TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11)
Entenda o Texto Áureo:
- E
ele mesmo concedeu. Como evidenciado pelo cumprimento perfeito da
vontade de seu Pai, Cristo possuía autoridade e soberania para conceder dons
espirituais (vs. 7-8) àqueles que ele havia chamado para o serviço em sua
igreja, Ele não só concedeu dons, mas também homens talentosos; apóstolos. Veja nota em Ef 2.20. Um
termo usado particularmente para os 12 discípulos que tinham visto o Cristo
ressurreto (At 1.22), incluindo Matias, o qual substituiu Judas. Mais tarde,
Paulo foi separado, exclusivamente, como apóstolo dos gentios (Cl 16.15-17) e foi
contado com os outros apóstolos, ele também, milagrosamente, encontrou Jesus no
caminho para Damasco (At 9.1-9; Cl 1.15-17). Esses apóstolos foram escolhidos
diretamente por Cristo, por isso serem chamados de "apóstolos de
Cristo" (CI 1.1; 1Pe 1.1). Foram dadas a eles três responsabilidades:
1)
estabelecer o fundamento da igreja (2.20);
2)
receber, declarar e escrever a palavra de Deus (Ef 3.5; At 11.28; 21.10-11); e
3)
apresentar confirmações dessa Palavra por meio de sinais, maravilhas e milagres
(2Co 12.12; cf. At 8.6-7; Hb 2.3-4).
O termo "apóstolo" (no original) é
usado de um modo mais geral para os outros homens da Igreja primitiva, tais
como Barnabé, (At 14.4), Silas, Timóteo (1Ts 2.6) dentre outros (Rm 16.7; Fp
2.25). Eles eram chamados de "apóstolos das igrejas" (2Co 8.23), em
vez de "apóstolos de Jesus Cristo" como os 13. Eles não se autoperpetuavam
nem eram substituídos quando um dos apóstolos morria; profetas. Não os cristãos comuns que tinham o dom da profecia,
mas homens especialmente comissionados na Igreja primitiva. O ofício de profeta
parece ter sido exclusivamente para o trabalho na congregação local. Eles não
eram "aqueles enviados" como eram os apóstolos (veja At 13.1). Eles, algumas
vezes, contaram a revelação prática e direta da parte de Deus para a igreja (At
11.21 -28) ou expuseram a revelação já dada (implícita em At 13.1). Não foram
usados para o recebimento da Escritura. A mensagem deles tinha de ser julgada
por outros profetas para ser validada (1Co 14.32) e tinha de estar em
conformidade com os ensinos dos apóstolos (v. 37). pastores e mestres. Essa expressão é mais bem compreendida no
contexto como um oficio único de liderança na igreja. A palavra grega traduzida
por “e" pode significar "em particular" (veja 1Tm 5.17). O
significado comum de pastor é "conduzir"; assim, as duas funções
juntas definem o pastor-mestre. Ele é identificado como aquele que está sob o
"grande Pastor" Jesus (Hb 13.20-21; 1Pe 2.25). Aquele que exerce esse
ofício é também chamado de "presbítero” (Tt 1.5-9) e "bispo"
(veja 1Tm 3.1-7). As passagens de At 20.28; 1Pe 5.1-2 trazem, no original, os
três termos juntos.
VERDADE PRÁTICA
Os dons
ministeriais foram dados com o objetivo de edificar a Igreja e promover a
maturidade de seus membros.
Entenda a Verdade Prática:
- Deus se compraz em dar presentes. É da
natureza divina a generosidade para com sua criação, e o mesmo pode ser dito no
que concerne ao relacionamento de Deus para com sua Igreja. Nesse caso específico,
a Bíblia nos apresenta a expressão “dom” como uma capacitação dada pelo próprio
Deus para que seus servos possam atuar de forma adequada nas esferas da igreja
local. O crescimento bíblico e piedoso da igreja resulta de cada membro do
corpo usar por completo o seu dom espiritual, em submissão ao Espírito Santo e
em colaboração com outros cristãos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 4.11-16
11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros
para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
- deu uns para apóstolos – Ele deu
alguns para serem apóstolos. O “objetivo” aqui é mostrar que ele fez amplas
provisões para a extensão e edificação de sua igreja. e outros para profetas – Ele designou alguns para serem
profetas (Rm 12.7; 1Co 12.28; 14.1. evangelistas
– veja At 21.8 ; compare 2 Timóteo 4.5. A palavra não ocorre em nenhum outro
lugar no Novo Testamento. Qual era o cargo exato do evangelista na igreja
primitiva, agora é impossível determinar. O evangelista “pode” ter sido aquele
cujo negócio principal era “pregar” e que não estava particularmente engajado
no “governo” da igreja. A palavra significa apropriadamente “um mensageiro de
boas novas”; e Robinson (Lexicon) supõe que denota um ministro do evangelho que
não estava localizado em nenhum lugar, mas que viajou como missionário para
