THINKING
MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
Lição 9
31 de Maio de 2015
As Limitações dos Discípulos
TEXTO ÁUREO
"E roguei aos teus discípulos
que o expulsassem, e não puderam."
(Lc 9.40)
VERDADE PRÁTICA
Ao longo de seu ministério, Jesus foi seguido por homens simples,
imperfeitos e limitados, mas jamais os descartou por isso.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 9.40,41
A falta de fé dos discípulos mesmo depois de verem os milagres
Terça - 9.46-48
Jesus não aceita a disputa dos discípulos
Quarta - Lc 9.49,50
Jesus repudia o exclusivismo dos discípulos
Quinta - Lc 12.13,14
Jesus é contra a avareza dos discípulos
Sexta - Lc 12.22-34
Jesus ensina os discípulos quanto a solicitude da vida
Sábado - Lc 7.40-50
Os discípulos e a necessidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 9.38-42,46-50
38 - E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que
olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho.
39 - Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até
espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado.
40 - E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
41 - E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até
quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho.
42 - E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou;
porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu
pai.
46 - E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o
maior.
47 - Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança,
pô-la junto a si
48 - e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome
recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim recebe o que me enviou; porque
aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.
49 - E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome
expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.
50 - E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é
por nós.
OBJETIVO GERAL
Despertar nos crentes o desejo de
cultivar as verdadeiras virtudes cristãs.
HINOS SUGERIDOS: 220,224,601 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos sub-tópicos.
1.
Destacar que a melhor maneira de encher-se de fé é pela oração e
conhecimento da Palavra de Deus.
2.
Mostrar que o exclusivismo nada tem a ver com o ensinamento de Jesus.
3.
Explicar o perigo de um coração avarento e suas consequências.
4.
Estimular os crentes a perdoar uns aos outros
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, muitos crentes têm uma ideia equivocada sobre as pessoas de
Deus que foram inspiradas pelo Espírito Santo, a fim de escreverem textos
sagrados que hoje norteiam a nossa vida e são tidos por nós como a única regra
de fé e de prática. Referimo-nos aos apóstolos do Senhor. A lição desta
semana mostrará que, como nós, os apóstolos do Senhor eram pessoas falíveis e
que na caminhada cristã não há lugar para fingirmos superioridades espirituais
ou coisas semelhantes. Então, procure explicar aos alunos que a vida cristã é
feita de atitudes espirituais, entretanto, humanas também. As falhas e os
tropeços não podem ser encarados por nós como um erro sem perdão. Nós corremos
o risco de falharmos em nossa missão por fraqueza ou fragilidade. Todavia, a
nossa fé tem de estar fincada no Evangelho para desbaratarmos todas as
artimanhas da vida e do Inimigo das nossas almas. Por isso, a partir desta
lição, os seus alunos devem sentir-se encorajados por você a ter uma vida de
fé, de oração e de leitura da Palavra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os discípulos de Cristo demonstraram, em certos momentos da vida,
exclusivismo, egoísmo, imaturidade, bairrismo, etc. Eles erraram quando se
esperava que acertassem (Lc 9.40,41). Jesus censurou tais comportamentos e
corrigiu o grupo, mas não abandonou os discípulos.
Nesta lição, veremos como, em diferentes circunstâncias, os discípulos
agiram de forma oposta àquilo que o Senhor lhes havia ensinado e como Jesus os
conduziu à maneira certa de agir. Esses fatos demonstram que os seguidores de
Cristo não eram super-homens, mas, sim, seres humanos que viviam suas
limitações e, como tal, dependiam de Deus para superá-las. Esses exemplos
servem para nos orientar em nossa jornada de fé a fim de que possamos cultivar
as verdadeiras virtudes cristãs. [Estamos analisando o terceiro
evangelho, no entanto, em Mateus 10.1, encontramos o relato onde Jesus dá
autoridade àqueles que ele havia chamado para ser seus discípulos. Com base no
título desta lição, que tipo de autoridade era esta e para que servia? Neste
mesmo capítulo, nos versículos 24-25, Jesus afirma que “o discípulo não está
acima do seu mestre” e que “basta ao discípulo ser como o seu mestre”. Aos
discípulos bastava serem iguais a Jesus! (1Co 11.1; Gl 4.19). Segundo João
8.31, um discípulo é alguém que permanece na palavra do seu Mestre Jesus, tem
amor aos outros discípulos (Jo 13.35) e dá muito fruto (Jo 15.8), até chegar à
maturidade, à plenitude de Cristo (Ef 4.13). Como e em que grau a jornada daqueles
discípulos foi marcada por estas características? E a nossa? Por que os
discípulos não puderam expulsar o espírito mudo? Qual era a sua limitação? Qual
tem sido a nossa limitação?]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
I - LIDANDO COM A DÚVIDA
1. A oração e a fé. Logo após acalmar a tempestade no mar da
Galileia, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Onde está a vossa
fé?" (Lc 8.25). Essa não foi a única vez que o Senhor censurou os
discípulos por não demonstrarem a fé necessária em Deus. Quando viu a
inoperância dos discípulos frente a um menino endemoninhado, Ele disse: "Ó
geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos
sofrerei?" (Lc 9.41). Há algo em comum nestas passagens bíblicas - elas se
relacionam com a vida devocional dos discípulos. A timidez mostrada durante a
travessia do mar (Lc 8.25) e a falta de autoridade para expelir o demônio do
garoto eram frutos de uma vida devocional pobre. Pouca oração, pouco poder!
