviou. As
palavras de alguns dos apóstolos nas apresentações de suas cartas atestam isso,
já que elas deveriam ser lidas e obedecidas, não porque eles as estavam
escrevendo, mas porque foram chamados pelo Senhor Jesus (Rm 1.1; 1 Pe 1.1).
Portanto, falar sobre a doutrina dos apóstolos refere-se aos ensinos dos que
receberam o chamado e a autoridade necessária para isso, o que faz dessa
doutrina “digna de toda aceitação” (1Tm 1.15).
- A palavra apóstolo em sua raiz significa “aquele
que é enviado”. Doutrina é simplesmente ensino. Portanto, a doutrina apostólica
é o ensino que chega até nós por meio dos apóstolos, aqueles especificamente
escolhidos por Cristo para levar Seus ensinamentos ao mundo. Os doze discípulos
se tornaram os apóstolos (Mc 3.14), com exceção de Judas, o qual desertou. Ele
foi substituído por Matias em Atos 1.21-26. Matias era candidato a apóstolo por
ser um dos "que nos [apóstolos] acompanharam todo o tempo em que o Senhor
Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até o dia em que foi
tirado do nosso meio e levado às alturas." O Espírito Santo parecia
confirmar essa escolha. Sem negar a adição de Matias ao grupo, Deus também
escolheu Saulo de Tarso para ser um apóstolo a fim de levar a mensagem aos
gentios (At 9.15). Temos acesso aos ensinamentos dos apóstolos por meio do Novo
Testamento. Na maior parte, o Novo Testamento foi escrito por apóstolos ou por
aqueles que estavam intimamente associados a eles.
2. A doutrina dos apóstolos. Paulo
afirma que os crentes em Cristo estão “edificados sobre o fundamento dos
apóstolos” (Ef 2.20), que é o mesmo que “doutrina dos apóstolos” (At 2.42),
pois a eles foi dada a missão de Lançar as bases doutrinárias da Igreja de
Cristo. No entanto, essas duas expressões fazem referência ao ensino dos
apóstolos e não aos apóstolos em si, ou seja, a Igreja não está fundamentada
nestes homens, mas na doutrina que receberam de Cristo e repassaram à Igreja do
Senhor. A validade do que eles ensinaram está no fato de que “Jesus Cristo é a
principal pedra de esquina”, ou seja, o Senhor é a base e o sustento de toda
doutrina ensinada pelos apóstolos. Sem Cristo, esses ensinos não existiriam ou
não teriam valor nenhum, pois Cristo é o insubstituível.
- A doutrina apostólica é autoritária e vital para
nossa compreensão do que Deus fez por nós. Os escritores do Novo Testamento
referem-se a um conjunto estabelecido de doutrina que costuma ser chamado de
"a fé" ou "o evangelho". Judas 1.3 fala da "fé que de uma vez para sempre foi entregue
aos santos." Paulo condena veementemente em Gálatas 1.6–9 as pessoas
que mudariam ou perverteriam o conteúdo do evangelho: “Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos
chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que
há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que
já vos pregamos, seja anátema.”
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3. A praticidade da doutrina dos apóstolos. Um
aspecto importante da doutrina dos apóstolos é o seu aspecto prático. Embora,
do ponto de vista teórico, fossem bem fundamentados, esses ensinamentos evocam
a necessidade de práticas que refletem a fé genuína (Tg 1.21,22). No Evangelho
Segundo João, somos exortados à produção de frutos que evidenciem o verdadeiro
arrependimento (Jo 15.16). O Livro de Atos registra a conversão de milhares de
pessoas e o fato de que elas “perseveravam na doutrina dos apóstolos”, como
demonstração de uma verdadeira conversão, compreensão e obediência aos
princípios ensinados pelos apóstolos. Quem ama a Cristo e ao próximo, guarda e
pratica toda a doutrina de Deus.
