VOCÊ PODE AJUDAR O BLOG: OFERTE PARA assis.shalom@gmail.com

UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

Classe Virtual:

SEJA MANTENEDOR!

Esse trabalho permanece disponível de forma gratuita, e permanecerá assim, contando com o apoio de todos que se utilizam do nosso material. É muito fácil nos apoiar, pelo PIX: assis.shalom@gmail.com – Mande-me o comprovante, quero agradecer-lhe e orar por você (83) 9 8730-1186 (WhatsApp)

25 de fevereiro de 2024

REVISTA JOVENS - Lição 09: A doutrina dos Apóstolos

 

TEXTO PRINCIPAL

Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20)

Entenda o Texto Principal:

- o fundamento dos apóstolos e profetas. Por mais importantes que eles fossem, não foram eles pessoalmente, mas a revelação divina por eles ensinada, pois falavam, com autoridade, a respeito da Palavra de Deus para a igreja antes do término do Novo Testamento, que forneceu o fundamento (cf. Rm 15.20). pedra angular. (Cf. Sl 118.22; Is 28.16; Mt 21.42; At 4.11; 1Pe 2.6-7). Essa pedra estabeleceu o fundamento e ajustou a edificação.

 

RESUMO DA LIÇÃO

A Igreja deve preservar o compromisso de manter e ensinar a doutrina dos apóstolos, que é a doutrina de Deus.

Entenda o Resumo da Lição:

- A doutrina dos apóstolos não era uma nova doutrina inventada e ensinada por eles, mas todos os ensinamentos que receberam diretamente de Cristo. A doutrina dos apóstolos era a doutrina de Cristo. Eles foram chamados por Cristo e dele receberam o ensino acerca de sua Pessoa e obra como o Messias e acerca dos seus mandamentos.

 

TEXTO BÍBLICO

Atos 2.42-47

Entenda o Texto Bíblico:

42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

- doutrina dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento espiritual e amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de Deus, que os apóstolos receberam (Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram fielmente (2Pe 1.19-21; 3.1-2,16). comunhão. Literalmente "parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os cristãos se tomarem parceiros com Jesus Cristo e com todos os outros crentes (1Jo 1.3), é seu dever espiritual estimular uns aos outros à justiça e obediência (cf. Rm 12.10; 13.8; 15.5; Cl 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1Ts 4.9; Hb 3.13; 10.24-25; 1Pe 4.9-10). partir do pão. Referência à mesa do Senhor ou comunhão, que é obrigatória para todos os cristãos (cf. 1Co 11.24-29). orações. Dos crentes individualmente e da igreja corpo/ativamente (veja At 1.14,24; 4.24-31; cf. Jo 14.13-14).

43. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

- prodígios e sinais. (Cf. At 4.30; 5.12; 14.3; 15.12). "Prodígios" refere-se à perplexidade que as pessoas sentem quando testemunham obras sobrenaturais (milagres). "Sinais" apontam para o poder de Deus por trás dos milagres — maravilhas não têm valor a não ser que apontem para Deus e sua verdade. Tais obras muitas vezes foram realizadas pelo Espírito Santo por intermédio dos apóstolos (At 5.12-16) e seus companheiros (At 6.8) para autenticá-los como mensageiros da verdade de Deus (Cf. 2Co 12.12; Hb 2.3-4).

44. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

- tudo em comum. Os crentes entendiam que tudo quanto possuíam pertencia a Deus e, por isso, quando um irmão ou uma irmã estava em necessidade, os que tinham recursos eram obrigados a ajudar (cf. Tg 2.15-16; 1Jo 3.17). O método consistia em entregar o dinheiro aos apóstolos, e estes o distribuiriam (vs. 35,37). Essa frase não quer dizer que os cristãos primitivos viviam em comunidade ou associação e redistribuíam tudo em igualdade, mas que eles mantinham suas posses sem estarem presos às mesmas, estando dispostos a usá-las a qualquer momento em favor de alguém, à medida que as necessidades surgissem.

45. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

- Vendiam suas propriedades e bens. Isso indica que eles não juntaram seus recursos, mas venderam suas posses a fim de dar dinheiro aos necessitados na igreja (cf. v. 46; 4.34-37; 2Co 8.13-14).

46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.

- Diariamente... no templo. Os crentes iam ao templo para louvar a Deus (v. 47), observar as horas diárias de oração (cf. 3.1) e testemunhar do evangelho (v. 47; 5.42). partiam pão de casa em casa. Isso tem a ver com as provisões diárias que os crentes dividiam entre si. alegria e singeleza de coração. A igreja de Jerusalém era alegre; porque seu único foco centrava-se em Jesus Cristo (2Co 11.3; Tg 3.13-14).

47. Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

- acrescentava-lhes o Senhor. Enquanto os descrentes se mantiveram afastados por causa do medo da consequência do pecado, houve multidões que ouviram o testemunho do evangelho, creram alegremente e agregaram-se à igreja. A salvação é uma obra soberana de Deus.

 

INTRODUÇÃO

A doutrina dos apóstolos deve ser estudada e praticada pelos crentes, pois consiste em Cristo, o fundamento da Igreja. Esta lição tem como objetivo mostrar que precisamos manter o compromisso de não negligenciar a doutrina dos apóstolos. Vamos discorrer a respeito do ensino prático dos apóstolos, mostrando que ele produz o verdadeiro amor e conduz o crente a uma vida de serviço a Deus e ao próximo.

- A doutrina dos apóstolos não era uma nova doutrina inventada e ensinada por eles, mas todos os ensinamentos que receberam diretamente de Cristo. A doutrina dos apóstolos era a doutrina de Cristo. Eles foram chamados por Cristo e dele receberam o ensino acerca de sua Pessoa e obra como o Messias e acerca dos seus mandamentos. Após sua ressurreição, Cristo lhes deu a missão de pregar o evangelho a toda à criatura e fazer discípulos de todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que tinha ordenado (Mc.16.15; Mt.28.20). Eles fizeram isso. Pedro pregou o Cristo crucificado, ressuscitado e exaltado no dia de Pentecostes e muitos creram. Aqueles que creram se tornaram discípulos de Jesus e continuaram sendo instruídos pelos apóstolos de Cristo. Os apóstolos fizeram muitos discípulos com a doutrina que receberam de Cristo. Não só Pedro, mas também Tiago, João, Mateus, Paulo e todos os outros. Eles não só pregaram, mas também, sob a direção do Espírito Santo escreveram a doutrina de Cristo em todo o Novo Testamento. Deus preservou sua palavra e deixou para nós a boa doutrina dos apóstolos no Novo Testamento. Temos também um bom resumo dessa doutrina no credo apostólico que não é uma invenção da igreja romana, mas é uma confissão de fé bíblica da igreja de Cristo em todos os séculos e que, nós evangélicos temos desprezado. Deus nos deu a boa doutrina dos apóstolos em sua palavra e a preservou por meio de sua igreja fiel. Nela ele nos revela nossa salvação em Cristo e sua vontade para nossa vida. E nós devemos perseverar nesta doutrina para nossa salvação.

A produção de um plano de aula como subsídio é trabalhoso e desgastante. Considere citar a fonte ao reproduzir o texto. Considere também ser generoso com este ministério!

I. O ENSINO DOS APÓSTOLOS ERA PRÁTICO

 

1. Os apóstolos. O vocábulo apóstolo vem do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado vai além de “mensageiro”. O termo significa também “o enviado”, e nas Escrituras Sagradas a ênfase é mais sobre aquele que envia do que quem é enviado. É importante destacar que, embora tenham desempenhado um importante papel na edificação da igreja, os apóstolos não tinham autoridade em si mesmos, pois o que fizeram e ensinaram foi na autoridade de Jesus Cristo, quem os escolheu e os enviou. As palavras de alguns dos apóstolos nas apresentações de suas cartas atestam isso, já que elas deveriam ser lidas e obedecidas, não porque eles as estavam escrevendo, mas porque foram chamados pelo Senhor Jesus (Rm 1.1; 1 Pe 1.1). Portanto, falar sobre a doutrina dos apóstolos refere-se aos ensinos dos que receberam o chamado e a autoridade necessária para isso, o que faz dessa doutrina “digna de toda aceitação” (1Tm 1.15).

