THINKING MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
1º Trimestre de 2015
Lição 12
22 de março de 2015
LIÇÃO 12: Não Cobiçarás
TEXTO ÁUREO
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"De ninguém cobicei a prata,
nem o ouro, nem a veste." (At
20.33)
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VERDADE PRÁTICA
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A cobiça é a raiz da qual surge
todo pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Êxodo 20.17; 1 Reis 21.1-5,9,10,15,16
Êx 20.17
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma do teu próximo.
1Rs 21.1-5, 9, 10, 15, 16
1 E sucedeu, depois destas
coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel estava junto ao
palácio de Acabe, rei de Samaria,
2 que Acabe falou a Nabote, dizendo:
Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha, ao pé da
minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela; ou, se parece bem
aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro.
3 Porém Nabote disse a Acabe:
Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais.
4 Então, Acabe veio desgostoso e
indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jezreelita, lhe
falara, dizendo: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama,
e voltou o rosto, e não comeu pão.
5 Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está
tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão?
9 E escreveu nas cartas, dizendo:
Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo.
10 E ponde defronte dele dois
homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste
contra Deus e contra o rei; e trazei-o fora e apedrejai-o para que morra.
15 E sucedeu que, ouvindo Jezabel
que já fora apedrejado Nabote e morrera, disse Jezabel a Acabe: Levanta-te e
possui a vinha de Nabote, o jezreelita, a qual ele te recusou dar por dinheiro;
porque Nabote não vive, mas é morto.
16 E sucedeu que, ouvindo Acabe
que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para descer para a vinha de Nabote,
o jezreelita, para a possuir.
OBJETIVO GERAL
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Apresentar a sutileza do último mandamento do Decálogo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo
I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Tratar a abrangência e objetivo do último mandamento.
II.
Mostrar o real significado da cobiça.
III.
Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo
da vinha de Nabote.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O décimo mandamento envolve atos e sentimentos. O sétimo mandamento proíbe
o adultério, e aqui Deus proíbe o desejo de adulterar. O Senhor Jesus foi direto
ao ponto: "qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu
coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.28). O último mandamento protege
o ser humano de ambições erradas. A cobiça infecta pobres e ricos nas suas mais
diversas formas. [Comentário: Segundo
Agostinho, quando desejamos mais do que o suficiente, estamos cobiçando. Cobiçar
poderia ser traduzido também por “ansiar por”. Calvino dirá que “a suma (desse
mandamento) é que não surja em nós um pensamento que mova a nossa alma por uma
concupiscência prejudicial e inclinada para a queda do outro”. Calvino
brilhantemente escreve, nas Institutas, que a finalidade do décimo mandamento é
que afastemos do nosso coração todo desejo que seja contrário ao amor e à
caridade, visto que Deus quer que a nossa alma esteja dominada por essas
qualidades (amor e caridade), e que de amor transborde. Não devemos, pois,
acolher nenhum pensamento que possa induzir o nosso coração a alguma
concupiscência ou cobiça que leve o nosso próximo a sofrer algum dano ou
prejuízo. Assim agindo estaremos observando o preceito afirmativamente, pois
dessa forma ele determina que tudo o que imaginarmos, deliberarmos, desejarmos
ou buscarmos esteja em harmonia com o bem do nosso próximo e com o que lhe é
útil e proveitoso.] Convido você para mergulharmos mais fundo
nas Escrituras!
I. O Décimo Mandamento
1. Abrangência. O tema diz
respeito à proibição da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e
da soberba da vida (Gn 3.6; 1 Jo 2.16). Isso envolve muitos tipos de pecado
como sensualidade, luxúria, busca desenfreada por possessões ilícitas, obsessão
pelo poder, ostentação esnobe e orgulho. Esse mal continua no gênero humano
desde a sua queda até a atualidade. [Comentário: Antes
de qualquer coisa é preciso deixar bem claro a diferença existente entre cobiça,
ambição e ganância. É possível confundirmos uma coisa com a outra e esta
confusão pode nos levar a diversas interpretações equivocadas. Portanto,
estejam atentos: Ambição é querer mais, ganância é nunca estar satisfeito e
cobiça é querer o que não é legítimo. Sendo assim, não existe pecado na
ambição, afinal, não devemos nos contentar com as migalhas e o resto quando é
possível sermos melhores, termos mais, usufruirmos melhor. Deus nos prometeu
uma mesa posta e cálice transbordando. Se podemos e temos condições, devemos
correr atrás. Já a ganância é perniciosa. Ela é um pouco diferente da ambição,
pois o ganancioso não sabe parar, não se contenta. O descontentamento pode, e
normalmente leva o ganancioso a atitudes pecaminosas. Por só enxergar aquilo
que ainda não possui, o ganancio não consegue ser grato e não desfruta daquilo
que já possui. Mas a cobiça é o pior de tudo! Ela estimula a posse por
usurpação e agarra-se ao que não é permitido. Enquanto a ambição e ganância
buscam coisas legítimas e permitidas, a cobiça deseja aquilo que é proibido.
