Pb Francisco Barbosa
TEXTO
ÁUREO
“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3).
Entenda o Texto Principal:
- nascer de novo. Iit, a
frase significa "nascer do alto". Jesus respondeu a uma pergunta que
Nicodemos nem mesmo fez. Ele leu o coração de Nicodemos e foi ao âmago do
problema dele, ou seja, a necessidade de transformação espiritual ou
regeneração produzida pelo Espírito Santo. O novo nascimento é um ato de Deus
pelo qual vida eterna é concedida ao crente (2Co 5.17; Tt 3.5; 1Pe 1.3; 1Jo
2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18). O texto de 1.12-13 indica que "nascer de
novo" também carrega a ideia de "tornar-se filho de Deus" por
meio da fé no nome do Verbo encarnado; não pode ver o reino de Deus. No
contexto, essa é primariamente uma referência à participação do reino milenar
no final dos tempos, fervorosamente aguardado pelos fariseus e outros judeus.
Uma vez que os fariseus eram sobrenaturalistas, naturalmente aguardavam com
ansiedade a profetizada ressurreição dos santos e a inauguração do reino
messiânico (Is 11.1-16; Dn 12.2). O problema deles era que pensavam que a mera
linhagem física e a observância das exterioridades religiosas os qualificavam
para entrar no reino, e não a necessidade de transformação espiritual, a qual
Jesus enfatizou (cf. 8.33-39; Gl 6.15). A vinda do reino no final dos tempos
pode ser descrita como a "regeneração" do mundo (Mt 19.28); porém, a
regeneração da pessoa é requerida antes do fim do mundo para que ele possa
entrar no reino. [MacArthur]
VERDADE
PRÁTICA
O Novo Nascimento é o modo bíblico de transformação
radical da natureza do pecador.
Entenda a Verdade Prática:
- O novo nascimento é uma expressão bíblica que
significa a transformação radical de uma pessoa que aceita Jesus como Salvador.
É também chamado de regeneração ou conversão. O novo nascimento que devemos
experimentar para "ver o reino de Deus" é uma obra do Espírito Santo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
João 3.1-9,16.
1. E
havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
- Nicodemos. Neste membro do
Sinédrio, a sinceridade e a timidez são vistas lutando juntos. [Jamieson;
Fausset; Brown, 1866]
2. Este
foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo
de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for
com ele.
- de noite. Esse detalhe é
mencionado novamente em João 19:39 (mas não de acordo com a leitura correta em
7:50). Toda vez que Nicodemos é mencionado, podemos perceber sinais da timidez
que o levava a agir assim. Ele defendeu Jesus sem demonstrar interesse pessoal:
só trouxe sua oferta depois que José de Arimateia conseguiu o corpo com
Pilatos. Rabi. Esse modo de se dirigir a Jesus por parte de Nicodemos
(v. 10) é significativo (compare com João 1:38). O título era de data tardia,
não tendo sido comum até o tempo de Herodes, com as Escolas de Shammai e
Hillel. Ele vem de uma raiz que significa grande, e era usado em três formas:
Rab, Rabi, Rabban (Rabbun, João 20:16). Segundo um ditado judeu: “Rabi era
maior que Rab, Rabban maior que Rabi, mas o maior de todos era aquele que [como
os profetas] não era chamado por qualquer desses títulos.” sabemos. O pronome não é enfático. Porém, há um sinal de
presunção latente na palavra. Nicodemos afirma para si e para outros como ele o
privilégio peculiar de ter compreendido, pelos sinais que Jesus realizou, a
natureza do ofício d’Ele. Pelo menos isso ele e outros como ele podiam fazer,
caso o povo comum estivesse equivocado. Compare com João 9:24. É natural
conectar esse reconhecimento da missão divina de Jesus com o relato dos
enviados a João: 1:19. Compare com Mateus 12:24; c. 9:29. de Deus. As palavras vêm primeiro de forma enfática: “vem de
Deus, não do homem, o teu direito para ensinar.” Jesus não havia estudado nas
escolas, mas tinha a autoridade de um Rabi de uma fonte superior. Compare com
João 7:15-16. és mestre – não diferente de outros mestres. Nessa
concepção está a essência do erro de Nicodemos. A palavra usada aqui
(διδάσκαλος) é comumente traduzida como “mestre”, como na Vulgata (magister), o
que pode sugerir falsas associações (João 1:38, 8:4, 11:28, 13:13 f., 20:16). milagres – sinais. Compare com a nota de 2:11. A fala de
Nicodemos está incompleto, mas ele evidentemente deseja convidar o Senhor a dar
uma visão mais ampla de Seu ensino, provavelmente sobre o reino de Deus de que
João falara. se … ele. Compare com Atos 10:38; 1 Samuel 18:14; c. 9:31 f.
[Westcott, 1882]
3. Jesus
respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer
de novo não pode ver o Reino de Deus.
- Respondeu – não às palavras, mas
aos pensamentos. As respostas do Senhor às perguntas geralmente revelam o
verdadeiro pensamento de quem pergunta e são adequadas para guiá-lo à verdade
que ele busca. Nicodemos deu a entender que ele e os outros como ele estavam
prontos para entender e aceitar o ensino do Senhor. Isso parecia a ele estar no
mesmo nível daquilo com o qual já estava familiarizado. Ele não se dirige ao
Senhor como se estivesse pronto para aceitá-Lo como “o Cristo” ou “o profeta”.
Por outro lado, a resposta do Senhor deixa claro que Sua obra não era apenas
continuar o que já havia começado, mas recriar. O novo reino do qual Ele era o
fundador só poderia ser compreendido após um novo nascimento. Em verdade, em verdade. João 1:51, nota. As palavras, pela sua ênfase, geralmente
pressupõem alguma dificuldade ou mal-entendido a ser superado; e ao mesmo tempo
marcam a introdução de um novo pensamento que leva o ensino divino adiante, vv.
5, 11. Compare com 5:19, 6:47, 6:53. te digo. A fala era geral; a resposta é pessoal. não pode ver o Reino de
Deus. Sem esse novo nascimento—essa introdução em
uma conexão vital com uma nova ordem de ser, com a correspondente capacitação
de faculdades—nenhum homem pode ver—pode externamente perceber—o Reino de Deus.
