THINKING MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
2º
Trimestre de 2015
Lição 1
5 de abril de 2015
O Evangelho Segundo Lucas
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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"Para que conheças a certeza das coisas de que já estás
informado." (Lc 1.4)
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O
cristão possui uma fé divinamente revelada e historicamente bem fundamentada.
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LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 3.1,2
O cristianismo no
seu cenário histórico
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Quinta - Lc 2.23-28
O cristianismo em
seu aspecto universal
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Terça - Lc 1.1-4
O cristianismo se
fundamenta em fatos
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Sexta - Lc 1.35; 5-24
O cristianismo e a
deidade de Jesus
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Quarta - Lc 16.16
O cristianismo no
contexto bíblico
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Sábado - Lc 4.18
O cristianismo e o
Ministério do Espírito
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
1.1-4
1 - Tendo,
pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se
cumpriram,
2 - segundo
nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram
ministros da palavra,
|
3 - pareceu-me
também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teóflo, por sua
ordem, havendo-me já informado minuciosamente
de tudo desde o princípio,
4 - para
que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
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HINOS
SUGERIDOS: 3. 46, 162 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Apresentar um panorama do Evangelho de Lucas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar
o terceiro Evangelho.
II. Conhecer
os fundamentos e historicidade da fé cristã.
III. Afirmar a universalidade da fé cristã.
IV. Expor a identidade de Jesus, o Messias
esperado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O Evangelho de Lucas é um dos
livros mais belos e fascinantes do mundo. De fato, o terceiro Evangelho se
distingue pelo seu estilo literário, pelo seu vocabulário e uso que faz do
grego, considerado pelos eruditos como o mais refinado do Novo Testamento. Mas
a sua maior beleza está em narrar a história da salvação (Lc 19-10). O autor
procura mostrar, sempre de forma bem documentada, que o plano de Deus em salvar
a humanidade, revelado através da história, cumpriu-se cabalmente em Cristo
quando Ele se deu como sacrifício expiador pelos pecadores (Jo 10.11). Deus
continua sendo Senhor da história e o advento do Messias para estabelecer o seu
Reino é a prova disso. Lucas mostra que é através do Espírito Santo,
primeiramente operando no ministério de Jesus e, posteriormente na Igreja, que
esse propósito se efetiva. [Comentário: Lucas,
o médico amado, não foi um apóstolo nem tampouco foi uma testemunha ocular da
vida de Jesus, todavia deixou uma das mais belas obras literárias já escritas
sobre os feitos do Salvador e os primeiros anos da comunidade cristã. Homem
crente, cheio do Espírito do Senhor, com ampla visão da necessidade da obra,
Lucas empregou seus dons ligados à palavra escrita para proclamar o que sabia a
respeito de Jesus Cristo. Ele fora evangelista, pastor e chamado de “médico
amado”, um tratamento afetivo que lhe dispensa Paulo em Cl 4.14. Seus pais eram
de origem grega. Provavelmente converteu-se com a pregação de Paulo. Por ter
amplo vocabulário e dom da comunicação, ao escrever o terceiro Evangelho e
Atos, Lucas oferece-nos maior quantidade de informações históricas do que
qualquer outro autor do Novo Testamento. Lucas é o autor do terceiro Evangelho
e do livro de Atos (At 1.1-5). Os dois livros mostram uma similaridade de
estilo. O escritor foi um companheiro de viagem de Paulo (At 16. 10-17). E os dois documentos são dirigidos à mesma
pessoa: Teófilo. O evangelho de Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
1 - O TERCEIRO EVANGELHO
1. Autoria e data. Lucas, "o médico amado" (Cl 4.14), a
quem é atribuída a autoria do terceiro Evangelho, é citado no Novo Testamento
três vezes. Todas as citações estão nas epístolas paulinas e são usadas no
contexto do aprisionamento do apóstolo Paulo (Cl 4.14; Fm 24; 2 Tm
4.11). Embora o autor do terceiro
Evangelho não se identifique pelo nome, isso não depõe contra a autoria lucana.
