THINKING MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
Lição 6
10 de Maio de 2015
Mulheres que Ajudaram Jesus
TEXTO ÁUREO
""E também algumas mulheres
que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades [...] e muitas
outras que o serviam com suas fazendas."
(Lc 8.2,3)
VERDADE PRÁTICA
A mulher sempre teve um papel
importante na expansão do Reino de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 1.35; Gn 3.15
Jesus é da descendência da mulher e veio para resgatá-las
Terça - Lc 7.44-47
Jesus valorizou as mulheres como ninguém
jamais o fez no mundo
Quarta - Lc 8.3
Jesus foi ajudado por mulheres que possuíam
bens materiais
Quinta - Lc 7.36-48; 8.2,3
Jesus teve entre seus seguidores muitas mulheres
Sexta - Lc 13.16
Jesus libertou muitas mulheres que foram até Ele
Sábado - Lc 7.50
Jesus salvou as mulheres e dignificou sua condição social
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 8.1-3
1- E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia
em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam
com ele,
2 - e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos
malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete
demônios;
3 - e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas
outras que o serviam com suas fazendas.
OBJETIVO GERAL
Mostrar a importância das mulheres no
ministério do Senhor Jesus Cristo
e na expansão do Reino de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 147, 160, 394
da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1.
Analisar a participação das mulheres no judaísmo e no ministério de
Jesus.
2.
Mostrar a disposição de Isabel e Maria em obedecer a Deus.
3.
Dissertar acerca da disposição das mulheres em servir a Jesus.
4.
Ressaltar a gererosidade das mulheres em ofertar a favor do ministério
de Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
As mulheres tiveram uma participação especial no ministério de Jesus. O
Mestre foi para as mulheres judias não somente o Salvador, mas aquEle que
resgatou a dignidade da condição social feminina. Nos dias de
Jesus, os rabinos se recusavam a ensinar as mulheres. Era atribuída a mulher
uma condição social inferior. Jesus não somente as ensinou, mas as teve como
amigas (Marta e Maria), as libertou dos poderes de demônios (Maria Madalena),
como também as evangelizou (a mulher samaritana). Jesus valorizou as mulheres
como ninguém jamais o fez e ainda concedeu a elas o privilégio de poderem
contribuir financeiramente para a expansão do Reino.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos, em muitos lugares, as mulheres foram tratadas como
objetos e estiveram à margem da sociedade. As mulheres ainda são, em algumas
culturas, consideradas seres inferiores e por isso são discriminadas. Na
cultura oriental, a qual pertenceu Jesus de Nazaré, era assim também que se
enxergava as mulheres.
Um dos fatos que fica logo patente no Evangelho de Lucas é o tratamento
que Jesus dispensou às mulheres. Essas mulheres esquecidas, discriminadas e
maltratadas encontraram no Mestre a manifestação do amor de Deus. A forma que
elas encontraram para retribuir foi segui-lo e servi-lo com seus bens. Um
exemplo a todos aqueles que querem também agradar a Deus. [Comentário: Na época de Jesus
a mulher não era mais do que uma propriedade do seu marido. Este possuía
servos, propriedades e a mulher. Ela era considerada pecadora e mentirosa por
natureza. Seu testemunho em um julgamento era considerado de pouco valor. Ela
devia ao esposo total lealdade, mas, por princípio, era considerada como
naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua palavra diante de
um juiz não tinha praticamente valor algum. Embora ela fosse obrigada a ser
fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos deveres matrimoniais. Além de
tudo, ele podia rejeitá-la por qualquer motivo, mesmo que, legalmente, não
pudesse negociá-la como qualquer outra propriedade. Dificilmente a esposa
poderia, por iniciativa própria, se desligar do casamento. Uma mulher envolta
em laços conjugais não podia jamais ser contemplada por outro homem, ou por ele
ser abordada, mesmo que fosse para uma simples saudação. No interior da
sociedade judaica, ela ocupava uma posição bem inferior à do homem. Até na
esfera espiritual a mulher era considerada desigual, e para ela estava
reservado um local à parte no templo, assim como era obrigada a caminhar, na
rua, distante dos homens. Legalmente ela era proibida de tudo e estava
constantemente submetida a todas as punições civis e penais imagináveis, sujeita
até mesmo à pena capital. Também nos momentos das refeições a mulher era
isolada, pois ela não podia se alimentar ao lado dos homens. Assim, ela
permanecia em pé, pronta para ajudar o marido a qualquer instante. Normalmente
as mulheres viviam reclusas em suas residências e as janelas, quase sempre,
eram construídas com grades para que elas não pudessem ter seus rostos
vislumbrados pelos passantes nas ruas. Se um homem tentasse se dirigir a uma
mulher, cometia um pecado muito sério. Por esta breve visão já é possível
perceber o quanto Jesus, em sua época, revolucionou o tratamento oferecido
pelos homens às mulheres. Um dos episódios mais chocantes do Evangelho é
justamente aquele no qual Ele se dirige à mulher samaritana. Este povo era
aguerrido adversário dos hebreus, desde a cisão entre as tribos de Israel. Assim,
ao se revelar claramente como o Messias para alguém desta comunidade,
especialmente a uma mulher, Ele deixou tanto samaritanos quanto judeus
perplexos. Além disso, Jesus mantinha, entre seus discípulos e seguidores,
diversas mulheres, entre elas, Maria Madalena, vista com preconceito pelos
judeus, que a consideravam uma traidora de seus princípios, como uma
prostituta. Não bastando isso, Ele curava indistintamente homens e mulheres, e
procurava integrar socialmente aquelas que tinham sido excluídas. Ele até mesmo
perdoou a mulher adúltera, a qual os judeus costumavam apedrejar até a morte. E
foi justamente uma mulher que testemunhou sua Ressurreição, embora até os
discípulos mais fiéis de Jesus encarassem suas palavras, inicialmente, com
desvelado ceticismo. Na época, mesmo a mulher não sendo infiel ao esposo, se
este fosse dominado pelo espírito do ciúme, como está descrito na lei mosaica,
sob o título de ‘A Oferta do Ciúme’, ele poderia levá-la diante do sacerdote,
mesmo sem nenhum testemunho ou flagrante, e realizaria então esta oferta
ritual. Desta forma, ela ficaria para sempre marcada e amaldiçoada diante da
sociedade judaica. http://www.infoescola.com/sociedade/a-mulher-em-israel-na-epoca-de-jesus/]. Vamos pensar
maduramente sobre a fé cristã?