Ela é irmã da inveja e é diretamente condenada e proibida por Deus: “Não
cobiçarás”. - See more at: http://www.batistareformada.com.br/mensagens_em_texto/126-o-decimo-mandamento#sthash.xahlTKor.dpuf. Neste ponto, no
tocante ao décimo mandamento, aprendemos que a lei aplica-se não somente aos
atos, mas também aos sentimentos e intenções do coração. Em outras palavras, a
lei envolvia sentimentos interiores, e não apenas atos externos. O sétimo
mandamento proíbe o sexo com a mulher de outro homem; e o décimo mandamento
proíbe o desejo disso. Neste ponto, a lei aproxima-se da abordagem feita por Jesus
a respeito, em Mat. 5.21 ss. Todos os pensamentos devem ser levados ao
cativeiro a Cristo (II Cor. 10.5). Se o oitavo mandamento proíbe o roubo, 0
décimo proíbe até mesmo o desejo de roubar. Por conseguinte, o décimo
mandamento opera como uma espécie de limiar das noções neotestamentárias sobre
essas mesmas questões. O Novo Testamento repete dez dos mandamentos, deixando
de fora aquele atinente ao sábado. Mas o dia do Senhor ou domingo, embora não
seja um sábado ou descanso, envolve as implicações espirituais do mandamento
relativo ao sábado, enaltecendo e iluminando o sentido espiritual do sábado. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 395.]
2. Objetivo. O propósito divino
é estabelecer limites à vontade humana, para que haja respeito mútuo entre as
pessoas e seus bens. Muitos outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia,
concupiscência, inveja e avareza, entre outros (Gl 5.20,21; Tg 4.2). Não pode
haver paz num contexto como esse. É necessário que cada pessoa se controle para
viver uma vida virtuosa, e isso é fundamental na construção de uma sociedade
justa e feliz. Melhor é o que domina seu espírito do que o que toma uma cidade
(Pv 16.32). Nós levamos vantagem por termos Jesus e o Espírito Santo (Gl 2.20;
5.5). [Comentário: A
vontade de Deus expressa nesse último mandamento do Decálogo é que haja pleno
contentamento com aquilo que temos e com a nossa condição: "Contentai-vos
com o vosso soldo" (Lc 3.14), ensino de João Batista para os militares.
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (1 Tm 6.6). Quem tem
Jesus não está obcecado pelas riquezas materiais, pois tem em seu interior algo
muito mais valioso que os tesouros do mundo. A NTLH traduz esse versículo da
seguinte forma: "É claro que a religião é uma fonte de muita riqueza, mas
só para a pessoa que se contenta com o que tem”. A Bíblia nos exorta ainda:
"contentando-vos com o que tendes" (Hb 13.5). Há aqui certo paralelo
com Filipenses 4.11. Mas convém ressaltar que todas essas exortações não são
uma apologia à pobreza nem uma defesa do status quo econômico; é uma
recomendação para que nossos desejos não vendam desagradar a DEUS nem causar
danos ao nosso próximo (Rm 12.15). A conduta do cristão deve ser a de se
alegrar com que os se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15). Ninguém
deve ser dominado pela inveja (G1 5.26; Tg 4.14-16) nem alimentar o sentimento
de tristeza pelo sucesso alheio (Ne2.10;Sl 112.9,10). Glorifique a Deus pelas
bênçãos e pelo sucesso do seu irmão, e você será abençoado também, a seu tempo
(Ec 3.1-8). Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma
Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 138. Somos pessoas
ambiciosas. Vivemos numa sociedade que estimula essa nossa ambição natural e,
frequentemente, nos diz: “que somos o que temos”, ou que “valemos o que temos”,
daí a nossa busca desenfreada por status e poder. Por exemplo, o que fazemos
quando compramos um carro novo? Geralmente vamos mostrá-lo a alguém, como se
não houvesse graça consegui-lo se não existir alguém para cobiça-lo.]