Desde os seus primórdios, a Igreja Cristã atribui a Lucas a autoria do terceiro
Evangelho. A crítica contra a autoria de Lucas não tem conseguido apresentar
argumentos sólidos para demover a Igreja de sua posição. A erudição
conservadora assegura que Lucas escreveu a sua obra (aproximadamente) no início
dos anos sessenta do primeiro século da era cristã. [Comentário: O Evangelho Segundo
Lucas (em grego: Τὸ κατὰ Λουκᾶν εὐαγγέλιον; transl.: To kata Loukan euangelion)
é o terceiro dos quatro evangelhos canônicos. Ele relata a vida e o ministério
de Jesus de Nazaré, detalhando a história dos acontecimentos de Seu nascimento
até Sua Ascensão. O autor é tradicionalmente identificado como Lucas, o
evangelista. Certas histórias populares, como o Filho Pródigo e o Bom
samaritano, são encontrados somente neste evangelho. A obra tem uma ênfase
especial sobre a oração, a atividade do Espírito Santo, a alegria e o cuidado
de Deus para com os pobres, as crianças e as mulheres. Lucas apresenta Jesus
como o Filho de Deus, mas volta sua atenção especialmente para a humanidade
dEle, com Sua compaixão para com os fracos, os aflitos e os marginalizados. Com
base em Lucas 1.1-4 e Atos 1.1-3, é evidente que o mesmo autor escreveu ambos
Lucas e Atos, dirigindo os dois ao "excelentíssimo Teófilo",
possivelmente um dignitário romano. A tradição desde os primeiros dias da igreja
foi que Lucas, um médico e companheiro próximo ao Apóstolo Paulo, escreveu
tanto Lucas e Atos (Colossenses 4.14; 2 Timóteo 4.11). Isto faria de Lucas o
único gentio a escrever um dos livros da Escritura. De acordo com o prefácio do
livro, o propósito de Lucas é relatar o início do Cristianismo, enquanto
procura o significado teológico da história. A erudição cristã tradicional tem
datado a composição do evangelho para o início dos anos 60 d.C., enquanto a
alta crítica data para décadas mais tarde do século. Irineu, um dos pais da
Igreja, já citava o Evangelho Segundo Lucas em seus escritos, por volta do ano
180 d.C. Alguns intérpretes argumentam a favor de uma data entre 75 e 85 d.C.,
afirmando que algumas passagens de Lucas pressupõem a destruição de Jerusalém,
fato ocorrido em 70 d.C. (ex. 19.43; 21.20, 24). Mas essas passagens falam
daquilo que era costumeiro quando um exército sitiava uma cidade da época, e
não se podem acrescentar novas conclusões além daquilo que foi profetizado por
Jesus. Jesus profetizou que as políticas em vigência levariam à ruína da nação
no devido tempo. Alguns poucos críticos argumentam a favor de uma data no
século II, mas parece não haver boas razões para isso. Com as informações que
dispomos a data mais razoável é no início dos anos 60.]
2. A obra. Lucas era historiador e médico. Ele escreveu sua
obra em dois volumes (Lc 1.1-4; At 1.1,2). 0 terceiro Evangelho é a primeira
parte desse trabalho e é uma narrativa da vida e obra de Jesus, enquanto os
Atos dos Apóstolos compõem a segunda parte e narram o caminhar espiritual dos
primeiros cristãos da Igreja Primitiva. [Comentário: Muitos
acreditam que o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos originalmente
constituíam uma obra de dois volumes, compostos em grego koiné,
que os estudiosos chamam de Lucas-Atos. O Evangelho de
Lucas é único por ser uma narração meticulosa -- uma "exposição em
ordem" (Lucas 1.3) compatível com a
mente médica de Lucas -- muitas vezes dando detalhes que as outras narrativas
omitem. A história de Lucas da vida do Grande Médico enfatiza o seu ministério
- e compaixão – aos gentios,
samaritanos, mulheres, crianças, cobradores de impostos, pecadores e outros
considerados marginalizados em Israel. O estilo de Lucas é
o mais literário de todos eles. Graham Stanton avalia a abertura do Evangelho
de Lucas como "a frase mais refinada de todo o período pós-clássico da
literatura grega". Linguisticamente, o Evangelho de Lucas divide-se
em três seções. O prefácio (1:1-4), escrito num bom estilo clássico. O restante do
capítulo 1 e o capítulo 2 têm um sabor nitidamente hebraico. É tão marcante que
certo número de estudiosos