Nenhuma oração, nenhum poder! As passagens paralelas de Mateus e Marcos
demonstram tal princípio (Mt 8.23-27; 17.14-20; Mc 4.35-41; 9.14-29). [Este mesmo
acontecimento tem paralelo em Marco 9.14-29. Nesta perícope, Jesus afirma ao
pai daquele jovem: “Se tu podes crer...” A questão pode ser compreendida como
“Foi por isso que você disse?” A exclamação de Jesus capta as palavras
duvidosas desse pai. A questão que decide o assunto não é poder de Jesus, mas a
fé do homem! A declaração de Jesus em relação à fé não nos concede a liberdade
de presumir a respeito da bondade de Deus ao pedir irresponsavelmente coisas egoístas.
Nosso desejo deve estar de acordo com a vontade de Deus (1Jo 5.14,15). A fé
daquele pai havia estremecido e ele estava consciente dessa imperfeição.
Portanto, ele pede a Jesus para afastar toda a dúvida e conceder-lhe a fé
inquestionável! Oramos pedindo que a nossa fé seja aumentada? Seja
inquestionável?].
2. A Palavra de Deus e a fé. Se a falta de oração traz
incredulidade, por outro lado, a falta de conhecimento da Palavra de Deus
produz efeito semelhante. É isso o que mostra a história dos dois discípulos no
caminho de Emaús (Lc 24.13-35). No mesmo dia em que ressuscitou, o Senhor apareceu
a dois deles quando se dirigiam para a aldeia de Emaús, cerca de 12 quilômetros
de Jerusalém. Depois de dialogar com eles, Jesus percebeu o quanto eram
incrédulos. O Mestre reprovou a incredulidade dos discípulos e os chamou
de néscios, isto é, desprovidos de conhecimento ou discernimento (Lc 24.25).
Atualmente, também, muitos que se dizem discípulos, estão sem
conhecimento, discernimento e fé no mover de Deus. Que o Senhor Jesus encha os
nossos corações de fé para que possamos viver e pregar a sua Palavra. [Os fatos narrados
em Lucas 9, a partir do versículo 37, vêm logo depois de “Reunindo os doze, deu-lhes poder (dunamis) e autoridade (exousia) sobre
todos os demônios e para curarem enfermidades” de Lc 9.1! Repare que os
discípulos não foram bem sucedidos, nessa delegação de poder e autoridade: "E
roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam". "E
Jesus, respondendo disse: Ó geração INCRÉDULA E PERVERSA"! (...) Jesus nos
mostra no verso 41, que a nossa autoridade deve ser baseada em duas coisas de
suma importância: com relação à incredulidade temos a FÉ, com relação a perversidade, devemos andar em SANTIDADE. A mensagem central desse episódio
que é contado pelos 3 evangelhos sinóticos: Mateus 17,14-20; Marcos 9,14-29 e
Lucas 9,37-43, é a questão da fé. Isso é evidente em Mateus, quando os
discípulos perguntam por que não puderam expulsar aquele demônio. Jesus, nesse
momento, responde: Por causa da fraqueza
da vossa fé, pois em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda,
direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e
nada vos será impossível" (Mateus 17,20).].