3. Contexto. Há algumas
variações entre os dois textos (Êx 20.17; Dt 5.21). A ordem das cláusulas está
invertida. Em Deuteronômio, aparece um sinônimo do verbo "cobiçar" e
acrescenta-se a palavra "campo". Isso mostra que o formato de Êxodo
está adaptado ao estilo nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que
Deuteronômio é o modelo para o país prestes a ser estabelecido na terra de
Canaã. [Comentário: O
décimo mandamento aparece expandido em Deuteronômio em relação ao texto de
Êxodo e inclui o campo do próximo na lista das coisas que não devem ser
cobiçadas. Alguns críticos estranham a inversão das cláusulas, pois a
fraseologia de Êxodo começa por não cobiçar a casa do próximo e em seguida vem
a proibição de não cobiçar a mulher do próximo, mas em Deuteronômio essa ordem
é invertida: primeiro vem a mulher e depois a casa. Ambos textos, contudo,
proíbem a cobiça de bens e pessoas, além da mulher ou do esposo, pois a mulher
pode também cobiçar o marido alheio, o servo e a serva do próximo; propriedades-,
casa e campo; o termo "casa" aparece muitas vezes na Bíblia com o
sentido de "família" (Js 24.15; At 16.31), mas parece não ser essa a
ideia aqui; e semoventes: boi, jumento ou qualquer outra coisa. A frase final
"nem coisa alguma do teu próximo" inclui posição social ou ascensão
no trabalho. Há discussão sobre a substituição de hãmad por ’ãwãh na segunda
cláusula do décimo mandamento (Dt 5.21). O verbo hãmad aqui aparece com a
esposa do próximo e ’ãwãh com as demais coisas. Isso pode levar alguém a pensar
em hãmad como um tipo sensual de desejo, mas isso não procede por duas razões
principais: a) é usado para bens móveis e imóveis (Js 7.21; Mq 2.2); b) ambos os
termos aparecem como sinônimos (Gn 3.6; Pv 6.25; Sl 68.17). Parece que 'ãwãh
diz respeito a um tipo de desejo casual. O formato textual de Êxodo está
adaptado ao estilo nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que
Deuteronômio, quase 40 anos depois, é o modelo para o povo prestes a ser
estabelecido na terra de Canaã como país. Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora
CPAD. pag. 134-135.]
4. Esclarecimento. Os católicos
romanos e os luteranos dividem em dois o décimo mandamento: "Não cobiçarás
a casa do teu próximo", um; e "Não cobiçarás a mulher do teu
próximo" (Êx 20.17), dois. Enquanto essas sentenças são lidas como
mandamentos distintos, eles consideram "Não terás outros deuses
[...]" e "Não farás para ti imagem de escultura [...]" como um
único mandamento. Na soma permanecem os dez mandamentos. Ambos mantiveram a
tradição catequética medieval desde Agostinho de Hipona. Nós seguimos o sistema
das igrejas reformadas, que vem dos judeus e é anterior a tudo isso (cf. Flávio
Josefo. História dos Hebreus. Edição CPAD, pp.165-66). [Comentário: Já
vimos que o Decálogo está estruturado em duas seções identificadas com a
primeira e a segunda tábuas, as tábuas de pedra em que foram escritos os Dez
Mandamentos, literalmente as dez palavras. A primeira contém os compromissos do
israelita diante de Deus, e a segunda de sua responsabilidade para com o
próximo. Os dois grandes mandamentos citados por Jesus podem ser um resumo
dessas duas tábuas. Esses mandamentos estão dispostos numa sequência lógica. O
quinto mandamento é uma ponte que une o conteúdo das duas tábuas. Em seguida
vem a proteção da vida: “Não matarás"; depois a proteção da família:
"Não adulterarás"; a proteção da propriedade: "Não
furtarás"; a proteção da honra: "Não dirás falso testemunho contra o
teu próximo"; e o último protege o israelita de ambições erradas. Os
católicos romanos e os luteranos mantiveram a tradição catequética medieval do
Decálogo esboçada por Agostinho de Hipona e que predominou durante a Idade
Média. Os dois primeiros mandamentos são considerados um só, e o décimo é
dividido em dois. "Não cobiçarás a casa do teu próximo" é o nono, e
Não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), o décimo. Qualquer
pessoa pode observar sem muito esforço que tal arranjo e uma camisa de força,
pois não corresponde à divisão natural (Êx 20.1-17; Dt 5.7-21). Além disso, o
Decálogo do catolicismo romano não é bíblico, trata-se de uma interpretação com
lentes papistas. Nós seguimos o arranjo das igrejas ortodoxas e protestantes
reformadas, que vem desde os antigos judeus (Josefo, Antiguidades Judaicas,
Livro 3, 4.113, edição CPAD). Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores
Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132; 134.]
PONTO CENTRAL
É pecado o desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa que
pertence ao próximo.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A finalidade do décimo mandamento é erradicar o desejo perverso de
querer o que é do próximo.
