THINKING MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
JOVENS
Lição 5
03/05/2015
JESUS E A IMPLANTAÇÃO DO REINO DE
DEUS
TEXTO DO DIA
"Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é
conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus" (Mt 12.28).
SÍNTEESE
Entender o significado bíblico do Reino de Deus é fundamental para a
genuína proclamação do Evangelho e compreensão do papel da Igreja na sociedade.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 4.23.
O Evangelho do Reino
TERÇA - Lc 12.31
A prioridade do Reino
QUARTA - 1 Co 6.10
Não herdarão o Reino de Deus
QUINTA - Mt 18.4
O maior do Reino dos céus
SEXTA - Sl 145.13
O Reino de Deus
SÁBADO - Lc 18.24
O Reino e as riquezas
TEXTO BÍBLICO
Mateus 5.1-11
1. Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se,
aproximaram-se dele os seus discípulos;
2. e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos
céus;
4. bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5. bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6. bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão
fartos;
7. bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia;
8. bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9. bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos
de Deus;
10. bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos céus;
11. bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e,
mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Embora o cerne do ministério de Jesus e da mensagem proclamada pela
Igreja Primitiva tenha sido o Reino de Deus, esse assunto tem recebido pouca
ênfase no ensino e pregação das igrejas atualmente. Quantas vezes ouvimos a
exposição clara e contundente sobre o domínio de Deus e a sua presença em nosso
meio? Desse modo, considerando sua relevância, magnitude e primazia (Mt 6.33),
estudaremos nesta lição sobre o significado bíblico do Reino de Deus, sua
natureza e dimensão, pois a compreensão deste assunto é fundamental para a
genuína proclamação do Evangelho, assim como para melhor entendermos o papel da
Igreja na sociedade. [COMENTÁRIO: Se lhe pedissem para explicar o reino dos céus, o que você diria? A
maioria de nós acharia mais fácil dizer o que não é o reino do que dizer o que
ele é. Alguns simplificariam demais a matéria, dizendo apenas que o reino é a
igreja. O assunto merece uma explicação bem mais completa. O Novo Testamento
menciona o assunto do reino não menos que 141 vezes. O uso deste assunto é mais
do que o uso da palavra ‘igreja’ pela qual Jesus Cristo derramou o Seu sangue
(At 20.28). Porém, desde que o Espírito Santo deu tanto destaque a essa doutrina
no Novo Testamento, convém que demos a ela a devida atenção. Não precisamos
descartar as demais doutrinas e estudar somente essa, mas também não devemos
esquecer essa a qual é mencionada tantas vezes. A importância da doutrina do
Reino de Deus no Novo Testamento é entendida quando percebemos que todos os
autores do Novo Testamento mencionam assuntos relativos ao reino. A Palavra de
Deus é viva e portanto sempre atual (Hb 4.12). A verdade é imutável, portanto
sempre convém para aperfeiçoar o homem de Deus para toda a boa obra (II Tm
3.16,17). Portanto, aquilo que os nossos irmãos no primeiro século necessitavam
ouvir e aprender para servir ao Senhor agradavelmente é o que nós precisamos
ouvir e aprender para servir hoje ao mesmo Senhor. Por menos que lemos o Novo
Testamento confrontaríamos com esse assunto, pois 17 dos 27 livros contêm a
palavra “reino”. Os outros sete livros referem-se ao assunto do reino de Deus
sem usar tais palavras, mas estes não estão incluídos nessa contagem. Por uma
boa parte do Novo Testamento usar essa palavra, convém que saibamos algo do
reino para manejarmos bem a Palavra de Deus.] Vamos nos aprofundar mais?