- Quando a igreja começou, Lucas registra, os
primeiros crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão” (Atos
2:42). Ou seja, eles estavam comprometidos em aprender e seguir a doutrina
apostólica. Nisto foram sábios. Se a igreja de hoje fosse sábia, também se
dedicaria ao ensino dos fundadores terrestres da igreja, escolhidos a dedo pelo
próprio Senhor. Somente perseverando na doutrina dos apóstolos podemos crescer
na graça e no conhecimento de Cristo e não se deixar levar por qualquer vento
de doutrina. Como podemos responder acerca da razão da nossa fé e falar de
Cristo para outros se não conhecemos nem perseveramos na doutrina dos
apóstolos? Como podemos reconhecer e rejeitar as muitas seitas e heresias que
surgem todos os dias se não perseveramos na doutrina dos apóstolos? Há vários
tipos de evangelhos sendo pregado hoje em dia que não é o evangelho de Cristo
nem dos apóstolos. Há o evangelho da prosperidade material; o evangelho da
salvação pelas boas obras do homem; o evangelho das emoções superficiais e
vários outros evangelhos que, mesmo usando a Bíblia, são invenções e preceitos
humanos e não a sã doutrina da graça revelada a nós por Cristo e seus
apóstolos. Ser um verdadeiro discípulo de Jesus não é correr atrás de
evangelhos inventados por homens, mas perseverar na doutrina dos apóstolos que
vem de Cristo. Fazemos isso amando a palavra de Deus e seguindo todos os
mandamentos que Cristo nos ordenou por meio dos seus apóstolos.
II. A DOUTRINA SUSCITA AMOR
1. O amor na doutrina de Pedro. O amor
é a virtude que evidencia a prática da doutrina (Jo 15.10). A fé e os ensinos
de Pedro foram moldados pelo seu relacionamento com Jesus, e o que ensinou
sobre o amor foi influenciado pelas marcas de seu último diálogo com o Mestre
(Jo 21.15-17). Em sua Primeira Carta, Pedro adverte os crentes a amarem uns aos
outros ardentemente (1 Pe 1.4-8). Este versículo é a chave para a compreensão
de seu ensino sobre 0 amor. Pedro aponta para a transformação e mudança que
Cristo operou nos crentes pelo seu amor demonstrado na cruz. Ele diz que o amor
é a maior das virtudes, e a que valida todas as demais.
- Isso não é emocional ou místico, mas é definido em
João 15.10 como obediência. Jesus estabeleceu o modelo pela sua perfeita
obediência ao Pai, o qual devemos usar como padrão para nossa obediência a ele.
A 1ª Carta de Pedro desafia todo cristão a ser santo como servo e imitador de
Jesus Cristo, encontramos uma ênfase especial no amor fraternal. Essa carta
destaca vários atributos importantes do amor entre irmãos:
1. É de coração (1.22). Este amor não é apenas “da
boca para fora”. É uma genuína preocupação com os irmãos.
2. É ardente (1.22) e intenso (4.8). O verdadeiro
servo do Senhor ama com fervor.
3. Trata os irmãos como amigos (3.8-11). Este amor
se manifesta na compaixão, misericórdia e humildade. Jamais procura a vingança,
e não usa a língua para falar mal. O amor fraternal busca a paz.
4. Cobre os pecados dos outros (4.8). A mesma
expressão em Tiago 5.19-20 explica o sentido desta linguagem. O amor não
minimiza os pecados, nem passa a mão na cabeça do pecador. O verdadeiro amor
corrige o pecador para ajudá-lo a se arrepender e voltar para o Senhor. Os
pecados perdoados são cobertos e não voltarão para condenar o pecador
resgatado.
5. Demonstra a hospitalidade e se dedica no serviço
aos outros (4.9-10). O próprio Jesus veio para servir, não para ser servido
(Mateus 20:28). Devemos imitar a mesma atitude de serviço humilde.
6. Saúda os irmãos com amor (5.14). O cumprimento
entre irmãos reflete o amor mútuo que existe na família de Deus.
Todos os que buscam a santificação como discípulos
de Jesus devem demonstrar “o amor fraternal não fingido”, amando “uns aos
outros ardentemente” (1.22).
