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4 de fevereiro de 2024

REVISTA JOVENS - Lição 06: A doutrina do Amor ao Senhor

 

TEXTO PRINCIPAL

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.” (At 2.42,43)

Entenda o Texto Principal:

- 2.42 doutrina dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento espiritual e amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de Deus, que os apóstolos receberam (Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram fielmente (2Pe 1.19-21; 3.1-2,16). comunhão. Lit., "parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os cristãos se tomarem parceiros com Jesus Cristo e com todos os outros crentes (1Jo 1.3), é seu dever espiritual estimular uns aos outros à justiça e obediência (Rm 12.10; 13.8; 15.5; Cl 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1Ts 4.9; Hb 3.13; 10.24-25; 1Pe 4.9-10). partir do pão. Referência à mesa do Senhor ou comunhão, que é obrigatória para todos os cristãos (1Co 11.24-29). orações. Dos crentes individualmente e da igreja corpo/ativamente (At 1.14,24; 4.24-31; cf. Jo 14.13-14).

2.43 Em cada alma havia temor. Um medo reverencial, misturado com admiração e respeito. O Dr. Heylin lê o versículo: E as mentes de todos os homens ficaram impressionadas com as muitas maravilhas e milagres que foram realizados pelos apóstolos.

 

RESUMO DA LIÇÃO

É necessário que haja doutrina e fervor espiritual para que os crentes tenham uma espiritualidade saudável.

Entenda o Resumo da Lição:

- A frieza espiritual paralisa as pessoas. Ela revela-se na ausência da observância de disciplinas devocionais comuns a todo cristão. Quando não há mais o desejo de separar tempo para a oração e meditação nas Escrituras Sagradas; não se pratica mais o jejum; não há mais o respeito e a reverência pelas coisas espirituais; tudo isso se apresenta como um ciclo débil que envolve a vida das pessoas, até que elas passam a “racionalizar” o pecado.

 

TEXTO BÍBLICO

Apocalipse 2.1-7

Entenda o Texto Bíblico:

1 Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro.

- 2.1—3.22 Embora essas sete igrejas fossem, de fato, igrejas históricas na Ásia Menor, elas representam os tipos de igrejas que sempre existem no decorrer do tempo da igreja. O que Cristo diz a essas igrejas é relevante em todos os tempos.

2.1 anjo. O presbítero ou pastor da igreja (veja Ap 1.20). Éfeso. Era uma cidade no continente, a cerca de 5 km distante do mar, mas a ampla desembocadura do rio Caister permitia acesso e favorecia a existência do maior porto da Ásia Menor. Quatro grandes vias comerciais passavam por Éfeso; portanto, essa cidade tornou-se conhecida como o portão de entrada para a Ásia. Era o centro do culto a Artemis (grega) ou Diana (romana), cujo templo constituía uma das Sete Maravilhas do mundo antigo. Paulo ministrou ali durante três anos (At 20.31) e, mais tarde, reuniu-se com os presbíteros de Éfeso no caminho para Jerusalém (At 20). Timóteo, Tíquico e o apóstolo João serviram a essa igreja. João estava em Éfeso quando foi preso por Domiciano e exilado 80 km adiante, em Patmos. Sete estrelas. Estas são os mensageiros que representam as sete igrejas. Cristo as segura em sua mão, o que significa que ele controla a igreja e seus líderes. sete candeeiros. Tratava-se de candeeiros de ouro portáteis que sustentavam lâmpadas de óleo. Cada candeeiro representava uma igreja (v. 20), da qual a luz da vida resplandecia. Na Escritura, sete é o número da perfeição; portanto, esses sete candeeiros são representativos de todas as igrejas.

2 Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e pusestes à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu o achastes mentirosos.

- 2.2 se declaram apóstolos. A igreja de Éfeso exercia discernimento espiritual. Sabia como avaliar homens que reivindicavam liderança espiritual por meio de sua doutrina e comportamento (cf. 1Ts 5.20-21).

3 E sofrestes e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não cansaste.

- 2.3 não te deixaste esmorecer. Durante 40 anos, a partir da sua fundação, essa igreja havia permanecido fiel à Palavra e ao Senhor. Apesar de dificuldades e da perseguição, os membros perseveravam, sempre impulsionados pelo motivo correto, ou seja, pelo nome e reputação de Cristo.

4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.

- 2.4 abandonaste o teu primeiro amor. Ser cristão significa amar ao Senhor Jesus Cristo (Jo 14.21,23; 1Co 16.22). Mas a paixão e o fervor dos efésios por Cristo haviam se tornado ortodoxia fria e mecânica. Sua pureza doutrinária e moral, seu imenso zelo pela verdade e seu disciplinado serviço não eram substitutos para o amor a Cristo, que eles haviam abandonado.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.

- 2.5 moverei do seu lugar o teu candeeiro. O juízo de Deus traria o fim da igreja de Éfeso.

6 Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.

- 2.6 as obras dos nicolaítas. Também um problema em Pérgamo (vs. 12-15), essa heresia era semelhante ao ensino de Balaão (vs. 14-15). Nicolau significa "o que conquista pessoas". Irineu escreve que Nicolau, que foi nomeado diácono em At 6, era um crente falso que mais tarde apostatou, mas, por causa de suas credenciais, conseguiu desviar a igreja. E, como Balaão, conduziu pessoas à imoralidade e à perversão. Os nicolaítas, seguidores de Nicolau, estavam envolvidos em imoralidade e seduziam a igreja com tentações sensuais. Clemente de Alexandria diz: "Eles se entregavam ao prazer como cabritos, levando uma vida de autoindulgência". O ensino deles pervertia a graça e substituía a liberdade pela licenciosidade.

