TEXTO PRINCIPAL
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.” (At 2.42,43)
Entenda
o Texto Principal:
- 2.42
doutrina dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento
espiritual e amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de
Deus, que os apóstolos receberam (Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram
fielmente (2Pe 1.19-21; 3.1-2,16). comunhão.
Lit., "parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os
cristãos se tomarem parceiros com Jesus Cristo e com todos os outros crentes
(1Jo 1.3), é seu dever espiritual estimular uns aos outros à justiça e
obediência (Rm 12.10; 13.8; 15.5; Cl 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1Ts 4.9; Hb
3.13; 10.24-25; 1Pe 4.9-10). partir do
pão. Referência à mesa do Senhor ou comunhão, que é obrigatória para
todos os cristãos (1Co 11.24-29). orações.
Dos crentes individualmente e da igreja corpo/ativamente (At 1.14,24; 4.24-31;
cf. Jo 14.13-14).
2.43 Em cada alma havia temor. Um medo reverencial,
misturado com admiração e respeito. O Dr. Heylin lê o versículo: E as mentes de
todos os homens ficaram impressionadas com as muitas maravilhas e milagres que
foram realizados pelos apóstolos.
RESUMO DA LIÇÃO
É necessário que haja doutrina e fervor espiritual para que os crentes
tenham uma espiritualidade saudável.
Entenda
o Resumo da Lição:
- A frieza espiritual paralisa as pessoas. Ela
revela-se na ausência da observância de disciplinas devocionais comuns a todo
cristão. Quando não há mais o desejo de separar tempo para a oração e meditação
nas Escrituras Sagradas; não se pratica mais o jejum; não há mais o respeito e
a reverência pelas coisas espirituais; tudo isso se apresenta como um ciclo
débil que envolve a vida das pessoas, até que elas passam a “racionalizar” o
pecado.
TEXTO BÍBLICO
Apocalipse 2.1-7
Entenda
o Texto Bíblico:
1
Escreve ao anjo da igreja
que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que
anda no meio dos sete castiçais de ouro.
- 2.1—3.22 Embora essas sete igrejas
fossem, de fato, igrejas históricas na Ásia Menor, elas representam os tipos de
igrejas que sempre existem no decorrer do tempo da igreja. O que Cristo diz a
essas igrejas é relevante em todos os tempos.
2.1 anjo. O presbítero ou pastor da igreja (veja Ap 1.20). Éfeso. Era uma cidade no continente,
a cerca de 5 km distante do mar, mas a ampla desembocadura do rio Caister
permitia acesso e favorecia a existência do maior porto da Ásia Menor. Quatro
grandes vias comerciais passavam por Éfeso; portanto, essa cidade tornou-se conhecida
como o portão de entrada para a Ásia. Era o centro do culto a Artemis (grega)
ou Diana (romana), cujo templo constituía uma das Sete Maravilhas do mundo
antigo. Paulo ministrou ali durante três anos (At 20.31) e, mais tarde,
reuniu-se com os presbíteros de Éfeso no caminho para Jerusalém (At 20).
Timóteo, Tíquico e o apóstolo João serviram a essa igreja. João estava em Éfeso
quando foi preso por Domiciano e exilado 80 km adiante, em Patmos. Sete estrelas. Estas são os
mensageiros que representam as sete igrejas. Cristo as segura em sua mão, o que
significa que ele controla a igreja e seus líderes. sete candeeiros. Tratava-se de candeeiros de ouro portáteis que
sustentavam lâmpadas de óleo. Cada candeeiro representava uma igreja (v. 20),
da qual a luz da vida resplandecia. Na Escritura, sete é o número da perfeição;
portanto, esses sete candeeiros são representativos de todas as igrejas.
2 Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a
tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e pusestes à prova os que dizem
ser apóstolos e o não são e tu o achastes mentirosos.
- 2.2 se declaram apóstolos. A igreja
de Éfeso exercia discernimento espiritual. Sabia como avaliar homens que
reivindicavam liderança espiritual por meio de sua doutrina e comportamento
(cf. 1Ts 5.20-21).
3 E sofrestes e tens paciência; e trabalhaste
pelo meu nome e não cansaste.
- 2.3 não te deixaste esmorecer.
Durante 40 anos, a partir da sua fundação, essa igreja havia permanecido fiel à
Palavra e ao Senhor. Apesar de dificuldades e da perseguição, os membros
perseveravam, sempre impulsionados pelo motivo correto, ou seja, pelo nome e
reputação de Cristo.
4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu
primeiro amor.
- 2.4 abandonaste o teu primeiro amor.
Ser cristão significa amar ao Senhor Jesus Cristo (Jo 14.21,23; 1Co 16.22). Mas
a paixão e o fervor dos efésios por Cristo haviam se tornado ortodoxia fria e mecânica.
Sua pureza doutrinária e moral, seu imenso zelo pela verdade e seu disciplinado
serviço não eram substitutos para o amor a Cristo, que eles haviam abandonado.
5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e
arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e
tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
- 2.5 moverei do seu lugar o teu candeeiro.
O juízo de Deus traria o fim da igreja de Éfeso.
6 Tens, porém, isto: que aborreces as obras
dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
- 2.6 as obras dos nicolaítas. Também
um problema em Pérgamo (vs. 12-15), essa heresia era semelhante ao ensino de
Balaão (vs. 14-15). Nicolau significa "o que conquista pessoas".
Irineu escreve que Nicolau, que foi nomeado diácono em At 6, era um crente falso
que mais tarde apostatou, mas, por causa de suas credenciais, conseguiu desviar
a igreja. E, como Balaão, conduziu pessoas à imoralidade e à perversão. Os
nicolaítas, seguidores de Nicolau, estavam envolvidos em imoralidade e seduziam
a igreja com tentações sensuais. Clemente de Alexandria diz: "Eles se entregavam ao prazer como cabritos,
levando uma vida de autoindulgência". O ensino deles pervertia a graça
e substituía a liberdade pela licenciosidade.
