THINKING
MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
Lição 5
3 de maio de 2015
Jesus
Escolhe seus Discípulos
TEXTO
ÁUREO
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"E qualquer que não levar a
sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo." (Lc 14.27)
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VERDADE PRÁTICA
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O chamado para a salvação é de graça, mas o discipulado tem custos.
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LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 4.15,31
Jesus, o Mestre por excelência e
nosso exemplo
Terça - Lc 11.1-4
Jesus não somente ensinou com
palavras, mas também pelo exemplo
Quarta - Lc 9.57-62
Jesus se utilizou de vários métodos
em seu ministério de ensino
Quinta - Lc 14.25-27
Jesus demonstra o alto custo do
discipulado
Sexta - Lc 9.23
O Senhor Jesus Cristo e a preparação
dos discípulos
Sábado - Lc 9.1-12
A missão dos discípulos era árdua,
mas o Mestre estaria com eles
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 14.25-35
25 - Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
26 - Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo.
27 - E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode
ser meu discípulo.
28 - Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta
primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
29 - Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não
a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
30 - dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
31 - Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não
se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro
do que vem contra ele com vinte mil?
32 - De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e
pede condições de paz.
33 - Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não
pode ser meu discípulo.
34 - Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará?
35 - Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem
tem ouvidos para ouvir, que ouça.
HINOS SUGERIDOS: 115, 127, 132 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar como se deu a escolha e a
chamada dos primeiros discípulos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos
específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
I. Analisar a vida de Jesus enquanto Mestre.
·
II. Explicar como se deu o chamado dos discípulos.
·
III. Saber como foi o treinamento dos primeiros
discípulos.
·
IV. Analisar a missão de
Jesus e de seus discípulos.
INTRODUÇÃO
Como crentes, temos consciência do valor que a pregação da Palavra tem
para a construção do Reino de Deus. Todavia, quando lemos os Evangelhos,
acabamos descobrindo que Jesus, durante o seu ministério terreno, ensinou mais
do que pregou. Na verdade, suas pregações, mesmo quando proclamações, eram
recheadas de conteúdo pedagógico. Esses fatos nos mostram a importância que o
ensino tem para um aprendizado eficiente. Nesta lição, aprenderemos com o
Mestre dos mestres como Ele ensinou os seus seguidores e como, dentre eles,
formou seus discípulos. [Comentário: Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “ensinar”
é “repassar (a alguém) ensinamentos sobre (algo) ou sobre como fazer (algo);
doutrinar, lecionar”; “transmitir experiência prática a; instruir (alguém) por
meio de exemplos”; “tornar (algo) conhecido, familiar (a alguém); fazer ficar
sabendo”; “dar lições a; instruir”; “mostrar (a alguém) as conseqüências ruins
de seus atos”; “mostrar com precisão; indicar”. A palavra vem do latim
“insigno”, cujo significado é “’pôr uma marca, distinguir, assinalar”. Se houve
um título que Jesus sempre aceitou foi o de Mestre (Jo 13.13), numa clara
demonstração de que sempre quis ser reconhecido como tal. Isto já nos permite
observar como o ministério de ensino se encontra no âmago da missão do Senhor.
Lucas, ao sintetizar o ministério terreno de Jesus, no início do livro de Atos
dos Apóstolos, disse que Jesus, na Terra, veio “fazer e ensinar” (At 1.1), numa
outra prova bíblica de que o ensino foi um dos pilares de todo o ministério
terreno de Cristo. De igual maneira, a Igreja, corpo de Cristo que é (1Co 12.27;
Ef 4.12), deve dar prioridade ao ensino da Palavra de Deus enquanto o Senhor
não vem para arrebatá-la. Nossa pregação deve consistir em “ensino”, afinal, a
pregação é a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a
transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam
ouvi-lo. Vemos em 1Co 2.:4, que a pregação não é um simples ato de retórica, um
discurso político ou uma estratégia de ensino para transferir conhecimentos.
Ela e a "demonstração do Espírito e de poder..."]