Paulo

7 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus.

- 2.7 Ao vencedor. Segundo a definição do próprio João, ser vencedor significa ser cristão (veja nota em 11o 5.4; cf. vs. 11,17,26; 3.5,12,21). árvore da vida. Verdadeiros crentes usufruem a promessa do céu (veja Ap 22.2; Gn 2.9).

 

INTRODUÇÃO

A falta de doutrina produz muitos males e um deles é a mornidão espiritual. Quando não há ensino bíblico, a missão da igreja é comprometida. Utilizando a igreja de Éfeso como exemplo, nesta lição, estudaremos a respeito de como os crentes se distanciaram do amor de Deus e de sua vontade. Veremos o perigo que cerca as igrejas na atualidade neste aspecto. Esta lição também ressaltará que é necessário que a igreja fundamente suas ações no zelo doutrinário e no amor fervoroso por Deus.

- Uma vez que a vida espiritual perdeu sua vivacidade, a vida moral tende a sofrer consequências degenerativas. Esse processo se inicia com a degeneração das relações familiares e sociais (cf. Ef 5.15-17,22-33; 6.1-5). Não há mais vigilância com a vida espiritual (cf. Ef 6.10-20). A lógica espiritual é muito simples: se há fervor espiritual, há desejo pelas coisas de Deus; se há frieza espiritual, há desejo e supervalorização pelas coisas carnais. O apego à Palavra e o hábito de orar são indispensáveis à vida cristã. São práticas ensinadas ao povo de Deus desde o princípio, pois Deus fala por meio delas.

 

I. A IGREJA DE ÉFESO ERA FIRME NA DOUTRINA


 

1. A igreja de Éfeso. Do ponto de vista comercial, Éfeso era a cidade mais importante da Ásia Menor. Nos dias de Paulo, essa cidade tinha cerca de 250 mil habitantes e abrigava o suntuoso templo da deusa Diana, o que atraia turistas e peregrinos, aquecendo assim a economia. Em sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo anunciou o Evangelho ali, mas não ficou muito tempo (At 18.19-21). Somente em sua terceira viagem missionária é que o apóstolo pôde evangelizar efetivamente a cidade, tendo ficado três anos ali (At 19.1). Provavelmente, Priscila e Áquila desempenharam importante papel na implantação dessa igreja e cederam a própria casa onde ela foi estabelecida (At 18.18,19; 1 Co 16.19). O casal também contribuiu com o desenvolvimento da vida cristã e do ministério de Apoio (At 18.24-28).

- É provável que o evangelho tenha sido primeiramente levado a Éfeso por Priscila e Áquila, um casal excepcionalmente dotado (veja At 18.26), o qual foi deixado lá por Paulo durante a sua segunda viagem missionária (At 18.18-19). Localizada na foz do rio Cayster, do lado leste do mar Egeu, a cidade de Éfeso era talvez mais bem conhecida pelo seu magnificente templo — dedicado a Ártemis, ou Diana — uma das sete maravilhas do mundo antigo. Ela era também um importante centro político, educacional e comerciai, equiparado a Alexandria, no Egito, e Antioquia da Pisídia, na Ásia Menor meridional. A jovem igreja começou com Priscila e Áquila, e foi estabelecida mais tarde, firmemente, por Paulo em sua terceira viagem missionária (At 19); e que a pastoreou por cerca de três anos.

2. A igreja de Éfeso e os seus principais desafios. A Carta aos Efésios indica os desafios que a igreja enfrentou no início. A deusa Diana era o centro da estrutura religiosa e econômica de Éfeso, que de acordo com a mitologia grega, era virgem, e contrária ao casamento, razão pela qual a estrutura familiar da sociedade efésia era fragilizada, tornando o divórcio algo comum e banalizado. Por isso, Paulo exortou os irmãos efésios a confiar na graça salvadora de Cristo, se preparar espiritualmente para a batalha, manter-se unidos na fé doutrinária, conservar a vida em santidade e a nutrirem uma família sadia.

- Depois de Paulo ter saído, Timóteo pastoreou a congregação, possivelmente por um ano e meio, em especial para reagir contra o falso ensino de uns poucos homens influentes (tais como Himeneu e Alexandre), os quais eram, provavelmente, presbíteros nessa congregação (1Tm 1.3,20). Por causa desses homens, a igreja em Éfeso estava infestada de "fábulas e genealogias sem fim" (1Tm 1.4) e de certas ideias ascéticas e em desacordo com a Escritura, como a proibição do casamento e a abstinência de certos alimentos (1Tm 4.3). Embora esses falsos mestres não compreendessem corretamente a Escritura, eles expunham as suas ímpias interpretações com segurança (1Tm 1.7), as quais promoviam mais "discussões" perniciosas "do que o serviço de Deus, na fé" (1Tm 1.4). Depois de 30 anos ou mais, Cristo deu ao apóstolo João a carta para essa igreja, indicando que as pessoas de lá haviam abandonado o seu amor inicial por ele (Ap 2.1-7).