Nossos poderes naturais não conseguem perceber aquilo que é essencialmente
espiritual. Uma nova visão é necessária para perceber os objetos de uma nova
ordem. Em outros lugares, há referências à mudança necessária (Mateus 18:3;
1Coríntios 2:14) para que possamos observar o que, embora esteja ao nosso
redor, não é notado (Lucas 17:20, 17:21). não pode. A impossibilidade está nas características
morais do homem, e não em qualquer poder externo. Compare com 6:44, nota. O
sentido que geralmente é dado a “ver” nesta passagem, como se fosse equivalente
a “desfrutar”, “ter experiência” (Lucas 2:26, ver morte; Atos 2:27, ver
corrupção; 1Pedro 3:10, ver dias bons), sacrifica completamente o contraste
entre “ver” e “entrar no” reino. Parte do mesmo pensamento pode ser encontrada
em Lucas 17:20. o Reino de Deus. A expressão ocorre apenas aqui e em v. 5 no
Evangelho de João (mas compare com 18:36, 18:37; Apocalipse 12:10), enquanto é
frequente nos Evangelhos Sinóticos. Mateus, sozinho, usa, além disso, a
expressão “o reino dos céus”, que aparece como uma variante precoce em v. 5 (em
א, &c.). A frase “o reino de Deus” é encontrada em Atos, e em cada grupo
das epístolas de Paulo; mas não ocorre na Epístola aos Hebreus ou nas Epístolas
Gerais (compare com 2Pedro 1:11). As palavras sempre têm uma aplicação dupla,
externa e interna; e a aplicação imediata em cada caso leva a um cumprimento
mais completo na mesma direção. Assim, sob a antiga dispensação, Israel visível
era o reino de Deus como tipo da igreja católica visível, e o Israel espiritual
como tipo da verdadeira igreja espiritual. E agora, novamente, a igreja visível
é o tipo do futuro reinado universal de Cristo, como a igreja espiritual é da
consumação do reinado de Cristo no céu. [Westcott, 1882]
4. Disse-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a
entrar no ventre de sua mãe e nascer?
- Nicodemos lhe disse. Comumente
se supõe que Nicodemos ou não entendeu o escopo geral da resposta do Senhor, ou
a rejeitou meio zombeteiramente. Mas, na verdade, ele usa a imagem escolhida
pelo Senhor de forma séria para destacar as enormes dificuldades com que a
ideia sugerida por ela se depara. Um indício do ponto de seu argumento é que
ele substitui a frase indefinida usada pelo Senhor (“exceto alguém (τίς)
nasça…”) pelo título definido (“como pode um homem (ἄ́θρωπος) nascer…?”). Como pode um homem nascer…?
Como é possível para um homem, cuja natureza
a qualquer momento é a soma de todo o passado, começar de novo? Como ele pode
desfazer ou eliminar o resultado que os anos trouxeram e que formam sua
identidade? Seu “eu” inclui todo o desenvolvimento pelo qual ele passou; e como
isso poderia sobreviver a um novo nascimento? Pode a acumulação de longos anos
ser removida e o verdadeiro “eu” permanecer? sendo já velho. Nicodemos
evidentemente aplica as palavras do Senhor ao seu próprio caso. O traço está
cheio de vida. Pode ele voltar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Nicodemos pega apenas uma parte da personalidade
complexa do homem. É possível conceber o nascimento físico repetido? E se não
for, Nicodemos parece dizer a Cristo, como então pode haver tal novo nascimento
moral como você afirma? Pois toda a vida, desde seu início, contribuiu para o
caráter moral que pertence a cada pessoa. O resultado de toda a vida é um e
indivisível. Esse pensamento é algo que não pode deixar de ocorrer a todos. Ele
vai à raiz da fé. O grande mistério da religião não é a punição, mas o perdão
do pecado; não a permanência natural do caráter, mas a regeneração espiritual.
E é um aspecto desse mistério que Nicodemos apresenta claramente. [Westcott,
1882]
5. Jesus
respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
- de água e do Espírito. Uma dupla
explicação do “novo nascimento”, tão surpreendente para Nicodemos. Para um
eclesiástico judeu, tão familiarizado com a aplicação simbólica da água, em
toda variedade de formas e formas de expressão, esta linguagem foi ajustada
para mostrar que a coisa pretendida não era outra senão uma completa
purificação espiritual pela operação do Espírito Santo. De fato, elementos de
água e operação do Espírito são reunidos em uma gloriosa predição evangélica de
Ezequiel (Ezequiel 36:25-27), da qual Nicodemos poderia ter sido lembrado se
tais espiritualidades não estivessem quase perdidas no formalismo reinante. O
símbolo da água já tinha sido incorporado em uma ordenança iniciática, no batismo
dos expectantes judeus do Messias pelo Batista, para não falar do batismo de
prosélitos gentios antes disso; e na igreja cristã logo se tornaria a grande
porta visível de entrada no “reino de Deus”, sendo a realidade a obra somente
do Espírito Santo (Tito 3:5). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
6. O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
- O que é nascido… O tempo
original (τὸ γεγεννημένον) transmite uma ideia que só pode ser reproduzida por
uma paráfrase: “o que foi gerado, e atualmente se apresenta diante de nós sob
essa luz.” Há uma diferença importante observada na narrativa entre o fato do
nascimento (aoristo, vv. 3, 4, 5, 7) e o estado que segue como resultado
permanente do nascimento (perfeito, vv. 6, 8). Em 1João 5:18, a interpretação
correta depende do contraste entre o único Filho de Deus histórico (ὁ
γεννηθείς, oposto ao maligno) e os filhos de Deus, que vivem em virtude do seu
novo nascimento (ὁ γεγεννημένος). Compare também Gálatas 4:23, 29 para uma
representação mais sutil de uma diferença correspondente de tempos verbais. O
neutro (o que é nascido…) expressa o princípio em sua forma mais abstrata. Em
v. 8, há uma transição para o homem (todo aquele que é nascido). Há um
contraste semelhante em 1João 5:4 (neutro) e 1João 5:1, 5:18 (masculino). carne…espírito. As palavras descrevem os princípios característicos de
duas ordens. Elas não estão relacionadas como mal e bem, mas como as duas
esferas de ser com as quais o homem está conectado. Pelo “espírito”, nossa
natureza complexa está unida ao céu; pela “carne”, à terra. Compare com 6:63,
nota. carne. Esse termo provavelmente inclui tudo o que pertence à
vida das sensações, tudo o que nos torna abertos às influências físicas do
prazer e da dor, que naturalmente influenciam nossas ações. Assim, embora não
inclua em si a ideia de pecado (1:14; 1 João 4:2), descreve a personalidade
humana no lado que tende ao pecado, e no qual de fato pecamos. Deve-se notar
também que o que é nascido da carne e do espírito não é descrito como ‘carnal’
e ‘espiritual’, mas como ‘carne’ e ‘espírito’. Em outras palavras, a criança,
por assim dizer, tem a mesma natureza que o pai, e não apenas compartilha de
suas qualidades. A criança também ocupa, por sua vez, a posição de pai, de onde
nasce uma descendência semelhante a ele. Compare o uso correspondente em 1João
1:5 (luz), 4:8 (amor). do Espírito. Ou, de espírito. Embora o termo seja
essencialmente abstrato e expresse o espírito como espírito, o poder
vivificante é o Espírito. A ideia de natureza passa para a de Pessoa. A água
não é repetida, porque o rito externo tira sua virtude da ação do Espírito. Muitas
autoridades antigas (Lat. vt., Syr. vt.) acrescentam, quia Deus spiritus est et
de (ex) Deo natus est. Ambrósio (‘De spir.’ 3. § 59) acusa os arianos de terem
removido as palavras “porque Deus é espírito” de seus manuscritos. A acusação é
uma excelente ilustração da falta de fundamento de tais acusações de corrupção
intencional das Escrituras. As palavras em questão não têm nenhuma autoridade
grega e são obviamente um comentário. [Westcott, 1882]
7. Não
te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
- Não te maravilhes…Se então
essa é uma lei necessária—tal é o sentido das palavras do Senhor—que a
descendência deve ter a natureza essencial do pai, e se o reino de Deus é
espiritual e seus cidadãos, portanto, espirituais, enquanto a natureza do
homem, como todos experimentam, é carnal, influenciada por poderes que
pertencem à terra, não te maravilhes de eu ter dito: “É necessário que vocês
nasçam de novo”, mesmo vocês que acham que já entenderam corretamente a
verdadeira concepção da obra do Messias e se prepararam adequadamente para
julgá-la e entrar nela. Parece também haver, no “vocês”, um contraste implícito
entre o Senhor, que não precisava de novo nascimento, e todos os outros homens.