pregar o evangelho e fundar igrejas. A palavra é tão usada agora por muitos
cristãos; mas não se pode provar que é tão usado no Novo Testamento. Uma
explicação das palavras que aqui ocorrem podem ser encontradas em Neandro, na
Igreja Primitiva, no Repositório Bíblico, vol. iv. pp. 258ff O ofício era
distinto do “pastor”, do mestre e do “profeta” e era manifestamente um ofício
no qual “pregar” era a coisa principal. pastores
– literalmente, “pastores” –poimenas
comparam Mateus 9.36; 25.32; 26.31; Marcos 6.34; 14.27; Lucas 2.8, 2.15, 18,
20; João 10.2, 11-12, 14, 16, onde é traduzido como “pastor e pastores”; também
Hebreus 13.20; 1Pedro 2.25; em Mateus 26.31; Marcos 14.27; Hebreus 13.20; 1Pedro
2.25, é aplicado ao Senhor Jesus como o grande pastor do rebanho – a igreja. É
prestado “pastores” apenas no lugar diante de nós. A palavra é dada aos
ministros do evangelho com propriedade óbvia e com grande beleza. Devem exercer
a mesma vigilância e cuidar do povo sob sua responsabilidade, como um pastor
faz sobre o seu rebanho (Jo 21.15-16). O significado aqui é que Cristo exerceu
um cuidado especial por sua igreja nomeando “pastores” que cuidariam dela como
um pastor faz sobre seu rebanho. [Albert Barnes]
12. querendo o aperfeiçoamento dos santos, para
a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
- aperfeiçoamento. Diz respeito a
restaurar algo à sua condição original, ou à sua forma adequada ou perfeita.
Nesse contexto, refere-se a conduzir os cristãos do pecado para a obediência. A
Escritura é a chave para esse processo (2Tm 3.16,17; Jo 15.3). santos. Todos os que creem em Jesus
Cristo. Santos e fiéis são aqueles a quem Deus separou do pecado para Ele mesmo
e tornou santos pela fé por eles professada em Jesus Cristo. desempenho do seu serviço. O serviço
espiritual exigido de todos os cristãos, não apenas dos líderes da igreja (ICo
15.58). edificação do corpo de Cristo
A edificação espiritual, a instrução e o desenvolvimento da igreja (At 20.32).
13. até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa
de Cristo,
- unidade da fé. A fé, aqui, diz
respeito ao corpo da verdade revelada que constitui o ensinamento cristão,
caracterizando, particularmente, todo o conteúdo do evangelho. A unidade e a
harmonia entre os cristãos são possíveis somente quando construídas sobre o fundamento
da sã doutrina. conhecimento do Filho
de Deus. Não se refere ao conhecimento da salvação, mas ao profundo
conhecimento de Cristo que o cristão vem a ter por meio da oração, do estudo
fiel da sua Palavra e da obediência aos seus mandamentos (Fp 3.8-10,12; Cl
1.9-10; 2.2; 1Jo2.12-14). da plenitude
de Cristo. Deus quer que cada cristão manifeste as qualidades de seu
Filho, o qual é ele mesmo o padrão para a maturidade espiritual e perfeição (Rm
8.29; 2Co 3.18; Cl 1.28-29).
14. para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos
homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
- levados ao redor por todo vento de doutrina.
Os cristãos espiritualmente imaturos, os quais não estão fundamentados no conhecimento
de Cristo por meio da Palavra de Deus, são inclinados a aceitar, de modo não crítico,
toda sorte de erros doutrinários enganosos e interpretações ardilosas da
Escritura anunciadas pelos falsos e enganosos mestres na igreja. Eles devem
apreender a ter discernimento (ITs 5.21-22). Veja 3.1; 4.20. O NT está repleto
de advertências a respeito desse perigo (At 20.30-31; Rm 16.17-18; Cl 1.6-7;
1Tm 4.1-7; 2Tm 2.15-18: 2Pe 2.1-3).
15. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos
em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
- seguindo a verdade em amor. A evangelização
é mais efetiva quando a verdade é proclamada em amor. Ela só pode ser realizada
por um cristão maduro espiritualmente, o qual está perfeitamente aperfeiçoado
na sã doutrina. Sem maturidade, a verdade pode ser fria e o amor não passará de
um sentimentalismo. cresçamos...
naquele. Os cristãos devem estar totalmente rendidos ao Senhor e obedientes
à vontade dele, sujeitos ao seu poder controlador e ser semelhante a Cristo em
todas as áreas da vida (Gl 2.20; Fp 1.21). a cabeça. Dada a figura da igreja como um corpo cuja cabeça é Cristo,
"cabeça" é usada no sentido de líder com autoridade, e não "fonte",
que exigiria uma figura anatômica diferente (Ef 1.22; 5.23).
16. do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado
pelo auxílio de todas as juntas, segundo ajusta operação de cada parte, faz o
aumento do corpo, para sua edificação em amor.