chegou à conclusão de que aqui temos uma tradução de um original em hebraico. A
partir de 3:1, Lucas escreve num tipo de grego helenístico que relembra
fortemente a Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento. O vocabulário é
extensivo e Lucas utiliza 266 palavras (além dos nomes próprios) que não são achados
noutras partes do Novo Testamento. O estilo do Evangelho constantemente lembra
a septuaginta. As citações do Antigo Testamento de Lucas são comumente tiradas
daquela versão, e normalmente o autor emprega as formas de nomes próprios
achadas ali. Às vezes a linguagem de Lucas contém hebraísmos e, às vezes,
aramaísmos. Além disso, sua linguagem é mais semítica nalguns trechos do que
noutros. Esses fatos parecem melhor explicados como sendo a reflexão das fontes
de Lucas. Texto
extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelho_segundo_Lucas]
3. Os destinatários
originais. O doutor Lucas endereçou seu Evangelho a Teófilo, certamente uma pessoa
importante que devia ocupar uma alta posição social, sendo citado como
"excelentíssimo". Pode se dizer que além deste ilustre destinatário,
Lucas também escreveu aos gentios. O terceiro Evangelho pode ser classificado
como sendo de natureza soteriológica e carismática. Soteriológica, porque narra
o plano da salvação, e carismática porque dá amplo destaque ao papel do
Espírito Santo como capacitador do ministério de Jesus Cristo. [Comentário: Tal
como Marcos (mas ao contrário de Mateus), o público alvo é a população de
gentios de língua grega, assegurando aos leitores que o cristianismo não uma
seita exclusivamente judaica, mas uma religião mundial. O Evangelho de Lucas é
especificamente endereçado a Teófilo (Lucas 1:3), cujo nome significa
"aquele que ama a Deus". A maneira mais natural de entender a
expressão é que Teófilo ("θεόφιλος"
(Theóphilos), neles citado, significa "amigo de Deus", "amado
por Deus" ou "amando a Deus" em grego clássico.) é uma
pessoa de verdade e o mecenas de Lucas, provavelmente pagando os custos da
publicação do livro, sendo por isso a ele dirigido. O adjetivo
"excelentíssimo" significa que Teófilo era uma pessoa de posição.
Teófilo, no entanto, era mais que um publicador. A mensagem desse evangelho
visava à instrução não só daqueles entre os quais o livro circularia, mas
também dele próprio (Lucas 1:4). O fato do evangelho ser dirigido a Teófilo não
reduz nem limita seu propósito. O livro foi escrito para fortalecer a fé de
todos os crentes e para reagir aos ataques dos incrédulos. Foi apresentado para
substituir relatórios desconexos e infundados a respeito de Jesus. Lucas queria
demonstrar que o lugar ocupado pelo gentio convertido no reino de Deus baseia-se
nos ensinos de Jesus. Queria recomendar a pregação do evangelho ao mundo
inteiro. Texto adaptado, com alguns acréscimos, de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelho_segundo_Lucas. Não se conhece a
verdadeira identidade de Teófilo e há variadas conjecturas e tradições sobre
quem poderia sê-lo: O Easton's Bible Dictionary, considerando que Lucas se
refere a Teófilo com o mesmo honorífico que Paulo se dirige a Félix, supõe que
Teófilo era uma pessoa importante, possivelmente um oficial romano. Segundo
John Wesley, o honorífico era usado para os governadores romanos. Teófilo seria
um personagem importante de Alexandria. Teófilo seria o patrono de Lucas, a
quem ele dedica o livro, segundo Matthew Henry. Albert Barnes comenta sobre a
hipótese de que Teófilo não seria o nome de uma pessoa, mas teria o significado
literal de "amigo de Deus", ou um homem piedoso, porém rejeita esta
hipótese por causa do tratamento honorífico. Teófilo provavelmente seria um
grego ou romano convertido, um amigo de Lucas, que havia pedido um relato sobre
os eventos, e havia recebido uma carta privada, que ele mesmo publicou. http://pt.wikipedia.org/wiki/Te%C3%B3filo_(B%C3%ADblia)]
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Lucas,
o médico amado, é o autor do terceiro Evangelho, que foi endereçado a Teófilo,
um gentio.