I - JESUS, O JUDAÍSMO E AS MULHERES
1. A presença feminina no ministério de Jesus. O Novo
Testamento dá amplo destaque à presença feminina no ministério de Jesus. O
terceiro Evangelho põe essa realidade em relevo. A lista é extensa: Maria, mãe
de Jesus; Isabel, mãe de João, o Batista; Ana, a profetisa; a viúva de Naim; a
pecadora na casa de Simão; Marta e Maria de Betânia; Maria Madalena; a sogra de
Pedro; a mulher do fluxo de sangue; a mulher encurvada; Joana, a mulher de
Cuza, e Suzana. Algumas dessas mulheres foram curadas, outras libertas de
demônios e ainda outras tornaram-se seguidoras de Jesus juntamente com os
Doze. [Comentário: As mulheres não só participaram, como protagonizaram boa parte dos
momentos cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto
homens traíam ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante
das dificuldades. Encontramos Maria a mãe de Jesus e as outras mulheres, as
discípulas que permaneceram com Jesus ao pé da Cruz. Jesus interfere na ordem
da sociedade patriarcal, desperta a potencialidade da mulher, a chama para
serem também suas discípulas e isto aconteceu. Jesus tem outra visão sobre a
mulher do seu tempo. Ele altera o relacionamento homem - mulher. Numa sociedade
que dava privilégios ao homem Ele procura tirar estes privilégios. Um exemplo
podemos citar em Mt 19,7-12, que trata a questão do divórcio. Jesus apresenta
outra atitude em relação ao Homem e Mulher, para ele deve existir igualdade
entre ambos, nem mais e nem menos. Nos evangelhos encontramos muitas mulheres
que seguiam Jesus desde a Galiléia, e tornaram-se suas discípulas (Mc 15,41; Lc
8,1-13; Lc 8,43-49). Para Jesus não havia distinção no revelar os seus
segredos, ele falava tanto para os homens e mulheres que o seguiam e aceitavam
a sua proposta. 1.1. - Maria de Nazaré, Mãe de Jesus. Nenhum outro ser foi mais
íntimo de Jesus na terra do que sua mãe, Maria. Todos os Evangelhos e o Livro
de Atos falam sobre ela como uma mulher preparada de modo especial para
participar da vida de seu Filho na terra. Maria não foi apenas a mulher que
Deus escolheu, por sua soberana vontade, para dar à luz o Cristo Menino, mas
foi também uma humilde e devotada seguidora do Messias.
1.2. - Isabel, mãe de João Batista é descrita por Lucas como uma mulher
íntegra e obediente (Lc 1.6). Sendo filha e esposa de sacerdote (v.5) ela vivia
uma vida justa, muito embora carregasse uma tristeza secreta por não ter
filhos. Isabel foi a primeira pessoa a reconhecer que Maria de Nazaré era a mãe
do Messias. Isabel se destaca como mentora extraordinária por sua interação com
a jovem Maria. Isabel podia ter enfrentado a velhice com sentimento de fracasso
e fé esmorecida, mas seu espírito vibrante faz com que nos lembremos que Deus
zela por todas as mulheres com cuidado e amor. Isabel confiou em Deus, e ele a
recompensou, Isabel se mostrou disponível para aconselhar Maria liberalmente e,
com certeza, instruiu seu filho nos caminhos do Senhor por meio de seu exemplo
de fé.
1.3. - Ana, a profetisa; tinha 84 anos e era viúva havia muitos anos.
Ana fazia parte do corpo de obreiros que residia no templo de Jerusalém e se
dedicava continuamente ao serviço. O texto não indica por que ela é chamada de
“profetisa”. Seu marido, cujo nome não é mencionado, pode ter sido profeta, ou
talvez ela mesma tenha se dedicado a louvar e a dar testemunho ou até mesmo a
prever acontecimentos futuros sob a inspiração divina. Ana era uma mulher por
meio de quem Deus falava. O modo como Lucas descreve Ana ajuda o leitor a
compreender o respeito e a veneração que ela inspirava. Uma vida inteira de
orações e jejuns tornou suas observações dignas de serem registradas. Ela,
reconhecida profetiza, confirmou o dom divino da redenção, e suas palavras
alcançavam a todos os que esperavam a salvação (Lc 2. 38). Ana é modelo para
nós, pois devemos viver como Ana viveu “no presente século” sensata, justa e
piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2, 12, 13).
1.4. - A Viúva de Naim: - Essa
mulher, cujo nome não é mencionado, aparece unicamente no Evangelho de Lucas,
numa das muitas referências bíblicas às viúvas. – Nenhuma família acompanhou a
mulher solitária, que estava enterrado seu único filho. Enquanto a multidão
observava, Jesus aproximou-se do esquife, ignorando as formalidades e a
cerimônia e até se contaminando no contato com um corpo morto.
1.5. - Joana: - Nome que significa “Presente de Javé”, era mulher de
Cuza, procurador de Herodes Antipas. Sem dúvida, ele dava a Joana bela casa e
todos os luxos daquela época. A vida era difícil para as mulheres que serviam a
Jesus e seus discípulos, mas Joana juntou-se a elas, ofertando,
altruisticamente, não apenas o seu tempo e energia, mas também os recursos de
que podia dispor para apoiar a obra do Senhor. Joana foi para o túmulo de Jesus
na manhã de domingo, após a crucificação. Ela é citada como uma das mulheres
que anunciaram a ressurreição de Jesus aos doze discípulos.