- de quem. Refere-se ao Senhor. O
poder para produzir cristãos maduros e aperfeiçoados não vem apenas pelos
esforços desses cristãos, mas da cabeça deles, o Senhor Jesus Cristo (Cl 2.19).
cooperação de cada parte. O
crescimento bíblico e piedoso da igreja resulta de cada membro do corpo usar
por completo o seu dom espiritual, em submissão ao Espírito Santo e em
colaboração com outros cristãos (cf. Cl 2.19).
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
veremos o ministério em suas diferentes funções e ofícios, bem como as
qualificações que, biblicamente, são exigidas para o seu exercício.
Primeiramente, mostraremos que, de modo bíblico, todo cristão exerce um
ministério sacerdotal que o habilita a ministrar diante de Deus. Nesse sentido,
não há diferença entre o membro e a liderança. Todos são sacerdotes de Deus.
Por outro lado, as Escrituras mostram claramente que Deus escolheu determinadas
pessoas para funções e ofícios específicos. Esses ministros chamados por Deus
têm a função de servir à Igreja de Cristo e trabalhar no aperfeiçoamento dos
santos.
- “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu
Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!” (Ap 1.6). Muitas
pessoas dizem que desejam ter um ministério. E o que é, essencialmente,
ministrar? É dar ordens, ter prerrogativas de privilégio, ou estar em uma
plataforma falando às pessoas? Não. Ministrar é servir. Aquele que ministra o
faz porque é servo de Deus em primeiro lugar, e servo de seus irmãos, pois
assim foi comissionado por Deus. Nesta lição, trataremos da importância do
ministério na Igreja e do ministério de todos os crentes diante de Deus e dos
homens. Ao final, vamos concluir que o ministério da Igreja é um lugar para os
servos de Deus, visando o aperfeiçoamento dos santos.
PALAVRA-CHAVE: Ministério
- Há três palavras gregas que designam o
termo ministro: leitourgos, um funcionário público que prestava um serviço ao
Estado; hūperetes, a pessoa que trabalhava em um navio de escravos, e diaconos,
aqueles que serviam às mesas. Por essas informações, podemos perceber que o
ministro é um servo, uma pessoa que, por força de suas atribuições, tem mais
obrigações e deveres do que necessariamente privilégios. Cremos, com isso, que
devemos cuidar bem daqueles que são chamados por Deus para servir aos seus
irmãos e à Igreja, pois o serviço cristão é mútuo, uns servindo aos outros.
A produção de um plano de
aula como subsídio é trabalhoso e desgastante. Considere citar a fonte ao
reproduzir o texto. Considere também ser generoso com este ministério!
1. O
Sacerdócio no Antigo Testamento. A prática do sacerdócio é bem antiga entre os
hebreus. Ela saiu da esfera familiar para se tornar uma complexa prática
cerimonialista. Dessa forma, a evolução do sacerdócio na Antiga Aliança é como
segue:
(1) no
princípio, quando surgiu a necessidade de se oferecer sacrifícios, os cabeças
das famílias eram seus próprios sacerdotes (Gn 4.3; Jó 1.5);
(2) Assim, na
era dos patriarcas, encontramos o chefe da família exercendo essa função (Gn
12.8);
(3) Israel,
como nação, foi posta como sacerdote para outros povos (Êx 19.6);
(4) no Monte
Sinai, o Senhor limitou a prática sacerdotal à família de Arão e à tribo de
Levi (Êx 28.1; Nm 3-5-9).
- Israel foi idealizado por Deus para ser uma
nação sacerdotal (Êx 19.6). Essa conexão tem duas vertentes:
1- Os Dez Mandamentos devem ser obedecidos e
toda a ética do Sinai deve ser observada. Israel precisa ser uma nação santa
buscando a pureza da sua fé e a santidade do seu viver de acordo com a lei. A
santidade do povo como nação começa pela santidade do sacerdote. A influência
do líder religioso na formação da religiosidade do povo é reconhecida pelo
autor de Hebreus ao recomendar que os crentes orem pelos seus pastores (Hb
13.17).
2- Não haverá outra nação sacerdotal no mundo
porque a única que recebeu as leis de Deus é Israel. Como nação sacerdotal
Israel cumpre a função sacerdotal de receber os oráculos de Deus e proclamá-los
a todos os povos, além da função de redenção e preservação de todas as nações.
O que aconteceu na intercessão de Abraão por Sodoma e Gomorra nos dá um bom
exemplo para entendermos o papel sacerdotal de Israel (Gn 18.32). Por causa da
justiça de Israel, Deus poupará da ruína todas as nações. Assim como o
sacerdote intercede pelo povo, Israel intercede pelas nações da terra. Sempre
que Israel se desviava para a apostasia, tornando-se igual às outras nações, Deus
levantava profetas para chamar o povo ao arrependimento. Entendamos que o
propósito de Deus não era somente fazer de Israel o canal para a vinda do
Messias, mas enquanto o aguardava também testemunhasse às nações da justiça de YHWH.