Paulo
7 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio
do paraíso de Deus.
- 2.7 Ao vencedor. Segundo a definição
do próprio João, ser vencedor significa ser cristão (veja nota em 11o 5.4; cf.
vs. 11,17,26; 3.5,12,21). árvore
da vida. Verdadeiros crentes
usufruem a promessa do céu (veja Ap 22.2; Gn 2.9).
INTRODUÇÃO
A falta de doutrina produz muitos males e um deles é a mornidão
espiritual. Quando não há ensino bíblico, a missão da igreja é comprometida. Utilizando
a igreja de Éfeso como exemplo, nesta lição, estudaremos a respeito de como os
crentes se distanciaram do amor de Deus e de sua vontade. Veremos o perigo que
cerca as igrejas na atualidade neste aspecto. Esta lição também ressaltará que
é necessário que a igreja fundamente suas ações no zelo doutrinário e no amor
fervoroso por Deus.
- Uma vez que a vida espiritual perdeu sua
vivacidade, a vida moral tende a sofrer consequências degenerativas. Esse
processo se inicia com a degeneração das relações familiares e sociais (cf. Ef
5.15-17,22-33; 6.1-5). Não há mais vigilância com a vida espiritual (cf. Ef
6.10-20). A lógica espiritual é muito simples: se há fervor espiritual, há
desejo pelas coisas de Deus; se há frieza espiritual, há desejo e supervalorização
pelas coisas carnais. O apego à Palavra e o hábito de orar são indispensáveis à
vida cristã. São práticas ensinadas ao povo de Deus desde o princípio, pois
Deus fala por meio delas.
I. A IGREJA DE ÉFESO ERA FIRME NA DOUTRINA
1. A igreja de Éfeso. Do
ponto de vista comercial, Éfeso era a cidade mais importante da Ásia Menor. Nos
dias de Paulo, essa cidade tinha cerca de 250 mil habitantes e abrigava o
suntuoso templo da deusa Diana, o que atraia turistas e peregrinos, aquecendo
assim a economia. Em sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo anunciou
o Evangelho ali, mas não ficou muito tempo (At 18.19-21). Somente em sua
terceira viagem missionária é que o apóstolo pôde evangelizar efetivamente a
cidade, tendo ficado três anos ali (At 19.1). Provavelmente, Priscila e Áquila
desempenharam importante papel na implantação dessa igreja e cederam a própria
casa onde ela foi estabelecida (At 18.18,19; 1 Co 16.19). O casal também
contribuiu com o desenvolvimento da vida cristã e do ministério de Apoio (At
18.24-28).
- É provável que o
evangelho tenha sido primeiramente levado a Éfeso por Priscila e Áquila, um casal
excepcionalmente dotado (veja At 18.26), o qual foi deixado lá por Paulo
durante a sua segunda viagem missionária (At 18.18-19). Localizada na foz do
rio Cayster, do lado leste do mar Egeu, a cidade de Éfeso era talvez mais bem
conhecida pelo seu magnificente templo — dedicado a Ártemis, ou Diana — uma das
sete maravilhas do mundo antigo. Ela era também um importante centro político, educacional
e comerciai, equiparado a Alexandria, no Egito, e Antioquia da Pisídia, na Ásia
Menor meridional. A jovem igreja começou com Priscila e Áquila, e foi estabelecida
mais tarde, firmemente, por Paulo em sua terceira viagem missionária (At 19); e
que a pastoreou por cerca de três anos.
2. A igreja de Éfeso e os seus principais desafios. A Carta aos Efésios indica os desafios que a igreja
enfrentou no início. A deusa Diana era o centro da estrutura religiosa e
econômica de Éfeso, que de acordo com a mitologia grega, era virgem, e
contrária ao casamento, razão pela qual a estrutura familiar da sociedade
efésia era fragilizada, tornando o divórcio algo comum e banalizado. Por isso,
Paulo exortou os irmãos efésios a confiar na graça salvadora de Cristo, se
preparar espiritualmente para a batalha, manter-se unidos na fé doutrinária,
conservar a vida em santidade e a nutrirem uma família sadia.
- Depois de Paulo
ter saído, Timóteo pastoreou a congregação, possivelmente por um ano e meio, em
especial para reagir contra o falso ensino de uns poucos homens influentes
(tais como Himeneu e Alexandre), os quais eram, provavelmente, presbíteros nessa
congregação (1Tm 1.3,20). Por causa desses homens, a igreja em Éfeso estava
infestada de "fábulas e genealogias sem fim" (1Tm 1.4) e de certas
ideias ascéticas e em desacordo com a Escritura, como a proibição do casamento
e a abstinência de certos alimentos (1Tm 4.3). Embora esses falsos mestres não
compreendessem corretamente a Escritura, eles expunham as suas ímpias
interpretações com segurança (1Tm 1.7), as quais promoviam mais
"discussões" perniciosas "do que o serviço de Deus, na fé"
(1Tm 1.4). Depois de 30 anos ou mais, Cristo deu ao apóstolo João a carta para
essa igreja, indicando que as pessoas de lá haviam abandonado o seu amor
inicial por ele (Ap 2.1-7).