2. O amor na doutrina de João. O amor
é um tema central nos ensinos de João. Por isso, ele tem sido chamado de “o
apóstolo do amor”. Parte do conteúdo do capítulo 4 de sua Primeira Epístola
identifica o quão essencial é o amor para João. Os versículos 10,11 e 19 do
capítulo 4 podem ser considerados o eixo central do ensino sobre o amor. João
afirma que Deus é que amou e ama o ser humano primeiro e nós respondemos
adequadamente ou não a este amor. João defende que o amor evidencia a nova vida
em Cristo e o fato de conhecer a Deus (1 Jo 4-7-9). Embora Ele não possa ser
visto, todavia, por meio do seu amor a sua presença é revelada e percebida. O
amor de Deus faz com que venhamos a desfrutar da comunhão com o Senhor e com o
Espírito Santo. O amor testifica a obra realizada por Cristo na cruz do
Calvário em nosso favor.
- Em sua Segunda Epístola, o apóstolo João faz uma
exaltação ao amor, mas também à verdade. Somente nos quatro primeiros
versículos, a palavra "verdade" aparece cinco vezes. É bom lembrar
que se trata de um livro de apenas treze versículos, o que ressalta a
importância da verdade nesse texto joanino.
Escrevendo à "senhora eleita e aos seus
filhos" (v. 1) como quem escreve a uma igreja estimada, João diz que os
ama "na verdade", assim como aqueles que conhecem a verdade igualmente
amam a senhora e seus filhos. Esse amor procede da verdade permanente
["que permanece em nós"] e envolvente [e conosco estará para sempre],
conforme os vv. 1,2.
Na saudação, o apóstolo une mais uma vez a verdade e
o amor, dizendo que a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e do Seu Filho
Jesus Cristo estarão conosco "em verdade e amor" (v.3). A alegria do
presbítero João (v. 1,4) é ver que os crentes daquela igreja vivem na verdade,
de acordo com o mandamento recebido do Pai (v.4).
Reforçando o mandamento do amor, o apóstolo faz uma
afirmação muito rica: o amor de uns para com os outros é o mandamento recebido
desde o princípio, e este amor consiste em andar segundo os mandamentos que
recebemos do Pai. E, mais uma vez, num ciclo, o apóstolo diz que esse
mandamento é o amor. Dessa forma, devo amar porque é um mandamento. E o amor é
obedecer aos mandamentos, que se resumem no amor (vv. 5,6). Longe de ser
tautológico, João afirma simplesmente que o fundamento da Lei de Deus é o amor,
algo que Paulo trabalhou muito bem em Romanos, culminando com a frase: "o
cumprimento da lei é o amor" (13.10). (ULTIMATO)
3. O amor na doutrina de Paulo. No
capítulo dois da Carta aos Filipenses, o apóstolo Paulo fala de alguns pontos
doutrinários a respeito do amor. Ele enfatiza que o amor é: uma virtude a ser
compartilhada entre os irmãos; que a humildade é uma face genuína do amor, e
leva o crente a celebrar as qualidades uns dos outros, e que Cristo é o modelo
maior de amor, humildade e serviço (Fp 2.5-10). Paulo também ensina que o amor
não é somente um sentimento, mas uma ação, atitude. No capítulo 13 da Primeira
Carta aos Coríntios ele mostra que o amor tudo sofre, é benigno, não invejoso,
não leviano e que ele “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (1 Co
13.7). Sendo assim, não há doutrina aprovada por Deus que não produza o
verdadeiro amor.
- O subtópico 3 está um pouco confuso, não separa os
tipos de amor. De início, é importante lembrar que o amor é uma característica
de Deus, é um dos Seus atributos, e esse atributo da divindade permeia a Sua
Palavra. O amor de Deus é perfeito e incondicional. Deus ama toda a gente em
todo o tempo. Deus nunca para de nos amar, não importa o que fazemos. Deus
mostrou Seu amor por nós quando enviou Jesus para morrer em nosso lugar e
restaurar nosso relacionamento com Ele (Jo 3.16). O verdadeiro amor vem de
Deus. Quem ama a Deus também ama outras pessoas (1Jo 4.19-21). Esse amor não
vem de uma afeição natural pelas pessoas que amamos, mas é resultado do amor de
Deus em nós. Podemos decidir amar as pessoas, só porque são pessoas, tal como
Deus faz.