Deus estabelece sacerdotes com funções bem definidas. Somente os indicados por
Deus poderiam ser sacerdotes. No Sinai, Deus restringiu a função sacerdotal a
Arão e seus descendentes (Êx 28.1) com qualificações (Êx.40.12-15; Dt 33.9) e
funções (Dt 18.5; Jl 2.17; Ex 28.30; Dt 17.9; Ml 2.7; Hb 7.23-28). Era de
extrema honra e importância a função do sacerdote no Antigo Testamento, porém,
a igreja do Novo Testamento aboliu a figura do sacerdote humano devido ao
aparecimento de Cristo, que estabeleceu o sacerdócio universal dos salvos (Jr
31.34; 1 Pe 2.5; Ap 5.10). As roupas dos sacerdotes eram ricas em ornamentos e
imponentes, como convinha à dignidade do ofício sacerdotal. Cada peça das
vestimentas tinha um significado particular. Deus ainda instruiu Moisés sobre
detalhes importantes daquelas roupas. A beleza, o colorido e a pompa daquelas
vestes deveriam corresponder à dignidade e à importância das funções
sacerdotais. O povo deveria perceber a nobreza, a beleza e a importância das
funções dos sacerdotes. Ele carregava sobre seus ombros o peso da
responsabilidade pela liderança espiritual das 12 tribos de Israel e esse peso
estava simbolizado nas duas pedras de berilo, onde estavam gravados os nomes
das 12 tribos, que ele levava como platinas sobre o colete sacerdotal (Êx
28.12). Um peitoral quadrado de um palmo de lado seria uma bolsa contendo 12
pedras que representavam as 12 tribos que são 12 preciosas joias de YHWH que
valorizam o reino de Israel. As vestes sacerdotais tinham que ser lavadas e o
próprio sacerdote tinha que se banhar em água antes de vesti-las, simbolizando
a santidade da sua alma no exercício da função sacerdotal.
2. Uma
doutrina bíblica confirmada no Novo Testamento. O Novo
Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb
8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais
uma família, tribo ou nação é detentora do sistema sacerdotal. Agora, é a
Igreja que constitui o sacerdócio universal de todos os crentes (1 Pe 2.5; Ap
5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um
ministro do culto, agora, sob a Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o
próprio corpo em sacrifício vivo (Rm 12.1,2); ministramos o louvor como fruto
de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos pelos outros (1 Tm 2.1; Hb 10.19,20);
proclamamos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (1 Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com Deus (2 Co 13.13).
- Hebreus 8.1 é a mensagem central do livro: o
fato é que "temos" (posse atual) um Sumo Sacerdote superior, Jesus Cristo,
que é o cumprimento de tudo o que foi prenunciado no Antigo Testamento.
- Por “o sacerdócio universal de todos os crentes”, entende-se que todo cristão tem um “serviço
sacrificial”, um ofício por meio do qual ele expressa seu louvor e obediência a
Deus. O cristão tem, além disso, um ministério de intercessão e o “poder de
apontar e julgar o que é correto e incorreto na fé”. “A única autoridade que os pastores e mestres têm é a que deriva da
Palavra de Deus e que, em consequência, todo cristão tem a capacidade de julgar
segundo as Escrituras e de rejeitar todo ensino que contradiz o que as
Escrituras ensinam” Martinho Lutero.
- “O
sacerdócio de todos os cristãos é tanto uma responsabilidade quanto um
privilégio, um serviço tanto quanto uma posição. Deus fez-nos um corpo, um
“bolo” (imagem favorita de Lutero). Nossa unidade e igualdade em Cristo é
demonstrada por nosso amor mútuo e nosso cuidado uns pelos outros. “O fato de
que somos todos sacerdotes e reis significa que cada um de nós, cristãos, pode
ir perante Deus e interceder pelo outro. Se eu notar que vocês não têm fé ou
têm uma fé fraca, posso pedir a Deus que lhe dê uma fé sólida.” Tudo isso
implica que ninguém pode ser um cristão sozinho. Assim como não podemos nascer
de nós mesmos, ou batizar a nós mesmos, da mesma forma não podemos servir a
Deus sozinhos. Aqui, abordamos outra grande definição da igreja apresentada por
Lutero: communio sanctorum , uma comunidade de santos. Mas quem são os santos?
Não são supercristãos que foram elevados à glória celeste, em cujos “méritos”
podemos conseguir ajuda nos caminhos da vida. Todos os que crêem em Cristo são
santos. Conforme Paul Althaus disse: “Lutero trouxe a comunidade dos santos do
céu para a terra”.” https://www.monergismo.com/textos/igreja/sacerdocio_lutero_timothy.htm.