I - O QUE É O REINO DE DEUS
1. Reino de Deus e Reino dos Céus. Sobressai nos Evangelhos o ensino de Jesus
acerca do Reino, mencionado em diversas ocasiões pelos evangelistas como Reino
de Deus e, em outras, como Reino dos céus. Conquanto alguns estudiosos afirmem
que tais expressões tenham significados distintos, o exame cauteloso das
Escrituras e da cultura judaica dos tempos de Jesus revela, em verdade, que
essas expressões possuem sentidos equivalentes. É importante lembrar que o
evangelho de Mateus foi escrito aos crentes judaicos e, por isso, o seu autor
dá preferência ao termo Reino dos Céus, ao invés de Reino de Deus, por causa do
costume que tinham em não pronunciar literalmente o nome de Deus. [COMENTÁRIO: Enquanto alguns acreditam que o
Reino de Deus e Reino dos Céus estejam se referindo a coisas diferentes, é
claro que ambas as frases estão se referindo à mesma coisa. A frase "o
reino de Deus" ocorre 68 vezes em 10 diferentes livros do Novo Testamento,
enquanto que o "reino dos céus" ocorre apenas 32 vezes, e só no
Evangelho de Mateus. Com base no uso exclusivo de Mateus da frase e na natureza
judaica de seu Evangelho, alguns intérpretes concluíram que Mateus estava
escrevendo a respeito do reino milenar, enquanto que os outros autores do Novo
Testamento estavam se referindo ao reino universal. No entanto, um estudo mais
profundo da utilização da frase revela que esta interpretação não é correta. A
Importância de Não Diferenciar o Reino de Deus do Reino dos Céus: Estes termos
apontam à mesma verdade, como estudamos antes. Para enfatizar essa verdade faço
as seguintes observações: Somente Mateus menciona o Reino dos Céus. Se o Reino
dos Céus é uma doutrina diferente da doutrina do Reino de Deus, não seria muito
estranho que somente Mateus de todos os escritores da Bíblia menciona essa
doutrina? Seria sábio dar muita ênfase numa doutrina elaborada por um só autor
da Bíblia e jamais mencionada por outro? Seria confiável tomar a sério uma
doutrina sobre a mensagem de Cristo e aquilo que somos responsáveis a pregar
quando nem Marcos nem Lucas nem João sequer mencionaram quando relataram a vida
de Cristo? Não seria ilógico o fato em que Marcos, Lucas e João são unânimes
sobre a vida de Cristo e o Seu Reino, mas não ter a mínima concordância com
Mateus que também relata essa mesma vida? A própria inspiração da Bíblia seria
em jogo se estes quatro autores não estivessem em concordância em um assunto
tão largamente tratado entre eles e por outros homens que o Espírito Santo usou
para produzir as Escrituras. Porém há muita importância em não diferenciar os
significados do Reino de Deus e o Reino dos Céus.]
2. Significado do Reino. Etimologicamente, a palavra Reino (gr.basileia)
significa domínio ou governo. Em sentido amplo, portanto, o Reino de Deus pode
ser definido como o domínio eterno (Sl 45.6) do Criador em todas as épocas (Sl
10.16) e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na história
humana através de seus atributos supremos. Jesus completou a oração modelo da
seguinte forma: "[...] porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém!" (Mt 6.13). Todavia, além desse aspecto abrangente, o Messias
referiu-se ao Reino de Deus de maneira bem mais específica, enfatizando tanto o
seu aspecto presente quanto futuro. O teólogo britânico John Stott chamava essa
dupla realidade do Reino de "Já" (Reino presente) e o "Ainda
não" (Reino futuro). Logo, para a correta interpretação desse termo nos
Evangelhos é fundamental que se considere o seu respectivo contexto
bíblico. [COMENTÁRIO: O Reino de Deus (Em grego: βασιλεία τοῦ θεοῦ basileia tou theou) designa
um governo ou domínio em que tem Deus por soberano ou governante. A designação
reino dos céus é bem apropriada. Ela reforça lindamente a explicação que Jesus
deu a Pilatos a respeito de seu reino, quando disse: “O meu reino não é deste
mundo” (João 18:36). Positivamente, “O reino veio do céu; seu governo, suas
leis, seu modo de vida, de pensamento e de adoração são aqueles do céu; a
grande nação da qual os santos são cidadãos está agora centrada no céu
(Filipenses 3:20); [e] olha para o céu como seu lar, sua pátria” (Caffin,
Pulpit Commentary). Nos evangelhos sinóticos, a mensagem pregada por Jesus é
identificada como “o evangelho [boas novas] do reino” (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc
1.14-15; Lc 4.43; 8.1; 16.16). Esse reino é o “reino de Deus” ou sua expressão
sinônima “reino dos céus”, que ocorre somente em Mateus (3.2; 4.17, etc.; ver,
porém, 12.28; 19.24; 21.31,43). O Evangelho de João usa poucas vezes a
expressão “reino de Deus” (só em 3.3,5), possivelmente substituindo-a por
conceitos equivalentes, como “vida eterna”. Ao todo, a expressão ocorre mais de
80 vezes nos evangelhos.]