3. A firmeza doutrinária da igreja de Éfeso. Historicamente, a igreja de Éfeso era uma das mais
importantes e conhecidas da igreja do primeiro século. Isso não é mera
casualidade, mas é fruto de seu vigor espiritual, de seu comprometimento
doutrinário e de sua relação com alguns dos principais líderes, que fizeram
dela um referencial. A igreja de Éfeso foi pastoreada por Paulo que, além de
ter ensinado “todo o conselho de Deus” (At 20.27), foi usado como instrumento
para a realização de grandes milagres (At 19.11,12). Foi pastoreada também por
Timóteo, tão elogiado por Paulo (Fp 2.19-23) e deixado em Éfeso justamente para
“advertires a alguns que não ensinem outra doutrina” (1 Tm 1.3). Finalmente,
essa igreja pôde desfrutar do pastoreio do apóstolo João que, de Éfeso, liderou
as igrejas daquela região e de onde escreveu o Evangelho que leva o seu nome,
além de suas Epístolas. Certamente a igreja de Éfeso foi bem instruída e teve
seus alicerces doutrinários bem estabelecidos.
- A carta é endereçada à igreja na cidade de Éfeso, capital
da província romana da Ásia (Ásia Menor, atual Turquia). Como o nome Éfeso não
é mencionado em todos os manuscritos antigos, alguns estudiosos acreditam que a
carta era uma encíclica, escrita com a intenção de que fosse circulada e lida
por todas as igrejas da Ásia Menor e que, simplesmente, foi primeiro enviada para
os cristãos em Éfeso. Os primeiros três capítulos são teológicos, enfatizando a
doutrina do NT, enquanto os três últimos são práticos e tratam do comportamento
cristão. Acima de tudo, talvez, essa seja uma carta de encorajamento e admoestação,
escrita para lembrar os cristãos a respeito das imensuráveis bênçãos em Jesus
Cristo; e que eles não fossem somente gratos por essas bênçãos, mas que
vivessem de maneira digna delas. Não obstante, e de certo modo devido às
grandes bênçãos do cristão em Jesus Cristo, é certo que ele será tentado por
Satanás à presunção e à complacência. Foi por essa razão que, no último
capítulo, Paulo relembra os cristãos a respeito da completa e suficiente
armadura espiritual concedida a eles por meio da Palavra de Deus e pelo seu
Espírito (6.10-17) e sobre a necessidade deles da oração vigilante e
persistente (6.18).
II. O PERIGO DE SE PERDER O PRIMEIRO AMOR PELO
SENHOR
1. Boas obras, porém sem amor. É
trágico uma igreja ter de ouvir a seguinte sentença: “tenho contra ti”. Foi o
que a igreja em Éfeso ouviu do Senhor Jesus (Ap 2.4). Antes disso, essa igreja
foi elogiada, pois era dedicada no trabalho, no combate à maldade, no zelo pela
doutrina e na perseverança nas tribulações. Parecia ser uma igreja perfeita,
mas havia abandonado o primeiro amor (Ap 2.1-4). Além dos bons exemplos
oferecidos por essa igreja, ela também nos serve de alerta para o excesso de
trabalho e o zelo doutrinário, mas sem o genuíno amor. A igreja de Éfeso é uma
prova de que é possível realizar grandes e boas obras sem amor. Por isso Jesus
diz: “Lembra-te, pois de onde caístes, e arrepende-te, e pratica as primeiras
obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu Lugar o teu castiçal,
se não te arrependeres” (Ap 2.5).
- Nomeadamente, o
zelo e fervor que a igreja manifestou a Cristo e à sua causa; aquele amor pelo
qual a igreja de Éfeso era tão eminente quando Paulo escreveu sua epístola para
eles. Mesmo passado tanto tempo em que o livro do apocalipse fora escrito, a
mensagem de Jesus as 7 igrejas da Ásia menor continua viva, elas ainda falam em
nossos dias, as admoestações do Senhor a sua Igreja que estavam espalhadas por
estas cidades, ainda permanecem atuais dada as devidas proporções. Problemas
como a falta de amor, a religiosidade em detrimento a verdadeira
espiritualidade, o sincretismo, a falta de vigilância, são situações
recorrentes em nossas comunidades atuais. Os sete primeiros versículos de
Apocalipse 2, que é basicamente a carta a igreja de Éfeso, nos ajuda a entender
que a doutrina e o zelo sem amor não passa de práticas religiosas, o que nos
distingue é sem dúvida o amor exercitado.
2. O valor das boas lembranças. A
igreja de Éfeso foi orientada por Jesus a se Lembrar de onde caiu, a fim de que
se arrependesse (Ap 2.5). A recomendação é: lembrar-se, arrepender-se e
praticar. A igreja deveria se lembrar de onde havia caído, ou seja, deveria
considerar o que havia perdido, advindo o arrependimento como demonstração de
tristeza e voltar às primeiras obras, confirmando o arrependimento e a
consciência transformada. A igreja de Éfeso recebeu a oportunidade de recomeçar
e resgatar a sua saúde espiritual.
- Lembre-se,
portanto, de onde você caiu – A eminência que você ocupou uma vez. Chame para
lembrar o estado em que você estava antes. O dever aqui prescrito é, quando a
religião declinou em nossos corações, ou na igreja, chamar à lembrança distinta
o estado anterior – o ardor, o zelo, o calor do amor que uma vez nos
caracterizou. A razão para isso é que tal recordação do estado anterior
provavelmente produzirá uma influência feliz no coração. Nada está melhor
adaptado para afetar um cristão que está voltando atrás, ou uma igreja que está
voltando atrás, do que chamar a lembrança distinta da condição anterior – os
dias mais felizes da piedade. A alegria então experimentada, o bem feito, a
honra refletida na causa da religião, a paz de espírito daquele período, contrastará
fortemente com o presente, e nada será mais adequado para recordar uma igreja
que erra ou um indivíduo que erra. de suas andanças que uma reminiscência do
passado. As vantagens de “lembrar” assim sua condição anterior seriam muitas;
pois algumas das impressões mais valiosas que são feitas na mente e algumas das
lições mais importantes aprendidas são das lembranças de um estado anterior.