- A palavra apóstolo em sua raiz significa “aquele que é enviado”. Doutrina é simplesmente ensino. Portanto, a doutrina apostólica é o ensino que chega até nós por meio dos apóstolos, aqueles especificamente escolhidos por Cristo para levar Seus ensinamentos ao mundo. Os doze discípulos se tornaram os apóstolos (Mc 3.14), com exceção de Judas, o qual desertou. Ele foi substituído por Matias em Atos 1.21-26. Matias era candidato a apóstolo por ser um dos "que nos [apóstolos] acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até o dia em que foi tirado do nosso meio e levado às alturas." O Espírito Santo parecia confirmar essa escolha. Sem negar a adição de Matias ao grupo, Deus também escolheu Saulo de Tarso para ser um apóstolo a fim de levar a mensagem aos gentios (At 9.15). Temos acesso aos ensinamentos dos apóstolos por meio do Novo Testamento. Na maior parte, o Novo Testamento foi escrito por apóstolos ou por aqueles que estavam intimamente associados a eles.

2. A doutrina dos apóstolos. Paulo afirma que os crentes em Cristo estão “edificados sobre o fundamento dos apóstolos” (Ef 2.20), que é o mesmo que “doutrina dos apóstolos” (At 2.42), pois a eles foi dada a missão de Lançar as bases doutrinárias da Igreja de Cristo. No entanto, essas duas expressões fazem referência ao ensino dos apóstolos e não aos apóstolos em si, ou seja, a Igreja não está fundamentada nestes homens, mas na doutrina que receberam de Cristo e repassaram à Igreja do Senhor. A validade do que eles ensinaram está no fato de que “Jesus Cristo é a principal pedra de esquina”, ou seja, o Senhor é a base e o sustento de toda doutrina ensinada pelos apóstolos. Sem Cristo, esses ensinos não existiriam ou não teriam valor nenhum, pois Cristo é o insubstituível.

- A doutrina apostólica é autoritária e vital para nossa compreensão do que Deus fez por nós. Os escritores do Novo Testamento referem-se a um conjunto estabelecido de doutrina que costuma ser chamado de "a fé" ou "o evangelho". Judas 1.3 fala da "fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos." Paulo condena veementemente em Gálatas 1.6–9 as pessoas que mudariam ou perverteriam o conteúdo do evangelho: “Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.

 

Uma forma prática e rápida de você me ajudar a manter este conteúdo grátis é dar um clique em qualquer ANÚNCIO na aba esquerda ou superior, assim, você estará colaborando para que esse blog continue trazendo conteúdo exclusivo e de edificação para a sua vida.

 

3. A praticidade da doutrina dos apóstolos. Um aspecto importante da doutrina dos apóstolos é o seu aspecto prático. Embora, do ponto de vista teórico, fossem bem fundamentados, esses ensinamentos evocam a necessidade de práticas que refletem a fé genuína (Tg 1.21,22). No Evangelho Segundo João, somos exortados à produção de frutos que evidenciem o verdadeiro arrependimento (Jo 15.16). O Livro de Atos registra a conversão de milhares de pessoas e o fato de que elas “perseveravam na doutrina dos apóstolos”, como demonstração de uma verdadeira conversão, compreensão e obediência aos princípios ensinados pelos apóstolos. Quem ama a Cristo e ao próximo, guarda e pratica toda a doutrina de Deus.