3. As dimensões do Reino. Vejamos, desse modo, as duas dimensões do Reino aludidas em o Novo
Testamento:
a) Reino presente: Jesus realçou em seu ministério a chegada do Reino
(Mt 4.17; 12.28), dando a entender que Ele próprio estava realizando a sua
implantação aqui na terra entre os homens (Mc 1.15; Lc 18.16,17). Este é o
Reino inaugurado. Não se trata, contudo, de um reinado institucional ou
político, e, sim, espiritual, pelo qual Deus passa a atuar eficazmente no
coração daqueles que se tornam súditos desse Reino, submetendo-se
consequentemente à vontade do Altíssimo (1 Co 4.20). [COMENTÁRIO: No seu sentido amplo, o reino é
um símbolo da vontade de Deus que pode ser realizada em situações particulares
através da obediência humilde, mas que nunca é plenamente concretizada dentro
das fronteiras da história por causa das limitações humanas. O reino fala de
uma tensão: como Cristo já veio ao mundo, morreu e ressuscitou, há uma dimensão
presente do reino. Como Cristo ainda não voltou para pôr fim à realidade
presente e instaurar os novos céus e terra, o reino é também futuro. Assim
sendo, o reino está presente em parte, mas a sua manifestação final permanece
uma esperança para o futuro. O cristão sabe que o reino veio num novo sentido
em Cristo, que ele pode vir na sua própria vida, mas que ainda não veio
plenamente. Desse modo, ele vive no mundo presente como um cidadão obediente
desse reino, ao mesmo tempo em que ora com esperança confiante: “Venha o teu
reino”. Porque o reino é de Deus, ele não virá como resultado do esforço
humano. Não é sustentável a visão otimista de que o desenrolar da história está
trazendo os estágios finais do reino. Este não pode ser entendido como um
conceito evolutivo ou primariamente como um conceito moral e ético. Por outro
lado, os cristãos sabem que devem orar e trabalhar para que o reino se faça
cada vez mais presente; eles sabem que, pelo menos em algumas áreas ou
situações, a realidade do reino pode ser tornar mais palpável neste mundo
caído. http://www.mackenzie.br/7135.html]
b) Reino futuro: Refere-se ao aspecto escatológico do Reino consumado. A
Bíblia de Estudo Pentecostal assim explica: "A manifestação futura da
glória de Deus e do seu poder e reino ocorrerá quando Jesus voltar para julgar
o mundo (Mt 24.30; Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do
Reino virá quando Cristo finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e
entregar o Reino a Deus Pai" (1 Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8). [COMENTÁRIO: O aspecto futuro do Reino de
Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua
segunda vinda em glória (1Co 15.23-25; Ap 20:1-6). No Milênio, todos os reinos
do mundo estarão sob o senhorio de Cristo. Cumprir-se-á em sua plenitude
Filipenses 2:10, 11: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus,
na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor,
para glória de Deus Pai”.]
Pense
"Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o
maior no Reino dos céus"
(Mt 18.4).
Ponto Importante
Em sentido amplo, o Reino de Deus é o domínio eterno do Criador em todas
as épocas e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na
história humana através de seus atributos supremos.