Ele não diz, como um mestre humano, “Nós devemos nascer de novo.” A passagem do
singular (Eu te disse) para o plural (vocês devem) não deve ser ignorada,
compare com João 1:51; e especialmente Lucas 22:31, 22:32. [Westcott, 1882]
8. O
vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
- O vento sopra onde quer, e ouves o seu som. Respiração e espírito (uma palavra em hebraico e grego)
são constantemente reunidos na Escritura como análogos (Jó 27:3; Jó 33:4;
Ezequiel 37:9-14). porém não sabes de onde vem, nem para onde vai. As leis que
governam o movimento dos ventos são ainda, mas parcialmente descobertas; mas as
repentinas mudanças de direção muitas vezes num dia, daquelas brisas suaves
aqui referidas, provavelmente sempre serão um mistério para nós: O mesmo pode
ser dito da operação do Espírito Santo no novo nascimento. [Jamieson; Fausset;
Brown, 1866]
9. Nicodemos
respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
- Como pode isto acontecer? Como essas coisas podem se realizar
(γενέσθαι, Vulg. fieri)? Como esse novo nascimento, que resulta em uma nova
vida, pode ser concretizado? A ideia é de mudança, transição, e não de essência
ou repouso. A ênfase está no “como” (πῶς δύναται, v. 4). [Westcott, 1882]
16. Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- Enquanto os fariseus (como Nicodemos) limitavam a
salvação a uma única raça e acreditavam que o Messias julgaria os gentios com
extrema severidade, nosso Senhor declara que Deus enviou Seu Filho para salvar
o mundo inteiro, e não para julgar ou condenar qualquer parte dele. “Quem nele
crer não é condenado”. [Dummelow, 1909]
- Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao
supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade
(cf. 6.32,51; 12.47; veja notas em 19; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra
Deus. A expressão "de tal maneira” enfatiza a intensidade ou grandeza do
amor de Deus. O Pai deu o seu único e amado Filho para morrer em favor dos
homens pecadores (veja nota em 2Co 5.21).
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INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos uma das mais
significativas obras do Espírito Santo: a Regeneração. Com base no diálogo
entre Jesus e Nicodemos, analisaremos a realidade do Novo Nascimento,
percebendo a Regeneração como uma ação única de Deus por meio do Espírito.
Adicionalmente, destacaremos a importância dessa extraordinária obra na vida do
pecador e os meios que Deus disponibiliza para que possamos vivenciar a experiência
da Regeneração.
- Depois de narrar eventos que testificam a
divindade de Jesus, João relata uma conversa entre o Senhor Jesus e um
religioso muito conhecido chamado Nicodemos. Baseado não só no que viu, mas
também no que ouviu, Nicodemos procurou conversar com Jesus porque entendia que
estava diante de um mestre que só poderia ser enviado da parte de Deus (Jo
3.2). O que poderia ter sido apenas mais uma das conversas que Jesus teve com
várias pessoas, se transformou num dos relatos bíblicos mais conhecidos da
história. Jesus falou com profundidade e firmeza sobre o novo nascimento, tão
necessário para entrar o reino dos céus.
Palavra-Chave:
REGENERAÇÃO
I. JESUS E NICODEMOS
1. Quem era Nicodemos? O contexto de João 3 revela que Jesus já era
uma figura conhecida em Jerusalém. Devido ao milagre que realizou, ao
transformar água em vinho, a sua fama espalhou-se entre o povo, especialmente
entre os líderes religiosos do Templo de Jerusalém (Jo 2.2-25). Foi nesse
cenário que Jesus despertou o interesse de um mestre israelita chamado
Nicodemos (Jo 3.1), um sábio judeu de grande prestígio, tanto entre o povo como
entre os seus colegas fariseus. Assim, Nicodemos procurou Jesus durante a noite
para questioná-lo sobre seus ensinamentos (Jo 3.2).
- Tudo o que sabemos de Nicodemos na Bíblia é do
Evangelho de João. Em João 3.1, ele é descrito como um fariseu. Os fariseus
eram um grupo de judeus bem meticulosos em manter a letra da lei e
frequentemente se opunham a Jesus durante todo o seu ministério. Jesus muitas
vezes denunciou-os fortemente por seu legalismo (ver Mt 23). Saulo de Tarso
(que se tornou o apóstolo Paulo) também era fariseu (Fp 3.5). João 3.1 também
descreve Nicodemos como um líder dos judeus. De acordo com João 7.50–51,
Nicodemos era um membro do Sinédrio, o qual era o corpo governante dos judeus.
Cada cidade poderia ter um Sinédrio, o que funcionava como os "tribunais
inferiores". Sob a autoridade romana no tempo de Cristo, a nação judaica
recebeu uma medida de autogoverno, e o Grande Sinédrio em Jerusalém foi o
tribunal final de apelos por questões relativas à lei e religião judaica. Este
foi o corpo que finalmente condenou Jesus, mas tiveram que fazer com que
Pilatos aprovasse sua sentença, já que a pena de morte estava além de sua
jurisdição sob a lei romana. Parece que Nicodemos fazia parte do Grande
Sinédrio em Jerusalém. João relata que Nicodemos veio falar com Jesus à noite.