3. Uma
doutrina bíblica resgatada na Reforma Protestante. No
catolicismo romano, o sacerdócio é limitado à figura dos padres. Não há a
função sacerdotal para os membros da igreja. Nesse caso, o Papa é considerado o
vigário de Cristo na Terra. Por isso, cabe destacar aqui que o resgate da
doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes, tal qual se encontra no
Novo Testamento, foi uma obra da Reforma Luterana do século 16. Para o
reformador alemão, “qualquer cristão verdadeiro participa dos benefícios de
Cristo e da Igreja”. A Reforma pregou um retorno radical às Escrituras, como
bem definiu seu slogan no Sola Scriptura (somente a Escritura). Nas páginas das
Escrituras Sagradas, podemos ver a grandeza dessa preciosa doutrina.
- “maior
contribuição de Lutero à eclesiologia protestante foi a sua doutrina do
sacerdócio de todos os cristãos. Contudo, nenhum outro elemento de seu ensino é
tão mal compreendido. Para alguns, isso significa apenas que não há mais
sacerdotes na igreja; é a secularização do clero. Dessa premissa, alguns
grupos, notadamente os quacres, defenderam a abolição do ministério como ordem
distinta dentro da igreja. Mais comumente, as pessoas acreditam que o
sacerdócio de todos os cristãos implica que cada cristão é seu próprio
sacerdote, e, assim, possui o “direito do julgamento privado” em assuntos de fé
e doutrina. Ambos os casos constituem perversões da intenção original de
Lutero. A essência de sua doutrina pode ser expressa numa única frase: todo
cristão é sacerdote de alguém, e somos todos sacerdotes uns dos outros. Lutero
rompeu decisivamente com a divisão tradicional da igreja em duas classes, clero
e laicato. Todo cristão é um sacerdote em virtude de seu batismo. Esse
sacerdote deriva diretamente de Cristo: “Somos sacerdotes como ele é Sacerdote,
filhos como ele é Filho, reis como ele é Rei”. Mais ainda, cada membro da
Gemeine tem parte igual nesse sacerdócio. Isso significa que os ofícios
sacerdotais são propriedade comum de todos os cristãos, não a prerrogativa especial
de uma casta seleta de homens santos. Lutero enumerou sete direitos que
pertencem a toda a igreja: pregar a Palavra de Deus, batizar, celebrar a Santa
Comunhão, carregar “as chaves”, orar pelos outros, fazer sacrifícios, julgar a
doutrina. Lutero baseou sua afirmação de que todos os cristãos são sacerdotes
no mesmo grau em dois textos do Novo Testamento: “Vós [...] sois [...]
sacerdócio real” (1 Pe 2.9), e “nos constituiu reino, sacerdotes” (Ap 1.6).
[...] Como Lutero relacionava o sacerdócio de todos os cristãos ao ofício do
ministério? Enquanto todos os cristãos têm parte igual nos tesouros da Igreja,
incluindo-se os sacramentos, nem todos podem ser pastores, mestres ou
conselheiros. Há um só “estado” (Stand), mas uma variedade de ofícios (Amte) e funções.
Lutero considerava o ministério da Palavra o mais alto ofício da Igreja. O
próprio título, “sevo da Palavra divina” (minister verbi divini), conota um
papel essencialmente fundamental. Rigorosamente falando, Lutero ensinou que
todo cristão é ministro e tem o direito de pregar. Esse direito pode ser
livremente exercido se alguém estiver em meio a não-cristãos, entre os turcos
ou encalhado numa ilha pagã. Entretanto, numa comunidade cristã, não se deve
“chamar atenção sobre si mesmo”, assumindo tal ofício por conta própria. Antes,
deve-se “deixar ser chamado e escolhido para pregar e ensinar no lugar de
outros e sob o comando deles”. O chamado é feito pela congregação, e o ministro
continua tendo de prestar contas a ela. Lutero chegou ao ponto de dizer: “O que
lhe damos hoje podemos tirar dele amanhã”. O rito da ordenação não confere
nenhum caráter indelével à pessoa ordenada. É meramente a forma pública pela
qual alguém é comissionado mediante a oração, as Escrituras e a imposição de
mãos, a fim de servir à congregação. Argumentando curiosamente a partir da lei
natural, Lutero excluía mulheres, crianças e pessoas incompetentes do
ministério oficial da igreja, embora numa época de emergência ele pudesse
chamá-los a exercer tal ofício, em virtude de sua parcela no sacerdócio de
todos os cristãos.” https://www.monergismo.com/textos/igreja/sacerdocio_lutero_timothy.htm
II. A
ESTRUTURA MINISTERIAL DO NOVO TESTAMENTO
1. O ministério
quíntuplo. O texto de Efésios 4.11 diz que Deus pôs na
Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Essa relação é
descrita comumente como “ministério quíntuplo” da Igreja.
a) Apóstolo.
Alguém enviado em uma missão (Mt 10.2; Lc 22.14; At 13.2). Alguns requisitos
podem ser destacados para alguém ser um apóstolo: Ter estado com 0 Senhor Jesus
(At 1.21,22); ter sido uma testemunha da ressurreição de Jesus (At 1.22); ter
visto o Senhor (At 9.1-5); ter operado sinais e maravilhas (2 Co 12.1-5).