1.6. - Suzana – Suzana “lírio”, e ela foi uma das muitas mulheres que
acompanharam Jesus em seu ministério, de cidade em cidade, assim como Maria
Madalena e Joana, Suzana foi curada por Jesus de uma enfermidade debilitante ou
de possessão demoníaca. Depois disso, tornou-se líder entre as mulheres que
serviam e davam apoio financeiro a Jesus e seus discípulos. Jesus amava e
respeitava esse grupo de mulheres dedicadas. Ele as valorizava e, obviamente,
apreciava sua dedicação generosa e desinteressada. As atitudes de Jesus em relação às mulheres
expressavam, frequentemente, sua satisfação pelas habilidades que Deus lhes
deu. Além disso, ele ensinava às mulheres da mesma forma que aos homens. Lucas
registra as palavras de dois homens que falaram com as mulheres no túmulo
vazio, lembrando-lhes as palavras que Jesus tinha dito a respeito de sua
crucificação e ressurreição, quando ainda estavam na Galiléia. (Lc 24. 8). Jesus queria que as mulheres
estivessem envolvidas na obra de Deus e, durante o breve período de seu
ministério, lançou o firme fundamento sobre o qual as mulheres têm edificado
fielmente nos últimos dois milênios.
1.7. – Marta – Jesus visitava, com frequência, a casa de Marta.
Aparentemente, ela era solteira, não se sabe se por escolha própria ou não, e
morava com os irmãos Maria e Lázaro. O
comentário de João mostra que Jesus tinha profundos laços de amizade com essa
família de Betânia (Jo 11. 5).
1.8. - Maria de Betânia – Maria,
de Betânia, é um modelo para todos os discípulos dedicados a Cristo.
Aparentemente, ela era solteira e vivia com sua irmã, Marta, e seu irmão,
Lázaro. A casa deles era um lugar onde Jesus descansava entre amigos, os quais,
talvez, fossem da mesma faixa etária que ele. Maria, mais do que qualquer outra
personagem do Novo Testamento, é associada com o sentar-se aos pés de Jesus, um
testemunho de sua fome de ouvir e compreender as verdades espirituais (Lc 10.
39; Jo 11. 32; 12. 3). Ela, porém, não se limitou a apenas ouvir os
ensinamentos de Jesus, mas também o servir, ungindo-o com óleo precioso para
demonstrar que seu desejo não era apenas obter, mas também atender necessidades
práticas.
1.9. – Maria Madalena. - Maria vivia em Magdala, importante centro
agrícola, pesqueiro e comercial, localizada ao sul da planície de Genesaré, nas
praias do mar da Galiléia. Sofrendo de possessão demoníaca, Maria encontrou
Jesus face a face, e isso mudou a vida dela. Jesus expeliu os sete espíritos
demoníacos que controlavam e perturbavam a vida de Maria Madalena. (Mc 16. 9). Após
a cura, Maria se tornou uma devotada seguidora de Cristo. De fidelidade
inabalável, ela foi contada entre o pequeno grupo de mulheres que servia a
Jesus e a seus discípulos com seus próprios recursos, enquanto eles pregavam e
ministravam às multidões. Maria tornou-se importante líder entre as mulheres
que ministravam. As Escrituras mencionam o seu nome 14 vezes. Ela se mostrou
uma seguidora que dedicou seu tempo, energia e recursos financeiros à obra do
Senhor, seguindo-o, fielmente, durante todo o seu ministério. Maria permaneceu
ao lado de Jesus até o momento da cruz e assistiu à sua morte dolorosa. Maria
permaneceu fiel a Jesus muito depois dos outros já terem perdido a esperança. De
madrugada, depois de terminado o sábado dos judeus, ela saiu furtivamente,
encoberta pela escuridão, antes do nascer do sol, e foi até o sepulcro. Em seus
braços, carregava as especiarias para preparar o corpo do Senhor para o
sepultamento. A fidelidade de Maria foi plenamente recompensada pelo Senhor,
pois, ao chegar ao sepulcro, a pesada pedra que selara a entrada quadrada de um
metro de lado havia sido removida. Maria descobriu, horrorizada, que o túmulo
estava vazio, mas sua dor transformou-se em alegria quando ela se viu novamente
face a face com jesus: O Senhor ressurreto. Em sua inimaginável graça, Deus
escolheu uma mulher fiel, Maria de Magdala, para proclamar aos discípulos e ao
mundo as gloriosas notícias transformadoras de que Jesus Cristo havia ressuscitado. Maria Madalena personifica as muitas mulheres
por quem Cristo demonstrou sua profunda misericórdia e seu perdão.
1.10. – A Sogra de Pedro – Todos os Evangelhos Sinóticos incluem o
registro da história da cura da sogra de Pedro por Jesus. O significo dessa
história é duplo: primeiro, a restauração imediata da saúde; segundo, sua
natureza simbólica. Mateus usa esse acontecimento para enfatizar a soberania de
Cristo; Marcos para ilustrar seu espírito de servo; Lucas para demonstrar sua compaixão
humana. A cura também chamou a atenção para a piedade de Jesus por sua própria
raça. Ele demonstrou seu poder a uma mãe judia, símbolo de seu profundo desejo
de que sua própria nação reafirmasse sua aliança com Deus. É mais um toque do
indescritível amor de Deus. A mulher retribuiu com seu serviço a Jesus, um
exemplo clássico para toda mulher que se sente tocada por ele.
O Evangelista Lucas diz: “e muitas outras, as quais lhe prestavam
assistência com os seus bens”. Lc 8. 3b).].
2. Jesus valorizou as mulheres. Causa admiração quando fazemos um
contraste entre o tratamento dado às mulheres no Novo Testamento e aquele que
era praticado no judaísmo do tempo de Jesus. No judaísmo do primeiro século, a
mulher não participava da vida pública. Nem mesmo lhe era permitido aparecer em
público descoberta, sendo dessa forma impossível ver a sua fisionomia. Não
tinha voz nem rosto. A mulher era, portanto, tida como objeto, uma coisa que
poderia ser usada e descartada. Ao contrário de tudo isso, Jesus não tratou as
mulheres como coisa ou objeto. Ele as tratou como gente! Jesus mostrou que a
mulher era um ser especial para Deus e fez com que elas se sentissem assim. Não
são poucas as passagens do Novo Testamento que dão destaque às mulheres, e o
Evangelho de Lucas não foge a essa regra (Lc 1.13,42; 7.48; 8.2,43; 13.12;
16.18; 23.27). [Comentário: É importante observar que, enquanto Sócrates, Aristóteles,
Demóstenes, os rabinos e os homens da comunidade de Qumran tinham as mulheres
em baixa estima, Jesus, em harmonia com o ensino do Antigo Testamento, lhes
designava um lugar de elevada honra. Além disso, é especialmente no Evangelho
de Lucas que se enfatiza a ternura e a profunda consideração de Jesus pelas
mulheres. A primeira a ser mencionada aqui entre as mulheres é Maria chamada
Madalena', ou seja, Maria de Magdala (que significa A Torre), localizada na
costa ocidental do Mar da Galiléia e ao sul de Cafarnaum. Ela aparece de forma
destacada nos quatro relatos da Paixão. Ela foi uma das mulheres que mais tarde:
(a) presenciaram a crucificação (Mt 27.55, 56; Me 15.40; Jo 19.25); (b) viram
onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Me 15.47; Lc 23.55); e (c) saíram
no raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt 28.1; Me 16.1; Lc 24.10).
Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o Cristo Redivivo apareceria
(Jó 20.1-18; veja também o disputado final de Marcos, 16.9). Um comportamento
físico ou mental, estranho ou lamentável, com frequência se associa à possessão
demoníaca, podendo também ser caso de prostituição, lesbianismo,
homossexualismo ou adultério. (Lc 4.33, 34; 8.27-29; 9.37-43. Quanto a Joana,
esposa de Cuza, o mordomo da casa de Herodes, ela estava também entre as
mulheres que iriam ouvir as boas-novas: “Ele não está aqui, mas ressuscitou”
(Lc 24.6, 10). A importância da referência que Lucas faz a ela já realçada.
Lucas foi o único a fazer referência a ela (8.3; 24.10). Acerca de Susana,
mencionada somente aqui em Lucas 8.3, nada mais se sabe. Entretanto, seu nome
jamais deveria ser esquecido. Seus atos de bondade para com o Senhor e seus
discípulos eram puros e fragrantes, que por conseguinte nos lembra um belo
“lírio” (que é o significado de seu nome). Alegra-nos ler que além das três
mulheres já mencionadas havia “muitas outras”. O que temos aqui, pois, é uma
verdadeira Sociedade que as mulheres nunca adotaram uma atitude contrária a Jesus
ou a sua causa carece de cuidadosa delimitação. Não obstante, é um fato que,
salvo algumas poucas exceções, as moças e senhoras mencionadas no Novo Testamento
estavam lado a lado com o Senhor. Em linhas gerais, é verdade que, embora Pedro
negasse a Cristo, Judas o traísse, Herodes o desdenhasse e Pilatos o
condenasse, as mulheres o honraram e ministraram às necessidades dele e de seus
discípulos. Na extensão em que fizeram isso, as consoladoras palavras de Mateus
25.34-40 podem ser-lhes aplicadas com toda propriedade. "Porque tive fome,
e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e
hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na
prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de
beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E
quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei,
lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes". Mateus 25:35-40 William
Hendriksen - Comentário do Novo Testamento - Volume 1 - Lucas - Editora Cultura
Cristã.].
PONTO CENTRAL
As mulheres desempenharam um papel
relevante no ministério terreno de Jesus.
SÍNTESE DO TÓPICO I
No judaísmo as mulheres não eram
valorizadas, mas Jesus veio restaurar sua condição social.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A participação das mulheres na excursão missionária revela como
era o ministério revolucionário de Jesus. Nos seus dias os rabinhos se
recusavam ensinar as mulheres e lhes atribuía um lugar inferior. Por exemplo,
só os homens tinham permissão de participar plenamente nos cultos da sinagoga.
Mas Jesus trata as mulheres como pessoas e lhes dá as boas-vindas na comunhão.
Elas têm acesso igual à graça e salvação, e muitas mulheres se tornam suas
seguidoras. Entre elas estão as mulheres com recursos financeiros, que auxiliam
Jesus dando de suas possessões para sustentar a Ele e seus discípulos"
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro,
CPAD, p.363).
CONHEÇA MAIS
*As mulheres no judaísmo
"Na sociedade hebraica, a mulher comum tinha uma posição secundária
e era legalmente considerada parte da propriedade de um homem (Gn 31.14,15).
Normalmente, as filhas não recebiam nenhuma herança quando seu pai morria (cf.
Nm 27. 1-8).
" Para conhecer mais leia
Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 1313.
II – MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OBEDECER
1. Maria, a mãe do Salvador. A doutrina católica acerca da pessoa
de Maria se fundamenta na tradição e não conta com apoio bíblico. Não é
fundamentada nos Evangelhos, mas na tradição apócrifa que começou a circular
por volta do segundo século de nossa era. Crenças como a perpétua virgindade de
Maria, imaculada conceição e sua ascensão não fazem parte do cânon
neotestamentário. Esse é um lado da história. O outro é a rejeição à pessoa de
Maria que prevalece entre muitos protestantes por conta do anticatolicismo. O
que a Escritura mostra de fato é que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus
para fazer parte diretamente do Plano da Salvação. A sua disposição em aceitar
e crer no plano de Deus está demonstrada em suas palavras: "Eis aqui a serva
do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra [...]" (Lc 1.38). [Comentário: Maria, a mãe
de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como “agraciada”. A palavra
“agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”. Maria
recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é algo
que recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de graça
de Deus, assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato, como
declara em Lucas 1:47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.” Maria
reconheceu que precisava ser salva, que ela precisava de Deus como seu
Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi qualquer coisa além de uma mulher
comum que Deus escolheu para usar de uma forma extraordinária. Sim, Maria era
uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas 1:27-28). Ao mesmo
tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os outros, que
necessitava de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas
(Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23; 6:23; I João 1:18). Maria não teve uma
“concepção imaculada” – não há qualquer razão bíblica para crer que o nascimento
de Maria tenha sido qualquer coisa que não seja um nascimento humano normal.