Muitos especularam que Nicodemos estava com medo ou vergonha de visitar Jesus
em plena luz do dia, por isso fez uma visita noturna. Este pode muito bem ser o
caso, mas o texto não dá uma razão para o momento da visita. Várias outras
razões também são possíveis. Nicodemos questionou Jesus. Como membro do
conselho de governo judaico, teria sido sua responsabilidade descobrir quaisquer
mestres ou outras figuras públicas que poderiam desencaminhar o povo. Em sua
conversa, Jesus imediatamente confronta Nicodemos com a verdade de que ele
"deve nascer de novo" (Jo 3.3). Quando Nicodemos parece incrédulo,
Jesus o repreende (talvez gentilmente) porque ele, já que é um líder dos
judeus, já devia saber disso (Jo 3.10). Jesus prossegue para dar uma explicação
adicional do novo nascimento, e é nesse contexto que encontramos João 3.16, que
é um dos versículos mais conhecidos e amados da Bíblia. Na próxima vez que
encontramos Nicodemos na Bíblia, ele está agindo em sua capacidade oficial como
membro do Sinédrio e considerando o que fazer com Jesus. Em João 7, alguns
fariseus e sacerdotes (presumivelmente com autoridade para fazê-lo) enviaram parte
da guarda do templo para prender Jesus, mas eles retornam, incapazes de
executar a ordem (ver Jo 7.32–52). Os guardas são censurados pelos fariseus em
autoridade, mas Nicodemos apresenta a opinião de que Jesus não deve ser
absolvido ou condenado até que tenham ouvido o seu testemunho diretamente dele:
"Acaso, a nossa lei julga um homem,
sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?" (Jo 7.51). No entanto, o
resto do Conselho descarta rudemente a sugestão de Nicodemos — eles parecem já
ter se decidido sobre Jesus. A menção final de Nicodemos na Bíblia está em João
19 após a crucificação de Jesus. Encontramos Nicodemos ajudando José de
Arimatéia no enterro de Jesus. José é descrito em Mateus como um homem rico e
em Marcos 15.43 como um membro do Conselho. Lucas 23.50-51 diz que José era
justo e não tinha consentido sobre a decisão do Conselho sobre Jesus. João 19.38
descreve José como um discípulo de Jesus, embora secreto, porque tinha medo dos
judeus. José pediu a Pilatos pelo corpo de Jesus. Nicodemos trouxe cerca de 35
quilos de especiarias para preparar o corpo para o enterro e, em seguida,
ajudou José a embrulhar o corpo e colocá-lo no túmulo. A enorme quantidade de
especiarias do enterro parece indicar que Nicodemos era um homem rico e tinha
um grande respeito por Jesus. O relato limitado do Evangelho de João deixa
muitas perguntas sobre Nicodemos sem resposta. Ele era um verdadeiro crente? O
que fez depois da ressurreição? A Bíblia não fala sobre essas questões e não há
recursos extra-bíblicos confiáveis que deem respostas. Parece que Nicodemos
pode ter sido semelhante a José de Arimatéia porque ele talvez fosse também um
discípulo de Jesus, mas ainda não tivesse tido a coragem de declarar sua fé
abertamente. Talvez o ato final registrado de Nicodemos tenha sido sua
declaração de fé — embora não saibamos quão público esse ato foi. Sua
apresentação no Evangelho de João é geralmente favorável, o que sugere que sua
fé era realmente genuína.
2. O reconhecimento de Nicodemos
sobre Jesus como Mestre. O versículo 2
indica que Nicodemos percebeu a autoridade que o Pai concedeu a Jesus,
chamando-o de “rabi” (Jo 3.2). Neste contexto, nota-se que não existia
hostilidade nas palavras de Nicodemos para com Jesus, mas sim um genuíno
interesse em compreender o “ensino novo” apresentado pelo nosso Senhor. Este
interesse também decorre do reconhecimento de Nicodemos em relação aos milagres
realizados por Jesus, que demonstram que nosso Senhor era mais do que um
simples mestre; era um enviado de Deus.
- ῥαββί, rhabbi, significa:
Rabino, meu mestre, professor; um título de respeito frequentemente aplicado a
Cristo. A origem da palavra deriva do hebraico רַבִּי (rabino), que significa
"meu mestre" ou "meu professor". No Novo Testamento,
"rhabbi" é usado como um título de respeito e honra, direcionado
principalmente a professores e líderes na sociedade judaica. Significa uma
pessoa que é reconhecida por sua autoridade em ensinar as Escrituras e guiar
outros em questões espirituais. Nos Evangelhos, é frequentemente usado para se
dirigir a Jesus, reconhecendo Seu papel como professor e líder espiritual. Conquanto
alguns pensem que a visita de Nicodemos a Jesus à noite representa, de algum
modo, as trevas espirituais do coração (cf. 1.5; 9.4; 11.10; 13.30) ou que ele
tenha decidido ir nessa hora porque disporia de mais tempo com Jesus e não
precisaria apressar-se na conversação, talvez a explicação mais lógica
encontra-se no fato de que, por ser um dos principais dos judeus, Nicodemos
temia as implicações de associar-se abertamente numa conversa com Jesus. Ele
escolheu a noite para manter na clandestinidade o encontro com Jesus, em vez de
arriscar-se ao desfavor dos colegas fariseus, por quem Jesus não era benquisto
em geral. As honrosas palavras iniciais de Nicodemos podem dar a impressão de
que realmente se interessava por Jesus. Contudo, essa não parece ser a melhor
interpretação, visto que Jesus não é um milagreiro, curandeiro, mestre de
grande capacidade. Jesus é Filho de Deus, o Messias enviado por Deus para morrer
pelos pecadores.
3. O diálogo entre Jesus e Nicodemos. A partir do versículo 3, a afirmação de Jesus
sobre o conceito de “nascer de novo” e “nascer da água e do Espírito” para
poder ver o Reino de Deus deixou Nicodemos perplexo (Jo 3.3,5,6). As palavras
“água” e “Espírito” aparecem frequentemente ao longo do Evangelho de João,
transmitindo a ideia de elementos fundamentais para a nossa admissão no Reino
Celestial. Desta forma, a referência à “água” e ao “Espírito” recorda-nos a
mensagem de João Batista sobre o arrependimento dos pecados e uma nova forma de
viver (Jo 3.31; cf. Mt 3.10-12).
- Nascer de novo literalmente significa "nascer
do alto". O verbo γεννάω (gennaó) significa principalmente
"gerar" ou "dar à luz". É usado no Novo Testamento para
descrever tanto o nascimento físico quanto o renascimento espiritual. Em um
sentido físico, refere-se ao ato de um pai gerar ou uma mãe dar à luz uma criança.
Em um contexto espiritual, é frequentemente usado para descrever o processo de
"nascer de novo" ou "nascer de Deus", significando uma
transformação espiritual e uma nova vida em Cristo. No antigo mundo
greco-romano, a linhagem e a ancestralidade eram de grande importância, muitas
vezes determinando o status social e os direitos de herança de alguém. O
conceito de "nascer de novo" teria sido uma ideia radical,
especialmente para o público judeu que valorizava a descendência física de Abraão.
Os escritores do Novo Testamento usaram γεννάω para transmitir o poder
transformador da fé em Jesus Cristo, enfatizando uma linhagem espiritual que
transcende a ancestralidade física. Essa expressão se refere á uma purificação
do pecado que Deus dá a todos os que creem no Seu Filho através do Espírito
Santo. É absolutamente necessário para uma pessoa nascer de novo, a fim de
entrar no reino de Deus. Precisamos lembrar o que Paulo diz em Efésios. Ele
afirma que todos estamos mortos espiritualmente e só vamos ter acesso ao Reino
de Deus se nascermos de novo (Ef 2.5). Agora entenda isso, quando ele diz “nos
deu vida”, é o mesmo que dizer, “nasceu de novo”. O que estamos falando aqui é
de como o Espírito de Deus e a Palavra de Deus trabalham juntos para nos trazer
da morte espiritual para uma nova vida, vida eterna onde vamos conhecer a Deus
e estar na sua presença eternamente. Agora preste atenção ao que Jesus disse a
Nicodemos. Vou ler João 3. “Eu lhe digo a
verdade: quem não nascer de novo, não verá o reino de Deus … Os seres humanos
podem gerar apenas vida humana, mas o Espírito dá à luz vida espiritual.
Portanto, não se surpreenda quando eu digo: ‘É necessário nascer de novo’.O
vento sopra onde quer. Assim como você ouve o vento, mas não é capaz de dizer
de onde ele vem nem para onde vai, também é incapaz de explicar como as pessoas
nascem do Espírito.” (João 3.3, 6-8). Jesus deixa claro que, “nascer da
carne” é o que todos nós experimentamos. Se você está vivo, ou viveu no planeta
Terra, você foi gestado e nasceu de uma mulher. E por causa desse nascimento,
você é um participante da natureza caída de Adão. O que faz de todos nós, seres
humanos caídos. Jesus afirma isso quando diz “O que nasce da carne é carne.”