PONTO CENTRAL
Como seres humanos, somos limitados e imperfeitos. Entretanto, uma vez seguindo
a Jesus, podemos ter fé.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A intensidade da vida de oração mostra a qualidade de uma vida
devocional. Enquanto que a Palavra de Deus produz fé viva
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Alguns fatos marcam o capítulo 9 de Lucas. (1) A falta de poder dos
discípulos para expulsar o demônio; (2) a falta de capacidade dos discípulos em
compreender o caminho do calvário de Jesus Cristo; (3) o orgulho dos
discípulos; (4) a intolerância dos discípulos em relação a outros que não
andavam com eles. Portanto, sugerimos, para o domínio desses quatro episódios
citados e desenvolvidos ao longo da lição, a leitura e o estudo dos respectivos
versículos do capítulo 9: vv.37-43; vv.44,45; vv.46-48; vv.49,50.
CONHEÇA MAIS
*Os setenta
"Outro grupo notável eram os setenta que Jesus enviou para preparar
o terreno para Ele nas cidades que visitaria em seu caminho para Jerusalém (Lc
10.1). Se os doze discípulos espelham as doze tribos de Israel, então talvez
esses setenta espelhem os anciãos que Moisés designou para assisti-lo na
liderança da nação de Israel (Nm 11.16,24,25)." Leia mais em Guia Cristã
da Bíblia, CPAD, p. 70.
II - LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO
1. Evitando a primazia. Lucas registra que
"suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas
Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a
si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a respeito de
humildade. O exemplo de Jesus ao tomar uma criança, foi excelente e, com
certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos. O
adjetivo comparativo meizon, traduzido como "maior", nesse texto,
mantém o sentido de "mais forte que". A ideia aqui é de primazia!
Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o mais apto? Pensamentos
assim não refletem a mente de Cristo, mas uma mente mundana e secularizada.
Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são causados por leigos e clérigos
que querem exercer a primazia. Em Cristo Jesus, todos são iguais. Não somos
superiores ou inferiores a ninguém. [Os discípulos de Jesus tinham
dificuldades em conviver com o sucesso, imaginário no caso, do outro. A disputa
deles tem a ver com a incapacidade de se respeitar o outro e em se admirar o
outro e de se entender que cada um tem um lugar no Reino de Deus, em função de
suas habilidades e em função da necessidade do Reino. Os samaritanos odiavam os
judeus porque estes cultuavam em Jerusalém; eles detestavam o sectarismo judeu.
Por esta razão, não cooperaram, como mandava a hospitalidade, com os discípulos
de Jesus que recolhiam donativos para a viagem. A sua intolerância os cegou
para ver o Messias. Os judeus odiavam os samaritanos porque eles, no passado,
tinham se envolvido em casamentos mistos (com não judeus) e agora não podiam
ser aceitos na comunidade dos filhos de Abraão. Os discípulos se tornaram
escravos deste mesmo sentimento. A sua intolerância os levou a agir contra suas
próprias convicções espirituais. Eles eram crentes, o que prova que mesmo os
mais crentes, como Pedro, Tiago e João, os mais íntimos de Jesus, podem se
tornar intolerantes, violentamente intolerantes. O caminho para o reino dos
céus se dá mediante a simples confiança e dependência de uma criança, e o
caminho para a grandeza acontece através da humildade de uma criança expressa
pelo serviço modesto].