II - AS CARACTERÍSTICAS DO REINO DE
DEUS NAS ESCRITURAS
1. Origem do Reino. Diferentemente da expectativa dos judeus daquele tempo, que
aguardavam um Messias que implantaria o seu Reino na terra, por meio de uma
renovação política, o Nazareno afirmou não ser o seu Reino deste mundo (Jo
18.36). Com esta declaração, Jesus não descaracterizou a realidade e a presença
do Reino, de modo a afastar a sua própria autoridade sobre a esfera terrena,
pois as Escrituras dão provas de que Ele é supremo (Mt 28.18; Fp 2.9-11; Cl
1.15-18; Ap 19.16). Jesus está se referindo à origem celestial do seu governo,
o qual não é fabricado pelo homem, ou conquistado pelo uso da força física, ou
pela política deste mundo. É um Reino de verdade que emana de Deus e irrompe
entre os homens promovendo transformação! [COMENTÁRIO: O “reino de Deus” é um dos
conceitos mais frutíferos e ao mesmo tempo controvertidos da teologia cristã.
Nos dias de Jesus, entre os judeus, a expressão era usada em pelo menos três
sentidos diferentes: (a) o reino eterno e invisível de Deus, que é independente
da resposta ou do conhecimento humano (Sl 145.13); (b) a realização do reino de
Deus em grupos ou indivíduos que aceitam a sua soberania (por exemplo, se diz
que um prosélito “tomou sobre si o jugo do reino de Deus”); (c) o reino
escatológico no fim da história, quando todos reconhecerão a soberania de Deus.
Nos dias de Jesus, os judeus piedosos esperam a vinda do reino (Mc 15.43; Lc
23.51). Após séculos de dominação estrangeira, havia a tendência de se entender
o reino politicamente – a restauração do antigo reino de Israel. A vinda do
reino seria a repentina intervenção de Deus na vida do seu povo, libertando-o
de seus opressores e restaurando a sua liberdade, independência e prosperidade
como nos dias de Davi. Até mesmo os discípulos de Jesus tinham essa expectativa
(Mt 20.21; Mc 11.10; Lc 19.11; At 1.6).]
2. Natureza do Reino. Na sua dimensão presente, o Reino de Deus é fundamentalmente
espiritual. Quando recebemos esse Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta,
por antecipação, parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do
porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10.10). O
apóstolo Paulo captou bem a sua essência ao dizer: "Porque o reino de Deus
não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo"
(Rm 14.17). De forma graciosa, somos beneficiados pela boa, perfeita e agradável
vontade (Rm 12.2) e pelas virtudes do Espírito (Rm 15.13), que afetam e
influenciam todas as esferas da vida humana, especialmente emocional, mental,
física, social e econômica. [COMENTÁRIO:
O Novo Testamento aponta as características do
reino. É uma dádiva do Pai: Lc 12.32; equivale à vida eterna: Mc 9.47; é uma
realidade interior: Lc 17.20s; é algo novo: Mt 11.11s; Lc 7.28; 16.16; agora
inclui trigo e joio: Mt 13.24,47; cresce silenciosamente: Mt 13.31,33,38,41; Mc
4.26,30; representa graça e juízo: Mt 18.23; 20.1; os filhos do reino podem
perdê-lo: Mt 21.31,43; 22.2; Lc 13.28s; alguns não o herdarão: 1 Co 6.9s;
15.50; Gl 5.21; Ef 5.5; não consiste em palavra, mas em poder: 1 Co 4.20.
Cristo deu a Pedro e aos demais apóstolos as chaves do reino: Mt 16.19; 18.18.
Há também o reino de Cristo: Mt 16.28; Lc 22.29s; Jo 18.36; 1 Co 15.24; Cl
1.13; 2 Tm 4.1. Entre os sinais da presença do reino estão: humildade: Mt 5.3;
justiça: Mt 5.10; 6.33; justiça, paz e alegria: Rm 14.17; amor a Deus e ao
próximo: Mc 12.34; obediência: Mt 5.19s; fazer a vontade de Deus: Mt 6.10;
7.21; 21.31,43; dependência de Deus e confiança nele (ricos e pobres): Mt
19.23s; Mc 10.23-25; Lc 6.20; solidariedade com os sofredores: Mt 25.34;
fidelidade: Lc 19.11ss; vigilância: Mt 25.1; requer novo nascimento: Jo 3.3,5.]