Maria era virgem quando deu à luz Jesus (Lucas 1:34-38), mas a idéia de uma
virgindade perpétua de Maria não é bíblica. Mateus 1:25, falando de José,
declara: “E não a conheceu ATÉ que deu à luz seu filho, o primogênito; e
pôs-lhe por nome Jesus.” A palavra “até” claramente indica que José e Maria
tiveram união sexual após o nascimento de Jesus. José e Maria tiveram vários
filhos juntos depois que Jesus nasceu. Jesus tinha quatro meio irmãos: Tiago,
José, Simão e Judas (Mateus 13:55). Jesus também tinha meia irmãs, mas não são
nomeadas e nem se conhece seu número (Mateus 13:55-56). Deus abençoou e
agraciou Maria dando a ela vários filhos, o que naquela cultura era a mais clara
indicação de que Deus estava abençoando uma mulher. Uma vez, quando Jesus
estava falando, uma mulher na multidão proclamou: “Bem-aventurado o ventre que
te trouxe e os peitos em que mamaste” (Lucas 11:27). Nunca houve melhor
oportunidade para Jesus declarar que Maria era verdadeiramente digna de louvor
e adoração. Mas qual foi a resposta de Jesus? “Antes bem aventurados os que
ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:28). Para Jesus, a obediência à
Palavra de Deus era MAIS IMPORTANTE do que ser a mulher que o pôs no mundo. Em
nenhum lugar das escrituras Jesus, ou qualquer outra pessoa, dirige qualquer
louvor, glória ou adoração a Maria. Isabel, parente de Maria, a louvou em Lucas
1:42-44, mas seu louvor é baseado no fato de que Maria daria à luz Jesus. Não
foi baseado em qualquer glória inerente a Maria. Maria estava perto da cruz
quando Jesus morreu (João 19:25). Maria estava com os apóstolos no dia do
Pentecostes (Atos 1:14). Entretanto, jamais se menciona Maria depois de Atos
capítulo 1. Os Apóstolos, em nenhum lugar, dão a Maria papel proeminente. A
morte de Maria não é registrada na Bíblia. Nada é dito sobre Maria subindo aos
Céus, ou tendo qualquer forma de papel exaltado no Céu. Maria deve ser
respeitada como a mãe terrena de Jesus, mas ela não é digna de nossa adoração
ou exaltação. A Bíblia, em nenhum lugar, indica que Maria pode ouvir orações,
ou que ela possa ser mediadora entre nós e Deus. Jesus é nosso único defensor e
mediador no Céu (I Timóteo 2:5). Se fosse oferecida adoração, exaltação ou
orações, Maria diria o mesmo que os anjos: “Adora a Deus!” (Apocalipse 19:10;
22:9). A própria Maria dá para nós exemplo, direcionando sua adoração,
exaltação e louvor somente a Deus: “Disse então Maria: A minha alma engrandece
ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na
baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão
bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome”
(Lucas 1:46-49). Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Virgem-Maria.html#ixzz3ZDeCe1kt].
2. Isabel, a mãe do precursor. Isabel, esposa do sacerdote
Zacarias, aparece na história bíblica como uma pessoa também agraciada por
Deus. Ela foi escolhida para ser a mãe de João Batista, o último profeta da
Antiga Aliança (Lc 1.8-24; 16.16). A revelação do nascimento de João foi dada a
seu marido Zacarias, que inicialmente não creu. O relato de Lucas, de que
Isabel "ficou cheia do Espírito Santo" quando foi visitada por Maria,
deixa claro também a sua disposição em crer e aceitar o plano de Deus para ela
(Lc 1.41-43). Assim como Maria, Isabel foi uma mulher obediente e sua
obediência foi recompensada. [Comentário: A vida de
Isabel como esposa era um modelo para as mulheres mais jovens. Ela era submissa
ao esposo e realmente era uma “ajudadora”. Cumpria suas tarefas como
“dona-de-casa”: preparando a comida nos horários, mantendo a casa limpa e
arrumada, as roupas em ordem. E ainda sobrava tempo para ler e meditar na
Palavra, orar, adorar com cânticos e se ocupar de alguma atividade social. O
nome de Isabel significava “Deus é meu juramento”. E Isabel sempre pensava que
o Deus de Israel, o seu Deus, era um Deus de aliança, de compromisso. Para uma
mulher em Israel não havia pior maldição do que ser estéril. E, ainda que
Zacarias e Isabel não tivessem filhos, sua fé e confiança em Deus não
vacilavam. Seu filho deveria ser um nazireu (Lc 1.15). Ele jamais beberia vinho
nem bebida forte e seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento (Lc 1.15
comparar com Nm 6.2). As bebidas alcoólicas não tem lugar na vida de um crente
cheio do Espírito Santo. Da mesma maneira que um anjo anunciou a Zacarias o
nascimento de João, também o anjo Gabriel visitou Maria para revelar o plano de
Deus. Mesmo olhando pela perspectiva humana, o plano parecia impossível, tanto
que o anjo lembrou a Maria que para Deus tudo é possível. E, com confiança,
Maria se dispôs a ser um instrumento da vontade de Deus. Isabel abençoou a
Maria pelo fato de ela ter sido eleita por Deus para ser a mãe do Senhor e
porque ela havia crido na revelação que lhe fora dada por Deus. A fé
demonstrada por Maria na capacidade de Deus de cumprir Sua promessa é um modelo
para os cristãos atuais. As bênçãos na vida de Maria não vieram sem
dificuldades, mas ela estava segura de que o Senhor estava com ela (Lc 1.28).
Enfrentou as acusações a respeito de sua gravidez, a jornada para Belém, a fuga
para o Egito e finalmente a dolorosa morte de seu Filho no Calvário. Passou por
todas estas dificuldades, mas não perdeu o senso da presença do Deus que a
amava. Ele a susteve, sempre. A visita de Maria a Zacarias e Isabel serviu para
confirmar tudo que o anjo lhe falara. Isabel, de fato, estava esperando um
filho e suas palavras de bênçãos aumentaram a confiança de Maria em Deus. Ela
estava tão cheia de amor e desejosa de adorar a Deus que passou a cantar em
louvor (Lc1.46-55). Leia sobre as qualidades de Maria que a prepararam para ser
a mãe de Jesus (Lc 1.26-38; 1.39-45; 2.16-19). Em sua vida, Maria demonstrou
uma coerente dependência de Deus e completa confiança em Sua direção. As
palavras de Simeão (Lc 2.33-35) serviram para lembra-la de que a missão de
Jesus em favor da humanidade resultaria em sofrimentos para ela também. Então,
seu Filho não lhe traria apenas alegrias, mas também pesares ao cumprir a
tarefa para a qual fora chamado. Um estudo da vida de Maria e de Isabel pode
nos ajudar a entender que Deus não necessita de homens e mulheres ricos,
famosos ou poderosos para cumprir seus planos. O que mais Deus necessita é que
estejamos dispostos a dedicar nossa vida a Jesus Cristo.].