II. Cobiça
1. Significado. O verbo hebraico
hamad indica o ato de desejar aquilo que é gerado pela emoção, que começa com a
impressão visual pela coisa ou pessoa desejada. Tudo isso se resume a
"desejar, tentar adquirir, almejar, cobiçar". O termo é usado para
"encontrar prazer em" (Is 1.29; 53.2). Hamad aparece duas vezes aqui
no décimo mandamento (Êx 20.17). A Septuaginta traduz pelo verbo epithymeo,
literalmente, "fixar desejo sobre"; de epi, "sobre", e
thymos, "paixão, ira". O termo em ambas as línguas pode se referir a
coisa boa ou coisa má, dependendo do contexto (Mt 5.28; 13.17). [Comentário: O termo hebraico “hãmad” (desejar) é um
termo neutro. É apenas quando ele é mal orientado que se torna errado. Quando o
texto diz: “Não cobiçarás a casa do teu próximo”, o termo “casa” é aqui usado
no sentido primitivo, e significa família. Isso incluía esposa, filhos e
servos. Quando o texto se refere a “boi e jumento” está falando da riqueza
típica do camponês seminômade israelita que vivia naquele período conhecido
como idade do bronze. A Enciclopédia da Bíblia (Cultura Cristã) comenta o
seguinte: “Um pecado mencionado frequentemente
no AT e no NT. É considerado como a raiz de outras iniquidades sérias e
mortais. Várias palavras hebraicas e gregas são assim traduzidas. Muitas
possuem pequenas variações de significado, todas estão relacionadas à lei
mosaica que proíbe expressamente a cobiça. O termo que aparece em Êxodo 20.17 é
o hebraico, significando “desejar intensamente”. Assim como os outros termos
para “cobiça”, nas Escrituras, esta palavra tem em vista o amor e o desejo
intenso por qualquer objeto ou pessoa, um desejo ao qual é dado importância
humana e comum, e que se toma substituto da devoção e amor devidos a DEUS. Por
causa da sua intensidade, este desejo tende a ofuscar as exigências morais da
lei e a permitir que o fim. a posse do objeto cobiçado, justifique quaisquer
meios para sua obtenção. Outros termos para desejo e amor são usados no mesmo
sentido no AT, “TK (Dt 5.21 et al.), e o m (Hc 2.9, et al.). No NT o verbo
grego. “desejo”, “anseio”, é usado frequentemente para traduzir os termos
hebraicos acima, na LXX e em muitas outras passagens do NT. onde nem sempre é
traduzido como “cobiçar”. Ele aparece em Lucas 22.15, e a forma substantiva
aparece em muitas outras passagens. Outro substantivo comum é o grego
significando literalmente “ganância”, “desejo insaciável” (Lc 12.15). Um termo
muito interessante, frequentemente traduzido como “cobiça”, é o grego uma
combinação de “amor” + “prata”, a ilustração mais clara de avareza dada nas
Escrituras (Lc 16.14; l Tm 6.10). Todos estes termos descrevem o intenso
materialismo e hedonismo que caracterizaram a era helenística e que levaram à
fundação de escolas filosóficas como o Epicurismo”. MERRILL C. TENNEY.
Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1081-1082.]
2. Cobiçar. Desejar o que
pertence a outro é o pecado que o décimo mandamento condena. O Novo Testamento
menciona esse último mandamento do Decálogo (Rm 7.7; 13.9). Trata-se de cobiçar
a casa do outro, a mulher do próximo e em seguida o mandamento inclui servo e
serva, boi e jumento, e termina com as palavras "nem coisa alguma do teu
próximo". A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao
outro. A descrição deixa claro que não se trata de simplesmente almejar uma
casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já
tem dono, e isso por meio ilícito (At 20.33; 1 Co 10.6; Tg 4.2). É o mesmo que
roubar (Mq 2.2). [Comentário: A
cobiça pode ser definida como o desejo desordenado de adquirir coisas, posição
social, fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a tentativa
de apossar-se do que pertence ao próximo. A cobiça geralmente aumenta com a
idade, ao invés de diminuir, dando origem a certo número de males. A cobiça
promove a alienação de Deus, a opressão e a crueldade contra o próximo, a
traição e as manipulações e desonestidades de toda espécie. £ um dos principais
fatores por detrás de todas as guerras. Os indivíduos e os grupos mostram-se
cobiçosos. As nações incorporam o princípio da cobiça em suas leis. Os hebreus
condenavam esse pecado, que aparece como um dos dez mandamentos (que vide).
Aparece em Êxodo 20.17. A mensagem é que coisa alguma pertencente a outrem,
deve ser desejado. Quase sempre, o desejo desordenado da cobiça provoca alguma
ação para que o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do
objeto ou da pessoa cobiçados. Esse mandamento chega perto do adultério, visto
que uma das coisas que pode ser cobiçada é a esposa de outro homem. O Novo
Testamento Condena Também a Cobiça. Os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro
(At 20.33; 1Tm 6.9; Rm 7.7). A cobiça pode expressar-se sob a forma de
violência (2Co 2.11; 7.2). Mas Jesus repudiou o espírito ganancioso (Mt 7.22).
A cobiça é alistada entre os pecados frisados por Paulo, em Efésios 4.19. A
cobiça é uma forma de auto-adoração que expulsa Deus de nossas vidas (Ef 5.5; Cl 3.5). Aparece na lista dos vícios dos
povos pagãos, em Romanos 1.29.' Apesar de não ser especificamente alistada
entre-as obras da carne, em Gálatas 5.19-21, a cobiça é uma das causas de
várias daquelas obras carnais, como o adultério, o ódio, as dissensões, a
beligerância, etc., devendo ser incluída entre as «tais coisas» que Paulo
mencionou, e que não permitem que uma pessoa chegue ao reino de Deus (Gl 5.21).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 774.]