2. Evitando o exclusivismo. Jesus também combateu o
exclusivismo que se revela através da mentalidade de um grupo fechado (Lc
9.49,50). A razão dada pelos apóstolos para barrarem a ação daquele homem foi
que ele não fazia parte do grupo. Jesus mostra que o fato de expulsar os demônios
pela autoridade do seu nome e partilhar das mesmas convicções dos apóstolos
credenciava aquele homem a exercer o seu ministério. Embora não fizesse parte
do grupo dos Doze, partilhava da mesma fé. Não se trata, portanto, de validar
crenças e práticas sectárias ou heréticas, mas sim de não permitir que o
exclusivismo religioso nos cegue de tal forma que só venhamos a enxergar o
nosso grupo. [João, discípulo de Cristo, em uma de suas andanças encontrou um homem
que expelia demônios usando o nome de Jesus. Este homem não era um dos
seguidores de Jesus no mesmo sentido que eram os apóstolos e outros
comissionados para aquele trabalho (Lucas 9.1-2; 10.1-12). João, talvez
inspirado por um espírito de partidarismo como o de Josué (Números 11.16-30),
proibiu o homem de continuar sua obra. Talvez, por causa do ensino sobre
receber alguém em nome de Jesus, ele lembrasse do homem que, aos seus olhos,
estava usando este nome sem merecê-lo e portanto não devia ser acolhido. Ele
pede o parecer de Jesus sobre sua ação (Marcos 9.33-38; Lucas 9.46-49). Ironicamente
João estava agindo como os escribas que anteriormente se opuseram a Jesus
apesar da evidência da ação do Espírito Santo na realização de exorcismos
(Marcos 3.22). Agora ele se opunha a um homem que tinha evidência de ter fé em
Jesus e que estava fazendo o que alguns apóstolos não tinham conseguido um
pouco antes (Marcos 9.18,28). O Mestre ensinou que o comportamento de João, que
representava o dos doze, era errado (Marcos 9.39-40). "Quem não é contra nós, é por nós"
diz Jesus. Se aquele exorcista usava o nome de Jesus, deveria ter sido
considerado como amigo por João e não como inimigo ou concorrente. Os
discípulos de Cristo não precisam tomar "posições" com respeito aos
homens; os homens é que precisam tomar uma posição com respeito a Jesus. O
sentimento de rivalidade e de competição não é compatível com o caráter de
servo que Jesus ensinou aos seus seguidores. Ser seguidor de Jesus é aprender a
reconhecer que nem tudo tem de ser feito a nosso modo. Se o exorcista estava a
favor de Jesus, deveria ser incentivado e não criticado; deveria, se
necessário, ser instruído com maior exatidão sobre o caminho do Senhor (Atos
18.24-19-7). Ele não era como os sete filhos de Ceva (Atos 19.13-16), mas
parecia ser alguém com uma boa atitude espiritual. Este texto tem sido usado
para ensinar que não importa a doutrina que alguém prega, desde que fale de
Jesus: uma espécie de relativismo espiritual, onde um espírito meio ecumênico e
meio eclético é transportado ao texto bíblico. Dizem: "Não importa se ele
está pregando certo ou errado, mas se está falando de Jesus, devemos
considerá-lo como irmão". Este modo de pensar é incentivado pelas Bíblias
onde este texto recebe o título: "Jesus ensina tolerância e
caridade". O texto não ensina nada disto! Ensina que devemos saber
reconhecer apoio a Cristo e fé nele, mesmo quando a pessoa não é claramente
identificada com Jesus. É um texto que manda abrir os olhos para ver o apoio à
causa de Cristo e não um texto que manda fechá-los ao desvio da verdade. Nada
podia ser declarado sobre a salvação deste exorcista (Mateus 7.21-23), nem
ainda sobre todos os seus motivos interiores (Filipenses 1.15-18). De qualquer
forma, ele não era neutro em relação a Jesus, mas estava do lado dele, pois
"quem não está contra, está a favor" e vai evidenciar este fato com
atos de verdadeira fé (Marcos 9.41).].
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus rechaçou a ideia de primazia e
de exclusivismo para aqueles que professam a fé cristã.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Um argumento irrompe entre eles [os discípulos] sobre quem é o
mais importante. Jesus tinha acabado de predizer seu sofrimento e morte
sacrificais. As aspirações mundanas dos discípulos por posição e prestígio
exprimem que eles não compreenderam seu ensino sobre a abnegação e a humildade.
Aspirando por elevadas posições, eles caem na armadilha do orgulho e do
ciúme" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, p.379). Tal comentário, inspira-nos a perguntar:
"Abraçamos a causa do Evangelho por amor ou por vantagens e
prestígios?"; "Será que um verdadeiro discípulo de Cristo pode se
livrar facilmente de uma vida de renúncia e de sofrimento por Ele?";
"Para quem serve o Evangelho?"; são as perguntas obrigatórias a serem
feitas nos dias de hoje.