I – O MESTRE
1. Seu ensino. Jesus, o homem perfeito, foi o Mestre por
excelência. A maior parte do seu ministério foi dedicada a ensinar e a preparar
os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17; 6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o
ministério de Jesus foi centralizado no ensino. As Escrituras registram que as
pessoas ficavam maravilhadas com o ensino do Senhor (Lc 4.22). Elas já estavam
acostumadas a ouvir os mestres judeus ensinando nas sinagogas (Lc 4.20). Porém,
quando ouviram Jesus ensinando, logo perceberam algo diferente! (Mt 7.28,29) O
que era? Ele as ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os
outros disseram. A natureza de seu ensino era diferente - seu ensino era de
origem divina (Jo 7.16). [Comentário: O Rev. Hernandes Dias Lopes esclarece: “Jesus foi
o maior mestre da história. Seu nome se alteia acima dos grandes corifeus deste
mundo. Sócrates ensinou durante 40 anos. Platão ensinou 50 anos. Aristóteles
encheu bibliotecas com a sua erudição. Jesus não deixou nenhum livro, nenhum
tratado nem sequer uma página escrita. Não lecionou em nenhuma Universidade,
contudo, foi o MAIOR MESTRE do mundo. Jesus revolucionou o mundo com a sua
influência e com o seu ensino. JESUS não escreveu palavras no papel, mas
gravou-as no coração dos seus discípulos e estes, outrora acovardados
tornaram-se verdadeiros gigantes da fé, protagonistas incontestáveis da maior
revolução e transformação da história: vidas foram arrancadas do negrume da
ignorância; perdidos foram encontrados, enfermos foram curados, cegos viram,
surdos ouviram, mudos falaram, os atormentados acharam paz, os enclausurados
acharam liberdade, os párias foram dignificados e os homens rebeldes foram
reconciliados com Deus. JESUS, O MESTRE veio para mostrar aos filósofos gregos
a suprema verdade, veio para vencer o orgulhoso romano e colocar no seu
estandarte uma cruz em vez de uma águia, veio para afagar em seus braços os
continentes.” http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/jesus-o-mestre-por-excelencia/#.VT7GLyFViko.
William Hendriksen, no Comentário do Novo Testamento (Cultura Cristã), comenta:
“Quando Jesus parou de falar, a grande multidão, que fascinada o ouvia, estava
em estado de espanto. Em nosso idioma é muito difícil, talvez impossível,
reproduzir o exato sabor do pitoresco verbo usado no original para descrever o
estado do coração e da mente do povo. As várias versões em português traduzem o
termo por “maravilhadas” (Atualizada), “admirou-se” (Corrigida), “extasiadas”
(Bíblia de Jerusalém). The Amplified New Testament traz: “estavam atônitos e
dominados de perplexa admiração." Essas traduções são todas elas muito
úteis. O significado literal do original é “ficaram como que fora de si”.
Tem-se sugerido “tirados de seus sentidos”. Compare-se também com o alemão “ser
trazido para fora de si” (Lenski, op. cit., p.305) e o holandês “derrotados
para fora do campo ”. O tempo do verbo mostra que esse estado de assombro não
foi só uma experiência momentânea, mas que durou algum tempo. Poder-se-ia muito
bem perguntar: Quais foram algumas das razões desse sentimento de admiração e
assombro? Mt 13.54,55 poderia fornecer parte da resposta. Não obstante, com
base no próprio sermão e em 7.28 (“não como os seus escribas”), os seguintes
temas merecem consideração: a. Ele falava a verdade (Jo 14.6; 18.37). O
arrazoado corrupto e evasivo caracterizava os sermões de muitos dos escribas
(Mt 5.21 ss.). b. Ele apresentava assuntos de grande relevância, questões de
vida, morte e eternidade. Eles com freqüência desperdiçavam seu tempo com
trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42). c. Havia sistema na pregação de Jesus.
Segundo o Talmude deles comprova, eles com freqüência divagavam sem parar. d.
Ele excitava a curiosidade ao fazer uso generoso de ilustrações (5.13-16;
6.26-30; 7.24-27; etc.) e exemplos concretos (5.21—6.24; etc.), como o sermão o
revela do princípio ao fim. Os discursos deles eram com freqüência áridos como
o pó. e. Ele falava como aquele que amava os homens, como aquele que se
preocupava com o bem-estar eterno de seus ouvintes e apontava para o Pai e seu
amor (5.44-48). A falta de amor por parte deles é evidente com base em
passagens tais como 23.4,13-15; Mc 12.40; etc. f. Finalmente, e este aspecto é
o mais importante, pois ele é especificamente declarado aqui (v.28). Ele falava
“com autoridade” (Mt 5.18,26; etc.), porque sua mensagem vinha diretamente do
coração e mente do Pai (Jo 8.26), daí também vir do mais profundo de seu
próprio ser e das Escrituras (5.17; 7.12; cf. 4.4,7,10). Eles estavam
constantemente aproveitando fontes falíveis, citando um escriba ou outro. Eles
tentavam tirar água de cisternas rotas. Ele extraía de si mesmo, pois era (e é)
“a fonte de águas vivas” (Jr 2.13)”. HENDRIKSEN. William. Comentário do
Novo Testamento. Mateus I. Editora Cultura Cristã. pag. 540-541.]