Entre essas vantagens, nesse caso, seriam as seguintes:
(a) Mostraria
quanto eles poderiam ter desfrutado se tivessem continuado como começaram,
quanta felicidade mais real eles teriam do que realmente desfrutaram.
(b) Quanto bem
eles poderiam ter feito, se tivessem perseverado no zelo com o qual começaram a
vida cristã. Quanto mais bons cristãos podem fazer do que realizam, se mal,
mesmo sem aumentá-lo, continuam com o grau de zelo com que iniciam seu curso.
(c) Quão maiores
realizações eles poderiam ter feito na vida divina e no conhecimento da
religião do que fizeram; isto é, quão mais elevadas e ampliadas poderiam ter
sido suas visões da religião e seu conhecimento da Palavra de Deus. E,
(d) uma lembrança
de seu estado passado que, em contraste com o que são agora, exerceria uma
poderosa influência na produção de verdadeiro arrependimento; pois não há nada
melhor adaptado para fazer isso do que uma visão justa do que poderíamos ter
sido, em comparação com o que somos agora.
Se um homem ficou
frio com a esposa, nada é mais adequado para recuperá-lo do que recordar sua
lembrança do momento em que a levou ao altar, o voto solene então feito e o
arrebatamento de seu coração quando ele a pressionou para seu seio e a chamou
de sua. E arrependa-se – A palavra usada aqui significa “mudar a mente e os
propósitos” e, junto com isso, “mudar a conduta ou o comportamento”. O dever de
arrependimento aqui solicitado se estenderia a todos os pontos em que eles
erraram. E faça as primeiras obras – As obras que foram feitas quando a igreja
foi estabelecida. Ou seja, manifeste o zelo e o amor que antes eram
evidenciados na oposição ao erro e no bem. Este é o verdadeiro conselho a ser
dado àqueles que se afastaram e “deixaram seu primeiro amor” agora.
Freqüentemente, essas pessoas, sensíveis ao erro e que não desfrutam da
religião que tiveram, professam estar dispostas e desejosas de voltar, mas não
sabem como fazê-lo – como reviver seu ardor, como reacender em seu seio a chama
do amor extinto. Eles supõem que deve ser por meditação silenciosa, ou por
alguma influência sobrenatural, e esperam alguma visita do alto para chamá-los
de volta e restaurar para eles sua alegria anterior. O conselho do Salvador
para todos, no entanto, é fazer suas primeiras obras. É empenhar-se
imediatamente em fazer o que eles fizeram nos primeiros e melhores dias de sua
piedade, nos dias de seus “esposos” Jeremias 2: 2 a Deus. Deixe-os ler a Bíblia
como eles fizeram então; que rezem como fizeram então; que eles cumpram os
deveres de benevolência ativa como fizeram então; que eles se envolvam no
ensino de uma escola dominical como eles fizeram então; aliviem os aflitos,
instruam os ignorantes, levantem os caídos, como fizeram então; deixe-os abrir
o coração, a bolsa e a mão para abençoar um mundo moribundo. Como foi dessa
maneira que eles manifestaram seu amor, então seria mais adequado do que todas
as outras coisas reacender a chama do amor quando ele estiver quase extinto. A
arma usada permanece brilhante; o que estiver enferrujado voltará a brilhar se
for usado. Caso contrário, virei a ti rapidamente – Na palavra traduzida
“rapidamente” ( t??e? tachei), veja as notas em Apocalipse 1: 1 . O significado
é que ele viria como juiz, em nenhum período distante, para infligir punição da
maneira especificada – removendo o castiçal de seu lugar. Ele não diz de que
maneira isso seria feito; seja por algum julgamento repentino, por um ato
direto de poder ou por um processo gradual que certamente levaria a esse
resultado. E removerá o seu castiçal do lugar dele, exceto se você se
arrepender – Sobre o significado da palavra “castiçal”, veja as notas em
Apocalipse 1:12 . O significado é que a igreja deu luz em Éfeso; e que o que
ele faria em relação a esse lugar seria como remover uma lâmpada e deixar um
lugar na escuridão. A expressão é equivalente a dizer que a igreja deixaria de
existir. A idéia apropriada da passagem é que a igreja seria totalmente
extinta; e é observável que esse é um julgamento mais claramente divulgado em
referência a esta igreja do que a qualquer outra das sete igrejas. Não há a
menor evidência de que a igreja de Éfeso se arrependeu, e a ameaça foi mais
cumprida. Desde que a igreja se tornou completamente extinta, e por eras não
havia um único cristão professo lá. Todo memorial de haver uma igreja ali
partiu, e não há nenhum lugar, nem mesmo em Nínive, Babilônia ou Tiro,
demonstrações mais afetantes do cumprimento da profecia antiga do que no estado
atual das ruínas de Éfeso. Uma observação do Sr. Gibbon (Decline e Fall, iv.