Assim, no Novo Testamento, o apostolado pode ser visto mais como uma função do
que um ofício.
b) Profeta. O
profeta era alguém inspirado e autorizado para falar em nome de Deus. Nesse
aspecto, ele era um porta-voz de Deus. No Novo Testamento, o profeta exortava e
consolava (At 15.32) e trazia revelação do futuro (At 11.27-29). Contudo, a
Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim, somente
alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos poderiam
exercer o dom da profecia (1 Co 14.5,31).
c)
Evangelista. É alguém cujo ministério é centrado na salvação de almas (At 8.5;
21.8).
d) Pastores e
mestres. O pastor possui a função de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a
de ensinar (Rm 12.7).
- Biblicamente, entende-se que todo serviço
cristão que se desempenha de modo contínuo é um ministério. Desde a liderança
até tarefas operacionais permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim
considerado. O conceito do ministério quíntuplo vem de Efésios 4.11. Efésios 4.12-13
nos diz que o propósito do ministério quíntuplo é "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da
estatura da plenitude de Cristo.” Portanto, visto que o corpo de Cristo
definitivamente não tem sido construído para a unidade na fé e ainda não
atingiu a medida total da plenitude de Cristo, assim se pensa, então os ofícios
de apóstolo e profeta ainda devem estar em vigor.
Os ministérios de liderança apresentados no
Novo Testamento são:
- Apóstolos;
- Profetas;
- Evangelistas;
- Pastores (bispos, presbíteros); e
- Mestres (Ef 4.11).
2. O
serviço de diáconos e presbíteros. O Novo Testamento mostra como o diaconato foi
instituído (At 6.1-7). O sentido do verbo grego diakoneo é “servir” e ocorre 37
vezes ao longo do Novo Testamento. Esse significado aparece em Atos 6.2. Da
mesma forma, o substantivo grego diakonia, ocorre 34 vezes no texto
neotestamentário. Ele também aparece com esse sentido de “servir” em Atos 6.1.
À luz do contexto de Atos 6, observamos que o diaconato era um serviço dedicado
mais à esfera social da igreja. Por outro lado, o presbyteros, traduzido como
“presbíteros”, ocorre 66 vezes no texto grego do Novo Testamento.
Em Atos
14.23, o termo é usado para se referir aos anciãos que presidiam as igrejas.
Esse mesmo sentido é usado por Lucas em Atos 20.17, quando Paulo se encontra
com os presbíteros de Éfeso. Dessa forma, o presbítero era alguém que
supervisionava, presidia ou ainda exercia alguma função pastoral.
- A função primária dos presbíteros é pregar
a Palavra de Deus. Como os sete, os diáconos servem a congregação em todas as
necessidades práticas que possam surgir. A única passagem que menciona as
qualificações para os diáconos é 1Timóteo 3.8-13. Os líderes espirituais
primários de uma congregação são os presbíteros, os quais são também chamados
bispos ou pastores no Novo Testamento. Presbíteros ensinam ou pregam a Palavra
e pastoreiam as almas daqueles que estão sob seus cuidados (Ef 4.11; 1Tm 3.2;
5.17; Tt 1.9; Hb 13.17). Os diáconos também possuem uma função crucial na vida
e saúde da igreja local, mas a sua função é diferente daquela dos presbíteros.
O papel bíblico dos diáconos é cuidar das necessidades físicas e logísticas da
igreja, de modo que os presbíteros possam se concentrar no seu chamado
primário. Leia mais aqui.
III. AS
QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1.
Qualificações de natureza moral. O apóstolo
Paulo expõe as qualificações para o exercício ministerial nas suas cartas
pastorais (1 Tm 3-1-15; Tt 1.5-9). Aqui listamos apenas algumas delas: Não
apegado ao dinheiro, ou seja, não avarento (1 Tm 3.3); ser irrepreensível (1 Tm
3.2; Tt 1.6), ou seja, alguém que não possua nenhuma acusação válida (1 Tm
3.10), o que não significa ausência de pecado, mas uma vida pessoal ilibada,
acima de qualquer acusação legítima e de algum escândalo público.
- Os presbíteros e diáconos devem,
diariamente, trabalhar para o aperfeiçoamento do caráter. Vivemos em um
contexto onde a liderança e a igreja estão sob suspeita. O mundo está
observando suas ações. Quando ocorre deslize dos líderes e de suas respectivas
igrejas, eles se tornam alvo de descrédito. Paulo escreveu a Timóteo: "Se alguém aspira ao episcopado, excelente
obra almeja" (1Tm 3.1). Que obra excelente é esta?
(a) Pastorear o rebanho com o pastor, que
também é presbítero (At 20.17-18; I Pe 5.1-3).
(b) Ensinar a Palavra (ITm 3.2; 5.17).
(c) Refutar os que contradizem a Verdade (Tt
1.9,11).
(d) Governar, presidir, liderar (ITm 3.4-5;
5.17).