3. A firmeza doutrinária da igreja de Éfeso. Historicamente, a igreja de Éfeso era uma das mais importantes e conhecidas da igreja do primeiro século. Isso não é mera casualidade, mas é fruto de seu vigor espiritual, de seu comprometimento doutrinário e de sua relação com alguns dos principais líderes, que fizeram dela um referencial. A igreja de Éfeso foi pastoreada por Paulo que, além de ter ensinado “todo o conselho de Deus” (At 20.27), foi usado como instrumento para a realização de grandes milagres (At 19.11,12). Foi pastoreada também por Timóteo, tão elogiado por Paulo (Fp 2.19-23) e deixado em Éfeso justamente para “advertires a alguns que não ensinem outra doutrina” (1 Tm 1.3). Finalmente, essa igreja pôde desfrutar do pastoreio do apóstolo João que, de Éfeso, liderou as igrejas daquela região e de onde escreveu o Evangelho que leva o seu nome, além de suas Epístolas. Certamente a igreja de Éfeso foi bem instruída e teve seus alicerces doutrinários bem estabelecidos.

- A carta é endereçada à igreja na cidade de Éfeso, capital da província romana da Ásia (Ásia Menor, atual Turquia). Como o nome Éfeso não é mencionado em todos os manuscritos antigos, alguns estudiosos acreditam que a carta era uma encíclica, escrita com a intenção de que fosse circulada e lida por todas as igrejas da Ásia Menor e que, simplesmente, foi primeiro enviada para os cristãos em Éfeso. Os primeiros três capítulos são teológicos, enfatizando a doutrina do NT, enquanto os três últimos são práticos e tratam do comportamento cristão. Acima de tudo, talvez, essa seja uma carta de encorajamento e admoestação, escrita para lembrar os cristãos a respeito das imensuráveis bênçãos em Jesus Cristo; e que eles não fossem somente gratos por essas bênçãos, mas que vivessem de maneira digna delas. Não obstante, e de certo modo devido às grandes bênçãos do cristão em Jesus Cristo, é certo que ele será tentado por Satanás à presunção e à complacência. Foi por essa razão que, no último capítulo, Paulo relembra os cristãos a respeito da completa e suficiente armadura espiritual concedida a eles por meio da Palavra de Deus e pelo seu Espírito (6.10-17) e sobre a necessidade deles da oração vigilante e persistente (6.18).

 

II. O PERIGO DE SE PERDER O PRIMEIRO AMOR PELO SENHOR

 

1. Boas obras, porém sem amor. É trágico uma igreja ter de ouvir a seguinte sentença: “tenho contra ti”. Foi o que a igreja em Éfeso ouviu do Senhor Jesus (Ap 2.4). Antes disso, essa igreja foi elogiada, pois era dedicada no trabalho, no combate à maldade, no zelo pela doutrina e na perseverança nas tribulações. Parecia ser uma igreja perfeita, mas havia abandonado o primeiro amor (Ap 2.1-4). Além dos bons exemplos oferecidos por essa igreja, ela também nos serve de alerta para o excesso de trabalho e o zelo doutrinário, mas sem o genuíno amor. A igreja de Éfeso é uma prova de que é possível realizar grandes e boas obras sem amor. Por isso Jesus diz: “Lembra-te, pois de onde caístes, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu Lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.5).

- Nomeadamente, o zelo e fervor que a igreja manifestou a Cristo e à sua causa; aquele amor pelo qual a igreja de Éfeso era tão eminente quando Paulo escreveu sua epístola para eles. Mesmo passado tanto tempo em que o livro do apocalipse fora escrito, a mensagem de Jesus as 7 igrejas da Ásia menor continua viva, elas ainda falam em nossos dias, as admoestações do Senhor a sua Igreja que estavam espalhadas por estas cidades, ainda permanecem atuais dada as devidas proporções. Problemas como a falta de amor, a religiosidade em detrimento a verdadeira espiritualidade, o sincretismo, a falta de vigilância, são situações recorrentes em nossas comunidades atuais. Os sete primeiros versículos de Apocalipse 2, que é basicamente a carta a igreja de Éfeso, nos ajuda a entender que a doutrina e o zelo sem amor não passa de práticas religiosas, o que nos distingue é sem dúvida o amor exercitado.

2. O valor das boas lembranças. A igreja de Éfeso foi orientada por Jesus a se Lembrar de onde caiu, a fim de que se arrependesse (Ap 2.5). A recomendação é: lembrar-se, arrepender-se e praticar. A igreja deveria se lembrar de onde havia caído, ou seja, deveria considerar o que havia perdido, advindo o arrependimento como demonstração de tristeza e voltar às primeiras obras, confirmando o arrependimento e a consciência transformada. A igreja de Éfeso recebeu a oportunidade de recomeçar e resgatar a sua saúde espiritual.

- Lembre-se, portanto, de onde você caiu – A eminência que você ocupou uma vez. Chame para lembrar o estado em que você estava antes. O dever aqui prescrito é, quando a religião declinou em nossos corações, ou na igreja, chamar à lembrança distinta o estado anterior – o ardor, o zelo, o calor do amor que uma vez nos caracterizou. A razão para isso é que tal recordação do estado anterior provavelmente produzirá uma influência feliz no coração. Nada está melhor adaptado para afetar um cristão que está voltando atrás, ou uma igreja que está voltando atrás, do que chamar a lembrança distinta da condição anterior – os dias mais felizes da piedade. A alegria então experimentada, o bem feito, a honra refletida na causa da religião, a paz de espírito daquele período, contrastará fortemente com o presente, e nada será mais adequado para recordar uma igreja que erra ou um indivíduo que erra. de suas andanças que uma reminiscência do passado. As vantagens de “lembrar” assim sua condição anterior seriam muitas; pois algumas das impressões mais valiosas que são feitas na mente e algumas das lições mais importantes aprendidas são das lembranças de um estado anterior. Entre essas vantagens, nesse caso, seriam as seguintes:

(a) Mostraria quanto eles poderiam ter desfrutado se tivessem continuado como começaram, quanta felicidade mais real eles teriam do que realmente desfrutaram.