III - LIDANDO COM A AVAREZA
1. Valores invertidos. No relato de Lucas, Jesus
acabara de incentivar seus discípulos a dependerem do Espírito Santo (Lc 12.12)
quando um homem que estava no meio da multidão falou: "Mestre, dize a meu
irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12.13). Essa solicitação estava na
contramão dos ensinos de Cristo e por isso recebeu a censura dEle: "Homem,
quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" (Lc 12.14). Enquanto
Jesus ensinava a se evitar uma atitude legalista e materialista, esse homem age
de forma diametralmente oposta àquilo que fora ensinado. Ele estava preocupado
com a herança! Como muitos fazem hoje, não estava preocupado em seguir os
ensinos de Cristo, mas usá-lo como trampolim para alcançar seus objetivos - a
satisfação material. [Quando o homem pediu a Jesus que arbitrasse a
disputa da herança, ele se recusou, fazendo a pergunta: “Homem, quem me
constituiu juiz ou partidor entre vós?” (Lucas 12:14). Ele estava simplesmente
dizendo que não era seu propósito acertar querelas de propriedade. É certo que
o homem tinha entendido mal a meta da missão de Jesus. O Senhor poderia ter
deixado isso assim, mas não o fez. Jesus acrescentou uma advertência: “Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não
consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15). Que declaração
forte! “Tende cuidado” ‒ mas o Senhor não ficou numa única declaração de
perigo; ele acrescentou outra ‒ “guardai-vos”. E qual era o perigo contra o
qual ele estava advertindo tão duramente? Avareza. Ela é o assunto de muitas
advertências bíblicas (Marcos 7:22; Romanos 1:29; I Coríntios 5:10-11; 6:9-11;
Efésios 5:3, 5; Colossenses 3:5; I Timóteo 6:10; II Pedro 2:14). Um pecado
sobre o qual as Escrituras advertem tão frequentemente tem que ser muito
espalhado. Será que somos cegos a este erro em nossas próprias vidas? A avareza
é um desejo desordenado por coisas. Vemos e queremos. Coisas materiais
tornam-se mais importantes para nós do que o Senhor, motivo pelo qual a avareza
é chamada idolatria (Efésios 5:5; Colossenses 3:5). Daí a cobiça leva a outros
pecados. A vida consiste de bem mais do que obter e possuir simplesmente
coisas. Ao invés disso, Deus quer que nós desfrutemos uma vida plena, completa
e equilibrada, e Ele fez provisões através de sua Palavra para que nós nos
realizássemos dessa forma. Ele prometeu suprir todas as nossas necessidades (Fp
4.19) e prometeu satisfazer os desejos de nosso coração (Sl 37.4). Mas Ele
também quer que tenhamos nossas prioridades claras: “Buscai primeiro o Reino de
Deus”. Desse modo – com todas suas promessas e prioridades aplicadas
equilibradamente em sua vida – “e todas essas coisas vos serão acrescentadas”
(mt 6.33)].
2. Evitando a ansiedade. Logo a seguir, Jesus profere um dos
mais belos ensinamentos sobre como deve ser a vida de um verdadeiro discípulo
(Lc 12.22-34). Jesus ensina a respeito das preocupações da vida. Como
discípulos de Cristo não podemos viver ansiosos pelas coisas desta vida.
Precisamos aprender a confiar em Deus, nosso provedor. As palavras de
Jesus também revelam duas maneiras de se enxergar o mundo - mostra como
"os gentios do mundo" (Lc 12.30) entendem a realidade à sua volta e
como os seus discípulos deveriam agir diante das mesmas circunstâncias. São
duas cosmovisões totalmente diferentes e opostas entre si. Enquanto uma
interpreta a realidade da vida tomando por base os valores meramente materiais,
a outra a vê a partir de valores absolutos e espirituais. [Compramos coisas
que não podemos pagar. Logo, devemos tanto dinheiro que não podemos pagar
nossas dívidas. Provérbios 22:7 adverte que quem pede emprestado se torna um
escravo do emprestador. O crédito fácil é um tirano. Como o peixe que abocanha
a isca do anzol, somos atraídos por coisas materiais e pela nossa obsessão de
tê-las agora mesmo. Não podemos pagá-las, mas não importa. Apenas cinco
pagamentos facilitados, ou um cartão de plástico. Mas a satisfação instantânea
tem seu preço, e é alto. A raiz do problema: a avareza ‒ queremos o que
queremos, e faremos coisas erradas para conseguir. Permitimos que nosso emprego
interfira com o serviço a Deus. Tornamo-nos tão devotados à nossa carreira e a
GANHAR MAIS e mais dinheiro que não temos tempo para ensinar, estudar, orar ou
adorar. Deus nos manda trabalhar (2 Tessalonicenses 3:10), mas ele não quer que
façamos de nosso trabalho um ídolo. Ele não quer que esposas negligenciem sua
responsabilidade principal de dirigir o lar (Tito 2:5; I Timóteo 5:14) para se devotarem
a uma carreira. A raiz do problema: avareza ‒ queremos o que queremos ‒ e
faremos um deus de nosso trabalho para conseguir. Murmuramos e nos queixamos a
respeito do que não temos. “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as
cousas que tendes” (Hebreus 13:5). É fácil olhar em volta e ver nossos vizinhos
e colegas com mais do que temos e então sentir-se privado. Sentimos que
ficaríamos contentes se tivéssemos apenas mais uma quinquilharia, mas quando a
conseguirmos, logo desejaremos mais alguma coisa. O problema é nossa atitude,
não nossa posição financeira. “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem
ama a abundância nunca se farta da renda” (Eclesiastes 5:10). Se não estamos
contentes com o que temos agora, não ficaremos contentes com coisa nenhuma. A
raiz do problema: avareza ‒ queremos o que queremos ‒ e nos sentimos despojados
se não conseguimos. Jesus simplesmente disse: “... a vida de um homem não
consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15). Coisas materiais
não são tudo o que a vida é. Nada realmente valioso, desejável ou duradouro
pode ser comprado. O Senhor poderia ter parado aqui, porém não o fez. Jesus e uma Disputa de Herança: Jesus
e uma Disputa de Herança: O Perigo da Avareza (Lucas 12:13-34) http://www.estudosdabiblia.net/d52.htm].