- Quando a igreja começou, Lucas registra, os primeiros crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão” (Atos 2:42). Ou seja, eles estavam comprometidos em aprender e seguir a doutrina apostólica. Nisto foram sábios. Se a igreja de hoje fosse sábia, também se dedicaria ao ensino dos fundadores terrestres da igreja, escolhidos a dedo pelo próprio Senhor. Somente perseverando na doutrina dos apóstolos podemos crescer na graça e no conhecimento de Cristo e não se deixar levar por qualquer vento de doutrina. Como podemos responder acerca da razão da nossa fé e falar de Cristo para outros se não conhecemos nem perseveramos na doutrina dos apóstolos? Como podemos reconhecer e rejeitar as muitas seitas e heresias que surgem todos os dias se não perseveramos na doutrina dos apóstolos? Há vários tipos de evangelhos sendo pregado hoje em dia que não é o evangelho de Cristo nem dos apóstolos. Há o evangelho da prosperidade material; o evangelho da salvação pelas boas obras do homem; o evangelho das emoções superficiais e vários outros evangelhos que, mesmo usando a Bíblia, são invenções e preceitos humanos e não a sã doutrina da graça revelada a nós por Cristo e seus apóstolos. Ser um verdadeiro discípulo de Jesus não é correr atrás de evangelhos inventados por homens, mas perseverar na doutrina dos apóstolos que vem de Cristo. Fazemos isso amando a palavra de Deus e seguindo todos os mandamentos que Cristo nos ordenou por meio dos seus apóstolos.

 

II. A DOUTRINA SUSCITA AMOR

 

1. O amor na doutrina de Pedro. O amor é a virtude que evidencia a prática da doutrina (Jo 15.10). A fé e os ensinos de Pedro foram moldados pelo seu relacionamento com Jesus, e o que ensinou sobre o amor foi influenciado pelas marcas de seu último diálogo com o Mestre (Jo 21.15-17). Em sua Primeira Carta, Pedro adverte os crentes a amarem uns aos outros ardentemente (1 Pe 1.4-8). Este versículo é a chave para a compreensão de seu ensino sobre 0 amor. Pedro aponta para a transformação e mudança que Cristo operou nos crentes pelo seu amor demonstrado na cruz. Ele diz que o amor é a maior das virtudes, e a que valida todas as demais.

- Isso não é emocional ou místico, mas é definido em João 15.10 como obediência. Jesus estabeleceu o modelo pela sua perfeita obediência ao Pai, o qual devemos usar como padrão para nossa obediência a ele. A 1ª Carta de Pedro desafia todo cristão a ser santo como servo e imitador de Jesus Cristo, encontramos uma ênfase especial no amor fraternal. Essa carta destaca vários atributos importantes do amor entre irmãos:

1. É de coração (1.22). Este amor não é apenas “da boca para fora”. É uma genuína preocupação com os irmãos.

2. É ardente (1.22) e intenso (4.8). O verdadeiro servo do Senhor ama com fervor.

3. Trata os irmãos como amigos (3.8-11). Este amor se manifesta na compaixão, misericórdia e humildade. Jamais procura a vingança, e não usa a língua para falar mal. O amor fraternal busca a paz.

4. Cobre os pecados dos outros (4.8). A mesma expressão em Tiago 5.19-20 explica o sentido desta linguagem. O amor não minimiza os pecados, nem passa a mão na cabeça do pecador. O verdadeiro amor corrige o pecador para ajudá-lo a se arrepender e voltar para o Senhor. Os pecados perdoados são cobertos e não voltarão para condenar o pecador resgatado.

5. Demonstra a hospitalidade e se dedica no serviço aos outros (4.9-10). O próprio Jesus veio para servir, não para ser servido (Mateus 20:28). Devemos imitar a mesma atitude de serviço humilde.

6. Saúda os irmãos com amor (5.14). O cumprimento entre irmãos reflete o amor mútuo que existe na família de Deus.

Todos os que buscam a santificação como discípulos de Jesus devem demonstrar “o amor fraternal não fingido”, amando “uns aos outros ardentemente” (1.22).

2. O amor na doutrina de João. O amor é um tema central nos ensinos de João. Por isso, ele tem sido chamado de “o apóstolo do amor”. Parte do conteúdo do capítulo 4 de sua Primeira Epístola identifica o quão essencial é o amor para João. Os versículos 10,11 e 19 do capítulo 4 podem ser considerados o eixo central do ensino sobre o amor. João afirma que Deus é que amou e ama o ser humano primeiro e nós respondemos adequadamente ou não a este amor. João defende que o amor evidencia a nova vida em Cristo e o fato de conhecer a Deus (1 Jo 4-7-9). Embora Ele não possa ser visto, todavia, por meio do seu amor a sua presença é revelada e percebida. O amor de Deus faz com que venhamos a desfrutar da comunhão com o Senhor e com o Espírito Santo. O amor testifica a obra realizada por Cristo na cruz do Calvário em nosso favor.