Para entrarmos no Reino de Deus, precisamos que algo mais aconteça e Jesus
descreve esse mais como o “Nascer do Espírito”. Jesus compara o trabalho do
Espírito Santo no processo do novo nascimento com o soprar do vento, o que quer
dizer que o Espírito Santo é livre e misterioso no seu trabalho de regeneração
e deixa isso claro quando diz que não podemos ver o vento. Não controlamos o
vento. Não sabemos de onde ele vem, nem onde ele vai, ele apenas vem e vai. Faz
o que ele quer, e esta é a forma soberana que o Espírito de Deus opera dando
vida e o novo nascimento. “Nós não participamos do nosso primeiro nascimento. E
nós não participamos do segundo nascimento.” Nós não participamos do nosso
primeiro nascimento. E nós não participamos do segundo nascimento. Nós não
temos o poder de nos ressuscitar dos mortos. Nós não criamos nova vida em nossa
alma. É um presente. Um milagre de Deus. Nós não controlamos isso. É o trabalho
soberano e misterioso do Espírito Santo de Deus.
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SINOPSE I
A conversa entre Jesus e Nicodemos demonstra a procura genuína pela
verdade de um líder judaico.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
“NICODEMOS
Deus é especialista em encontrar e
transformar pessoas que consideramos fora de alcance. Demorou algum tempo para
que Nicodemos deixasse de ser um discípulo anônimo, mas Deus foi paciente com
este crente ‘secreto’. [...] Sabemos pouco sobre Nicodemos, mas sabemos que ele
saiu transformado daquele encontro com Jesus; saiu com um entendimento
completamente novo a respeito de Deus e de si mesmo.
Nicodemos era um dos membros do
Sinédrio. Ele estava presente quando levaram Jesus para ser julgado (Jo 7.50).
À medida que o grupo discutia sobre como poderia eliminar o Mestre, Nicodemos
levantou a questão da justiça. Apesar de sua objeção ser rejeitada, ele falou.
Uma mudança foi operada em sua vida.
A última ilustração sobre Nicodemos
mostra-o unido a José de Arimateia para solicitar o corpo de Jesus, a fim de
providenciar o enterro (Jo 19.39). Mesmo percebendo que se arriscava, Nicodemos
praticou um ato corajoso. Ele continuou a crescer na fé cristã.
Deus espera por um desenvolvimento
firme, não uma perfeição instantânea. Seu crescimento espiritual atual condiz
com o tempo que você conhece Jesus?
[...] Nicodemos foi a Jesus
pessoalmente, apesar de poder enviar um de seus assistentes. Queria examinar
Jesus por si próprio para separar os fatos dos rumores.” (Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1419).
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
“Provavelmente por suas muitas
ocupações, por desejar ser discreto ou mesmo por temer ser descoberto,
Nicodemos procurou Jesus de noite. As conversas à luz do dia entre os fariseus
e Jesus tendiam a ser hostis, mas Nicodemos queria realmente aprender. Este
homem provavelmente recebeu muito mais do que esperava: um desafio para uma
nova vida!” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1419.
II. O NOVO NASCIMENTO: A OBRA DE REGENERAÇÃO
1. O Novo Nascimento. A palavra “regeneração” tem origem no termo
grego palingenesia, que significa literalmente “voltar a ser gerado
novamente”. Assim, a Regeneração é um conceito utilizado na Teologia,
especialmente na Soteriologia (Doutrina da Salvação), para descrever o ato
divino de transformação interior do pecador. A expressão “Novo Nascimento” está
vinculada à doutrina bíblica da Regeneração, referindo-se a uma mudança
realizada pela graça, quando o pecador, que possui uma natureza carnal,
corrompida e caída em pecado, passa a ter uma nova natureza, agora purificada e
espiritualmente restaurada (Tg 1.18,21). Jesus abordou este tema quando falou a
Nicodemos: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo
3.3).
- Uma outra palavra para regeneração é
"renascimento", relacionada à outra frase bíblica “nascido de novo”.
O nosso renascimento se difere do nosso primeiro nascimento, quando fomos
concebidos fisicamente e herdamos a nossa natureza pecaminosa. O novo
nascimento é um nascimento espiritual, santo e celestial que resulta em nós
sendo vivificados espiritualmente. O homem em seu estado natural está
"morto em seus delitos e pecados" até ser "vivificado"
(regenerado) por Cristo. Isso acontece quando ele coloca a sua fé em Cristo (Ef
2.1). A regeneração é uma mudança radical. Assim como o nascimento físico
resultou em um novo indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento
espiritual resultou em uma nova pessoa entrando no reino celestial (Ef 2.6).
Após a regeneração, começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a
viver uma vida de fé e santidade. Agora Cristo está formado nos corações; agora
somos participantes da natureza divina, tendo sido feitos novas criaturas (2Co
5.17). Deus, não o homem, é a fonte dessa transformação (Ef 2.1, 8). O grande
amor e dom gratuito de Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a
causa do renascimento. O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo
dentre os mortos – é demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Ef 1.19-20).
A regeneração é necessária. A carne humana pecaminosa não pode entrar na
presença de Deus. Em sua conversa com Nicodemos, Jesus disse duas vezes que um
homem deve nascer de novo a fim de ver o reino de Deus (Jo 3.3, 7). A
regeneração não é opcional, pois "O
que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito"
(Jo 3.6). O nascimento físico nos traz à terra; o renascimento espiritual nos
leva ao céu. Veja também Efésios 2.1; 1Pe 1.23; Jo 1.13; 1Jo 3.9; 4.7; 5.1,
4,18. A regeneração faz parte do que Deus faz por nós no momento da salvação,
juntamente com sermos selados (Ef 1.14), adotados (Gl 4.5), reconciliados (2Co
5.18-20), etc. A regeneração é quando Deus dá vida espiritual a uma pessoa,
como resultado da sua fé em Jesus Cristo. Antes da salvação, não éramos filhos
de Deus (Jo 1.12-13). Pelo contrário, éramos filhos da ira (Ef 2.3; Rm 5.18-20).
Antes da salvação, estávamos degenerados; depois da salvação, somos
regenerados. O resultado da regeneração é a paz com Deus (Rm 5.1), uma nova
vida (Tt 3.5; 2Co 5.17) e a filiação eterna (Jo 1.12-13; Gl 3.26). A
regeneração começa o processo de santificação através do qual nos tornamos as
pessoas que Deus pretende que sejamos (Rm 8.28-30). O único meio de regeneração
é pela fé na obra consumada de Cristo na cruz. Nenhuma quantidade de boas obras
ou de observância da lei pode regenerar o coração. "visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei"
(Rm 3.20). Somente Cristo oferece uma cura para a depravação total do coração
humano. Não precisamos de uma renovação, reforma ou reorganização; precisamos
de renascimento.