SÍNTESE DO TÓPICO III
Não podemos inverter os valores da vida, pois viver ansiosamente, de
modo materialista, vai na contramão de uma vida forjada no Evangelho
IV - LIDANDO COM O RESSENTIMENTO (Lc 17.3,4)
1. A necessidade do perdão. Jesus sabia quão maléficos são
a falta de perdão e o ressentimento. De fato, a Bíblia mostra que a raiz de
amargura é um mal que deve ser evitado a qualquer custo (Ef 4.31). A falta de
perdão é vista como uma raiz que produz brotos extremamente maléficos (Hb
12.15). No terceiro Evangelho, Jesus nos ensina que a forma correta de se
manter livre desse veneno é possuir uma atitude pronta a perdoar. "Olhai
por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se
arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no
dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe" (Lc 17.3,4). [No sermão do (Mt 6.14,
15), Jesus durante sua ministração, deu uma grande ênfase sobre a importância
da necessidade de perdoar. Entre todos os pontos destacados por Jesus na oração
dominical, sem dúvida alguma, a necessidade de perdoar é o que teve mais
relevância, pois este tipo de preocupação se encontrava indispensável em seu
discurso. A Bíblia diz: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze
a tua oferta” (Mt 5. 23-24). “Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre
ti e ele só” (Mt 18. 15). “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade
com o seu próximo... não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao
diabo” (Ef 4.25-27). “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou,
assim também perdoai a vós” (Cl 3. 13). Em outras palavras... Deus está
dizendo: Não aceito o culto de um coração magoado; Trate logo a ferida; Não
espalhe o veneno da amargura; Vá à pessoa que te magoou, Perdoe... Perdoe...
Perdoe...O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve: “O perdão é o melhor remédio para
a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a alforria
do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é
zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato de misericórdia e
manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E isso, por várias
razões: 1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros. Nós não
somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento
perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita.
Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós
decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas
transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos
entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente
isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao
redor. 2. O perdão é necessário porque
fomos perdoados por Deus. Quem é receptáculo do perdão precisa transformar-se
em canal do perdão. Aqueles que retêm o perdão ao próximo fecham-se para
receber o perdão de Deus. Não existe uma pessoa salva que não tenha sido
perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os perdoados. Logo, é impossível ser
um cristão sem exercitar o perdão. Devemos perdoar assim como fomos perdoados.
Como Deus nos perdoou devemos nós também perdoar uns aos outros. Quando
compreendemos a enormidade do perdão recebido por Deus, não temos mais motivos
para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida com Deus era impagável e Deus
no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados por mérito, mas por graça.
Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor solícito da misericórdia. 3. O perdão é necessário porque por meio dele
restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da
mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus
irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas
dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e
perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras
impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos
sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente
rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão
destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da
alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas
correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou
abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas.
O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O
perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo.
4. O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que
nutre mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é
autodestruição. Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de
veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode
aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode
aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças.
Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz
cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma”. http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/07/perdao-a-cura-para-os-relacionamentos-feridos/#.VWOOIdK4TIU].