- Em sua Segunda Epístola, o apóstolo João faz uma exaltação ao amor, mas também à verdade. Somente nos quatro primeiros versículos, a palavra "verdade" aparece cinco vezes. É bom lembrar que se trata de um livro de apenas treze versículos, o que ressalta a importância da verdade nesse texto joanino.

Escrevendo à "senhora eleita e aos seus filhos" (v. 1) como quem escreve a uma igreja estimada, João diz que os ama "na verdade", assim como aqueles que conhecem a verdade igualmente amam a senhora e seus filhos. Esse amor procede da verdade permanente ["que permanece em nós"] e envolvente [e conosco estará para sempre], conforme os vv. 1,2.

Na saudação, o apóstolo une mais uma vez a verdade e o amor, dizendo que a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e do Seu Filho Jesus Cristo estarão conosco "em verdade e amor" (v.3). A alegria do presbítero João (v. 1,4) é ver que os crentes daquela igreja vivem na verdade, de acordo com o mandamento recebido do Pai (v.4).

Reforçando o mandamento do amor, o apóstolo faz uma afirmação muito rica: o amor de uns para com os outros é o mandamento recebido desde o princípio, e este amor consiste em andar segundo os mandamentos que recebemos do Pai. E, mais uma vez, num ciclo, o apóstolo diz que esse mandamento é o amor. Dessa forma, devo amar porque é um mandamento. E o amor é obedecer aos mandamentos, que se resumem no amor (vv. 5,6). Longe de ser tautológico, João afirma simplesmente que o fundamento da Lei de Deus é o amor, algo que Paulo trabalhou muito bem em Romanos, culminando com a frase: "o cumprimento da lei é o amor" (13.10). (ULTIMATO)

3. O amor na doutrina de Paulo. No capítulo dois da Carta aos Filipenses, o apóstolo Paulo fala de alguns pontos doutrinários a respeito do amor. Ele enfatiza que o amor é: uma virtude a ser compartilhada entre os irmãos; que a humildade é uma face genuína do amor, e leva o crente a celebrar as qualidades uns dos outros, e que Cristo é o modelo maior de amor, humildade e serviço (Fp 2.5-10). Paulo também ensina que o amor não é somente um sentimento, mas uma ação, atitude. No capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios ele mostra que o amor tudo sofre, é benigno, não invejoso, não leviano e que ele “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (1 Co 13.7). Sendo assim, não há doutrina aprovada por Deus que não produza o verdadeiro amor.

- O subtópico 3 está um pouco confuso, não separa os tipos de amor. De início, é importante lembrar que o amor é uma característica de Deus, é um dos Seus atributos, e esse atributo da divindade permeia a Sua Palavra. O amor de Deus é perfeito e incondicional. Deus ama toda a gente em todo o tempo. Deus nunca para de nos amar, não importa o que fazemos. Deus mostrou Seu amor por nós quando enviou Jesus para morrer em nosso lugar e restaurar nosso relacionamento com Ele (Jo 3.16). O verdadeiro amor vem de Deus. Quem ama a Deus também ama outras pessoas (1Jo 4.19-21). Esse amor não vem de uma afeição natural pelas pessoas que amamos, mas é resultado do amor de Deus em nós. Podemos decidir amar as pessoas, só porque são pessoas, tal como Deus faz.