3. O texto
paralelo. Como ficou dito antes, o décimo mandamento em Deuteronômio não segue
rigorosamente o registro de Êxodo. Mas isso não altera o sentido da mensagem. O
segundo verbo empregado para "cobiçar" é awah, que significa
"desejar ardentemente, ansiar, almejar, cobiçar". Aparece ao lado de
hamad (Gn 3.6) e, como termo alternativo, em "não cobiçarás a mulher do
teu próximo" (Dt 5.21). A Septuaginta traduz os dois verbos igualmente por
epithymeo. [Comentário: Dt 5.21. A última lei do Decálogo,
referente à cobiça, exige comentários especiais. Trata da motivação intrínseca.
A fraseologia difere um pouco da utilizada em Êxodo 20: 17, onde a casa do
próximo (possivelmente “família e propriedades”) é mencionada antes da mulher
do próximo e aparece separadamente com o verbo hàmad, ao passo que outros itens
são mencionados numa outra frase, juntamente com a esposa, governados pelo
mesmo verbo. Em Deuteronômio a esposa aparece em primeiro lugar, com o verbo
hãmãd, ao passo que os outros itens são agrupados com um verbo diferente
(hifawwâ). A passagem em Deuteronômio sugere uma atitude diferente da
demonstrada em Êxodo para com as mulheres. Há exemplos desta atitude mais
sensível para com as mulheres em Deuteronômio, como por exemplo, 21: 1-5. I.
A. Thompson. Deuteronômio Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
47-48.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro.
III. A VINHA DE NABOTE
1. Proposta
recusada. O relato bíblico do confisco criminoso da vinha de Nabote é um dos mais
chocantes da Bíblia e serve como amostra do que a cobiça é capaz de fazer. A
vinha de Nabote era uma propriedade vizinha ao palácio do rei Acabe, em
Samaria. O rei apresentou uma proposta de compra ou troca aparentemente justa.
Mas Nabote recusou a oferta do rei: "Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a
herança de meus pais" (vv. 1-3). Havia nessa recusa uma questão familiar,
cultural e religiosa. A propriedade era um bem sagrado que não se transferia
definitivamente para outra família (Lv 25.23-25; Nm 36.7). [Comentário: I Reis 21.1-3 Acabe cobiçando a vinha de
seu vizinho, que infelizmente está perto de seu palácio e que poderia servir
muito bem de horta. Talvez Nabote estivesse satisfeito de ter uma vinha cuja
localização dava, de maneira vantajosa, vista para os jardins reais, ou de
vender a sua produção à família real; mas a sua localização mostrou- se fatal
para ele. Se ele não tivesse nenhuma vinha, ou ela ficasse em algum lugar
distante, teria preservado a sua vida. Porém, muitas posses de um homem são a
sua armadilha e o viver próximo da nobreza tem sido de perniciosa consequência.
Acabe colocou seus olhos e o seu coração nessa vinha (v. 2). Ela será uma bela
adição ao seu domínio, uma passagem conveniente para o seu palácio; e nada lhe
satisfará a não ser que ela se torne dele. Ele é bem-vindo para desfrutar de
seus frutos, bem-vindo para passear por ela. Talvez Nabote fizesse um
arrendamento por toda sua vida, para agradá-lo; mas nada satisfará a Acabe, a
não sei’ que ele tenha absoluta propriedade dela, ele e seus herdeiros para
sempre. Mas ele não é um tirano para tomá-la à força, mas de modo conveniente
propõe ou dar a Nabote dinheiro pelo pleno valor dela ou uma vinha melhor em
troca. Ele tinha mansamente abandonado as grandes vantagens que Deus lhe tinha
dado de expandir seus domínios para a honra do seu reino, com sua vitória sobre
os sírios, mas agora está ansioso por aumentar seu jardim, apenas para a
conveniência da sua casa, como se ser cauteloso nas pequenas coisas o redimisse
de ser tolo nas grandes. Não era mal desejar algo bom para sua propriedade (não
haveria nenhuma compra se não houvesse nenhum desejo pelo que é comprado. A
mulher virtuosa examina uma herdade e adquire-a)', mas desejar qualquer coisa
imoderadamente, embora a adquirindo por meios legítimos, é um fruto do egoísmo,
como se nós devêssemos absorver todas as conveniências, e ninguém devesse
viver, ou viver confortavelmente, junto a nós, contrariando a lei do
contentamento, e a letra do décimo mandamento: não cobiçareis a casa do teu
próximo.