3. Marcas e valores do Reino. O Reino deixa marcas perceptíveis na vida de seus
súditos, transparecendo evidências sublimes da presença divina em seus
comportamentos. Um resumo destes sinais é encontrado no Sermão da Montanha
proferido por Jesus, mais especificamente nas bem-aventuranças (Mt 5.1-10). Ali
estão contidos os valores de Jesus para a realidade presente do Reino de Deus.
Para viver este Reino na prática, precisamos rejeitar os valores e as atitudes
do mundo e adotar os valores ali retratados. Os filhos do Reino também são
distinguidos por sua obediência (Mt 7.21) e fidelidade a Deus (Lc 19.11-27),
assim como pelos seus frutos (Mt 7.20; Gl 5.22). Será que o mundo nos reconhece
por nossos frutos e pelas marcas do Reino celestial? [COMENTÁRIO: Qual deve ser a nossa atitude
para com o reino? buscá-lo acima de tudo: Mt 6.33; recebê-lo como uma criança:
Mt 18.1-4; 19.14; renunciar a outras coisas por ele: Mt 19.12,29; Mc 9.47;
10.29; Lc 18.29; sofrer por ele: At 14.22; 2 Ts 1.5; apossar-nos dele como de
um tesouro: Mt 13.44-46; não olhar para trás: Lc 9.62. O Reino de Deus tem uma
dimensão presente, que se configura no cumprimento em Cristo de todas as
promessas messiânicas do Antigo Testamento. Ou seja, a presença pessoal do
Messias na história implica a presença efetiva do Reino de Deus entre os
homens. Ele se manifesta a partir do coração de cada um. Tanto é uma realidade
presente o reino de Deus que, desde já, o podemos ver (João 3:3), como, também
nele entrar (Mt 19:24; 21:31; Mc 9:47; 10:15; 10:23-25; Lc 16:16; João 3:5; At
14:22), é algo que está entre nós, ainda que não com aparência exterior (Lc
17:20, 21). Mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17)]
Pense
"Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em
virtude" (1 Co 4.20).
Ponto Importante
Quando recebemos o Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta por
antecipação parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir
no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10.10).
III - JESUS E A MENSAGEM DO REINO DE
DEUS
1. O Evangelho do Reino. O ponto central da mensagem anunciada por Jesus em seu ministério
terreno foi a proclamação do Evangelho do Reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Lc 4.43;
8.1). Igualmente, este foi o cerne da pregação de João Batista (Mt 3.2), assim
como dos discípulos e da Igreja Primitiva (At 8.12; 19.8; 28.23). A palavra
Evangelho (gr. euangelion) tem o sentido de boas novas, boas notícias, acerca
do plano salvífico de Deus para a humanidade. O Evangelho genuíno é o Evangelho
do Reino.
Vivemos, infelizmente, dias de desvirtuamento do Evangelho, esfriamento
da fé e mercantilização do cristianismo. Nesse tempo, muitas igrejas já não dão
o devido valor à proclamação genuína da mensagem do Reino, substituindo-a por
programas de entretenimento e pregações de autoajuda. Mas a verdadeira Noiva do
Cordeiro sabe que a sua missão primordial é anunciar as boas novas: "Ide
por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15) é a sua
principal incumbência (1 Co 9.16), chamando o ser humano ao arrependimento e
conversão ao senhorio de Cristo. Jovem, você tem proclamado o Evangelho do
Reino? [COMENTÁRIO: Jesus veio “pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está
cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”
(Marcos 1:14-15). A ideia de Deus como rei está presente em todas as Escrituras Hebraicas
(Dt 33.5; Jz 8.23; Is 43.15; 52.7), em especial nos Salmos (10.16; 22.28;
24.7-10; 47.2,7-8; 93.1; 97.1; 99.1,4; 103.19; 145.11-13). Evangelho significa
boa nova ou boa mensagem. O reino de Deus estava próximo. Sua vinda estava
perto. Os mandamentos de Deus ordenam a todos que se arrependam e creiam nessa
jubilosa mensagem. Nunca houve uma mensagem tão acreditável. O poder miraculoso
provava que Jesus falava a verdade; “trouxeram-lhe, então, todos os doentes,
acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e
paralíticos. E ele os curou” (Mateus 4:24). O poder sobre os demônios provou
ser verdadeira a sua mensagem e anunciou poderosamente a chegada do reino.