2. A Regeneração como obra exclusiva
de Deus. A Regeneração é um ato que Deus
realiza na vida do pecador, levando-o a uma mudança radical do seu coração e
provocando uma transformação profunda da sua vida interior. Este processo
acontece quando o pecador reconhece os seus erros e a necessidade de um
Salvador. Neste contexto, Deus efetua essa obra regeneradora através do
Espírito Santo, que concede nova vida ao pecador. Por esta razão, a regeneração
é uma ação puramente divina. Na Epístola de Tiago, encontramos a seguinte
afirmação: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto”; “segundo a sua
vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.17,18).
- O substantivo assim traduzido significa
renascimento (no grego, palingenesia). Ele se refere à renovação criativa
operada pelo poder de Deus e ocorre por duas vezes. Em Mateus 19.28, refere-se
à vindoura renovação do cosmos, no fim das épocas aquilo que Pedro chama de
“restauração de todas as cousas” (At 3.21). Porém, em Tito 3.5, onde Paulo
refere-se a Deus como nos tendo salvo “mediante o lavar regenerador e renovador
do Espírito Santo”, está claramente em foco a vivificação espiritual do crente.
Essa é a referência à palavra “regeneração” que nos interessa no momento. B. B.
Warfield afirma: “uma radical e completa
transformação operada na alma (Rm 12.2; Ef 4.23) pelo Espírito Santo (Tt 3.5;
Ef 4.24), em virtude da qual nos tornamos ‘novos homens’ (Ef 4.24; Cl 3.10),
não mais conformados com este mundo (Rm 12.2; Ef 4.22; Cl 3.9), mas antes, em
santidade e conhecimento da verdade, criados segundo a imagem de Deus (Ef 4.24;
Cl 3.10; Rm 12.2)” (Biblical and Theological Studies Estudos Bíblicos
e Teológicos p. 351). Essa obra de renovação acompanha o crente por toda
a sua vida terrena, pois o homem interior “se renova de dia em dia” (2 Co
4.16), num processo contínuo, comumente chamado “santificação”. A regeneração é
o ato inicial pelo qual esse processo é começado.
3. A necessidade da Regeneração do
pecador. A Bíblia ensina que o ser
humano é pecador. Em uma de suas cartas, o apóstolo Paulo destaca a
pecaminosidade do ser humano em razão da queda dos nossos primeiros pais:
“todos pecaram” (Rm 5.12). Assim, surge a necessidade de cada indivíduo passar
pela experiência da Regeneração (Rm 5.19). Esta magnífica obra foi confirmada
pelo Senhor Jesus durante sua morte sacrificial (Fp 2.8). Na Cruz, Ele
conquistou a oportunidade de vivermos uma nova vida (1Pe 3.18). Portanto,
devido à nossa natureza pecaminosa e ao que Jesus realizou na Cruz, a ação
regeneradora do Espírito Santo é essencial para todos os seres humanos.
- Por que o homem precisa da regeneração? Porque,
conforme nosso Senhor explicou a Nicodemos, enquanto o homem permanece na
“carne” (Jo 3.6) isto é, permanece pecador como nasceu não é capaz de entrar no
reino de Deus. Sem a regeneração, não existem atividades espirituais. Quem não
nasceu do alto não pode ver (compreender) o reino de Deus (o reino da
salvação), nem pode entrar nele (pela fé no Salvador) (Jo 3.3,5). O que fica
implícito no fato que alguns recebem a Cristo é que nasceram de Deus (Jo
1.12,13); pois não poderiam tê-lo feito de outra maneira. Paulo coloca a
questão nestes termos: “Ora, o homem natural [isto é, o não-regenerado] não
aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). O diálogo
de Jesus com Nicodemos constitui um eloquente comentário sobre esse texto. Os
pecadores incluindo os mais cultos e religiosos não podem receber as cousas do
Espírito, que são as verdades atinentes a Cristo, enquanto o próprio Espírito
de Deus não os tiver tornado em novas criaturas. Eis a razão pela qual
Nicodemos e seus amigos judeus precisavam do novo nascimento. Jesus lhe disse:
“Não te admires de eu te dizer: Importa-vos [plural] nascer de novo” (Jo 3.7).
SINOPSE II
O ser humano é, por natureza, um pecador. Por isso, a obra de
regeneração é uma ação exclusiva de Deus.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
O AMOR DE DEUS
“[...] A nossa salvação acontece
quando olhamos para Jesus, crendo que Ele irá salvar-nos. Deus nos tem dado
este precioso Caminho, a fim de que possamos ser curados da ferida fatal,
infligida pelo pecado! [...] O amor de Deus não é estático ou egoísta; alcança
e atrai os outros. Aqui, percebemos que Deus estabeleceu o exemplo do
verdadeiro amor, a base para todos os relacionamentos amorosos: quem ama alguém
carinhosamente está disposto a dar-se gratuitamente, a ponto de sacrificar a si
mesmo. O amor de Deus o levou a pagar o preço da redenção do homem: a vida de
seu Filho; o mais alto preço que Ele poderia pagar. Jesus aceitou nossa
punição, pagou o preço por nossos pecados, e nos ofereceu uma nova vida, que
comprou para nós. Quando partilhamos as Boas Novas com os outros, nosso amor
deve ser como o de Jesus; devemos prontamente desistir de nosso conforto e
segurança, caso seja necessário, para que outros possam unir-se a nós e receber
o amor de Deus!” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2022, p.1413).
III. OS MEIOS DA OBRA REGENERADORA
1. A operação do Espírito Santo. O conceito de “nascer da água” refere-se, de
forma metafórica, à ação purificadora do Espírito. Embora muitos interpretem a
“água” no Evangelho de João como uma alusão ao batismo cristão, a regeneração
que se produz não é algo físico ou material, mas sim uma transformação interior
que apenas o Espírito Santo pode realizar. Nesse sentido, o “nascer da água”
simboliza a obra purificadora do Espírito, referindo-se àqueles que são
“nascidos do Espírito” (Jo 3.5,8). De certa forma, o modo como se manifesta a
Regeneração na vida do salvo possui um caráter misterioso. No entanto, é
inegável que aqueles que vivenciam essa experiência recebem, mediante a ação do
Espírito, uma nova vida em Cristo e a “lavagem da regeneração e da renovação do
Espírito Santo” (Tt 3.5).