(e) Orar com e pelos doentes (Tg 5.14).
Com base em Atos 6, os diáconos cuidam da
beneficência da igreja, um trabalho tão importante e difícil, que o texto
menciona a necessidade de serem os diáconos "homens de boa reputação,
cheios do Espírito e de sabedoria" (v.3). Estêvão, um daqueles primeiros 7
diáconos, era "homem cheio de fé e do Espírito Santo" (v.5). Alguns
diáconos receberam também o dom da profecia e/ou do ensino, e o talento natural
para discursar, de modo que, além da beneficência, exerciam também o ministério
da Palavra. Foi o caso de Estêvão (At 6.8-7.53) e de Filipe (At 8.5ss).
2. Qualificações
de natureza social.
Ao longo das cartas pastorais, verificamos também a necessidade de
qualificações de natureza social, tais como: o aspirante ao ministério não pode
ser soberbo, isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de difícil
convívio social, alguém que, devido a sua soberba, mantém-se obstinado em sua
própria opinião, age com teimosia e arrogância; o aspirante também não pode ser
irascível (Tt 1.7), truculento, violento, aquele que possui um temperamento
mais colérico, uma pessoa que não pensa duas vezes antes de agir de forma
descontrolada contra outro, desqualificando-o para ser ministro do Senhor.
- As similaridades entre as qualificações
para diáconos e presbíteros/bispos em 1Timóteo 3 são notáveis. Assim como as
qualificações para os presbíteros, um diácono não pode ser dado ao vinho (v.
3), avarento (v. 3), irrepreensível (v. 2; Tt 1.6), marido de uma só mulher (v.
2), e um hábil governante de seus filhos e de sua casa (vv. 4-5). Além disso, o
foco das qualificações é o caráter moral da pessoa que há de preencher o
ofício: um diácono deve ser maduro e acima de reprovação. A principal diferença
entre um presbítero e um diácono é uma diferença de dons e chamado, não de
caráter. “Paulo identifica nove qualificações para os diáconos em 1Timóteo
3.8-12:
1. Respeitáveis (v. 8): Esse termo
normalmente se refere a algo que é honorável, digno, estimado, nobre, e está
diretamente relacionado a “irrepreensível”, que é dado como uma qualificação
para os presbíteros (1 Tm 3.2).
2. De uma só palavra (v. 8): Aqueles que têm
a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo
diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas
faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas, então eles
carecem de credibilidade.
3. Não inclinados a muito vinho (v. 8): Um
homem é desqualificado para o ofício de diácono se for viciado em vinho ou
outra bebida forte. Tal pessoa carece de domínio próprio e é indisciplinada.
4. Não cobiçosos de sórdida ganância (v. 8):
Se uma pessoa ama o dinheiro, não está qualificado para ser um diácono,
especialmente porque os diáconos com freqüência lidam com questões financeiras
da igreja.
5. Sólidos na fé e na vida (v. 9): Paulo
também indica que um diácono deve “conservar o mistério da fé com a consciência
limpa”. A expressão “o mistério da fé” é simplesmente um modo de Paulo falar do
evangelho (cf. 1Tm 3.16). Conseqüentemente, essa afirmação se refere à
necessidade de os diáconos manterem-se firmes no verdadeiro evangelho, e não
oscilantes. Contudo, essa qualificação não envolve apenas as crenças de alguém,
pois o diácono também deve manter essas crenças “com a consciência limpa”. Isto
é, o comportamento de um diácono deve ser consistente com suas crenças.
6. Irrepreensíveis (v. 10): Paulo escreve que
os diáconos devem ser “primeiramente experimentados; e, se se mostrarem
irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (v. 10). “Irrepreensíveis” é um termo
genérico, que se refere ao caráter geral de uma pessoa. Embora Paulo não
especifique que tipo de teste deve ser feito, no mínimo, deve-se examinar a
vida pessoal, a reputação e as posições teológicas do candidato. Mais do que
isso, a congregação não deveria examinar apenas a maturidade moral, espiritual
e doutrinária do diácono em potencial, mas deveria também considerar o
histórico de serviço da pessoa na igreja.
7. Esposa piedosa (v. 11): É discutível se o
versículo 11 se refere à esposa do diácono ou a uma diaconisa. No que interessa
a esta discussão, vamos assumir que o versículo esteja falando das
qualificações da esposa de um diácono. De acordo com Paulo, as esposas dos
diáconos devem ser “respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo”
(v. 11). Como o seu marido, a esposa deve ser respeitável ou honorável. Em
segundo lugar, ela não deve ser maldizente, uma pessoa que espalha fofocas. A
esposa de um diácono deve também ser temperante ou sóbria. Isso é, ela deve ser
apta a fazer bons julgamentos e não deve estar envolvidas em coisas que possam
embaraçar tal julgamento. Por fim, ela deve ser “fiel em todas as coisas” (cf.