(b) Quanto bem eles poderiam ter feito, se tivessem perseverado no zelo com o qual começaram a vida cristã. Quanto mais bons cristãos podem fazer do que realizam, se mal, mesmo sem aumentá-lo, continuam com o grau de zelo com que iniciam seu curso.

(c) Quão maiores realizações eles poderiam ter feito na vida divina e no conhecimento da religião do que fizeram; isto é, quão mais elevadas e ampliadas poderiam ter sido suas visões da religião e seu conhecimento da Palavra de Deus. E,

(d) uma lembrança de seu estado passado que, em contraste com o que são agora, exerceria uma poderosa influência na produção de verdadeiro arrependimento; pois não há nada melhor adaptado para fazer isso do que uma visão justa do que poderíamos ter sido, em comparação com o que somos agora.

Se um homem ficou frio com a esposa, nada é mais adequado para recuperá-lo do que recordar sua lembrança do momento em que a levou ao altar, o voto solene então feito e o arrebatamento de seu coração quando ele a pressionou para seu seio e a chamou de sua. E arrependa-se – A palavra usada aqui significa “mudar a mente e os propósitos” e, junto com isso, “mudar a conduta ou o comportamento”. O dever de arrependimento aqui solicitado se estenderia a todos os pontos em que eles erraram. E faça as primeiras obras – As obras que foram feitas quando a igreja foi estabelecida. Ou seja, manifeste o zelo e o amor que antes eram evidenciados na oposição ao erro e no bem. Este é o verdadeiro conselho a ser dado àqueles que se afastaram e “deixaram seu primeiro amor” agora. Freqüentemente, essas pessoas, sensíveis ao erro e que não desfrutam da religião que tiveram, professam estar dispostas e desejosas de voltar, mas não sabem como fazê-lo – como reviver seu ardor, como reacender em seu seio a chama do amor extinto. Eles supõem que deve ser por meditação silenciosa, ou por alguma influência sobrenatural, e esperam alguma visita do alto para chamá-los de volta e restaurar para eles sua alegria anterior. O conselho do Salvador para todos, no entanto, é fazer suas primeiras obras. É empenhar-se imediatamente em fazer o que eles fizeram nos primeiros e melhores dias de sua piedade, nos dias de seus “esposos” Jeremias 2: 2 a Deus. Deixe-os ler a Bíblia como eles fizeram então; que rezem como fizeram então; que eles cumpram os deveres de benevolência ativa como fizeram então; que eles se envolvam no ensino de uma escola dominical como eles fizeram então; aliviem os aflitos, instruam os ignorantes, levantem os caídos, como fizeram então; deixe-os abrir o coração, a bolsa e a mão para abençoar um mundo moribundo. Como foi dessa maneira que eles manifestaram seu amor, então seria mais adequado do que todas as outras coisas reacender a chama do amor quando ele estiver quase extinto. A arma usada permanece brilhante; o que estiver enferrujado voltará a brilhar se for usado. Caso contrário, virei a ti rapidamente – Na palavra traduzida “rapidamente” ( t??e? tachei), veja as notas em Apocalipse 1: 1 . O significado é que ele viria como juiz, em nenhum período distante, para infligir punição da maneira especificada – removendo o castiçal de seu lugar. Ele não diz de que maneira isso seria feito; seja por algum julgamento repentino, por um ato direto de poder ou por um processo gradual que certamente levaria a esse resultado. E removerá o seu castiçal do lugar dele, exceto se você se arrepender – Sobre o significado da palavra “castiçal”, veja as notas em Apocalipse 1:12 . O significado é que a igreja deu luz em Éfeso; e que o que ele faria em relação a esse lugar seria como remover uma lâmpada e deixar um lugar na escuridão. A expressão é equivalente a dizer que a igreja deixaria de existir. A idéia apropriada da passagem é que a igreja seria totalmente extinta; e é observável que esse é um julgamento mais claramente divulgado em referência a esta igreja do que a qualquer outra das sete igrejas. Não há a menor evidência de que a igreja de Éfeso se arrependeu, e a ameaça foi mais cumprida. Desde que a igreja se tornou completamente extinta, e por eras não havia um único cristão professo lá. Todo memorial de haver uma igreja ali partiu, e não há nenhum lugar, nem mesmo em Nínive, Babilônia ou Tiro, demonstrações mais afetantes do cumprimento da profecia antiga do que no estado atual das ruínas de Éfeso. Uma observação do Sr. Gibbon (Decline e