SÍNTESE DO TÓPICO II
Isabel e Maria eram mulheres de fé,
tementes e obedientes ao Senhor.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar as
características de Maria, a mãe do Salvador, e Isabel, a mãe de João Batista.
Ressalte que não devemos adorar a Maria, porém não podemos deixar de reconhecer
seu valor. Dentre milhares de jovens, Maria foi escolhida para fazer parte
diretamente do Plano da Salvação.
MARIA
Foi a mãe de Jesus, o Messias.
Foi a única pessoa que esteve com Jesus em seu nascimento e em sua
morte. Estava à disposição de Deus.
Conhecia e aplicava as verdades do Antigo Testamento.
ISABEL
Era conhecida como uma mulher muito espiritual.
Não mostrou dúvida alguma sobre a capacidade que Deus tem de cumprir as
suas promessas.
Foi a mãe de João Batista.
Foi a primeira mulher, além de Maria, a ouvir falar sobre a vinda do
Salvador.
(Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro, CPAD,
pp. 1347,49).
Jesus teve em seu ministério a
ajuda de mulheres abnegadas.
III - MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR
1. Mulheres servas. Logo após ser curada por Jesus de uma
febre muito alta, a sogra de Pedro se levantou e passou a servi-lo (Lc 4.39). O
verbo "servir" é a tradução do vocábulo grego diakoneo. As mulheres
aparecem com frequência no Evangelho de Lucas a serviço do Mestre. Maria
Madalena se destacou das demais. Ela foi a primeira mulher mencionada em Lucas
8.1-3 e aparece de forma destacada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Ela
foi uma das mulheres que mais tarde presenciaram a crucificação (Mt 27.55, 56;
Mc 15.40; Jo 19.25); viram onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Mc
15.47; Lc 23.55); e saíram no raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt
28.1; Mc 16.1; Lc 24.10). Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o
Cristo ressurreto apareceria (Jo 20.1-18). [Comentário: Jesus criou
um movimento novo, rompeu uma série de preconceitos culturais e entre suas
inovações está o discipulado feminino. No seu discipulado, eram admitidas
mulheres, em igualdade de condições com os homens. Jesus convive com elas,
conversa, quer em particular, quer em público, procura escutá-las. elas
participam ativamente e são beneficiadas com milagres e curas. Quebra os
preconceitos da impureza, deixa-se tocar pela hemorroíssa. Ele mesmo toca o
cadáver da filha de Jairo conforme (Mc 5,25-43). Jesus não se esquiva de ser
tachado de imoral e escandaloso, pelos fariseus, enquanto desafia os preceitos
legais e entra em casa de mulheres sozinhas, como a de Marta e Maria (Lc
10,38-42). Jesus chama as mulheres: no caso do seu discipulado, há um chamado
por parte dele, isto é, o mestre toma a iniciativa, costume diferente de outros
filósofos e rabinos. Jesus rompe as discriminações e chama os “impuros”, como o
publicano Levi, zelotes, como Simeão e mulheres como Maria Madalena, Maria mãe
de Tiago e Salomé. As mulheres com gratuidade e prontidão dão resposta e tem
presença marcante no discipulado de Jesus. As mulheres seguiam e serviam Jesus,
conforme Mc 15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima
unge a cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro
por causa de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando
ungiam os reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com
Jesus, o seu messianismo. Essa mulher é Maria Madalena que foi a primeira a ser
enviada para anunciar a Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o
serviço da evangelização. Portanto houve mulheres discípulas e apóstolas que
exerceram seus ministérios. Maria Madalena se destacou entre os homens e mulheres
que seguiam Jesus rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até
Jesus ungindo-lhe os pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em
verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo
mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que
padeceu aos pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a
anunciou aos onze e a todos os outros (Lc 24,9). http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623&id_autor=66&id_utente=&caso=artigos#.VUf93Y5Viko].
2. Mulheres abnegadas. O Evangelho de Lucas revela que Jesus
teve em seu ministério a ajuda de mulheres abnegadas (Lc 7.36-50). O
evangelista mostra Jesus sendo ungido por uma mulher tida como pecadora na casa
de Simão, um dos fariseus. Essa mulher, visivelmente emocionada, usou o
unguento que levou em um vaso de alabastro para ungir Jesus enquanto
beijava-lhe os pés. O Evangelho de João mostra um fato semelhante ocorrido com
Maria de Betânia, que não deve ser confundido com o relato de Lucas (Jo
12.1-8). No texto de João, é destacado que Maria de Betânia também preferiu
derramar sobre os pés de Jesus o perfume do vaso do que usá-lo em
benefício próprio. Esse seu gesto sofreu duras críticas de Judas Iscariotes,
que estava de olho nos trezentos denários que esse unguento poderia render. Ela
considerou muito mais valioso o perdão que o Salvador lhe deu do que os ganhos
que esse perfume poderia lhe trazer. [Comentário: A mulher
pecadora passou por cima de todo e qualquer tipo de convenção quando entrou
naquela casa cheia de fariseus e de pessoas que queriam ouvir Jesus. Um fariseu
jamais receberia uma pecadora em sua casa mas ela, corajosamente, entrou na
casa de Jairo trazendo com ela um vaso de alabastro cheio de ungüento. O vaso
de alabastro era produzido com um tipo de pedra frágil, transparente, que pode
ser facilmente polida ou esculpida. Era muito usada para substituir o vidro. Os
frascos com perfume de alabastro eram selados e descartáveis. Eram quebrados ao
abrir e jogados fora quando vazios. Chegando até onde Jesus estava, ela
"... começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os
cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento"
(Lc 7.38). O que mais perturbou o dono da casa não foi tanto a presença dela
mas, principalmente, aquilo que ela fez. Ele, realmente, deixou transparecer
revolta, e uma grande perturbação. Não sabemos se por ela está usando em Jesus
o ungüento que era tão caro ou porque não achava Jesus digno de ser ungido
assim como eram os reis. Jesus, que é Deus, onisciente, com certeza conhecia o
coração de Jairo e sabia o porquê da sua revolta].