2. Perdão, uma via de mão dupla. Jesus também mostrou que o
perdão é uma via de mão dupla (Lc 6.37). Quando ensinou sobre o perdão na
oração do Pai Nosso, Jesus foi categórico em dizer que quem não perdoa também
não será perdoado: "Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15). Não há
dúvidas de que há muitos cristãos com doenças psicossomáticas simplesmente
porque não conseguem perdoar. Guardam ressentimentos na alma como quem guarda
dinheiro em banco! James Dobson, famoso psicólogo cristão, disse que daria alta
a oitenta por cento de seus pacientes se eles conseguissem perdoar ou se
sentissem perdoados! [Ainda o Rev Hernandes Dias Lopes: “A Bíblia diz
que Deus perdoa os nossos pecados e deles não mais se lembra. Diz ainda, que
devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou. O que significa perdoar
e não mais se lembrar? Significa, porventura, amnésia? Absolutamente não! Deus
não tem amnésia. Deus sabe tudo e jamais fato algum é apagado da sua memória.
Mas, então, o que a Bíblia quer dizer que Deus perdoa e esquece? Significa que
Deus nunca mais cobra outra vez aquilo que ele perdoou. Deus nunca mais lança
em nosso rosto aquilo que confessamos e abandonamos. Assim, também, quando a
Bíblia diz que devemos perdoar como Deus e esquecer, não significa que os fatos
que nos machucaram serão apagados da nossa memória. Isso é impossível e nem
mesmo depende de nós. As coisas vêm à nossa memória querendo nós ou não.
Perdoar e esquecer significa lembrar sem sentir dor; significa nunca mais
cobrar da pessoa perdoada a mesma dívida. O perdão é uma necessidade
fundamental da vida. É impossível ter uma vida saudável emocional, física e
espiritualmente sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode orar. Quem não perdoa não
pode trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa não pode ser perdoado. Quem
não perdoa adoece fisicamente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos e
flageladores da consciência. O perdão é até
mesmo uma questão de bom senso. Quando guardamos mágoa de alguém,
acabamos nos tornando prisioneiros dessa
pessoa. Ela nos escraviza e nos mantém em cativeiro. Quando nutrimos mágoa de
alguém, esse alguém nos perturba continuamente. Se vamos nos assentar para
tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se vamos sair de férias,
essa pessoa pega carona conosco. Perdoar é a única maneira de quebrar essas
correntes e ficarmos livres. O perdão deve ser ilimitado. Jesus nos ensina a
perdoar até setenta vezes sete. Essa cifra não é literal. Ela aponta setenta
vezes o número sete, o número da perfeição. O perdão é ilimitado, pois é dessa
forma que Deus nos perdoa. Jesus deixou esse fato claro na sua parábola do
credor incompassivo. Aquele servo que recebeu um perdão de dez mil talentos não
perdoou seu conservo de uma pequena dívida de cem denários. Dez mil talentos é
seiscentas mil vezes mais que cem denários. Aquele que havia recebido um perdão
seiscentas mil vezes maior negou-se a perdoar alguém que lhe devia uma dívida
seiscentas mil vezes menor. O rei, então, lhe entregou aos verdugos até que ele
“pagasse” a dívida impagável. Um homem precisaria trabalhar cento e cinqüenta
mil anos para adquirir dez mil talentos recebendo o salário de um denário por
dia. A nossa dívida com Deus é impagável. Por isso, o perdão de Deus é
ilimitado. E Jesus foi enfático em afirmar que se não perdoarmos, não seremos
perdoados: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes
cada um a seu irmão” (Mt 18.35). O
perdão é o caminho da cura das feridas. É a ponte de reconciliação das relações
quebradas. O perdão é o remédio divino para os relacionamentos enfermos. O
perdão é o bálsamo do céu para aqueles que andam machucados e feridos pela
mágoa. Hoje é tempo de perdoar. Hoje é tempo de pedir perdão. Hoje é tempo de
restaurar relacionamentos dentro da nossa casa e da igreja, a fim de vivermos
uma vida plena, maiúscula e abundante”. http://hernandesdiaslopes.com.br/2007/09/perdoar-e-lembrar-sem-sentir-dor/#.VWON4dK4TIU].
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O perdão é uma necessidade humana, pois como uma via de mão dupla, à
medida que perdoamos ao próximo, o nosso Deus igualmente nos perdoa.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Jesus de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi 'o descobridor do
papel do perdão no reino dos assuntos humanos'. Pode ser muito afirmar que
Jesus descobriu o papel do perdão social, visto que os profetas e sábios antes
dEle também estavam cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o
seu significado e significação de um modo que causou um efeito profundo na
história humana.