III. A DOUTRINA GERA SERVIÇO
1. Jesus, o servo por excelência. O
Antigo Testamento anunciou a chegada de Jesus em suas mais diferentes
condições, inclusive como Servo (Is 53.1-12). Os textos do Antigo Testamento
apontavam para o caráter de servo que Jesus assumiria em seu ministério terreno,
com o propósito de atender aos necessitados (Is 61.1-3). O apóstolo Paulo
fundamentou o seu argumento sobre o dever cristão de auxiliar os enfermos em
suas necessidades nas palavras de Jesus de que “mais bem-aventurada coisa é dar
do que receber” (At 20.35), Esse princípio está alinhado ao que o Senhor
ensinou – em palavras e obras – aos seus discípulos sobre servirem aos outros e
não a si mesmos (Mt 20.26,27), Jesus disse que “não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45), Ele entrega a
própria vida em favor de outros, razão pela qual o Pai o exaltou e lhe deu um
nome sobre todos os nomes (Fp 2.9). Jesus é o servo por excelência.
- Jesus estabelece um novo modelo de liderança — Ele
lidera através do serviço. Comparando todos os Evangelhos, Marcos é quem mais
destaca isso. Jesus é retratado como o Servo Sofredor de Isaías 53, que veio
servir e sofrer em favor de Seus servos (Mc 10.45). Por sermos discípulos e
seguidores de Cristo, devemos imitá-lo no serviço, considerando os outros
superiores a nós mesmos e ajudando-os a conhecerem a Jesus.
2. O serviço cristão na doutrina dos apóstolos. Os
apóstolos lançaram as bases da doutrina cristã, e Cristo é o fundamento
central. Uma vez que o serviço foi uma das características fundamentais do
ministério de Jesus, essa virtude não poderia estar fora dos ensinos
apostólicos. Historicamente, o serviço a Deus e ao próximo é visto como fruto
da doutrina dos apóstolos a partir do registro no livro dos Atos.
Doutrinariamente, o apóstolo Pedro ensina que os dons espirituais devem ser
usados em favor do Corpo de Cristo, tratando-os como um serviço. No mesmo
contexto, ele indica que o cristão é chamado a sofrer à semelhança de Cristo,
ou seja, trabalhar em favor da Igreja, do Reino de Deus. No ensino de João, o
cristão deve estar pronto a servir o seu próximo com os seus bens e com a sua
própria vida (1 Jo 3.16,17). Paulo ensinou também que o crente deve considerar
o outro superior a si mesmo, e reafirma a sua alegria em se entregar no serviço
em favor dos outros (Fp 2.3,17). A verdadeira doutrina faz com que os crentes
desejem servir a Deus e ao próximo.
- Embora não se possa desassociar das pessoas e do
ofício que ocupavam, o que constitui o fundamento da Igreja não é o ministério
apostólico, mas, sim, a doutrina que os apóstolos ensinavam à Igreja, ou seja,
as Escrituras (At 2.42; 2 Tm 3.16). Eles receberam essa revelação diretamente
de Cristo (Rm 6.17; 1 Tm 1.3; 2 Pe 3.16). John Stott anota o seguinte: Em
termos práticos, isto quer dizer que a Igreja está edificada sobre as
Escrituras […]. São os documentos fundamentais da Igreja […]. Este não pode ser
alterado por quaisquer acréscimos, decréscimos, ou modificações oferecidas por
aqueles que em qualquer época aleguem ser apóstolos ou profetas. A igreja fica
em pé ou cai, conforme sua dependência leal às verdades fundamentais que Deus
revelou aos seus apóstolos e profetas, e que agora são preservadas nas
Escrituras do Novo Testamento. Mattew Henry (1662–1714) corrobora com essa
interpretação ao afirmar que Cristo investiu os apóstolos com “dons
extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar
a sua verdade”. O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento homologa
esse entendimento ao enfatizar que os apóstolos estavam “autorizados pelo
próprio Senhor Jesus Cristo para serem seus representantes na proclamação do
evangelho e no estabelecimento da Igreja”.O evangelista Lucas registra no livro
de Atos que a Igreja perseverava “na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A
expressão indica que davam atenção constante ao ensino dos apóstolos. O emprego
do artigo definido na contração em+a (na) da expressão “na doutrina” aponta
para um corpo específico de doutrinas. E, assim como não se pode mexer na pedra
angular depois de colocado o alicerce, o fundamento da Igreja também não pode
ser violado. Cristo deixou isso bem esclarecido ao asseverar “Passará o céu e a
terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Lc 21.33).