2. Seu exemplo. Jesus ensinou seus
discípulos através do exemplo: "Porque eu vos dei o exemplo, para que,
como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Isso o distanciou dos
escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt
23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre
orando (Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes
práticas. De nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas
pelas ações (Tg 1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo
que ouve. Por isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt
5.16). [Comentário: Jesus foi o maior especialista na arte de ensinar.
Ele é O Mestre. Ensinou com maestria invulgar. Sobrepujou os grandes deste
mundo. Foi Mestre em grau superlativo. Dominou com capacidade inigualável todos
os recursos pedagógicos. Variava de método de acordo com as circunstâncias e
pessoas. Para cada caso, usava um método próprio e adequado. Assim o Comentário
Esperança (Editora Evangélica Esperança) comenta Jo 13.15: “Porque eu vos dei
um exemplo, para que vós façais como eu vos fiz. Representa uma distorção do
evangelho se virmos em Jesus apenas um exemplo, ao qual queremos imitar com
nossas próprias forças. Nessa leitura se ignoraria o que Jesus disse em Jo
3.1ss ao sério fariseu Nicodemos sobre a necessidade do novo nascimento. Por
outro lado, também não podemos nem devemos negar que Jesus é exemplo. Em
consonância, ele próprio está se colocando a seus discípulos como exemplo
precisamente em sua função apostólica. Acrescenta-se que no grego a palavra
como (kathos - ως - Lê-se Óus) não possui apenas um sentido comparativo, mas
também uma conotação de justificativa. Devem fazer como Jesus fez; porém
somente podem fazê-lo porque Jesus agiu primeiro dessa forma com eles”. Werner
de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança.
Ainda o Rev. Hernandes Dias Lopes, esclarece: “Quando Jesus terminou de ensinar
o “Sermão do Monte” as multidões ficaram maravilhadas, porque ele ensinava com
autoridade e não como os escribas e fariseus. Eric Fromm nos fala de dois tipos
de autoridade: 1. autoridade imposta e 2. autoridade adquirida. O elemento mais
importante na vida de um mestre é aquilo que ele é em si. Foi isto que levou Emerson
a dizer: “O que mais importa não é o que aprendemos e sim, com quem
aprendemos.” Mackinney disse que “a vida do mestre é a lição que mais apela ao
coração do aluno.” A vida do professor é a vida do seu ensino. Schweitzer disse
que “O exemplo não é uma, mas a única maneira de ensinar.” Jesus podia ensinar
sobre Mansidão (Mt 5.5) porque ele era manso aprendei de mim porque sou manso e
humilde de coração (Mt 11.28). Jesus podia ensinar sobre humildade (Mt 5.3)
porque quando os discípulos discutiam quem era o maior entre eles, Jesus tomou
uma toalha e uma bacia e lavou-lhes os pés. Jesus podia ensinar sobre o perdão
porque na hora que seus algozes o afligiam na cruz, pede a Deus para perdoá-los
e ainda os defende: porque não sabem o que fazem. Jesus viveu aquilo que
ensinou, viveu tudo antes de ensinar, e viveu tudo bem mais do que pode ensinar
http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/jesus-o-mestre-por-excelencia/#.VT7GLyFViko.]
PONTO CENTRAL
Para ser discípulo
de Jesus é preciso renunciar a tudo, tomar a cruz e segui-lo.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Jesus é o Mestre por excelência.
CONHEÇA MAIS
*Jesus e os discípulos
"Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um
seguidor compromissado de um líder religioso, filósofo ou político. No mundo
judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, ou
mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de
discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16)." Para conhecer mais leia Guia
Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 69
II – O CHAMADO
1. O método. Os teólogos têm
observado que o método usado por Jesus para recrutar seus discípulos é variado.
De fato, a Escritura mostra que algumas vezes a iniciativa do chamamento parte
do próprio Senhor Jesus. Enquanto pregava e ensinava, Jesus observava as
pessoas a quem iria chamar (Mc 1.16-20). Em alguns casos, o chamamento veio
através da indicação do Batista (Jo 1.35-39). Houve também pessoas que se
ofereceram para serem seguidoras de Jesus (Lc 9.57,58,61,62). E, finalmente,
existiram os que foram conduzidos até Jesus por intermédio de amigos (Jo
1.40-42,45,46). Dessa forma, todas as classes foram alcançadas por Jesus. E foi
dentre esses seguidores que Jesus chamou doze para serem seus apóstolos (Lc
6.13-16). [Comentário: Ainda o Comentário Esperança (Editora
Evangélica Esperança): “Jesus passou a noite vigiando em oração. Mais de uma
vez Lucas salientou essa necessidade íntima que o Redentor tinha de orar.