“ A
fé cristã não se trata de uma Lenda ou fábula engenhosamente inventada. São
fatos históricos.
”
II-OS FUNDAMENTOS E HISTORICIDADE DA FÉ CRISTÃ
1. O cristianismo no seu contexto histórico. Lucas mostra com riqueza de detalhes sob que
circunstâncias históricas se deram os fatos por ele narrados. Vejamos: "E,
no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da
Judeia, e Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da
Itureia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo
Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho
de Zacarias" (Lc 3.1,2). Esses dados têm um propósito claro: mostrar que o
plano da salvação no cristianismo pode ser localizado com precisão dentro da
história. A fé cristã, portanto, não se trata de uma lenda ou fábula
engenhosamente inventada. São fatos históricos que poderiam ser testados e
provados e, dessa forma, podem ser aceitos por todos aqueles que procuram a
verdade. [Comentário: Todo
cristão deve buscar na História da Igreja as origens para a defesa de sua fé,
já que o Cristianismo é uma religião histórica e apela para os fatos da
história como argumento comprobatório de sua veracidade. O ambiente histórico
em que Cristo surgiu cooperou de modo colossal para a disseminação do
evangelho. Dentro desse período três povos merecem destaque pela sua rica
contribuição: os Judeus, os Romanos e os Gregos. A longa referência cronológica
de Lucas começa com o ministério de João Batista, provavelmente cerca de 27 a
29 d.C. Diz-se que um tetrarca era um rei sem importância. Lucas cita Herodes
Agripa como tetrarca da Galiléia. É dito, ainda, de dois sumos sacerdotes, Anás
e Caifás. Os judeus tinham um só sumo sacerdote por vez. Anás tinha sido
deposto pelos romanos, que, para o seu lugar, escolheram Caifás, seu genro. Os
romanos cuidavam para que Caifás exercesse as funções oficiais, porém muitos
judeus ainda consideravam Anás o verdadeiro sumo sacerdote e sua influência era
grande por traz do genro.]
2. Discipulado através dos fatos. A palavra grega katecheo, traduzida como
"informado" ou “instruído" no versículo 4, deu origem à palavra portuguesa
catequese. Esse vocábulo significa também: doutrinar, ensinar e convencer.
Nesse contexto possui o sentido de "discipular". Lucas escreveu o seu
Evangelho para formar discípulos. O discipulado, para ser autêntico, deve
fundamentar-se na veracidade dos fatos da fé cristã. Nos primeiros versículos
do seu Evangelho, Lucas revela, portanto, quais seriam as razões da sua obra
(Lucas 1.1-4). O terceiro Evangelho foi escrito para mostrar os fundamentos das
verdades nas quais os cristãos são instruídos. [Comentário: A fé
cristã está bem fundamentada. Mas, quais são exatamente os fundamentos? Isso é
um pouco mais difícil. Há uma série de maneiras de se responder a esta
pergunta. Poderíamos olhar para a história da igreja e o que o povo de Deus
sempre acreditou. Poderíamos olhar para os antigos credos e confissões da
igreja. Poderíamos olhar para os maiores temas da Bíblia (por exemplo, a
aliança, o amor, a glória, a expiação) e as passagens mais importantes (por
exemplo, Gênesis 1, Êxodo 20, Mateus 5-7, João 3, Romanos 8).]
SÍNTESE
DO TÓPICO II
A veracidade dos fatos narrados
por Lucas pode ser comprovada peta história.