 

III. A DOUTRINA GERA SERVIÇO

 

1. Jesus, o servo por excelência. O Antigo Testamento anunciou a chegada de Jesus em suas mais diferentes condições, inclusive como Servo (Is 53.1-12). Os textos do Antigo Testamento apontavam para o caráter de servo que Jesus assumiria em seu ministério terreno, com o propósito de atender aos necessitados (Is 61.1-3). O apóstolo Paulo fundamentou o seu argumento sobre o dever cristão de auxiliar os enfermos em suas necessidades nas palavras de Jesus de que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35), Esse princípio está alinhado ao que o Senhor ensinou – em palavras e obras – aos seus discípulos sobre servirem aos outros e não a si mesmos (Mt 20.26,27), Jesus disse que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45), Ele entrega a própria vida em favor de outros, razão pela qual o Pai o exaltou e lhe deu um nome sobre todos os nomes (Fp 2.9). Jesus é o servo por excelência.

- Jesus estabelece um novo modelo de liderança — Ele lidera através do serviço. Comparando todos os Evangelhos, Marcos é quem mais destaca isso. Jesus é retratado como o Servo Sofredor de Isaías 53, que veio servir e sofrer em favor de Seus servos (Mc 10.45). Por sermos discípulos e seguidores de Cristo, devemos imitá-lo no serviço, considerando os outros superiores a nós mesmos e ajudando-os a conhecerem a Jesus.

2. O serviço cristão na doutrina dos apóstolos. Os apóstolos lançaram as bases da doutrina cristã, e Cristo é o fundamento central. Uma vez que o serviço foi uma das características fundamentais do ministério de Jesus, essa virtude não poderia estar fora dos ensinos apostólicos. Historicamente, o serviço a Deus e ao próximo é visto como fruto da doutrina dos apóstolos a partir do registro no livro dos Atos. Doutrinariamente, o apóstolo Pedro ensina que os dons espirituais devem ser usados em favor do Corpo de Cristo, tratando-os como um serviço. No mesmo contexto, ele indica que o cristão é chamado a sofrer à semelhança de Cristo, ou seja, trabalhar em favor da Igreja, do Reino de Deus. No ensino de João, o cristão deve estar pronto a servir o seu próximo com os seus bens e com a sua própria vida (1 Jo 3.16,17). Paulo ensinou também que o crente deve considerar o outro superior a si mesmo, e reafirma a sua alegria em se entregar no serviço em favor dos outros (Fp 2.3,17). A verdadeira doutrina faz com que os crentes desejem servir a Deus e ao próximo.

- Embora não se possa desassociar das pessoas e do ofício que ocupavam, o que constitui o fundamento da Igreja não é o ministério apostólico, mas, sim, a doutrina que os apóstolos ensinavam à Igreja, ou seja, as Escrituras (At 2.42; 2 Tm 3.16). Eles receberam essa revelação diretamente de Cristo (Rm 6.17; 1 Tm 1.3; 2 Pe 3.16). John Stott anota o seguinte: Em termos práticos, isto quer dizer que a Igreja está edificada sobre as Escrituras […]. São os documentos fundamentais da Igreja […]. Este não pode ser alterado por quaisquer acréscimos, decréscimos, ou modificações oferecidas por aqueles que em qualquer época aleguem ser apóstolos ou profetas. A igreja fica em pé ou cai, conforme sua dependência leal às verdades fundamentais que Deus revelou aos seus apóstolos e profetas, e que agora são preservadas nas Escrituras do Novo Testamento. Mattew Henry (1662–1714) corrobora com essa interpretação ao afirmar que Cristo investiu os apóstolos com “dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar a sua verdade”. O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento homologa esse entendimento ao enfatizar que os apóstolos estavam “autorizados pelo próprio Senhor Jesus Cristo para serem seus representantes na proclamação do evangelho e no estabelecimento da Igreja”.O evangelista Lucas registra no livro de Atos que a Igreja perseverava “na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A expressão indica que davam atenção constante ao ensino dos apóstolos. O emprego do artigo definido na contração em+a (na) da expressão “na doutrina” aponta para um corpo específico de doutrinas. E, assim como não se pode mexer na pedra angular depois de colocado o alicerce, o fundamento da Igreja também não pode ser violado. Cristo deixou isso bem esclarecido ao asseverar “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Lc 21.33).