3. O serviço na vida cristã. Jesus é o alicerce da doutrina cristã, o modelo de
servo a ser seguido pelos seus discípulos e todos os crentes. Paulo rogou aos
irmãos da igreja em Roma para que não se amoldassem aos padrões deste mundo,
mas que mudassem a forma (Rm 12.2). Segundo a forma de pensar deste mundo,
maior é o que é servido, aquele que está assentado à mesa. Entretanto, Jesus
Cristo ensinou que no Reino de Deus maior é o que serve (Lc 22.26,27).
Portanto, uma vida cristã bíblica e madura é marcada pelo serviço a Deus e ao
próximo.
- Carregamos
conosco as velhas influências que absorvemos do mundo, influência essa que
valoriza muito mais o receber do que o dar, o ser servido, no lugar do servir,
o eu em primeiro e os outros depois. O verdadeiro servo de Jesus tem a vida
voltada para fora, para os outros e não para si mesmo, pois medem sua
importância pelo que fazem pelo próximo, medem sua grandeza pelo prazer de se
colocar à disposição de quem precisa. O próprio Senhor Jesus nos mostra o seu
exemplo: “que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens”
(Fp 2.6,7). No reino de Deus tornar-se um servo é a mais nobre e importante
atitude que um cristão deve tomar, é a essência de nosso chamado, pois antes de
sermos, pastores, líderes, ministros, mestres, músicos, somos chamados a sermos
servos.
CONCLUSÃO
A doutrina dos apóstolos está fundamentada em Jesus Cristo, e tal verdade
implica aspectos teóricos e práticos. A doutrina dos apóstolos revela o que os
crentes de todos os tempos, precisam crer e praticar. Aprendemos a respeito da
praticidade dos ensinos apostólicos, indicando a expectativa de Deus e das
pessoas em relação à Igreja. Isso se dá em dois aspectos na doutrina dos
apóstolos: o primeiro é o amor, como fruto da verdadeira doutrina, o segundo é
o serviço abnegado, do qual o Senhor Jesus é o exemplo maior.
- Os primeiros cristãos desejavam aprender porque
queriam fazer – fé e prática. O cristianismo não é uma busca acadêmica,
intelectual. No livro de Atos, Lucas escreveu sobre vidas transformadas, não
sobre formaturas de faculdades. Os tessalônicos suportaram perseguições. Os
efésios queimaram livros de artes mágicas. Um casal, Áqüila e Priscila, saíram
de Roma, foram para Corinto e depois para Éfeso, e depois voltaram para Roma
pelo seu desejo de divulgar o evangelho. Pessoas de fé se mostram dedicadas em
ouvir e praticar! Todos os crentes, não somente os pregadores, perseveravam na
doutrina. Frequentemente, esperamos os outros se dedicarem à doutrina para nos
guiarem. Todos os membros da primeira congregação foram dedicados à palavra. Todos
desejavam aprender. Isso não significa que todos fossem mestres ou peritos.
Deus não precisa de um monte de professores para cumprir seu plano. De fato, os
estudiosos frequentemente se acham sofisticados demais para aceitar a
simplicidade do plano de Deus (1Co 1.18-31). Não precisamos fazer seminário,
mas Deus quer que sejamos capazes de defender as razões da nossa esperança nele
(1Pe 3.15). Essa defesa será possível somente por meio de um discipulado
dedicado.
_______________
Pb Francisco
Barbosa - @Pbassis
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HORA DA REVISÃO
1. Qual a
origem do vocábulo “apóstolo” e qual o seu significado?
O vocábulo apóstolo vem do latim apostolus e do
grego apóstolos, cujo significado aponta para “o enviado”, e a ênfase é mais
sobre aquele que envia do que em quem é enviado.
2. De
acordo com a lição, quem é a base e o sustento de toda doutrina ensinada pelos
apóstolos?
Jesus Cristo.
3. Qual
virtude é evidenciada pela prática da doutrina (Jo 15.10)?
O amor.
4. Qual é
o tema central nos ensinos de João?
O amor é o tema central nos ensinos de João.
5. No
Reino de Deus, o maior é o que serve à mesa ou o que é servido (Lc 22.26,27)?
Segundo Jesus Cristo, maior é o que serve (Lc
22.26,27).