CONHEÇA MAIS
*Como o Evangelho de Lucas
Retrata a Cristo
“No Evangelho de Lucas, Cristo é retratado como o Homem Perfeito e de
grande empatia. A genealogia é rastreada desde Davi e Abraão até Adão, nosso
antepassado comum, apresentando-o, deste modo, como alguém da nossa raça”. Para
conhecer mais leia Introdução ao Novo Testamento. CPAD, pág 77
III-A UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO
1. A história da salvação. A teologia cristã destaca que Lucas divide a
história da salvação em três estágios: o tempo do Antigo Testamento; o tempo de
Jesus e o tempo da Igreja. O terceiro Evangelho registra as duas primeiras
etapas e o Livro de Atos, a terceira (Lc 16.16). No contexto de Lucas a
expressão a "Lei e os Profetas" é uma referência ao Antigo
Testamento, onde é narrado o plano de Deus para o povo de Israel. A frase
"anunciado o Reino de Deus" se refere ao tempo de Jesus que, através
do Espírito Santo, realiza manifesta o Reino de Deus. O tempo da Igreja ocorre
quando o Espirito Santo, que estava sobre Jesus, é derramado sobre todos os
crentes. [Comentário: O
Evangelho de Lucas testemunha uma proposta de libertação e salvação universal,
se estende a todos e a tudo, não porque o povo judeu a recusou, mas porque está
no plano libertador e salvífico do Deus da vida favorecer toda a humanidade e
toda a biodiversidade. O plano libertador-salvífico, segundo o evangelista
Lucas, começa com o movimento de Jesus Cristo, no evangelho, e continua no
livro de Atos dos Apóstolos sob a ação do Espírito Santo prolongando-se na(s)
Igreja(s) – comunidades de fé, amor e esperança - pelo mundo afora. No plano
teológico da obra de Lucas, o tempo da promessa é o Primeiro Testamento, o
tempo de Jesus é o evangelho e o tempo da(s) Igreja(s) está em Atos dos
Apóstolos. Assim Lucas apresenta uma visão unitária de um único projeto de
libertação-salvação, querido pelo Deus da Bíblia, para o ser humano de todos os
tempos e testemunhado em sua plenitude em Jesus de Nazaré por meio do dom e da
presença do Espírito Santo nas comunidades cristãs. A cristologia de Lucas
revela Jesus como eminentemente compassivo-misericordioso (Lc 7,13; 10,33;
15,20), Salvador de todos (Lc 2,32), curador de todas as doenças (Lc 19,5;
15,2); acolhedor dos samaritanos (Lc 10,29-37; 17,11-19); acolhedor amoroso das
mulheres (Lc 8,2-3; 23,49) e praticamente da “comunhão de mesa” com pecadores
ao sentar-se à mesa e comer junto com eles (Lc 5,29-30; 15,2; 19,7). O templo e
a cidade de Jerusalém como lugares exclusivos de salvação ou revelação são
superados. O povo de Israel, segundo Lucas, não é mais o “povo eleito” por
excelência. Basta perceber a prioridade que Lucas dá aos samaritanos e aos
gentios. Lucas nos alerta que o lugar por excelência da revelação de Deus é a
pessoa de Jesus. O Menino Jesus é reconhecido como “bendito” (Lc 1,42); na sua
humanidade “visita” o seu povo e toda a humanidade (Lc 1,68.78; 3,6). Deus, em
Jesus, visita amorosamente o povo e dá início, assim, a um tempo de salvação,
paz, reconciliação e perdão. http://www.ihu.unisinos.br/noticias/517759-evangelho-de-lucas-teologia-da-historia]
2. A salvação em seu aspecto universal. O aspecto universal da salvação, revelado no
terceiro Evangelho pode ser facilmente observado pelo seu amplo destaque dado
aos gentios. O próprio Lucas endereça a sua obra a um gentio, Teófilo (Lc
1.1,2). A descendência de Cristo, o Messias prometido, vai até Adão, o pai de
todos, e não apenas até Abraão, o pai dos judeus (Lc 3.23-38). Fica, portanto,
revelado que os gentios, e não somente os judeus, estão incluídos no plano
salvífico de Deus (Lc 2.32; 24.47). Destaque especial é dado para os
samaritanos (Lc 9.51-56; 10.25-37; 17.11-19). Há ainda outras particularidades