Contudo os termos aqui utilizados contêm uma ênfase muito especial. A palavra
“vigiar por toda a noite” ocorre unicamente aqui. A escolha dessa expressão
incomum, bem como a forma verbal analítica (imperfeito e particípio), destacam
a persistência determinada e incessante dessa vigília noturna. A expressão
“oração de Deus” (προσευχή του Θεού - Lê-se - prosef̱chí̱ tou Theoú), é também
única no Novo Testamento. Essa formulação não designa nenhum pedido peculiar,
mas um estado da mais profunda devoção na presença santa e direta de Deus, uma
invocação que transita para a mais íntima comunhão com Deus. Durante essa noite
Jesus apresentou a Deus sua obra no estágio decisivo em que ingressara naquele
momento, aconselhando-se com ele. Durante essa longa luta de oração, por toda a
noite, Jesus provavelmente havia apresentado todos os seus discípulos
individualmente a seu Pai, para que o Pai designasse aqueles que o Filho
deveria tornar emissários da salvação. O que será que os discípulos, que haviam
se ajuntado em grande número em torno de Jesus, sentiram quando Jesus, como um
general, chamou um por um do meio deles, até que ficasse completo o número dos
doze? “Simão”, começou ele. Com quanta expectativa cada novo nome era
aguardado! Com que estremecimento cada um ouvia, então, o chamado do próprio
nome. Dentre o grupo de discípulos “ele escolheu os doze”, “aos quais também
chamou de apóstolos”. Isso é significativo. Os demais discípulos aceitaram que
esses doze obtivessem uma posição especial do Senhor. O Redentor os havia
escolhido em virtude de ordem divina. Deus é soberano. Os discípulos não têm
outra opção a não ser obedecer a esse Senhor extraordinário. “Chamou-os a si”.
Ele os “ordenou” para duas finalidades. 1) Primeiramente, devem estar junto
dele. Devem perseverar com ele em suas tentações até chegarem ao Getsêmani;
afinal, devem tornar-se testemunhas dele até os confins do mundo (At 1.8).
Precisavam conhecer suas “horas silenciosas”, conviver com ele no dia-a-dia,
observar seu trabalho, obter uma visão dos mistérios de sua sabedoria de
educador, e até mesmo familiarizar-se com os objetivos de sua ação. 2) O
segundo aspecto é que eles partilharão de sua autoridade. Dessa maneira ele
providencia, de certo modo, pernas e pés, línguas e lábios que levem adiante
sua obra. Mateus relata a convocação e o credenciamento dos apóstolos em uma
ocasião (Mt 10.1ss), e Lucas o faz em dois trechos, mais precisamente como
segue: de acordo com Lucas, o primeiro passo de Jesus foi nomeá-los,
provavelmente para que passassem a ser seus alunos de modo especial. Isso
aconteceu aqui em Lc 6.12-16. A capacitação é relatada em Lc 9.1-6, onde Jesus
lhes confere a autoridade para servir como apóstolos. O relato mais preciso
indica que esse deve ter sido o processo. Mateus reúne em uma só ocasião as
duas ações de Jesus. Isso tem a ver com sua característica de enfatizar
tão-somente o aspecto doutrinário e fundamental. Dessa forma o Redentor obteve,
portanto, um grupo de auxiliares para sua obra. Ele, o maravilhoso canal da
poderosa benignidade de Deus, fora multiplicado por doze. Quanto ao título
“apóstolo”, cf. o exposto no Comentário Esperança, Marcos, sobre Mc 3.13-19,
bem como Jo 17.18; 20.21; At 1.8. Essas passagens não devem levar à conclusão
que a tarefa dos apóstolos consistia tão somente em ser testemunhas de Jesus. O
próprio nome expressa mais, cf. 2Co 5.20: “Somos mensageiros de Cristo… e
rogamos que vos reconcilieis com Deus.” Com a escolha dos doze estava
organizada a obra de Jesus. Passou do estágio de fenômeno local e isolado para
o estágio de instituição que abrange e cuja intenção arrebata povos e épocas. A
obra do Senhor obteve um solo histórico firme e uma perspectiva clara para o
futuro, com todas as suas esperanças e todos os seus perigos.Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica
Esperança.”]
2. O custo. Jesus deixa bem
claro quais são as implicações envolvidas na vida daquele que aceitasse o
chamado para ser seu discípulo. Tornar-se discípulo é bem diferente de se tornar
um simples aluno. No discipulado, o seguidor passa a conviver com o mestre,
enquanto na relação professor-aluno essa prática não está presente. O
aprendizado acontece diuturnamente, e não apenas durante algumas aulas dadas em
domicílio ou numa sala. Quem quiser segui-lo deve, portanto, avaliar os custos.