Fall, iv. 260) mostrará com que exatidão a previsão em relação a esta igreja foi realizada. Ele está falando das conquistas dos turcos. “Na perda de Éfeso, os cristãos lamentaram a queda do primeiro anjo, a extinção do primeiro castiçal das Revelações; a desolação está completa; e o templo de Diana, ou a Igreja de Maria, iludirá igualmente a busca do viajante curioso. ” Assim, a cidade, com o esplêndido templo de Diana, e a igreja que existia lá na época de João, desapareceu, e nada resta senão ruínas feias. Essas ruínas ficam a cerca de dez dias de viagem de Esmirna e consistem em paredes quebradas e restos de colunas e templos. O solo em que uma grande parte da cidade deveria estar, naturalmente rico, é coberto por uma vegetação queimada e está em todo lugar deserto e solitário, embora cercado por montanhas pitorescas. Alguns campos de grãos estão espalhados pelo local da cidade antiga. Em direção ao mar se estende o antigo porto, um pântano pestilento. Ao longo da encosta da montanha e sobre a planície, existem fragmentos dispersos de alvenaria e ruínas isoladas, mas agora nada pode ser consertado como o grande templo de Diana. Há ruínas de um teatro; existe um circo, ou estádio, quase inteiro; existem fragmentos de templos e palácios espalhados; mas não há nada que marque o local de uma igreja na época de João; não há nada que indique que uma igreja assim existisse lá. A cerca de um quilômetro e meio das principais ruínas de Éfeso, existe atualmente uma pequena vila chamada Asalook, uma palavra turca associada à mesma idéia que Éfeso, que significa A Cidade da Lua. Uma igreja, dedicada a João, deveria estar perto, se não no local da mesquita atual. O Dr. Chandler (p. 150,4to) nos dá uma descrição impressionante de Éfeso como a encontrou em 1764: “Sua população consistia em alguns camponeses gregos, vivendo em extrema miséria, dependência e insensibilidade, os representantes de um povo ilustre. e habitando os destroços de sua grandeza. Alguns residem na subestrutura dos gloriosos edifícios que eles ergueram; alguns sob os cofres do estádio e as cenas lotadas desses divertimentos; e alguns no precipício abrupto, nos sepulcros que receberam suas cinzas. Suas ruas estão obscurecidas e cobertas de vegetação. Um rebanho de cabras foi levado a ele para se proteger do sol ao meio-dia, e um barulhento barulho de corvos das pedreiras pareceu insultar seu silêncio. Ouvimos o chamado da perdiz na área do teatro e do estádio … Seu destino é o de todo o país; um jardim se tornou um deserto. Ocupados centros da civilização, locais onde foram reunidos os refinamentos e as delícias da época, agora são vítimas do silêncio, da destruição e da morte. Consagrado em primeiro lugar aos propósitos da idolatria, Éfeso teve, em seguida, templos cristãos quase rivalizando com o pagão em esplendor, onde a imagem da grande Diana jazia prostrada diante da cruz; após o lapso de alguns séculos, Jesus cede lugar a Muhammed, e o crescente brilhava na cúpula da igreja recentemente cristã. Mais algumas dezenas de anos, e Éfeso não tem templo, cruz, crescente ou cidade, mas é desolação, uma terra seca e um deserto. ” Veja o artigo “Éfeso” na Cyclopedia de Kitto e as autoridades mencionadas. O que é afirmado aqui em Éfeso tem sido frequentemente ilustrado na história do mundo, que quando uma igreja declina em piedade e amor, e é chamada por ministros fiéis a se arrepender, e não o fez, ela foi abandonada mais e mais, até que a última aparição de verdade e piedade se esvai, e foi entregue ao erro e à ruína. E o mesmo princípio é aplicável aos indivíduos, pois eles têm tantos motivos para temer as carrancas do Salvador quanto as igrejas. Se aqueles que “deixaram seu primeiro amor” não se arrependerem ao chamado do Salvador, terão todos os motivos para apreender algum julgamento medroso, alguma terrível visita de sua providência que os afligirá de tristeza, como prova de seu descontentamento. Mesmo que finalmente devam ser salvos, seus dias podem ser sem conforto, e talvez seus últimos momentos sem um raio de esperança consciente. A gravura anexa, representando a situação atual de Éfeso, trará diante dos olhos uma ilustração impressionante do cumprimento desta profecia, de que o castiçal de Éfeso seria removido de seu lugar. Veja também as gravuras prefixadas nas notas da Epístola aos Efésios. Comentário de Albert Barnes.