A recusa que ele encontrou em relação ao seu desejo. De forma alguma
Nabote desistiria dela: guarde-me o Senhor (v. 3); e o Senhor tinha mesmo
proibido a negociação, do contrário ele não teria sido tão rude e descortês
para com o seu príncipe não o satisfazendo em um assunto tão pequeno. De forma
peculiar, Canaã era a terra de Deus, os israelitas eram os seus arrendatários,
e essa era uma das condições do seu arrendamento, que eles não alienassem (não,
nunca para outra pessoa) qualquer parte daquilo que caísse como seu lote, a
menos em caso de extrema necessidade, e então apenas até o ano do jubileu (Lv
25.28). Agora Nabote previa que, se a sua vinha fosse vendida para a coroa, ela
jamais retornaria para seus herdeiros, não mesmo, nem no jubileu. De bom grado ele
favoreceria ao rei, mas devia obedecer a Deus mais do que aos homens, e por
isso, deseja ser desculpado quanto a esse assunto. Acabe conhecia a lei, ou
devia conhecê-la, e por essa razão fez mal em pedir aquilo que o seu súdito não
poderia conceder sem pecar. Alguns imaginam que Nabote olhava com respeito a
sua herança terrestre como uma garantia da sua parte na Canaã celestial, e por
isso não poderia desfazer-se da primeira, para que não perdesse o direito à
segunda. Parece que ele foi um homem consciencioso, que preferia arriscar-se a
desagradar ao rei a ofender a Deus, e provavelmente era um dos sete mil que não
tinham se curvado diante de Baal, pelo que, talvez, Acabe lhe tivesse rancor. HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora
CPAD. pag. 532.]
2. O direito de
propriedade. O rei ficou "desgostoso e indignado [...] deitou-se na sua cama, e
voltou o rosto, e não comeu pão" (v. 4). O rei Acabe adoeceu, pois a
cobiça por algo que não lhe pertencia o havia dominado. A Bíblia diz que a
medida da impiedade de Acabe se completou quando ele se casou com Jezabel, uma
princesa fenícia de origem pagã, devota de Baal. Ela era filha de Etbaal, rei
de Sidom (1 Rs 16.29-32). Jezabel não respeitava o sagrado direito de
propriedade estabelecido por Deus na lei de Moisés. Ela não hesitou em elaborar
um plano criminoso para condenar Nabote à morte e confiscar sua vinha
(vv.9,10). [Comentário: Por
causa disso, o grande descontentamento e inquietação de Acabe. Ele se sentiu
como antes (20.43), descontente e indignado (v. 4), tornou-se melancólico com
isso, lançou-se em sua cama, e não queria comer nem conversar. Ele não podia
suportar de forma alguma a afronta. O seu espírito orgulhoso piorou a injúria
que Nabote lhe fez ao negá-lo, como algo intolerável. Ele amaldiçoou o
escrúpulo da consciência de Nabote, que ele fingiu consultar em paz, e
secretamente planejou vingança. Ele não podia suportar o desapontamento que lhe
cortava o coração ao ser contrariado em seus desejos e estava completamente
aborrecido. Note: (1) O descontentamento é um pecado que é a sua própria
punição e faz com que nos atormentemos a nós mesmos; ele faz que o espírito se
entristeça, o corpo adoeça, e todas as alegrias se tornem amargas; é o maior
peso do coração e a maior corrupção dos ossos. (2) E um pecado que é seu
próprio pai. Ele não se levanta da condição, mas da mente. Como nós encontramos
Paulo satisfeito em uma prisão, também vemos Acabe insatisfeito em seu palácio.
Ele tinha todos os deleites de Canaã, aquela terra prazerosa, às ordens, a
riqueza de um reino, os prazeres de uma corte e as honras e poderes de um
trono; mas nada disso lhe valia sem a vinha de Nabote. Desejos imoderados
expõem os homens a contínuos vexames, e aqueles que estão dispostos a se
afligir, mesmo estando felizes, sempre encontrarão alguma coisa de que se
lamentar. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué
a Ester. Editora CPAD. pag. 533.]
3. O pecado de
Acabe e Jezabel. O plano de Jezabel funcionou com a conivência do marido. Envolveu a
elite da sociedade e a corte palaciana, o que por si só mostra que a sociedade
de Samaria estava completamente dominada, pois o texto menciona "anciãos e
nobres" corrompendo falsas testemunhas (1 Rs 21.8-10). A acusação foi a
seguinte: "Blasfemaste contra Deus e contra o rei" (v.10). Agora,
Nabote devia ser "legalmente" apedrejado até a morte por ter se
recusado a negociar sua propriedade com o rei. As duas testemunhas davam
consistência legal ao processo (Lv 24.10-16; Dt 17.6). [Comentário: O
plano de Jezabel (21.5-16). A consciência de Jezabel, de Tiro, não tinha sido
desenvolvida pelas tradições israelitas e pelo respeito aos direitos alheios.
Como Acabe não se apossou imediatamente da vinha de Nabote, uma coisa que
dificilmente seria capaz de entender (7), ela continuou com seu plano
diabólico. Os filhos de Belial (10) seriam homens desonestos. Nunca foi exposta
a falsa acusação de blasfêmia levantada contra Nabote perante a assembleia dos
anciãos e dos nobres. Este sincero israelita foi apedrejado de acordo com a lei
(13; cf. Lv 24.13-16), sob o testemunho de duas pessoas que teriam presenciado
a suposta ofensa (cf. Dt 17.6,7). Com a eliminação de Nabote, Acabe tomou posse
do jardim (15-16) que, sem dúvida, havia perdido grande parte de seus antigos
atrativos. Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis.
Editora CPAD. Vol. 2. pag. 338-339.]