Seguir a Cristo envolve renúncia, significa submissão total a Ele. Jesus
lembrou as pessoas desse custo, pois não queria que o seguisse apenas por
empolgação (Lc 14.25-27). Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar
nada. Às vezes precisamos sacrificar até mesmo o nosso relacionamento religioso
na família, abrir mão de algumas coisas para seguir a Jesus. O que o Mestre
está requerendo de você? [Comentário: Anthony Lee Ash em O Evangelho Segundo Lucas (Editora Vida Cristã), escreve: “Quem se
qualifica como discípulo?” (vs. 26,27,33). Essas palavras foram ditas em vista
da paixão de JESUS que estava próxima e deveriam separar o verdadeiro discípulo
dos seguidores indiferentes. O primeiro teste do discipulado se referia aos
parentes mais próximos (cf. 18:29). Jesus apoiava o amor familiar, mas mesmo
este precisa ser subordinado ao amor a Deus. Aborrecer é um termo duro, mas o
paralelo em Mateus 10:37 indica que significa “amar menos” (também Gn 29:30; Dt
21:15). Além da família, a pessoa precisa amar a sua própria vida menos do que
ama Jesus. Vida abrange todos os interesses mundanos, até mesmo o nosso próprio
ser (cf. Jo 12:25). (27) A cruz, sugerindo um criminoso desprezado seguindo
para a sua morte terrível, amplia a idéia de aborrecer a própria vida (veja
9:23). É preciso estar disposto, se necessário, a sofrer um destino assim
horrível por causa de Jesus. Essas palavras teriam ainda maior significado para
os cristãos depois da crucificação e ressurreição de Jesus (cf. G1 2:20; 6:14).
Anthony Lee Ash. O Evangelho Segundo Lucas. Editora Vida Cristã. pag. 235.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus chamou doze
discípulos para estar com Ele.
III-O TREINAMENTO
1. Mudança de
destino. No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos
ensinamentos do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um
divisor de águas na vida dos discípulos. Uma mudança de rumo ou destino. A vida
com Cristo é cheia de vida, na verdade vida em abundância (Jo 10.10). Mas por
outro lado, é uma vida para a morte! Quem não estivesse disposto a morrer, não
poderia ser seu seguidor autêntico. A cruz muda o destino daquele que se torna
seguidor de Jesus. Ela garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que
morrerem para este mundo. [Comentário: O Comentário Bíblico de William Barclay
esclarece: “Jesus estabelece as condições do serviço daqueles que o seguem. (1)
Negar-se a si mesmo. O que significa isto? Um grande erudito dá o significado
seguinte: Pedro uma vez negou a seu Senhor. Disse: "Não conheço esse
homem." Negar-nos a nós mesmos quer dizer: "Não me conheço a mim
mesmo." É ignorar a existência de si mesmo. É tratar o eu como se não
existisse. Quase sempre tratamos a nós mesmos como se nosso eu fora com muito o
mais importante do mundo. Se queremos seguir ao Jesus devemos destruir o eu e
nos esquecer de que existe. (2) Tomar sua cruz. O que significa isto? Jesus
sabia muito bem o que significava a crucificação. Quando era menino de uns onze
anos, Judas o Galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado
ao exército real em Séforis (capital da Galiléia), que estava a uns seis
quilômetros de Nazaré. A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram
a cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois
mil rebeldes foram crucificados com o passar do caminho para que fossem uma
terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo. Tomar nossa cruz
significa estar preparados para enfrentar coisas como esta por nossa fidelidade
a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa
fazer pela graça de ser fiéis para com Deus. BARCLAY. William. Comentário
Bíblico. Lucas. pag. 106.]