Acusado de expelir demônios pelo poder de Satanás, Jesus replicou que, se isso
fosse verdadeiro, o reino de Satanás estava dividido, condenado à aniquilação.
“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus”, ele disse, “certamente
é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mateus 12:22-30). A vinda do reino de
Deus era um golpe mortal em Satanás. A luta foi breve. Ainda que tudo parecesse
perdido na cruz, a vitória foi arrebatada da morte quando Cristo ressuscitou. O
reino veio! Essa boa nova ressoou em todos os cantos do globo e ainda oferece
esperança a todos os pecadores.]
2. Reino e arrependimento. O Reino está intimamente ligado à obra redentora do Salvador. Daí
o motivo pelo qual o Texto Sagrado evidencia o arrependimento como condição
para dele desfrutar (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.15; Lc 5.32).
"Arrependei-vos" é o chamado do Evangelho, envolvendo tanto
arrependimento dos pecados, quanto mudança de direção, de mentalidade e
perspectiva de vida. Isso porque, para ser participante do Reino, é necessário
pensar a partir da vontade de Deus, ter a mente de Cristo (1 Co 2.16). [COMENTÁRIO: O evangelho é o poder de Deus
para salvar (Romanos 1:16). Por ele os pecadores crêem que Deus ressuscitou
Jesus dentre os mortos (Romanos 10:9) e são persuadidos a invocar o nome do
Senhor para serem salvos (Romanos 10:13). Nele eles aprendem que para
permanecer no amor de Deus e para retribuir-lhe amor, é necessário guardar seus
mandamentos (João 15:9-10; 1 João 5:3). Obedecendo quanto ao arrependimento e
batismo (Marcos 16:16; Atos 2:38), eles se tornam cidadãos do reino (Atos
2:41,47; Colossenses 1:13).]
3.
Novo nascimento para o Reino. Jesus também garantiu a Nicodemos:
"[...] aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus"
(Jo 3.3). Este novo nascimento não é físico ou biológico, mas espiritual. É a
nova vida em Cristo, que começa aqui e agora, com a presença de Deus, mas que
se prolonga para a vida eterna (Jo 3.15). A nova vida depende da manifestação
da vontade do ser humano. Deus não obriga ninguém a acreditar nEle e a aceitar
a obra de Cristo. [COMENTÁRIO: Primeiramente, por que é necessária uma mudança tão grande e radical para entrar no
reino de Deus? A necessidade desta mudança significativa aponta para a terrível
condição do homem natural. Muitos negligenciam o sério caráter deste ponto e se
refugiam numa mudança menos radical, feita pelo homem. Porém – que
infelicidade! – ela não ocorrerá! Precisamos ter uma visão verdadeira e
realista da profunda necessidade
do homem. Em Gênesis 1 aprendemos que o homem foi criado à imagem de Deus, de
forma que era dotado de conhecimento, retidão e santidade. Em Gênesis 3, lemos
como o homem perdeu o que possuía e usufruía no Jardim do Éden. Ele não está
mais num estado de amizade e comunhão com seu Criador. Na Queda, o homem perdeu
essa característica abençoada.