4. O casal não contava
com uma testemunha verdadeira. Estava tudo acabado e benfeito
social e juridicamente. Ao saber da notícia, Acabe ficou curado de sua
enfermidade e foi tomar posse da vinha de Nabote (vv. 15, 16). Eles violaram o
sexto mandamento, "não matarás"; o oitavo, "não furtarás";
o nono, "não dirás falso testemunho contra o teu próximo"; e o
décimo, "não cobiçarás" (Dt 5.17, 19-21). Isso sem contar os três
primeiros mandamentos que já vinham violando, com sua idolatria, desde o
princípio. Mas Acabe e Jezabel não contavam com uma testemunha que sabia de
tudo e tinha autoridade para se vingar dessas barbaridades (1 Rs 21.17-19). [Comentário: “Novamente,
Deus escolheu Elias para levar uma mensagem de julgamento a Acabe, que estava,
naquele momento, na vinha de Nabote. Deus transmitiu a Elias o que ele deveria
dizer (vs. 19)” (Thomas L. Constable). A abominável e ímpia Jezabel tinha
cometido o duplo crime de assassinato e confisco ilegal de uma herança
familiar. Acabe foi o cúmplice declarado desses crimes e sofreria sorte
igualmente horrível. I Reis 21.17,18 A palavra do Senhor (YAHWEH) veio
novamente a Elias. Ele teve uma visão, um sonho incomum, ouviu uma voz direta
ou, de outra maneira qualquer, esteve em comunicação com o Ser Divino. Cf. I
Reis 18.1, a primeira ocasião em que a palavra do Senhor veio a Elias,
ordenando-lhe proferir julgamento contra Acabe. A localização de Acabe foi dada
a Elias. Naquele exato instante, Acabe estava tomando posse da vinha de Nabote,
que ele tinha obtido através de assassinato. Elias haveria de “apanhá-lo com a
mão na botija”, porquanto estaria tomando posse ilegal de uma herança de
família. O versículo à nossa frente parece indicar a localização da vinha em
Samaria, mas Nabote era de Jezreel, e podemos supor que sua vinha estivesse
ali. Acabe tinha uma residência de verão naquele lugar. É possível que a
declaração feita pelo autor, neste versículo, tenha sido um equívoco. Acabe
tinha palácios em dois lugares, porém o mais provável é que a vinha ficasse
perto de Jezreel e a herança da família de Nabote também estivesse nessa última
cidade. Elias desceu no dia seguinte após as matanças (ver II Reis 9.26). Reis 21.19 A mensagem a ser transmitida foi
direta e brutal. Acabe era um homem morto. Além disso, morreria em desgraça. No
próprio lugar onde os cães tinham vindo lamber o sangue de Nabote, também
lamberiam o sangue de Acabe, e dessa forma a Lei Moral da Colheita segundo a
Semeadura teria exato cumprimento. Essa foi a Lex Talionis divina (ver no
Dicionário), isto é, uma punição em termos iguais, como olho por olho e dente
por dente. A profecia não se cumpriu em termos exatos, mas, sim, quanto à sua
essência, conforme salientou John Gill (in loc.): “... a profecia teve
cumprimento em seus filhos, que eram sua carne e seu sangue (ver II Reis 9.26),
porquanto o castigo foi adiado em seus dias e transferido para os seus filhos
(ver o vs. 29). Os cães, entretanto, lamberam-lhe o sangue, embora não no mesmo
local (ver I Reis 22.8)”. O arrependimento de Acabe alterou, até certo ponto, o
cumprimento final da profecia, conforme vemos no vs. 29. “É inútil procurarmos
um cumprimento literal dessa predição. Esta teria sido assim cumprida, mas a
humilhação de Acabe induziu um Deus misericordioso a dizer: 'Não trarei este
mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a sua casa’ (vs.
29)” (Adam Clarke, in loc.). Os cães lamberam o sangue de Nabote em Jezreel, e
o de Acabe perto de Samaria. “Quando os cães lambiam o sangue de alguém, isso
indicava uma morte desgraçada, especialmente no caso de um rei, cujo corpo
normalmente seria guardado e sepultado com grande respeito” (Thomas L.
Constable, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1451-1452.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
O episódio da vinha de Nabote nos mostra quão terrível é a cobiça e
quais são suas consequências
CONCLUSÃO
O triste episódio de Acabe se repete ao longo da história. Que Deus nos
livre de todas essas maldades. A lei não proíbe o desejo em si, mas o desejo
daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar bens e conforto, as coisas
boas de que necessitamos na vida. Na verdade, viver é desejar. Desejar uma casa
é mais natural do que respirar, mas para isso é necessário trabalhar e fazer
economias até conseguir a realização do seu desejo com ajuda de Deus. [Comentário: A
pergunta 147 do Catecismo de Westminster: “Quais
são os deveres exigidos no décimo mandamento?” responde: “Os deveres exigidos no décimo mandamento
são: um pleno contentamento com a nossa condição e uma disposição caridosa da
alma para com o nosso próximo, de modo que todos os nossos desejos e afetos
relativos a ele se inclinem para todo o seu bem e promovam o mesmo. Hb 13:5; I
Tm 1:5;6:6; Fp 2:4; Rm 12:15.” As Escrituras nos informam que a cobiça
surge em nosso coração através da insatisfação. A cobiça revela a nossa
insatisfação. Freud dizia que o homem é insatisfeito por natureza. Um repórter
perguntou a Nelson Rockefeller: “Quanto dinheiro é necessário para ser feliz?”.