do Evangelho de Lucas que mostram o interesse de Deus por toda a humanidade,
especialmente os pobres e excluídos (Lc 19-1-10; 7.36-50, 23.39-43; 18.9-14). [Comentário: A
genealogia de Lucas difere da que está em Mt 1.2-17, começando com Adão, ao
invés de Abraão. Vemos a largura desse grande amor de DEUS na universalidade da
salvação acerca da qual Lucas escreve. A própria palavra “salvação” está
ausente de Mateus e Marcos e ocorre uma só vez em João. Lucas, no entanto,
empregou soteria quatro vezes e soterion duas vezes. Além disto, emprega o
termo “Salvador” duas vezes (e duas vezes mais em Atos), e empregou o verbo
“salvar” mais frequentemente do que qualquer outro Evangelista. Lucas nos conta
que a mensagem do anjo dizia respeito aos homens em geral, e não a Israel
especialmente (2:14). Faz a genealogia de Jesus remontar até Adão (3:38), o
progenitor da raça humana, não parando em Abraão, o pai da nação judaica
(conforme faz Mateus). Conta-nos acerca dos samaritanos, como, por exemplo,
quando os discípulos queriam invocar fogo contra eles (9:51-54), ou na bem
conhecida parábola do Bom Samaritano (10:30-37), ou na informação de que o leproso
agradecido era desta raça (17:16). Refere-se aos gentios no cântico de Simeão
(2:32) e nos conta que Jesus falou com aprovação acerca de não israelitas tais
como a viúva de Sarepta e Naamã, o sírio (4:25-27). Conta-nos acerca da cura do
escravo de um centurião (7:2-10). Registra palavras acerca de pessoas que vem
de todas as direções da bússola para assentarem-se no reino de Deus (13:39) e
da grande comissão para pregar o evangelho em todas as nações (24:47).
Sustenta-se geralmente que sua história da missão dos setenta (10:1-20) tem
relevância para os gentios. Fica claro que Lucas tinha profundo interesse pela
solicitude de Deus para com todas as pessoas. Não devemos, no entanto, entender
tudo isto como se ele quisesse dizer que todos seriam salvos. Vê a igreja
existente num mundo hostil. Distingue entre “os filhos do mundo” e “os filhos
da luz” (16.8; cf. 12.29-30, 51 ss.). O evangelho é oferecido gratuitamente a
todos os homens, mas eles têm uma responsabilidade no sentido de se
arrependerem, e serão julgados no devido tempo (Atos 17:30-31). O julgamento
não é um tema infrequente neste Evangelho (cf. 12.13ss.; 17.26ss.). Nem devemos
entender isto no sentido de depreciar a importância de Israel no propósito de Deus.
Uma das coisas fascinantes no escrito de Lucas é a maneira em que este gentio
ressalta a importância do Templo e de Jerusalém. Começa e termina seu Evangelho
com pessoas no templo em Jerusalém, em contraste com o Evangelho “judaico” de
Mateus, cuja cena de abertura ressalta o lugar dos magos gentios e que termina
com uma comissão na Galiléia no sentido de os seguidores de Jesus irem para
todo o mundo. Lucas menciona que Jesus foi apresentado no Templo como nenê, e
que o visitou como menino. Ocorre de novo como o clímax da narrativa da
tentação de Jesus, e como o lugar para o clímax da obra de Jesus em prol dos
homens. Entre estas referências, uma seção considerável do Evangelho é ocupada
com uma viagem para Jerusalém (9.51-19.45; note a ênfase em Jerusalém como o
destino, 9.51, 53; 13.22; 17.11; 18.31; 19.28; cf. 13.33-34). Ao todo,
refere-se a Jerusalém 31 vezes em contraste com 13 vezes em Mateus, 10 vezes em
Marcos e 12 vezes em João. O universalismo de Lucas é real, mas não devemos
deixar que ocultasse de nós uma “qualidade judaica” muito real.]
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Todos estão incluídos no plano salvífico de Deus: gentios e
judeus.
“O discipulado, para ser autêntico,
deve fundamentar-se na veracidade dos fatos da fé cristã.