3. De volta ao primeiro amor. O que Jesus quis dizer com “primeiro amor”? Deus é a fonte de todo amor, Ele é o próprio amor (1 Jo 4.8). Portanto, deixar o primeiro amor é o mesmo que se afastar de Deus, e isso implica que a igreja de Éfeso praticava boas obras, mas ao mesmo tempo, estava distante de Deus. O convite para que voltasse ao primeiro amor indica o interesse do Senhor de que a sua Igreja permaneça em sua presença. Paciência e trabalho não faltavam a igreja de Éfeso, mas ela foi orientada a voltar “às primeiras obras”, pois estas foram praticadas com o amor genuíno. Sendo assim, ela foi convidada a restaurar a sua comunhão com Deus.

- Ser cristão significa amar ao Senhor Jesus Cristo (Jo 14.21,23; 1Co 16.22). Mas a paixão e o fervor dos efésios por Cristo haviam se tornado ortodoxia fria e mecânica. Sua pureza doutrinária e moral, seu imenso zelo pela verdade e seu disciplinado serviço não eram substitutos para o amor a Cristo, que eles haviam abandonado. amor aqui mencionado é evidentemente amor ao Salvador; e a ideia é que, como igreja, eles tinham menos disso do que os caracterizavam anteriormente. Nesse sentido, eles estavam em estado de declinação; e, embora ainda mantivessem as doutrinas de sua religião e se opusessem aos defensores do erro, eles demonstravam menos entusiasmo por ele diretamente do que antes. Em relação a isso, podemos observar:

(1) Que o que aqui é declarado da igreja em Éfeso não é incomum:

(a) Os cristãos individuais geralmente perdem muito do seu primeiro amor. É verdade, de fato, que muitas vezes há uma aparência disso que não existe na realidade. Um pouco do ardor dos jovens convertidos muitas vezes não passa da excitação dos sentimentos dos animais, que logo desaparecerão, é claro, embora seu verdadeiro amor não possa ser diminuído ou esteja constantemente se fortalecendo. Quando um filho volta para casa após uma longa ausência e conhece seus pais, irmãos e irmãs, há um brilho, um calor de sentimento, uma alegria de emoção, que não se pode esperar que continue sempre e que ele talvez nunca consiga. lembre-se novamente, embora ele possa estar sempre crescendo em apego real a seus amigos e a sua casa.

(b) As igrejas remetem o ardor de seu primeiro amor. Eles são freqüentemente formados sob as influências reviviantes do Espírito Santo quando muitos são convertidos e são jovens convertidos de coração caloroso e zelosos. Ou são formadas a partir de outras igrejas que se tornaram frias e mortas, das quais a nova organização, incorporando a vida da igreja, foi forçada a se separar. Ou eles são formados sob a influência de alguma verdade forte e poderosa que tomou posse da mente e que dá um caráter especial à igreja a princípio. Ou eles são formados com uma referência distinta à promoção de um grande objeto na causa do Redentor. Assim, as primeiras igrejas cristãs foram formadas. Assim, a igreja na Alemanha, França, Suíça e Inglaterra saiu da comunhão romana sob a influência da doutrina da justificação pela fé. Assim, os nestorianos em épocas anteriores e os morávios nos tempos modernos eram caracterizados pelo zelo caloroso na causa das missões.

Assim, os puritanos saíram da igreja estabelecida da Inglaterra em um momento, e os metodistas em outro, aqueceram com um amor mais santo a causa da religião evangélica do que existia no corpo do qual eles se separavam. Tantas igrejas são formadas agora em meio às emocionantes cenas de um renascimento da religião e, nos primeiros dias de sua história, envergonham as igrejas mais antigas e adormecidas ao seu redor. Mas dificilmente é preciso dizer que esse zelo primitivo pode morrer e que a igreja, uma vez cheia de vida e amor, pode tornar-se tão fria quanto aqueles que a precederam, ou como aqueles dos quais ela se separou, e que ser uma necessidade para a formação de novas organizações que serão queimadas com ardor e zelo. Basta olhar para a Alemanha, para a Suíça, para várias partes das igrejas reformadas em outros lugares; nos nestorianos, cujo zelo por missões já havia partido; ou mesmo nos morávios, entre os quais tanto declinou; em várias partes das igrejas puritanas, e em muitas igrejas individuais formadas sob os sentimentos calorosos e emocionantes de um reavivamento da religião, para ver que o que ocorreu em Éfeso pode ocorrer em outro lugar.

(2) a mesma coisa que ocorreu lá pode ser esperada em todos os casos semelhantes. O Salvador governa a igreja sempre essencialmente com os mesmos princípios; e não é incomum que, quando uma igreja perde o ardor de seu primeiro amor, sofre cada vez mais declínio, até que “o castiçal seja removido” – até que a igreja se torne totalmente extinta ou até que a piedade vital seja completamente desaparecido, e tudo o que resta é a religião das formas. Comentário de Albert Barnes.

 

III. NÃO HÁ CONTRADIÇÃO ENTRE DOUTRINA E FERVOR ESPIRITUAL

 

1. O problema dos extremos. A igreja de Éfeso valorizou a doutrina, mas não permaneceu no amor a Deus. A igreja de Corinto, que tinha vários dons espirituais (1 Co 1.7), negligenciou os ensinos bíblicos e Paulo afirmou que os crentes dali eram carnais (1 Co 3.1-3). Os extremos impedem o desenvolvimento saudável da vida espiritual da igreja.

- É interessante notar a recomendação de Jesus em Mateus 26.41 para que os discípulos se dedicassem à oração. A doçura do seu apelo é tocante. O próprio Cristo estava familiarizado com o sentimento das fraquezas humanas (Hb 4.15) — mas sem pecado. Nesse exato momento ele estava preso numa luta contra as paixões humanas que, embora não sejam pecaminosas em si, devem ser subjugadas à vontade divina para que o pecado seja evitado. Aos Efésios Paulo recomendou: “vê-de prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios...” (Ef 5.15). Esse termo quer dizer “corretamente ou precisamente com grande cuidado” (Sl 1.1; Mt 7.4). Viver moralmente é viver com sabedoria. Segundo a Bíblia, um "néscio" não é assim chamado por causa de limitações intelectuais, mas devido à incredulidade e aos consequentes feitos abomináveis (Sl 14.1; Rm 1.22). Ele vive separado de Deus e contra a lei de Deus (Pv 1.7,22; 14.9), e não pode compreender a verdade (1 Co 2.14) nem a sua verdadeira condição (Rm 1.21-22). Não há dúvida de que os cristãos devem evitar se comportar como os néscios (Lc 24.25; Cl 3.1-3). CHAMPLIN define “como andais” assim: “Quanto ao «andar» como uma metáfora sobre a conduta geral na vida, em seus padrões e hábitos, ver as notas expositivas sobre os versículos segundo e oitavo deste capítulo, onde são dadas outras referências onde essa ideia é ainda mais desenvolvida. Tal expressão metafórica é frequente, segundo nos mostram as notas expositivas aludidas(CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623).