2. Mudança de
valores. Lucas mostra Jesus instruindo os Doze antes de enviá-los em missão
evangelística (Lc 9.1-6) e, posteriormente, enviando outros setenta após
dar-lhes também instruções detalhadas (Lc 10.1-12). Para chegar a esse ponto,
muitas coisas precisaram ser mudadas na vida desses discípulos. Uma delas, e muito importante, foi a mudança
de mentalidade dos discípulos. Jesus mudou a forma de pensar deles. Seus
discípulos não poderiam mais, por exemplo, possuir uma mente materialista como
os gentios, que não conheciam a Deus (Lc 12.22,30). Quem conhece a Jesus de
verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas deste mundo, pois sabe
que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades. [Comentário: Quanto a isso, Matthew Henry em seu Comentário
Matthew Henry Novo Testamento (Editora CPAD), esclarece o seguinte: “O Senhor
os exorta a não ficarem apreensivos com os cuidados perturbadores e
desconcertantes pelas coisas necessárias para a manutenção da vida: Não
estejais apreensivos pela vossa vida, v. 22. Na parábola anterior Ele havia nos
dado aviso contra o ramo da avareza do qual os ricos estão em maior perigo; ou
seja, uma complacência sensual quanto à abundância dos bens deste mundo. Agora
os seus discípulos poderiam pensar que não estavam correndo este risco, pois
eles não tinham fartura nem variedade em que pudessem se gloriar. Portanto, o
Senhor aqui os adverte contra um outro ramo da avareza, ao qual eles estão mais
sujeitos à tentação, o de terem apenas um pouco neste mundo (que, na melhor
hipótese, era o caso dos discípulos, muito mais agora que haviam deixado tudo
para seguir a Cristo), sentindo uma ansiosa solicitude pelas coisas que são
necessárias para a manutenção da vida: “Não estejais apreensivos pela vossa
vida, seja pela preservação dela, se estiver em perigo, ou pela provisão que
deve ser feita para ela, seja de comida ou de roupas, o que comereis ou o que
vestireis” . Esta é a advertência que o Senhor havia enfatizado, Mateus 6.25 e
versículos seguintes. E os argumentos usados aqui são em boa parte os mesmos,
tendo como propósito o nosso encorajamento para lançarmos todo o nosso cuidado
sobre Deus, que é o modo correto de nos tranquilizarmos. Uma busca excessiva e
ansiosa das coisas deste mundo, mesmo das coisas necessárias, não é algo que
convenha aos discípulos de Cristo (w. 29,30): “A despeito daquilo que outros
façam, não pergunteis o que haveis de comer ou o que haveis de beber. Não
andeis inquietos com preocupações confusas, nem vos canseis com trabalhos
constantes. Não vos apresseis em perguntar o que haveis de comer ou beber como
os inimigos de Davi que vagueavam buscando o que comer (SI 59.15) ou como a
águia que, de longe, descobre a sua presa, Jó 39.29. Que os discípulos de Cristo,
portanto, não apenas trabalhem pelo alimento, mas peçam-no a Deus todos os
dias; que eles não tenham mentes duvidosas; me meteorizesthe - Não sejam como
os meteoros no ar, que são lançados aqui e ali por todo vento; não subam ou
caiam, como eles, mas mantenham uma constância em si mesmos; sejam equilibrados
e firmes, e tenham seus corações fixos; não vivam em suspense cuidadoso; não
deixem que suas mentes fiquem continuamente perplexas entre a esperança e o medo,
permanecendo sempre angustiados”. Que os filhos de Deus não fiquem apreensivos;
porque: (1) Isto seria agir como os filhos deste mundo: “Porque os gentios do
mundo buscam todas essas coisas, v. 30. Aqueles que só buscam os cuidados do
corpo, e não os da alma, só para este mundo, e não para o porvir, não olham
além daquilo que comerão e beberão; e, não tendo um Deus totalmente suficiente
para buscar e em quem confiar, eles se sobrecarregam com cuidados ansiosos
sobre estas coisas. Mas isto não vos convém. Vós, que fostes chamados deste
mundo, não deveis vos conformar com este mundo, nem andar no caminho deste
povo, Isaías 8.11,12. Quando os cuidados excessivos dominam a nossa vida,
devemos pensar: “O que sou eu, um cristão ou um pagão? Batizado ou não batizado?
Sendo um cristão batizado, será que devo me igualar aos gentios, unindo-me a
eles naquilo que buscam?” (2) É desnecessário que eles estejam apreensivos com
os cuidados pelas coisas necessárias para o sustento da vida; porque eles têm
um Pai no céu que sempre cuida deles, que toma conta deles: “Vosso Pai sabe que
necessitais delas, e considera isto, e suprirá todas as vossas necessidades de
acordo com as riquezas da sua glória. Pois Ele é o vosso Pai, que vos fez
sujeitos a estas coisas; portanto, Ele mesmo usará sua compaixão e suprirá
todas elas. Vosso Pai, que vos sustenta, vos educa e reserva uma herança para
vós, portanto, Ele cuidará para que não vos falte nada”. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora
CPAD. pag. 625-626.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus escolheu seus
discípulos e os treinou para todo trabalho na seara.