260) mostrará com que exatidão a previsão em relação a esta igreja foi
realizada. Ele está falando das conquistas dos turcos. “Na perda de Éfeso, os
cristãos lamentaram a queda do primeiro anjo, a extinção do primeiro castiçal
das Revelações; a desolação está completa; e o templo de Diana, ou a Igreja de
Maria, iludirá igualmente a busca do viajante curioso. ” Assim, a cidade, com o
esplêndido templo de Diana, e a igreja que existia lá na época de João,
desapareceu, e nada resta senão ruínas feias. Essas ruínas ficam a cerca de dez
dias de viagem de Esmirna e consistem em paredes quebradas e restos de colunas
e templos. O solo em que uma grande parte da cidade deveria estar, naturalmente
rico, é coberto por uma vegetação queimada e está em todo lugar deserto e
solitário, embora cercado por montanhas pitorescas. Alguns campos de grãos
estão espalhados pelo local da cidade antiga. Em direção ao mar se estende o
antigo porto, um pântano pestilento. Ao longo da encosta da montanha e sobre a
planície, existem fragmentos dispersos de alvenaria e ruínas isoladas, mas
agora nada pode ser consertado como o grande templo de Diana. Há ruínas de um teatro;
existe um circo, ou estádio, quase inteiro; existem fragmentos de templos e
palácios espalhados; mas não há nada que marque o local de uma igreja na época
de João; não há nada que indique que uma igreja assim existisse lá. A cerca de
um quilômetro e meio das principais ruínas de Éfeso, existe atualmente uma
pequena vila chamada Asalook, uma palavra turca associada à mesma idéia que
Éfeso, que significa A Cidade da Lua. Uma igreja, dedicada a João, deveria
estar perto, se não no local da mesquita atual. O Dr. Chandler (p. 150,4to) nos
dá uma descrição impressionante de Éfeso como a encontrou em 1764: “Sua
população consistia em alguns camponeses gregos, vivendo em extrema miséria,
dependência e insensibilidade, os representantes de um povo ilustre. e habitando
os destroços de sua grandeza. Alguns residem na subestrutura dos gloriosos
edifícios que eles ergueram; alguns sob os cofres do estádio e as cenas lotadas
desses divertimentos; e alguns no precipício abrupto, nos sepulcros que
receberam suas cinzas. Suas ruas estão obscurecidas e cobertas de vegetação. Um
rebanho de cabras foi levado a ele para se proteger do sol ao meio-dia, e um
barulhento barulho de corvos das pedreiras pareceu insultar seu silêncio.
Ouvimos o chamado da perdiz na área do teatro e do estádio … Seu destino é o de
todo o país; um jardim se tornou um deserto. Ocupados centros da civilização,
locais onde foram reunidos os refinamentos e as delícias da época, agora são
vítimas do silêncio, da destruição e da morte. Consagrado em primeiro lugar aos
propósitos da idolatria, Éfeso teve, em seguida, templos cristãos quase
rivalizando com o pagão em esplendor, onde a imagem da grande Diana jazia
prostrada diante da cruz; após o lapso de alguns séculos, Jesus cede lugar a
Muhammed, e o crescente brilhava na cúpula da igreja recentemente cristã. Mais
algumas dezenas de anos, e Éfeso não tem templo, cruz, crescente ou cidade, mas
é desolação, uma terra seca e um deserto. ” Veja o artigo “Éfeso” na Cyclopedia
de Kitto e as autoridades mencionadas. O que é afirmado aqui em Éfeso tem sido
frequentemente ilustrado na história do mundo, que quando uma igreja declina em
piedade e amor, e é chamada por ministros fiéis a se arrepender, e não o fez,
ela foi abandonada mais e mais, até que a última aparição de verdade e piedade
se esvai, e foi entregue ao erro e à ruína. E o mesmo princípio é aplicável aos
indivíduos, pois eles têm tantos motivos para temer as carrancas do Salvador
quanto as igrejas. Se aqueles que “deixaram seu primeiro amor” não se arrependerem
ao chamado do Salvador, terão todos os motivos para apreender algum julgamento
medroso, alguma terrível visita de sua providência que os afligirá de tristeza,
como prova de seu descontentamento. Mesmo que finalmente devam ser salvos, seus
dias podem ser sem conforto, e talvez seus últimos momentos sem um raio de
esperança consciente. A gravura anexa, representando a situação atual de Éfeso,
trará diante dos olhos uma ilustração impressionante do cumprimento desta
profecia, de que o castiçal de Éfeso seria removido de seu lugar. Veja também
as gravuras prefixadas nas notas da Epístola aos Efésios. Comentário de Albert
Barnes.
3. De volta ao primeiro amor. O que
Jesus quis dizer com “primeiro amor”? Deus é a fonte de todo amor, Ele é o
próprio amor (1 Jo 4.8). Portanto, deixar o primeiro amor é o mesmo que se
afastar de Deus, e isso implica que a igreja de Éfeso praticava boas obras, mas
ao mesmo tempo, estava distante de Deus. O convite para que voltasse ao
primeiro amor indica o interesse do Senhor de que a sua Igreja permaneça em sua
presença. Paciência e trabalho não faltavam a igreja de Éfeso, mas ela foi
orientada a voltar “às primeiras obras”, pois estas foram praticadas com o amor
genuíno. Sendo assim, ela foi convidada a restaurar a sua comunhão com Deus.
- Ser cristão significa amar ao Senhor Jesus Cristo
(Jo 14.21,23; 1Co 16.22). Mas a paixão e o fervor dos efésios por Cristo haviam
se tornado ortodoxia fria e mecânica. Sua pureza doutrinária e moral, seu
imenso zelo pela verdade e seu disciplinado serviço não eram substitutos para o
amor a Cristo, que eles haviam abandonado. amor aqui mencionado é evidentemente
amor ao Salvador; e a ideia é que, como igreja, eles tinham menos disso do que
os caracterizavam anteriormente. Nesse sentido, eles estavam em estado de
declinação; e, embora ainda mantivessem as doutrinas de sua religião e se
opusessem aos defensores do erro, eles demonstravam menos entusiasmo por ele
diretamente do que antes. Em relação a isso, podemos observar:
(1) Que o que aqui é declarado da igreja em Éfeso
não é incomum:
(a) Os cristãos individuais geralmente perdem muito
do seu primeiro amor. É verdade, de fato, que muitas vezes há uma aparência
disso que não existe na realidade. Um pouco do ardor dos jovens convertidos
muitas vezes não passa da excitação dos sentimentos dos animais, que logo
desaparecerão, é claro, embora seu verdadeiro amor não possa ser diminuído ou
esteja constantemente se fortalecendo. Quando um filho volta para casa após uma
longa ausência e conhece seus pais, irmãos e irmãs, há um brilho, um calor de
sentimento, uma alegria de emoção, que não se pode esperar que continue sempre
e que ele talvez nunca consiga. lembre-se novamente, embora ele possa estar
sempre crescendo em apego real a seus amigos e a sua casa.