- Também Matthew Henry define em ‘Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE’ (CPAD): “Outro corretivo contra o pecado é a prudência, isto é, o cuidado ou a cautela: “Portanto, vede…” (v. 15). Isto pode ser entendido, ou com respeito ao que o precede imediatamente: “Caso repreendam os outros nos seus pecados, precisam ser fiéis nessas coisas, e ter comportamento e conduta dignos” (na verdade, somente estão aptos a repreender os outros aqueles que são prudentes e cuidadosos consigo mesmos); ou, então, temos aqui mais um corretivo, ou melhor, uma palavra de precaução contra os pecados anteriormente mencionados(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 599)

2. A importância do equilíbrio. Ao criar o homem, Deus o constituiu de espírito, alma e corpo. Não por acaso, Paulo rogou aos irmãos da igreja em Roma que apresentassem a Deus os seus “corpos” (externo e visível) e renovassem o “entendimento” (interno e invisível), e isso é evidência de que o ser humano integral tem valor para Deus. Equilíbrio, e não os extremos, reflete o caráter de Deus e é o que Ele espera de seus filhos (Dt 5.32; Js 1.7; Pv 4.27). O Senhor não disse à igreja de Éfeso que o “primeiro amor” é mais importante que o zelo doutrinário, mas que o problema consistia no fato de ter deixado o primeiro em função do segundo. O desejo de Jesus é o equilíbrio.

- Você deixou seu primeiro amor. – Não é totalmente abandonado, mas remeteu e relaxou o antigo amor e zelo; que é condenado e pelo qual está terrivelmente ameaçado; porque o anjo e sua igreja, apesar de seu zelo contra os falsos apóstolos, cedendo finalmente a eles, ou por outras causas, haviam, em certa medida, abandonado o primeiro amor que tinham pelo Senhor Jesus. É muito claro que essas epístolas, embora escritas aos anjos das igrejas, são direcionadas às próprias igrejas, como representadas por eles, assim como a igreja judaica foi representada por Josué, seu sumo sacerdote (Zc 3.1). Mas não é improvável que, onde algumas das igrejas são culpadas, possa haver em seus ministros algumas falhas, correspondentes às acusadas pela sociedade; e particularmente que o zelo desse ministro de Éfeso possa estar decaindo.

3. Doutrina e fervor espiritual, a combinação perfeita. Uma vida cristã genuína se define pelo equilíbrio entre a compreensão do significado das Escrituras e a sua prática. A compreensão da doutrina bíblica e a sua prática permite ao crente desfrutar de uma relação real e pessoal com o Senhor, que é o que faltou à igreja de Éfeso, embora ela tenha sido bem instruída pelos seus Líderes. Uma igreja que valoriza, busca e trabalha pelo equilíbrio entre a doutrina e o fervor espiritual se protege de uma falsa religiosidade.

- “A fim de entendermos a Palavra de Deus, nos deleitarmos nela e sermos mudados do íntimo para o exterior, temos de orar: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmos 119.18). Mas, quando oramos para que os olhos vejam, nossa mente não deve permanecer neutra. Não suponha que a indispensabilidade da oração implica a dispensabilidade de pensamentos focalizados na Palavra de Deus. Quando você ora para que veja a glória de Cristo, não permita que sua mente vagueie e flutue. Esse é um grande erro proveniente da espiritualidade oriental, e não das Escrituras.

Então, o que você deve fazer?

1. Ore e leia: Leia a Palavra! Que privilégio! E que obrigação! E que potencial para ver a glória de Deus! Considere Efésios 3.3-4: “Segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo”. Quando ledes! Deus quis que os maiores mistérios da vida sejam revelados por meio da leitura. Sim, Efésios 1.16-18 mostra a importância da oração (“não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que… iluminados os olhos do vosso coração”). Mas a oração não pode substituir a leitura. A oração pode transformar a leitura em percepção. No entanto, se não lermos, não teremos percepções. O Espírito Santo foi enviado para glorificar a Jesus. E a glória de Jesus é revelada na Palavra. Portanto, leia.

2. Ore e estude: 2 Timóteo 2.15: “Procura (ou estuda para) apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Deus nos deu um livro a respeito dEle mesmo, não para que o leiamos de qualquer maneira negligente que desejarmos. Paul diz: “Procura [estuda para]…” manejar “bem a palavra da verdade”. Isso significa trabalhe na Palavra, se você deseja obter o máximo dela. O pêndulo balança para lá e para cá. Alguns dizem: “Ore e não dependa de obras de estudo humanas e naturais”. Outros dizem: “Estude porque Deus não lhe revelará o significado de um texto por meio da oração”. Mas não achamos esta dicotomia na Bíblia. Temos de estudar e manejar corretamente a Palavra de Deus; e temos de orar, pois, do contrário, não veremos na Palavra aquilo que é essencial, a glória de Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4.4, 6). Benjamin Warfield, um grande estudioso da Bíblia, escreveu em 1911: “Às vezes, ouvimos alguém dizer que dez minutos de joelhos lhe darão um discernimento mais profundo, mais verdadeiro e mais produtivo a respeito de Deus do que dez horas de estudo em seus livros. ‘O quê?’ — essa é a ação apropriada — ‘dez minutos de joelhos, mais do que dez horas de estudo?’” (“The Religious Life of Theological Students”, em The Princeton Theology, editado por Mark Noll, Grand Rapids: Baker Book House, 1983, p. 263)”. (https://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/04/devocional-john-piper-esquadrinhe-a-biblia-com-oracao/)

 

CONCLUSÃO

O exemplo da igreja de Éfeso reafirma que, por mais bem estruturada que possa ser, a igreja sempre terá problemas e pendências a serem corrigidos. Essa igreja incorreu no erro da falta de equilíbrio entre o compromisso com a doutrina e o fervor espiritual, causado pelo abandono do “primeiro amor” e o afastamento de Deus. Sendo assim, vimos os perigos que a igreja corre quando lhe falta equilíbrio entre o preparo intelectual e o fervor espiritual.