IV - A MISSÃO
1. Pregar e
ensinar. Já foi dito que o ministério de Jesus consistia no ensino da Palavra de
Deus, na pregação do Evangelho do Reino e na cura dos doentes (Mt 4.23; Lc
4.44; 8.1). No texto de Lucas 9.1,2, vemos Jesus enviando os doze: "E,
convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os
demônios e para curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a
curar os enfermos". "Pregar" é a tradução do verbo grego
kerysso, que possui o sentido de "proclamar como um arauto". Jesus
treinou seus discípulos com uma missão específica - serem proclamadores da
mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo
a principal missão do Corpo de Cristo! Quando a Igreja se esquece desse
princípio, ela perde o seu foco. [Comentário: Jesus anunciou o Reino pregando a Palavra de Deus
e curando os enfermos. Se Ele tivesse se limitado a pregar, as pessoas poderiam
imaginar o seu Reino com um caráter apenas espiritual. Por outro lado, se
tivesse curado sem pregar, talvez elas não percebessem a importância espiritual
da missão de Jesus. A maioria dos ouvintes esperava um Messias que traria
riqueza e poder à nação judaica; o povo preferia os benefícios materiais ao
discernimento espiritual. A verdade sobre Jesus é que Ele é o Deus encarnado,
tem duas naturezas: uma divina e outra humana; possui espírito, alma e corpo; a
salvação que Ele oferece é tanto para a alma quanto para o corpo. Qualquer
ensino que enfatize a salvação da alma à custa do corpo ou o contrário distorce
as Boas Novas de Jesus Cristo. Russell Norman Champlin escreve em sua
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia (Vol. 5) (Editora Hagnos): “A
grande abundância de referências ao ensino e à pregação demonstra o papel
primordial dessas funções, no Novo Testamento. O texto de I Cor. 1:18,21 mostra-nos
que, no conceito dos gregos incrédulos, a pregação era uma «tolice». Eles
preferiam a sabedoria filosófica. Porém, através da pregação do evangelho é que
a salvação é outorgada aos homens. O trecho de Rom. 10:14,15 mostra que o
pregador é uma figura necessária dentro do modus operandi de Deus, para
anunciar a mensagem de Deus aos homens. O próprio Senhor Jesus deixou-nos o
exemplo, tendo sido ele o supremo pregador”. CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 367.
]
2. Libertar e
curar. O Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o
corpo. O Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto
a cura como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e
contrição (Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a
obra redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da
doença e do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto,
precisavam levar à frente essa verdade a todos os locais. [Comentário: Russell Norman Champlin em O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo (Editora Candeias), escreve: «ELE MESMO
tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças». Profecia
messiânica, que se acha em Is. 53:4. A citação foi tirada do hebraico, porque a
LXX interpreta essa profecia como referência ao pecado. No grego a expressão é
enfática. O Messias, Cristo Jesus, veio com a finalidade de aliviar (ευκολία -
Lê-se - ef̱kolíá) o sofrimento humano. Esse versículo tem recebido diversas
interpretações: 1. Refere-se ao ministério espiritual do Messias, ao levar o
pecado do mundo. O texto de Isaías aborda exatamente isso, e a LXX reflete isso
na tradução. 2. Segundo o uso de Mateus, indica apenas as doenças físicas. A
profecia, pois, expõe outro aspecto do ministério de Cristo; sem mencionar aqui
a expiação pelo pecado. 3. Refere-se a ambas as coisas — o pecado e as
enfermidades e doenças —, provavelmente considerando as doenças como
resultantes do pecado, ou então com ligação direta ao pecado; o Messias veio
para tratar da enfermidade espiritual e física da natureza humana.
Provavelmente o autor do evangelho concordaria com esta interpretação. Essa
doutrina tem recebido várias interpretações exageradas, como: 1. A cura física
está incorporada na expiação pelo pecado, e assim sendo, nunca é da vontade de
Deus que seu povo adoeça. É verdade que, no fim, a expiação terá o efeito de
eliminar as enfermidades físicas, mas isso só ocorrerá da transformação operada
na ressurreição. Não é menos ridículo dizer que a morte física é agora
eliminada pela expiação, isto é, a morte no presente. A morte física geralmente
-e resultado das doenças. A expiação também elimina a morte na raça humana, mas
isso só será total após o arrebatamento e depois do milênio (I Cor. 15:24-26).