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus contou com a ajuda de mulheres
que tinham disposição para servi-lo no Reino de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"'Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana' (Lc 3.3).
O Herodes mencionado aqui é Herodes Antipas, governador da Galileia. O registro
não diz de que mal Joana foi curada - se era uma possessão demoníaca ou uma
enfermidade física. A sua posição mostra que as pessoas proeminentes também
eram levadas a Cristo. Supõe-se que nesta época ela fosse viúva. Sobre Suzana
não se sabe nada, exceto seu nome. Apenas três nomes são mencionados -
sem dúvida devido à sua importância. Mas houve muitas mais, constituindo uma
grande sequência de mulheres que o serviam com suas fazendas. Isto talvez
signifique que todas eram mulheres de posses, possivelmente membros da classe
alta" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p.402).
IV - MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OFERTAR
1. O trabalho rabínico. Lucas registra que Jesus
"andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o
evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele" (Lc 8.1). A dedicação
de Jesus e seus doze discípulos ao ministério da Palavra era exclusiva. Como se
dava, então, a manutenção desse ministério? Jesus orientou seus discípulos
quando estivessem em missão a que "ficassem na mesma casa, comendo e
bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não
andeis de casa em casa" (Lc 10.7).
O trabalhador era digno de seu salário. Um rabino não podia receber
pagamento pelo que ensinava, mas a cultura hebraica considerava uma obrigação e
um privilégio sustentar um rabino. Há um princípio válido aqui - o obreiro não
deve ter valores materiais como a motivação do seu ministério. Por outro lado,
aqueles que se beneficiam desse ministério, devem ajudá-lo em sua
manutenção. [Comentário: “Digno é o trabalhador do seu salário" (Lucas 10.7) é um dito
de Jesus dirigido aos obreiros do evangelho. Os doze apóstolos foram
encaminhados à missão em Israel com este ditado (Mateus 10.10)42. Os setenta
receberam a mesma recomendação (Lucas 10.7). Paulo citou duas vezes este dito,
uma vez fazendo referência à sua pessoa e aos obreiros em geral (1 Coríntios
9.14) e outra vez falando especificamente sobre os bispos da igreja (1 Timóteo
5.18)44. A forma como o ditado aparece em Mateus 10.10 é um pouco diferente da
que ocorre no outros textos: "Digno é o trabalhador do seu alimento".
O uso do termo "salário" (em Mateus 10.10) ou "alimento"
(em Lucas 10.7) não altera o sentido básico do provérbio. O sentido deste
provérbio é duplo: o obreiro vai receber o que merece e o obreiro vai merecer o
que recebe. Ele vai receber o que merece no sentido de sua segurança pessoal:
ele não vai morrer de fome. Ele vai merecer o que recebe no sentido de que não
há vergonha nenhuma em ser sustentado: ele é um homem honrado e digno. Ele
merece. Assim o Mestre fala aos obreiros de segurança e honra, ligadas ao
sustento que recebem por pregar o evangelho. O provérbio de Jesus, "Digno
é o trabalhador do seu salário", sugere muita aplicações práticas que já
foram notadas acima. Queremos reforçar os seguintes pontos:
1. Honremos aos obreiros que vivem do evangelho. Gálatas 6.6 diz que o
aluno deve fazer o seu professor participar das coisas boas que ele tem. Isto
quer dizer que o aluno "divide" seus bens com o professor. Não é
certo deixar em dificuldades de sustento aqueles que nos instruem no evangelho.
O salário (ou melhor: honorário) do obreiro deve servir para honrar aquele que
o recebe e não ofendê-lo (1 Timóteo 5.17-18). Por isto Gálatas 6.7-10 adverte
para não zombar de Deus pela negligência ao sustento dos professores. Se
investimos (semeamos) apenas nas coisas pecaminosas, só havermos de colher
corrupção. Deve-se semear para o que é ligado ao Espírito Santo, e então teremos
os resultados na vida eterna. Assim, é para fazer o bem a todos, começando com
a família da fé, e no contexto, os primeiros a serem atendidos são os
professores da Palavra de Deus.
2. Não aceite extremos. Num extremo está o obreiro que não é atendido dignamente
pela irmandade. No outro está o mercenário que muda de igreja em igreja,
conforme a melhor oferta de emprego. Nenhuma destas situações pode ser
permitida. Não há nada errado em ser bem pago pela igreja. De fato, há casos em
que isto precisa ocorrer por mandamento (1 Timóteo 5.17-18). O erro é ter isto
como método de vocacionar obreiros ou como alvo de carreira ministerial. Por
outro lado, sujeitar um obreiro e sua família a uma situação degradante,
recebendo o menor salário possível, é zombar de Deus e incorrer em grave perigo
espiritual.
3. Não se desculpe. Os obreiros não devem ceder à pressão social que
qualifica seu trabalho como desnecessário ou indigno. Quem acha que o obreiro
esforçado e trabalhador é um homem que ganha sem fazer nada, provavelmente
teria feito o mesmo juízo de Jesus, se tivesse convivido com ele. "Digno é
o trabalhador do seu salário/alimento".
4. Um apelo à fé. Pregar o evangelho é o trabalho mais importante do
mundo. A igreja tem o privilégio de mostrar sua fé no valor do evangelho
sustentando financeiramente aqueles que ela mesma reconhece como vocacionados
por Deus para realizar esta tarefa. O obreiro também deve mostrar sua fé,
confiando que Deus vai assegurar-lhe o necessário, de um modo ou de outro, para
que ele continue a pregar a Palavra de Deus. http://www.hermeneutica.com/estudos/digno.html].