(b) As igrejas remetem o ardor de seu primeiro amor.
Eles são freqüentemente formados sob as influências reviviantes do Espírito
Santo quando muitos são convertidos e são jovens convertidos de coração
caloroso e zelosos. Ou são formadas a partir de outras igrejas que se tornaram
frias e mortas, das quais a nova organização, incorporando a vida da igreja,
foi forçada a se separar. Ou eles são formados sob a influência de alguma
verdade forte e poderosa que tomou posse da mente e que dá um caráter especial
à igreja a princípio. Ou eles são formados com uma referência distinta à
promoção de um grande objeto na causa do Redentor. Assim, as primeiras igrejas
cristãs foram formadas. Assim, a igreja na Alemanha, França, Suíça e Inglaterra
saiu da comunhão romana sob a influência da doutrina da justificação pela fé.
Assim, os nestorianos em épocas anteriores e os morávios nos tempos modernos
eram caracterizados pelo zelo caloroso na causa das missões.
Assim, os puritanos saíram da igreja estabelecida da
Inglaterra em um momento, e os metodistas em outro, aqueceram com um amor mais
santo a causa da religião evangélica do que existia no corpo do qual eles se
separavam. Tantas igrejas são formadas agora em meio às emocionantes cenas de
um renascimento da religião e, nos primeiros dias de sua história, envergonham
as igrejas mais antigas e adormecidas ao seu redor. Mas dificilmente é preciso
dizer que esse zelo primitivo pode morrer e que a igreja, uma vez cheia de vida
e amor, pode tornar-se tão fria quanto aqueles que a precederam, ou como
aqueles dos quais ela se separou, e que ser uma necessidade para a formação de
novas organizações que serão queimadas com ardor e zelo. Basta olhar para a
Alemanha, para a Suíça, para várias partes das igrejas reformadas em outros
lugares; nos nestorianos, cujo zelo por missões já havia partido; ou mesmo nos
morávios, entre os quais tanto declinou; em várias partes das igrejas
puritanas, e em muitas igrejas individuais formadas sob os sentimentos
calorosos e emocionantes de um reavivamento da religião, para ver que o que
ocorreu em Éfeso pode ocorrer em outro lugar.
(2) a mesma coisa que ocorreu lá pode ser esperada
em todos os casos semelhantes. O Salvador governa a igreja sempre
essencialmente com os mesmos princípios; e não é incomum que, quando uma igreja
perde o ardor de seu primeiro amor, sofre cada vez mais declínio, até que “o
castiçal seja removido” – até que a igreja se torne totalmente extinta ou até
que a piedade vital seja completamente desaparecido, e tudo o que resta é a
religião das formas. Comentário de Albert Barnes.
III. NÃO HÁ CONTRADIÇÃO ENTRE DOUTRINA E FERVOR
ESPIRITUAL
1. O problema dos extremos. A igreja de Éfeso valorizou a doutrina, mas não
permaneceu no amor a Deus. A igreja de Corinto, que tinha vários dons
espirituais (1 Co 1.7), negligenciou os ensinos bíblicos e Paulo afirmou que os
crentes dali eram carnais (1 Co 3.1-3). Os extremos impedem o desenvolvimento
saudável da vida espiritual da igreja.
- É interessante notar a recomendação de Jesus em
Mateus 26.41 para que os discípulos se dedicassem à oração. A doçura do seu
apelo é tocante. O próprio Cristo estava familiarizado com o sentimento das
fraquezas humanas (Hb 4.15) — mas sem pecado. Nesse exato momento ele estava
preso numa luta contra as paixões humanas que, embora não sejam pecaminosas em
si, devem ser subjugadas à vontade divina para que o pecado seja evitado. Aos
Efésios Paulo recomendou: “vê-de
prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios...” (Ef
5.15). Esse termo quer dizer “corretamente
ou precisamente com grande cuidado” (Sl 1.1; Mt 7.4). Viver moralmente é
viver com sabedoria. Segundo a Bíblia, um "néscio" não é assim
chamado por causa de limitações intelectuais, mas devido à incredulidade e aos
consequentes feitos abomináveis (Sl 14.1; Rm 1.22). Ele vive separado de Deus e
contra a lei de Deus (Pv 1.7,22; 14.9), e não pode compreender a verdade (1 Co
2.14) nem a sua verdadeira condição (Rm 1.21-22). Não há dúvida de que os
cristãos devem evitar se comportar como os néscios (Lc 24.25; Cl 3.1-3).
CHAMPLIN define “como andais” assim:
“Quanto ao «andar» como uma metáfora
sobre a conduta geral na vida, em seus padrões e hábitos, ver as notas
expositivas sobre os versículos segundo e oitavo deste capítulo, onde são dadas
outras referências onde essa ideia é ainda mais desenvolvida. Tal expressão
metafórica é frequente, segundo nos mostram as notas expositivas aludidas” (CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. Vol. 4. pag. 623).