A expiação eliminará finalmente as doenças, mas dizer que isso ocorre no
presente é exagerar a doutrina. O próprio Paulo sofreu fisicamente. (Ver II
Cor. 12:7). Paulo nunca atingiu a perfeição nesta vida (Fp. 3:12). João
declarou enfaticamente a permanência do pecado (I João 1:8), e somente o
equivoco pode levar as pessoas a pensar de outro modo. Enquanto permanecer o
pecado, permanecerão as enfermidades. 2. Outros abusam desse versículo, dizendo
que Jesus sofreu de esgotamento espiritual por haver carregado os nossos
pecados e doenças em oportunidades como esta. Não há que duvidar que algumas
vezes ele sofreu de esgotamento físico e mental. Ver Marc. 5:30, quando dele
saiu poder, ao curar; ver também Luc. 22:44 e Marc. 15:21. Finalmente, seria um
erro não notar que este versículo (além de ensinar certas doutrinas) mostra
principalmente a simpatia e o espírito de misericórdia de Jesus para com a raça
humana. Jesus não operou milagres para mostrar sua divindade, ilustrar as
doutrinas, etc. , mas para aliviar o sofrimento humano, porquanto, como homem,
participou desses sofrimentos e simpatizou com os homens. O versículo
demonstra, mais do que qualquer outra coisa, a compaixão de Jesus. CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 1. pag. 342. Ainda cito William Barclay em seu Comentário
Bíblico: “Sem dúvida, tinha ensinado e pregado, e certamente se teria
encontrado com seus acérrimos (Insistentes) adversários. Agora tinha chegado a
tarde. Deus deu aos homens o dia para trabalhar e a noite para o descanso. A
tarde é o momento quando se deixa de lado o trabalho e começa o repouso. Mas
não era assim para Jesus. No momento em que ele também necessitava o descanso,
viu-se rodeado das clamorosas necessidades humanas e sem egoísmo, sem
protestar, com uma generosidade divina, saiu ao encontro dos homens. Enquanto
houvesse uma alma necessitada, não haveria descanso para Jesus. Esta cena traz
à mente de Mateus certas palavras de Isaías (Isaías 53:4) onde se diz que o
Servo de Deus levou nossas enfermidades e sofreu nossas dores. O discípulo de Cristo
não pode procurar descanso quando ainda há quem necessita ajuda e saúde; e o
mais estranho é que seu cansaço desaparecerá e sua fraqueza se fortalecerá
quando usar suas energias para ajudar a outros. De algum modo, quando chegarem
as demandas, também virá o poder. E sentirá que pode seguir adiante por amor
dos outros quando por si mesmo não daria mais nenhum passo”. BARCLAY.
William. Comentário Bíblico. Lucas. pag. 335.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
A missão dos
discípulos era pregar o Evangelho do Reino a todos.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação
do caráter cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de
qualquer forma nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes
ensinou a Palavra de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter
eficácia, precisa ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos
eficientes, firmar-se em valores e possuir um objetivo claro e definido. Tudo
isso encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos,
temos a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o
educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente. [Comentário: Há
uma frase atribuía da à Confúcio que diz: “A palavra convence, o exemplo
arrasta”. Influenciar na vida das pessoas que estão ao nosso redor exige muito
esforço, ideias e riscos, mas isso não poderia ser diferente. Aceitemos ou não,
somos influenciados uns pelos outros. Não há como viver de modo independente,
pois tentar viver uma vida isolada não seria natural. Além do que conduziria à
insanidade. Em se tratando de ensinar pelo exemplo, Jesus é o mestre por excelência porque ensinou
as verdades eternas e Ele era, é e será esta própria verdade. Jesus é o mestre
por excelência porque foi o exemplo vivo de seus ensinamentos. Jesus amou seus
alunos e lapidou-os, preparou-os para a vida, valorizou-os e fez deles uma
bênção para o mundo: PEDRO = pedra bruta – pregador poderoso. JOÃO, FILHO DO
TROVÃO – discípulo do amor. Que possamos, destarte, como Paulo em 1Co 11.1,
afirmar: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” ou numa melhor
tradução: Sigam o meu exemplo como eu
sigo o exemplo de Cristo!]. NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2015
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de
Lucas, responda:
No que se diferençava o ensino de
Jesus daquele praticado pelos escribas?
O que diferençava era o fato de que Jesus ensinava com autoridade, e não
apenas reproduzindo o que os outros disseram.
Como podemos definir o método de
ensino de Jesus?
Jesus tinha como método o exemplo. Suas palavras eram associadas a ações
práticas. Jesus vivia o que ensinava.
Como Jesus treinava seus discípulos?
No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupava um lugar central.
Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico.
Em que consistia a missão dos
discípulos de Jesus?
Os discípulos tinham como missão pregar o Reino de Deus e curar os
enfermos. Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica - serem
proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino
ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo.
Você é um discípulo de Cristo?
Resposta pessoal, porém, enfatize que para ser discípulo é preciso
renunciar a si mesmo.
CONSULTE
Revista Ensinador
Cristão - CPAD, nº 62, p. 39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
SUGESTÃO DE LEITURA
Comentário de Lucas: À Luz do Novo Testamento Grego
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