O magnata respondeu: “Um pouco mais”. Salomão tinha razão: “Quem ama o dinheiro
jamais dele se farta”. (Ec. 5:10). Diante do que temos ouvido, que aplicações
práticas tiraremos desse mandamento? 1-Devemos nos contentar com aquilo que
Deus nos proporcionar nessa vida, pois nada do que aqui ocorrer será uma
eventualidade. Isso não significa que não devemos desejar um futuro melhor para
os nossos, mas devemos estar contentes em toda e qualquer situação. 2-Apesar da
nossa incapacidade de cumprir esse mandamento, assim como os demais. Precisamos
confiar na obra expiatória e intercessora de Cristo, Ele cumpriu perfeitamente
por nós a lei de Deus, de modo que quando reconhecemos isso, e vivemos para a
sua glória, descansamos em paz, pois nenhuma condenação resta para nós.]. “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2015
PARA REFLETIR
Qual a
diferença entre cobiçar e desejar?
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo
que pertence ao outro. Não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi,
mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já têm dono, e isso
por meio ilícito. É o mesmo que roubar.
Você
acha normal o que aconteceu com a vinha de Nabote?
Explique que Acabe usou do seu poder como rei
de forma errada, além de tramar um plano sórdido para tirar a vida de um homem.
As atitudes de Acabe revelam seu caráter doentio.
O que você
sentiria se tivesse a sua propriedade tomada?
Resposta livre. Explique que a lei de Deus, e a
brasileira, protegem o direito de propriedade.
Você já
participou de uma artimanha para legitimar uma injustiça?
Deixe seus alunos à vontade para responder a
tal pergunta. Se alguém se manifestar, oriente-o a nunca fazer tal maldade.
Você já
cobiçou o que pertence ao outro?
Peça que os alunos sejam sinceros.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Lições Bíblicas Mestre - 1º
Trim./2015 - CPAD
Tema: "Os Dez Mandamentos"
- Os Valores Divinos para uma Sociedade e Constante Mudança
Comentário: Pr. Esequias Soares
Consultores Doutrinários e
Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade
Autorizo a todos que quiserem fazer
uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a
fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de
um e-mail indicando qual o texto.
Francisco Barbosa Ministries
THINKING MATURELY ABOUT THE CRISTIAN
FAITH
The Tenth
Commandment
You shall not covet is the tenth and last of
the 10 Commandments that God gave the Israelites through Moses. The tenth
commandment is the most penetrating of them all, because it prohibits the
inward longing, that is, the improper desire, for something that belongs to
another person. This is the only commandment of the ten that addresses the
heart alone. The inclusion of such a deeply spiritual command among the ten
commandments shows that this list is no mere code of laws defining crimes, but
a body of ethical and spiritual lifestyle principles for the moral education of
the people of Yahweh. This commandment continues to be observed in the Jewish
religion.
What is the Scripture reference? Exodus 20:17,
"Thou shalt not covet thy neighbor's house, thou shalt not covet thy
neighbour's wife, nor his manservant, nor his maidservant, nor his ox, nor his
ass, nor any thing that is thy neighbour's." (KJV); “You shall not covet
your neighbor’s house; you shall not covet your neighbor’s wife, or his male
servant, or his female servant, or his ox, or his donkey, or anything that is
your neighbor’s.” (ESV)
What is the relationship focus? People and
people (commandments 5-10 emphasis people's relationship with other people as
opposed to "people and God")
Is the commandment a prohibition? Yes (the
commandment is saying what "must not be" done as opposed to what
"must be" done)
Explanation
Unlike the other commandments which focus on
outward actions, this commandment focuses on thought. It is an imperative
against setting one’s desire on things that are forbidden. One commandment
forbids the act of adultery. This commandment forbids the desire for adultery.
One commandment forbids stealing.
This commandment forbids the desire for unjust
acquisition of another’s goods. The New Testament describes Jesus Christ as
interpreting the Ten Commandments as issues of the heart’s desires rather than
merely prohibiting certain outward actions.
You have heard that it was said to the people
long ago, “Do not murder,” and “anyone who murders will be subject to
judgment.” But I tell you that anyone who is angry with his brother will be
subject to judgment…You have heard that it was said, “Do not commit adultery.”
But I tell you that anyone who looks at a woman lustfully has already committed
adultery with her in his heart. — Matthew 5:21-22, 27-28 (NIV)
The command against coveting is seen as a
natural consequence of the command to “love your neighbor as yourself.”
The prohibition against desiring forbidden
things is also seen as a moral imperative for the individual to exercise
control over the thoughts of his mind and the desires of his heart.