- Também Matthew Henry define em ‘Comentário Matthew
Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE’ (CPAD): “Outro corretivo contra o pecado é a prudência, isto é, o cuidado ou a
cautela: “Portanto, vede…” (v. 15). Isto pode ser entendido, ou com respeito ao
que o precede imediatamente: “Caso repreendam os outros nos seus pecados,
precisam ser fiéis nessas coisas, e ter comportamento e conduta dignos” (na
verdade, somente estão aptos a repreender os outros aqueles que são prudentes e
cuidadosos consigo mesmos); ou, então, temos aqui mais um corretivo, ou melhor,
uma palavra de precaução contra os pecados anteriormente mencionados” (HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição
completa. Editora CPAD. pag. 599)
2. A importância do equilíbrio. Ao
criar o homem, Deus o constituiu de espírito, alma e corpo. Não por acaso,
Paulo rogou aos irmãos da igreja em Roma que apresentassem a Deus os seus
“corpos” (externo e visível) e renovassem o “entendimento” (interno e
invisível), e isso é evidência de que o ser humano integral tem valor para
Deus. Equilíbrio, e não os extremos, reflete o caráter de Deus e é o que Ele
espera de seus filhos (Dt 5.32; Js 1.7; Pv 4.27). O Senhor não disse à igreja
de Éfeso que o “primeiro amor” é mais importante que o zelo doutrinário, mas
que o problema consistia no fato de ter deixado o primeiro em função do
segundo. O desejo de Jesus é o equilíbrio.
- Você deixou seu primeiro amor. – Não é totalmente abandonado, mas remeteu e relaxou
o antigo amor e zelo; que é condenado e pelo qual está terrivelmente ameaçado;
porque o anjo e sua igreja, apesar de seu zelo contra os falsos apóstolos,
cedendo finalmente a eles, ou por outras causas, haviam, em certa medida,
abandonado o primeiro amor que tinham pelo Senhor Jesus. É muito claro que
essas epístolas, embora escritas aos anjos das igrejas, são direcionadas às
próprias igrejas, como representadas por eles, assim como a igreja judaica foi
representada por Josué, seu sumo sacerdote (Zc 3.1). Mas não é improvável que,
onde algumas das igrejas são culpadas, possa haver em seus ministros algumas
falhas, correspondentes às acusadas pela sociedade; e particularmente que o
zelo desse ministro de Éfeso possa estar decaindo.
3. Doutrina e fervor espiritual, a combinação
perfeita. Uma vida cristã genuína se define pelo equilíbrio entre a compreensão do
significado das Escrituras e a sua prática. A compreensão da doutrina bíblica e
a sua prática permite ao crente desfrutar de uma relação real e pessoal com o
Senhor, que é o que faltou à igreja de Éfeso, embora ela tenha sido bem
instruída pelos seus Líderes. Uma igreja que valoriza, busca e trabalha pelo
equilíbrio entre a doutrina e o fervor espiritual se protege de uma falsa
religiosidade.
- “A fim de entendermos a Palavra de Deus, nos
deleitarmos nela e sermos mudados do íntimo para o exterior, temos de orar:
“Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”
(Salmos 119.18). Mas, quando oramos para que os olhos vejam, nossa mente não
deve permanecer neutra. Não suponha que a indispensabilidade da oração implica
a dispensabilidade de pensamentos focalizados na Palavra de Deus. Quando você
ora para que veja a glória de Cristo, não permita que sua mente vagueie e
flutue. Esse é um grande erro proveniente da espiritualidade oriental, e não
das Escrituras.
Então, o que você deve fazer?
1. Ore e leia: Leia a Palavra! Que privilégio! E que
obrigação! E que potencial para ver a glória de Deus! Considere Efésios 3.3-4:
“Segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há
pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu
discernimento do mistério de Cristo”. Quando ledes! Deus quis que os maiores
mistérios da vida sejam revelados por meio da leitura. Sim, Efésios 1.16-18
mostra a importância da oração (“não cesso de dar graças por vós, fazendo
menção de vós nas minhas orações, para que… iluminados os olhos do vosso
coração”). Mas a oração não pode substituir a leitura. A oração pode
transformar a leitura em percepção. No entanto, se não lermos, não teremos
percepções. O Espírito Santo foi enviado para glorificar a Jesus. E a glória de
Jesus é revelada na Palavra. Portanto, leia.
2. Ore e estude: 2 Timóteo 2.15: “Procura (ou estuda
para) apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Deus nos deu um livro a
respeito dEle mesmo, não para que o leiamos de qualquer maneira negligente que
desejarmos. Paul diz: “Procura [estuda para]…” manejar “bem a palavra da
verdade”. Isso significa trabalhe na Palavra, se você deseja obter o máximo
dela. O pêndulo balança para lá e para cá. Alguns dizem: “Ore e não dependa de
obras de estudo humanas e naturais”. Outros dizem: “Estude porque Deus não lhe
revelará o significado de um texto por meio da oração”. Mas não achamos esta
dicotomia na Bíblia. Temos de estudar e manejar corretamente a Palavra de Deus;
e temos de orar, pois, do contrário, não veremos na Palavra aquilo que é
essencial, a glória de Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4.4, 6). Benjamin
Warfield, um grande estudioso da Bíblia, escreveu em 1911: “Às vezes, ouvimos
alguém dizer que dez minutos de joelhos lhe darão um discernimento mais
profundo, mais verdadeiro e mais produtivo a respeito de Deus do que dez horas
de estudo em seus livros. ‘O quê?’ — essa é a ação apropriada — ‘dez minutos de
joelhos, mais do que dez horas de estudo?’” (“The Religious Life of Theological
Students”, em The Princeton Theology, editado por Mark Noll, Grand Rapids:
Baker Book House, 1983, p. 263)”. (https://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/04/devocional-john-piper-esquadrinhe-a-biblia-com-oracao/)
CONCLUSÃO
O exemplo da igreja de Éfeso reafirma que, por mais bem estruturada que
possa ser, a igreja sempre terá problemas e pendências a serem corrigidos. Essa
igreja incorreu no erro da falta de equilíbrio entre o compromisso com a
doutrina e o fervor espiritual, causado pelo abandono do “primeiro amor” e o
afastamento de Deus. Sendo assim, vimos os perigos que a igreja corre quando
lhe falta equilíbrio entre o preparo intelectual e o fervor espiritual.