2. Apoio feminino. Na cultura judaica do tempo de Jesus,
a participação das mulheres na vida pública era bem limitada. As mulheres, por
exemplo, não podiam estudar e não podiam ensinar. Mas nem por isso deixaram de
participar do ministério do Mestre. Lucas diz que elas serviam o Senhor
com suas fazendas, isto é, com seus bens (Lc 8.3). Enquanto Jesus e seus doze
apóstolos se dedicavam ao ministério da Palavra, essas mulheres lhes davam
suporte financeiro e material. Por trás de grandes ministérios, sempre há
alguém dando suporte, seja financeiro, seja, espiritual. Não podemos negar que
atualmente as mulheres têm desempenhado um papel importante na obra do Senhor.
Muitas têm se dedicado à oração, ao serviço social, à contribuição, à obra
missionária, etc. Grande parte da obra missionária é feita por mulheres. São
milhares de servas que dedicam suas vidas à seara do Senhor. O serviço de Deus
é para todos que amam ao Senhor, independentemente de gênero [Comentário: A mulher
judaica trabalhava duramente em casa e no campo. Plantava, colhia, moía o
trigo, a cevada e outros cereais. Preparava o pão, cozinhava, buscava água nas
fontes e poços. Fiava e tecia o linho e a lã para fazer as roupas. Cuidava da
família e educava os filhos. Lucas fez algo que os outros não tiveram cuidado
em fazer: ouviu as mulheres. O que elas disseram e perceberam foi igualmente
importante para o registro fiel da história de Jesus. Ele registra o nome das
mantenedoras do ministério itinerante de Jesus (8.1-3). Lucas enfatiza o lugar
das mulheres piedosas no ministério de Jesus, chamado especial atenção ao apoio
financeiro. Maria Madalena se tornou uma mulher profundamente agradecida ao
Senhor! Sua vida foi restaurada e ela, agora, desejava servi-Lo para sempre. Lucas
registra que as mulheres que serviam a Jesus com seus bens tinham uma
característica em comum: elas haviam sido curadas de enfermidades de libertas
de espíritos malignos. Quando lemos esse registro, não há como não perceber que
contribuição dessas mulheres partia de um coração grato pela libertação que
haviam recebido. E Jesus de forma alguma limitaria essa expressão de gratidão. Curiosamente,
no capítulo anterior (Lucas 7:36-50), é relatada a história de uma mulher que
ungiu com perfume os pés de Jesus. Ao olhos de alguns, essa oferta poderia
parecer desnecessária, uma excentricidade. Porém, o Mestre não apenas a recebe
como também destacou que a motivação da daquela mulher era o seu amor e sua
gratidão por saber que havia sido muito perdoada (Lc. 7:36-50). Jesus não
poderia impedir aquela mulher de demonstrar seu coração grato.].
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Jesus contou com a ajuda de mulheres
que tinham disposição para ofertar.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É importante reconhecer que quando Deus criou a humanidade, quando
fez os seres humanos à sua imagem, Ele os criou macho e fêmea (Gn 1.27), e não
'um ou outro'. Portanto, a imagem de Deus aparece tanto no homem (o macho)
quanto na mulher (a fêmea), e as características peculiares de cada sexo são
completamente necessárias para espelhar a natureza de Deus. A própria palavra
ishsha para 'mulher' sugere as suas sensibilidades e dons especiais dados por
Deus no campo emocional. Estas características servem para realçar a
humanidade. A mulher possui uma sensibilidade especial para as necessidades
humanas que lhe permitem entender intuitivamente as situações e os sentimentos
das outras pessoas" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006, p.1312).
CONCLUSÃO
No judaísmo do tempo de Jesus, conversar com uma mulher era considerado
um ato vergonhoso (Jo 4.27). Mas Jesus conversou, ensinou, curou, libertou e
valorizou as mulheres como homem algum jamais o fez. Lucas nos mostra que as
mulheres tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus.
Graças a Deus pelo trabalho das mulheres na Seara do Senhor [Comentário: As mulheres
tinham uma importância maior na vida e ministério de Jesus do que normalmente
se reconhece. A maioria das pessoas concentra as atenções em Maria, sua mãe,
entretanto os relatos bíblicos mostram algo bem mais amplo. Revelam um
relacionamento com um grupo específico de mulheres que estavam entre seus
seguidores mais íntimos. Mostram sua preocupação em comunicar-se com todas as
mulheres, usando linguagem que as incluía. Claramente rejeitava uma porção de
estereótipos da sua época, e se dirigia às mulheres fundamentalmente como
pessoas. Jesus inaugura uma experiência do Reino que recupera as pessoas,
restituindo-lhe sua integridade e sua dignidade.]. NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2015
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de
Lucas, responda:
Como era a situação das mulheres no judaísmo nos dias de Jesus?
No judaísmo do primeiro século, a mulher não participava da vida
pública. A mulher era tida como um objeto que poderia ser usado e
descartado.
Como a Bíblia fala de Maria a mãe de Jesus?
A Bíblia mostra que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus para fazer
parte diretamente do Plano da Salvação.
De acordo com a lição, qual o nome de algumas mulheres, citadas por
Lucas, que serviram a Jesus?
Lucas cita Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes,
e Suzana.
De que forma as mulheres apoiaram Jesus em seu ministério?
Elas apoiaram Jesus com seus recursos financeiros.
Qual a importância da mulher na expansão do Reino de Deus?
Sua importância é de grande valor. Muitas mulheres têm se dedicado à
oração, ao serviço social, à contribuição, etc. Grande parte da obra
missionária é feita por mulheres.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº
62, p. 40.
Você encontrará mais subsídios para
enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Jesus o Amado da Alma da Mulher
Baseando-se em histórias das
Escrituras, os Lutzers mostram como Jesus desafiou a tradição e confirmou
mulheres como verdadeiras parceiras na família de Deus.
Simplesmente como Jesus
Deus o ama como você é, mas se recusa
a deixá-lo desse jeito. Ele quer que você seja simplesmente como Jesus.
História dos Hebreus
Em História dos Hebreus,
o autor descreve com detalhes os grandes movimentos históricos judaicos e
romanos. Esta obra, depois da Bíblia, é a maior fonte de informação sobre o
povo Judeu