- O Espírito Santo é fundamental no processo de
regeneração, que é a transformação espiritual e emocional de uma pessoa. É
pelos verdadeiros pregadores do evangelho que o Espírito Santo regenera as
pessoas (1Co 4.15; Fm 10; At 26.17,18). Por isso, todos aqueles que pregam o
evangelho precisam conhecer totalmente a regeneração para que possam com Deus e
o Seu Espírito trazer almas ao “novo nascimento”. É também dever de todos os
que ouvem a Palavra de Deus estudar e entender a regeneração (2Co 13.5). O
grande trabalho do Espírito Santo é a obra de regeneração (Jo 3.3-6). O nosso
Senhor tendo o conhecimento de que a fé e a obediência a Deus, e a nossa
aceitação da parte de Deus, dependem de um novo nascimento, fala a Nicodemos do
quão necessário é nascer de novo. Nicodemos fica surpreso com isso, e assim
Jesus segue adiante a ensinar-lhe que obra de regeneração é esta. Ele diz: “quem não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no reino de Deus” (v.5). A regeneração, portanto, ocorre por
meio “da água e do Espírito”. O Espírito Santo faz a obra de regeneração na
alma do homem, da qual a água é o sinal exterior. Este símbolo externo é um
solene compromisso e selo do pacto que até então lhes vinha sendo anunciado por
João Batista. A água pode também significar o próprio Espírito Santo. João nos
fala que todos aqueles que receberam a Cristo só o fizeram por terem nascido de
Deus (Jo 1.12,13). Nem a hereditariedade, nem a vontade do homem podem produzir
um novo nascimento. A obra como um todo é atribuída tão-somente a Deus (veja
também Jo 3.6; Ef 2.1,5; Jo 6.63; Rm 8.9,10; Tt 3.4-6). É sempre importante
lembrar que toda a Trindade está envolvida nesta obra de regeneração. Ela se
origina na bondade e no amor de Deus como Pai (Jo 3.16; Ef 1.3-6), da Sua
vontade, propósito e conselho. É uma obra do Seu amor e graça. Jesus Cristo
nosso Salvador a adquiriu para pecadores (Ef 1.6). Mas o verdadeiro “lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo” nas nossas almas é obra do Espírito Santo (Tt 3.4-6).
2. A Palavra de Deus. A Palavra de Deus tem poder regenerador na
vida do pecador, conforme podemos ler na Epístola do apóstolo Pedro: “sendo de
novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de
Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23). Semelhante, em Tiago lemos
que pela sua vontade, Deus nos “gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18).
Portanto, o Novo Testamento apresenta com clareza o caráter regenerador da
Palavra de Deus. Por isso ela é tão poderosa, viva e eficaz, pois alcança o
lugar mais profundo do pecador que mensagem humana alguma tem poder de alcançar
(Hb 4.12). Ela é a semente de que o Espírito Santo se serve para gerar uma
“nova criatura”.
- A vida espiritual implantada pelo Espírito Santo
para produzir o novo nascimento é infalível e permanente, mediante a palavra de
Deus. O Espírito usa a Palavra para produzir vida. É a verdade do evangelho que
salva. Rm 10.17: Portanto, a fé vem pelo
ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. Esta é outra confirmação da
verdade de que a fé supõe a audição da Palavra, e isso é uma comissão para
pregá-la. Em certo sentido, a mensagem do evangelho é muito simples de
entender: Jesus morreu e ressuscitou para que possamos ser salvos. Os fatos
básicos do evangelho são fáceis de entender. Mas, noutro sentido, a mensagem do
evangelho é uma das verdades divinas mais profundas alguma vez reveladas à
humanidade: Jesus morreu e ressuscitou para que possamos ser salvos. As
implicações desses fatos e da teologia subjacente de Deus são profundas o
suficiente para manter até mesmo os teólogos mais astutos ponderando por toda a
vida. Quando se trata de salvação, quão profundo é necessário um entendimento
antes que a fé possa realmente ser chamada de “fé”? É inegável que a fé
salvadora envolve um certo nível de compreensão. Essa compreensão é possível
através da pregação do evangelho (Mt 28.18-20) acompanhada pela obra do
Espírito Santo no coração (At 16.14). Paulo delineia o processo que leva a uma
compreensão adequada do evangelho: pregação, que leva a ouvir, que leva a crer,
que leva a invocar o Senhor para a salvação (Rm 10.14). A “audição” implica
compreensão; se a pregação não for compreendida, então não será verdadeiramente
“ouvida”. O conteúdo da pregação que deve ser compreendido é o evangelho. Desde
o início, a mensagem dos apóstolos enfatizou a morte e ressurreição de Cristo
(At 2.23-24). Esta mensagem é “que Cristo
morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e,
depois, aos doze” (1Co 15.3-4). Esta passagem contém os elementos básicos
do evangelho, que se centram na Pessoa e na obra de Cristo: Jesus morreu pelos
nossos pecados e ressuscitou dos mortos. Ninguém é salvo sem compreender esta
verdade – e sem confiar nela. Cada faceta da mensagem do evangelho é
importante. Se obscurecermos a compreensão de qualquer elemento do evangelho, a
fé se dissolve: se não entendemos que Jesus é o Filho perfeito de Deus, então a
Sua morte não tem importância, no que diz respeito à nossa salvação. Se não
entendermos que Jesus morreu, então logicamente não entenderemos a
ressurreição. Se não entendermos a razão pela qual Ele morreu (pelos nossos
pecados), então poderemos nos considerar inocentes e, portanto, sem necessidade
de um Salvador. Se não entendermos que Jesus ressuscitou, então perderemos o
fato de haver um Salvador vivo e nossa fé estará morta (1Co 15.17). A Bíblia dá
exemplos de pessoas que alcançaram uma certa quantidade de conhecimento
espiritual, mas ainda não foram salvas. Foi depois de compreenderem o essencial
do evangelho que essas pessoas confiaram em Cristo e nasceram de novo. O eunuco
etíope (At 8.26-39), Cornélio (At 10), Apolo (At 18.24-28) e os doze homens em
Éfeso (At 19.1-7) todos tinham formação religiosa, mas o momento da salvação só
veio quando colocaram sua fé em Cristo – e tiveram que ouvir e entender o
conteúdo do evangelho primeiro. Contudo, para ser salvo, não é necessário
compreender tudo o que o evangelho envolve. Na verdade, é impossível
compreender a plenitude de tudo o que o evangelho envolve, deste lado da
glória. Esforçamo-nos, paradoxalmente, para “conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.19).
Mas nunca compreenderemos completamente as riquezas da graça de Deus: “Ó profundidade da riqueza, tanto da
sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e
quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33). Por exemplo, não
precisamos compreender a união hipostática para sermos salvos. Citar a
definição de propiciação não é necessário para a salvação. Nem é necessário um
conhecimento prático de justificação, redenção ou santificação progressiva para
entrar no céu. O conhecimento dessas coisas vem com o tempo e o estudo da
Palavra, mas não é necessário compreendê-las no momento em que alguém é salvo.
É duvidoso que o ladrão na cruz entendesse muito sobre soteriologia quando se
voltou para o Senhor e disse: “Jesus,
lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lc 23.42). A mensagem do
evangelho é simples o suficiente para uma criança entender. Jesus fez questão
de declarar que a salvação está ao alcance dos pequenos: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o
reino de Deus” (Mc 10.14). Louvado seja o Senhor, o evangelho de Jesus
Cristo pode ser compreendido pelas crianças. Além disso, para aqueles que são
mentalmente incapazes de compreender o evangelho, acreditamos que Deus estende
a Sua graça. Então, para ir para o céu, devemos “crer no Senhor Jesus Cristo” (At 16.31). Ou seja, confiamos no
sacrifício do Santo de Deus que morreu em nosso lugar e ressuscitou ao terceiro
dia. Para aqueles que acreditam no nome de Jesus, Deus dá “o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome” (Jo 1.12). O evangelho é tão simples — e tão profundo — assim.
3. A vontade soberana de Deus. A Palavra de Deus ensina que é intenção
divina que todos os seres humanos alcancem a salvação e cheguem ao conhecimento
da verdade (1Tm 2.3,4). O plano de salvação de Deus revela a sua vontade
perfeita, desejando que ninguém seja condenado eternamente, como é mencionado
na Epístola de Pedro (2Pe 3.9). No entanto, segundo a sua vontade permissiva,
as pessoas têm a liberdade de fazer escolhas, decidindo se buscam ou não o
perdão divino e, por consequência, a vida eterna (Lc 7.30; At 7.51). Logo, o
ser humano não pode escapar da sua tomada de decisão.