- Paulo havia dado a receita à Igreja de Éfeso, Ef 5.18
diz: “E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Há, pelo menos, quatro
efeitos de ser cheio do Espírito. Primeiramente, o versículo 19 mostra que o
efeito é musical: “…falando entre vós com
salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor”. É evidente que a alegria
em Cristo é a característica peculiar de ser cheio do Espírito.
Mas não somente alegria. No versículo 20,
encontramos a gratidão: “Dando sempre
graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Gratidão perpétua, gratidão por tudo resulta de ser cheio do Espírito – e essa
gratidão tem como alvo o vencer a murmuração, o descontentamento, a
autocompaixão, a amargura, o queixume, a carranca, a depressão, a inquietação,
o desânimo, a melancolia e o pessimismo!
Mas os efeitos não são apenas alegria musical e
gratidão por tudo; há também a submissão de amor às necessidades uns dos outros
– “sujeitando-vos uns aos outros no temor
de Cristo”. Alegria, gratidão e amor humilde – essas são algumas das marcas
de ser cheio do Espírito.
Poderíamos acrescentar um quarto efeito: ousadia no
testemunho cristão. Podemos ver isto com mais clareza em Atos 4:31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde
estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez,
anunciavam a palavra de Deus”. Nenhum crente deixará de ser ousado e zeloso
no testemunho, se o Espírito Santo estiver produzindo nele alegria
transbordante, gratidão perpétua e amor humilde. Oh! Como precisamos ser cheios
do Espírito! Procuremos esse enchimento! Busquemo-lo!
No entanto, há uma pergunta crucial: como podemos
buscá-lo? Comecemos com a analogia mais próxima: “Não vos embriagueis com vinho… mas enchei-vos do Espírito” (v. 18).
Como você se embriaga com o vinho? Você o bebe… em grande quantidade. Então,
como ficaremos embriagados (cheios) com o Espírito? Bebamos dEle! Bebamos em
profusão. Paulo disse: “A todos nós foi
dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12:13). Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Isto ele disse com respeito ao Espírito” (João 7:37-39).
Como podemos beber do Espírito Santo? Paulo disse: “Porque os que se inclinam para a carne
cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, [cogitam]
das coisas do Espírito” (Romanos 8:5). Bebemos do Espírito cogitando das
coisas do Espírito. O que significa “cogitar” das coisas do Espírito”?
Colossenses 3:1-2 afirmam: “Buscai as
coisas lá do alto… Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”.
“Pensar” significa “procurar, dirigir a atenção para, preocupar-se com”.
Significa “ser dedicado a” e “absorvido com”. Portanto, beber do Espírito
significa buscar as coisas do Espírito, dirigir a atenção às coisas do
Espírito, dedicar-se às coisas do Espírito.
Quais são “as coisas do Espírito”? Quando Paulo
disse: “Ora, o homem natural não aceita
as coisas do Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:14), estava se referindo aos
seus próprios ensinos inspirados pelo Espírito (1 Coríntios 2:13) –
especialmente seus ensinos a respeito dos pensamentos, planos e caminhos de
Deus (1 Coríntios 2:8-10). Então, “as coisas do Espírito” são os ensinos dos
apóstolos a respeito de Deus. Jesus também disse: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João
6:63). Logo, os ensinos de Jesus também são “as coisas do Espírito”.
Portanto, beber do Espírito significa cogitar das
coisas do Espírito. E cogitar das coisas do Espírito significa dirigir nossa
atenção aos ensinos dos apóstolos a respeito de Deus e às palavras de Jesus. Se
fizermos isso por bastante tempo, ficaremos embriagados com o Espírito. De
fato, ficaremos viciados no Espírito. Em vez de dependência química,
desenvolveremos uma maravilhosa dependência do Espírito Santo.
Mais uma coisa: o Espírito Santo não é como o vinho,
porque Ele é uma pessoa e livre para ir e vir aonde quer que deseje (João 3:8).
Por isso, temos de acrescentar Lucas 11:13. Jesus disse aos seus discípulos: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas
dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles
que lho pedirem?” Se queremos ser cheios do Espírito, temos de pedir isso
ao nosso Pai celestial. E foi isso que Paulo fez pelos crentes de Éfeso. Ele
pediu ao Pai celestial que aqueles crentes fossem “tomados [cheios] de toda a
plenitude de Deus” (Efésios 3.19). Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e
ore. Beba do Espírito e ore.” (https://ministeriofiel.com.br/artigos/como-ser-cheio-do-espirito-santo/).
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Pb Francisco Barbosa
@Pbassis
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HORA DA REVISÃO
1. Qual
era a cidade mais importante da Ásia Menor?
Éfeso era a cidade mais importante da Ásia Menor.
2. O que
atraía os peregrinos à cidade de Éfeso?
O suntuoso templo da deusa Diana.
3. Qual
casal contribuiu para o desenvolvimento de Apoio?
O casal Priscila e Áquila.
4. Qual a
exortação do Senhor Jesus para a igreja de Éfeso?
A igreja de Éfeso foi exortada por Jesus a se
lembrar de onde caiu, a fim de que se arrependesse (Ap 2.5).
5. O que
a igreja de Éfeso havia abandonado?
As primeiras obras, pois estas foram praticadas com
o amor genuíno.