Se examinarmos os livros do Novo Testamento em ordem aproximadamente
cronológica, mais uma vez identificaremos uma trajetória que nos leva a pensar
no perdão de um modo que transcende as metáforas puramente legais ou
financeiras. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de
Jesus com a previsão dos profetas hebreus referente à promessa de perdão e à
vinda do Messias. Diferente das introduções mais longas dos outros Evangelhos,
Marcos cita os profetas e em seguida declara que João Batista 'apareceu' e
proclamou um batismo de arrependimento para (ou em ou voltado para) o perdão de
pecados (Mc 1.4) [...]. Em resposta ao antagonismo dos escribas levantado
contra Ele, Jesus anuncia que 'todos os pecados serão perdoados aos filhos dos
homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem', exceto contra o
Espírito Santo (Mc 3.28,29)" (SANDAGE, Steven J.; SHULTS, F. Leron. Faces
do Perdão: Buscando Cura e Salvação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011,
pp.137-38).
CONCLUSÃO
Ao estudarmos
as limitações dos discípulos, alguns fatos ficam em evidência. Observamos que a
incapacidade para enfrentar Satanás em Lucas 9.40 é justificada em Mateus 17.20
pela falta de fé; a incredulidade dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35)
é justificada pela falta de conhecimento das Escrituras (Lc 24.25-27); o desejo
por grandeza e primazia (Lc 9.46-48) é uma consequência de terem se amoldado à
cultura do mundo, e a falta de perdão existe por não se reconhecer a natureza
perdoadora do Pai celestial. [Nos episódios estudados, vimos uma
sequência de falhas no comportamento dos discípulos. Primeiro, no monte da
transfiguração, Pedro sugeriu igualar Jesus com Moisés e Elias, fazendo uma
tenda para cada um. Enquanto isso, os discípulos que ficaram ao pé do monte não
conseguiam libertar um menino possesso, por lhes faltar a oração e o jejum. Em
seguida eles passaram a discutir qual seria o maior no reino e queriam proibir
um homem de expulsar demônios em nome de Jesus, por não andar com eles. Agora
Tiago e João querem matar os samaritanos que se recusam a receber Jesus. A
competição para ser o maior no reino não terminou nos dias dos discípulos, continua
hoje, mascarada em campanhas religiosas alardeando homens como “O maior
pregador do mundo”, “O mais versado nas Escrituras” ou “O mais poderoso servo
de Deus”. Lideranças que se intitulam “Apóstolos”, “Bispos”, que na verdade não
passam de homens arrogantes, numa guerra de vaidades sem paralelo até mesmo entre
os incrédulos. A resposta de Cristo a tudo isso é: “Vocês não sabem de que espécie de espírito são”.]. NaquEle que
me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2015
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como devemos lidar com a dúvida?
Com oração, leitura da Palavra, tendo fé e uma vida devocional
produtiva.
De acordo com a lição, o que de fato motiva o desejo por primazia?
Uma mente mundana e secularizada.
Como devemos evitar a ansiedade?
Aprendendo a confiar no Senhor, o nosso provedor.
Como devemos entender o perdão?
Que a falta de perdão é maléfica para a alma humana, e por isso, deve
ser evitada.
Por que o perdão é uma via de mão dupla?
Para sermos perdoados por Deus, precisamos perdoar.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 40.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São
artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURa
Liderança Espiritual
A liderança que a igreja vive hoje é resultado de uma mistura tóxica do
espiritual com o secular, em que o sucesso é medido em números, e os pastores
são incentivados a serem celebridades executivas. Nesta obra, Don Cousis
incentiva a liderança a usar os dons dados por Deus para guiar a igreja.
Os 5 Níveis da Liderança
A verdadeira liderança não é uma questão de título. Ser escolhido para
um cargo é apenas o primeiro dos cinco níveis que um líder é capaz de alcançar.
Para se tornar mais do que "o chefe" você precisa ter a capacidade deINVESTIRnas pessoas e
inspirá-las, deve alcançar resultados e construir uma equipe que produz.
Faces do Perdão
Os autores F. LeRon Schuts e Steven J. Sandage, teólogo e psicólogo
respectivamente, ao escreverem Faces do Perdão, se preocuparam em estudar o
significado de perdão e como as pessoas o praticam em sua cultura.