- A vontade permissiva de Deus é a permissão que Ele
dá para que certas coisas aconteçam, mesmo que não seja o Seu plano ideal. Isso
acontece porque Deus respeita o livre-arbítrio humano. A vontade perfeita de
Deus (Rm 12.2) é a intenção original de Deus. É o plano ideal (Sl 18.30).
Devemos buscar a vontade perfeita de Deus. Ela nos guia para a santificação,
para o crescimento espiritual e para o cumprimento do propósito divino. A
vontade perfeita é o caminho ideal que Ele deseja que sigamos. A vontade
permissiva de Deus (Ez 18.23) é aquilo que Deus permite acontecer, mesmo que
não seja a sua vontade perfeita e original. Deus nos criou com a capacidade de
planejar e escolher, mas fomos danificados pelo pecado e, por isso, escolhemos
mal. Ex. Os irmãos de José o venderam como escravo e Deus permitiu, mas usou
isso para o bem de José (Gn 50.20). A vontade permissiva mostra sua paciência e
soberania, usando até mesmo nossas falhas para cumprir os seus propósitos. A
resposta do homem à regeneração é a fé em Jesus Cristo, que o leva a uma nova
vida espiritual, ou seja, ao "novo nascimento". A conversão ocorre
quando pecadores voltam-se para Deus em arrependimento e fé para salvação.
Paulo descreve a conversão dos tessalonicenses em 1 Tessalonicenses 1.9: “pois eles mesmos, no tocante a nós,
proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando
os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro”.
Os pecadores são convertidos quando se arrependem de seus pecados e voltam-se,
em fé, para Jesus Cristo, confiando nele para o perdão de seus pecados no Dia
do Juízo.
SINOPSE III
A ação do Espírito, a Palavra de Deus e a vontade soberana divina são os
instrumentos através dos quais Deus atua na regeneração do pecador.
CONCLUSÃO
A obra de Regeneração do Espírito
Santo possibilita ao pecador a participação na natureza divina (Gl 4.7). Este
recebe pleno acesso ao Reino de Deus, bem como a sua filiação divina “aos que
creem no seu nome” (Jo 1.12). Dessa forma, assim que o pecador se arrepende e
aceita o Evangelho, o Espírito Santo começa a residir nele e realiza a obra de
Regeneração, capacitando-o para enfrentar a sua velha natureza e garantindo que
ele alcance a vitória total em Cristo Jesus.
- Regeneração significa que alguém nasceu de novo ou
nasceu do alto (João 3.3, 5, 7, 8). O novo nascimento é a obra de Deus, de tal
modo que todo aquele que é nascido de novo é “nascido do Espírito” (João 3.8).
Ou, como diz 1 Pedro 1.3, é Deus quem “segundo
a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança”. O meio
que Deus usa para conceder essa nova vida é o evangelho, pois os crentes foram
“regenerados não de semente corruptível,
mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente”
(1 Pedro 1.23; cf. Tiago 1.18). A regeneração ou o nascer de novo é um
nascimento sobrenatural. A nossa resposta, enfim, não poderia ser outra, senão:
“eu creio!”.
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
Non
Nobis Domine, Non Nobis
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer
(S.J.C./SP);
• Pós-graduado em Teologia Bíblica e
Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde
1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS,
2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima),
2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil
em Campina Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO
O CONTEÚDO
1. Quem
era Nicodemos?
Um sábio judeu de grande prestígio tanto entre o povo quanto entre os
seus colegas fariseus.
2. Que
afirmação de Jesus deixou Nicodemos perplexo?
A afirmação de Jesus sobre o conceito de “nascer de novo” e “nascer da
água e do Espírito” para poder ver o Reino de Deus deixou Nicodemos perplexo
(Jo 3.3,5,6).
3. O
que se entende por Regeneração?
A Regeneração é um conceito utilizado na Teologia, especialmente na
Soteriologia (Doutrina da Salvação), para descrever o ato divino de
transformação interior do pecador.
4. Por
qual razão todos os seres humanos necessitam de Regeneração?
Devido à nossa natureza pecaminosa e ao que Jesus realizou na Cruz, a
ação regeneradora do Espírito Santo é essencial para todos os seres humanos.
5. Qual
é o significado da expressão “nascer da água”?
O conceito de “nascer da água” refere-se, de forma metafórica, à ação
purificadora do Espírito.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
O NOVO NASCIMENTO
Nesta lição, estudaremos sobre o novo
nascimento como modelo bíblico de transformação radical da natureza do pecador.
Essa transformação recebe também o nome de “regeneração”. Na noite em que
Nicodemos, um sábio fariseu e principal dos judeus, encontrou-se com Jesus, o
Mestre destacou um dos ensinamentos mais preciosos do Evangelho: “Aquele que
não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). A experiência do
novo nascimento trata-se da obra do Espírito Santo no interior daquele que crê,
uma mudança que ocorre no comportamento da pessoa que verdadeiramente aceitou
Jesus como Salvador.
A transformação gerada pelo Espírito
na conduta daquele que crê ocorre, inicialmente, na maneira de pensar. O
apóstolo Paulo destaca que pelo conhecimento da Palavra de Deus se crê e,
imediatamente, uma mutação tem início no coração do crente (Rm 10.17). Em
seguida, a transformação tem continuidade pela renovação do nosso entendimento
(Rm 12.2). Uma vez que a graça do Evangelho encontra espaço na vida de uma
pessoa, levando-a à conversão de sua fé e conduta, o Espírito opera a
transformação espiritual.
A Bíblia de Estudo
Pentecostal — Edição Global (CPAD) discorre sobre essa transformação
na vida do crente e enfatiza que ela deve ser nutrida diariamente: “Em vez de
se conformar com os valores e estilos de vida mundanos, a nossa mente deve ser
continuamente renovada e transformada no modo divino de pensar (1Co 2.16; Fp
2.5). Isso só pode acontecer quando gastamos tempo lendo e meditando na Palavra
de Deus (isto é, ponderando mais e mais em seu significado e como ela se aplica
às nossas vidas; Sl 119.11,148; Jo 8.31,32; 15.7). Isso permitirá que as nossas
visões, valores, comportamentos e planos sejam dirigidos pela eterna verdade de
Deus, e não pelos padrões passageiros e enganosos do mundo” (2022, p.2051).
Investir tempo em oração e ocupar a
mente nos ensinamentos da Palavra de Deus são o modo mais adequado para
aprender a disciplinar nossas ações e submeter nosso coração à ação do Espírito
Santo (1Tm 4.5). Quando nos colocamos obedientes a Deus, com o coração quebrantado
e um espírito voluntário para aprender (Sl 51.10-12), alcançamos o entendimento
da boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Que possamos entender o
novo nascimento não como um evento restrito ao dia em que aceitamos Jesus como
único e suficiente Salvador, mas como relacionamento diário com Deus tornando a
mudança em nosso caráter uma ação contínua do Espírito Santo.