”
IV- A IDENTIDADE DE JESUS. O MESSIAS ESPERADO
1. Jesus, o homem perfeito. No Evangelho de Lucas, Jesus aparece como o
"Filho de Deus" (Lc 1.35) e Filho do Homem" (Lc 5.24). São
expressões messiânicas que revelam a deidade de Jesus. A primeira expressão
mostra Jesus como verdadeiro Deus enquanto a segunda, que ocorre 25 vezes no terceiro
Evangelho, mostra-o como verdadeiro homem. Ele é o Filho do Homem, o Homem
Perfeito. Ao usar o título "Filho do Homem" para si mesmo, Jesus
evita ser confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Como Homem
Perfeito, Jesus era obediente a seus pais. Todavia, estava consciente de sua
natureza divina (Lc 2.4-52). É como o Homem Perfeito que Jesus enfrenta, e
derrota, Satanás na tentação do deserto (Lc 4.1-13). [Comentário: O
Novo Testamento se refere a Jesus como o “Filho do Homem” 88 vezes. O que isso
significa? A Bíblia não diz que Jesus era o Filho de Deus? Então como Jesus
também poderia ser o Filho do Homem? O primeiro significado para o termo
"Filho do Homem" é usado em referência à profecia de Daniel 7:13-14:
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as
nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o
fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os
povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio
eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído." O termo
"Filho do Homem" era um título Messiânico. Jesus é o único a quem foi
dado domínio, glória e o reino. Quando Jesus usou esse termo em referência a Si
mesmo, Ele estava atribuindo a profecia do “Filho do Homem” a Si mesmo. Os
judeus daquela época com certeza estariam bem familiarizados com o termo e a
quem se referia. Ele estava proclamando ser o Messias. O segundo significado
para o termo "Filho do Homem" é que Jesus realmente era um ser
humano. Deus chamou o profeta Ezequiel de "filho do homem" 93 vezes.
Deus estava simplesmente chamando Ezequiel de um ser humano. Um filho do homem
é um homem. Jesus era 100% Deus (João 1:1), mas Ele também era um ser humano
(João 1:14). 1 João 4:2 nos diz: "Nisto reconheceis o Espírito de Deus:
todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus." Sim,
Jesus era o Filho de Deus – Ele era Deus em Sua essência. Sim, Jesus também era
o Filho do Homem – Ele era um ser humano em Sua essência. Em resumo, a frase
"Filho do Homem" indica que Jesus é o Messias e que Ele realmente é
um ser humano. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Jesus-filho-homem.html#ixzz3VjhVKV9u.]
2. O Messias e o Espírito Santo. Lucas revela que Jesus, o Messias, como Homem
Perfeito, dependia do Espírito Santo no desempenho do seu ministério (Lc 4.18).
Isaías, o profeta messiânico, mostra a estreita relação que o Messias manteria
com o Espírito do Senhor (Is 11.1,2; 42.1). 0 Messias seria aquele sobre quem repousaria
o Espírito do Senhor, tal como profetizara Isaías e Jesus aplicara a si, na
sinagoga em Nazaré (Lc 4.16-19; Is 61.1). [Comentário: Os
escritores dos evangelhos, especialmente Lucas, concebiam em todo o ministério
de Jesus como estando sob o poder do Espírito Santo. Depois de declarar que
Jesus estava “cheio do Espírito Santo” e que foi levado pelo Espírito no
deserto por quarenta dias, em Lc 4.1, ele declara, em Lc 4.14, que Jesus
“retornou no poder do Espírito para a Galiléia.” Isto é seguido no versículo
seguinte, um resumo geral de suas atividades: “E ensinava nas sinagogas, sendo
glorificado por todos.” Então, como que para completar o ensino como a relação
entre o Espírito de Jesus, ele narra a visita à Nazaré e a citação por Jesus na
sinagoga das palavras de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim”, com a
descrição detalhada da sua atividade messiânica, ou seja, a pregação aos
pobres, o anúncio da liberação aos cativos, a recuperação da vista aos cegos, e
para proclamar o ano aceitável do Senhor (Is 61.1). Jesus proclama o
cumprimento desta profecia em si mesmo (Lc 4.21). Em Mt 12.18 uma citação de Is
42.1-3 é feita em conexão com o trabalho de cura milagrosa de Jesus. É uma
passagem de rara beleza e descreve o Messias como um tranquilo e discreto
ministro das necessidades humanas, dotado de poder irresistível e paciência
infinita. Assim, os ideais do Antigo Testamento sobre as operações do Espírito
de Deus se realizam, especialmente no ministério público de Jesus. Os termos
globais da descrição tornam incontestavelmente claros em que os escritores do
Novo Testamento encaravam toda a vida pública de Jesus como sendo dirigida pelo
Espírito de Deus.]