- Paulo havia dado a receita à Igreja de Éfeso, Ef 5.18 diz: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Há, pelo menos, quatro efeitos de ser cheio do Espírito. Primeiramente, o versículo 19 mostra que o efeito é musical: “…falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor”. É evidente que a alegria em Cristo é a característica peculiar de ser cheio do Espírito.

Mas não somente alegria. No versículo 20, encontramos a gratidão: “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Gratidão perpétua, gratidão por tudo resulta de ser cheio do Espírito – e essa gratidão tem como alvo o vencer a murmuração, o descontentamento, a autocompaixão, a amargura, o queixume, a carranca, a depressão, a inquietação, o desânimo, a melancolia e o pessimismo!

Mas os efeitos não são apenas alegria musical e gratidão por tudo; há também a submissão de amor às necessidades uns dos outros – “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Alegria, gratidão e amor humilde – essas são algumas das marcas de ser cheio do Espírito.

Poderíamos acrescentar um quarto efeito: ousadia no testemunho cristão. Podemos ver isto com mais clareza em Atos 4:31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”. Nenhum crente deixará de ser ousado e zeloso no testemunho, se o Espírito Santo estiver produzindo nele alegria transbordante, gratidão perpétua e amor humilde. Oh! Como precisamos ser cheios do Espírito! Procuremos esse enchimento! Busquemo-lo!

No entanto, há uma pergunta crucial: como podemos buscá-lo? Comecemos com a analogia mais próxima: “Não vos embriagueis com vinho… mas enchei-vos do Espírito” (v. 18). Como você se embriaga com o vinho? Você o bebe… em grande quantidade. Então, como ficaremos embriagados (cheios) com o Espírito? Bebamos dEle! Bebamos em profusão. Paulo disse: “A todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12:13). Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito” (João 7:37-39).

Como podemos beber do Espírito Santo? Paulo disse: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, [cogitam] das coisas do Espírito” (Romanos 8:5). Bebemos do Espírito cogitando das coisas do Espírito. O que significa “cogitar” das coisas do Espírito”? Colossenses 3:1-2 afirmam: “Buscai as coisas lá do alto… Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”. “Pensar” significa “procurar, dirigir a atenção para, preocupar-se com”. Significa “ser dedicado a” e “absorvido com”. Portanto, beber do Espírito significa buscar as coisas do Espírito, dirigir a atenção às coisas do Espírito, dedicar-se às coisas do Espírito.

Quais são “as coisas do Espírito”? Quando Paulo disse: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:14), estava se referindo aos seus próprios ensinos inspirados pelo Espírito (1 Coríntios 2:13) – especialmente seus ensinos a respeito dos pensamentos, planos e caminhos de Deus (1 Coríntios 2:8-10). Então, “as coisas do Espírito” são os ensinos dos apóstolos a respeito de Deus. Jesus também disse: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). Logo, os ensinos de Jesus também são “as coisas do Espírito”.

Portanto, beber do Espírito significa cogitar das coisas do Espírito. E cogitar das coisas do Espírito significa dirigir nossa atenção aos ensinos dos apóstolos a respeito de Deus e às palavras de Jesus. Se fizermos isso por bastante tempo, ficaremos embriagados com o Espírito. De fato, ficaremos viciados no Espírito. Em vez de dependência química, desenvolveremos uma maravilhosa dependência do Espírito Santo.

Mais uma coisa: o Espírito Santo não é como o vinho, porque Ele é uma pessoa e livre para ir e vir aonde quer que deseje (João 3:8). Por isso, temos de acrescentar Lucas 11:13. Jesus disse aos seus discípulos: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Se queremos ser cheios do Espírito, temos de pedir isso ao nosso Pai celestial. E foi isso que Paulo fez pelos crentes de Éfeso. Ele pediu ao Pai celestial que aqueles crentes fossem “tomados [cheios] de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3.19). Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore.”  (https://ministeriofiel.com.br/artigos/como-ser-cheio-do-espirito-santo/).

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Pb Francisco Barbosa

@Pbassis

 

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HORA DA REVISÃO

1. Qual era a cidade mais importante da Ásia Menor?

Éfeso era a cidade mais importante da Ásia Menor.

2. O que atraía os peregrinos à cidade de Éfeso?

O suntuoso templo da deusa Diana.

3. Qual casal contribuiu para o desenvolvimento de Apoio?

O casal Priscila e Áquila.

4. Qual a exortação do Senhor Jesus para a igreja de Éfeso?

A igreja de Éfeso foi exortada por Jesus a se lembrar de onde caiu, a fim de que se arrependesse (Ap 2.5).

5. O que a igreja de Éfeso havia abandonado?

As primeiras obras, pois estas foram praticadas com o amor genuíno.