De acordo com a Palavra de Deus, o coração do homem, agora, é enganoso sobre todas as coisas e desesperadamente corrupto. A mente carnal é inimiga de Deus. Isto é verdade a respeito de todos os membros da raça decaída de Adão, a menos que, pelo novo nascimento, ele ou ela entrem na luz do reino de Deus. O pecado é tão radical em seu caráter que o coração inteiro é corrupto e se rebela contra Deus! Nunca o homem será capaz de alterar esta situação. Mais uma vez, aqui está o testemunho da Escritura: “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal” (Jeremias 13.23). É impossível para o homem corrigir e purificar seu próprio coração pecador. É absolutamente necessário perceber esta verdade humilhante. Para que o homem veja e entre no reino de Deus, o próprio Deus precisa intervir sobrenaturalmente na situação humana. Somente Ele é capaz de realizar essa tão necessária mudança. Esta é a grande verdade que Cristo estabelece em nosso texto: o que é impossível ao homem, é possível para Deus. Jamais poderemos apreciar demasiadamente esta verdade tão importante. Ela é indispensável para a salvação]
De acordo com a Palavra de Deus, o coração do homem, agora, é enganoso sobre todas as coisas e desesperadamente corrupto. A mente carnal é inimiga de Deus. Isto é verdade a respeito de todos os membros da raça decaída de Adão, a menos que, pelo novo nascimento, ele ou ela entrem na luz do reino de Deus. O pecado é tão radical em seu caráter que o coração inteiro é corrupto e se rebela contra Deus! Nunca o homem será capaz de alterar esta situação. Mais uma vez, aqui está o testemunho da Escritura: “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal” (Jeremias 13.23). É impossível para o homem corrigir e purificar seu próprio coração pecador. É absolutamente necessário perceber esta verdade humilhante. Para que o homem veja e entre no reino de Deus, o próprio Deus precisa intervir sobrenaturalmente na situação humana. Somente Ele é capaz de realizar essa tão necessária mudança. Esta é a grande verdade que Cristo estabelece em nosso texto: o que é impossível ao homem, é possível para Deus. Jamais poderemos apreciar demasiadamente esta verdade tão importante. Ela é indispensável para a salvação]
Pense
"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (Gl
1.8).
Ponto Importante
Para ser participante do Reino, é necessário pensar a partir da vontade
de Deus e ter a mente de Cristo (1 Co 2.16).
CONCLUSÃO
O Reino de Deus não é uma utopia política ou uma condição social. É o
poder de Deus operando na vida dos seus súditos, de forma eficiente e
transformadora, desde a vinda de Cristo a essa terra. Este Reino transforma a
mente, modifica o caráter e conduz os passos de seus súditos sob a tutela do
Espírito Santo. Quando isso ocorre, família, amigos, trabalho, sociedade e tudo
o mais é afetado pela luz do cristão. É sobre isso que Jesus estava dizendo ao
falar sobre os seus discípulos: "Vós sois o sal da terra e a luz do
mundo" (Mt 5.13,14). [COMENTÁRIO:
A missão primordial da igreja no que diz respeito
ao mundo é a proclamação do “evangelho do reino”, assim como fizeram Jesus e os
seus discípulos. Corretamente entendido, esse evangelho inclui muitas coisas
importantes. Em primeiro lugar, esse evangelho é um convite a indivíduos,
famílias e comunidades para se reconciliarem com Deus mediante o arrependimento
e a fé em Cristo. Todavia, o evangelho são as boas novas de Deus para todos os
aspectos da vida, pessoal e coletiva. Assim sendo, a legítima proclamação do
evangelho não vai se limitar ao aspecto religioso e à dimensão individual
(experiência de conversão pessoal), mas vai mostrar o senhorio de Cristo sobre
todos os aspectos da existência. Além disso, essa proclamação não ficará
restrita ao aspecto verbal, mas incluirá ações concretas que expressem a amor
de Deus pelas pessoas (Tg 2.14-17; 1 Jo 3.16-18). Aí podem ser incluídas muitas
iniciativas, que vão desde o socorro a necessidades imediatas até a luta por
mudanças estruturais que irão produzir maior justiça na sociedade. Exemplos:
auxílio financeiro a pessoas e instituições, trabalho voluntário, mobilização
para a criação de leis justas, luta pela ética na vida pública, participação em
projetos comuns com outras igrejas e instituições, etc.]. NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2015
HORA DA REVISÃO
1.
Em sentido amplo, qual o significado de Reino de Deus?
2.
Quais as duas dimensões do Reino de Deus nas Escrituras?
3.
Qual a natureza do Reino presente?
4.
O que significa Evangelho?
5.
Qual a condição para desfrutar do Reino?