1Tm 5.10). Esse é um requerimento genérico que funciona semelhantemente ao
requerimento para que os presbíteros e diáconos sejam “irrepreensíveis” (1Tm
3.2; Tt 1.6; 1Tm 3.10).
8. Marido de uma só mulher (v. 12): A melhor
interpretação dessa passagem difícil consiste em entendê-la como a fidelidade
do marido para com sua esposa. Ele deve ser “um homem de uma única mulher”.
Isso é, não deve haver qualquer outra mulher em sua vida com a qual ele se
relacione em intimidade, seja emocionalmente, seja fisicamente.
9. Governe bem seus filhos e a própria casa
(v. 12): Um diácono deve ser o líder espiritual de sua esposa e filhos.
De modo geral, se uma qualificação moral é listada
para presbíteros, mas não para diáconos, aquela qualificação ainda se aplica a
estes. O mesmo ocorre para aquelas qualificações listadas para diáconos, mas
não para presbíteros. Por exemplo, um diácono deve ser um homem de “uma só
palavra” (v. 8). Paulo não afirma explicitamente o mesmo acerca dos
presbíteros, mas não há dúvida de que tal se aplica a eles, uma vez que Paulo
disse que os presbíteros devem ser “irrepreensíveis”, o que incluiria essa
injunção.
Ainda assim, nós deveríamos observar as diferenças
nas qualificações, uma vez que ou elas significam um traço peculiarmente
adequado ao oficial para que cumpra seus deveres, ou são algo que era
problemático no lugar para onde Paulo escreveu (no caso, Éfeso). Isso deve
ficar mais claro à medida que passemos a considerar as responsabilidades de um
diácono”. Leia mais em: https://ministeriofiel.com.br/artigos/as-qualificacoes-e-responsabilidades-biblicas-dos-diaconos/.
CONCLUSÃO
Nesta lição,
vimos o ministério sob diferentes aspectos. Vimos que a doutrina do sacerdócio
universal dos crentes é inteiramente bíblica. Todo crente tem o privilégio de
apresentar a si mesmo e a outros diante de Deus, sem a necessidade de
mediadores terrenos. Vimos também que Deus pôs na Igreja alguns para o
exercício de determinadas funções específicas. Esses ministérios devem ser
vistos como dons de Deus à Igreja.
- O princípio do sacerdócio universal dos
crentes nos fala do grande privilégio que temos como filhos de Deus: cada
cristão é um sacerdote, cada cristão tem livre e direto acesso à presença de
Deus, tendo como único mediador o Senhor Jesus Cristo. Pela ideia do sacerdócio
universal dos crentes queremos dizer que todos aqueles que já experimentaram a
salvação são chamados a servir ao Senhor como sacerdotes, como mediadores da
mensagem da salvação. Essa premissa, baseada em 1 Pedro 2.9 foi criada na
Reforma Protestante, e é atribuída a Lutero, para contrapor a ideia de que
apenas os sacerdotes da igreja romana eram detentores da salvação e da
autoridade divina. Por ocasião da Reforma, Lutero ensinou que Deus chama a
todos para que sejam sacerdotes do Deus Altíssimo. Essa definição não deve ser
confundida com o ministério pastoral de nossas igrejas. Lutero nunca disse que
não poderia haver pastores, ou que todas as pessoas seriam pastores na igreja,
pois o ministério pastoral é para pessoas com vocação e formação para ministrar
ao rebanho de Cristo. Deus chama pastores para que possam ser responsáveis pelo
rebanho do Senhor, e eles são nossos sacerdotes. Isso não significa que todos
os crentes são pastores! Nem todos possuímos a vocação ao ministério pastoral,
de conduzir o rebanho do Senhor. Esse ministério é reservado a pessoas que Deus
chama com essa finalidade específica. Entretanto, diante dos homens, somos
sacerdotes, ou seja, representamos a Deus neste mundo que carece da salvação.
Por isso, pregamos e oramos pelos que ainda não conhecem Jesus.
- Deus chamou cada um de nós para edificarmos
a igreja dEle. Deus chamou a cada um de nós para falar das boas novas para os
perdidos, para passar a outros aquilo que Ele tem nos ensinado, para cuidar uns
dos outros, para plantar novas igrejas. Que nós possamos dizer SIM a Ele.
_______________
Pb
Francisco Barbosa
@Pbassis
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como o Novo Testamento apresenta
o sacerdócio da Antiga Aliança?
O Novo
Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb
8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo.
2. Qual movimento histórico fez o
resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal de todos os crentes?
Foi
uma obra da Reforma Luterana do século 16.
3. Cite os cinco ministérios de
Efésios 4.11.
O
texto de Efésios 4.11 diz que Deus pôs na Igreja apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres.
4. Segundo a lição, qual é a
distinção entre o ministério de Profeta e o dom da profecia?
A
Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim, somente
alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos poderiam
exercer O dom da profecia (1 Co 14.5,31).
5. Quais as naturezas da
qualificação ministerial?
São
duas: qualificação de natureza moral e qualificação de natureza social.