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
Lucas apresenta Jesus como o
Filho de Deus e o Filho do Homem, ressaltando tanto a sua humanidade quanto a
sua divindade.
“A descendência de Cristo, o Messias
prometido, vai até Adão, o pai de todos, e não apenas até Abraão, o pai dos
judeus.
”
CONCLUSÃO
O terceiro Evangelho é
considerado a coroa dos Evangelhos sinóticos. Enquanto o Evangelho de Mateus
enfoca a realeza do Messias e Marcos o poder, Lucas enfatiza o amor de Deus.
Lucas é o Evangelho do Homem Perfeito; da alegria (Lc 1.28; 2.11; 19-37;
24.53); da misericórdia (Lc 1.78,79); do perdão (7.36-50; 19.1-10); da oração (Lc 6.12; 11.1;
22.39-45); dos pobres e necessitados (Lc A.18) e do poder e da força do
Espírito Santo (Lc 1.15,35; 3-22; 4.1; 4.14; 4.17-20; 10.21; 11.13; 24.49).
Lucas é, portanto, o Evangelho do crente que quer conhecer melhor o seu Senhor
e ser cheio do Espírito Santo. [Comentário: “Visto que muitos houve que empreenderam uma
narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos
transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e
ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem depois de acurada
investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo
Teófilo, uma exposição em ordem” (Lc 1.1-4). O Evangelho de Lucas apresenta
Jesus não somente como o Messias prometido por Deus ao povo de Israel, mas como
Salvador da Humanidade. Ele nos conta sobre os pais de Jesus, conta também
sobre o nascimento de seu primo João Batista (Lc 3.16), a trajetória de José e
Maria até Belém, lugar em que Jesus nasceu, e ficou numa manjedoura (Lc 2. 4-7).
O Evangelho de Lucas apresenta muitos fatos importantes e lições significantes
sobre Jesus Cristo. Primeiro, o Evangelho claramente estabelece que Jesus
Cristo é o Messias profetizado no Velho Testamento. Segundo, o Evangelho prova
que Jesus é o Filho de Deus, assim como Ele clama. Terceiro, esse evangelho
confirma que Jesus tem autoridade completa sobre qualquer coisa nesse mundo,
incluindo o mal (Lucas 4.12, 35, 9.38, 11.14), a natureza (Lucas 8.22-25, 9.12-17,
5.4-11), a morte (Lucas 8.41-42, 7.11-15), doenças (Lucas 5.12-13, 7.1-10, 4.38-35,
5.18-25, 6.6-10, 18.35-43), perdão de pecados (Lucas 5.24, 7.48), bênçãos
(Lucas 6.20-22) e a autoridade de dar vida eterna no céu (Lucas 23.43). Jesus
demonstrou o milagre de superar Sua própria morte através da Sua ressurreição
depois de ter sido crucificado na cruz romana. O Evangelho de Lucas providencia
uma narrativa de primeira mão dos eventos da vida de Cristo, baseado nos
próprios Apóstolos ou outras testemunhas.]
“NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2015
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas,
responda:
A quem é atribuída a autoria do
terceiro Evangelho?
A autoria é atribuída a Lucas, o
médico amado.
Como devemos entender o termo
"informado" usado por Lucas no capítulo 1 do seu Evangelho?
0 vocábulo significa também
"doutrinar", "ensinar" e "convencer".
Como Jesus é revelado no
Evangelho de Lucas?
Ele é revelado como "Filho
de Deus" e "Filho do Homem".
As expressões "Filho do
Homem" devem ser entendidas em que sentindo no terceiro Evangelho?
Devem ser entendidas como
expressões que mostram o relacionamento de Jesus com a humanidade.
De acordo com a lição, como é
considerado o terceiro Evangelho?
Ele é considerado a coroa dos
Evangelhos Sinóticos.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão -
CPAD, n° 62, p. 37.
Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição.
São artigos que buscam expandir
certos assuntos.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Lições Bíblicas Mestre - 2º Trim./2015 – CPAD – Comentarista:
José Gonçalves
Tema: "Jesus, o Homem Perfeito; O Evangelho de Lucas, o
Médico Amado
Autorizo a todos que
quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente,
que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente,
a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.