3. O serviço na vida cristã. Jesus é o alicerce da doutrina cristã, o modelo de servo a ser seguido pelos seus discípulos e todos os crentes. Paulo rogou aos irmãos da igreja em Roma para que não se amoldassem aos padrões deste mundo, mas que mudassem a forma (Rm 12.2). Segundo a forma de pensar deste mundo, maior é o que é servido, aquele que está assentado à mesa. Entretanto, Jesus Cristo ensinou que no Reino de Deus maior é o que serve (Lc 22.26,27). Portanto, uma vida cristã bíblica e madura é marcada pelo serviço a Deus e ao próximo.

- Carregamos conosco as velhas influências que absorvemos do mundo, influência essa que valoriza muito mais o receber do que o dar, o ser servido, no lugar do servir, o eu em primeiro e os outros depois. O verdadeiro servo de Jesus tem a vida voltada para fora, para os outros e não para si mesmo, pois medem sua importância pelo que fazem pelo próximo, medem sua grandeza pelo prazer de se colocar à disposição de quem precisa. O próprio Senhor Jesus nos mostra o seu exemplo: “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). No reino de Deus tornar-se um servo é a mais nobre e importante atitude que um cristão deve tomar, é a essência de nosso chamado, pois antes de sermos, pastores, líderes, ministros, mestres, músicos, somos chamados a sermos servos.

 

CONCLUSÃO

A doutrina dos apóstolos está fundamentada em Jesus Cristo, e tal verdade implica aspectos teóricos e práticos. A doutrina dos apóstolos revela o que os crentes de todos os tempos, precisam crer e praticar. Aprendemos a respeito da praticidade dos ensinos apostólicos, indicando a expectativa de Deus e das pessoas em relação à Igreja. Isso se dá em dois aspectos na doutrina dos apóstolos: o primeiro é o amor, como fruto da verdadeira doutrina, o segundo é o serviço abnegado, do qual o Senhor Jesus é o exemplo maior.

- Os primeiros cristãos desejavam aprender porque queriam fazer – fé e prática. O cristianismo não é uma busca acadêmica, intelectual. No livro de Atos, Lucas escreveu sobre vidas transformadas, não sobre formaturas de faculdades. Os tessalônicos suportaram perseguições. Os efésios queimaram livros de artes mágicas. Um casal, Áqüila e Priscila, saíram de Roma, foram para Corinto e depois para Éfeso, e depois voltaram para Roma pelo seu desejo de divulgar o evangelho. Pessoas de fé se mostram dedicadas em ouvir e praticar! Todos os crentes, não somente os pregadores, perseveravam na doutrina. Frequentemente, esperamos os outros se dedicarem à doutrina para nos guiarem. Todos os membros da primeira congregação foram dedicados à palavra. Todos desejavam aprender. Isso não significa que todos fossem mestres ou peritos. Deus não precisa de um monte de professores para cumprir seu plano. De fato, os estudiosos frequentemente se acham sofisticados demais para aceitar a simplicidade do plano de Deus (1Co 1.18-31). Não precisamos fazer seminário, mas Deus quer que sejamos capazes de defender as razões da nossa esperança nele (1Pe 3.15). Essa defesa será possível somente por meio de um discipulado dedicado.

_______________

Pb Francisco Barbosa - @Pbassis

Esse artigo foi útil?

Considere fazer uma contribuição:

Chave PIX: assis.shalom@gmail.com

 

HORA DA REVISÃO

1. Qual a origem do vocábulo “apóstolo” e qual o seu significado?

O vocábulo apóstolo vem do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado aponta para “o enviado”, e a ênfase é mais sobre aquele que envia do que em quem é enviado.

2. De acordo com a lição, quem é a base e o sustento de toda doutrina ensinada pelos apóstolos?

Jesus Cristo.

3. Qual virtude é evidenciada pela prática da doutrina (Jo 15.10)?

O amor.

4. Qual é o tema central nos ensinos de João?

O amor é o tema central nos ensinos de João.

5. No Reino de Deus, o maior é o que serve à mesa ou o que é servido (Lc 22.26,27)?

Segundo Jesus Cristo, maior é o que serve (Lc 22.26,27).